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10/04/2024, 19:02 Direito Administrativo

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Cyonil Borges (https://www.tecconcursos.com.br/blog/autor/cyonil-borges)


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Teoria atualizada em 20/07/2020 ● Atualizações relevantes

Poder de Polícia

Dos poderes da Administração, o poder de polícia é o único com uma definição legal. Seu conceito é
encontrado no CTN:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da Administração Pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Em suma, o poder de polícia representa uma atividade estatal restritiva dos interesses privados,
limitando a liberdade e a propriedade individual em favor do interesse público. A noção de poder de
polícia engloba quaisquer atividades estatais de fiscalização.

A doutrina conceitua o poder de polícia em duas acepções:


poder de polícia em SENTIDO AMPLO: inclui qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade
privadas, englobando restrições legislativas e limitações administrativas.
poder de polícia em SENTIDO ESTRITO: inclui somente as limitações administrativas à liberdade e
propriedade privadas, deixando de fora as restrições impostas por dispositivos legais.
Basicamente, envolve atividades administrativas de fiscalização e condicionamento da esfera
privada de interesse, em favor da coletividade.

Antes de prosseguirmos, cumpre diferenciarmos a POLÍCIA ADMINISTRATIVA (o poder de polícia de que


estamos tratando) da POLÍCIA JUDICIÁRIA.

A polícia administrativa é atividade da Administração que tem início e fim no âmbito da função
administrativa, levada a efeito por entidades e órgãos administrativos, incidindo basicamente sobre as
liberdades
  e propriedades
  dos indivíduos.
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(assuntos/1947)  (assuntos/1187)
Já a polícia judiciária é aquela que atua junto à função jurisdicional do Estado, sendo executada por
órgãos de segurança (Polícia Federal, por exemplo), referindo-se ao indivíduo, ou seja, aquele que
poderia cometer um ilícito penal.

O poder de polícia pode se dar de maneira NEGATIVA ou POSITIVA. Ocorre, na maioria das vezes, de
forma negativa, onde o Estado atua de forma restritiva na autonomia dos particulares. Contudo, o
exercício do poder de polícia pode levar à exigência de obrigações positivas do Estado com relação ao
particular. Exemplo disso é o cumprimento de certos requisitos para a obtenção da carteira de
habilitação, obrigando ao particular a fazer os exames e as horas-aula de trânsito.

O poder de polícia pode ser classificado em ORIGINÁRIO ou DELEGADO (outorgado). O poder de polícia
originário é aquele exercido pelas pessoas políticas que integram o Estado (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios). O poder de polícia delegado é aquele exercido pelas entidades componentes da
Administração Indireta, com personalidade jurídica de direito público, em decorrência de delegação
legal do órgão estatal a qual pertence.

Dentro do contexto de poder de polícia originário ou delegado, temos o que a doutrina convencionou
chamar de fases ou ciclo do poder de polícia.

De acordo com Diogo Figueiredo Moreira Neto, o poder de polícia possui quatro fases ou ciclos, que
correspondem ao modo de atuação: a ORDEM DE POLÍCIA (legislação); o CONSENTIMENTO DE POLÍCIA;
a FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA e a SANÇÃO DE POLÍCIA.

A ORDEM DE POLÍCIA é o preceito legal, a satisfação da reserva constitucional, apresentada de duas


formas: negativo absoluto, quando são vedadas certas formas de exercício de atividades e de uso da
propriedade privada, impondo-se restrições; negativo com reserva de consentimento, quando são
vedadas determinadas formas de exercício de atividades e de uso da propriedade privada, sem o
consentimento prévio e expresso da Administração, impondo-se condicionamentos. Nestes dois casos,
o instrumento de atuação administrativa do poder de polícia é a limitação.

O CONSENTIMENTO DE POLÍCIA é o ato administrativo de anuência (expresso ou implícito), que


possibilita a utilização da propriedade pelo particular ou o exercício da atividade privada, quando o
legislador tenha exigido controle prévio da compatibilidade do uso do bem ou do exercício da atividade
com o interesse público.

A FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA se fará para a verificação do cumprimento das ordens de polícia, como
também para se observar os abusos que possam existir na utilização de bens e nas atividades que foram
consentidas pela Administração. Esta fiscalização pode ser preventiva ou repressiva e pode ser iniciada
de ofício ou ser provocada.

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A SANÇÃO DE POLÍCIA é a submissão coercitiva do infrator a medidas inibidoras impostas pela


(assuntos/1947)  (assuntos/1187)
Administração, sempre que falhar a fiscalização preventiva e for verificada a ocorrência de infrações às
ordens de polícia. A sanção deve sempre ser criada por lei, não podendo ser instituída por decreto ou
outro ato de natureza infralegal.

Para o STJ (REsp 759759/DF), somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são
delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder
Público.

Quanto aos meios de atuação, o poder de polícia pode ser PREVENTIVO, como as atividades de
fiscalização (vistoria, licença, autorização) ou REPRESSIVO, como nas atividades de interdição de
estabelecimento, apreensão e destruição de mercadorias e internação compulsória de indivíduos
drogados.

Quanto à competência, tem a regra de que a atividade de polícia administrativa compete a quem legisla
sobre a matéria, sem que se afaste, contudo, a possibilidade de competência concorrente entre os entes
políticos, quando da coincidência de interesses.

Quanto à natureza jurídica, o poder de polícia é, eminentemente, DISCRICIONÁRIO. No entanto, há


casos excepcionais em que manifestações decorrentes do poder de polícia adquirem natureza
VINCULADA, como nos casos das licenças, atos administrativos vinculados e tradicionalmente
relacionados com o poder de polícia.

Resumo do capítulo

O poder de polícia é o único com uma definição legal. Seu conceito é encontrado no CTN:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da Administração Pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

O poder de polícia representa uma atividade estatal restritiva dos interesses privados, limitando a
liberdade e a propriedade individual em favor do interesse público. A noção de poder de polícia engloba
quaisquer atividades estatais de fiscalização.

 conceitua
A doutrina   o poder 
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polícia em duas acepções: 
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(assuntos/1947)  (assuntos/1187)
poder de polícia em SENTIDO AMPLO: inclui qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade
privadas, englobando restrições legislativas e limitações administrativas.
poder de polícia em SENTIDO ESTRITO: inclui somente as limitações administrativas à liberdade e
propriedade privadas, deixando de fora as restrições impostas por dispositivos legais.
Basicamente, envolve atividades administrativas de fiscalização e condicionamento da esfera
privada de interesse, em favor da coletividade.

A POLÍCIA ADMINISTRATIVA é atividade da Administração que tem início e fim no âmbito da função
administrativa, levada a efeito por entidades e órgãos administrativos, incidindo basicamente sobre
as liberdades e propriedades dos indivíduos.

A POLÍCIA JUDICIÁRIA é aquela que atua junto à função jurisdicional do Estado, sendo executada por
órgãos de segurança (Polícia Federal, por exemplo), referindo-se ao indivíduo, ou seja, aquele que
poderia cometer um ilícito penal.

O poder de polícia pode se dar de maneira NEGATIVA ou POSITIVA. Ocorre, na maioria das vezes, de
forma negativa, onde o Estado atua de forma restritiva na autonomia dos particulares. Contudo, o
exercício do poder de polícia pode levar à exigência de obrigações positivas do Estado com relação ao
particular. Exemplo disso é o cumprimento de certos requisitos para a obtenção da carteira de
habilitação, obrigando ao particular a fazer os exames e as horas-aula de trânsito.

O poder de polícia pode ser classificado em ORIGINÁRIO ou DELEGADO (outorgado). O poder de polícia
originário é aquele exercido pelas pessoas políticas que integram o Estado (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios). O poder de polícia delegado é aquele exercido pelas entidades componentes da
Administração Indireta, com personalidade jurídica de direito público, em decorrência de delegação
legal do órgão estatal a qual pertence.

O poder de polícia possui quatro fases ou ciclos, que correspondem ao modo de atuação: a ORDEM DE
POLÍCIA (legislação); o CONSENTIMENTO DE POLÍCIA; a FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA e a SANÇÃO DE
POLÍCIA.

A ORDEM DE POLÍCIA é o preceito legal, a satisfação da reserva constitucional, apresentada de duas


formas: negativo absoluto, quando são vedadas certas formas de exercício de atividades e de uso da
propriedade privada, impondo-se restrições; negativo com reserva de consentimento, quando são
vedadas determinadas formas de exercício de atividades e de uso da propriedade privada, sem o
consentimento prévio e expresso da Administração, impondo-se condicionamentos.

O CONSENTIMENTO DE POLÍCIA é o ato administrativo de anuência (expresso ou implícito), que


possibilita a utilização da propriedade pelo particular ou o exercício da atividade privada, quando o
legislador tenha exigido controle prévio da compatibilidade do uso do bem ou do exercício da atividade
com o interesse público.

A FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA se fará para a verificação do cumprimento das ordens de polícia, como
também para se observar os abusos que possam existir na utilização de bens e nas atividades que foram
consentidas pela Administração.

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Administração, sempre que falhar a fiscalização preventiva e for verificada a ocorrência de infrações às
ordens de polícia. A sanção deve sempre ser criada por lei, não podendo ser instituída por decreto ou
outro ato de natureza infralegal.

Quanto aos meios de atuação, o poder de polícia pode ser PREVENTIVO, como as atividades de
fiscalização (vistoria, licença, autorização) ou REPRESSIVO, como nas atividades de interdição de
estabelecimento, apreensão e destruição de mercadorias e internação compulsória de indivíduos
drogados.

Quanto à competência, tem a regra de que a atividade de polícia administrativa compete a quem legisla
sobre a matéria, sem que se afaste, contudo, a possibilidade de competência concorrente entre os entes
políticos, quando da coincidência de interesses.

Quanto à natureza jurídica, o poder de polícia é, eminentemente, DISCRICIONÁRIO. No entanto, há


casos excepcionais em que manifestações decorrentes do poder de polícia adquirem natureza
VINCULADA, como nos casos das licenças, atos administrativos vinculados e tradicionalmente
relacionados com o poder de polícia.

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