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MÓDULO III
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO III
DIREITO ADMINISTRATIVO
Poder de Polícia
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Poder de Polícia
1. CONCEITO
2. ABRANGÊNCIA
Ato geral é aquele ato que não tem um destinatário específico, normalmente de
cunho normativo, a exemplo do ato que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores,
aplicável a todos os estabelecimentos comerciais. Por sua vez, ato individual é aquele que
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DIREITO ADMINISTRATIVO
3.LIMITE
Para que o exercício do poder de polícia pela Administração seja considerado legal,
o ordenamento houve por bem determinar limites, ou quando menos, determinar critérios
de limitação para as diversas esferas do Poder Público, decorrência de nosso sistema
federativo.
Com efeito, de acordo com as lições de Hely, a polícia administrativa incide sobre
bens, direitos, interesses e atividades da população, difunde-se por toda a Administração e
visa garantir todos os interesses explicitados em sua definição legal, constante do Código
Tributário Nacional. Cabe à polícia judiciária a apuração de infrações penais e sua autoria;
sua competência é de órgãos determinados, a exemplo das polícias civis e da polícia
federal, e é considerada como órgão auxiliar do Poder Judiciário. Por fim, a polícia de
manutenção da ordem pública, ou polícia ostensiva, tem caráter eminentemente preventivo
e ostensivo, além de ser da competência de órgãos militares.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
4. CARACTERÍSTICAS (ATRIBUTOS)
a) Atributos gerais
b) Atributos específicos
Observações importantes:
• Ressalte-se que não se deve confundir poder de polícia com atividade policial
ou polícia judiciária, de acordo com a acepção comum do termo.
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DIREITO CIVIL
Pessoas Jurídicas e Bens
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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
1.1. Conceito
A necessidade cada vez maior de circulação de riquezas para a sociedade, como
fator de desenvolvimento coletivo, social, econômico e tecnológico, fez com que se
desenvolvessem em nossa sociedade grupos afins de atuação conjunta na busca de
objetivos, quando menos, semelhantes. Assim ocorreu com as corporações de ofício que,
ao lado dos feudos da Idade Média, transformaram não só as práticas comerciais da época,
mas todo o direito comercial, sendo considerados verdadeiros embriões das revoluções
industriais e comerciais posteriores. Todavia, ante a necessidade crescente de agilidade nas
negociações operadas por entes coletivos, bem como a necessidade de resguardo ante aos
atos por estes praticados, são criadas as pessoas jurídicas, objeto deste estudo, abaixo
conceituadas.
realidade objetiva, estabelecida por Gierke e Zitelmann, adotada também por Pontes de
Miranda, é a famosa teoria orgânica, pois são pessoa presentadas por órgãos e
representadas por pessoas que compõem os órgãos. Os órgãos são a expressão da vontade
da pessoa jurídica. As pessoas jurídicas são uma realidade, com vida própria e com
existência distinta das de seus membros. Segundo a teoria da realidade técnica o homem
amplia os seus meios de ação e assegura o mais eficaz possível o nível de desenvolvimento
da atividade humana. Já a teoria de Hauriou determina que a pessoa jurídica é uma
instituição que cria um vínculo social, unindo os indivíduos que visam ao mesmo fim. No
momento em que a instituição alcança certo grau de organização e automatização torna-se
pessoa jurídica.
Por meio dessa teoria, é permitido ao juiz, em casos de má-fé, fraude, abusos, atos
de insolvência, falência e extinção de atividades em caso de má-administração, etc.,
desconsiderar a regra do artigo 20 para permitir a penhora dos bens particulares dos sócios,
sem, todavia, extinguir a pessoa jurídica ou ainda interferir em sua administração, o que se
considera bem menos lesivo a esta, notadamente em razão de um de seus princípios
basilares, a saber, o de sua preservação. Assim, se ficar provado que os sócios agiram
inescrupulosamente para lesionar terceiros, o juiz poderá desconsiderar a pessoa jurídica,
passando a enxergar os sócios como pessoas com personalidades próprias.
Cumpre registrar que esta teoria teve origem no direito anglo-saxão, com o nome de
disregard of the legal entity, posteriormente difundida no direito norte-americano, onde
recebeu o nome de lifting of the corporate veil, entre outros países como Espanha e
Argentina. No Brasil
era adotada por meio de analogia ao artigo 135 do Código Tributário Nacional até a edição
de leis como o Código de Defesa do Consumidor (artigo 28), Lei de infrações à Ordem
econômica (artigo18) e a Lei dos crimes praticados contra o Meio Ambiente (artigo 4.º).
Em que pese à previsão de aplicação, em sede contratual, somente no Código de Defesa do
Consumidor, poder-se-á aplicá-la, por analogia, inclusive para contratos não regidos por
este.
Por fim, o Código Civil prevê, em seu artigo 50, a teoria da desconsideração, que
adota não somente atos objetivamente reveladores de utilização ilícita da pessoa jurídica,
mas também atos subjetivamente apreciáveis, a exemplo da confusão patrimonial,
seguindo orientação de juristas do jaez de Fábio Konder Comparatto.
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DIREITO CIVIL
Sendo uma associação, que tem por natureza a inexistência de fins lucrativos, deve-
se elaborar um Estatuto como ato constitutivo. Se a pessoa jurídica tiver fins lucrativos,
seja uma sociedade civil ou comercial, elabora-se um Contrato Social como ato
constitutivo. As fundações possuem como ato constitutivo o testamento ou a escritura
pública.
Somente a partir do registro a pessoa jurídica passa a ter existência legal. O artigo
45 do Código Civil dispõe que a existência legal da pessoa jurídica começa com o registro
dos seus atos constitutivos. Esses atos deverão ser registrados no Cartório do Registro Civil
das Pessoas Jurídicas. No caso de sociedade comercial, porém, o contrato social deverá ser
registrado na Junta Comercial. Uma sociedade de advogados terá seu registro na subseção
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DIREITO CIVIL
da Ordem dos Advogados do Brasil mais próxima. Para a maioria das pessoas jurídicas
basta o registro para que elas tenham existência legal.
Enquanto o ato constitutivo não for registrado, a pessoa jurídica não passa de uma
mera sociedade de fato. O artigo 20, § 2.º, do Código Civil de 1916 dispunha que a
sociedade de fato não tem legitimidade ativa, mas tem legitimidade passiva. Tal disposição
restou derrogada em razão do texto do artigo 12, inciso VII, do Código de Processo Civil
que deu legitimidade tanto ativa quanto passiva, no aspecto processual, às sociedades de
fato.
c) Autorização do governo
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DIREITO CIVIL
b) Fundações
As fundações poderiam ser comparadas às sociedades civis, no entanto não têm fins
lucrativos. Sendo um patrimônio destinado a um determinado fim, esse objetivo é
determinado pelo seu instituidor, ou seja, o dono do patrimônio é quem vai determinar a
finalidade da fundação.
Associações
Corporações: Civis
Universitas personarum
Sociedades
Pessoas Comerciais
Jurídicas:
Fundações:
Universitas bonorum
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DIREITO CIVIL
• 2.ª fase – elaboração dos estatutos: pode ser elaboração própria ou elaboração
fiduciária. A elaboração própria se dá quando o instituidor elabora pessoalmente
o estatuto. A elaboração fiduciária é a modalidade de elaboração em que esta fica
a cargo de alguém de confiança do instituidor. O Código de Processo Civil, em
seu último capítulo, dedica uma grande importância ao Ministério Público,
quanto à sua atuação junto às fundações. Determina a lei que o Ministério
Público tem o dever de fiscalizar, ingressar com ação para destituir a diretoria e
até extinguir a fundação, em caso de ilicitude de seu objeto. O artigo 1.202 do
Código de Processo Civil dispõe que, se a pessoa que ficou encarregada da
elaboração dos estatutos não a fizer dentro de 6 meses, esta elaboração ficará a
cargo do Ministério Público, passando por uma apreciação do juiz. A mesma
disposição está presente no artigo 65, parágrafo único, do Código Civil,
conferindo 180 dias para que o Ministério Público passe a ter a incumbência de
elaborar o estatuto, quando o estatuto não for elaborado no prazo assinalado pelo
instituidor.
• 3.ª fase – aprovação dos estatutos: em geral, sendo elaborados pelo próprio
instituidor ou pela pessoa de sua confiança, os estatutos passarão pela aprovação
do Ministério Público. Caso o Ministério Público não os aprove, poderão passar
pela apreciação do Juiz da comarca, de forma subsidiária, para que seja pelo
magistrado suprida a aprovação do Ministério Público (artigo 65 do Código
Civil). Sendo os estatutos, entretanto, elaborados pelo Ministério Público,
deverão, sempre, passar pela aprovação do juiz (artigo 1202 do Código de
Processo Civil);
• 4.ª fase – registro: após vencidas todas as fases anteriores, a fundação deverá ser
registrada no Cartório do Registro das Pessoas Jurídicas.
O artigo 554 do Código Civil estabelece a caducidade para os bens doados para a
constituição de uma fundação se esta não tiver sido registrada até dois anos da lavratura da
escritura de doação. Portanto, o prazo máximo entre a dotação através da escritura de
doação e o registro, podendo ser aplicada a regra analógica para a morte do testador até o
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DIREITO CIVIL
registro, o prazo máximo de dois anos. Caso nesse prazo não haja o registro, o bem volta
ao doador ou é repassado aos herdeiros, no caso de testamento, responsabilizando-se
aquele que deu causa à decadência de direito.
Havendo necessidade de alteração dos estatutos, esta alteração não poderá contrariar
a finalidade da fundação, devendo ser aprovada por 2/3 dos componentes para gerir e
representar a fundação, passando a seguir pela aprovação do Órgão do Ministério Público.
• quando vencer o prazo de sua duração (entretanto é raro, tendo em vista que
normalmente não se dispõe prazo de duração);
As pessoas jurídicas de Direito Público se subdividem, por sua vez, de acordo com
seus objetivos e extensão de sua área de atuação. São elas:
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DIREITO CIVIL
expressão “The King do not wrong”. No Brasil essa fase terminou somente com a
edição do Código Civil vigente, em 1916;
• Teoria do Risco Integral: é muito rigorosa para com o Estado. Parte do princípio
de que o Estado teria assumido integralmente todos os riscos dos danos que os
particulares sofressem por conta dos serviços públicos. Não admite qualquer
escusa por parte do Estado, nem mesmo a alegação de caso fortuito ou força
maior. Por essa rigidez, ela não foi acolhida pelo sistema jurídico brasileiro, ao
menos em regra. Registra-se que, para determinada parcela da doutrina, essa
modalidade de risco é adotada pelo ordenamento para fins de responsabilização
do Estado, decorrente de atividades nucleares por este praticadas, em razão de
sua notória periculosidade.
contrário do doutrinador Celso Antonio Bandeira de Melo, para quem os atos omissivos da
administração dependem da demonstração de culpa, pelo lesado, para que se possibilite a
indenização. Por fim, em casos de culpa concorrente da vítima, a indenização será reduzida
pela metade.
O artigo 37, § 6.º, da Constituição permite que o Estado mova uma ação regressiva
contra o funcionário, ou seja, se o Estado vier a ser condenado por culpa de seu
funcionário, terá direito a uma ação regressiva contra este. A responsabilidade do
funcionário nesse caso, entretanto, é subjetiva, ou seja, depende de prova, pelo Estado, de
culpa na atuação do funcionário contra o qual se pretende o regresso.
Sempre que alguém tiver direito a uma ação regressiva contra outra pessoa, poderá
utilizar-se da denunciação da lide, de forma a agilizar a indenização possível pelo direito
de regresso, atendendo assim, ao princípio da economia processual (artigo 70, inciso III, do
Código de Processo Civil). Assim, caso o Estado tenha direito à ação regressiva contra o
funcionário, poder-se-ia vislumbrar a possibilidade de o Estado denunciá-lo da lide quando
da apresentação da contestação. A lide principal será aquela que a vítima move contra o
Estado e a lide secundária será aquela que o Estado requer o regresso ao funcionário.
Nesses casos, o Juiz deverá, em uma única sentença, decidir as duas ações. O juiz,
entretanto, poderá julgar procedente a lide principal e improcedente a lide secundária, caso
o Estado não demonstre a culpa do funcionário.
Existe uma corrente doutrinária e jurisprudencial que entende não ser possível
denunciar da lide ao funcionário público, em razão da diversidade de formas de
responsabilização, causando conseqüentemente um atraso injustificado da lide principal,
em que o lesionado requer indenização estatal. Assim, nesses casos, a denunciação da lide
deveria ser indeferida, tendo em vista que a responsabilidade do Estado é objetiva e a do
funcionário é subjetiva, havendo necessidade de demonstração de culpa. Essa mesma
corrente também alega que não haveria sentido a denunciação da lide, tendo em vista o
antagonismo, ou seja, o Estado contestar alegando culpa exclusiva da vítima e denunciar a
lide alegando que a culpa foi de seu funcionário.
É possível que a vítima mova uma ação contra o funcionário e não contra o Estado.
A vantagem é que a execução seria mais rápida, no entanto a vítima teria que demonstrar a
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culpa, tendo em vista que a responsabilidade do funcionário é subjetiva, além de arcar com
os riscos da insolvência do agente causador do dano.
2. DOS BENS
2.1. Conceito
Considera-se bem tudo aquilo que existe no universo e que é útil ao homem. Há uma
distinção entre bem e coisa. Bem é gênero e coisa é espécie. Somente são chamados de
coisa aqueles bens que podem ser apreendidos pelo homem (bens corpóreos) e que têm
valor econômico. Registra-se na doutrina divergência a respeito da conceituação de bem e
coisa. Assim, Sílvio Rodrigues, diversamente da maioria, entende coisa como gênero, e
bem como espécie.
Há uma classificação que não consta do Código Civil, mas que é adotada pela
doutrina, porque trazida desde o Direito Romano: bens corpóreos e bens incorpóreos. Bens
corpóreos são os que têm existência material, a exemplo de uma cadeira, de um livro etc.
Bens incorpóreos são os que têm existência abstrata somente, a exemplo de créditos,
direitos de autor, direito à sucessão aberta etc. Existem algumas expressões sobre os bens
que eram utilizadas no Direito Romano e passaram a ser utilizadas até hoje:
• res nullis (é a coisa de ninguém, que existe no universo, mas não pertence a
ninguém, como peixes e animais selvagens);
a) Bens imóveis
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DIREITO CIVIL
São os que não podem ser transportados sem destruição de um lugar para outro. No
artigos 79 e 80, o Código Civil classifica os bens imóveis em:
• Bens imóveis por acessão industrial (artificial): é definido como tudo aquilo que
resulta do trabalho do homem, tornando-se permanentemente incorporado ao
solo. São as construções e as plantações.
• Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que somente são
imóveis porque o legislador resolveu enquadrá-los como tal, para que se
possibilite, em regra, maior segurança jurídica nas relações que os envolvam.
Podemos citar o direito à sucessão aberta, ainda que o acervo seja composto
única e exclusivamente de bens móveis; os direitos reais sobre imóveis e as
ações que o asseguram; as apólices da dívida pública, quando oneradas com
cláusula de inalienabilidade.
b) Bens móveis
• Bens móveis por natureza: são bens móveis por natureza não só aqueles que têm
movimento próprio, como também aqueles que não têm movimento próprio.
Subdividem-se em bens móveis propriamente ditos (aqueles que não têm
movimento próprio) e bens semoventes (aqueles que têm movimento próprio).
• Bens móveis por antecipação: aqueles bens imóveis que têm uma finalidade
última como móvel. Assim, mesmo temporariamente imóveis não perdem o
caráter de bem móvel, em razão de sua finalidade, a exemplo das árvores
plantadas para corte.
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DIREITO CIVIL
• Bens móveis por determinação legal: são alguns bens que a lei considera móveis
por determinação legal, e conseqüentemente, aplicando as disposições sobre
bens móveis nas relações que os envolvam. São eles: Os direitos reais sobre
objetos móveis e respectivas ações; os direitos de obrigação, e respectivas ações;
além dos direitos do autor.
A lei permite, por exceção, que navios e aviões, que são bens móveis, sejam dados
em hipoteca, todavia, sem perder a característica de bens móveis.
O artigo 85 do Código Civil aplica essa classificação apenas aos bens móveis. São
bens fungíveis aqueles bens móveis que podem ser substituídos por outros da mesma
espécie, natureza e qualidade. Com efeito, certos bens são infungíveis porque possuem
características especiais que os tornam distintos de outros da mesma espécie e qualidade,
não permitindo, destarte, a sua substituição.
São divisíveis as coisas que podem ser partidas em porções distintas, formando,
cada porção, um todo perfeito. Assim, o bem é divisível quando cada porção continua com
as características do todo.
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DIREITO CIVIL
• Bem indivisível por natureza: é aquele que, se for dividido, perde a característica do
todo, a exemplo de um animal.
• Bem indivisível por lei: existem alguns bens que por natureza talvez fossem
considerados divisíveis, entretanto a lei os torna indivisíveis. Como exemplo,
podemos citar o Estatuto da Terra que, nos casos de área rural, exige que os terrenos
rurais tenham, no mínimo, três alqueires. Assim, numa área rural, o terreno de três
alqueires torna-se indivisível para evitar que se tenham partes de terra muito
pequenas.
• Bem indivisível por vontade das partes: há a possibilidade, nos casos de condomínio,
de as partes convencionarem a indivisibilidade do bem. Essa indivisibilidade poderá
valer por cinco anos no máximo (artigo 1.320, § 2.º, do Código Civil), podendo ser
prorrogada por mais cinco. Nos casos de testamento e doação, não se pode, se o bem
for considerado indivisível por vontade do doador ou testador, entende-se que o foi
somente por cinco anos, sem possibilidade de prorrogação do prazo.
Os bens são singulares ou coletivos conforme a maneira como são encarados. Desse
modo, se encararmos uma árvore isoladamente, ela será um bem singular, se encararmos
várias árvores numa floresta, será um bem coletivo.
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DIREITO CIVIL
• Úteis: são as benfeitorias que aumentam ou facilitam o uso da coisa; não são
indispensáveis, mas, se forem feitas, darão mais aproveitamento à coisa, a
exemplo da construção de mais um cômodo em uma casa.
Por fim, relativamente às benfeitorias, salienta-se que a classificação acima não tem
caráter absoluto, devendo ser analisada de acordo com o caso concreto, a exemplo de uma
piscina, que em regra é conceituada como benfeitoria voluptuária, mas que, para alguém
que necessita fazer hidroterapia, ou ainda para uma escola de natação, mostra-se como
benfeitoria útil.
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DIREITO CIVIL
• de uso comum do povo: todos aqueles de utilização comum, sem maiores ônus,
pela coletividade, a exemplo das estradas, ruas, mares, praças; ressalte-se que é
uma enumeração meramente exemplificava;
Os bens públicos têm características especiais, seguindo regras próprias, não sendo
tratados no Direito Civil. Os bens dominicais, entretanto, ainda que sejam bens públicos,
seguem as regras dos bens particulares, com algumas modificações operadas em sede de
legislação especial, como a Lei de Licitações (Lei n. 8.666/93).
Os artigos 100 e 101 do Código dispõem que a inalienabilidade, que é peculiar dos
bens públicos, somente poderá ser afastada por lei, que por sua vez retira do bem a função
pública à qual este se liga. A tal procedimento dá-se o nome de desafetação. Quando um
bem dominical for utilizado para uma finalidade pública, ele será tratado como bem
público, portanto, inalienável, em razão de sua afetação a uma função eminentemente
pública. A afetação não depende de lei. Os bens públicos, desde a vigência do Código Civil
de 1916, não podem ser objetos de usucapião, visto serem inalienáveis. Tal entendimento
também é expresso na Constituição Federal e na Súmula n. 340 do Supremo Tribunal
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DIREITO CIVIL
Federal. O novo Código Civil também estabelece que os bens públicos também não estão
sujeitos a usucapião no seu artigo 102.
O artigo 69 do Código Civil de 1916 considera bens fora do comércio, ou seja, bens
que não podem ser objeto de apropriação ou demais atos de alienação:
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MÓDULO III
DIREITO COMERCIAL
Introdução ao Estudo das Sociedades Empresárias
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DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Assim, com a criação das pessoas jurídicas foi possível a prática de atos de
comércio, de responsabilidade delas, dinamizando efetivamente as relações comerciais, e
em sua sistematização foi emprestado, em parte, o conceito e regulamentação das pessoas
jurídicas criadas e reguladas pelo ordenamento civil, também formador do direito privado.
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DIREITO COMERCIAL
Assim, o critério que difere as sociedades empresariais das simples é o modo como
exploram seu objeto social, isto é, o modo como desenvolvem suas atividades: caso
explore seu objeto organizando profissionalmente os fatores de produção, estaremos diante
de uma sociedade empresária. Caso a exploração não se dê dessa forma, ou seja, não haja
profissionalismo na organização dos fatores de produção, estaremos diante de uma
sociedade simples.
Cumpre salientar, ainda, que certas sociedades serão sempre empresariais, não
importando o tipo de atividade que exerçam, como é o caso das Sociedades por Ações,
segundo o previsto pelo Código Civil, artigo 262, parágrafo único. Por outro lado, prevê
também o Código Civil que as cooperativas serão sempre sociedades simples, não
importando a atividade que desenvolvam. As primeiras são as sociedades empresárias por
determinação legal, enquanto as últimas são as sociedades simples por determinação legal.
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DIREITO COMERCIAL
Assim, as sociedades podem se utilizar dos nomes firma (ou razão social) e
denominação.
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MÓDULO III
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aplicabilidade das Normas Constitucionais
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1.1. Introdução
A doutrina clássica classificava as normas constitucionais em auto-executáveis
(auto-aplicáveis) e não auto-executáveis. Assim, algumas normas seriam imediatamente
aplicáveis e outras não.
Para graduar essa eficácia dentro de categorias lógicas, foi proposta a seguinte
classificação:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
O constituinte, prevendo que o legislador poderia não criar lei para regulamentar a
norma constitucional de eficácia limitada, criou mecanismos de defesa dessa norma:
• mandado de injunção;
Conforme já foi dito, somente após a edição da lei, a norma constitucional produzirá
todos os efeitos que se esperam dela. Assim, a norma de eficácia limitada, antes da edição
da lei integradora, não produz todos os efeitos, mas já produz efeitos importantes. Além de
revogar as normas incompatíveis (efeito negativo, paralisante das normas contrárias antes
vigentes), produz também o efeito impeditivo, ou seja, impede a edição de leis posteriores
contrárias às diretrizes por ela estabelecidas.
Mas é preciso ressaltar que nem todas as normas de eficácia contida contêm
cláusula expressa de redutibilidade. Com efeito, as normas definidoras de direitos não têm
caráter absoluto, ou seja, em alguns casos, orientadas pelos princípios da proporcionalidade
e da razoabilidade, é permitido ao legislador criar exceções, ainda que a norma não tenha
cláusula expressa de redutibilidade. Podemos citar como exemplo o artigo 5.º da
Constituição Federal, que garante o direito à vida, entretanto esse direito foi reduzido
quando o Código Penal admitiu a existência da legítima defesa. Se a norma garantidora do
direito à vida fosse absoluta, não poderia uma norma infraconstitucional restringir esse
direito, permitindo a legítima defesa. Outro exemplo que podemos citar de princípio
consagrado constitucionalmente que não tem caráter absoluto é o da presunção de
inocência (artigo 5.º, inciso LVII, da Constituição Federal). Se esse princípio tivesse
caráter absoluto, a prisão preventiva seria inconstitucional.
1.5. Resumo
Assim, de acordo com a melhor doutrina, as normas constitucionais podem ter:
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SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 4.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Não exige lei que integre Enquanto lei integradora Enquanto a lei não
ou modifique a eficácia não sobrevém; a norma sobrevém, a norma
da norma. não produz seus efeitos terá eficácia plena.
principais.
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MÓDULO III
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Contrato de Trabalho
1. CONTRATO DE TRABALHO
Contrato de trabalho é um negócio jurídico pelo qual uma pessoa física (empregado)
se obriga, mediante o pagamento de uma contraprestação (salário), a prestar trabalho não
eventual em proveito de outra pessoa física ou jurídica (empregador), a quem fica
juridicamente subordinada.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1.1.3. Comutatividade
Significa que o dever de um corresponde ao dever do outro. O empregado trabalhar
e o empregador pagar. A estimativa da prestação, de ambas as partes, é conhecida desde o
momento da celebração do contrato.
1.1.4. Consensual
É consensual, pois é uma manifestação de vontade das partes; se aperfeiçoa com o
simples consentimento.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1.1.5. Não-solene
É um contrato não-solene, informal, ou seja, não existe forma especial prevista em
lei para o contrato de trabalho, podendo ele ser escrito ou oral.
Não existe forma definida para o contrato de trabalho (artigos 442 e 443 da
Consolidação das Leis do Trabalho).
Para alguns contratos de trabalho, porém, a lei exige formalidade, como para os
marítimos, temporários etc.
O contrato de trabalho, por ser informal, não exige forma prescrita em lei.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Os contratos que possuem como objeto o trabalho proibido são inválidos, porém
produzem efeitos jurídicos enquanto existirem; pois, caso contrário, o trabalhador acabaria
sendo prejudicado. Portanto, declarada a invalidade, esta não retroage. O trabalhador terá
direito a receber o que lhe for devido, por exemplo, férias, 13º salário, Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS) etc. Essa aplicação peculiar decorre de uma norma
protecionista do direito ao trabalhador.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
• trabalho ilegal na atividade ilegal: por exemplo, o médico que realiza aborto.
Nesse caso, o contrato é inválido, assim como orienta o Tribunal Superior do
Trabalho:
Ressalta-se que a regra é o contrato por prazo indeterminado, sendo o contrato por
prazo determinado a exceção. Com a flexibilização do contrato de trabalho, essa regra,
porém, tende a mudar.
• contrato de experiência.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
A intenção foi desestimular o uso dos contratos de trabalho por tempo determinado,
tendentes a frustrar a continuação no emprego, a contagem do tempo anterior e o
pagamento de indenização por despedimento.
Tem por prazo máximo 90 dias. É admitida uma prorrogação, porém o contrato e a
prorrogação devem estar dentro do prazo de 90 dias. Por exemplo, contrato de 60 dias e
prorrogação de 30 dias.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Em janeiro de 1998, foi aprovada a Lei n. 9.601/98, que foi a primeira lei a
incorporar ao sistema brasileiro a flexibilização do Direito do Trabalho, admitindo o
contrato por prazo determinado em algumas hipóteses.
Essa lei dá uma hipótese a mais àquelas do artigo 443, § 2º da Consolidação das
Leis do Trabalho. O contrato poderá ser por prazo determinado sem o cumprimento das
hipóteses do dispositivo mencionado se cumpridas as exigências da Lei 9.601/98, como
por exemplo:
será fixada pelo acordo ou convenção coletiva. O empregador não terá que pagar multa de
40% e aviso prévio.
Nessa lei, o sindicato passa a ter grande importância, pois exerce a função
regulamentadora.
Essa lei também reduz em 50% as contribuições sociais, tais como as do SESC
(Serviço Social do Comércio), SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e
o salário-educação. Só não reduz a contribuição previdenciária.
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MÓDULO II
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Despesa Pública
1. CONCEITO E FINALIDADE
2. CLASSIFICAÇÃO
3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
A despesa pública, para que possa ser realizada, exige inclusão em lei orçamentária.
Logo, devido a tal exigência, necessário o respeito ao princípio da legalidade,
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Para que se realize a despesa pública, via de regra, faz-se necessário percorrer
quatro etapas que, se desviadas, implicam em sua ilegalidade. São as etapas:
a) empenho;
b) liquidação;
c) ordem de pagamento; e
d) pagamento.
A etapa inicial para a realização de uma despesa é seu prévio empenho, o qual
representa reserva de recursos na respectiva dotação inicial ou no saldo existente, ou seja, é
um ato advindo de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento
pendente ou não de implemento de condição, visando, desta forma, garantir os diferentes
credores do Estado, a teor do disposto no artigo 58 da Lei n. 4.320/64.
De se salientar que, de acordo com lição de Celso Ribeiro Bastos, “o empenho não
cria uma obrigação jurídica de pagar, como acontece em outros sistemas jurídico-
financeiros. Ele consiste numa medida destinada a destacar, nos fundos orçamentários
destinados à satisfação daquela despesa, a quantia necessária ao resgate do débito”.
Finalmente, concluindo a execução das despesas públicas, existe a última fase desse
procedimento, que consiste no próprio pagamento, ato pelo qual tem-se por extinta a
obrigação de pagar e realizada, finalmente, a despesa pública.
Assim, esses débitos são requisitados pelo Presidente do Tribunal que proferiu a
decisão a ser executada, por meio de precatório, sendo este inserido pela autoridade
política devedora na ordem cronológica de apresentação. Exceção se faz aos créditos de
natureza alimentícia, os quais não entrarão nesta ordem. Créditos dessa natureza são os
expressamente previstos no parágrafo 1º-A do artigo 100 da Constituição Federal.
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MÓDULO II
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos
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___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos
Cabe privativamente à União legislar sobre matéria eleitoral (artigo 22, inciso I, da
Constituição Federal). Tanto o Presidente da República (artigo 84, inciso IV, da
Constituição Federal) quanto o Tribunal Superior Eleitoral (artigo 23, inciso IX, do Código
Eleitoral) podem expedir as instruções que julgarem convenientes à boa execução das leis
eleitorais; poder regulamentar que excepcionalmente pode ser exercido também pelos
Tribunais Regionais Eleitorais nas suas respectivas circunscrições (inciso XVII do artigo
30 do Código Eleitoral).
A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data da sua publicação, não
se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência (artigo 16 da
Constituição Federal).
Em seu artigo 6.º, o Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65) também faculta o alistamento
do inválido e dos que se encontram fora do país. Faculta, ainda, o voto dos enfermos, dos
que se encontram fora de seu domicílio e dos servidores públicos em serviço que os impeça
de votar.
O artigo 7.º do Código Eleitoral especifica as sanções para quem não observar a
obrigatoriedade de se alistar e votar. Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a
respectiva multa ou justificou-se devidamente, o eleitor não poderá obter passaporte ou
carteira de identidade, inscrever-se em concurso público, receber remuneração dos entes
estatais ou paraestatais, renovar matrícula em estabelecimento oficial de ensino etc.
O título eleitoral prova a quitação do eleitor para com a Justiça Eleitoral até a data
de sua emissão (artigo 23 da Resolução n. 20.132/98).
1
CÂNDIDO, Joel José. Direito Eleitoral Brasileiro. 8.ª ed. São Paulo: Edipro, 2000. p. 93.
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO ELEITORAL
O prazo de alistamento para o brasileiro nato vai até os dezenove anos, e para o
naturalizado é de até um ano após a aquisição da nacionalidade brasileira.
Para fins de transferência, o eleitor deverá comprovar estar quite com a Justiça
Eleitoral, o transcurso de pelo menos um ano da última inscrição e declarar residência
mínima de três meses no novo domicílio. Não comprovada a quitação para com a Justiça
Eleitoral, desde logo o juiz eleitoral fixará a multa devida.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO ELEITORAL
Encerrando o tema, Walter Ceneviva (Direito Constitucional Brasileiro. 2.ª ed. São
Paulo: Saraiva, 1991. p. 25) leciona que, observados os requisitos da Constituição Federal
(residência permanente no Brasil e reciprocidade), o cidadão português, além de eleitor,
pode ser Governador de Estado, Senador ou Deputado (mas não Presidente de alguma das
Casas do Congresso, já que, entre outras, tal função é reservada aos brasileiros natos –
artigo 12, § 3.º, da Constituição Federal). Preenchidos os requisitos constitucionais e
legais, pode também ser vereador.
3
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO ELEITORAL
sua zona eleitoral. No caso de estar no país, o eleitor, que tinha obrigação de votar e não o
fez, tem o prazo de 60 dias para justificar sua ausência.
Nos termos dos §§ 2.º e 3.º do artigo 367 do Código Eleitoral, o eleitor pobre poderá
ser isentado do pagamento da multa. Por outro lado, se mesmo aplicada ao máximo se
mostrar ineficaz em razão da situação econômica do infrator, a multa poderá ser aumentada
em até dez vezes.
Certificado nos autos que a multa não foi satisfeita no prazo de trinta dias contados
do trânsito em julgado da decisão que a fixar (decisão que deve ser publicada ou notificada
ao eleitor), a dívida será inscrita em livro próprio do Juízo Eleitoral ou do Tribunal (caso os
autos lá se encontrem) e assim considerada líquida e certa para efeitos de cobrança,
mediante execução fiscal.
No caso de imposição de multa pelo juiz eleitoral, este deverá providenciar para
que, em até cinco dias do decurso do prazo para pagamento, os autos (com a certidão da
dívida inscrita) sejam encaminhados ao Tribunal Eleitoral competente, o qual se reportará
diretamente à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
I – infração do artigo 5.º do Código Eleitoral, que veda o alistamento como eleitores dos
que não saibam exprimir-se na língua nacional (conceito que não restringe o alistamento e
o voto dos deficientes que têm capacidade de expressar sua vontade) ou que estejam
privados dos seus direitos políticos;
II – infração do artigo 42 do Código Eleitoral, que veda o alistamento dos que estão
privados temporária ou definitivamente dos direitos políticos;
IV – a pluralidade de inscrições;
Havendo segundo turno, cada um deles será considerado uma eleição para os efeitos de
cancelamento ou imposição de multa (inciso V do artigo 82 da Resolução n. 20.292/98).
MÓDULO II
DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional e Direito Interno
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___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO INTERNACIONAL
DIREITO INTERNACIONAL
O monismo e o dualismo são duas teorias básicas que buscam resolver os problemas
de conflitos entre as normas nacionais e as normas internacionais e que procuram dar uma
visão do mundo jurídico interno e internacional, separando tais mundos ou unindo-os
numa mesma realidade jurídica.
Direito Direito
Internacional Interno
confundem:
A CF tem vários artigos que ora nos posicionam como monistas com primazia do
Direito Internacional radicais (ex.: art. 7.º do ADCT e § 2.º do art. 5.º da CF), ora como
moderados (ex.: art. 105, III, “a”, da CF). Por este último artigo, o tratado tem natureza de
lei ordinária federal e, portanto, está abaixo da CF.
Também nos posicionamos como dualistas, porque os tratados assinados pelo Brasil
devem passar pelo crivo do Congresso Nacional para serem ratificados (art. 84, VIII, da
CF) e depois serão transformados em uma espécie normativa interna (decreto legislativo,
decreto etc.).
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MÓDULO III
DIREITO PENAL
Fato Típico
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DIREITO PENAL
DIREITO PENAL
Fato Típico
1. INTRODUÇÃO
2.1. Conduta
Conduta é toda ação ou omissão humana, consciente e voluntária, voltada a uma
finalidade.
O pensamento não existe para o Direito Penal, ou seja, uma pessoa não pode ser
punida somente por pensar em praticar um crime (cogitationis poenam nemo patitur). Se
alguém, por exemplo, pensa em matar outrem, somente será punido se exteriorizar seu
pensamento praticando a ação ou a omissão delitiva.
A conduta não se confunde com o ato, sendo este momento daquela. Podem existir
condutas ou fatos que se compõem de um único ato, havendo uma coincidência entre ato e
fato (unissubsistentes). Em contrapartida, existem fatos ou condutas compostas de diversos
atos (plurissubsistentes).
Somente a pessoa física pode praticar fato típico, visto que este pressupõe vontade e
somente os seres humanos possuem vontade. Quanto à pessoa jurídica, embora haja
divergência, grande parte da doutrina sustenta que não poderá praticar o fato típico por não
possuir vontade. Hoje, no entanto, em relação aos crimes ambientais (Lei n. 9.605/98,
artigos 3.º e 21 a 24), a pessoa jurídica pode praticar fato típico, sendo possível ser
responsabilizada criminalmente.
Essa teoria foi exposta no tratado de Franz Von Liszt, sob influência da filosofia
positivista dominante em fins do século XIX. Suas idéias pretendiam incorporar as leis da
natureza no Direito Penal (daí o nome naturalista). Para essa teoria, a ação é considerada
um puro fator de causalidade (daí o nome causal), uma simples produção do resultado,
mediante o emprego de forças físicas. A conduta é simples exteriorização de movimento
ou abstenção de comportamento, desprovida de qualquer finalidade, sendo desnecessário
para caracterização do crime saber se houve dolo ou culpa, sendo necessário somente
indagar quem foi o causador material. Nessa linha de idéias, citamos um exemplo: um
sujeito conduz seu veículo com prudência na via pública e, sem que possa prever, um
suicida se joga na frente do veículo e, atingido por este, vem a falecer. Para a teoria
naturalista, o motorista, que não quis matar nem agiu com culpa, cometeu homicídio,
ficando a análise do dolo e da culpa para um momento posterior, quando da aferição da
culpabilidade. Hans Welzel criticou essa teoria, pois para ele não se pode considerar apenas
o aspecto material do delito, devendo-se também atentar-se para a natureza do
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
DIREITO PENAL
b) Teoria finalista
Nosso ordenamento legal filiou-se à teoria finalista. O Código Penal, em seu artigo
18, reconhece que o crime deve ser doloso ou culposo. No caso, portanto, de o sujeito vir a
matar alguém, sem dolo ou culpa, como no exemplo do motorista, citado anteriormente,
embora tenha se produzido o resultado morte, não se pode falar em crime.
c) Teoria social
Para essa teoria, defendida por Hans-Heinrich Jescheck, somente haverá crime se a
conduta do agente for socialmente inadequada. Para ele, o Direito Penal só deve cuidar
daquelas condutas voluntárias que produzam resultados típicos de relevância social. Se, por
exemplo, um jogador de futebol, durante o jogo, desfere um pontapé no adversário para
evitar que este marque um gol, não comete crime, pois praticou um fato típico, mas
socialmente compreensível.
Critica-se essa teoria sob o argumento de que o costume não pode revogar a lei. Ao
julgador não é dado legislar, mas somente aplicar as leis postas. O critério para eleger
determinada conduta crime ou irrelevante penal, de acordo com a nocividade social do
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
DIREITO PENAL
Como se nota, a teoria social da ação pretendeu ir além da teoria finalista, mas, na
verdade, ao privilegiar o resultado (“socialmente relevante”), perdeu em essência e
caracterizou um retorno à teoria naturalista ou causal, hoje tão criticada. Preferível,
portanto, a orientação finalista, que, aliás, foi a adotada pelo Código Penal.
A maioria dos núcleos dos tipos se consubstancia em modos positivos de agir, como
matar, apropriar-se, destruir etc.
• Teoria normativa da omissão: quem se omite não faz nada e o nada não causa
coisa alguma, não tem relevância causal. Excepcionalmente, porém, embora
não tendo produzido o resultado, o omitente responderá por ele quando a lei lhe
impuser o dever jurídico de agir. Por isso é chamada teoria normativa, pois,
para que a omissão tenha relevância causal (por presunção legal), há
necessidade de uma norma impondo, na hipótese concreta, o dever jurídico de
agir.
Nos termos do artigo 13, § 2.º, do Código Penal, são três as hipóteses de dever
jurídico de agir:
• Dever do garantidor: hipótese do agente que, por lei, não tem nenhuma
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, no entanto assume essa obrigação
por meio de um contrato (exemplo: uma babá contratada para tomar conta de
uma criança responderá pelo resultado caso aconteça algo com ela). O
garantidor também pode advir da liberalidade, ou seja, alguém que assume
livremente a obrigação, independentemente de contrato.
2.2. Resultado
Para grande parte da doutrina, não há diferença entre resultado e evento, entretanto,
há quem entenda que evento é qualquer acontecimento (exemplo: um raio provoca um
incêndio) e resultado é a conseqüência de uma conduta humana juridicamente relevante.
Sob o aspecto jurídico, não há crime sem resultado, pois todo crime fere ou expõe a
perigo um bem jurídico. Não aceitamos essa teoria.
Somente há nexo causal nos crimes materiais e comissivos (praticados por meio de
ação).
Os pais não responderiam pelos crimes praticados pelo filho? Afinal, sem os pais,
não existiria o filho nem o delito por ele praticado.
Como se vê, a teoria da conditio sine qua non não resolve a questão do nexo de
causalidade, surgindo a teoria da imputação objetiva para solucionar o problema do
regresso causal.
basta a pessoa contribuir casualmente para o resultado, deverá haver um risco excepcional,
anormal.
Essa doutrina vem sendo muito discutida, mas no Brasil ainda não é aplicada.
2.3.3. Concausa
É uma causa que concorre paralelamente à conduta, contribuindo para a produção
do resultado. A reforma penal de 1984 abandonou totalmente o conceito de concausa.
Como foi adotada a teoria da conditio sine qua non, não há por que fazer diferenciação
entre causa e concausa, tendo em vista que tudo o que acontecer para a produção do
resultado será considerado causa.
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
DIREITO PENAL
Observe-se que, nos exemplos citados, as causas rompem totalmente o nexo causal,
razão pela qual o agente só responderá pelos atos até então praticados.
fazendo com que a vítima morra em decorrência de ter sua cabeça esmagada.
Supondo que o agente teve dolo de matar, por qual crime ele deverá responder?
O Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu que nesses casos a causa é dependente,
porque estatisticamente complicações cirúrgicas ocorrem com freqüência. Nesse caso o
agente responde por homicídio consumado se agiu com dolo ou culpa.
2.4. Tipicidade
O tipo é o modelo descritivo da conduta contido na lei. Quando o fato praticado
pelo agente se enquadra no tipo, ocorre a tipicidade.
2.4.1. Elementares
Elementar é todo componente essencial, imprescindível para a existência do tipo
penal. Ausente a elementar, o tipo penal desaparece (atipicidade absoluta) ou o tipo penal
será outro (atipicidade relativa).
2.4.2. Circunstâncias
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
DIREITO PENAL
Circunstâncias são dados acessórios que ficam agregados ao tipo penal e cuja
função é influenciar na fixação da pena. A circunstância não é imprescindível para a
existência do crime, podendo torná-lo mais grave ou menos grave.
A circunstância não integra a essência do tipo penal, ou seja, se for retirado, o tipo
não deixa de existir. As circunstâncias estão dispostas em parágrafos (exemplo:
qualificadoras, privilégios etc.), não servindo para compor a essência do crime, mas sim
para influir na pena.
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
DIREITO PENAL
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MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Lei n. 8.213, de 24.7.1991
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
– empregado
– empregado doméstico
– Obrigatórios – contribuinte individual
– trabalhador avulso
Beneficiários
(Artigos 10 a 17 da – Facultativos
Lei n. 8.213/91
A Lei n. 8.213/91 estabelece quem são as pessoas que têm direito aos benefícios
previdenciários e quais os requisitos necessários para fazer jus aos benefícios.
“Dependentes são as pessoas cujo liame jurídico existente entre elas e o segurado
permite que a proteção previdenciária lhes seja estendida de forma reflexa.” (“in”
Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social, Daniel Machado da Rocha e José
Paulo Baltazar Júnior, Porto Alegre, ed. Livraria do Advogado e ESMAFE – Escola
Superior da Magistratura Federal do Rio Grande do Sul, pág. 50, artigo 10)
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
2. SEGURADO
O segurado mantém com a previdência uma relação que implica direitos e deveres
para ambas as partes, sendo que a previdência tem o direito de receber contribuições e o
dever de conceder as prestações, e o segurado tem o dever de contribuir e o direito de
receber as prestações.
Trata-se de uma relação que não tem caráter contratual, pois o segurado é obrigado a
filiar-se à previdência, com exceção do segurado facultativo, pois a relação aqui tem
caráter contratual (contrato de adesão). Há, nesse caso, autonomia da vontade. A lei não
impõe ao segurado facultativo o dever de ser filiado à previdência e, uma vez filiado, ele
pode desfiliar-se a qualquer momento.
• empregado;
• empregado doméstico;
• trabalhador avulso;
• segurado especial.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Percebe-se, nestes exemplos, que o vínculo com a previdência, nos dois casos,
começou em momentos distintos.
O segurado empregado não precisa comprovar que contribui, basta ser empregado
para ser considerado filiado.
b) Empregado doméstico
Caso haja alguma atividade comercial na residência, já não pode mais ser
considerado empregado doméstico (ver Lei n. 8.213/91, artigo 11, inciso II).
c) Contribuinte individual
Por fim, também é autônomo a pessoa que mantém firma individual, urbana ou rural
(ver artigo 11, inciso V, da Lei n. 8.213/91).
d) Trabalhador avulso
e) Segurado especial
4
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
• dona de casa;
Período de Graça, portanto, é aquele período em que, mesmo sem contribuir e/ou
sem exercer atividade que o vincule obrigatoriamente à previdência, o segurado mantém
seu vínculo com o Sistema, com todos os direitos inerentes a essa condição.
Exemplos:
Quem está recebendo auxílio-doença não está contribuindo, mas este período,
apesar de não haver contribuição, é contado como se tivesse ocorrido.
• quem trabalha, mas vai prestar o serviço militar. Durante três meses, após o
término do serviço militar, o segurado encontra-se no Período de Graça;
Tanto no caso de quem vai prestar serviço militar como no caso do preso, o tempo
de graça não conta como contribuição para fim de aposentadoria.
• para até vinte e quatro meses, se tiver pagado mais de cento e vinte
contribuições;
Assim sendo, o prazo que era inicialmente de doze meses pode atingir trinta e seis
meses se o segurado empregado estiver desempregado e contar com mais de cento e vinte
contribuições.
Se, durante o Período de Graça, houver pelo menos uma contribuição, ele será
interrompido e começará a contar novamente.
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___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
ESMAFE – Escola Superior da Magistratura Federal do Rio Grande do Sul, pág. 75, artigo
15)
Exemplos:
Serviço militar
3 meses 4.º mês 5.º mês
Fim do período do Período de Graça 15.º dia
serviço militar
Até o dia 15 ele
é segurado. A partir
do dia 16 ele perde
a condição de
segurado.
Preso
12 meses 13.º mês 14.º mês
Livrou-se. Período de Graça 15.º dia
Até o dia 15 ele
é segurado. A partir
do dia 16 ele perde
a condição de
segurado.
Os dependentes de 1.ª classe preferem aos de 2.ª classe que preferem aos de 3.ª
classe.
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___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
• companheiro (a);
Os dependentes de 1.ª classe concorrem entre si. Havendo mais de um, deve-se
dividir o valor da pensão em cotas-partes iguais. Exemplo: esposa legítima, com dois filhos
maiores de 21 anos e dois filhos menores, provenientes de uma relação extraconjugal: a
pensão será dividida em três partes.
Não basta existir dependentes de 1.ª classe, é necessário que haja a habilitação dos
dependentes junto à previdência social.
Caso os dependentes de 1.ª classe não se habilitem, subsistirá o direito das classes
inferiores.
No momento que o dependente deixar de sê-lo, por completar 21 anos, por exemplo,
a sua cota-parte passará aos outros dependentes da mesma classe. Caso seja o único
dependente, cessará o benefício.
Caso o filho perca a condição de dependente por completar 21 anos e depois vier a
se tornar inválido, não terá mais direito a ser dependente.
8
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Por fim, ressalta-se que o direito de ser dependente não se transmite. Assim, o filho
do filho dependente não terá o direito.
3.1.1. Cônjuge
Perdem a condição de dependentes caso se separem (separação de fato, separação
judicial ou divórcio) e não fiquem com direito a pensão alimentícia. Caso tenham direito a
pensão alimentícia, subsiste o direito de ser dependente.
Assim, se a mulher ficar com direito a alimentos, mas não o exercer, continuará a
ser dependente; caso o ex-marido venha a falecer, ela poderá se habilitar como dependente
e terá direito à pensão. O marido possui o mesmo direito.
Ressalta-se que a convolação de núpcias não faz perder o direito à pensão. Esse fato
só ocorrerá caso morra o segundo marido e a esposa opte pela pensão deste.
Ressalta-se, ainda, que é possível cumular aposentadoria com a pensão por morte do
marido (ou da mulher).
3.1.2. Companheiro/companheira
Podem habilitar-se como dependentes da previdência as pessoas que vivem em
união estável. Tem sido admitido, por força de decisões judiciais ainda passíveis de
reforma, tal direito, inclusive para os casais de mesmo sexo.
3.1.3. Filhos
São dependentes da previdência os filhos de qualquer natureza.
Frisa-se também que, caso a pessoa se emancipe antes dos 21 anos, perderá a
condição de dependente, exceto se a emancipação ocorrer em razão da aquisição de título
universitário. Nesta última situação, a condição de dependente será mantida.
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___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Caso haja dependentes habilitados de 1.ª classe, os pais não terão direito ao
benefício da previdência como dependentes.
Esses dependentes também só terão direito se não houverem habilitados de 1.ª ou 2.ª
classe.
Observação: Havia uma 4.ª classe, composta por pessoas designadas pelo
segurado.Hoje, essa 4.ª classe não existe mais.
3.4.2. Marido/mulher
Perdem a condição de dependente:
• Quando a pessoa ficar novamente viúva e optar pela pensão do último marido.
10
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
3.4.3. Companheiro/companheira
A perda da condição de dependente ocorre com a separação de fato ou judicial, se
não for reconhecido o direito de alimentos.
3.4.4. Filhos
• ao se emanciparem;
• ao completarem 21 anos;
O inválido, para a previdência, é aquele que não pode trabalhar devido a sua doença
e, assim, não possui recursos para sobreviver.
3.4.5. Pais
A perda da condição de segurado ocorre somente com a morte.
3.4.6. Irmãos
• ao se emanciparem;
• ao completarem 21 anos;
4. CARÊNCIA. CONCEITO
As contribuições devem ser mensais. Exemplo: carência de 12 meses deve ser paga
em 12 meses; não é permitido pagar contribuições atrasadas ou antecipar o recolhimento de
contribuições futuras para suprir período de carência.
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___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Caso haja atraso no pagamento de uma prestação, esta não contará como carência.
Exemplo: a primeira prestação foi paga no dia certo, a segunda foi paga com atraso,
deverão ser pagas mais onze contribuições (desconsidera-se a segunda, que foi paga com
atraso).
O segurado facultativo, para que seja considerado filiado ao sistema, deve ter
contribuído pelo menos uma vez. Ressalta-se que essa contribuição não diz respeito à
carência, mas sim ao aperfeiçoamento da sua filiação ao Regime Geral de Previdência.
Deve-se observar, nesses três casos, a tabela progressiva do artigo 142 da Lei n.
8.213/91, aplicável àqueles que já eram segurados da previdência quando da publicação da
Lei 8213/91, que é de 27 de julho de 1991. Para o ano de 2001, a carência para esses
benefícios é de 120 contribuições mensais.
12
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
4.1.3. Salário-maternidade
A carência é de 10 contribuições mensais.
• auxílio-reclusão;
• auxílio-acidente;
• salário-família;
• serviço social;
Por exemplo:
48 meses
A lei diz que se pode aproveitar a contribuição da 1.ª filiação para efeito de carência,
desde que, na 2.ª filiação, o segurado cumpra pelo menos 1/3 da carência exigida.
Outro caso:
Nesse caso, não houve perda da condição de segurado. Todas as contribuições fazem parte
da 1.ª filiação. Assim, caso o segurado necessitasse, por exemplo, de auxílio-doença, para o qual
são exigidas 12 contribuições, ele já teria direito, pois já cumpriu o período de carência.
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MÓDULO III
Ação e Exceção
1. INTRODUÇÃO
apenas três delas serão estudadas neste tópico, porque dotadas de maior importância, além
de adaptáveis ao sistema processual pátrio.
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
exercício do direito de ação pelo autor, logo, ele precisa do direito de ação que lhe falta,
diz-se, portanto, que o autor é carecedor de ação.
Não é possível haver ação sem processo. É perfeitamente possível, no entanto, haver
processo sem ação, devidamente tipificado na hipótese de o Juiz não proferir uma sentença
de mérito.
No processo de execução, o que se pede é que o Juiz tome medidas para a satisfação
do direito, do crédito. A resposta do processo de execução não é uma sentença, é a tomada
de providências para a satisfação do crédito. Portanto, não há julgamento de mérito em
execução, todavia existe mérito, que em sede de processo civil entende-se como “pedido”,
traduzido na solicitação de satisfação do título.
No tocante à origem desta teoria, cumpre informar ter sido criada por Enrico Túllio
Liebman, processualista italiano, à frente de seu tempo, que residiu no Brasil por ocasião
da Segunda Guerra Mundial, lecionou na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco,
e influenciou a Escola Paulista de Processo, deixando pupilos do jaez de Alfredo Buzaid,
José Frederico Marques, entre outros.
3. CONDIÇÕES DA AÇÃO
A ação somente existirá se houver o preenchimento das três condições abaixo, uma
vez que o direito de ação em seu sentido estrito, como vimos, é condicionado. Essas
condições da ação são de ordem pública, portanto, são reconhecíveis de ofício pelo Juiz.
De acordo com a doutrina pátria, apontam-se como condições da ação: legitimidade ad
causam; o interesse de agir; e, por fim, a possibilidade jurídica do pedido.
Espécies de legitimação:
− condomínio no qual cada um dos condôminos possui uma parte ideal e apenas
um deles entra em juízo para propor ação reivindicatória. O artigo 1.314 do
Código Civil dispõe expressamente que, havendo um condomínio, cada qual dos
condôminos poderá, sozinho, reivindicar a coisa. A sentença proferida, no
entanto, ainda que apenas um dos condôminos ajuíze a ação, irá atingir os
demais;
Hoje, tem-se na seara legal a hipótese da usucapião coletiva, prevista no artigo 12,
inciso III, da Lei n. 10.257/01, estabelecendo a associação de moradores da comunidade
como substituta processual dos moradores de favelas, cortiços e outras moradias coletivas
análogas, para figurar no pólo ativo da referida ação de usucapião.
O Código de Processo Civil dispõe que é possível vender a coisa mesmo litigiosa. A
alienação da coisa litigiosa, entretanto, não altera a legitimidade das partes, ou seja, a ação
continuará correndo entre as partes originárias. A sentença proferida entre as partes
originárias estende seus efeitos ao adquirente da coisa (artigo 42, § 3.º, do Código de
Processo Civil). Então, a partir do momento em que a coisa for vendida e o direito passar
para terceiro, a parte originária estará defendendo direito alheio, ficando o adquirente como
substituído processual, podendo ingressar no processo como assistente litisconsorcial, de
acordo com previsão legal, caso não seja aceita, pelo autor, o ingresso do adquirente no
feito, no lugar do alienante.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Em uma inicial, dois pedidos são formulados: o imediato, traduzido como o pedido
de provimento jurisdicional, instrumental, manifestação do Estado-juiz a respeito da razão
dos contendores na lide; e o mediato, entendido como o “bem da vida”, aquele em que se
funda todo o feito, o objeto de discussão (o direito material em litígio). A possibilidade
jurídica do pedido deve ficar restrita ao pedido imediato, instrumental, reservando-se à
análise do mérito, a discussão acerca da possibilidade jurídica (licitude) ou não do direito
material em litígio.
Quando a lei for omissa sobre um assunto, pode-se praticar o ato que a lei não
proíbe, todavia, na prática desse ato não defeso expressamente pela lei, deve-se observar a
moral e os bons costumes. Como exemplo, citamos a prostituição, que, apesar de não
proibida em lei, por ausência de contrariedade direta a esta, há ofensa à moral e aos bons
costumes; logo, qualquer dívida oriunda da prática da prostituição não poderá ser objeto de
cobrança judicial, por ser tal pedido juridicamente impossível.
No caso de haver uma apelação por parte do réu em um processo no qual não foi
discutida a carência de ação, o Tribunal poderá conhecê-la de ofício, ainda que não tenha
sido matéria de apelação. O Tribunal irá reapreciar não só o objeto do recurso (efeito
devolutivo), mas também aquelas matérias de ordem pública, ainda que não tenham sido
suscitadas. A essa possibilidade de o Tribunal decidir tais questões, ainda que não pré-
questionadas, dá-se o nome de efeito translativo.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
classificações quanto aos provimentos (se tripla, quádrupla, ou mesmo uma classificação
quíntupla das ações).
• meramente declaratórias;
• constitutivas;
• condenatórias.
Cumpre observar que, para alguns, aqui também se incluem as ações monitórias.
Por sua vez, as ações constitutivas são aquelas que criam, modificam ou extinguem
uma relação jurídica. Com efeito, ações constitutivas necessárias são aquelas em que a
modificação, constituição ou desconstituição da relação jurídica só pode ocorrer por meio
jurisdicional, a exemplo da ação de divórcio. Já as ações constitutivas não-necessárias são
aquelas cujos efeitos podem ser obtidos extrajudicialmente, como a resilição (unilateral ou
bilateral) de um contrato.
As ações monitórias, criadas pela Lei n. 9.079/95, são aquelas em que o credor que
possui documento escrito sem eficácia executiva, a exemplo de títulos prescritos, pode
citar o devedor para contestar o pedido formulado na inicial, ou para pagar determinada
soma ou entregar o bem móvel ou coisa fungível representados no documento, hipótese em
que se houver revelia, a monitória transforma-se em um processo de execução sui generis.
De acordo com a doutrina de José Rogério Cruz e Tucci, acompanhado por outros de igual
jaez, é modalidade de ação de conhecimento de procedimento especial, em razão de sua
disposição tópica (Artigos 1.102 A, B, e C, do Código de Processo Civil).
As ações executivas lato sensu são aquelas cuja sentença gera uma eficácia direta e
própria, não propriamente um comando imperativo, mas a possibilidade de sua efetivação
de forma direta, mediante mandado, também sem dependência, para sua concretização, de
um processo de execução autônomo.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
5. ELEMENTOS DA AÇÃO
• as partes;
• a causa de pedir;
• o pedido.
5.1. Partes
Denominam-se partes, em sentido técnico, o autor (ou autores) e o réu (ou réus), que
figuram na demanda. Define-se autor como sendo aquele que pede a prestação
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
jurisdicional, e réu, aquele em face de quem se pede. O Ministério Público pode ser parte
em uma ação, a depender da qualidade em que atua no feito, a exemplo da legitimação
extraordinária, ocorrente nas ações civis públicas. O Ministério Público, quando a lei previr
que este deva atuar ao menos como custos legis na causa, deve ser pessoalmente intimado
dos atos a que deva estar presente, sob pena de nulidade do feito.
Normalmente, o Ministério Público figura como custos legis, ou autor nas ações de
que participa, entretanto é possível figurar como réu em uma ação. Cite-se como exemplo
o seguinte: O Ministério Público propõe ação contra uma determinada pessoa e obtém
procedência. Todavia, em sede de execução desta sentença de procedência, configura-se a
execução excessiva. O executado, então, propõe embargos de devedor contra o Ministério
Público. Nesse caso, por possuírem os embargos natureza de ação autônoma, e em razão de
o parquet figurar como réu dos embargos, conclui-se que o Ministério Público assume a
qualidade de réu.
Poderá, ainda, no campo da jurisdição voluntária, existir uma ação sem réu, a
exemplo da ação de separação consensual, em que as duas partes são autores, inexistindo o
réu.
Pode, de acordo com parte da doutrina, haver ação sem autor, nos casos em que o
juiz está autorizado a agir de ofício, como nos inventários abertos de ofício (sem que
ninguém requeira), as execuções oriundas do processo do trabalho etc. Sendo o Juiz quem
fez a abertura do inventário sem requerimento de qualquer interessado, não se pode dizer
que o próprio Juiz é o autor da ação.
geraram o pedido devem ser expostos ao juiz, bem como as conseqüências jurídicas que
podem ser extraídas desses fatos, com o fim de gerar segurança nessas relações jurídicas
em litígio.
A teoria da substanciação da causa de pedir, por sua vez, considera como elemento
identificador da ação não apenas a causa de pedir próxima, mas também a causa de pedir
remota, ou seja, os fatos que embasam o fundamento jurídico alegado pelo autor como
originário de seu direito. Assim, permite que uma ação que possui as mesmas partes, o
mesmo pedido, e a mesma causa de pedir próxima, seja novamente analisada pelo Poder
Judiciário, ante a presença de causa de pedir remota (fatos constitutivos) diversa, a
exemplo da repropositura de uma ação de despejo contra o mesmo locatário, cuja ação
anterior tinha como fato constitutivo a inadimplência dos aluguéis, e a atual tem por causa
de pedir remota a desocupação para uso próprio.
5.3. Pedido
Define-se como pedido aquilo que o autor quer obter do Poder Judiciário, ante a
resistência do réu em conceder-lhe. Por óbvio, não podem os autores de demandas solicitar
provimentos jurisdicionais sem nenhum pedido, uma vez que o Poder Judiciário não é
órgão consultivo, pois visa a resolução de litígios, aplicando a lei aos casos concretos
apresentados. Aqui, cabe ressaltar que, para fins de estudo do Direito Processual Civil,
entende-se a palavra mérito como pedido, seja ele de acertamento, seja de satisfação, como
ocorre nos processos de execução. A doutrina costuma distinguir pedido mediato e pedido
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
imediato. Pedido mediato (conseqüente, secundário) é o bem da vida que se quer obter na
relação jurídica levada ao Judiciário, a exemplo de uma ação de cobrança, em que o pedido
mediato é o dinheiro que se quer receber. Pedido imediato, a contrario sensu, é o
provimento jurisdicional que se espera. É aquele emanado do Estado-juiz capaz de levar a
efeito a pretensão deduzida relativa ao bem da vida. De acordo com o exemplo acima, na
mesma ação de cobrança, o pedido imediato configura-se na condenação do requerido ao
pagamento do numerário devido.
Além dessa distinção, existem alguns pedidos que não têm necessidade de estar
expressos na petição inicial para que o Juiz os conceda, pois podem ser deferidos de ofício
pelo juiz. São chamados de pedidos implícitos e são eles:
• correção monetária;
Observa-se que, quanto à cumulação de pedidos em uma mesma ação, tais formas
serão melhor explicitadas oportunamente, quando do estudo dos requisitos das petições
iniciais.
• antes da citação do réu: a alteração é livre, tendo em vista não haver a relação
jurídica completa, submetendo o autor, todavia, ao custeio das despesas
acrescidas em razão do aditamento;
Se o réu for citado, mas não se manifestar no processo, sendo declarado revel, o
autor poderá alterar o pedido e a causa de pedir sem a anuência do réu. Se isso ocorrer,
entretanto, o réu deverá ser novamente citado, reabrindo-se o prazo para contestar aquilo
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
que foi objeto da alteração, pois em relação aos pedidos alterados, não houve ainda o
direito ao contraditório, constitucionalmente consagrado.
6. EXCEÇÃO OU DEFESA
Genericamente, a exceção, ou defesa, pode se dar sob dois enfoques, a saber, defesa
de mérito e defesa preliminar, que, por sua vez, se subdividem, conforme organograma
abaixo:
Exceções oferecidas em
preliminar de contestação:
Defesa processual constante
Exceções do artigo 301 do CPC.
Preliminares Exceções oferecidas em
(defesa preliminar)
peças autônomas(rituais):
nas modalidades de
Exceção ou Defesa Impedimento, suspeição e
(em sentido amplo) incompetência relativa.
A defesa de mérito ataca o pedido formulado pelo autor, de forma direta, quando
ataca os fatos constitutivos do direito alegado; e de forma indireta, quando, ao direito em
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Cumpre observar que a palavra “exceção”, termo considerado equívoco, possui três
significados:
• Em sentido amplo: é toda e qualquer defesa que possa ser apresentada pelo réu no
processo civil.
• Procedimental (ritual): são aquelas três defesas que não devem ser inseridas na
contestação, havendo necessidade de existir peça autuada em apartado, isto é,
oferecidas em documento diverso da contestação.
– exceção de suspeição;
– exceção de impedimento.
O impedimento do juiz e dos demais auxiliares da justiça, embora seja alegado por
exceção procedimental, tem natureza de verdadeira objeção para as partes e para o juiz,
pois, se não for alegado no prazo, poderá ser alegado a qualquer tempo pelas partes ou ser
reconhecido de ofício pelo Juiz.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Inquérito Policial
1. CONCEITO
2. NATUREZA JURÍDICA
3. FINALIDADE
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
4. POLÍCIA JUDICIÁRIA
A autoridade policial, em regra, não poderá praticar qualquer ato fora dos limites de sua
circunscrição, sendo necessário:
penal.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
6. VALOR PROBATÓRIO
Tem valor probatório relativo, pois os elementos de informação não são colhidos
sob a égide do contraditório e da ampla defesa, tampouco na presença do Juiz de Direito.
7. DISPENSABILIDADE
O inquérito policial é uma peça útil, porém não imprescindível. Não é fase
obrigatória da persecução penal. Poderá ser dispensado sempre que o Ministério Público ou
o ofendido (no caso da ação penal privada) tiver elementos suficientes para promover a
ação penal (artigo 12 do Código de Processo Penal).
Atenção: o titular da ação penal pode abrir mão do inquérito policial, mas não pode
eximir-se de demonstrar a verossimilhança da acusação, ou seja, não se concebe que a
acusação careça de um mínimo de elementos de convicção.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
8. CARACTERÍSTICAS
• Legalidade: o inquérito policial não pode ser arbitrário, ou seja, deve obedecer à
lei.
9. INCOMUNICABILIDADE
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
10.1. Conceito
É o conhecimento, espontâneo ou provocado, de um fato aparentemente delituoso
pela autoridade policial.
10.2. Espécies
• “Notitia Criminis” de cognição direta, imediata, espontânea ou inqualificada:
ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento direto da infração penal
por meio de suas atividades rotineiras. Exemplo: policiamento, imprensa, pelo
encontro do corpo de delito ou até pela delação anônima. A delação anônima
(apócrifa) é chamada notitia criminis inqualificada.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
11. INÍCIO
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
11.4. Observações
O inquérito policial também pode começar mediante auto de prisão em flagrante nos
três casos (ação penal pública incondicionada, condicionada e ação penal privada). Nos
crimes de ação pública condicionada e de ação privada, o ofendido deverá ratificar o
flagrante até a entrega da nota de culpa (24h).
A autoridade policial não poderá instaurar o inquérito policial se não houver justa
causa (se o fato for atípico ou se estiver extinta a punibilidade). Porém, o desconhecimento
da autoria ou a possibilidade do sujeito ter agido sob a proteção de alguma excludente da
ilicitude não impede a instauração do inquérito.
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MÓDULO III
DIREITO TRIBUTÁRIO
Leis Tributárias
Classificação Jurídica dos Tributos: impostos, taxas e
contribuições de melhoria
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Leis Tributárias
e contribuições de melhoria
1. LEIS TRIBUTÁRIAS
Invadida a competência de uma entidade política por meio da edição de lei por ente
incompetente, esta norma será considerada inconstitucional. Assim, para tratar de um
determinado tributo, necessária a existência de uma única lei, sob pena de uma segunda lei
ser considerada inconstitucional, por invadir esfera de competência que não lhe pertence.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Já foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal que a classificação adotada pelo
constituinte foi a “qüinqüipartide”, segundo a qual o gênero tributo é dividido em cinco
espécies: impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições especiais e empréstimos
compulsórios. No entanto, não houve unanimidade em tal decisão, havendo voto pela
classificação em quatro espécies (“quadripartide”): impostos, taxas, contribuições e
empréstimos compulsórios.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
2.1. Impostos
Previstos geograficamente como a primeira modalidade de tributo, arrolados no
inciso I do artigo 145 da Constituição Federal, a teor do que dispõe o artigo 16 do Código
Tributário Nacional, “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte”.
Denominado pelos tributaristas ibéricos tributo sem causa, tem fundamento de validade no
poder de império do ente tributante. É ato de soberania, e nasce sempre de fatos regidos
pelo Direito Privado. A título de exemplo temos a venda de mercadorias (regida pelo
Direito Comercial) que gera Imposto sobre Operações Mercantis (ICMS) e, também, a
prestação de serviços (regida pelo Direito Civil), a qual gera Imposto Sobre Serviços (ISS).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Ainda, diz-se que a União tem a denominada “competência residual”, uma vez que
pode instituir impostos não previstos no artigo 153 desde que por meio de lei
complementar, não cumulativos e que não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios
de outros impostos discriminados na Carta Magna. Tal previsão é encontrada no inciso I do
artigo 154 da Constituição Federal e tal competência residual é tida como infinita (pois,
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DIREITO TRIBUTÁRIO
desde que cumpra as limitações ditas, não sofre qualquer restrição).A título de exemplo
pode ser citado o imposto sobre arrematações.
Cumpre ressaltar que dita “competência residual” limita-se apenas aos impostos e
não a qualquer tributo. Interessante se faz mencionar que a competência absoluta para
instituição de impostos, determinada pelos artigos supra mencionados, pode ser elidida por
expressa previsão constitucional. Assim, no caso de guerra externa ou quando esta se
demonstrar iminente, o inciso II do artigo 154 autoriza que a União institua impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária. Isto significa que,
nestes casos particulares, a invasão de competência das outras entidades tributantes é
constitucionalmente autorizada. Em decorrência da falta de expressa previsão em relação à
espécie legislativa, os tributos em geral devem ser criados por lei ordinária. Exceção a esta
regra encontra-se nos impostos de competência impositiva residual da União, previstos no
inciso I do artigo 154 da Constituição Federal, nos empréstimos compulsórios (artigo 148
da Constituição Federal/88) e na contribuição para seguridade social (artigo 195, § 4.º, da
Constituição Federal), os quais devem ser criados por meio de lei complementar.
a) Pessoais
b) Reais
Impostos que incidem igualmente para todas as pessoas que realizam o fato
imponível, não levando em consideração as condições pessoais, isto é, considerando
apenas aspectos objetivos (nunca subjetivos) do contribuinte. Temos, como exemplo de
imposto real, o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), que
incide sobre o contribuinte desde que este possua imóvel.
c) Diretos
d) Indiretos
maiores condições e, de maneira menos intensa, aqueles que possuem menor potencial
contributivo. Por meio das denominadas alíquotas progressivas é que se busca alcançar o
princípio da capacidade contributiva. Tal progressividade de alíquotas funciona da seguinte
forma: quanto maior a base de cálculo sobre a qual incide o tributo, tanto maior a alíquota
a ser suportada pelo contribuinte. A título de exemplo, temos o Imposto sobre a Renda e
Proventos de Qualquer Natureza (IR), o qual possui três alíquotas diferentes, a serem
verificadas de acordo com os valores auferidos em determinado exercício. Tais alíquotas
são 0% (para aqueles que possuem rendimento mensal até R$ 1.058,00), 15% (para
rendimentos entre R$ 1.058,00 e R$ 2.115,00) e 27,5% (àqueles que recebem,
mensalmente, valores acima de R$ 2.115,00).
2.2. Taxa
Trata-se de modalidade prevista no inciso II do artigo 145 da Constituição Federal,
segundo o qual taxa é tributo que tem por hipótese de incidência uma atuação estatal
diretamente referida ao contribuinte consistente em um serviço específico e divisível ou em
um ato de polícia. Assim, é de se afirmar que se trata, de acordo com a clássica
classificação de Geraldo Ataliba, de tributo vinculado a uma atuação estatal. Isto significa
que o fato gerador não é um comportamento do contribuinte ou situação jurídica em que
este se encontre, e sim uma atuação estatal. Deve-se salientar que a especificidade da taxa
advém de seu fato gerador ser uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte.
O artigo 77 do Código Tributário Nacional, que teve sua regra repetida pela Magna
Carta, estabelece que a atuação estatal, a depender de sua natureza, pode originar a taxa de
serviço ou taxa de polícia. Assim, somente a prestação de um serviço público ou a prática
de ato de polícia são hipóteses de incidência deste tributo.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Outrossim, qualquer outra pretensa modalidade de taxa deve ser repugnada por
absoluta inconstitucionalidade.
a) Gerais (universais)
São prestados uti universi e, por esse motivo, devem ser custeados pelas receitas
gerais da pessoa política que os presta (impostos), e nunca por meio de taxas, posto que
não podem ser divididos entre os contribuintes.
b) Específicos (singulares)
Estes devem ser tributados por meio de taxas, devido à sua divisibilidade e
possibilidade de identificação de cada um dos contribuintes.
c) Divisíveis
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DIREITO TRIBUTÁRIO
d) Fruíveis
Assim, para que o serviço público possa servir como fato gerador da taxa, deve este
ser:
- específico e divisível;
Discussão que ainda não teve solução faz referência à natureza jurídica do pedágio.
Quanto a isso, temos que uma parte da doutrina define o pedágio como sendo uma taxa de
serviço, com base no artigo 150, inciso V, da Constituição Federal, cuja divisibilidade
somente se manifesta no momento da utilização da via pública. Já outra corrente
doutrinária defende tratar-se de um preço público (vide item 2.2.6.).
Quanto a esse tema, já houve decisão pelo Supremo Tribunal Federal, no sentido de
que o pedágio tem natureza jurídica de taxa (STF, 2ª Turma, unânime, RE 181.475-6-RS,
DJU-e-1 de 25-6-99, p.28). Entretanto, a doutrina ainda diverge, fazendo diferenciação
com base nas características de caso a caso. Assim, deverá ser verificada, inicialmente, a
existência de compulsoriedade no pagamento. Sendo compulsório o pagamento, estaremos
diante de uma taxa.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Devemos entender que as taxas não se destinam a angariar fundos, e sim para fazer
frente aos gastos experimentados na prestação de um serviço público ou no exercício do
poder de polícia.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
função de outros elementos, como, por exemplo, a área do imóvel que foi beneficiado pelo
serviço público.
Com apoio no inciso IV do artigo 206 da Constituição Federal, temos que o serviço
público que, necessariamente, deve ser gratuito, é o serviço de ensino quando prestado em
estabelecimento oficial de ensino.
Caso o Poder Público resolva cobrar os serviços e os atos de polícia, deve fazê-lo
por meio de taxa, mas sempre obedecido o regime jurídico tributário (princípios que
protegem o contribuinte contra excessos fazendários. Exemplos: legalidade, igualdade,
reserva de competência, anterioridade).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
A comparação que segue entre taxa e preço público foi retirada do Código Tributário
Nacional Comentado, coordenado por Vladimir Passos de Freitas, Revista dos Tribunais,
artigo 77:
Taxa:
Preço Público:
- atividade monopolizada;
- pressupõe contratação;
12
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Desta forma, temos que a contribuição de melhoria tem como fato gerador a
valorização do imóvel do contribuinte em decorrência de obra pública. Havendo tal
valorização, decorrente da obra, os beneficiários diretos devem entregar contraprestação
em razão da valorização. Assim, o tributo busca evitar o enriquecimento sem causa dos
beneficiários e estes, de forma reflexa, arcam com seu custo, total ou parcial, observando-
se os limites para cobrança, previstos no artigo 81 do Código Tributário Nacional. É,
portanto, tributo vinculado e sua cobrança advém de uma atuação estatal, consistente de
uma obra pública.
Importante lembrar que a contribuição de melhoria só pode ser cobrada uma vez
para cada obra pública que valorize o imóvel. Ainda, trata-se de “tributo social”, pois visa
devolver à sociedade uma parte do enriquecimento experimentado pelo contribuinte, já que
o dono do imóvel valorizado por uma obra pública, custeada pela sociedade, prestará sua
retribuição com o pagamento desta modalidade tributária.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
3. Observações Finais
De se frisar, em tempo, que as taxas e contribuições de melhoria são tributos
vinculados a certa atuação estatal.
Isto ocorre porque tais tributos têm, por hipótese de incidência, uma atuação estatal
de algum modo referida ao contribuinte, lembrando-se que as taxas decorrem de atuação
estatal diretamente referida (prestação de serviço público ou atos de poder de polícia
potencialmente aproveitados pelo contribuinte), enquanto as contribuições de melhoria
decorrem de atuação estatal indiretamente referida (valorização imobiliária decorrente de
obra de responsabilidade do ente público tributante).
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MÓDULO II
DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
Para Norberto Bobbio, o problema no que tange aos direitos humanos “não é mais o
de fundamentá-los, e sim o de protegê-los”.
1
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 3.ª ed. Ed. Max Lemonad, 1997.
1
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DIREITOS HUMANOS
que parte destas violações poderiam ser prevenidas se um efetivo sistema de proteção
internacional de direitos humanos existisse”.
As teses de que os Estados deveriam ter uma soberania absoluta e sem limites e
cederam lugar a que os doutrinadores afirmassem que “a soberania estatal não é um
princípio absoluto, mas deve estar sujeita a certas limitações em prol dos direitos humanos.
Os direitos humanos tornam-se uma legítima preocupação internacional com o fim da
Segunda Guerra Mundial, com a criação das Nações Unidas, com a adoção da Declaração
Universal dos Direitos Humanos pela Assembléia Geral da ONU, em 1948 e, como
conseqüência, passam a ocupar um espaço central na agenda das instituições
internacionais. No período do pós-guerra, os indivíduos tornam-se foco de atenção
internacional. A estrutura do contemporâneo Direito Internacional dos Direitos Humanos
começa a se consolidar. Não mais poder-se-ia afirmar, no fim do século XX, que o Estado
pode tratar de seus cidadãos da forma que quiser, não sofrendo qualquer responsabilização
na arena internacional. Não mais poder-se-ia afirmar no plano internacional that king can
do no wrong”3.
E, sem dúvida, como declara a Prof. Flávia Piovesan: “Neste contexto, o Tribunal de
Nuremberg, em 1945-1946, significou um poderoso impulso ao movimento de
internacionalização dos direitos humanos. Ao final da Segunda Guerra e após intensos
debates sobre o modo pelo qual poder-se-ia responsabilizar os alemães pela guerra e pelos
bárbaros excessos do período, os aliados chegaram a um consenso, com o Acordo de
Londres de 1945, pelo qual ficava convocado um Tribunal Militar Internacional para julgar
os criminosos de guerra”.
2
PIOVESAN, Flávia. op. cit.
3
PIOVESAN, Flávia. op. cit.
4
Ib. op. cit.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITOS HUMANOS
3
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DIREITOS HUMANOS
“Diferiu não tanto pelo maior número de países envolvidos e a duração mais
prolongada do conflito – seis anos, a partir das primeiras declarações oficiais de guerra,
sem contar, portanto, a ocupação da Manchúria pelo Japão, em 1932, e a da Etiópia pela
Itália, em 1935 –, quanto pela descomunal cifra de vítimas. Calcula-se que 60 milhões de
pessoas foram mortas durante a Segunda Guerra Mundial, a maior parte delas civis, ou
seja, seis vezes mais do que no conflito do começo do século, em que as vítimas, em sua
quase totalidade, eram militares. Além disso, enquanto a guerra do início do século
provocou o surgimento de cerca de 4 milhões de refugiados, com a cessação das
hostilidades na Europa, em maio de 1945, contavam-se mais de 40 milhões de pessoas
deslocadas, de modo forçado ou voluntário, dos países onde viviam em meados de 1939”.
Continua: “Mas, sobretudo, a qualidade ou índole das duas guerras mundiais foi
bem distinta. A de 1914-1918 desenrolou-se, apesar da maior capacidade de destruição dos
meios empregados (sobretudo com a introdução dos tanques e aviões de combate), na linha
clássica das conflagrações anteriores, pelas quais os Estados procuravam alcançar
conquistas territoriais, sem escravizar ou aniquilar os povos inimigos. A Segunda Guerra
Mundial, diferentemente, foi deflagrada com base em proclamados projetos de subjugação
de povos considerados inferiores, lembrando os episódios de conquista das Américas a
partir dos descobrimentos. Ademais, o ato final da tragédia – o lançamento da bomba
atômica em Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente – soou
como um prenúncio de apocalipse: o homem acabara de adquirir o poder de destruir toda a
vida na face da Terra”.
Prenunciava-se o fim da era em que a forma pela qual o Estado tratava seus
nacionais era concebida como um problema de jurisdição doméstica, restrito ao domínio
reservado do Estado, decorrência de sua soberania, autonomia e liberdade. Aos poucos,
emerge a idéia de que o indivíduo é não apenas objeto, mas também sujeito de direito
internacional. A partir desta perspectiva, começa a se consolidar a capacidade processual
internacional dos indivíduos, bem como a concepção de que os direitos humanos não mais
se limitam à exclusiva jurisdição doméstica, mas constituem interesse internacional”7.
“A ONU difere da Liga das Nações, na mesma medida em que a Segunda Guerra
Mundial se distingue da Primeira Enquanto em 1919 a preocupação única era a criação de
uma instância de arbitragem e regulação dos conflitos bélicos, em 1945 objetivou-se
colocar a guerra definitivamente fora da lei. Por outro lado, o horror engendrado pelo
surgimento dos Estados totalitários, verdadeiras máquinas de destruição de povos inteiros,
suscitou em toda parte a consciência de que, sem o respeito aos direitos humanos, a
convivência pacífica das nações tornava-se impossível.
7
COMPARATO, Fábio Konder. op. cit.
5
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITOS HUMANOS
Por isso, enquanto a Liga das Nações não passava de um clube de Estados, com
liberdade de ingresso e retirada conforme suas conveniências próprias, as Nações Unidas
nasceram com a vocação de se tornarem a organização da sociedade política mundial, à
qual deveriam pertencer, portanto, necessariamente, todas as nações do globo empenhadas
na defesa da dignidade humana”8.
A ONU se compõe de seis órgãos especiais, que são (Carta das Nações Unidas, art.
7.º):
• Assembléia Geral;
• Conselho de Segurança;
• Conselho de Tutela;
• Secretaria.
8
COMPARATO, Fábio Konder. op. cit.
6
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITOS HUMANOS
Nos termos do art.1.º (3), fica estabelecido que um dos propósitos das Nações
Unidas é alcançar a cooperação internacional para a solução de problemas econômicos,
sociais, culturais ou de caráter humanitário e encorajar o respeito aos direitos humanos e
liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
Neste sentido, cabe à Assembléia Geral iniciar estudos e fazer recomendações, com
o propósito de promover a cooperação internacional para a solução de problemas
econômicos, sociais, culturais ou de caráter humanitário e encorajar o respeito aos direitos
humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou
religião, em conformidade com o art. 13 da Carta. Também ao Conselho Econômico e
Social cabe fazer recomendações, com o propósito de promover o respeito e a observância
dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais, bem como preparar projetos de
Convenções Internacionais para este fim, nos termos do art. 62 da Carta da ONU.
O Prof. Comparato diz que: “No texto da Carta, como se vê, da leitura dos artigos
13 e 55, os direitos humanos foram concebidos como sendo, unicamente, as liberdades
individuais”. É verdade que o tratado instituidor da ONU atribui às Nações Unidas a
incumbência de favorecer entre os povos “níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e
condições de progresso e desenvolvimento econômico e social”. Mas o efetivo direito ao
desenvolvimento só veio a ser reconhecido mais tarde.
O Texto
(Excertos)
7
___________________________________________________________________________MÓDULO II
DIREITOS HUMANOS
E PARA TAIS FINS, praticar a tolerância e viver em paz, uns com outros, como
bons vizinhos, e unir nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a
garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a força armada não
será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para
promover o progresso econômico e social de todos os povos,
9
PIOVESAN, Flávia. op. cit.
8
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MÓDULO III
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Drogas
1. ARTIGO 13
O objeto material do delito será qualquer objeto, apto a ser destinado aos fins
indicados no tipo. Poderá ser uma estufa, um destilador etc. Será o exame do conjunto
probatório e a perícia que darão às autoridades os elementos necessários à tipicidade do
comportamento.
2. ARTIGO 14
A 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que houve simples derrogação do
artigo 14, cujo preceito primário permanece em vigor, inalterado. As penas, no entanto,
foram alteradas. Desde a entrada em vigor da Lei n. 8.072/90, deve ser cominada a sanção
prevista no artigo 8.° da supracitada lei, por ser mais benéfica ao agente. Ou seja, ao crime
previsto no artigo 14 da Lei Antitóxicos será cominada a pena de reclusão de 3 (três) a 6
(seis) anos. A multa não foi prevista no artigo 8.°, de modo que não será imposta ao
condenado. A alteração, por ser benéfica, retroage às condenações, ainda que
definitivamente julgadas.
3. ARTIGO 15
Cuida-se de crime culposo. Quanto ao sujeito ativo, temos que o crime é próprio. Só
podem cometê-lo, na modalidade prescrever, médico ou dentista. Quanto à conduta
ministrar, podem realizá-la, ainda, o farmacêutico e o pessoal de enfermagem.
4. ARTIGO 16
A razão da punição daquele que traz consigo, adquire ou guarda para uso próprio, é
a ameaça que seu comportamento representa para a sociedade.
Os núcleos do tipo são adquirir, guardar e trazer consigo. As condutas exigem o uso
próprio como finalidade exclusiva do agente. Essa finalidade distingue o artigo 16 do
artigo 12 da Lei n. 6.368/76, porquanto este contém, no seu preceito primário, os mesmos
três núcleos acima mencionados.
3
___________________________________________________________________________MÓDULO III
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
1.ª) enquadramento no artigo 12, posto que a Lei não distingue a plantação em
escala comercial daquela realizada para consumo próprio;
2.ª) o fato é atípico, porquanto não está descrito no artigo 12 ou no artigo 16. Não se
enquadra no artigo 12, § 1.º, inciso II, porque é nítida a intenção do legislador de punir
grandes plantadores, bastando, para tanto, ressaltar que a pena imposta ao “plantio” é
idêntica àquela definida para o caput do artigo 12. A conduta também não se subsume no
artigo 16 porque não há no tipo os núcleos semear, cultivar e colher. Para essa orientação, a
tipificação do plantio para uso próprio no artigo 16 constitui aplicação de analogia in
malam partem, ou seja, prejudicial ao acusado.
4
___________________________________________________________________________MÓDULO III
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A pequena quantidade não afasta, por si só, a eventual configuração do tráfico. Faz-
se necessário o exame do conjunto probatório à luz dos parâmetros indicados,
exemplificativamente, no artigo 30 da Lei n. 10.409/2002, a saber:
• circunstâncias da prisão;
4.4. Consumação
A consumação do artigo 16 ocorre com a prática do comportamento típico,
independentemente da produção de qualquer resultado. Na modalidade adquirir, a tentativa
é possível.
Seja qual for o procedimento adotado, por ser especial em relação ao existente no
Código de Processo Penal (artigo 539), e pelo fato da pena máxima cominada no artigo 16
ser de dois anos de detenção, está afastada a incidência da Lei dos Juizados Especiais
Criminais, ou seja, da Lei n. 9.099/95. Quanto aos Juizados Especiais Criminais há
observação a fazer. Com a entrada em vigor da Lei n. 10.259/2001, que instituiu e definiu
os Juizados Especiais Criminais Federais, parcela considerável dos Promotores de Justiça e
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Juízes Criminais do Fórum Central da Capital de São Paulo passou a considerar o artigo 16
como uma infração de pequeno potencial ofensivo. Essa conduta baseia-se na incidência da
Lei dos Juizados Federais no âmbito estadual, possibilitando que infrações, com pena
máxima abstrata não superior a dois anos, independentemente da existência de
procedimento especial para apurá-las, possam ser consideradas de pequeno potencial
ofensivo. Convém ressaltar, no entanto, que a orientação da Procuradoria-Geral de Justiça
do Estado de São Paulo, bem como da Polícia Civil, opõe-se à aplicação da Lei n.
10.259/2001 nos Juizados Especiais Criminais Estaduais.
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MÓDULO II
MEDICINA LEGAL
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MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
1. IDENTIFICAÇÃO
a) Espécie
Entre animal e ser humano. Pode-se chegar a essa classificação pela análise dos
ossos e dos canais de Havers.
b)Raça
c)Sexo
•sexo cromossomial: avaliação dos cromossomos. Ex.: sexo masculino: quem tem
cromossomo XY; sexo feminino: quem tem cromossomo XX;
•sexo gonadal: os indivíduos humanos que têm ovário são do sexo feminino; os que
têm testículos são do sexo masculino;
•sexo cromatímico: com a aplicação, nas células humanas, de corante que se adere
ao corpúsculo cromatino. A presença da cromatina indica o sexo feminino; sua
ausência indica o sexo masculino.
•sexo da genitália interna: quem tem útero e ovário é do sexo feminino; quem tem
próstata é do sexo masculino;
•sexo da genitália externa: quem tem vagina e clitóris é do sexo feminino; quem
tem pênis e escroto é do sexo masculino;
•sexo pericial: é o sexo de avaliação, por meio de toda uma avaliação dá-se um
laudo sopesando todos os aspectos.
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
MEDICINA LEGAL
Legalmente, no Brasil, o que vale é o sexo físico. O judiciário não pode autorizar a
mudança de sexo na documentação, pois poderia estar incorrendo em uma fraude.
1.1. Idade
Existem algumas faixas etárias juridicamente importantes: 13, 16, 18 e 21 anos.
Especialmente a faixa dos 18 anos, que é a faixa da imputabilidade.
Dedos: indicador, polegar, médio, anular e mínimo. O polegar tem dois ossos, duas
falanges, que recebem o nome de proximidal e distal. Os quatro outros dedos possuem três
falanges: proximidal, medial e distal. Além disso, existem pequenas esferas ósseas que
ajudam no processo de articulação, chamados semamóides.
Temos então 32 (trinta e dois) pontos de observação (ossos) para identificar a idade
das pessoas. É por isso que se adota essa parte do corpo para proceder a identificação: pela
quantidade de detalhes e variedade de pontos de observação.
1.2. Altura
Existem tabelas para que se possa verificar a altura do indivíduo. Ex.: se o fêmur
mede 48,6 cm, o indivíduo vivo tinha 1,80 m. A tabela pode ser aplicada sobre vários
ossos: fêmur, tíbia etc.
A identificação por fotografia não é um método de grande segurança. Ele será usado
quando falhar os métodos mais significativos. Consiste na superposição de fotos do
indivíduo tiradas em vida sobre a foto do esqueleto do crânio.
Vucetich verificou que certas pessoas, na confluência dos três sistemas, formam
uma figura chamada delta. O delta pode aparecer nas pessoas de diferentes maneiras: dois
deltas, ausência de delta, só do lado interno ou só do lado externo.
A figura de 2 (dois) deltas é chamada de verticilo (V). As pessoas que têm o delta
só do lado externo, chamou-se de presilha externa (E). As que têm só do lado interno,
presilha interna (I). As pessoas que não têm o delta, chamou-se de arco (A).
3
___________________________________________________________________________MÓDULO II
MEDICINA LEGAL
Para seu estudo, Vucetich resolveu colher a impressão dos dez dedos das mãos. O
sistema de letras fica restrito aos polegares; os demais dedos recebem a numeração
seguinte:
V (verticilo) = 4
E (presilha externa) = 3
I (presilha interna) = 2
A (arco) = 1
cabeça de alguém, o mesmo não produzirá nenhum trauma. Porém, se o tijolo for atirado
com força, pode provocar um corte ou até mesmo uma fratura de crânio. O tijolo (massa) é
o mesmo; o que variou foi a velocidade.
Existem alguns objetos cuja massa, por si só, já produzem energia suficiente para
provocar um trauma. Ex.: um cofre de 3.000 Kg sobre a cabeça de alguém.
a) Perfurantes
b) Cortantes
São instrumentos que agem por um gume mais ou menos afiado, por
mecanismo de deslizamento sobre os tecidos. A ferida causada por esse tipo de
instrumento chama-se incisa. É errado falar “ferida cortante”: o instrumento é
cortante, a ferida é incisa. Exemplo de objetos cortantes: faca, bisturi etc.
c) Contundentes
− Eritema ou rubefação
− Equimose
Se a lesão foi provocada com tal intensidade que chegou a romper alguns vasos
sangüíneos, recebe o nome de equimose. São as famosas manchas roxas provocadas por
ruptura de vasos capilares, que são vasos pouco expressivos, perto da superfície da
pele. Não há sangramento, mas pequena infiltração de sangue entre as malhas do
tecido. As manchas seguem uma evolução padronizada: mudam de cor até o décimo
quinto dia, quando então desaparecem.
− Hematoma
− Escoriação
− Ferida contusa
Produzida quando o instrumento age com muita violência que é capaz de rasgar
os tecidos, formando uma lesão aberta.
Existem instrumentos que por sua velocidade, mais do que por sua forma, produzem
lesões. Ex.: instrumento perfuro-contundente (projétil de arma de fogo), que atua
perfurando e contundindo.
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___________________________________________________________________________MÓDULO II
MEDICINA LEGAL
Instrumentos básicos
Instrumentos combinados
1.ª Lei: as feridas punctórias provocam, quando retirado o instrumento, a forma de casa de
botão ou botoeira;
2.ª Lei: feridas punctórias numa mesma região de linhas de tensão ou linhas de Languer,
têm todas o mesmo sentido;
3.ª Lei: diz respeito às feridas que acontecem coincidentemente numa mesma região de
linhas de tensão, e diz respeito à forma que a lesão vai apresentar, ou seja, forma triangular.
7
___________________________________________________________________________MÓDULO II
MEDICINA LEGAL
− hemorragia abundante;
− a extensão da ferida é quase sempre menor do que aquela que realmente foi
produzida, em virtude da elasticidade dos tecidos;
Nas feridas incisas, quando existem duas lesões cruzadas, é possível determinar qual
a primeira e qual a segunda, pois a primeira foi feita sobre a pele íntegra e, na segunda, vai
haver um degrau, porque foi feita sobre a lesão anterior. A esse “degrau” dá-se o nome de
Sinal de Chavigny: angulação que se verifica na segunda ferida, na hipótese de duas feridas
se entrecortarem.
Ainda que não haja uma fratura ou ferida externa, pode ocorrer a ruptura de um
pequeno vaso na parte externa do cérebro, que vai gotejando sangue e descolando a
membrana que se expande até comprimir violentamente o cérebro, levando o indivíduo ao
coma. É um hematoma extradural em dois tempos que leva à uma compressão do cérebro.
Quando o impacto é maior e há um anteparo ósseo, prensando partes moles entre o
instrumento e o osso, pode ser que a lesão se abra. Aí recebe o nome de ferida contusa. Ex.:
soco no supercílio.
d) Feridas contusas:
− bordas irregulares;
9
___________________________________________________________________________MÓDULO II
MEDICINA LEGAL
− sangram menos;
Esses são os itens que permitem diferenciar uma ferida contusa de uma ferida incisa.
e) Empalamento
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MÓDULO II
PORTUGUÊS
Pronomes Demonstrativos
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PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
Pronomes Demonstrativos
a) Projeção
Exemplos:
• O total era este: R$ 10,00. Estes são os artigos definidos: o, a, os, as.
Exemplos:
1
___________________________________________________________________________MÓDULO II
PORTUGUÊS
Para dar exatidão: este(s), esta(s), isto (para o termo mais próximo) e aquele (s),
aquela (s) e aquilo (para o termo mais distante).
Exemplos:
• O Brasil e o Chile fizeram novo acordo. Este aceitou a proposta, aquele a fez.
• Maria saiu, mas sua irmã ficou. Esta faria o trabalho enquanto aquela passearia.
Para dar exatidão: este(s), esta(s), isto (há vários elementos, porém só se quer citar o
último).
Exemplos:
• Havia verduras, carnes, peixes e frutas. Estas foram as mais apreciadas pelos
turistas.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
PORTUGUÊS
Exemplo: Essa sua camisa é diferente desta camisa que visto, mas aquela na vitrine
merece elogios.
Exemplos:
• Pegue este livro aqui/cá. Pegue esse livro aí. Pegue aquele livro ali.
3. REFERÊNCIA AO TEMPO
presente
passado este futuro
esta
mais distante mais próximo isto mais próximo mais distante
aquele esse esse aquele
aquela essa essa aquela
aquilo isso isso aquilo
Exemplos:
• Naquele tempo, Adão vivia no Éden (passado distante). Recebeu a notícia por
esses dias (passado próximo).
• O recado chegou agora, neste minuto (presente). Neste século, o homem terá
muitas preocupações energéticas (presente).
• O salário virá por esses dias (futuro próximo). Ele estava escrevendo uma ficção
científica e naquele tempo o homem estava em extinção (futuro distante).
3
___________________________________________________________________________MÓDULO II
PORTUGUÊS
EXERCÍCIO
c) Pense bem no teu futuro, filho meu, és moço e podes ainda lutar; estas palavras de
admoestação e carinho eram diárias.
d) Ramaiana e Os Lusíadas são dois poemas épicos: aquele pertencente à literatura hindu;
este é de Camões e constitui uma verdadeira enciclopédia dos conhecimentos humanos.
e) Foi vista, então, ali uma boa oportunidade. Essa aparece raro.
Gabarito: c.
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MÓDULO II
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
(Lei n. 8.069/90)
Não prevê, assim, que a tutela a que fazem jus somente lhes seja aplicada nas
situações de perigo ou de risco, mas sempre que, por qualquer motivo, seus direitos
puderem ser violados. A criança e o adolescente acham-se em situação de permanente
proteção Estatal e qualquer violação ou ameaça de violação de seus direitos ensejará a
aplicação de medidas legais próprias. A situação que enseja a proteção pode decorrer de
ação ou omissão do Estado, da sociedade, da família ou mesmo em face de conduta do
próprio adolescente ou da criança.
1ª) Aplicação das medidas sócio-educativas previstas no artigo 104, parágrafo único,
do Estatuto da Criança e do Adolescente, aos maiores de 18 anos, desde que tenham
praticado a conduta antes de completarem os 18 anos. A idade máxima para essa aplicação
é de até 21 anos.
2ª) No caso de adoção, desde que o adotando já esteja anteriormente sob a proteção
do Estatuto da Criança e do Adolescente (exemplo: se a pessoa que estava com a guarda do
menor decide adotá-lo após ele completar 18 anos, essa adoção será feita sob os
regulamentos do Estatuto da Criança e do Adolescente). Isso perderá o efeito prático com o
advento do novo Código Civil (Lei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002), que entrará em
vigor a partir de 11 de janeiro de 2003, pois as normas foram aproximadas. A adoção pelo
2
___________________________________________________________________________MÓDULO II
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
novo Código Civil somente será conferida por procedimento judicial, assim como sempre
foi no Estatuto da Criança e do Adolescente.
O artigo 4º, caput, refere-se a entidades que são formas básicas de convivência para
o menor. Como as crianças e os adolescentes são dependentes e vulneráveis a qualquer
forma de violência, é coerente que toda a sociedade seja responsável por eles, minimizando
a falta de apoio para que não gere discriminações e desajustes que levam o menor à prática
de atos anti-sociais.
3
___________________________________________________________________________MÓDULO II
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
Art. 6º- Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se
dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.”
No contexto, damos como exemplo a permissão que um juiz deu para que os
adolescentes ajudassem no corte de cana-de-açúcar. Esse juiz, entretanto, não levou em
conta a condição de pessoa em desenvolvimento, e sim, colocou os adolescentes em
condição de adultos. Essa permissão foi revogada, tendo em vista que o adolescente, em
desenvolvimento físico, poderá sofrer lesões graves em razão da atividade de corte de
cana-de-açúcar (exemplo: pode ficar com um braço mais comprido do que o outro).
O artigo 6.º nos traz um dos chamados sistemas interpretativos. Quanto a esse
aspecto da matéria devemos considerar as diversas orientações esboçadas pelos juristas
quanto ao uso e à importância atribuída à várias espécies de interpretação
Os direitos fundamentais são oponíveis erga omnes, ou seja, seus titulares podem
opô-los contra todos; seja o Estado, seja pessoa física, jurídica, particular ou não.
4
___________________________________________________________________________MÓDULO II
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
A comunicação de maus tratos, tipificado como crime (artigo 136 do Código Penal),
à criança e ao adolescente é obrigatória. Essa obrigação é das escolas, hospitais, creches,
enfim, das pessoas da sociedade em geral. Tal comunicação deverá ser feita ao Conselho
Tutelar ou, onde não houver, ao Ministério Público ou qualquer outra autoridade judicial.
6
___________________________________________________________________________MÓDULO II
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
1ª) Idoneidade para formar família substituta, o que para o Estatuto da Criança e do
Adolescente nada mais é que a compatibilidade com a natureza da medida - formação da
família.
5ª) Família substituta estrangeira - a única forma é pela adoção, sendo vedada nas
formas de tutela ou guarda. Os estrangeiros residentes e domiciliados fora do país formam
família substituta estrangeira. O critério que o Estatuto da Criança e do Adolescente adota
é o da Territorialidade e não o da Nacionalidade. Assim, os estrangeiros com residência no
Brasil formam família substituta nacional.
Contudo, a matéria agora é regulada pela Constituição Federal. Três regras ficaram
constitucionalmente estabelecidas, a saber:
8
___________________________________________________________________________MÓDULO II
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
Assim:
• trabalhar durante a noite, estipulando ser trabalho noturno aquele realizado das 22
horas às 5 horas;
9
___________________________________________________________________
MÓDULO III
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
4. O poder de polícia é:
a) mecanismo de que dispõe a polícia para a manutenção da ordem pública visando a evitar
danos ao patrimônio;
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
3. O artigo 2.º da CF: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário” é norma de:
a) eficácia plena;
b) eficácia limitada;
c) eficácia contida;
d) eficácia semi-plena.
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
4. O latrocínio é:
a) crime permanente;
b) crime complexo;
c) crime multidinário;
d) n.d.a.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
d) n.d.a.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Analise as assertivas:
I –A jurisdição, monopólio do poder estatal, é una e indivisível.
II –As formas de solução da lide não são monopólio do poder judiciário.
III –A jurisdição pressupõe um território onde é exercida. Assim, somente o Supremo
Tribunal Federal tem jurisdição em todo o território nacional.
IV –É possível alterar o pedido ou a causa de pedir até o saneamento do processo, desde
que haja a concordância do réu, caso não seja ele revel.
V –Extingue-se o processo, sem julgamento do mérito, declarando-se o autor carecedor da
ação, quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo.
Alternativas:
a) somente as alternativas II, III e V estão corretas;
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
III –quer antes de iniciada a persecutio criminis, quer exista processo em andamento, ou
prolatada sentença ainda não transitada em julgado, deve-se declarar a extinção da
punibilidade para excluir todos os efeitos jurídicos penais do comportamento antes
considerada infração;
IV –existindo sentença condenatória com trânsito em julgado, só o Juiz da execução da
pena poderá declarar a cessação da sanctio juris.
Alternativas:
a) a resposta I está correta;
b) a resposta III está incorreta;
c) a resposta II está correta;
d) as respostas III e IV estão corretas.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
3. As taxas são os tributos que têm por hipótese de incidência uma atuação estatal.
Assinale a alternativa que corretamente delimite tal atuação, nos termos da CF e da
legislação tributária vigente:
a) os serviços públicos universais (uti universi) podem ser custeados por meio de taxas, já
que alcançam a coletividade considerada como um todo, o mesmo não podendo se dizer
a respeito dos atos de polícia;
b) tanto os serviços públicos uti universi, como os uti singuli, também chamados
singulares, na medida em que são mensuráveis e divisíveis, podem ser custeados por
meio de taxas, juntamente com os atos de polícia;
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
5. As taxas:
a) podem ter como base de cálculo a que foi utilizada para a cobrança de impostos;
b) não podem ter como base de cálculo a que foi utilizada para a cobrança de impostos;
c) podem, em certos casos, ter como base de cálculo a que foi utilizada para a cobrança de
impostos;
d) não são tributos.
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
II) tem como importantes instrumentos, no plano global, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948 das Nações Unidas e os Pactos Internacionais de Direitos
Civis e Políticos e de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, e, no plano
regional, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969 (“Pacto de San José
de Costa Rica”);
III)no sistema da OEA, tem como órgãos competentes a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, com sede em Washington DC, nos Estados Unidos da América, e a
Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada em San José da Costa Rica.
Analisando-se as asserções acima, pode-se afirmar que:
a) todas são corretas;
b) todas são incorretas;
c) somente as de números I e II estão corretas;
d) somente as de números II e III estão corretas.
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2
___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
1
___________________________________________________________________________MÓDULO III
5. A equimose:
a) tem sempre a cor arroxeada;
b) resulta sempre de uma pancada;
c) pode localizar-se também em vísceras;
d) aparece apenas em cadáveres.
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___________________________________________________________________________MÓDULO III
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Pode o ECA ter aplicação à pessoa com dezenove (19) anos de idade ?
a) Sim, no caso de resultar provado, através de laudo médico oficial, ser a pessoa, até
vinte e um (21) anos, portadora de severa doença mental.
b) Não, porque a pessoa com dezenove (19) anos é penalmente responsável.
c) Sim, em casos expressos em leis.
d) Não. O ECA só é aplicável a crianças e adolescentes até 18 (dezoito) anos de idade.
b) Distingue criança e adolescente por faixa etária e por grau de instrução, considerando
criança o menor com até dez de idade, qualquer que seja sua escolaridade, ou até
dezesseis anos, desde que ainda não tenha completado o primeiro grau, e adolescente o
menor que não seja qualificado como criança, com teto de idade de vinte e um anos.
c) Distingue criança e adolescente por faixa etária, considerando criança o menor com até
doze anos de idade e adolescente o menor entre doze e dezoito anos de idade.
d) Não distingue criança e adolescente a não ser para efeitos de colocação em família
substituta, quando essa distinção se dá em função da faixa etária, considerando-se
criança o menor impúbere e adolescente o menor púbere.