Você está na página 1de 129

PONTOS PARA A PROVA

PONTO 1
Administração pública direta e indireta: conceito e composição –
concentração/desconcentração – centralização/descentralização.
PONTO 2
Poderes da Administração Pública (Poderes dos Agentes Públicos ou Poderes
Administrativos): Poder vinculado, Poder Discricionário, Poder Hierárquico, Poder
Disciplinar, Poder Regulamentar – Poder de Polícia – Abuso de Poder.
PONTO 3
Teorias sobre a relação jurídica entre o agente público e a Administração Pública –
teoria do mandato – teoria da representação – teoria da imputação ou do órgão –
“funcionário de fato” – usurpação de função pública.
PONTO 4
Agentes Públicos: conceito, classificação – agentes políticos (correntes ampliativa e
restritiva) – servidores estatais (servidor público, empregado público, ocupante de
função pública) – particulares em colaboração com o Estado.
PONTO 5
Cargo público – emprego público – função pública – regime jurídico.
REVISÃO DE CONCEITOS

• Administração Pública direta e indireta e demais


entidades prestadoras de serviços públicos sob as
formas de concessão, permissão ou autorização.
 
ORIGEM DO VOCÁBULO ADMINISTRAÇÃO

 Di Pietro, citando Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (pai de Celso


Antônio) indica duas versões para origem do vocábulo administração.
 A primeira indica a origem em ad (preposição) mais ministro, as, are (
verbo), que significa servir, executar; já a segunda estabelece a
origem em de ad manus trahere, que envolve ideia de direção ou 
gestão.
 Nas duas hipóteses, há o sentido de relação de subordinação, de 
hierarquia. Ainda segundo Oswaldo Aranha, a palavra administrar
significa não só prestar serviço, executá-lo, como também dirigir,
governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil;
até em sentido vulgar, administrar quer dizer traçar um programa de
ação e executá-lo.
 Em resumo, o vocábulo tanto abrange a atividade superior de planejar,
dirigir, comandar, como a atividade subordinada de executar.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Transplantado para o campo do Direito


Administrativo, o vocábulo Administração ganha
o adjetivo “Pública”, por se referir a bens e
interesses do povo, à coisa pública; ao ato de
gerir essa coisa pública.
Podemos conceituar Administração Pública de
diversas formas:

 Sentido subjetivo, formal ou orgânico: designa os entes que exercem


a atividade administrativa, compreendendo pessoas jurídicas, órgãos
e agentes públicos incumbidos de exercer uma das três funções
estatais: a função administrativa;

 Sentido objetivo, material ou funcional: designa a natureza da


atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a
Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo.

 Há também dois sentidos delimitadores da Administração Pública:


 Geral ou macro – compreendendo os três poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário;
 Estrito ou restrito – abrange apenas o executivo.
CONCENTRAÇÃO/DESCONCENTRAÇÃO
CONCENTRAÇÃO

A prestação concentrada ocorreria em uma


pessoa jurídica que não apresentasse divisões
em sua estrutura interna.

- CAOS -
 Na verdade, estamos lidando com um conceito apenas
teórico, por qualquer pessoa jurídica minimamente
organizada divide-se em departamentos, seções, etc.,
cada qual com atribuições determinadas.

Um exemplo fictício poderia ser um município muito


pequeno que presta todos os serviços sob sua
competência, sem estar dividido em órgãos,
concentrando todas as suas atribuições na mesma
unidade administrativa, que se confundiria com a
totalidade da pessoa jurídica Município
DESCONCENTRAÇÃO

É a distribuição interna de atividades


administrativas, de competências, ocorrendo de
órgão para órgão da entidade, relaciona-se com o
conceito de hierarquia.
Encontramos a desconcentração quando a entidade da
Administração, encarregada de executar um ou mais
serviços, distribui competências, no âmbito de sua própria
estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação
dos serviços. Portanto, a desconcentração pressupõe,
obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica.

Ex: A UNIÃO distribui as atribuições decorrentes de suas


competências entre diversos órgãos de sua própria
estrutura, como os ministérios (Ministério da Educação,
Ministério dos Transportes, etc.); a universidade
estabelece uma divisão interna de funções, criando, na sua
própria estrutura, diversos departamentos (Departamento
de Graduação, Departamento de Pós-graduação,
Departamento de Direito, Departamento de Filosofia, etc.)
CENTRALIZAÇÃO/DESCENTRALIZAÇÃO
CENTRALIZAÇÃO

Ocorre quando o Estado executa suas tarefas por meio


dos órgãos e agentes integrantes da pessoa política a
que se referem.

Na centralização os serviços são prestados


diretamente pelos órgãos do Estado,
despersonalizados integrantes de uma mesma pessoa
política (União, Distrito Federal, Estados ou
Municípios), sem outra pessoa jurídica interposta.
DESCENTRALIZAÇÃO

Trata-se de técnica de especialização em que temos


uma distribuição externa de atividades administrativas,
que passam a ser exercida por pessoa ou pessoas
distintas do Estado.

Dessa forma, o Estado (União, Distrito Federal, Estados


ou Municípios) desempenha algumas de suas funções
através de outras pessoas jurídicas. Portanto, a
descentralização pressupõe duas pessoas jurídicas
distintas: o Estado e a entidade que executará o
serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição.
Exemplo: a criação de uma autarquia.
FORMAS DE DESCENTRALIZAÇÃO
 a) por serviço ou por outorga: lei atribui ou autoriza que
outra pessoa detenha a titularidade e a execução do
serviço, sendo normalmente concedida por prazo
indeterminado. É o que ocorre relativamente às entidades
prestadoras de serviço público diversas da pessoa jurídica
do próprio ente governamental: o Estado descentraliza a
prestação dos serviços, outorgando-os a outras entidades
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
mista e fundações públicas).

 b) por colaboração ou delegação: contrato ou ato unilateral


atribui a outra pessoa a execução do serviço. Aqui o
particular pode colaborar, recebendo a execução do serviço,
e não a titularidade, prestando-o ao público em seu próprio
nome e por sua conta e risco, mas sob fiscalização do
Estado. A delegação é normalmente efetivada por prazo
determinado. Ex.: contratos de concessão ou atos de
permissão.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA,
INDIRETA e ENTIDADES PARAESTATAIS
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

É composta pela União, Estados, Distrito


Federal e Municípios, bem como os seus
Ministérios e Secretarias.

Aqui temos a atividade administrativa


prestada de forma direta ou centralizada.

No âmbito federal, a Administração direta


está regulamentada na Lei nº 10.683/2003.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
É o conjunto de pessoas administrativas (ENTIDADES
ADMINISTRATIVAS – têm personalidade jurídica
própria) vinculadas à Administração direta que irão
desempenhar as atividades administrativa de forma
DESCENTRALIZADA.

É composta pelas autarquias, fundações públicas,


empresas públicas e sociedades de economia mista.

****Alguns autores acrescentam a este rol as agências


reguladoras (Anatel, Anac) e agências executivas
(Inmetro).
DECRETO-LEI 200, DE 05.02.1967
CONCEITOS:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por


lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades
típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira
descentralizada.
DECRETO-LEI 200, DE 05.02.1967
CONCEITOS:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

II - Empresa Pública - a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo da
União, criada por lei para a exploração de
atividade econômica que o Governo seja
levado a exercer por força de contingência ou
de conveniência administrativa, podendo
revestir-se de qualquer das formas admitidas
em direito.
DECRETO-LEI 200, DE 05.02.1967
CONCEITOS:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade


dotada de personalidade jurídica de direito
privado, criada por lei para a exploração de
atividade econômica, sob a forma de
sociedade anônima, cujas ações com direito a
voto pertençam em sua maioria à União ou a
entidade da Administração Indireta.
DECRETO-LEI 200, DE 05.02.1967
CONCEITOS:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam
execução por órgãos ou entidades de direito
público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos
órgãos de direção, e funcionamento custeado
por recursos da União e de outras fontes.
DECRETO-LEI 200, DE 05.02.1967
CONCEITOS:
__________________________________________________________
 Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
 I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.
 II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei
para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer
por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-
se de qualquer das formas admitidas em direito.
 III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica
de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob
a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em
sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
 IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio
gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por
recursos da União e de outras fontes.
 § 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a regime de
monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter
permanente.
 Maria Sylvia Di Pietro (e outros autores) incluem na
Administração Pública Indireta ainda:

 CONSÓRCIO PÚBLICO: pessoa jurídica de direito


público ou privado criada por dois ou mais entes
federativos (União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios) para a gestão associada de serviços
públicos prevista no art. 241 da CF.

 EMPRESAS SOB CONTROLE ACIONÁRIO DO


ESTADO: pessoa jurídica de direito privado, que
presta atividade econômica (pública ou privada),
mas a que falta um dos requisitos essenciais para
que seja considerada empresa pública ou
sociedade de economia mista.
ENTIDADES PARAESTATAIS ou ENTES DE
COOPERAÇÃO

São entes privados que não pertencem à Administração


Pública direta ou indireta, mas colaboram com o Estado no
desempenho de atividades de interesse público.

Envolvem os serviços sociais autônomos (SESC, SENAI,


SESI, etc.), as organizações sociais e as organizações da
sociedade civil de interesse coletivo.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ou
PODERES ADMINISTRATIVOS
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO E CARACTERÍSTICAS

OBJETIVO BEM-ESTAR
DO COLETIVO
ESTADO

PRERROGATIVAS PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(ou PODERES ADMINISTRATIVOS): são
PRERROGATIVAS ou ELEMENTOS
INDISPENSÁVEIS que servem ao Poder
Público como INSTRUMENTOS para
atuação na busca do bem-estar coletivo e
em proteção ao interesse público.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CARACTERÍSTICAS

Caráter instrumental – esses poderes são


instrumentos pelos quais a Administração Pública
busca atingir seu fim, qual seja, a proteção e
promoção do interesse público, e não devem ser
confundidos com poderes políticos, os poderes
estruturais, os poderes do Estado, que são o
Legislativo, Executivo e Judiciário.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CARACTERÍSTICAS
Poder-dever – esses poderes não são facultativos,
uma vez que o Administrador tem o DEVER de utilizá-
los, não podendo dispor do seu exercício (princípio
da indisponibilidade do interesse público).
Celso Antônio Bandeira de Melo os chama de DEVER-
PODER, dando maior ênfase à compulsoriedade de
seu exercício.
Como consequência desta característica, pode-se
afirmar:
– os poderes da Administração são irrenunciáveis;
– a omissão do agente público, nas situações em que
este deve agir, caracteriza abuso de poder.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CARACTERÍSTICAS

Limites definidos em lei – como toda atividade


administrativa, os poderes têm seu exercício
condicionado ao disposto em lei (inclusive quanto à
regra de competência), e qualquer infração a esta
regra pode culminar com a responsabilização do
agente público.
PRINCIPAIS PODERES CITADOS PELA DOUTRINA
A) PODER VINCULADO
I – quanto à
margem de
B) PODER DISCRICIONÁRIO
liberdade

PODERES
ADMINISTRATIVOS II – em espécie
A) PODER HIERÁRQUICO
B) PODER DISCIPLINAR
C) PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO
D) PODER DE POLÍCIA

1 – MARIA SYLVIA – Defende que os poderes vinculado e discricionário NÃO existem


como poderes autônomos. Vinculação e discricionariedade seriam atributos de outros
poderes. Ex: O Poder de Polícia é caracterizado pela discricionariedade. No caso de
vinculação, seria uma restrição imposta à Administração.

2 – CELSO ANTÔNIO defende que no Estado Democrático de Direito não existe um


poder que seja discricionário mas atos de competência discricionária e atos em que a
atuação administrativa é vinculada.
PODER VINCULADO ou REGRADO
____________________________________________

É aquele que estabelece um único comportamento possível a


ser tomado pelo administrador diante de casos concretos, sem
nenhuma liberdade para um juízo de conveniência e
oportunidade.
único
Tipificação comporta-
objetiva mento
possível
prevista em lei
Situação
fática do
administrado
Ato Administrativo
vinculado
(positivo ou
Exemplos: Concessão de aposentadoria negativo)
Licença para construção
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

É a prerrogativa concedida aos agentes


administrativos de eleger, entre várias condutas
possíveis, a que traduz maior conveniência e
oportunidade para o interesse Público.
(José dos Santos Carvalho Filho)
PODER DISCRICIONÁRIO
___________________________________________

Aquele em que o agente público tem uma


MARGEM DE LIBERDADE DITADA PELA LEI para
avaliar a situação em que deve agir e/ou para
escolher qual o comportamento poderá adotar.
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

No exercício do poder discricionário é dado ao


agente público utilizar critério de CONVENIÊNCIA e
OPORTUNIDADE para decidir QUANDO e COMO
deve agir.
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

CONVENIÊNCIA – juízo de análise da existência de


interesse publico que justifique a produção do ato
administrativo.
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

OPORTUNIDADE – o agente identifica a partir de que


instante o interesse público em questão (cuja
existência foi reconhecida no juízo de conveniência)
deve ser satisfeito.
PODER DISCRICIONÁRIO
___________________________________________

A doutrina assinala que também haverá


DISCRICIONARIEDADE quando a lei utiliza
conceitos jurídicos indeterminados e, no caso
concreto, o agente público se depara com
situações em que não existe a possibilidade de
estabelecer, com certeza, a ocorrência ou não do
enquadramento do fato ao conteúdo da norma.

Exemplos: “boa-fé”; “decoro”, “bons costumes”


PODER DISCRICIONÁRIO
___________________________________________________________
Em resumo, por essa corrente doutrinária a DISCRICIONARIEDADE
apareceria:

a) quando há margem de liberdade de atuação do agente


Ex: aplicar punição de suspensão que a lei prevê entre 30 a 60
dias

b) quando a lei usa conceitos indeterminados


Ex: remoção de magistrado por perda de prestígio
Art. 151. A pena de remoção compulsória será aplicada quando:
I – a permanência do Juiz de primeiro grau em sua sede jurisdicional
for prejudicial ao prestígio e ao bom funcionamento do Poder Judiciário;
II – o prestígio do magistrado e a prestação jurisdicional na comarca
estiverem comprometidos em razão de outros fatos que envolvam a
pessoa do Juiz de Direito.
PODER DISCRICIONÁRIO
___________________________________________
Outra parte da doutrina considera que diante de conceitos
indeterminados contidos na lei o agente público não age sob
DISCRICIONARIEDADE (exceto se a lei o permitir expressamente),
mas procede à mera interpretação. Veja o que diz a esse respeito Hely
Lopes:
“A discricionariedade só pode decorrer de atribuição da lei. Assim, a mera
existência dos chamados ‘conceitos indeterminados’ ou ‘imprecisos’,
porque não têm conteúdos inequívocos, a nosso ver, não gera
discricionariedade, mas necessidade de interpretação do conceito, a ser
feita especialmente fundada nos princípios da finalidade e da
razoabilidade. Assim, quando o texto legal usar conceitos indeterminados,
a discricionariedade somente poderá ser reconhecida se a lei também
autorizá-la”.
– MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41. ed., São
Paulo: Malheiros, 2015, p. 133-134.
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

Todo ato administrativo discricionário contém uma


parte vinculada.

Hely Lopes Meirelles diz que três requisitos do ato


administrativo são sempre vinculados:
 competência
 finalidade
 forma
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

Então, o poder discricionário está enraizado em dois


dos elementos (requisitos) do ato administrativo:

– o MOTIVO

– o OBJETO

traduz-se no que doutrinariamente se denomina


mérito administrativo.
Mapa mental
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

Existe uma tendência em se limitar o uso do poder


discricionário, em razão de arbitrariedades que são
cometidas no exercício deste poder.

O Judiciário, diante dos princípios da razoabilidade


(ou proibição de excesso) e proporcionalidade, pode
controlar o exercício deste poder discricionário,
declarando a ilegalidade de atuação que viole estes
princípios.
PODER DISCRICIONÁRIO
____________________________________________

DISCRICIONARIEDADE não se confunde com ARBITRARIEDADE.

A ação administrativa discricionária está dentro dos limites da lei,


enquanto a ação administrativa arbitrária se traduz em atuação
contrária ou excedente à lei.
PODER HIERÁRQUICO
___________________________________________

É aquele conferido ao agente público para


organizar a estrutura da Administração e fiscalizar
a atuação de seus subordinados.

Expressa-se na distribuição e orientação das


funções, na expedição de ordens e na revisão dos
atos dos demais agentes, numa relação de ampla
subordinação e coordenação.
PODER HIERÁRQUICO
___________________________________________

Superintendente

Diretor Diretor

Servidor Servidor Servidor


PODER HIERÁRQUICO
___________________________________________
Do exercício do poder hierárquico decorrem prerrogativas do
superior para o seu subordinado de:
a) dar ordens – que devem ser obedecidas, exceto quando
manifestamente ilegais;
b) fiscalizar – verificação e acompanhamento das tarefas
executadas pelos subordinados, corrigindo-as, se for o
caso;
c) delegar – repasse de atribuições administrativas de
responsabilidade do superior para o subalterno;
d) avocar – representa o sentido contrário da delegação, ou
seja, ocorre avocação quando o superior atrai para si a
tarefa de responsabilidade do subordinado;
e) rever – revisar os atos dos subordinados, de ofício ou
quando provocado, enquanto não for tal ato definitivo
(coisa julgada administrativa), ou caso ainda não tenha
gerado direito adquirido para o administrado. Por
consequência da revisão, o ato antes praticado poderá
ser modificado, anulado, convalidado ou revogado.
PODER HIERÁRQUICO
___________________________________________

Para Maria Sylvia, a edição de atos normativos de


efeitos internos (resolução, portaria, instrução),
com o objetivo de ordenar a atuação dos órgãos
subordinados, também é exercício do poder
hierárquico.
PODER HIERÁRQUICO
___________________________________________

ATENÇÃO: Subordinação é diferente de vinculação!

A subordinação é interna, decorre do poder


hierárquico. A vinculação é externa e se relaciona
com o princípio da tutela, sendo resultado do
controle finalístico que a Administração direta
exerce sobre a indireta.
PODER HIERÁRQUICO
___________________________________________

Existe hierarquia nos poderes judiciário e


legislativo?

Não há hierarquia quanto ao exercício das funções


institucionais típicas (julgar, legislar), mas existe
hierarquia quanto ao aspecto funcional da relação
de trabalho.
PODER HIERÁRQUICO
___________________________________________

É possível haver distribuição de competências entre


órgãos excluindo-se da subordinação hierárquica
determinadas atividades?

Para Maria Sylvia sim. Exemplo: órgãos consultivos,


que auxiliam tecnicamente os demais órgãos
administrativos e que, pela própria natureza da
atividade, não têm seu comportamento passível de
determinação por autoridade superior.

Os agentes que elaboram parecer ou respondem


consultas gozam de autonomia técnica para fazê-lo,
não podem ser obrigados a proferir determinado
entendimento por força de subordinação hierárquica.
PODER DISCIPLINAR
___________________________________________

É o poder conferido ao agente público para apuração de


faltas administrativas e aplicação de sanções, quando
cabíveis, aos demais agentes, dada a prática de uma infração
administrativa.

Também é considerado exercício do poder disciplinar a


apuração de faltas e punição às pessoas sujeitas à
disciplina da Administração, conforme os exemplos
da punição de particular contratado por execução
inadequada de contratos administrativos e a punição
de estudantes de escola pública.
PODER DISCIPLINAR
___________________________________________________________
Processo Administrativo Eletrônico DENGEP nº. 56/2020 – SEI n°.
0092367-11.2020.8.13.0000
Empresa Contratada: CONSTRUTORA ÚNICA LTDA.
Contrato n.º 081/2020
Objeto: obra de construção do novo prédio do fórum da comarca de
Martinho Campos-MG.
DECISÃO: Posto isto, adoto o Relatório Final da DENGEP (5059868) como
razão de decidir e, em estrita observância aos arts. 86 e 87 da Lei 8.666/93,
DECIDO pela tomada das seguintes providências em face à
CONSTRUTORA ÚNICA LTDA:
Aplicação de advertência, com base na Cláusula Quinquagésima Terceira,
alínea “a” do Contrato;
Aplicação de multa no valor de R$ 852,14 (oitocentos e cinquenta e
dois reais e quatorze centavos), pelo atraso apurado na 2ª medição, com
base na Cláusula Quinquagésima Sexta, alínea “b”, do Contrato nº
081/2020.
Deverá a DENGEP adotar todas as providências decorrentes desta Decisão.
podendo compensar o débito da empresa com créditos que ela possua junto
ao Tribunal à qualquer título, inclusive decorrentes de outro contrato.
Belo Horizonte, 23 de fevereiro de 2021.
Jair Francisco dos Santos
PODER DISCIPLINAR
___________________________________________

IMPORTANTE: As sanções aplicadas somente


poderão ser as de cunho ADMINISTRATIVO, por conta
de cometimento de faltas administrativas.
Exemplos: advertência, suspensão, demissão, etc.

Também, o ato decorrente do poder disciplinar deve ser


adequadamente motivado, assim como existe a
necessidade de que a apuração da falta ocorra com
observância do contraditório e ampla defesa.
PODER DISCIPLINAR
___________________________________________

PERCEBA: Em relação ao poder hierárquico, o poder


disciplinar é mais específico, direcionando-se
somente à atividade de punir ou não um agente público
por infração funcional, enquanto aquele é mais amplo,
dizendo respeito à organização, orientação e revisão de
atos.

São instrumentos do Poder Disciplinar:


* Sindicância;
* Processo Administrativo Disciplinar (PAD);
* Processo Administrativo Disciplinar Sumário (PAD
SUMÁRIO);
* Revisão
PODER DISCIPLINAR
___________________________________________

Por fim, NÃO SE DEVE CONFUNDIR poder


disciplinar com poder punitivo do Estado, que é
prerrogativa da função judicial e se relaciona aos
delitos tipificados nas leis penais.
PODER REGULAMENTAR
_________________________________________________________
Embora a atividade normativa caiba predominantemente ao
Legislativo, nele, por vezes, não se exaure, restando lacunas.
Isso porque, ao editar as leis, o Poder Legislativo nem sempre dita
todas as regras capazes de permitir que elas sejam
adequadamente executadas.
Então, cabe à Administração Pública (Poder Executivo) criar os
mecanismos de complementação das leis, indispensáveis a sua
efetiva aplicabilidade, o que se dá por meio de necessária
expedição de regulamentos e outros atos normativos de caráter
geral e de efeitos externos.

Esta é a base do Poder Regulamentar.


PODER REGULAMENTAR
___________________________________________

REGULAMENTO
ATIVIDADE
(norma geral e
LEGISLATIVA
abstrata)
TÍPICA

Ainda que, no exercício do poder regulamentar, a


Administração Pública edite normas para regular
situações de forma geral e abstrata, essa atuação NÃO
SE CONFUNDE com a atividade específica de legislar
(Poder Legislativo) conferida excepcionalmente ao
Poder Executivo como atividade política atípica pela
própria Constituição (Medidas Provisórias e Leis
Delegadas).
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________

Este poder tem sido entendido sob dois sentidos:

a) sentido amplo:

b) sentido estrito:
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________

Em sentido amplo será o poder conferido a AGENTES


PÚBLICOS (os mais diversos) para expedição de atos
normativos gerais e abstratos.

Os doutrinadores que lhe dão este sentido amplo o


chamam de poder normativo. (Di Pietro)

Aqui se incluem, além do decreto regulamentar, os


regimentos, as portarias, as resoluções, as instruções
normativas, deliberações, etc.
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________
CPC – art. 220

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias


compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por
lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria
Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão
suas atribuições durante o período previsto no caput .
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências
nem sessões de julgamento.

Portaria_Conjunta_da_Presidencia_1100_2020.pdf
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________

De outro lado, em sentido estrito será a prerrogativa


conferida apenas ao Chefe do Executivo para expedição
de decretos regulamentares.

Para a doutrina que acata este sentido, o poder seria


denominado poder regulamentar.

Poder NORMATIVO é gênero, do qual o poder


REGULAMENTAR é espécie.
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________

Pode-se conceituar o poder regulamentar, em sentido


estrito, como:

aquele atribuído aos chefes do Poder Executivo


(presidente, governadores, prefeitos) para veicular por
decreto regulamentos visando a complementar, explicitar
(detalhar, pormenorizar) a lei e permitir sua adequada e
fiel execução.
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________

Lei 8.213.doc
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________
Decreto 3.048.doc
PODER REGULAMENTAR
___________________________________________
A doutrina identifica duas espécies de regulamento:

I – REGULAMENTO EXECUTIVO: seve somente ao


propósito de complementar a lei; não pode inovar a
ordem jurídica, criando direitos, obrigações, proibições. É
norma de caráter secundário e submissa à norma
primária (a lei a que regulamenta).

II – REGULAMENTO AUTÔNOMO: também denominado


independente, norma de caráter primário e, pois, que tem
o poder de inovar a ordem jurídica, estabelecendo regras
sobre matérias não disciplinadas em lei.

Estes últimos se dividem em:


• EXTERNOS – normas dirigidas aos cidadãos em
geral;
• INTERNOS – relacionados à organização, competência
e funcionamento da Administração Pública.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________
CONCEITO:

De acordo com Maria Sylvia Zanela Di Pietro, o poder de


polícia é:

a atividade do Estado consistente em limitar o exercício


dos direitos individuais em benefício do interesse
coletivo.

É o poder conferido ao agente público para limitar,


restringir, frenar o direito de liberdade, propriedade e as
atividades das pessoas, ajustando-as ao interesse
coletivo.

Ex: fiscalização do trânsito; fixação e fiscalização de


normas sanitárias para funcionamento de um açougue ou
de limites do barulho produzido por casas noturnas.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

Para Celso Antônio Bandeira de Mello é a:

atividade da Administração Pública expressa em atos


normativos (não é lei, mas regulamento) ou concretos, de
condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e
na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos
indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora
preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos
particulares um dever de abstenção (“nom facere”), a fim
de conformar os comportamentos aos interesses sociais
consagrados no sistema normativo.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________
Celso Antônio acredita na essência negativa do poder de polícia,
pois este, em regra, pretenderia a abstenção do particular, um
nom facere no sentido de que o poder público não quer a prática
dos atos, sim evitar que situações sejam efetuadas de maneira
perigosa.

Ex: fazer exame de habilitação para motoristas evitaria


acidentes; a colocação de extintores de incêndio nos prédios
evitaria maiores riscos.

Para alguns autores, o poder de polícia será positivo quando


visar a garantir a obrigatoriedade de se atender à função social
da propriedade.

Embora o ordenamento jurídico brasileiro proteja o direito de


liberdade e de propriedade, há que se registrar que se a
liberdade e propriedade fossem ilimitadas haveria o caos,
valendo a lei do mais forte, situação inaceitável em um Estado
de direito. Assim, as pessoas cedem um pouco de sua liberdade
e propriedade em troca de segurança no exercício desses
mesmos direitos.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

IMPORTANTÍSSIMO

O poder de polícia limita, restringe, mas não


aniquila, não extingue um direito.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________
Art. 78 do Código Tributário Nacional:

Considera-se poder de polícia a atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais u coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do
poder de polícia quando desempenhado pelo órgão
competente nos limites da lei aplicável, com observância
do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________
FUNDAMENTOS:

O poder de polícia encontra seu fundamento:

A – NO DEVER QUE A ADMINISTRAÇÃO TEM DE


EXECUTAR AS LEIS, conforme determina o art. 23, I, da
CF/88:
“É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios: I – zelar pela guarda da
Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público; (...)”.

B – NA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O


PRIVADO.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

POLÍCIA ADMINISTRATIVA e POLÍCIA JUDICIÁRIA:

Polícia Administrativa Polícia Judiciária


Caráter, em geral, preventivo. Mas Caráter, em geral, repressivo.
pode ser repressivo ou
fiscalizador.
Exercida pelas autoridades Exercida pela polícia civil e militar.
administrativas e pelas polícias.

Art. 8º Compete à POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR:


a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos
à jurisdição militar, e sua autoria;
b) Prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério
Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos
processos, bem como realizar as diligências que por êles lhe forem
requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) (...)
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

POLÍCIA ADMINISTRATIVA e POLÍCIA JUDICIÁRIA:

Polícia Administrativa Polícia Judiciária


Caráter, em geral, preventivo. Mas Caráter, em geral, repressivo.
pode ser repressivo ou
fiscalizador.
Exercida pelas autoridades Exercida pela polícia civil e militar.
administrativas e pelas polícias.
Atua sobre bens, direitos e Atua sobre pessoas.
atividades.
Age sobre ilícitos administrativos. Age sobre ilícitos penais.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

MEIOS DE ATUAÇÃO:

O poder de polícia ou polícia administrativa atua por meio


de:

a) atos concretos: aqueles que têm um destinatário


específico. Ex: interdição de restaurante;

b) atos gerais: aqueles que atingem os administrados


indistintamente. Ex: proibição, por regulamento ou
portaria, de soltar balão em festa junina; proibição de
venda de bebidas alcoólicas à margem de rodovias.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

MEIOS DE ATUAÇÃO:

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, a manifestação do


poder de polícia pode se dar a partir de atos:

a) atos preventivos; b) atos fiscalizadores; c) Atos repressivos.


PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

MEIOS DE ATUAÇÃO:

a) atos preventivos: autorizações e licenças as quais a


Administração tem a competência de conceder ou não.
Ex: proibição de venda de remédios em supermercados;

b) atos fiscalizadores: inspeções, vistorias e exames


realizados pela Administração. Ex: fiscalização de pesos
e medidas;

c) atos repressivos: multas, embargos, interdições de


atividades e apreensões. Ex: fechamento de
estabelecimento por falta de condições de higiene.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________
LIMITES:

Além dos limites normais de qualquer ato administrativo,


quanto à competência, forma e finalidade e, até mesmo
relativamente ao motivo e objeto, que no caso do poder
de polícia há certa discricionariedade, alguns
doutrinadores ainda listam outros limites que devem ser
observados:
a) necessidade: a Administração só deve utilizar a medida
de polícia para evitar ameaças reais ou prováveis que
violem o interesse da coletividade;
b) proporcionalidade: necessário ponderar entre a
proteção ao interesse público e a limitação do direito de
liberdade e propriedade. Ex: não será lícito interditar toda
uma rede de supermercado, porque encontrada em
apenas uma loja alguns produtos com validade vencida;
c) eficácia: a medida a ser utilizada deve ser a mais
adequada, quantitativa e qualitativamente, para a tutela o
interesse público.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

ATRIBUTOS:

a) discricionariedade;

b) coercibilidade;

c) autoexecutoriedade.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________

COMPETÊNCIA:

O poder de polícia é exercido por todas as esferas da


federação – tanto direta quanto indireta – de acordo com
o princípio da predominância do interesse público (ADIn
2.327-SP – relator: Ministro Gilmar Mendes – DJU
22.08.2003).

• Assuntos de interesse nacional => competência da


União;
• Assuntos de interesse regional => competência dos
Estados;
• Assuntos de interesse local => competência do
município.

Hely Lopes –> a competência para o exercício do poder


de polícia guarda correlação com a competência para
legislar.
PODER DE POLÍCIA
___________________________________________
COMPETÊNCIA:

O poder de polícia é denominado:


I – originário quando exercido diretamente pelos entes
federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
por meio de suas respectivas administrações diretas;

II – delegado quando os entes federados outorgam por lei


poder de polícia a entidades de direito público integrantes
de sua administração indireta.

Mas (IMPORTANTÍSSIMO): o poder de polícia provém


privativamente da autoridade pública.

NÃO É PERMITIDA A DELEGAÇÃO DO PODER DE


POLÍCIA AO PARTICULAR NEM PRESTADORES DE
SERVIÇO.
*** Possível a delegação da parte executória do Poder de Polícia
ABUSO DE PODER
___________________________________________

O abuso de poder ocorre quando a autoridade,


embora competente para praticar o ato,
ultrapassa os limites de suas atribuições ou se
desvia das finalidades administrativas.

Hely Lopes Meirelles


ABUSO DE PODER
___________________________________________
O abuso de poder se mostra em duas espécies:

I – EXCESSO DE PODER: ocorre quando o agente público atua


fora dos limites de sua competência administrativa, invadindo
competências de outros agentes ou atuando fora da
competência que lhe foi delimitada legalmente. Ex: Presidente
da República institui imposto por meio de decreto.
O excesso de poder é um vício do ato administrativo no
elemento competência.

II – DESVIO DE PODER OU DESVIO DE FINALIDADE: ocorre


quando o agente público atua no limite de sua competência,
mas com finalidade diversa da determinada pela lei. Ex:
desapropriação de imóvel de desafeto político com o fim de
prejudica-lo; remoção de ofício de servidor para puni-lo.
No caso do desvio de poder o vício do ato administrativo está
no elemento finalidade.
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

É por meio do agente público que o Estado se faz


presente, seja este agente uma alta autoridade ou
alguém que exerce uma função subalterna.
Então, pode-se dizer que AGENTE PÚBLICO é
toda pessoa física (pessoa natural) que presta
alguma atividade em prol do objetivo do Estado.
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

 
Agente público é toda pessoa física que
presta serviços ao Estado e às pessoas
jurídicas da Administração Pública
Indireta.

(Maria Sylvia Zanela Di Pietro)


AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

Esta expressão – agentes públicos – é a mais


ampla que se pode conceber para designar
genericamente e indistintamente os sujeitos
que servem ao Poder Público como
instrumentos expressivos de sua vontade ou
ação, ainda quando o façam apenas
ocasional ou episodicamente.

(Celso Antônio Bandeira de Melo)


AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

Agentes públicos são “todos aqueles que


exercem função pública, ainda que em
caráter temporário ou sem remuneração

(Alexandre Mazza)
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

Art. 327 do Código Penal:


Considera-se funcionário público, para efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem
exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada
para a execução de atividade típica da
Administração Pública (Lei 9.983/2000).
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

Lei 13.460, de 26.06.2017:


Art. 2o  Para os fins desta Lei, consideram-se: 
I - usuário - pessoa física ou jurídica que se beneficia ou utiliza, efetiva ou
potencialmente, de serviço público; 
II - serviço público - atividade administrativa ou de prestação direta ou
indireta de bens ou serviços à população, exercida por órgão ou entidade
da administração pública; 
III - administração pública - órgão ou entidade integrante da
administração pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, a Advocacia Pública e a Defensoria
Pública; 
IV - agente público - quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil ou militar, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração; e
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

Lei 8.429/92 – Lei de improbidade administrativa

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente


público o agente político, o servidor público e todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades referidas no art. 1º desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO

Agentes públicos são todas as pessoas


que, de forma definitiva ou transitória,
remuneradas ou não, servem ao Poder
Público como instrumento de sua
vontade.

(Flávia Cristina Moura de Andrade)


AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

1 – TEORIA DO MANDATO

A relação entre o Estado e seus agentes


públicos teria por base o contrato de
mandato.
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

Código Civil – art. 653:


Opera-se o mandato quando alguém recebe
de outrem poderes para, em seu nome,
praticar atos ou administrar interesses.
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

Constituição Federal – art. 37, § 6º:


As pessoas jurídicas de direito público e as
de direito privado prestadoras de serviço
público responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado ...
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

Essa TEORIA DO MANDATO não é aceita:


1 – pela impossibilidade de o Estado, que
não possui vontade própria, outorgar
mandato;
2 – porque não resolve importante questão
relativa à responsabilidade do Estado
perante terceiros quando o mandatário age
com excesso de poderes.
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

2 – TEORIA DA REPRESENTAÇÃO

O agente público seria uma espécie de tutor


do Estado, representando-o na prática de
atos.
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

A TEORIA DA REPRESENTAÇÃO é recusada


pela doutrina moderna porque:
1 – não é possível equiparar pessoa jurídica
a um incapaz;
2 – também padece do defeito de não
justificar a responsabilidade do Estado em
caso de excesso de representação.
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

3 – TEORIA DO ÓRGÃO (ou da IMPUTAÇÃO)

Estabelece que todo ato expedido por agente


público deve ser IMPUTADO diretamente à
Administração Pública.
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

3 – TEORIA DO ÓRGÃO (ou da IMPUTAÇÃO)

IMPUTAR significa: atribuir (a alguém) a


responsabilidade por algo (Dicionário
Aurélio).
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

3 – TEORIA DO ÓRGÃO (ou da IMPUTAÇÃO)

Maria Sylvia sustenta que essa teoria permite


justificar a validade dos atos praticados por
funcionários de fato, que possui aparência
de ato jurídico legítimo e é praticado por
alguém que se deve presumir agente público.
AGENTES PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO
COM O ESTADO

FUNCIONÁRIO DE FATO – AGENTE


PUTATIVO (exercício de fato):
Aquele que exerce cargo, emprego ou
função, mediante investidura que possua
alguma irregularidade ou ilegalidade.
APARÊNCIA DE LEGALIDADE.

USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (art. 328


CP): O exercício de cargo, emprego ou
função pública, sem a devida investidura.
MÁ-FÉ (DOLO).
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CAUTELAR. TRÂNSITO.
IRREGULARIDADE NA INVESTIDURA NO CARGO QUE
NÃO CONTAMINA OS ATOS PRATICADOS PELO
AGENTE.
Segundo a teoria do “funcionário de fato” o vício
atinente à investidura no cargo não gera nulidade
dos atos praticados pelo agente, quando a
situação é de aparente legalidade. Incidência dos
princípios da segurança jurídica e da boa-fé dos
administrados. Precedente do STF e desta Corte.
Adequado indeferimento da petição inicial. APELAÇÃO
DESPROVIDA.
(Apelação Cível Nº 70054987276, Segunda Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Almir Porto
da Rocha Filho, Julgado em 10/07/2013)
AGENTES PÚBLICOS
CLASSIFICAÇÃO
__________________________________________________________
Os agentes públicos podem ser divididos em classes específicas ou
categorias que os agrupam segundo suas características similares e
predominantes:
1 – AGENTES POLÍTICOS: aqueles a quem se atribui o exercício das
funções constitucionais; são titulares de cargos estruturais; possuem
vínculo político;
2 – SERVIDORES ESTATAIS ou SERVIDORES PÚBLICOS LATO SENSU:
encerram a ideia de execução administrativa.
a) servidores estatutários;
b) empregados públicos;
c) servidores temporários;
(d – servidores das pessoas governamentais de direito privado =
atuam na Administração Indireta – empresas públicas, sociedade
de economia mista e fundação pública de direito privado – não
são considerados servidores públicos, mas equiparam-se a eles
em alguns aspectos – concurso, acumulação, teto remuneratório,
improbidade, art. 327)
3 – SERVIDORES MILITARES: exercem atividade de segurança e se
estruturam na hierarquia e disciplina.
4 – PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O ESTADO: atuam por
delegação (jurados, mesários, notários) e também por voluntariedade.
AGENTES
POLÍTICOS

AGENTES
PÚBLICOS
(CLASSIFICAÇÃO)
AGENTES POLÍTICOS

São aquelas pessoas detentoras do poder/dever


de estabelecer os rumos políticos da nação.

“Agentes políticos são aqueles aos quais


incumbe a execução das diretrizes traçadas pelo
Poder Publico. São estes agentes que desenham
os destinos fundamentais do Estado e que criam
as estratégias políticas por eles consideradas
necessárias e convenientes para que o Estado
atinja os seus fins”.
(José dos Santos Carvalho Filho)
AGENTES POLÍTICOS

“Os agentes políticos exercem funções


governamentais, judiciais e quase judiciais,
elaborando normas legais. Conduzindo os
negócios públicos. Decidindo e atuando com
independência nos assuntos de sua competência.
São as autoridades públicas supremas do
Governo e da Administração na área de atuação,
pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se
apenas aos graus e limites constitucionais e
legais de jurisdição”.
(Hely Lopes Meirelles).
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________

Quanto à consideração de quem seja agente político,


NÃO HÁ CONSENSO NA DOUTRINA.
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________
A corrente ampliativa, minoritária (Di Pietro, Hely
Lopes, Edmur Ferreira de Faria), considera agentes
políticos:
 os Membros do Poder Executivo – o Chefe do Poder
Executivo (Presidente da República, Governadores,
Prefeitos, com os respectivos vices) e seus auxiliares
imediatos (Ministros de Estado e Secretários Estaduais e
Municipais);
 Membros do Poder Legislativo – Senadores, Deputados
(Federais, Estaduais e Distritais|) e Vereadores;
 Membros do Poder Judiciário – Magistrados (Juízes,
Desembargadores, Ministros de Tribunais Superiores);
 Membros do Ministério Público (Procuradores, Promotores);
 Membros dos Tribunais de Contas (Ministros, Conselheiros);
 Representantes Diplomáticos (Diplomatas).
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________
Para a corrente restritiva, majoritária (Celso Antônio,
Gasparini, José dos Santos, Alexandre Mazza):

“São agentes políticos apenas o Presidente da


República, os Governadores, os Prefeitos e
respectivos vices, os auxiliares imediatos dos
Chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários
das diversas Pastas, bem como os Senadores,
Deputados federais e estaduais e os Vereadores.”

(Celso Antônio Bandeira de Mello – Curso de Direito Administrativo – 32 ed. 2015, p. 254).
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________
José dos Santos Carvalho Filho (Manual de Direito
Administrativo, 28 ed., pp. 612/613) é taxativo:

“Alguns autores dão sentido mais amplo a essa


categoria, incluindo Magistrados, membros do
Ministério Público e membros dos Tribunais de
Contas. Com a devida vênia a tais estudiosos,
parece-nos que o que caracteriza o agente político
não é o só fato de serem mencionados na
Constituição, mas sim o de exercerem efetivamente
(e não eventualmente) função política, de governo e
administração, de comando e, sobretudo, de fixação
das estratégias de ação, ou seja, aos agentes
políticos é que cabe realmente traçar os destinos do
país.”
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________

A corrente restritiva (Celso Antônio, Gasparini, José


dos Santos, Alexandre Mazza) considera agentes
políticos apenas:
 os Membros do Poder Executivo – o Chefe do Poder
Executivo (Presidente da República, Governadores,
Prefeitos, com os respectivos vices) e seus auxiliares
imediatos (Ministros de Estado e Secretários Estaduais e
Municipais);
 Membros do Poder Legislativo – Senadores, Deputados
(Federais, Estaduais e Distritais|) e Vereadores;
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________
E Alexandre Mazza (Manual de Direito
Administrativo, 5ª ed., 2015, p. 612/613) ao se referir
ao fato de Hely Lopes, adotando posicionamento
minoritário incluir os magistrados e os membros do
Ministério Público entre os agentes políticos, ao
argumento de que eles também exercem uma
parcela da soberania estatal, ADVERTE:

“Tal entendimento, entretanto, raramente é adotado


em provas e concursos públicos. A categoria dos
magistrados e a dos membros do Ministério Público
ficam mais bem alocadas entre os servidores
estatutários vitalícios.”
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________
EMENTA: Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação
reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2.
Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não
tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os
magistrados enquadram-se na espécie agente político,
investidos para o exercício de atribuições constitucionais,
sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de
suas funções, com prerrogativas próprias e legislação
específica. 3. Ação que deveria ter sido ajuizada contra a Fazenda
Estadual – responsável eventual pelos alegados danos causados
pela autoridade judicial, ao exercer suas atribuições –, a qual,
posteriormente, terá assegurado o direito de regresso contra o
magistrado responsável, nas hipóteses de dolo ou culpa. 4.
Legitimidade passiva reservada ao Estado. Ausência de
responsabilidade concorrente em face dos eventuais prejuízos
causados a terceiros pela autoridade julgadora no exercício de suas
funções, a teor do art. 37, § 6º, da CF/88. 5. Recurso extraordinário
conhecido e provido (RE 228977/SP, STF – Segunda Turma, Rel.
Min. Néri da Silveira, julgamento: 05.03.2002, DJ: 12.04.2002).
AGENTES POLÍTICOS
_____________________________________________
EMENTA: (...)

Os magistrados enquadram-se na espécie agente político,


investidos para o exercício de atribuições constitucionais,
sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de
suas funções, com prerrogativas próprias e legislação
específica.
AGENTES
POLÍTICOS

AGENTES
PÚBLICOS
(CLASSIFICAÇÃO)
SERVIDORES ESTATAIS
____________________________________________

Também chamados de AGENTES ADMINISTRATIVOS (Edimur F. de Faria)


São aqueles que possuem relação de trabalho profissional e não
eventual com o Estado. Atuam junto ao ente político (União,
Estados, Distrito Federal e Município) e às demais pessoas
jurídicas de direito público (autarquias e fundações). (Celso Antônio)

A referência à expressão “não eventual” não impede a existência


dos servidores estatais temporários, porque se trata de uma
exceção à regra.
CARGO PÚBLICO
____________________________________________
É conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser acometidas a um servidor público. (Art. 3º Lei
8112/90)
“A mais simples e indivisível unidade de competência expressada por um
agente” (JSCF).

 um lugar na organização funcional da Administração Pública, de direito


público;
 submete-se a regime ESTATUTÁRIO ou institucional, não contratual,
definido por lei;
CARGO PÚBLICO
____________________________________________
É conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser acometidas a um servidor público. (Art. 3º Lei
8112/90)
“A mais simples e indivisível unidade de competência expressada por um
agente” (JSCF).

 um lugar na organização funcional da Administração Pública, de direito


público;
 submete-se a regime ESTATUTÁRIO ou institucional, não contratual,
definido por lei;
 criação e extinção realizados por lei (art. 48, X, CF/88), salvo exceções
 criação com número certo, denominação própria e remuneração
correspondente
 CARGO EFETIVO: ocupado por servidor concursado
 CARGO EM COMISSÃO: ocupado por pessoa de confiança do
administrador público, não se submete a concurso público, mas
tem limite de ocupação por pessoas da própria administração
 CARGO VITALÍCIO: o desligamento do cargo só pode ocorrer por
decisão judicial
 CARGO ISOLADO: quando não houver mais de uma classe que
permita promoção
 CARGO DE CARREIRA: quadro componente de uma série de
classes, permitindo-se a promoção.
LEI COMPLEMENTAR Nº 110, DE 30 DE JUNHO DE 2006.
Dispõe sobre a criação de cargos de provimento efetivo no quadro de
pessoal da Prefeitura da Estância Turística de Santa Fé do Sul e dá outras
providências.
Itamar Borges, Prefeito da Estância Turística de Santa Fé do Sul,
Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,
Faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e
promulga a seguinte lei,
Art. 1º - Fica criado no quadro de pessoal da Prefeitura da Estância
Turística Santa Fé do Sul e passa a integrar o Anexo 1 da Lei
Complementar nº 81, de 17 de dezembro de 2002, cargo público de
provimento efetivo, conforme segue especificado no Anexo “A” da presente
lei.
Art. 2º - Integra o Anexo 7 da Lei Complementar n.º 81, de 17 de dezembro
2002, a descrição de cargo público de provimento efetivo, constantes no
Anexo “B” esta lei.
Art. 3º - As despesas decorrentes da execução desta lei, serão atendidas
por conta das dotações próprias consignadas no orçamento vigente,
suplementadas, se
necessário.
Art. 4º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Prefeitura da Estância Turística de Santa Fé do Sul, 30 de junho de 2006.
Itamar Borges Prefeito
Registrada em livro próprio e publicada por afixação no local de costume,
na mesma data.
Paulo Rogério Gonçalves da Silva – Secretário de Administração
ANEXO A
CARGO PÚBLICO DE PROVIMENTO EFETIVO

Quantidade Denominação Padrão Requisitos para Preenchimento


02 Administrador de Rede 18-A Curso superior completo na área de Tecnologia em
Processamento de Dados ou Sistema de Informação,
ou Engenharia da Computação, com conhecimentos
específicos na área.

ANEXO B
DESCRIÇÃO DE CARGOS
2 - GRUPO OCUPACIONAL: TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR
DENOMINAÇÃO: ADMINISTRADOR DE REDE
DESCRIÇÃO SUMÁRIA: Administra ambiente computacional, definindo parâmetros de utilização de
sistemas, implantando e documentando rotinas e projetos e controlando os níveis de serviço de
sistemas operacionais, banco de dados e redes. Fornece suporte técnico no uso de equipamentos e
programas computacionais e no desenvolvimento de ferramentas e aplicativos de apoio para
usuários, orienta na criação de banco de dados de sistemas de informações geográficas, configura e
instala recursos e sistemas computacionais, gerencia a segurança do ambiente computacional.
FORMA DE PROVIMENTO: Concurso Público.
EMPREGO PÚBLICO
____________________________________________

Assim como o cargo, é conjunto de atribuições e responsabilidades previstas


na estrutura organizacional que devem ser acometidas a um EMPREGADO
PÚBLICO.

É uma terminologia utilizada para identificar uma relação funcional de


emprego – DISTINGUE-SE do cargo pelo regime adotado, que é CELETISTA –
RELAÇÃO CONTRATUAL – acrescida de algumas particularidades
(INFLUÊNCIAS DO REGIME PÚBLICO): concurso público – art. 37,XVII;
necessidade de redução do quadro no caso de excesso de despesas – art.
169; demissão por insuficiência de desempenho apurada em processo
administrativo – art. 41, III.
FUNÇÃO PÚBLICA
____________________________________________

CONJUNTO DE ATRIBUIÇÕES ao qual não está vinculado um cargo público


ou um emprego público – CONCEITO RESIDUAL (Flávia Cristina Moura
Andrade): não é cargo, não é emprego = função pública.

 FUNÇÃO EXERCIDA POR SERVIDORES CONTRATADOS


TEMPORARIAMENTE (art. 37, IX, CF/88)
 FUNÇÃO DE CONFIANÇA (art. 37, V): destina-se apenas às atribuições de
DIREÇÃO, CHEFIA e ASSESSORAMENTO (só pode ser ocupada por quem
possui cargo efetivo).
AGENTES
POLÍTICOS SERVIDORES PÚBLICOS
- titulares de cargo público -
estatutários
EMPREGADOS PÚBLICOS
- titulares de emprego
público - celetistas
SERVIDORES SERVIDORES TEMPORÁRIOS
ESTATAIS - Exercentes de função
AGENTES pública – regime
PÚBLICOS administrativo especial
(CLASSIFICAÇÃO)
(SERVIDORES DE ENTIDADES
GOVERNAMENTAIS DE DIREITO
PRIVADO – empregados – celetista)

Você também pode gostar