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Objeto e Finalidade
• O objeto do Poder de Polícia é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a
coletividade ou por em risco a segurança nacional, exigindo, por isso, mesmo
regulamentação, controle e contenção pelo Poder Público.
• A Administração pode, assim, condicionar o exercício de direitos individuais, delimitar a
execução de atividades, ou condicionar o uso de bens que afetem a coletividade em geral, ou
contrariem a ordem jurídica estabelecida ou se oponham aos objetivos permanentes da
Nação.
• Já a finalidade do Poder de Polícia, conforme se depreende do quanto já ventilado, é a
proteção ao interesse público, e isto no seu sentido mais amplo.
Traços Característicos
• O Poder de Polícia se caracteriza, normalmente, pela imposição de uma abstenção aos
particulares, ou seja, em um non facere.
• Ainda que por vezes aparentemente exista uma obrigação de fazer do administrado (ex.:
fazer exame de habilitação para motorista, colocar equipamento contra incêndio nos prédios,
etc.), isto não passa de mera aparência.
• Com efeito, o Poder Público não quer a pratica destes atos (não é este seu objetivo), mas
sim evitar que as atividades ou situações pretendidas pelos administrados sejam efetuadas
de maneira perigosa ou nociva, o que evidentemente ocorreria se não fossem observadas
estas condições.
• O condicionamento imposto aos particulares, e fiscalizado pela Administração através do
exercício do Poder de Polícia, frequentemente requer a prévia demonstração de sujeição
destes aos ditames legais. O particular, assim, pode se encontrar na obrigação de não fazer
algo até que a Administração verifique que a atividade por ele almejada se realizará segundo
os padrões previstos na lei. Com isto, o Poder Público assegura que não resultará um dano
social como consequência da ação individual do administrado.
• Assim, o particular deve exibir planta da futura construção, solicitando licença para tal. A
Administração, por sua vez, ao verificar que existe conformidade desta planta com as
exigências legais, expedirá ato vinculado facultando-lhe o exercício da atividade.
• Em outras hipóteses caberá ao Poder Público se manifestar discricionariamente,
examinando a conveniência e oportunidade de concordar com a prática do ato que seria
vedado ao administrado em havendo falta de autorização. Ex.: porte de arma.
Auto-executoriedade
• Auto-executoriedade é a faculdade que possui a Administração de decidir e executar
diretamente sua decisão, utilizando-se de seus próprios meios e sem intervenção do Poder
Judiciário.
• Desta feita, a Administração diretamente impõe as medidas ou sanções administrativas que
entender pertinentes ao caso concreto, de modo a que a atividade desvirtuada do interesse
público seja suspensa.
• Procurar o Poder Judiciário, portanto, é mera faculdade da Administração, posto que esta
pode por si só executar diretamente os atos emanados de seu poder de polícia. Deveras,
acaso o administrado não concorde com as atitudes tomadas pela Administração poderá este
sim procurar o Poder Judiciário.
• A obrigatoriedade de a Administração utilizar-se do Poder Judiciário existe tão somente
para que sejam exigidas as multas impostas por aquela (como acontece com todas as dívidas
onde o Estado seja credor).
• A auto-executoriedade não significa que poderá a Administração em qualquer caso punir
sumariamente sem possibilitar a defesa. Sempre que não se tratar de situação de flagrância
ou urgência (ex.: apreensão de mercadoria), hipótese na qual é admitido caráter sumário,
deverá a Administração observar a obrigatoriedade do processo administrativo, garantida a
defesa.
Coercibilidade
• Segundo Hely Lopes Meirelles, podemos entender a coercibilidade como a “imposição
coativa das medidas adotadas pela Administração”.
• Significa que todo ato de polícia é obrigatório para seu destinatário, não podendo este se
furtar a cumpri-lo, sendo, inclusive, que a Administração pode empregar força pública ante a
resistência encontrada.
• A própria Administração determina e faz executar as medidas de força que se fizerem
necessárias para a execução do ato de polícia ou a imposição da penalidade administrativa
dele resultante, não precisando, também, sequer socorrer-se do Poder Judiciário.
• Em que pese á existência do atributo da coercibilidade, não pode a Administração praticar
qualquer violência desnecessária ou desproporcional a medida da resistência encontrada ao
exercício do Poder de Polícia. Eventual violação a este direito do administrado poderá
caracterizar o excesso de poder ou abuso de autoridade (o que pode gerar a anulação do ato
e a reparação do dano e punição dos culpados).
Meios de Atuação
• O Poder de Polícia normalmente é exercido de forma preventiva, e a Administração Pública
age por intermédio de ordens e proibições e, principalmente, por meio de normas limitadoras
e sancionadoras aos administrados. Estas normas são denominadas de limitações
administrativas.
• Desta forma, são editadas leis, regulamentos e instruções pelo Poder Público, os quais fixam
os requisitos e condições para o uso da propriedade e o exercício das atividades que devem
ser policiadas.
• Após as verificações necessárias, a Administração Pública outorga o respectivo alvará de
licença ou autorização, e posteriormente acontece a competente fiscalização.
• Alvará é o instrumento de licença ou da autorização para a prática de ato, realização de
atividade ou exercício de direito dependente de policiamento administrativo. (Hely Lopes
Meirelles).
• O Alvará representa, portanto, o consentimento formal da Administração Pública à
pretensão do administrado.
Condições de Validade
• São as mesmas de todo ato administrativo, ou seja, a competência, a finalidade e a forma,
mas no caso do Poder de Polícia devem ser acrescidas da proporcionalidade e da legalidade
dos meios empregados pela Administração.
• A proporcionalidade deve existir não somente entre a restrição imposta pela Administração
e o benefício social que se tem em vista, mas também entre a infração cometida e a sanção
aplicada.
• O Poder de Polícia autoriza limitações administrativas, nunca a supressão total do direito
individual ou da propriedade particular, pelo que se existir desproporcionalidade do ato de
polícia haverá abuso de poder, e, consequentemente, será possível a anulação do ato ou
sanção.
• No tocante á legalidade dos meios, não há muito a acrescentar, tendo em vista que não se
poderia admitir algo diverso do que a Administração poder apenas utilizar-se de meios legais
para a prática do ato de polícia.
• Assim, mesmo que seja lícito e legal o fim, não podem os meios utilizados pela
Administração serem ilegais.