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Direita e Indireta
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIO FEDERATIVO E PRINCÍPIO DA
SEPARAÇÃO DE PODERES
Em relação ao princípio da separação de poderes, as funções estatais são divididas entre os três poderes:
A atuação da Administração e do Governo se dá por meio de entidades – pessoas jurídicas –, de órgãos – centros
de decisão – e de seus agentes – pessoas físicas investidas em cargos e funções. De acordo com o gráfico abaixo
( estratégia concursos) podemos ver claramente o seguinte:
ENTIDADES, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS
CAPACIDADE
PROCESSUAL DE ESTAR
EM JUÍZO
PERSONALIDADE
JURÍDICA DIREITOS
CONTRAIR
OBRIGAÇÕES
ENTIDADE
CF, Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
1. Unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram
com o objetivo de expressar a vontade do Estado.
2. Conforme estabelece o artigo 1º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.784, de 29-1-99, que
disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, órgão é
“a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta”
Em razão da forma federativa do Estado brasileiro, os entes federativos possuem autonomia para
execução de determinadas atividades públicas a partir da repartição constitucional de competências e a
organização administrativa pode ser implementada por meio de duas técnicas:
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:
DESCONCENTRAÇÃO
A descentralização acarreta a transferência da atividade para outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou
não do aparelho estatal. Existem dois caminhos para implementar a descentralização administrativa:
Ex: O Município não executa o serviço por meio de sua Administração direta. Envolve, portanto, duas
pessoas distintas: o Município e a pessoa que executará o serviço, uma vez que recebeu essa atribuição
do Estado, como por exemplo, a COMDEP em Petrópolis.
Parcela da doutrina propõe, ainda, a análise da organização administrativa a partir de três setores:
1º Setor
Estado, assim considerados os entes federativos e as pessoas jurídicas por eles criadas (Administração Pública Direta e
Administração Pública Indireta).
2º Setor
Mercado, composto por entidades da iniciativa privada que buscam o lucro (concessionárias e permissionárias de
serviços públicos).
3º Setor
Sociedade civil, compreendida como entidades da iniciativa privada sem fins lucrativos e que desenvolvem
atividades de relevância social (Serviços Sociais Autônomos – Sistema S, Organizações Sociais – OS, Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, Organizações da Sociedade Civil – OSCs etc.).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública compreende as pessoas jurídicas e seus respectivos órgãos que executam atividades
administrativas. (art. 37 da CRFB e art. 4º do DL 200/1967) e é dividida em dois grupos:
DIRETA INDIRETA
(ENTIDADES POLÍTICAS)
(ENTIDADES ADMINISTRATIVAS)
Engloba os entes federativos (União, Engloba as PJs públicas (autarquias e fundações estatais de
Estados, DF e Municípios) e seus direito público) e privadas (empresas públicas, sociedades
respectivos órgãos (Ministérios e de economia mista e fundações estatais de direito privado)
Secretarias, por exemplo). que são instituídas pelos respectivos entes federativos.
CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INDIRETA
As entidades da Administração Pública Indireta são pessoas jurídicas (entidades administrativas), criadas por
descentralização legal e vinculadas ao respectivo ente federado. De acordo com Oliveira (2020), são características
comuns das referidas entidades:
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INDIRETA; CONTROLE
O controle (ou vinculação) exercido pelos entes federados sobre as entidades da Administração Pública pode ser dividido em
quatro espécies:
CONTROLE POLÍTICO
Os dirigentes das entidades administrativas são, normalmente, escolhidos e nomeados pela autoridade competente da Administração Direta.
A exoneração desses dirigentes é ad nutum, ou seja, não depende de motivação.
CONTROLE FINANCEIRO
As entidades da Administração Indireta são destinatárias de recursos orçamentários e as respectivas contas serão controladas
pelos órgãos competentes, inclusive pelo respectivo Tribunal de Contas.
CONTROLE JURÍDICO
O órgão da advocacia pública (Advocacia-Geral da União, Procuradorias dos Estados e Procuradorias dos Municípios) que exerce função
essencial à Justiça (arts. 131 e 132 da CRFB) é responsável pelo controle jurídico do respectivo ente federativo e suas entidades da
Administração Pública Indireta por seu corpo jurídico
•AUTARQUIA
AUTARQUIAS
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, instituídas por lei, que executam atividades típicas de
Estado, tais como o poder de polícia e a prestação de serviços públicos.
Características
1. Os servidores das autarquias submetem-se à prévia aprovação em concurso público e são regidos, normalmente, pelo
regime estatutário (em âmbito federal, a Lei 8.112/1990).
2. Os bens que integram o patrimônio das autarquias são “públicos” motivo pelo qual somente podem ser alienados
após o cumprimento das exigências legais e não podem ser penhorados ou adquiridos por usucapião.
3. Devido à personalidade jurídica de direito público, a ordem jurídica reconhece determinadas prerrogativas às
autarquias, como, por exemplo:
AUTARQUIAS
5. iniciativa privativa do Chefe do Executivo. De acordo com regra constitucional (art. 61, § 1º, II, “e”, da
CF)
6. E também pelo princípio da simetria das formas jurídicas, a extinção também é por lei.
8.São criadas para fins de especialização da Administração Pública, pois desempenham um serviço
específico, com maior autonomia em relação ao Poder central.
OBS: Algumas autarquias possuem regime jurídico especial. É o que ocorre com as denominadas agências
reguladoras (anatel, OAB) que possuem maior autonomia administrativa, além da prerrogativa de fixação de
normas técnicas, fiscalização, resolução de conflitos e aplicação de sanções nos respectivos setores regulados.
AUTARQUIAS
QUANTO AO NÍVEL
FEDERATIVO Federais, estaduais, distritais e municipais,
c)autarquias culturais:
d)autarquias
QUANTO AO OBJETO
e)autarquias administrativas
f)autarquias de controle
g)autarquias associativas
AUTARQUIAS
a)autarquias assistenciais: aquelas que visam a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas ou a categorias sociais
específicas. Exemplo: INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária;
b)autarquias previdenciárias: voltadas para a atividade de previdência social oficial. Exemplo: o INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social);
c)autarquias culturais: dirigidas à educação e ao ensino. Exemplo: a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); UERJ
d)autarquias profissionais (ou corporativas): incumbidas da inscrição de certos profissionais e de fiscalizar os profissionais
Ex: CRM:
e)autarquias administrativas: que formam a categoria residual, ou seja, daquelas entidades que se destinam às várias
atividades administrativas, inclusive de fiscalização,. Ex: BACEN IBAMA , INMETRO
f)autarquias de controle: enquadram-se nesta categoria as recém-criadas agências reguladoras, inseridas no conceito
genérico de agências autárquicas, : ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), da ANATEL (Agência Nacional de
Telecomunicações)
g)autarquias associativas: são as denominadas “associações públicas”, ou seja, aquelas que resultam da associação com fins
de mútua cooperação entre entidades públicas, formalizada pela instituição de consórcios públicos, sendo estes regulados,
como já vimos anteriormente no capítulo relativo aos contratos administrativos, pela Lei no 11.107/2005.
ATENÇÃO: OAB – AUTARQUIA COM SUAS PECULIARIDADES
2. Seu pessoal é regido pela CLT, mas não se submete ao art. 37,
II, da CF, que exige prévia aprovação em concurso público para a
contratação dos servidores.
As empresas públicas e sociedade de economia mista integram o gênero “empresas estatais”. A Lei 13.303/2016 (Lei das
Estatais) dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
São dotadas de personalidade jurídica de direito privado e delas se vale o Estado para possibilitar a execução de alguma
atividade de seu interesse com maior flexibilidade, sem as travas do emperramento burocrático indissociáveis das
pessoas de direito público.
As entidades da Administração Indireta podem ser de direito público ou de direito privado. O que vai definir
se as entidades da API são ou não de direito público ou privado será a forma de criação:
A matéria é tratada na Constituição Federal no inc. XIX do art. 37, nos seguintes termos:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
Com base no art. 173, § 1º da CF, foi editada a Lei nº 13.303, de 30.6.2016, que formalizou o estatuto jurídico das
empresas públicas, das sociedades de economia.
Exemplo: Empresa pública com maioria do capital detido por um Estado e o capital
minoritário distribuído entre autarquias, sociedades de economia mista e até mesmo
outra empresa pública.
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
Bens:
Os bens que passam a integrar, inicialmente, o patrimônio das empresas públicas
e das sociedades de economia mista provêm geralmente da pessoa federativa
instituidora.
E sendo bens privados, não são atribuídas a eles as prerrogativas próprias dos
bens públicos, como a imprescritibilidade, a impenhorabilidade, a alienabilidade.
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
O pessoal
Se submetem ao regime da CLT pois isto ficou assentado, inclusive, na CF, art. 173, § 1º, II, por isso podemos
dizer que estes empregados ostentam a nomenclatura de “empregado público” e não servidor público, estes
últimos com estabilidade.
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
Os empregados das empresas estatais submetem-se à aprovação em concurso púbico, mas são regidos pela CLT. Não
obstante a ausência de estabilidade, tem sido exigida a motivação na demissão dos referidos empregados
COMPOSIÇÃO SOCIETÁRIA
Enquanto nas empresas públicas apenas as pessoas administrativas participam da formação
do capital social, nas sociedades de economia mista os sócios são entidades estatais e
particulares, mantendo-se o controle societário com o sócio estatal.
FORMA SOCIETÁRIA
As empresas públicas admitem qualquer forma societária reconhecida e as sociedades de
economia mista devem ser, necessariamente, sociedades anônimas na forma do arts. 4º e 5º
da Lei 13.303/2016 e do art. 235 da Lei 6.404/1976.
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
As fundações podem ser instituídas por particulares (art. art. 44, III, e
arts. 62 a 69 do CC) ou pelos entes federativos (nesse último caso, as
fundações serão “estatais” e integrarão a Administração Pública Indireta,
na forma do art. 37, XIX, da CRFB e art. 4º, II, “d”, do DL 200/1967).
O quadro elucida alguns pontos importantes:
O quadro elucida alguns pontos importantes: