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Nathalia Torres Lima Araujo Surimã

nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

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SUMÁRIO
PODERES ADMINISTRATIVOS ..........................................................3
Abuso de poder .................................................................................3
Espécies de poderes ........................................................................4
Poder vinculado ............................................................................4
Poder discricionário.....................................................................4
Poder regulamentar .....................................................................5
Poder hierárquico.........................................................................6
Poder disciplinar...........................................................................6
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
Poder de polícia ............................................................................ 7
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
Polícia administrativa e polícia judiciária............................ 7
Características do poder de polícia......................................8
Obrigações positivas e negativas ........................................ 10
Ciclo de polícia ......................................................................... 11
Delegação do poder de polícia ............................................. 11
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PODERES ADMINISTRATIVOS

Os poderes administrativos são as prerrogativas


conferidas à Administração Pública, com base em um regime
jurídico de direito público, para o exercício da função pública.
Esses poderes devem ser usados pela Administração Pública
para alcançar o interesse público.

Abuso de poder
Muitas vezes, quando um agente público recebe um
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poder administrativo, ele pode acabar abusando do seu poder.
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O abuso de poder pode ocorrer de duas maneiras:
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• Excesso de poder: ocorre quando existe um vício na
competência, ou seja, o agente público que editou o ato
não tem competência para exercê-lo (por exemplo, edita
um ato que não corresponde ao poder do seu cargo) ou,
ainda que tenha a competência, usa essa competência
com excesso (por exemplo, o agente policial excede no
uso da força em uma manifestação).
• Desvio de poder (também chamado de Desvio de
finalidade): ocorre quando existe um vício na finalidade,
quando o agente público que editou o ato busca interesse
privado, e não o interesse público (por exemplo, um chefe
determina a remoção de seu subordinado para outro
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município, alegando necessidade do serviço, mas, na


verdade, foi movido por vingança contra o servidor).
Espécies de poderes
São diversos os poderes administrativos citados pelos
autores de Direito Administrativo:
• Poder vinculado
• Poder discricionário
• Poder regulamentar
• Poder hierárquico
• Poder disciplinar
• Poder de polícia

A seguir, trataremos de cada um dos poderes.


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Poder vinculado 660.814.593-49
O poder vinculado se manifesta quando o agente público
atua sem nenhuma margem de liberdade, sendo que todos os
elementos de seu ato estão previstos em lei. Nesse caso, ocorre
a edição do chamado ato administrativo vinculado.
Por exemplo: licença para construir. Quando o particular
envia seu projeto de construção para ser aprovado pelo órgão
responsável, o agente público apenas vai analisar se o projeto
está de acordo com todas as normas no Município, não pode
negar a licença para construir por achar o projeto feio.

Poder discricionário
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O poder discricionário se manifesta quando o agente


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público possui uma margem de liberdade para atuar, podendo


analisar a conveniência e oportunidade do ato. Nesse caso, a lei
permite uma margem de liberdade para o agente público, o
chamado mérito administrativo.
Importante ressaltar que essa liberdade nunca é total, é
apenas uma margem de liberdade.
Por exemplo: a Lei 8.112/90 prevê, no art. 130, a
penalidade de suspensão de até 90 dias. O agente público, ao
aplicar a penalidade de suspensão, pode analisar o caso
concreto e escolher o prazo da suspensão, até o limite máximo.

Poder regulamentar
O Poder Regulamentar é o poder que a Administração
Nathalia
Pública recebe para Torres
editar Lima
atos Araujo
gerais Surimã
e abstratos, como
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Decretos, para dar execução à lei. Isso acontece porque muitas
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vezes quando uma lei é editada, ela traz regras muito abstratas,
então o Chefe do Poder Executivo deve, depois, editar um ato
administrativo para determinar como essa lei será aplicada.
Apenas a título de exemplo: no dia 30 de junho de 2016,
foi editada a Lei 13.303/16, que trata das empresas públicas e
sociedades de economia mista, e no dia 27 de dezembro de 2016,
o Presidente da República editou o Decreto 8.945/2016 dando
execução a essa lei no âmbito da União e entidades federais.
O art. 84, IV, CR/88 prevê que compete ao Presidente da
República “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução”. Esta possibilidade de expedir decretos e
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regulamentos para execução da lei é exatamente a


manifestação do poder regulamentar.
Poder hierárquico
É a prerrogativa conferida à Administração Pública para
estabelecer os cargos públicos em uma escala, criando relações
de hierarquia e subordinação dentro de uma mesma pessoa
jurídica. Dentro de uma pessoa jurídica, é necessário que os
cargos públicos sejam escalonados em posições de hierarquia e
subordinação, para que seja possível a atuação da
Administração. Quando alguém que ocupa um cargo de chefia
atua, expedindo determinações para seus subalternos, ou
quando fiscaliza se estão cumprindo seus deveres, quando
aplica uma sanção a um servidor que cometeu uma
irregularidade, está sendo exercido, assim, o poder hierárquico.
Importante destacar
Nathalia Torres que
LimaoAraujo
poderSurimã
hierárquico existe
dentro de uma pessoa jurídica, mas não existe entre pessoas
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jurídicas diferentes, pois,660.814.593-49
entre pessoas jurídicas diferentes não
existe hierarquia e subordinação. Isso é importante para
entender que entre a Administração Direta (União, Estados, DF
e Municípios) e as suas respectivas entidades da Administração
Indireta não existe hierarquia, não existe subordinação, mas
apenas uma vinculação entre elas, que não pode se confundir
com relação de subordinação.

Poder disciplinar
É o poder que a Administração Pública tem para apurar
irregularidades e aplicar sanção a pessoas que possuam uma
relação especial com a Administração Pública. Quando uma
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pessoa possui relação especial com a Administração Pública,


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como um servidor público, se cometer uma irregularidade, ele


poderá responder em um processo administrativo, para
garantir ampla defesa, e receber penalidade.
Não é só o servidor público que se submete ao poder
disciplinar, pois, outras pessoas que têm relação com o Estado
se submetem também ao poder disciplinar, como alguém que
firma um contrato administrativo com a Administração Pública,
que pode receber sanções previstas no art. 156 da Lei 14.133/21,
que trata das licitações e contratos administrativos.
Sempre que o poder disciplinar for exercido, para a
aplicação de penalidades, é necessário se garantir contraditório
e ampla defesa, para que a pessoa possa se defender.

Poder de polícia
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É o poder que a Administração Pública tem de
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estabelecer condições e limites para o exercício de atividades
por particulares, como uma forma de buscar o interesse
público.
Esse poder se fundamenta no princípio da supremacia do
interesse público sobre o interesse privado, pois é possível que
a Administração Pública limite a atuação dos particulares para
garantir o interesse público, por exemplo, as regras de trânsito,
regras ambientais, regras de vigilância sanitária, regras de
construção.

Polícia administrativa e polícia judiciária


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Não deve se confundir o poder de polícia apenas com os


órgãos de polícia, como polícia militar, polícia civil, polícia
federal, etc. Esses órgãos exercem, sem dúvidas, o poder de
polícia, no entanto, não são apenas esses órgãos que exercem
esse poder. Outros órgãos e entidades exercem, também, poder
de polícia.
Isso ocorre porque o poder de polícia pode se manifestar
de duas maneiras: polícia administrativa e polícia judiciária.
Analisemos algumas diferenças entre elas:
• Polícia administrativa: visa prevenir o cometimento de
infrações administrativas, recaindo sobre atividades,
bens e direitos. São exemplos: polícia de trânsito, polícia
sanitária (exercida pela vigilância sanitária), polícia
ambiental (exercida pelos órgãos ambientais), polícia de
construção (exercido
Nathalia Torrespor órgãos
Lima queSurimã
Araujo estabelecem regras
e fiscalizam as construções), etc.
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• Polícia judiciária:660.814.593-49
atua com o intuito de reunir indícios
da prática de infrações penais (como crimes), para
preparar uma futura ação penal. São exemplos: polícia
civil e polícia federal.
Observação: o mesmo órgão pode exercer tanto a polícia
administrativa quanto a polícia judiciária

Características do poder de polícia


O poder de polícia recebe, pela doutrina, algumas
características:
• Discricionariedade: em regra, existe uma margem de
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liberdade para o agente público exercer o poder de


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polícia, decidindo, por exemplo, o melhor momento de


atuação ou a sanção mais adequada, quando houver mais
de uma sanção prevista.
No entanto, existem exceções, em que alguns atos do
poder de polícia não possuem essa liberdade, são atos
vinculados, como a licença para dirigir.
• Coercibilidade: em regra, a Administração Pública pode
impor os atos do poder de polícia independentemente da
vontade do particular, ou seja, não importa se o particular
quer ou não o ato do poder de polícia. Por exemplo:
aplicação de uma multa de trânsito.
Mas existem exceções, em que alguns atos do poder de
polícia só são editados quando o particular pede, como, por
exemplo, a licença para
Nathalia dirigir.
Torres Lima Araujo Surimã
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• Autoexecutoriedade: em regra, a Administração pode
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executar os seus atos do poder de polícia sem precisar do
Poder Judiciário. Assim, se a vigilância sanitária, por
exemplo, aplica uma sanção de interdição de um
restaurante, não é necessário ajuizar uma ação para a
execução da interdição, a própria Administração executa
a interdição.
No entanto, assim como nas outras características, existe
exceção, em que um ato não possui autoexecutoriedade, como
a multa de trânsito, em que a Administração não pode forçar o
particular a pagar a multa.
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Observação: Executoriedade x exigibilidade
Existem algumas situações em que a Administração Pública não
pode forçar diretamente o destinatário do ato, mas ela pode ter
formas indiretas de coação. Com base nisso, a
autoexecutoriedade pode ser dividida em dois:
• Executoriedade: utilização de meios diretos de coerção.
Exemplo: a vigilância sanitária, quando determina a
interdição de um restaurante, pode determinar a execução da
interdição. Se o dono do restaurante se negar, é possível que as
forças policiais se utilizem da força física para forçar o
fechamento.
• Exigibilidade: utilização de meios indiretos de coerção.
Nathalia
Exemplo: Torres
o Código Lima Araujo
de Trânsito Surimã
Brasileiro determina que
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o licenciamento do veículo não é liberado se tiver débitos, é um
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meio indireto de fazer o proprietário do veículo pagar suas
multas, ainda que não possa se utilizar de meios diretos de
coerção.

Obrigações positivas e negativas


Em regra, o poder de polícia tem caráter negativo, ou
seja, determina obrigação de não fazer para os particulares, por
exemplo, não pode ultrapassar o limite de velocidade, não pode
descumprir normas sanitárias, etc.
No entanto, o poder de polícia pode ter caráter positivo,
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determinando obrigações de fazer, como determinar a limpeza


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de terrenos por particulares.


Ciclo de polícia
O ciclo de polícia apresenta as fases, os momentos em
que o poder de polícia pode se manifestar.
• Ordem de polícia (legislação): edição de atos gerais e
abstratos para instituir os limites e condições para
atuação dos particulares.
• Consentimento: é a concordância do Estado para o
exercício de uma atividade por um particular que
cumpriu todas as exigências das normas. Por exemplo,
licenças e autorizações.
• Fiscalização: é a verificação que o Estado fazer se o
particular está cumprindo as regras do poder de polícia.
Por exemplo, uma
Nathalia blitz Lima
Torres de trânsito.
Araujo Surimã
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• Sanção: aplicação de penalidade em virtude do
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descumprimento das regras do poder de polícia, como
multas de trânsito, interdição de estabelecimentos,
destruição de medicamentos vencidos, etc.

Delegação do poder de polícia


O poder de polícia administrativo pode ser delegado para
pessoas jurídicas de direito público.
Já com relação às pessoas jurídicas de direito privado, só
vai ser possível a delegação do poder de polícia se preenchidos
os requisitos apontados pelo Supremo Tribunal Federal:
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• Delegação deve ser feita por lei


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• Pessoas jurídicas de direito privado integrante da
Administração Indireta
• Que tenha o capital social majoritariamente público
• Que preste exclusivamente serviço público próprio de
Estado em regime não concorrencial
Preenchidos esses requisitos, é possível delegar o
consentimento, a fiscalização e a sanção. Só não pode delegar a
ordem de polícia.

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PROFESSOR PABLO LEONARDO - @PROFESSORPABLOLEONARDO

CADERNO DE INFORMÁTICA – WINDOWS

O Windows é um sistema operacional que possui kernel monolítico, ou seja, todo o kernel
está disposto em um único bloco de código.

Embora possua uma interface gráfica muito amigável e intuitiva, o Windows possui
acessórios que permitem que o usuário execute tarefas por meio da digitação de comandos.

Nomenclatura

No máximo 260 caracteres

Não podemos usar < > : * ? | \ / “

Não é case sensitive, ou seja, não diferencia letras maiúsculas de minúsculas em nomes de
arquivos e pastas.

 Medperícia

Medperícia.mp3 → áudio

Medperícia.mp4 → vídeo

Medperícia.png → imagem

Medperícia.docx → word

Medperícia.zip → compactado
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PRINCIPAIS EXTENSÕES 660.814.593-49
Imagens: PNG, JPG, BMP, GIF E TIF

Vídeos: MP4, AVI, FLV, MPG

Áudios: WMA, WAV, MP3

Compactados: ZIP e RAR

Para utilizar o sistema windows é necessário que uma conta de usuário seja criada.

Essa conta pode ser local (armazenada no próprio computador) ou uma conta microsoft (on-
line). A vantagem de se ter uma conta on-line é que ela permite a sincronização de diversas
configurações entre os computadores que são utilizados com essa conta.

Bloquear (Winkey + L): bloqueia o computador para que não seja utilizado por outra pessoa
enquanto o usuário estiver ausente.

Q:\Fotos\Celular - S21d\001.jpg (15 MB)

Desktop
PROFESSOR PABLO LEONARDO - @PROFESSORPABLOLEONARDO

Caso o usuário crie uma nova área de trabalho, ela será mantida mesmo depois que o
computador for desligado ou reiniciado.

ÁREA DE TRANSFERÊNCIA

Permite a troca de informações entre os aplicativos. É possível fixar itens na área de


transferencia para que eles estejam sempre disponíveis. Para acessar o histórico da área de
transferência, basta executar o atalho WINKEY + V.

SENSOR DE ARMAZENAMENTO

Permite que o Windows execute algumas ações automaticamente com o intuito de liberar
espaço em disco quando determinadas condições forem atingidas.

Bitlocker to GO

Recurso do Windows 10 que permite criptografar unidades removíveis, como o pendrive, por
exemplo.

Driver: Software que deve ser instalado para que um hardware possa ser acessado e usado
corretamente.

DESFRAGMENTAR E OTIMIZAR UNIDADES


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Também chamado de Desfragmentador (nas versões anteriores do Windows). Não corrige
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erros e nem libera espaço em disco. Organiza os dados e melhora o desempenho do sistema.
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A A A A A
B B B S S S S S
J J J J J
T T T T T
A A A Y Y Y Y Y
B B B B B
T T T Y Y Y Y Y
J J J J

Na imagem acima, a unidade de disco está fragmentada.

Quando for des fragmentada, ficará assim:

A A A A A
B B B B B B B B
J J J J J J J J J
T T T T T T T T
Y Y Y Y Y Y Y Y Y Y
S S S S S
PROFESSOR PABLO LEONARDO - @PROFESSORPABLOLEONARDO

GERENCIADOR DE TAREFAS

Mostra todas as tarefas em execução assim como detalhes de utilização de CPU, Memórias,
Rede etc. Pode ser acessado diretamente pelo atalho CTRL + SHIFT + ESC ou por meio de
opções que são mostradas ao se executar o atalho CTRL + ALT + DEL.

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SUMÁRIO

JORNADA DE TRABALHO ...................................................................3


Regra geral da jornada de trabalho...................................................3
Tempo à disposição ............................................................................. 5
Tempo de percurso casa - trabalho - caso..................................... 7
Trabalho em regime de tempo parcial (art. 58-A, da CLT) ......... 7
Adicional de horas extras ...................................................................9
Turnos ininterruptos de revezamento .......................................... 10
CompensaçãoNathalia Torres
de Jornada Lima Araujo Surimã
................................................................. 10
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Contrato de trabalho em660.814.593-49
regime 12x36 ......................................... 13
Hora de trabalho noturno. Adicional noturno. ............................ 16
Controle de jornada ............................................................................17
Empregados excluídos do controle de jornada ........................... 19
Sobreaviso x prontidão ..................................................................... 21
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DIREITO DO TRABALHO
JORNADA DE TRABALHO

Os temas relacionados à jornada de trabalho, sem dúvida,


são questões certas em provas de concurso.
Primeiro, porque de fato é um tema que permeia toda a
relação contrato. Sempre tem alguém fazendo hora extra,
mudando a hora do trabalho, fazendo escala 12x36 ou outra,
saindo do turno diurno para o noturno (e vice-versa).
Segundo, e de maneira principal em questão de prova,
porque as questões de trabalho foram muito alteradas na
Reforma Trabalhista
Nathaliade 2017. Lima
Torres O legislador fez o que podia (e o
Araujo Surimã
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que não podia) nas normas atinentes à jornada e isso fez com
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que muitas questões sobreviessem após 2017.
Sendo assim, vamo simbora detalhar o que de mais
importante houver sobre jornada, lembrando sempre que é
crucial fazer a leitura dos artigos e realizar muitas questões
sobre o assunto, combinado?

REGRA GERAL DA JORNADA DE TRABALHO

É certo que as relações contratuais possuem, cada uma


delas, variadas combinações sobre horário de trabalho. Há
quem trabalhe oito horas por dia, tem quem trabalhe por seis
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horas. Há quem tenha regime excepcional de trabalho em


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regime 12x36, 24x72, ou até quem trabalhe em turnos alternados
de revezamento, a depender da semana, da quinzena ou do mês.
Fato é que muitas são as possibilidades quando o assunto
é horário de trabalho, mas há uma linha de regramento geral
que, quando atendida e seguida, facilita o entendimento do
assunto. E é isso que a gente vai aprender nas próximas aulas e
nesse material.
Diz o art. 7º, XIII, da CF/88 que é direito do trabalhador
ter uma duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro horas semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.
O art. Nathalia
58, da CLT,
Torresrepete
Lima aAraujo
disposição
Surimãconstitucional
quando estabelecenataraujo12@gmail.com
como regra que a duração normal do
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trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada,
não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado
expressamente outro limite.
Entretanto, por mais que a duração normal diária de
trabalho seja de 08h - como por exemplo, das 08h às 17h, com
1h de pausa para o almoço (que não é contabilizado como
jornada e vamos ver isso mais à frente), se pensarmos em um
contrato de 1, 2, 3 anos (ou até bem menos), constataremos que
é inviável, impossível que um mesmo empregado registre
EXATAMENTE a mesma jornada diariamente, às 08h e às 17h. É
o carro que chega mais rápido, ou o trânsito que faz o ônibus
atrasar, a ida ao banheiro antes de ir embora ou simplesmente
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o tempo de desligar o computador. Fato é que levar ao pé da


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letra, de maneira imutável, que o empregado teria que registrar


o ponto exatamente nesses horários seria forjar uma realidade
inexistente. Assim, o art. 58, §1º, dá ao empregado e ao
empregador uma margem (mínima) de variação de horário de
início e fim de jornada ao mencionar que não serão descontadas
nem computadas como jornada extraordinária as variações de
horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários.

TEMPO À DISPOSIÇÃO

Quando se fala em variação de horário, de logo se pensa


que se o empregado está nas dependências da empresa está a
disposição doNathalia Torresa Lima
empregador, Araujo
serviço deste.Surimã
Tanto é que há um
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ditado antigo que diz que “soldado no quartel quer serviço”,
660.814.593-49
confere?
E, de fato, é verdade. Normalmente, quando o empregado
está à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens, considera-se que ele está em período de efetivo serviço
(art. 4º, da CLT). Entretanto, algumas hipóteses especificamente
estabelecidas expressamente afastam o entendimento de que o
trabalhador estaria à disposição da empresa, ainda que
ultrapasse a sua jornada normal de trabalho. Isso aconteceria
quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção
pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más
condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas
dependências da empresa para exercer atividades particulares,
5

entre outras (art. 4º, §2º, da CLT):


Página

I - práticas religiosas;
II - descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver
obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.

A ideia é de que, nesses casos, o empregado escolhe se


manter dentro das dependências da empresa para atividade
privada - ofertada ou não
Nathalia peloLima
Torres empregador -, mas sem que haja
Araujo Surimã
qualquer determinação deste no sentido de que o empregado
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deva participar. Se assim for, entende-se que o trabalhador
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estará à disposição da empresa.
Outro dado interessante é o de que vai ser computado no
tempo de serviço do empregado, para efeito de indenização e
estabilidade, os períodos em que ele estiver afastado do
trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do
trabalho. Quanto ao serviço militar, porque o trabalhador não
tem escolha entre se alistar ou não. No que toca ao afastamento
por acidente de trabalho, porque o fato ocorreu em razão da
atividade prestada pelo trabalhador nas dependências da
empresa, que o impossibilitou de permanecer trabalhando.
6
Página
TEMPO DE PERCURSO CASA - TRABALHO -
CASO.

Desde novembro de 2017, com a Reforma Trabalhista, o


tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até
a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno,
caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL


(ART. 58-A, DA CLT)
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
Como mencionado anteriormente, o legislador entende
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como padrão a jornada diária de 8h de trabalho e semanal de
44h. Entretanto, é possível que as partes pactuem um horário
inferior de jornada, chamado pelo legislador de trabalho em
regime de tempo parcial.
No regime de tempo parcial, duas formas de pactuação
são possíveis:
I. O contrato de trabalho cuja duração não exceda 30
horas semanais, sem a possibilidade de horas
suplementares semanais (horas extras);
II. O contrato cuja duração não exceda a vinte e seis horas
semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis
7

horas suplementares semanais.


Página
Ou seja, se o contrato de trabalho firmado for de 30h
semanais, não é possível fazer horas extras. Noutro giro, se a
pactuação for de até 26h por semana, poderá haver a realização
de 6h extras nesse período semanal. Por exemplo, se Maria
firma contrato de 26h de trabalho com a empresa Delta, ela
poderá fazer até 32 horas totais de trabalho da semana, uma vez
que pode fazer 6h extras além das 26h ordinariamente já
contratadas.
O mesmo acontece com o empregado que seja
contratado por 20h, 22h, 24hh por semana. A essa carga laboral
ordinária poderão ser acrescidas até 6h extras, o que totalizará
até 26h, 28h ou 30h. Dá pra entender? Ah, e é devido o
pagamento da hora extra ou a compensação de jornada, certo?
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
O salário donataraujo12@gmail.com
empregado contratado em regime parcial
deve respeitar o salário-hora do empregado que faça a sua
660.814.593-49
mesma função em tempo integral (8h). Ou seja, os dois devem
receber o mesmo valor por hora trabalhada.
Quanto às horas extras realizadas, o art. 58, §5º, da CLT,
dispõe que as horas suplementares da jornada de trabalho
normal poderão ser compensadas diretamente até a semana
imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a
sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso
não sejam compensadas. Utilizando o exemplo mencionado
acima, digamos que Maria, em uma semana, realizou quatro
horas extras, tendo trabalhado 30h na semana em que,
ordinariamente, deveria trabalhar 26h. O empregador pode, na
8

semana seguinte, compensar essas 4h de trabalho deduzindo


Página

essas horas da jornada ordinária de Maria, fazendo com que ela


trabalhe 22h na semana ulterior. Entende? Mas atenção! Se essa
compensação não for feita na semana seguinte, o parágrafo é
expresso no sentido de que deverá ser feito o pagamento das
horas extras trabalhadas na folha de pagamento do mês
subsequente.
Esse pagamento de horas extras deverá ser realizado
com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-
hora normal (sobre o salário-hora por ele recebido).
Finalmente quanto ao empregado contratado em regime
de tempo parcial, a ele é facultado (é possível) converter um
terço das suas férias em abono pecuniário, tal qual acontece
com o empregado em tempo integral. O abono pecuniário,
como vamosNathalia
ver em Torres
momento
Limaoportuno, é um direito do
Araujo Surimã
trabalhador conhecido como “venda das férias” e deve observar
nataraujo12@gmail.com
o procedimento específico para a sua concessão (art. 143, da
660.814.593-49
CLT). No mais, as férias do regime de tempo parcial são regidas
pelo disposto no art. 130, da CLT, mesmo utilizado para o
empregado em tempo integral.

ADICIONAL DE HORAS EXTRAS

Esse tópico nós já vimos antes: a remuneração da hora


extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da
hora normal.
Uma coisa que não vimos ainda e que é de suma
importância é que a duração diária do trabalho apenas poderá
9
Página

ser acrescida de, no máximo duas horas extras por dia, por
acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.
Entretanto, e de maneira óbvia, mas que precisa ser
ratificado, a jurisprudência do TST pacificou o entendimento na
Súmula 376 de que a limitação da jornada complementar (horas
extras) em duas horas não exime o empregador de pagar todas
as horas trabalhadas, ou seja, se o empregado fizer 4 horas
extras, deverá receber pelas 4 horas extras.

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO

Trabalho em turno de revezamento é aquele em que o


Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
empregado uma semana está trabalhando no turno da manhã,
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outra semana à tarde 660.814.593-49
e a outra, à noite. Normalmente, é
realizado em plantas industriais, com produção 24h por dia.
Diz o art. 7º, XIV, da CF/88, que a jornada do empregado
que trabalha em turnos ininterruptos de revezamento deve ser
de seis horas, salvo negociação coletiva. E considerando o art.
59, §1º, da CLT, que acabamos de ver, a limitação de extralabor
é de 2h, razão pela qual se entende que a norma coletiva pode
aumentar a jornada do turno ininterrupto de revezamento para
8h, não mais do que isso.

COMPENSAÇÃO DE JORNADA
10

Bem-vinda(o) a um dos assuntos mais controversos da


Página

Reforma Trabalhista: compensação de jornada, mais conhecido


como banco de horas. Mas, como foi dito em aula, lembre-se:
você vai ter os dispositivos contidos na CLT como mantra para
fins de prova porque é o que está vigente e é assim que vai cair.
Combinado?
Eu já falei aqui no art. 7º, XIII, da CLT, que determina que
a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias
e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho.
Ou seja, pela simples leitura do legislador constituinte, a
compensação de jornada só poderia ser determinada por norma
coletiva (Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho).
Acontece que Torres
Nathalia lei infraconstitucional (Lei 13.467/17)
Lima Araujo Surimã
passou batido na determinação contida na CF/88 e alterou a
nataraujo12@gmail.com
normativa trabalhista no660.814.593-49
que toca à compensação de jornada.
Vamos ver como ficou.
O que é a compensação de jornada ou o banco de horas?
É quando as horas extras trabalhadas em um dia podem ser
compensadas em outros dias, respeitando um limite máximo de
tempo. Se isso acontecer, não haverá pagamento de horas
extras. É um balanço de crédito e débito de horas extras a ser
compensado em um período de tempo.
Essa compensação de jornada tem três períodos para
acontecer:
- Acaso a possibilidade de compensação esteja
11

estabelecida em acordo ou coletiva de trabalho, a soma das


jornadas semanais de trabalho pode ser compensada no prazo
Página
máximo de 01 ano, respeitado sempre o limite diário de
realização de duas horas extras por dia (art. 59, §2º, da CLT).
- No caso de essa compensação estar prevista em acordo
individual escrito, período máximo para que as horas extras
trabalhadas sejam compensadas é de seis meses (art. 59, §5º, da
CLT)
- Finalmente, a Reforma ainda permitiu um regime de
compensação de jornada tácito (ou seja, sem ser por escrito),
dizendo que é lícita tal compensação se ela acontecer dentro do
mesmo mês (art. 59, §6º, da CLT). Aqui, fique atenta(o) que o art.
59, §6º, coloca na sua dicção também o acordo escrito, mesmo
elastecendo o seu período de compensação no §5º do mesmo
artigo. Olha só:
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
Art. 59, §6o nataraujo12@gmail.com
É lícito o regime de compensação de
jornada estabelecido660.814.593-49
por acordo individual, tácito ou
escrito, para a compensação no mesmo mês.

Ultrapassados os prazos indicados acima sem que tenha


havido a compensação de jornada, o empregador deverá pagar
ao empregado o valor das horas extras trabalhadas e não
compensadas.
Para finalizar esse tópico, fica o registro de que se houver
a rescisão contratual sem que tenha havido compensação da
jornada extraordinária realizada até então pelo empregado, o
trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não
12

compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data


Página

da rescisão.
CONTRATO DE TRABALHO EM REGIME 12X36

O contrato de trabalho em regime 12x36 entra na mesma


lógica da necessidade constitucional de norma coletiva para
firmar esse tipo de horário excepcional. É, da mesma forma, um
regime de compensação de jornada estendida por um intervalo
interjornada (aquele existente entre duas jornadas) também
mais estendido.
Da mesma forma que no tópico anterior, a Reforma
Trabalhista inseriu o art. 59-A na CLT para tratar da escala 12x36
e é assim que você também deve tratar quando for marcar o “x”
na hora da prova.
SegundoNathalia Torres
o art. 59-A, daLima
CLT,Araujo Surimã
é facultado às partes firmar
nataraujo12@gmail.com
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo
660.814.593-49
coletivo de trabalho estabelecendo horário de trabalho de doze
horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de
descanso.
Outra discussão havida era se, no caso da jornada 12x36,
o intervalo intrajornada (para refeição e descanso) estava
inserido ou não nas 12 horas de trabalho. O legislador encerra
com a discussão ao mencionar que dentro das 12h de trabalho o
empregador pode observar (respeitar) a pausa ou ainda
indenizar o intervalo para repouso e alimentação.
Por exemplo: Maria trabalha como vigilante em uma
empresa, das 07h às 19h, em regime de 12x36. Nesse tempo das
13

07h às 19h, Maria pode usufruir de 1h de intervalo para refeição


Página

e descanso ou, ainda, receber indenização por essa hora de


intervalo não gozada.
Mais um ponto de destaque na jornada 12x36 é que a
remuneração recebida pelo empregado para trabalhar em tal
escala já abrange o pagamento pelo descanso semanal
remunerado e feriados. Isso porque o legislador entendeu que
o intervalo de 36 horas entre as jornadas já compensa o trabalho
em tais dias.
Ademais, entende-se que a prorrogação da jornada do
trabalho noturno (que no caso do trabalhador urbano em regra
é das 22h às 05h) não é estendida, afastando um entendimento
já pacificado no TST (Súmula 60) no sentido de que o
trabalhador que exceda o limite de horário das 05h da manhã
deveria continuar recebendo o adicional noturno nas horas
excedentes. Assim, se Maria trabalhar como vigilante em regime
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
de 12x36, das 19h àsnataraujo12@gmail.com
07h, ela não receberá pagamento em dobro
nos domingos e feriados660.814.593-49
e o seu horário noturno será apenas de
22h às 05h, não sendo este estendido até as 07h.
As novidades não findam no caso da escala 12x36. Mesmo
com a indicação do art. 59-A, caput, no sentido de que o regime
em tela deveria ser estabelecido em acordo individual escrito
ou por norma coletiva, o art. 59-B da CLT menciona que “o não
atendimento das exigências legais para compensação de
jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito,
não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à
jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima
semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.”
É dizer: mesmo que a formalidade determinada por lei
14

seja deixada de lado, ainda assim não haverá pagamento das


Página

horas extras de trabalho, mas tão somente do respectivo


adicional. Entende-se, assim, que as horas ordinárias (até 44h
por semana) estão pagas no salário do empregado e que apenas
é devido o adicional de 50% em razão do extralabor superior a
8h diárias. Apenas quando a carga semanal sobeja 44 horas é que
passa a ser devido o pagamento da hora de trabalho acrescida
do adicional de 50%.
No mais, registro que a prestação de horas extras
habituais não descaracteriza o acordo de compensação de
jornada e o banco de horas. Ou seja, ainda que o vigilante que
trabalhe em regime de 12x36 (trabalhando de dois a três
plantões por semana), mesmo se ele fizer um ou dois plantões
extras por semana (trabalhando de 4 a 5 plantões na semana),
ainda assim o legislador entende pela validade do banco de
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
horas. nataraujo12@gmail.com
Finalmente, o art. 60 da CLT traz mais uma exceção
660.814.593-49
quanto ao regime 12x36. No caput, menciona que para que seja
possível a realização de horas extras em atividades insalubres, é
necessário haver licença prévia da autoridade competente em
matéria de higiene do trabalho, que precisará fazer inspeção
ambiental para formalizar essa liberação. Entretanto, o
parágrafo único é claro que não há necessidade dessa licença
prévia quando o empregado trabalhar em regime 12x36. Dá uma
olhada:
Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim
consideradas as constantes dos quadros mencionados
no capítulo "Da Segurança e da Medicina do
15

Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato


Página

do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio,


quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas
mediante licença prévia das autoridades competentes
em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse
efeito, procederão aos necessários exames locais e à
verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
diretamente, quer por intermédio de autoridades
sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem
entrarão em entendimento para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença
prévia as jornadas de doze horas de trabalho por
trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

HORA DENathalia
TRABALHO NOTURNO.
Torres Lima ADICIONAL
Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
NOTURNO. 660.814.593-49

Para os empregados urbanos, o art. 73 da CLT estabelece


que o trabalho noturno será realizado entre 22h e 05h, salvo se
o trabalho for realizado em revezamento semanal ou quinzenal.
O labor noturno tem remuneração superior ao trabalho
diurno, devendo a hora noturna ser paga com adicional de 20%,
no mínimo, sobre a hora de trabalho diurna de labor. Se a
atividade realizada pela empresa for apenas noturna, o salário a
ser utilizado como base para o cálculo do adicional de 20% será
o salário mínimo (art. 73, §3º, da CLT).
Um ponto interessante do trabalho noturno é que foi
16

estabelecida uma hora de trabalho noturna diferenciada,


Página

chamada de hora noturna ficta de trabalho. Essa hora de


trabalho noturna será computada como de 52 minutos e 30
segundos. Se pararmos para pensar, 08h de trabalho diurno
correspondem a 7h de trabalho noturno “inteiro” (das 22h às
05h) ou a 08 horas de trabalho noturnas reduzidas.
Considerando que um trabalhador que passa a
madrugada realizando trabalho noturno e o finaliza o seu
expediente após as 05h, o TST deixou claro na Súmula 60 que o
trabalho que exceder às 05h da manhã também será entendido
como trabalho noturno, o que reflete em hora noturna ficta e
pagamento do adicional noturno de 20%. Entretanto, como já
visto, tal entendimento não se aplica à jornada 12x36, por
expressa vedação legal.

Nathalia Torres Lima Araujo Surimã


CONTROLE DEnataraujo12@gmail.com
JORNADA
660.814.593-49

O horário de trabalho dos empregados deverá ser


registrado em local próprio (o livro de registro de empregados).
E como fazer esse controle de jornada, efetivamente?
O controle de jornada poderá ser feito de forma manual,
mecânica ou eletrônica (biométrica, facial, por aplicativo, etc.)
e essa marcação de horário de início e fim de jornada é
obrigatório para as empresas que possuem mais de 20
funcionários. Se, por ventura, o trabalho for executado fora do
estabelecimento e for possível o controle de jornada, o horário
dos empregados constará do registro manual, mecânico ou
17

eletrônico em seu poder (como o aplicativo, por exemplo).


Página
A contrariu sensu, entende-se que é dispensável às
empresas com menos de 20 funcionários o registro das horas
de ingresso e fim de trabalho pelos funcionários.
A Reforma Trabalhista ainda trouxe uma outra
possibilidade de registro de ponto: o registro por exceção à
jornada regular do trabalho, a ser formalizado por acordo
individual escrito ou norma coletiva (ACT ou CCT). E o que isso
quer dizer? Quer dizer que apenas se o empregado fizer horas
extras é que estas serão anotadas. Se ele cumprir a jornada
ordinária, regulamentar, não há a necessidade de marcação.
E, Odete, com quem fica a prova de que o horário está
sendo realizado corretamente em uma eventual ação
trabalhista? Quando
Nathaliaa Torres
empresa tiverAraujo
Lima menosSurimã
de 20 funcionários,
o empregado precisa provar que fazia horas extras. Se a
nataraujo12@gmail.com
empresa tiver mais de 20 funcionários, caberá a ela,
660.814.593-49
empregadora, juntar os controles de jornada no processo, sob
pena de ter que provar de alguma outra forma (como prova
testemunhal, por exemplo). Sendo assim, entendo no mínimo
arriscado uma empresa de mais de 20 funcionários regular o
registro de ponto por exceção, concorda?
Da mesma forma como já falado quando já conversamos
sobre os dados inseridos na CTPS, os horários inseridos nos
controles de jornada tem valor relativo de prova, podendo ser
combatido com prova em contrário. Mesmo que a empresa leve
ao processo os controles de jornada, outras provas podem
comprovar que o horário ali formalmente registrado não era o
18

corretamente realizado.
Página
Ainda sobre os cartões de ponto, ninguém entra e sai da
empresa exatamente na mesma hora sempre, concorda? Por
conta disso, a Súmula 338, III, do TST, menciona que os cartões
que demonstram horários de entrada e saída uniformes
(também chamados de horários britânicos ou imutáveis) são
inservíveis para fins de prova, cabendo então à empresa
comprovar a regularidade da jornada por outros meios.

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO CONTROLE DE


JORNADA

Como vimos, a regra é o registro do horário de trabalho


Nathalia
em livro próprio Torres
(art. 41, LimaeAraujo
da CLT) Surimã
o controle dos horários de
nataraujo12@gmail.com
início e fim de jornada para as empresas que possuem mais de
660.814.593-49
20 funcionários. Entretanto, alguns funcionários não registram
ponto. Vamos conhecê-los?
Está no art. 62 da CLT os empregados que não estão
abrangidos no capítulo das horas extras. São eles:
I - Os empregados que exercem atividade externa
incompatível com a fixação de horário de trabalho,
devendo tal condição ser anotada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social e no registro de
empregados
Aqui, é necessário observar que não basta que o
empregado realize as suas atividades externamente (fora da
19

empresa), mas que a sua atividade externa seja incompatível


Página

com a fixação de horário de trabalho - ou seja, ele vai de casa


direto pro trabalho e volta direto pra casa, não precisa
apresentar atestado médico quando não vai trabalhar, não tem
que falar ou comprovar a sua rota de visitação, não registra
qualquer ponto em aplicativo, etc. E mais: é preciso que essa
condição esteja indicada na CTPS do empregado.
II - Os gerentes, assim considerados os exercentes de
cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito
do disposto neste artigo, os diretores e chefes de
departamento ou filial.
Nessa hipótese, ainda tem uma outro requisito, objetivo:
é preciso que o salário desse empregado em cargo de confiança
compreenda uma gratificação de função nunca inferior a 40%
do salário efetivo.
Nathalia Esse
Torresvalor pode estar
Lima Araujo Surimãintegrado na
remuneração do detentor do cargo de gestão ou ser indicada
nataraujo12@gmail.com
como salário + gratificação, mas sempre tem que ser igual ou
660.814.593-49
superior a 40% do salário efetivo.
III - Os empregados em regime de teletrabalho.
Nesse caso, a Lei 14.442/222 incluiu o §3º ao art. 75-C, da
CLT, que determina que apenas os trabalhadores que laboram
em regime de teletrabalho por produção ou tarefa não ficam
subordinados ao capítulo referente às horas extras. O
teletrabalhador que o faça por jornada (ou seja, por horário de
trabalho) fica, sim submetido à jornada de 8h/dia e
44h/semana.
20
Página
SOBREAVISO X PRONTIDÃO

Considera-se sobreaviso o empregado efetivo que


permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço. Cada escala de sobreaviso
será, no máximo, de vinte e quatro horas e o pagamento dessas
horas será na proporção de um terço do salário-hora normal.
Já a prontidão acontece quando o empregado ficar nas
dependências da empresa aguardando ordens. A escala de
prontidão será, no máximo, de doze horas e as horas, para todos
os efeitos, serão remuneradas na proporção de 2/3 (dois terços)
do salário-hora normal.
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
Atenção: 660.814.593-49
O simples uso de equipamento telemático, por si só, não
caracteriza o regime de sobreaviso (Súmula 428, do TST).

21
Página
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

1
Página
SUMÁRIO

CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS) ......3


Quem precisa ter uma CTPS? ............................................................4
CTPS Física x CTPS digital ..................................................................6
Reclamações por falta ou recusa de anotação. ............................ 10
Qual o valor das anotações contidas em CTPS? .......................... 12
Crimes referentes à fraude na anotação da CTPS ...................... 13
Livro de Registro de Empregados................................................... 14
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

2
Página
DIREITO DO TRABALHO
CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA
SOCIAL (CTPS)

Lembra que a gente já conversou sobre a prescrição da


pretensão do empregado no Direito do Trabalho?
Lembra, também que eu falei de uma exceção importante
sobre a prescrição? Pois é, diz respeito à declaração da
existência de um contrato de trabalho para ser anotado na
Carta de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Essa determinação, que está no art. 11, §1º, da CLT, existe
porque a CTPSNathalia Torres Lima
é o documento, porAraujo Surimã
excelência, que descreve a
nataraujo12@gmail.com
vida produtiva de um trabalhador empregado e tem reflexos
660.814.593-49
importantes, como a sua relação com a aposentadoria, por
exemplo.
Olha o que diz o art. 11, §1º, da CLT:
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho prescreve em cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que
tenham por objeto anotações para fins de prova junto
à Previdência Social.
3

Outra coisa que importa dizer é que a imprescritibilidade


Página

se dá tão somente para declarar a existência da relação


empregatícia, mas não para pedir condenação do empregador
quanto às parcelas que o empregado entende devidas. Para isso,
precisa respeitar os prazos prescricionais que nós já vimos.

Entrando de maneira mais efetiva no mundo da CTPS, o


que a gente observa da análise da CLT é que muitos dos seus
artigos já foram alterados, inseridos ou excluídos. Muitos o
foram recentemente, inclusive, tratando da CTPS digital, que é
o meio prioritário de preenchimento dos dados de contrato de
trabalho atualmente.

As questões atinentes à CTPS estão entre os art. 13 e 55,


da CLT, a grande maioria
Nathalia deles
Torres com
Lima alguma
Araujo alteração, além de
Surimã
outros excluídos. nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

Nesse material, veremos as questões mais importantes, mas é


sempre essencial que você leia e releia todos os artigos e que
faça questões sobre o assunto, combinado?

QUEM PRECISA TER UMA CTPS?

Essa pergunta pode ser respondida logo no art. 13, da


CLT, que fala sobre todas as pessoas que devem ter as suas
atividades inseridas dentro do documento de trabalho, já que
todas elas porventura podem se utilizar do seu tempo de serviço
4

e recolhimento previdenciário para fins de percepção de


Página

benefícios previdenciários.
De início, observamos que a todos os empregados cabe a
anotação da CTPS, ainda que esse emprego seja rural e em
período temporário. O caput do art. 13 diz, ainda, que também
cabe a anotação do documento quando a pessoa faz o exercício
de uma atividade profissional por conta própria.
Vamos ver?

Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social é


obrigatória para o exercício de qualquer emprego,
inclusive de natureza rural, ainda que em caráter
temporário, e para o exercício por conta própria de
atividade profissional remunerada.
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
Já o § 1º, da CLT, 660.814.593-49
inclui outros trabalhadores no rol das
pessoas que devem ter a sua atividade inserida na CTPS,
principalmente em razão da relação desses trabalhadores com
a Previdência Social, como o recebimento de aposentadoria
especial em razão da atividade de trabalhador rural.
Ah, e fica atenta(o) que inclui a pessoa que trabalha em
regime familiar! Olha só:
§ 1º - O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, a
quem:
I - proprietário rural ou não, trabalhe indi-
vidualmente ou em regime de economia familiar,
assim entendido o trabalho dos membros da mesma
5

família, indispensável à própria subsistência, e


Página
exercido em condições de mútua dependência e
colaboração;
II - em regime de economia familiar e sem empregado,
explore área não excedente do módulo rural ou de
outro limite que venha a ser fixado, para cada região,
pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social.

CTPS FÍSICA X CTPS DIGITAL

Uma coisa interessante de se notar é que a CTPS é


emitida pelo Ministério da Economia (art. 14, da CLT),
preferencialmente por meio eletrônico. A a emissão pelo
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
Ministério da Economia se justifica porque quando da alteração
nataraujo12@gmail.com
da norma, em 2019, o Ministério do Trabalho e Emprego tinha
660.814.593-49
sido retirada da pasta de ministérios e subordinado, enquanto
Secretaria, ao Ministério da Economia. E assim ficou na norma.
A preferência pelo meio digital do documento não
impede a sua emissão pelo meio físico, mas esta apenas pode
acontecer em em unidades específicas, descritas no art. 14, da
CLT:
Art. 14. A CTPS será emitida pelo Ministério da
Economia preferencialmente em meio eletrônico.
Parágrafo único. Excepcionalmente, a CTPS poderá
ser emitida em meio físico, desde que:
I - nas unidades descentralizadas do Ministério da
6

Economia que forem habilitadas para a emissão;


Página
II - mediante convênio, por órgãos federais, estaduais
e municipais da administração direta ou indireta;
III - mediante convênio com serviços notariais e de
registro, sem custos para a administração, garantidas
as condições de segurança das informações.

Após o art. 14, da CLT, há vários dispositivos revogados,


até que a gente chega no art. 29, da CLT, que sem dúvida é o que
encontra mais incidência em provas de concurso. Trata dos
prazos para anotação da CTPS, quais dados precisam estar no
documento e quando precisam ser inseridos.
Com a CTPS digital, o único dado que o trabalhador
Nathalia
precisa entregar Torres LimaéAraujo
ao empregador o CPF.Surimã
Essa apresentação
nataraujo12@gmail.com
equivale à apresentação da CTPS em meio digital, sendo
660.814.593-49
dispensada a emissão de recibo pelo empregador.
A partir da admissão do trabalhador, o empregador terá
cinco dias úteis para anotar a CTPS do empregado, indicando a
data de admissão, a sua remuneração e as condições especiais
de trabalho, como por exemplo se o empregado trabalha
externamente, sem condição de marcação de jornada.
Após a anotação da CTPS, o empregado deverá ter acesso
às anotações do documento no prazo de 48h.
Essa anotação, a despeito de ser preferencialmente feita
pela via digital, pode ser feita também através de sistema
manual, mecânico ou eletrônico, a partir das instruções
7

expedidas pelo Ministério da Economia.


Página
Quanto à remuneração do empregado, devem estar
especificado o salário, qualquer que seja a sua forma de
pagamento. Isso quer dizer que deve constar na CTPS se o
salário do trabalhador é fixo, se é por comissão - e como ela é
calculada -, se é pago integralmente em dinheiro ou se também
tem salário-utilidade, etc., além de uma estimativa em gorjeta,
se houver pagamento de gorjeta.
No que toca aos momentos em que a CTPS deve ser
anotada, o art. 29, §2º, da CLT diz que as anotações devem ser
feitas:
a) na data-base → o dia do ano em que o salário-base da
categoria (oriundo de norma coletiva do trabalho) é alterado a
partir do queNathalia
consta no Acordo
Torres LimaouAraujo
na Convenção
Surimã coletiva de
Trabalho; nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;
c) no caso de rescisão contratual → devendo sempre
observar que o aviso prévio concedido ao empregado em caso
de demissão sem justa causa por iniciativa do empregador deve
contar para fim de indicação da data final do contrato, nos
termos do art. 487, §1º, da CLT c/c OJ 82, da SDI1.;
d) necessidade de comprovação perante a Previdência
Social. → Aqui, há informações importantes que precisam ser
colocadas no campo das anotações gerais, como um
afastamento previdenciário, por exemplo.

Entretanto, uma coisa importante precisa ser ressaltada:


8
Página

é vedado ao empregador anotações desabonadoras à conduta


do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social
(art. 29, §4º, da CLT). E se tal anotação for realizada de maneira
desabonadora, o §5º, do art. 29, da CLT, impõe ao empregador
a multa de metade de um salário mínimo, nos termos do art. 52,
da CLT.
A ausência de cumprimento da necessidade de anotação
da CTPS dos empregados enseja a lavratura de auto de infração,
pelo fiscal do trabalho, e ele deverá comunicar essa falta
patronal de ofício ao órgão competente para instaurar o
processo de anotação. E mais: se não houver o cumprimento da
anotação da CTPS, o empregador pagará uma multa no valor de
metade do salário mínimo.
Diante da importância que é ter a historicidade da vida
laboral do trabalhador e daLima
Nathalia Torres trabalhadora inserida em um
Araujo Surimã
documento que seja aferido pelo Estado para os reflexos já
nataraujo12@gmail.com
comentados aqui, a CLT660.814.593-49
determina, em seu art. 29-A, da CLT,
que o empregador que não realizar as anotações necessárias na
CTPS do empregado (art. 29, §1º, da CLT) ficará sujeito à multa
no valor de R$3.000,00 por empregado prejudicado, acrescido
de igual valor em cada reincidência.
Entretanto, essa alteração normativa atingiria de
maneira desigual os empregadores que são microempresas e
empresas de pequeno porte, razão pela qual o legislador
determinou, no §1º, do art. 29-A, que quanto a esses
empregadores, o valor final da multa aplicada será de R$800,00
por empregado prejudicado.
Outra coisa interessante é que as irregularidades
9

encontradas nas empresas normalmente são observadas em


Página

uma primeira visita pelo auditor fiscal do trabalho e é dada uma


“segunda chance” para que o empresário corrija as infrações. É
o que se chama legalmente de “dupla visita”. Entretanto, a
infração referente à ausência de anotação da CTPS dos
empregados é uma exceção à dupla visita, em razão da
importância desse registro. Ou seja, no caso de ausência de
registro dos contratos de trabalho dos empregados em CTPS, a
multa será aplicada pelo auditor fiscal sem que haja a
possibilidade de haver uma segunda visita para que dê tempo
de o empregador corrigir essa falta.
Finalmente, quanto à multa, é de se observar que a sua
natureza é administrativa e não será devida ao empregado, mas
sim a União.
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
RECLAMAÇÕES POR FALTA OU RECUSA DE
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
ANOTAÇÃO.

A Seção V do Capítulo I (Da Identificação Profissional)


traz assertivas mais antigas e não tem tanta recorrência em
prova de concurso, mas isso não retira o seu trabalho de ler os
artigos e fazer questões sobre eles, certo?
Para fins de resumo, os art. 36 e seguintes trazem o que
o trabalhador deve fazer acaso a empresa não realize as
anotações em sua CTPS ou se recuse a devolver o documento.
Nesse caso, o empregado deve procurar a Delegacia Regional
do Trabalho ou órgão (administrativo) autorizado para
10

representar a respectiva reclamação.


Página
Será, então, lavrado um termo de reclamação e realizada
uma diligência para instrução do caso. Se acontecer uma das
faltas de anotação de CTPS que nós vimos antes e constam no
art. 29, §2º, da CLT (admissão, data-base, rescisão, a pedido do
empregado e sobre questões da Previdência Social), a empresa
será notificada para prestar esclarecimentos ou efetuar as
devidas anotações.
Se a empregadora se fizer ausente, será considerada
revel e confessa sobre os termos da reclamação, o que significa
que a narrativa apresentada pelo trabalhador será considerada
correta e as anotações serão realizadas por despacho da
autoridade que tenha processado a reclamação.
Em a empresa
Nathaliacomparecendo ao órgão
Torres Lima Araujo e se recusando a
Surimã
realizar as anotações, seus dados serão colhidos e será
nataraujo12@gmail.com
concedido o prazo de 48h para que apresente defesa, após o que
660.814.593-49
será o processo administrativo será decidido pela autoridade
administrativa de primeira instância.
Se depois de todo esse trâmite ainda houver dúvidas
sobre a existência do contrato de trabalho no âmbito
administrativo, o processo será encaminhado à Justiça do
Trabalho, ficando o processo administrativo sobrestado
(suspenso), dependendo do julgamento a ser realizado no Poder
Judiciário.
Na Justiça do Trabalho, se confirmada a existência de
relação empregatícia entre as partes, a CTPS poderá ser
11

anotada pela própria Secretaria da Vara, o que também pode


acontecer acaso a demanda seja diretamente ingressada na
Página

Justiça do Trabalho, sem que passe antes pelo Ministério do


Trabalho e Emprego. Aqui, preciso intervir no texto legal para
confessar que em 18 anos de Justiça do Trabalho nunca peguei
qualquer processo que tivesse vindo diretamente do Ministério
do Trabalho e Emprego nas condições acima tratadas (de um
pedido de anotação de CTPS ser requerido no órgão
administrativo e, na dúvida, esses autos serem enviados ao
Judiciário). O mais comum é que o empregado entre com uma
ação na Justiça do Trabalho requerendo o reconhecimento do
vínculo empregatício e a anotação da CTPS daí decorrente, ou
então requeira o reconhecimento de uma alteração de função
ou de salário com a retificação do documento de registro, por
exemplo.

Nathalia Torres Lima Araujo Surimã


QUAL O VALOR DAS ANOTAÇÕES CONTIDAS EM
nataraujo12@gmail.com
CTPS? 660.814.593-49

A CTPS, como dito, é o documento por excelência para


comprovar a relação empregatícia havida entre empregado e
empregador. Assim, o art. 40, da CLT, é certeiro quando diz que
a sua anotação servirá como de prova:
- Nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho entre a
empresa e o empregado por motivo de salário, férias ou tempo
de serviço;
- Para cálculo de indenização por acidente do trabalho
ou moléstia profissional.
12

Mas atenção! O valor de prova das informações contidas


Página

na CTPS não é absoluto (Súmula 225, do STF).


Como assim, Odete?
Vamos lá. Lembra quando falamos sobre o princípio da
primazia da realidade sobre a forma? Pois é. Imagine que há uma
CTPS que tem um contrato de Maria com a empresa Delta de
01/04/2020 a 10/02/2022, na função de garçonete.
Entretanto, na realidade (e Maria faz prova disso no processo),
o trabalho se deu de 05/01/2015 até 10/02/2022 e Maria, que
foi admitida como garçonete, passou a trabalhar como gerente
em 28/08/2020. Por mais que a CTPS de Maria tenha as
informações iniciais - e se não houver qualquer controvérsia
assim será -, a empregada pode pleitear alteração na Justiça do
Trabalho e fazer prova da sua alegação. Daí porque dizemos que
os dados contidos na CTPS tem veracidade relativa, podendo
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
ser elidida em contrário a partir de prova.
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
CRIMES REFERENTES À FRAUDE NA ANOTAÇÃO
DA CTPS

Se houver crime de falsidade na emissão, substituição ou


anotação da CTPS, deverão ser observadas as penalidades
estabelecidas no art. 299, do Código Penal. São os crimes,
segundo o art. 49, da CLT:
I- Fazer, no todo ou em parte, qualquer documento
falso ou alterar o verdadeiro;
II - Afirmar falsamente a sua própria identidade,
13

filiação, lugar de nascimento, residência, profissão ou


Página
estado civil e beneficiários, ou atestar os de outra
pessoa;
III - Servir-se de documentos, por qualquer forma
falsificados;
IV - falsificar, fabricando ou alterando, ou vender,
usar ou possuir Carteira de Trabalho e Previdência
Social assim alteradas;
V - Anotar dolosamente em Carteira de Trabalho e
Previdência Social ou registro de empregado, ou
confessar ou declarar em juízo ou fora dele, data de
admissão em emprego diversa da verdadeira.
Se a falsidade for realmente comprovada, quer nas
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
declarações para emissão de Carteira de Trabalho e Previdência
nataraujo12@gmail.com
Social, quer nas respectivas anotações, o fato será levado ao
660.814.593-49
conhecimento da autoridade que houver emitido a carteira,
para fins de direito.
Por fim, a pessoa (comerciante ou não) que vender ou
expuser à venda qualquer tipo de carteira (CTPS) igual ou
semelhante ao tipo oficialmente adotado, incorrerá em multa
em valor igual a três vezes o salário mínimo.
Já o extravio ou inutilização da CTPS por culpa da
empresa acarretará à empregadora multa de valor igual à
metade do salário mínimo.

LIVRO DE REGISTRO DE EMPREGADOS


14
Página
Ainda falando sobre o registro de empregados, outro
documento indispensável ao empregador é o livro de registros.
É obrigatório que o empregador tenha o registro dos seus
trabalhadores, e esse registro pode ser em livros, fichas ou
sistemas eletrônicos, conforme as instruções do Ministério do
Trabalho. Nesse documento, deverá haver a qualificação civil ou
profissional de cada trabalhador, além de anotados todos os
seus dados contratuais, como admissão, férias, eventuais
acidentes do trabalho, além das demais circunstâncias
atinentes à proteção do trabalhador.
Da mesma forma que no caso da ausência de anotação da
CTPS. o empregador que mantiver sob sua gestão empregado
não registrado em livro
Nathalia próprio
Torres ficará
Lima sujeito
Araujo a multa no valor
Surimã
de R$3.000,00 pornataraujo12@gmail.com
empregado não registrado, acrescido de
igual valor a cada reincidência. Da mesma forma, a multa para
660.814.593-49
microempresas e empresas de pequeno porte terá valor limite
máximo de R$800,00.
Finalmente, quanto à multa, é de se observar que a sua
natureza é administrativa e não será devida ao empregado, mas
sim a União.
15
Página
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

1
Página
SUMÁRIO

Introdução .............................................................................................3
Conformação de Dados - Análise de Atestado Médico - Lei n.
14.441/2022 ............................................................................................ 5
Análise processual de exposição a ag. nocivos para fins de
conversão de tempo especial ............................................................8
Análise para Isenção de Imposto de Renda .................................. 10
Análise para fins de saque do FGTS................................................ 12
Análise de contestação de NTEP.....................................................
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã 13
Análise Prévia de Contestação do NTEP ....................................... 16
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

2
Página
ATIVIDADES DO PROGRAMA DE GESTÃO DA PMF
INTRODUÇÃO

A Portaria SPREV/MTP nº 2.937, de 21 de setembro de


2022, estabeleceu diretrizes e procedimentos específicos a
serem observados por servidores das Carreiras da Perícia
Médica Federal nas unidades da Subsecretaria da Perícia
Médica Federal para a operacionalização do programa de
gestão e desempenho instituído na Secretaria de Previdência
pela Portaria Conjunta SE/SPREV/STRAB/MTP n.º 1, de 10 de
março de 2022.
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
Portaria SPREV/MTP nataraujo12@gmail.com
nº 2.937/22
660.814.593-49
Art. 1º Ficam estabelecidas as diretrizes e os
procedimentos específicos a serem observados para a
operacionalização do programa de gestão e
desempenho instituído na Secretaria de Previdência
pela Portaria Conjunta SE/SPREV/STRAB/MTP n.º 1,
de 10 de março de 2022, quanto à participação dos
servidores das Carreiras da Perícia Médica Federal
em exercício nas unidades da Subsecretaria da Perícia
Médica Federal.

§ 4º As atividades a serem executadas no Programa de


3

Gestão e Desempenho da Perícia Médica Federal


Página
(PGDPMF) constarão na Tabela de Atividades (Anexo
I).

Em julho de 2023, através da Portaria SRGPS/MPS Nº


2.589, houve alteração do Anexo I da Portaria SPREV/MTP n.º
2.937, de 21 de setembro de 2022, o qual dispõe da Tabela de
Atividades a serem executadas no âmbito do PGDPMF.
Atente-se que a tabela é dividida em dois grupos de acordo com
os serviços prestados:
• Grupo de exames médico-periciais (itens 1 a 39);
• Grupo das análises documentais (itens 40 a 70).

Nathalia Torres Lima Araujo Surimã


A Tabela denataraujo12@gmail.com
Atividades do PGDPMF, atualizada, foi
disponibilizada na apostila da aula “Programa de Gestão e
660.814.593-49
Desempenho da Perícia Médica Federal”. Nesta apostila,
daremos início ao estudo do grupo das análises documentais.

4
Página
Grupo das Análises Documentais

(40) CONFORMAÇÃO DE DADOS - ANÁLISE DE


ATESTADO MÉDICO - LEI N. 14.441/2022
(ATESTMED2 – Pontuação: 0,50)

Em 2022, foi publicada no DOU, a Lei 14.441, de 2022 , que


alterou a Lei 8.213 e que adicionou e alterou ao art. 60:

§ 14 Ato do Ministro de Estado do Trabalho e


Previdência poderá estabelecer as condições de
dispensaNathalia Torres
da emissão Lima Araujo
de parecer Surimã
conclusivo da perícia
nataraujo12@gmail.com
médica federal quanto à incapacidade laboral,
660.814.593-49
hipótese na qual a concessão do benefício de que trata
este artigo será feita por meio de análise documental,
incluídos atestados ou laudos médicos, realizada pelo
INSS.

Portanto, inseriu que através de ato do ministério do


Trabalho e Previdência, poderia haver condições para a
dispensa do exame da perícia médica federal para
requerimentos de auxílio por incapacidade temporária (antigo
auxílio-doença), quando a concessão estaria sujeita à análise
documental, modelo parecido com o usado em 2020 e 2021 por
causa das restrições da pandemia pelo Coronavírus.
5
Página
A Portaria Conjunta MPS/INSS nº 38, de 20 de julho de
2023, regulamenta a dispensa de emissão de parecer conclusivo
da Perícia Médica Federal quanto à incapacidade laboral e
simplifica as regras para a concessão do benefício por
incapacidade temporária por meio de análise documental
(ATESTMED) realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). A partir de agora, o prazo máximo para a concessão do
benefício por meio do ATESTMED passa a ser de 180 dias e, caso
o segurado tenha o benefício negado, terá um prazo de 15 dias
para realizar um novo requerimento.
Além disso, os benefícios por incapacidade temporária de
natureza acidentária também poderão ser concedidos por
análise documental, desde que seja apresentada a Comunicação
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
de Acidente de Trabalho (CAT).
nataraujo12@gmail.com
O envio da documentação necessária para a concessão
660.814.593-49
do benefício por incapacidade temporária é feito por meio dos
canais remotos de autoatendimento – Meu INSS e central de
teleatendimento 135. O requerimento feito por meio da Central
135 ficará pendente até que os documentos sejam anexados.

A documentação médica ou odontológica apresentada


pelo segurado na hora do requerimento do benefício deve ser
legível e sem rasuras, contendo, obrigatoriamente, as seguintes
informações:
• Nome completo do segurado;
• Data de emissão do documento (não podendo ser
6

superior a 90 dias da data de entrada do requerimento);


Página
• Diagnóstico por extenso ou código da Classificação
Internacional de Doenças (CID);
• Assinatura e identificação do profissional emitente, com
nome e registro no conselho de classe, ou carimbo;
• Data do início do afastamento ou repouso;
• Prazo necessário estimado para o repouso.
Os benefícios por incapacidade temporária concedidos
por meio do ATESTMED, mesmo que de forma não consecutiva,
não poderão ter duração superior a 180 dias. Caso haja
indicação de repouso por prazo indeterminado na
documentação apresentada, será considerado o afastamento
pelo prazo total permitido nessa modalidade. Quando não for
possível a concessão por meio de análise documental, por não
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
cumprimento dosnataraujo12@gmail.com
requisitos estabelecidos ou quando o
repouso necessário for superior a 180 dias, o segurado poderá
660.814.593-49
agendar um exame médico pericial presencial.
O requerimento para a prorrogação de um benefício não
poderá ser feito por meio de análise documental. O segurado
que já tiver um exame médico pericial agendado poderá optar
pelo procedimento documental, desde que a data de
agendamento da perícia presencial seja superior a 30 dias da
data do requerimento do ATESTMED.
Outra mudança trazida pela portaria é que os benefícios
que dependam de perícias médicas externas (domiciliar ou
hospitalar) e os que decorram de cumprimento de decisões
judiciais também poderão ser concedidos por meio da análise
7

documental.
Página
A Portaria Conjunta MPS/INSS nº 38 destaca que a
emissão ou apresentação de atestado falso, ou que contenha
informações falsas, configura crime e sujeitará os responsáveis
às sanções penais, civis e administrativas.

(41) ANÁLISE PROCESSUAL DE EXPOSIÇÃO A


AG. NOCIVOS PARA FINS DE CONVERSÃO DE
TEMPO ESPECIAL
(ATIVESPEC – Pontuação: 1,00)

Na análise de requerimentos que envolvam exposição a


agentes nocivos para conversão de tempo especial, os períodos
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
não passíveis de enquadramento administrativo devem ser
nataraujo12@gmail.com
submetidos à análise da 660.814.593-49
perícia médica.
A modalidade de aposentadoria denominada especial tem
características próprias, e sofreu sucessivas alterações da
legislação que compreendem análises de direitos adquiridos em
vigência das leis e decretos correspondentes a cada período
trabalhado, apreciações eminentemente técnicas, de natureza
médica, de Higiene do Trabalho e de Engenharia de Segurança
do Trabalho. Tal complexidade faz com que a análise da
aposentadoria especial seja criteriosa, porém passível de várias
interpretações da legislação e enquadramentos diferentes para
as várias categorias.
A aposentadoria especial, instituída pela Lei nº 3.807, de
8

26 de agosto de 1960, tem características preventiva e


Página

compensatória, vez que busca diminuir o tempo de trabalho do


segurado que, sujeito a condições especiais, exerce ou exerceu
atividade que, pela sua natureza, pode causar danos à saúde ou
à integridade física.
É importante observar a documentação necessária para
instrução do requerimento da aposentadoria especial, por
período, vez que ao longo dos anos a legislação previdenciária
vem sofrendo diversas modificações.
Conforme a Instrução Normativa (IN) 128:
Art. 272. São considerados formulários de
reconhecimento de períodos laborados em atividades
especiais, legalmente previstos:
I - os antigos formulários de reconhecimento de
períodosNathalia
laborados em condições
Torres especiais
Lima Araujo Surimãemitidos
nataraujo12@gmail.com
até 31 de dezembro de 2003; e
660.814.593-49
II - o Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP -
emitido a partir de 1º de janeiro de 2004.

O perito pode, sempre que julgar necessário, solicitar


Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho
(LTCAT) ou demais demonstrações ambientais que embasaram
o preenchimento do PPP. Verificar, também, se os agentes
nocivos alegados nos formulários estão elencados nos anexos
dos decretos previdenciários, conforme os períodos. Caso não
estejam, não serão reconhecidos para enquadramento como
atividade especial.
9

Após análise por período, a perícia médica deve


Página

preencher o formulário próprio no sistema PMF-tarefas, com


justificativas técnicas/fundamentação legal, deve constar o
parecer médico pericial de forma clara, objetiva e legível, bem
como a fundamentação que justifique a decisão, havendo ou não
enquadramento.
Caso sejam identificadas inconsistências, divergências ou
falta de informações indispensáveis ao reconhecimento do
direito, há fluxograma para esta condição específica.

(42) ANÁLISE PARA ISENÇÃO DE IMPOSTO DE


RENDA
(APISENIR – Pontuação: 1,00)

Nathalia Torres Lima Araujo Surimã


Em consonância com a Instrução Normativa 128 art.625:
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
III - o Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF, observando-se
que:
a) para cálculo do desconto, em todas as situações,
inclusive nos pagamentos acumulados e atrasados,
aplicam-se a tabela e as disposições vigentes nas
normas estabelecidas pela Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil;
b) na forma da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995,
são isentos de desconto do IRRF os valores a serem
pagos aos beneficiários que estão em gozo de:
10
Página
1. auxílio por incapacidade temporária, auxílio-
acidente, aposentadoria por incapacidade
permanente decorrente de acidente em serviço; e

d) conforme Parecer SEI nº


20/2018/CRJ/PGACET/PGFN-MF, emitido pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, nas
situações em que o laudo médico oficial apresentar a
fixação de validade, requisito imposto pela lei no caso
de moléstias passíveis de controle (art. 30, § 1º, da Lei
nº 9.250, de 1995: § 1º O serviço médico oficial fixará o
prazo de validade do laudo pericial, no caso de
moléstiasNathalia
passíveis de controle.),
Torres transcorrido
Lima Araujo Surimã o prazo
de validade porventura existente no laudo pericial, o
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
benefício da isenção será mantido, não cabendo à
Fonte Pagadora qualquer ação de controle de limite
sobre a isenção reconhecida.

O PMF fará a análise da documentação médica do


requerente para enquadramento nas situações que permitem a
isenção do Imposto de Renda, portanto se o requerente está
acometido das moléstias referidas no inciso XIV do art. 6º da Lei
nº 7.713, de 1988, ou no § 2º do art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995.
A doença deve ser comprovada mediante laudo pericial
emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do
11

Distrito Federal e dos Municípios, com prazo de validade no


Página

caso de doenças passíveis de controle, desta forma, será


analisada pelo PMF com o preenchimento de formulário
próprio.

(43) ANÁLISE PARA FINS DE SAQUE DO FGTS


(TFGTS – Pontuação: 1,00)

A fundamentação legal para esta análise é encontrada na


Lei nº 8.036,de 11 de maio de 1990; na Portaria
SPMF/SPREV/MTP nº 12.278,de 15 de outubro de 2021, na ACT
nº 3/2021/SE/MTP/CAIXA, de 28 de setembro de 2021; na
Portaria interministerial nº 2.998, de 23 de agosto de 2001 (por
força da ACP nº 0028244- 17.2016.4.02.5001/ES); e por fim, na
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
Portaria n° 191 de 1° de fevereiro de 2023.
nataraujo12@gmail.com
Lista das doenças/condição: neoplasia maligna, portador
660.814.593-49
do vírus HIV, paciente em estágio terminal, em razão de doença
grave, tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, cegueira
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença
de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, com base em conclusão da
medicina especializada, hepatopatia grave e adicionados pela
Portaria n° 191; crianças/adolescentes comprovadamente
diagnosticados com microcefalia – (ACP nº 1001049-
24.2019.4.01.3300 da 14ª Vara Federal Civil/BA); e transtorno do
Espectro Autista – TEA de grau severo (nível 3), em dependente
12

de qualquer idade (ACP nº 5039405-17.2022.4.02.5101 da 3ª Vara


Página

Federal Civil/RJ).
O PMF fará a análise da documentação médica do
requerente para enquadramento nas situações que permitem o
saque do FGTS. A análise do requerimento de saque do FGTS
deverá ser registrada pelo PMF no formulário específico do
sistema PMF-Tarefas.
Quando considerar necessário, o PMF poderá cadastrar
exigência no PMF Tarefas para solicitar: 1. Relatório Médico de
Doenças Graves para Solicitação de Saque do FGTS 2.
Documentação complementar 3. Agendamento de exame
presencial.

(44) ANÁLISE DE CONTESTAÇÃO DE NTEP


(APCONNTEPNathalia Torres3,00)
– Pontuação: Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
Em consonância com a Lei nº 8.213, de 1991:

Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do


Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a
natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação
entre a atividade da empresa ou do empregado
doméstico e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade elencada na Classificação Internacional
de Doenças (CID), em conformidade com o que
13

dispuser o regulamento.(Redação dada pela Lei


Página

Complementar nº 150, de 2015).


Art. 21-A § 2º A empresa ou o empregador doméstico
poderão requerer a não aplicação do nexo técnico
epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com
efeito suspensivo, da empresa, do empregador
doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da
Previdência Social. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015).

Decreto nº 3.048, de 1999:

Art. 337
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
§ 7º A empresa poderá requerer ao INSS a não
nataraujo12@gmail.com
aplicação do nexo 660.814.593-49
técnico epidemiológico ao caso
concreto mediante a demonstração de inexistência de
correspondente nexo entre o trabalho e o agravo.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009).
§ 10. Juntamente com o requerimento de que tratam os
§§ 8 o e 9o , a empresa formulará as alegações que
entender necessárias e apresentará as provas que
possuir demonstrando a inexistência de nexo entre o
trabalho e o agravo. (Redação dada pelo Decreto nº
6.939, de 2009).
§ 11. A documentação probatória poderá trazer, entre
14

outros meios de prova, evidências técnicas


circunstanciadas e tempestivas à exposição do
Página

segurado, podendo ser produzida no âmbito de


programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que
possuam responsável técnico legalmente habilitado.
(Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
§ 12. O INSS informará ao segurado sobre a
contestação da empresa para que este, querendo,
possa impugná-la, obedecendo, quanto à produção de
provas, ao disposto no § 10, sempre que a instrução do
pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento
de inexistência do nexo entre o trabalho e o agravo.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009).

Compete ao Perito Médico Federal inicialmente


identificar o Nathalia
tipo de nexo técnico
Torres aplicado
Lima Araujo na perícia inicial,
Surimã
nataraujo12@gmail.com
analisar a documentação apresentada pela empresa, promover
660.814.593-49
a análise das contrarrazões do segurado se houver e então
registrar o seu parecer e conclusão no formulário do PMF-
Tarefas, descrevendo os documentos que foram considerados
para embasamento da conclusão.
A documentação probatória da empresa deve
obrigatoriamente estar anexada à tarefa a ser realizada pelo
Perito Médico Federal. E não há impedimento para a realização
da análise de contestação pelo mesmo profissional que aplicou
o NTEP no exame pericial inicial.
15
Página
(45) ANÁLISE PRÉVIA DE CONTESTAÇÃO DO
NTEP
(TAPCNTEP – Pontuação: 1,00)

A mesma fundamentação apresentada acima na tarefa de


Análise de contestação de NTEP, porém, neste caso, o Perito
Médico Federal responderá a um questionário, pois deverá
averiguar se há ou não a possibilidade de reconhecimento da
inexistência do nexo técnico entre o trabalho e o agravo, se for
o caso de não se tratar de Nexo Técnico Epidemiológico ou se
há inconsistência, divergência ou falta de informações
indispensáveis para análise do processo.
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

16
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Portaria SPREV/MTP nº 2.937, de 21 de setembro de
2022. Estabelece diretrizes e procedimentos específicos a
serem observados por servidores das Carreiras da Perícia
Médica Federal nas unidades da Subsecretaria da Perícia
Médica Federal para a operacionalização do programa de
gestão e desempenho instituído na Secretaria de Previdência
pela Portaria Conjunta SE/SPREV/STRAB/MTP n.º 1, de 10 de
março de 2022.
BRASIL. Portaria SRGPS/MPS Nº 2.589, de 20 de julho de 2023.
Altera o Anexo I da Portaria SPREV/MTP n.º 2.937, de 21 de
setembro de 2022, que dispõe da Tabela de Atividades a serem
executadas no âmbitoTorres
Nathalia do Programa de Gestão
Lima Araujo e Desempenho
Surimã
da Perícia Médica Federal (PGDPMF).
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

17
Página
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

1
Página
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................................. 3
Definição ................................................................................................ 5
Diagnóstico ............................................................................................ 5
Quadro Clínico ......................................................................................6
Avaliação da PAIR .................................................................................8
Gota acústica .........................................................................................9
Prevenção ............................................................................................. 10
Notificação Compulsória .................................................................. 10
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
Normas Regulamentadoras ............................................................... 11
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660.814.593-49

2
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PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO

INTRODUÇÃO
Diversos agentes causais podem provocar perdas auditi-
vas, independentemente de exposição ao ruído. Alguns agentes
também podem interagir com o ruído e potencializar os seus
efeitos sobre a audição, como, por exemplo, exposição a produ-
tos químicos, vibrações e uso de algumas medicações. Por isso,
é importante ter ciência que nem toda perda auditiva induzida
por ruído é ocupacional, apesar do ruído ser o agente etiológico
mais comum.
Em 1996, o National
Nathalia Institute
Torres for Occupational
Lima Araujo Surimã Safety and
Health (NIOSH) publicou o Guia Prático para Prevenção de
nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
Perda Auditiva Ocupacional, utilizando o termo “perda auditiva
ocupacional”, que incorpora não só a perda auditiva induzida
por ruído, mas também aquelas provocadas por exposições a
solventes aromáticos, metais e alguns asfixiantes, além de
vibração, incentivando a pesquisa desses e de outros fatores
potencialmente geradores de perda auditiva.
O ruído é um sinal acústico aperiódico, originado da
superposição de vários movimentos de vibração com diferentes
frequências que não apresentam relação entre si. Quando o
ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, em média
85dB(A) por oito horas por dia, ocorrem alterações estruturais
na orelha interna, que determinam a ocorrência da Perda
3

Auditiva Induzida por Ruído (PAIR).


Página
A PAIR é um dos agravos mais frequentes à saúde dos
trabalhadores, estando presente em diversos ramos de
atividade, principalmente siderurgia, metalurgia, gráfica,
têxteis, papel e papelão, vidraria, entre outros.
Além dos sintomas auditivos frequentes – quais sejam
perda auditiva, dificuldade de compreensão de fala, zumbido e
intolerância a sons intensos –, o trabalhador portador de PAIR
também apresenta queixas, como cefaleia, tontura, irritabili-
dade e problemas digestivos, entre outros.
A Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional é a
diminuição gradual da acuidade auditiva, em caráter irreversí-
vel, decorrente de exposição contínua a elevados níveos de
pressão sonora em ambientes
Nathalia de trabalho.
Torres Lima A PAIR pode levar a
Araujo Surimã
alterações funcionais e psicossociais, especialmente relaciona-
nataraujo12@gmail.com
das à comunicação, que660.814.593-49
comprometem a qualidade de vida do
trabalhador e a sua própria segurança no trabalho. É reconheci-
da como uma das doenças relacionadas ao trabalho mais
comuns em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da
Saúde, o ruído é a 3ª causa, entre os fatores ocupacionais, que
mais gera anos vividos com incapacidade. Estudos demonstram
que 16% das perdas auditivas incapacitantes, adquiridas na vida
adulta, são ocupacionais.
Quando a exposição ao ruído é de forma súbita e muito
intensa, pode ocorrer o trauma acústico, lesando, temporária
ou definitivamente, diversas estruturas do ouvido. Outro tipo
de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso
4

é a mudança transitória de limiar, que se caracteriza por uma


Página
diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal,
após um período de afastamento do ruído.

DEFINIÇÃO
Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é a perda
provocada pela exposição por tempo prolongado ao ruído.
Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial,
geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de
exposição ao ruído.
Consideram-se como sinônimos: perda auditiva por
exposição ao ruído no trabalho, perda auditiva ocupacional,
surdez profissional, disacusia ocupacional, perda auditiva
induzida por Nathalia
níveis elevados
Torres de pressão
Lima sonora,
Araujo Surimãperda auditiva
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induzida por ruído ocupacional, perda auditiva neurossensorial
660.814.593-49
por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora
de origem ocupacional.

DIAGNÓSTICO
A maior característica da PAIR é a degeneração das
células ciliadas do órgão de Corti. Foi demonstrado o desenca-
deamento de lesões e de apoptose celular em decorrência da
oxidação provocada pela presença de radicais livres formados
pelo excesso de estimulação sonora ou pela exposição a
determinados agentes químicos.
Em 1998, o Comitê Nacional de Ruído e Conservação
5

Auditiva definiu como características da PAIR:


Página
• ser sempre neurossensorial, uma vez que a lesão é no
órgão de Corti da orelha interna.
• ser geralmente bilateral, com padrões similares. Em
algumas situações, observam-se diferenças entre os
graus de perda das orelhas.
• geralmente, não produzir perda maior que 40dB(NA) nas
frequências baixas e que 75dB(NA) nas altas.
• a sua progressão cessa com o fim da exposição ao ruído
intenso.
• a presença de PAIR não torna a orelha mais sensível ao
ruído; à medida que aumenta o limiar, a progressão da
perda se dá de forma mais lenta.
• a perda tem seu início e predomínio nas frequências de
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
3, 4 ou 6 kHz, progredindo, posteriormente, para 8, 2, 1,
nataraujo12@gmail.com
0,5 e 0,25 kHz. 660.814.593-49
• em condições estáveis de exposição, as perdas em 3, 4 ou
6 kHz, geralmente atingirão um nível máximo, em cerca
de 10 a 15 anos.
• o trabalhador portador de PAIR pode desenvolver
intolerância a sons intensos, queixar-se de zumbido e de
diminuição de inteligibilidade da fala, com prejuízo da
comunicação oral.

QUADRO CLÍNICO
A deficiência auditiva provocada pela exposição
continuada a ruído pode provocar diversas limitações auditivas
6

funcionais, as quais referem-se, além da alteração da sensibili-


Página
dade auditiva, às alterações de seletividade de frequência, das
resoluções temporal e espacial, do recrutamento e do zumbido.
A alteração da seletividade de frequência provoca dificul-
dades na discriminação auditiva. Também ocorre uma redução
na faixa dinâmica entre o limiar auditivo e o limiar de descon-
forto, provocando um aumento na ocorrência de recrutamento
(fenômeno de crescimento rápido e anormal da sensação de
intensidade sonora).
O zumbido é um dos sintomas mais comumente
relatados pelos portadores de PAIR.
As dificuldades de compreensão de fala são as mais
relatadas pelo trabalhador portador de PAIR, cujo padrão de fala
poderá sofrer alterações,
Nathalia deLima
Torres acordo com
Araujo o grau de perda
Surimã
auditiva. nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49
Sinais e sintomas:
Auditivos:
• perda auditiva;
• zumbido;
• dificuldades no entendimento de fala;
• outros sintomas auditivos menos frequentes:
algiacusia, sensação de audição “abafada”, dificul-
dade na localização da fonte sonora.
Não-auditivos:
• transtornos da comunicação;
• alterações do sono;
• transtornos neurológicos;
7
Página

• transtornos vestibulares;
• transtornos digestivos;
• transtornos comportamentais;
• transtornos cardiovasculares;
• transtornos hormonais.

AVALIAÇÃO DA PAIR
A avaliação do trabalhador exposto a ruído consta de
avaliação clínica e ocupacional, na qual pesquisa-se a exposição
ao risco, pregressa e atual, considerando-se os sintomas
característicos. A anamnese ocupacional configura-se como
instrumento fundamental para a identificação do risco.
É importante diferenciar a PAIR de outros agravos
auditivos que, apesarTorres
Nathalia de terem
LimaoAraujo
mesmo agente etiológico,
Surimã
nataraujo12@gmail.com
também com possibilidade de ocorrência no ambiente de
660.814.593-49
trabalho, possuem características diferentes.
Trauma acústico é uma perda auditiva súbita, decorrente
de uma única exposição a ruído intenso. Quando ocorre uma
explosão, a descompressão brusca e violenta pode acarretar dor
e lesões simultâneas da orelha média, como rotura da mem-
brana timpânica e/ou desarticulação dos ossículos, assim como
distúrbios vestibulares (vertigem e perturbações de equilíbrio).
Geralmente, a intensidade sonora capaz de provocar trauma
acústico é de 120dB(NA) ou 140dB(NPS), tendo como origem
explosões de fogos de artifícios, disparos de armas de fogo,
ruído de motores a explosão e alguns tipos de máquinas de
grande impacto.
8
Página

Lembrar que é frequente a exposição de trabalhadores ao


ruído em atividades de lazer. Por apresentarem configuração
clínica e audiológica semelhante a das perdas auditivas relacio-
nadas ao trabalho, devem sempre ser lembradas e pesquisadas.
Hábitos exagerados com música, prática de tiro e caça, esportes
que envolvem motores, oficinas caseiras, entre outros são itens
obrigatórios da anamnese. Nesses casos, o nexo de causalidade
não será constatado, pois o ruído é externo ao ambiente de
trabalho.

GOTA ACÚSTICA
Considerando-se as características da perda auditiva da
PAIR (a perda tem seu início e predomínio nas frequências de 3,
4 ou 6 kHz), o gráfico da audiometria pode apresentar um
formato chamado “gota
Nathalia acústica”,
Torres Limacomo naSurimã
Araujo figura abaixo.
nataraujo12@gmail.com
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9
Página
PREVENÇÃO
O objetivo das normas regulamentadoras relativas a boas
práticas nos ambientes de trabalho é a presença da perda
auditiva, além do diagnóstico precoce, do acompanhamento e
da reabilitação, por se tratar de perda auditiva evitável.
Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de
trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente.
Após o diagnóstico da PAIR, a maioria das empresas adota
medidas de proteção individuais (EPIs), apesar das medidas
coletivas serem mais apropriadas.
As empresas devem manter, de acordo com as Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, um Programa de
Prevenção de RiscosTorres
Nathalia Ambientais (PPRA–NR9),
Lima Araujo Surimã no qual os
nataraujo12@gmail.com
diversos riscos existentes no trabalho devem ser identificados
660.814.593-49
e quantificados para, a partir dessa informação, direcionar as
ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO-NR7), que procederá às avaliações de saúde dos
trabalhadores.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
No Brasil, a notificação de casos de PAIR é compulsória e
deve ser realizada em ficha específica de Agravos de Notificação
(SINAN).
10
Página
NORMAS REGULAMENTADORAS
A Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15), da Portaria MTb
nº 3.214/1978 (BRASIL, 1978), estabelece os limites de exposição
a ruído contínuo, conforme a tabela abaixo.
Tabela – Limites de Tolerância (LTs) para ruído contínuo ou in-
termitente (NR-15)

Nathalia Torres Lima Araujo Surimã


nataraujo12@gmail.com
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O limite de tolerância para ruído do tipo impacto será de
130dB(A), de acordo com a NR-15. Nos intervalos entre os picos,
o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.
A Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7), no seu anexo II,
estabelece diretrizes para avaliação e controle médico
ocupacional da audição de empregados expostos a níveis de
pressão sonora elevados.
Todos os empregados que exerçam ou exercerão suas
atividades em ambientes cujos níveis de pressão sonora estejam
acima dos níveis de ação devem ser submetidos a exames
audiométricos de referência e sequenciais, independentemente
do uso de protetor auditivo.
O exame audiométrico
Nathalia deve ser
Torres Lima realizado,
Araujo Surimãno mínimo:
nataraujo12@gmail.com
a) na admissão;
660.814.593-49
b) anualmente;
c) na demissão.
O empregado deve ser submetido a exame audiométrico
de referência e a exames audiométricos sequenciais na forma
descrita nos subitens seguintes.
I. Exame audiométrico de referência é aquele com o qual
os exames sequenciais serão comparados e que deve ser
realizado:
a) quando não houver um exame audiométrico de refe-
rência prévio;
b) quando algum exame audiométrico sequencial apre-
12

sentar alteração significativa em relação ao exame de


referência.
Página
II. Exame audiométrico sequencial é aquele que será
comparado com o exame de referência e se aplica a todo
empregado que já possua um exame audiométrico de
referência prévio.
Compõem os exames audiológicos de referência e
sequenciais:
a) anamnese clínico-ocupacional;
b) exame otológico;
c) exame audiométrico;
d) outros exames audiológicos complementares soli-
citados a critério médico.
O empregado deve permanecer em repouso auditivo por
um período mínimo deTorres
Nathalia 14 horas atéAraujo
Lima o exame audiométrico.
Surimã
nataraujo12@gmail.com
O exame audiométrico deve ser realizado, sempre, pela
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via aérea nas frequências de 500, 1.000, 2.000. 3.000, 4.000,
6.000 e 8.000 Hz. São considerados dentro dos limites
aceitáveis os casos cujos audiogramas mostram limiares audi-
tivos menores ou iguais a 25 (vinte e cinco) dB (NA) em todas as
frequências examinadas.
São considerados sugestivos de Perda Auditiva Induzida
por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) os casos cujos
audiogramas, nas frequências de 3.000 e/ou 4.000 e/ou 6.000
Hz, apresentem limiares auditivos acima de 25 (vinte e cinco) dB
(NA) e mais elevados do que nas outras frequências testadas,
estando estas comprometidas ou não, tanto no teste da via
13

aérea quanto da via óssea, em um ou em ambos os lados.


A PAINPSE, por si só, não é indicativa de inaptidão para o
Página

trabalho, devendo-se levar em consideração na análise de cada


caso, além do traçado audiométrico ou da evolução sequencial
de exames audiométricos.
A avaliação da PAIR deve ser feita sob determinadas
condições, estabelecidas pela Portaria n.º 19, da Norma
Regulamentadora n.º 7 (NR-7):
• Utilização de cabina acústica.
• Utilização de equipamento calibrado.
• Repouso acústico de 14 horas.
• Profissional qualificado para a realização do exame (mé-
dico ou fonoaudiólogo).
Em relação ao Controle Médico Ocupacional da Exposi-
ção a Níveis de Pressão Sonora Elevados (anexo II da NR7), faz-
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
se importante observar:
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São considerados660.814.593-49
sugestivos de desencadeamento de
PAINPSE os casos em que os limiares auditivos em todas as
frequências testadas no exame audiométrico de referência e no
sequencial permaneçam menores ou iguais a 25 (vinte e cinco)
dB (NA), mas a comparação do audiograma sequencial com o de
referência mostra evolução que preencha um dos critérios
abaixo:
a) a diferença entre as médias aritméticas dos
limiares auditivos no grupo de frequências de
3.000, 4.000 e 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 10
(dez) dB (NA);
b) a piora em pelo menos uma das frequências de
14

3.000, 4.000 ou 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 15


Página

(quinze) dB (NA).
São considerados também sugestivos de desencadea-
mento de PAINPSE os casos em que apenas o exame
audiométrico de referência apresente limiares auditivos em
todas as frequências testadas menores ou iguais a 25 (vinte e
cinco) dB (NA), e a comparação do audiograma sequencial com
o de referência preencha um dos critérios abaixo:
a) a diferença entre as médias aritméticas dos
limiares auditivos no grupo de frequências de
3.000, 4.000 e 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 10
(dez) dB (NA);
b) a piora em pelo menos uma das frequências de
3.000, 4.000 ou 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 15
dB (NA).
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
São considerados sugestivos de agravamento da
nataraujo12@gmail.com
PAINPSE os casos já confirmados em exame audiométrico de
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referência e nos quais a comparação de exame audiométrico
sequencial com o de referência mostra evolução que preenche
um dos critérios abaixo:
a) a diferença entre as médias aritméticas dos
limiares auditivos no grupo de frequências de 500,
1.000 e 2.000 Hz, ou no grupo de frequências de
3.000, 4.000 e 6.000 Hz iguala ou ultrapassa 10
(dez) dB (NA);
b) a piora em uma frequência isolada iguala ou
ultrapassa 15 (quinze) dB (NA).
15
Página
Quadro resumo:
Desencadeamento
diferença entre as médias de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz > 10 dB
piora individual de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz > 15 dB
Agravamento
diferença entre as médias de 500, 1.000 e 2.000 Hz > 10 dB
ou
diferença entre as médias de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz > 10 dB
piora individual frequência isolada > 15 dB

Nathalia Torres Lima Araujo Surimã


nataraujo12@gmail.com
660.814.593-49

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Fontes de referência:
Perda auditiva induzida por ruído (PAIR)/Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2006.
Nelson, DI et al. The global burden of occupational noise-
induced hearing loss. American Journal of Industrial Medicine,
v. 48, n. 6, p. 446-58, dez. 2005.
Norma regulamentadora NR-7.
Norma regulamentadora NR-15.
LaDou, J. Harrison, R.J. CURRENT medicina ocupacional e am-
Nathalia Torres Lima Araujo Surimã
biental: diagnóstico e tratamento. 5ª ed. – Porto Alegre: AMGH,
nataraujo12@gmail.com
2016. 660.814.593-49

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