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CURSO NEZO DIREITO ADMINISTRATIVO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

Centralização Administrativa
O Estado manifesta sua vontade por seus agentes públicos, que atuarão
normalmente em centros de competência denominados Órgãos Públicos. Toda
atividade decorrente da atuação do órgão público será atribuída à pessoa jurídica
a que está subordinado. Tal ocorrência se justifica pela ausência de
personalidade jurídica do órgão público. Assim, a chamada Administração Direta
é aquela exercida pelos componentes da federação através de seus órgãos e
agentes públicos, sem atribuição a outra entidade dotada de personalidade
jurídica distinta.

Desconcentração Administrativa
Consiste exatamente na distribuição entre os órgãos e agentes públicos das
funções estatais. O órgão público não tem personalidade jurídica,
conseqüentemente, mesmo com a distribuição de competência entre os diversos
órgãos e agentes, permanece a responsabilidade com a pessoa jurídica a que
estão subordinados. Ocorre, assim, uma distribuição interna de competência que
permanecem, no entanto, no corpo da administração.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Descentralização Administrativa
A Constituição Federal em seu art. 37 trata da Administração Direta e Indireta.
A chamada Administração Indireta nada mais é do que o desempenho da função
administrativa do Estado por pessoa distinta das que integram a Federação. São
entidades administrativas denominadas autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista.
Exterioriza-se com a criação de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria, distinta do Estado, para desempenho de certas atividades, de natureza
econômica, típicas do Estado ou serviços públicos. Em razão da existência de
personalidade jurídica distinta da entidade estatal a que está vinculada, tais entes
são instrumentos de descentralização administrativa.

Profª Beatriz Fróes


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ADMINISTRAÇÃO DIRETA

Conceito:

Segundo José dos Santos Carvalho Filho “Administração direta é o conjunto de


órgãos que integram as pessoas federativas aos quais foi atribuída a
competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades
administrativas do Estado.”

A Administração Direta é constituída de órgãos internos que são o verdadeiro


instrumento de ação da Administração Pública.

A Centralização é, como vimos, inerente à Administração Direta do Estado e dela


indissociável.

Composição:

Poder Executivo - na esfera federal compõe-se de órgãos básicos de três


classes distintas: a Presidência da República, os órgãos de assessoria direta à
Presidência e os Ministérios que são divididos em outros órgãos.

Poder Legislativo - tem o poder de elaborar seu próprio regimento interno e a


Constituição Federal dá-lhe o poder de dispor sobre sua organização e
funcionamento.

Poder Judiciário - também tem competência para se auto-organizar. Esta


organização encontra-se nas leis estaduais de divisão e organização judiciária e
em seus regimentos internos.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Conceito:

Segundo José dos Santos Carvalho Filho, “é o conjunto de pessoas


administrativas que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o
objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.”

Natureza da função:

O objetivo da Administração Indireta é a execução de algumas tarefas de seu


interesse por outras pessoas jurídicas, sendo assim, transfere a titularidade a
outras entidades, através da delegação.
A Administração Indireta surge quando uma lei cria novas pessoas jurídicas para
que executem determinadas atividades de forma descentralizada.

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Princípios da Administração Direta:


PLANEJAMENTO
COORDENAÇÃO
DESCENTRALIZAÇÃO
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
CONTROLE

Princípios da Administração Indireta:

Princípio da Reserva Legal


Significa que as pessoas criadas para integrarem a Administração Indireta
deverão necessariamente ser instituídas por lei, assim como suas subsidiárias.

Princípio da Especialidade
Tal princípio aponta a absoluta necessidade de ser consignada na lei a atividade
a ser exercida pela entidade a ser criada. Deve ser definido expressamente o
objeto de sua atuação.
Nenhuma dessas entidades pode ser instituída com finalidades genéricas, ou
seja, sem que defina na lei o objeto preciso de sua atuação. Só podem atuar, só
podem despender seus recursos nos estritos limites determinados pelos fins
específicos para os quais foram criadas.

Princípio do Controle
Também denominado princípio da tutela administrativa significa que a
Administração Direta deverá controlar as pessoas integrantes da
Administração Indireta. Tal controle tem natureza fiscalizatória e tais entidades
só podem atuar dentro de determinados parâmetros. Funda-se numa relação de
vinculação, através do qual toda pessoa da administração indireta é vinculada a
determinado órgão da respectiva administração direta.

Controle político – os dirigentes das entidades da A. Ind. escolhidos e nomeados


pela autoridade competente da Adir. , razão porque exercem função de confiança;

Controle institucional – obriga a entidade a caminhar sempre no sentido dos


fins para os quais foi criada;

Controle administrativo - permite a fiscalização dos agentes e das rotinas


administrativas da entidade; e

Controle financeiro – pelo qual são fiscalizados os setores financeiro e contábil


da entidade.

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CATEGORIAS

Autarquias Fundações Públicas Empresas Públicas


Sociedades de Economia Mista

AUTARQUIAS
CONCEITO:
“Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração indireta, criada por lei para
desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e
típicas do Estado.” (José dos Santos Carvalho Filho)

CARACTERÍSTICAS:
►Pessoa Jurídica de Direito Público
►Natureza meramente administrativa

INSTITUIÇÃO:
►Iniciativa: Chefe do Executivo
►Criação: lei ordinária específica
►Organização: Decreto do Chefe do Executivo
►Extinção: Princípio da Simetria das Formas – lei ordinária específica

OBJETO:
►Realizam atividades TÍPICAS do poder Público. Devem executar serviços
próprios do Estado, em condições idênticas às do Estado com privilégios e
passíveis do mesmo controle.

FORMA:
►Intra-estatal. Separado do Estado, mas ligado a ele.

PATRIMÔNIO:
►caracterizado como bens públicos, protegidos por todas as prerrogativas que o
ordenamento jurídico contempla.
Art. 98 CC/2002: “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.”
BEM PÚBLICO DE USO ESPECIAL porque é AFETADO.

Sem subordinação hierárquica, mas com vinculação ao ente que a instituiu.

PRERROGATIVAS GERAIS:
►ordenamento jurídico atribui a estas algumas características de direito público:
a) imunidade tributária
b) impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas
c) imprescritibilidade de seus bens
d) prescrição quinquenal – Art. 1º- C da Lei 9494/97 – Prescreverá em cinco anos o direito
de obter indenização de danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

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e) créditos sujeitos à execução fiscal


f) situações processuais específicas

PRERROGATIVA FISCAL:
► imunidade recíproca
Art.150. “ Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI. instituir impostos sobre:
a) Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2°. A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.” (grifo nosso)

PRERROGATIVAS PROCESSUAIS:
►Próprias da Fazenda Pública. São 6 prerrogativas:

1. Execução Fiscal na forma da Lei 6.830/80.

2. Execução contra a Fazenda Pública: seus bens são impenhoráveis. A


dívida é paga na forma de PRECATÓRIOS - art. 100 CR: Art. 100. Os pagamentos
devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estadual, Distrital e Municipais, em virtude de sentença
judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para esse fim. (EC62/2009)

3. Prazos processuais – prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.


Lei 9.289/97, art. 10 e ainda art. 188 CPC. “Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar
e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.”

4. Duplo grau de jurisdição obrigatório: Art. 475, II do CPC – “Está sujeita ao


duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença:
I – Proferida contra a União, Estado, o Distrito Federal, o Município e as respectivas autarquias
e fundações de direito público. (grifo nosso)

5. Despesas processuais pagas ao final do processo: Art. 27, CPC. As


despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda
Pública, serão pagas a final pelo vencido.
Art. 1º-A da Lei 9494/97: “Estão dispensadas de depósito prévio, para interposição de recurso, as pessoas
jurídicas de direito público federais, estaduais, distritais e municipais.”

6. Não sujeição a concurso de credores. Tem crédito privilegiado – Previsto


no art. 1571 do Código Civil de 1916. Não há regra expressa no novo Código,
mas continua vigorando como Princípio.

REGIME DE PESSOAL :
►Art. 39 da CR: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho
de política de
administração e remuneração de pessoal integrado por servidores designados pelos respectivos poderes.”
Com isso extingue-se a obrigatoriedade do Regime Jurídico Único pela EC 19/98

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podendo ser estatutário ou trabalhista, conforme a lei estabelecer.

►Em decisão o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, através de liminar parcialmente


concedida em 02 de agosto de 2007, na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
2.135-4, suspende a eficácia do caput deste artigo. Com a decisão volta a vigorar a
redação anterior: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão, no âmbito da sua competência, regime jurídico único e planos de
carreira para os servidores da administração pública direta das autarquias e das
fundações públicas.”
Desta forma volta a viger o regime ESTATUTÁRIO obrigatório para os servidores
da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas.

FORO DOS LITÍGIOS JUDICIAIS :


►art. 109, I da CF dispõe: “aos juízes federais compete processar e julgar: I - as
causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública Federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto às
de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho.” (grifo nosso)

DOS ATOS E CONTRATOS:


► os atos das autarquias são típicos atos administrativos e os contratos
também são regidos pela lei 8.666/93 , excetuando-se os contratos típicos do
direito privado (compra e venda, permuta, doação, etc).

RESPONSABILIDADE CIVIL:
►Responsabilidade OBJETIVA, com previsão legal no art. 37, § 6º da CF.

EXEMPLOS AUTARQUIAS:
autarquias assistenciais: SUDENE , INCRA autarquias profissionais:
OAB, CREA, CRM autarquias previdenciárias: INSS
autarquias administrativas: INMETRO, BACEN
autarquias de controle: ANEEL, ANATEL, ANP

CONTROLE:
►Estão sujeitas ao controle da pessoa política que as criou e à qual estão
VINCULADAS. Tal controle é denominado SUPERVISÃO MINISTERIAL,
FINALÍSTICO ou de TUTELA.

OBS: Apesar de não previsto no DL 200/67 nem na Constituição, legislação


infraconstitucional e a jurisprudência tem adotado a classificação
AUTARQUIA gênero e espécies identificando seguintes espécies do gênero
autarquia:

a) Autarquia “comum” ou “ordinária” – é a que não apresenta


nenhuma peculiaridade, enquadrando-se nas regras previstas no Decreto-
lei 200/67.

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Ex: AGÊNCIAS EXECUTIVAS (podem ser criadas como autarquia comum, autarquia
especial, e ainda como fundações) desde que celebrem CONTRATO DE GESTÃO ( art.
37 § 6º da CR) com o poder público.1

b) Autarquia “sob regime especial” – aquela que apresenta alguma


peculiaridade quando comparada com o regime da autarquia comum.
(depende da lei instituidora da autarquia). Ex: AGÊNCIA REGULADORA
(pode ser ao mesmo tempo agência executiva, mas não há correlação obrigatória, desde que
celebrem CONTRATO DE GESTÃO com o poder público).
Ex: Art. 4º da Lei 11.182/2005 – A natureza de autarquia especial conferida à ANAC é
caracterizada por independência administrativa*, autonomia financeira, ausência de subordinação
hierárquica e mandato fixo de seus dirigentes.
*A expressão independência administrativa é inadequada, pois todas as entidades da
administração indireta são VINCULADAS.
MANDATO FIXO – é o que dá qualidade de especial à agência reguladora em epígrafe.
Exemplos de autarquias especiais: BACEN, USP, AGÊNCIAS REGULADORAS,

c) Autarquia fundacional ou fundação autárquica - é uma fundação


instituída diretamente por lei específica, com personalidade jurídica de
direito público.

d) Associação pública – nos termos do art. 41, IV do CC: “são


pessoas jurídicas de direito público interno as autarquias, inclusive as associações
públicas.” Um exemplo são os CONSÓRCIOS, disciplinados na Lei 11.107/2005,
podem ser constituídos sob a forma de associações públicas. Como, neste caso,
será autarquia integrante de mais de um ente federado, a doutrina tem
denominado como autarquia “interfederativa” ou “multifederada”.

Art. 6º § 1º da lei 11.107/2005: “Os consórcios públicos com personalidade


jurídica de direito público integram a administração indireta de todos os entes da
Federação consorciados.”

FUNDAÇÕES
Qual a natureza jurídica das fundações?
R: Há grande discussão doutrinária acerca dessa matéria. Esta é a entidade
administrativa que mais gera polêmica no mundo jurídico e parece longe a
pacificação da controvérsia, mas temos três correntes a serem expostas:
1
Decreto 2487/98: “art. 1º - As autarquias e as fundações integrantes da Administração Pública Federal
poderão, observadas as diretrizes do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, ser qualificadas
como Agências Executivas.”
§ 1º A qualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva poderá(...), que verificará o
cumprimento (...) à qualificação dos seguintes requisitos:
a) Ter celebrado contrato de gestão (...);

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Surgiu com a questão da RECEPÇÃO do Decreto-lei 200/67.

1ª CORRENTE
Seus defensores são:
OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO CELSO ANTONIO BANDEIRA DE
MELLO MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO DIÓGENES GASPARINI
MARCOS JURUENA
e também defende tal posição o STF e o STJ

O decreto-lei 200/67 foi parcialmente RECEPCIONADO, portanto:


Temos as fundações públicas de direito privado e temos as fundações públicas
de direito público, depende da lei que a disciplinar. Estas são caracterizadas como
verdadeiras autarquias, razão por que são denominadas algumas vezes, de
fundações autárquicas ou autarquias fundacionais. Seriam elas uma espécie
do gênero autarquia.

STF: “nem toda fundação instituída pelo Poder Público é fundação de direito
privado. As fundações, instituídas pelo Poder Público que assumem gestão de
serviço estatal e se submetem a regime administrativo previsto, nos Estados-
membros, por leis estaduais, são fundações de direito público, e, portanto,
pessoas jurídicas de direito público. Tais fundações são espécie do gênero
autarquia, aplicando-se a elas a vedação a que alude o § 2° do art. 99 da
Constituição Federal.”

2ª CORRENTE
Seus defensores: CAIO TÁCITO
MIGUEL SEABRA FAGUNDES SÉRGIO D´ANDREA FERREIRA
JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO
►Segundo esta corrente as fundações, mesmo instituídas pelo Poder Público,
têm sempre PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO, por conta da
RECEPÇÃO do art. 5° do D-L 200/67.

3°CORRENTE
Seu defensor:
HELY LOPES MEIRELLES
►Segundo este as FUNDAÇÕES são sempre PESSOAS JURÍDICAS DE
DIREITO PÚBLICO, pois este entende que o Dec-lei 200/67 não foi
RECEPCIONADO pela CR/88.

CARACTERÍSTICAS DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO:

►INSTITUIÇÃO, ORGANIZAÇÃO e EXTINÇÃO: De acordo com a doutrina a


fundação pública de direito público – não previsto na CR – será criada diretamente
pela lei específica, adquirirá personalidade jurídica com a simples vigência da lei
instituidora. Mais precisamente, o Poder Público terá criado uma espécie de
autarquia, uma vez que o texto constitucional é

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claro ao estatuir que entidades da administração indireta criadas diretamente pela


edição de uma lei específica são autarquias.

REGRA CONSTITUCIONAL – autorização legislativa mediante lei específica e


ainda uma lei complementar para definir as áreas de atuação das fundações.
Trata-se de regra aplicável tanto às fundações públicas de direito público quanto
às fundações públicas de direito privado.
►Suas atribuições lhe são conferidas no ato de sua instituição.
►Sem fins lucrativos
►Desempenho de funções referentes à ORDEM SOCIAL: de assistência social,
assistência médica e hospitalar; educação e ensino; pesquisa e atividades
culturais.
►Possui autonomia administrativa
►Sem subordinação hierárquica, mas com vinculação ao ente que a instituiu (idem
autarquias)

REGIME JURÍDICO (de pessoal) : (idem autarquias)

DOS ATOS E CONTRATOS: (idem autarquias)


OBJETO: Residual, ou seja, o que não for típica nem atividade com fins
lucrativos (como ocorre com a Sociedade de Economia Mista ou Empresa
Pública), seja de Direito Público ou Privado.

FORMA: Autárquica ou Intra-estatal. Separado do Estado, mas ligado a ele.

PATRIMÔNIO – idem autarquias

RESPONSABILIDADE CIVIL: Responsabilidade Objetiva, com previsão legal no


art. 37, § 6º da CF. A responsabilidade é primária, ficando a pessoa estatal
instituidora com responsabilidade subsidiária, ou seja, só se torna responsável se
e quando a fundação for incapaz de reparar integralmente os prejuízos causados.

PRERROGATIVAS GERAIS idem autarquias PRERROGATIVA FISCAL idem


autarquias PRERROGATIVAS PROCESSUAIS idem autarquias

FORO DOS LITÍGIOS JUDICIAIS idem autarquias

LICITAÇÃO – obrigatória.

CARACTERÍSTICAS DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO:


INSTITUIÇÃO, ORGANIZAÇÃO e EXTINÇÃO:
Instituição – por autorização legislativa mediante lei específica.
Organização – idem autarquias
Extinção – autorização legislativa
SÓ ADQUIREM PERSONALIDADE JURÍDICA COM A INSCRIÇÃO DE SEUS
ATOS CONSTITUTIVOS NO REGISTRO PÚBLICO COMPETENTE.

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REGIME JURÍDICO (de pessoal) : (idem FUNDAÇÕES DE DIREITO PÚBLICO, mas há


inúmeras divergências doutrinárias e pouquíssima jurisprudência conclusiva a respeito.) Serão agentes
públicos estatutários também os da fundações públicas com personalidade jurídica de direito privado.

FORMA: segue a forma de Fundação Privada regida pelo Código Civil.

PRERROGATIVA FISCAL idem autarquias - imunidade recíproca


Art.150. “ Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI. instituir impostos sobre:
b) Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2°. A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.” (grifo nosso)

PRERROGATIVAS PROCESSUAIS – não possuem as prerrogativas


processuais, visto que não integram o conceito de Fazenda Pública.

RESPONSABILIDADE CIVIL: Não incide o dispositivo do art. 37 § 6° da CR, pois


é pessoa jurídica de direito privado e a responsabilidade será, em regra, a
SUBJETIVA.

FORO DOS LITÍGIOS JUDICIAIS – não tem prerrogativa, litiga em Justiça


Estadual comum.

LICITAÇÃO – obrigatória.

EXEMPLOS DE FUNDAÇÕES – Para saber se são de Direito Público ou de


Direito Privado, basta consultar a lei que as criou.
Fundação Escola de Administração Pública; Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Fundação Casa de Rui Barbosa;
Fundação Nacional do Índio, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística; Fundação Nacional de Saúde e outras.

CONTROLE: Estão sujeitas ao controle da pessoa política que as criou e à qual


estão VINCULADAS. Tal controle é denominado SUPERVISÃO MINISTERIAL,
CONTROLE FINALÍSTICO ou de TUTELA.

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EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA


MISTA

Conceito de Empresa Pública


“São pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado,
criadas por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua
natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou,
em certas situações execute a prestação de serviços públicos.” (*)

Conceito de Sociedade de Economia Mista


“São pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta
do Estado, criadas por autorização legal, sob forma de sociedades anônimas,
cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra,
a exploração de atividades gerais de caráter econômico ou, em algumas
ocasiões, a prestação de serviços públicos.”(*)
(*) Conceito de José dos Santos Carvalho Filho

Características comuns:
Pessoas jurídicas de Direito Privado
Criação e extinção por autorização legal
São autônomas administrativa e financeiramente.
Tem patrimônio próprio - mas são classificados como bens privados, sujeitos à
sua própria administração. Sendo bens privados, não são atribuídas a eles as
prerrogativas próprias dos bens públicos, como a imprescritibilidade,
impenhorabilidade, etc.
Operam em regime de iniciativa particular, na forma de seu estatuto.
Sujeitas ao regime aplicável às empresas privadas, inclusive quando aos direitos
e obrigações civis, comerciais, trabalhistas tributárias (art. 173 § 2º: “ As empresas
públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos
às do setor privado.”)

FALÊNCIA – A lei 11.101/2005 (de caráter nacional – Lei da Falências) em


seu art. 2º, I , não faz distinção entre EP e SEM que presta serviço público
ou que exerce atividade econômica e dispõe o seguinte: “esta Lei não se
aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista.”
Portanto, qualquer que seja o seu objeto, não estão sujeitas à falência.

 OBJETO - Objetivo de sua instituição: desempenho de atividades de caráter


econômico - art. 173 da CF: “ Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e
de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção e comercialização de bens
ou de prestação de serviços, ...”

C/C

Art. 175. “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.”

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Vinculada a determinado órgão da entidade estatal a que pertence o qual


SUPERVISIONA e CONTROLA seu desempenho estatutário sem interferir na
sua administração.

Exemplos: S.E.M.: TELEBRAS, BANCO DO BRASIL, BANCO DA AMAZÔNIA,


INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL, PETROBRAS e outras .
E.P.: ECT; FINEP; CASA DA MOEDA DO BRASIL; CEF; BNDES; SERPRO.
Regime de pessoal - O pessoal se submete ao regime trabalhista da CLT. O
vínculo é de natureza contratual. Os litígios serão processados e julgados na
Justiça do Trabalho.

Algumas regras estatutárias que se aplicam aos empregados públicos:


a) obrigatoriedade de concurso público (art. 37,II, CF)
b) proibição de acumular seus empregos com cargos ou funções públicas (art.
37, XVII, CF)
c) são equiparados a funcionários públicos para fins penais (art. 327, § 1º ,
Código Penal)
d) são considerados agentes públicos para os fins de incidência das diversas
sanções na hipótese de improbidade administrativa (Lei 8492/92).

Responsabilidade Civil - Existem dois tipos de responsabilidade civil: a de direito


privado (responsabilidade subjetiva) e a de direito público (responsabilidade
objetiva). Se o objeto da atividade for a exploração de atividade econômica em
sentido estrito (tipicamente mercantil e empresarial), a norma constitucional não
incidirá e a responsabilidade será SUBJETIVA, na forma do Código Civil; mas se
executarem serviços públicos típicos, tais entidades passam a ficar sob a égide
da responsabilidade objetiva prevista na CF.

Art. 37 § 6º da CR – “ As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras


de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
(grifo nosso)

Atos e Contratos - os atos jurídicos são de direito privado, mas quando exercem
funções delegadas hão de considerar-se atos administrativos.
Os contratos são de direito privado, mas estão sujeitos à lei 8666/93, sendo
também a licitação obrigatória.

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DIFERENÇAS ENTRE AS ENTIDADES

1ª. Constituição do Capital


Nas S.E.M., o capital é formado da conjugação de recursos oriundos das pessoas
de direito público ou de outras pessoas administrativas, de um lado, e de recursos
da iniciativa privada, de outro. As parcelas do capital, representadas por ações,
são distribuídas entre a entidade governamental e particulares. No Decreto-lei
200/67, consta que as ações com direito a voto devem pertencer, em sua maioria,
à União ou a entidade da administração indireta.
Nas E.P. só é admissível que participem do capital pessoas administrativas, seja
qual for o nível federativo ou sua natureza jurídica (pública ou privada.).

2ª A forma jurídica
As S.E.M. devem ter a forma de sociedades anônimas.
As E.P. podem revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito,
portanto, a forma é livre.

3ª O foro Processual para Entidades Federais


As E.P. federais no que se refere ao foro das ações em que figuram como
autoras, rés, assistentes ou oponentes têm seus litígios processados e julgados
pela Justiça Federal.
As S.E.M. tem suas ações processadas e julgadas na Justiça Estadual.

DIFERENÇAS ENTRE EP E SEM QUE EXERCEM ATIVIDADES


ECONÔMICAS E AS QUE PRESTAM SERVIÇO PÚBLICO:
EP e SEM – exercem atividade econômica
Atividade sujeita predominantemente ao regime de direito privado
Não fazem jus à imunidade tributária recíproca (CF, art. 150,VI, “a”, e § 2º) Não sujeitas
ao art. 37§ 6º da CR (Responsabilidade civil objetiva)
Não sujeitas a licitação para contratos relativos a suas atividades-fim. Sujeitas a
licitação nas demais hipóteses. Previsão constitucional de regime próprio de
licitação a ser estabelecido em lei ordinária da União de caráter nacional (art. 173
§ 1º, III da CR)
Seus bens não se enquadram como bens públicos; estão sujeitos a regime de
direito privado.

EP e SEM – prestam serviço público


Atividade sujeita predominantemente ao regime de direito público
Fazem jus à imunidade tributária recíproca (CF, art. 150,VI, “a”, e § 2º) Sujeitas ao art. 37§ 6º
da CR (Responsabilidade civil objetiva) Sujeitas a licitação sem quaisquer
peculiaridades
Seus bens não se enquadram como bens públicos; mas os que forem diretamente
empregados na prestação de serviço público podem sujeitar-se a restrições
próprias dos bens públicos.

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