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Poder de Polícia

O poder de polícia no âmbito do direito administrativo é a supremacia do interesse público


sobre o interesse privado, ou seja, é função do Estado de restringir liberdades individuais em
prol do interesse coletivo.

De acordo com o artigo 78 do Código Tributário Nacional, é possível entender o poder de


polícia como: “considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade  e aos direitos individuais ou coletivos”.

Diante disso, o poder de polícia limita a liberdade e a propriedade, sendo a restrição do


exercício de direitos e garantias individuais e não a retirada de direitos. Dessa forma, por meio
do poder de polícia, administração pública cria limitações, fiscaliza as limitações e sanciona
quem descumpre as mesmas. Ou, seja, o poder de polícia pode ser exercido pelo Poder
Legislativo e pelo Poder Executivo. Sendo o primeiro responsável por criar, por meio de leis,
as chamadas limitações administrativas. Já através do Poder Executivo, a Administração
Pública regulamenta as leis e controla a sua aplicação, preventivamente (por meio de ordens,
notificações, licenças ou autorizações) ou repressivamente (de modo coercitivo). Dito isso, o
poder de polícia diz respeito aos mais variados setores: segurança, meio-ambiente, patrimônio
cultural, propriedade, defesa do consumidor, saúde entre outros.

É importante dizer que o poder de polícia tem algumas características:

 Autoexecutoriedade, no qual a polícia administrativa tem a possibilidade de, com os


próprios meios, pôr em execução as suas decisões sem precisar recorrer previamente ao
Poder Judiciário, ou seja, a um juiz. A Administração impõe diretamente as medidas ou
sanções de polícia administrativa necessárias à contenção da atividade antissocial que ela
visa impedir;

 Discricionariedade, quando a lei deixa certa margem de liberdade para determinadas


situações, mesmo porque, ao legislador, não é dado prever todas as hipóteses
possíveis. Dessa forma, a Administração que irá escolher a melhor forma de resolver
determinada situação;

 E a coercibilidade, que está expressa nas medidas autoexecutórias da Administração, ou


seja, a coercibilidade (uso da força) é indissociável da autoexecutoriedade.

Vale ressaltar que no poder de polícia existem dois atos liberatórios importantes: a
autorização, que é um ato unilateral, discriminatório e concedido a título precário, por
exemplo, o porte de arma; e a licença, que se trata de um ato unilateral e vinculado, como é o
caso da licença para construir.

Obs.: O direito administrativo, em relação aos direitos individuais, cuida de temas que
colocam em confronto dois aspectos opostos: a autoridade da administração pública, que tem
a tarefa de condicionar o exercício dos direitos individuais ao bem estar coletivo; e a liberdade
individual, no qual o cidadão quer exercer plenamente os seus direitos.

Além disso existe a diferença entre a polícia administrativa e a polícia judiciária: enquanto a
polícia administrativa incide sobre bens, direitos ou atividades e atua de forma preventiva,
estando relacionado com o ilícito administrativo (direito administrativo sancionador); a
polícia judiciária atua apenas sobre as pessoas, podendo ser a polícia civil, militar e federal,
atuando de forma repressiva, relacionada com os ilícitos penais.

Ademais o poder de polícia possui 4 ciclos:

1 - A ordem de polícia, no qual é o preceito básico que dá validade à limitação, Podendo


proibir de forma absoluta o exercício de uma atividade individual ou o uso de uma
propriedade privada, ou proibindo em um primeiro momento, contanto que o administrado
cumpra alguns requisitos (como por exemplo, a licença para construir);

2 - O consentimento de polícia, que se dá pelo ato administrativo que confere anuência (no
exercício da atividade ou o uso da propriedade);

3 - A fiscalização de polícia, em que ocorre a verificação da ordem de polícia, ou seja, se está


sendo cumprida;
4 - A sanção de polícia, em que se for verificada uma afronta ordem de polícia, será aplicada
uma sanção (por exemplo, a apreensão de mercadoria).

Por fim, como exemplo do poder de polícia, uma multa de trânsito aplicada a quem estacione
o carro em local proibido e sinalizado como tal.

Fontes bibliográficas:

 https://www.youtube.com/watch?v=OFVGEMVP8jk;

 https://www.youtube.com/watch?v=oi-hRKxwmBM&t=11s;

 https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2634/O-poder-de-policia;

 https://jus.com.br/artigos/89816/poder-de-policia.

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