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AMBIENTAL
Princípios Gerais de Direito Ambiental
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DIREITO AMBIENTAL
Princípios Gerais de Direito Ambiental
Nilton Coutinho
Sumário
Princípios Gerais de Direito Ambiental.. ...................................................................................... 3
Introdução......................................................................................................................................... 3
1. Princípios Gerais de Direito Ambiental.................................................................................... 3
1.1. Princípio do Ambiente Ecologicamente Equilibrado e sadia Qualidade de Vida.......... 4
1.2. Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental..................................................... 4
1.3. Princípio do Controle do Poluidor pelo Poder Público...................................................... 5
1.4. Princípio da Consideração da Variável Ambiental no Processo Decisório de
Políticas de Desenvolvimento.. ..................................................................................................... 6
1.5. Princípio da Participação Comunitária................................................................................. 7
1.6. Princípio do Poluidor Pagador. . .............................................................................................. 8
1.7. Princípio da Reparação.. ........................................................................................................... 9
1.8. Princípio da Precaução............................................................................................................ 9
1.9. Princípio da Prevenção........................................................................................................... 11
1.10. Da Função Social da Propriedade.......................................................................................12
1.11. Princípio da Função Socioambiental da Propriedade. . ....................................................12
1.12. Princípio do Direito ao Desenvolvimento Sustentável. . ................................................ 14
1.13. Princípio da Cooperação entre os Povos...........................................................................15
1.14. Princípio da Informação. . ......................................................................................................16
1.15. Princípio do Usuário-Pagador. . ............................................................................................16
Questões de Concurso.................................................................................................................. 18
Gabarito............................................................................................................................................ 37
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Introdução
De início, é necessário ter-se claro que os princípios gerais do direito se constituem como
um guia teórico norteador da política e da prática jurídica.
Tais princípios servem, sobretudo, para auxiliar o intérprete na hora de encontrar solu-
ções à aplicação das normas. Deste modo, é possível visualizar-se nos princípios tríplice fun-
ção, a saber:
• informadora para o legislado;
• normativa para os casos de lacunas; e
• interpretadora, como critério de orientação para o intérprete e para a magistratura.
Cada ramo do direito possui uma série de princípios que lhe são inerentes.
Os princípios gerais de cada ramo do direito são fundamentais para o adequado estudo
daquele ramo, uma vez que tais princípios estão presentes na elaboração, interpretação, apli-
cação e integração do direito.
Feitos tais esclarecimentos passamos a análise dos princípios gerais existentes na área
do direito ambiental.
1
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. São Paulo: Saraiva, 1991, p. 300
2
Para maiores detalhes, cf. COUTINHO, Nilton Carlos de Almeida. Proteção jurídica do meio ambiente: o papel da administra-
ção pública na preservação dos direitos da personalidade. Maringá: Cesumar, 2009. Cf. também: COUTINHO, Nilton Carlos
de Almeida; FRANZOI, Sandro Marcelo Paris; FILIPPI, Juliana Cristina Lopes. Intervenção estatal ambiental: licenciamento
ambiental e a Lei n. 140/2011. In: LAZARI, Rafael; FRANZÉ, Luis Henrique. Estado e indivíduo: estudos sobre intervencio-
nismo estatal. Curitiba: CRV, 2015.
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3
Princípios extraídos da biblioteca virtual de direitos humanos da Universidade de São Paulo. Disponível em http://www.dire-
itoshumanos.usp.br/counter/Onu/ Confere_cupula/texto/ texto_1.html (tradução livre).
4
GOMES, Luis Roberto. Princípios fundamentais de proteção ao meio ambiente. In revista de direito ambiental, n. 16, ano 4
out/dez.1999, p. 172.
5
Princípio 1 da Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992.
6
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, p.46.
7
TUPIASSA, Lise Vieira da Costa. O direito ambiental e seus princípios informativos. In: Revista de Direito Ambiental. Ano 8,
abr/jun. 2003, n. 30, p. 173
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Ante todo o exposto há de se concluir que, por se tratar de um bem de uso comum do povo
(art. 225 da CF), o meio ambiente ecologicamente equilibrado não se inscreve entre os bens
suscetíveis de disponibilidade pelo Estado, de tal forma que a proteção ambiental deve pro-
curar assegurar a qualidade de vida e saúde de toda a sociedade, sobrepondo-se a interesses
individuais. A natureza pública de tal direito fundamenta e justifica a atuação estatal na defesa
do meio ambiente.
8
Neste sentido, veja-se: PAZZAGLINI FILHO, Marino. Princípios constitucionais reguladores da administração pública: Agen-
tes Públicos. Discricionariedade Administrativa. Extensão da Atuação do Ministério Público e do Controle do Poder Judi-
ciário. E ainda: CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional: teoria do Estado e da Constituição. Direito Constitucio-
nal Positivo.
9
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, p. 105
10
To archieve our goals of sustainable development, we need more effective, democratic and accountable international and mul-
tilateral institutions
11
GOMES, Luiz Roberto. Princípios constitucionais de proteção ao meio ambiente. Revista de direito ambiental, p. 175.
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Tal análise, contudo, não se aplica apenas ao setor público, mas, também à iniciativa priva-
da. A observância desse princípio constitui-se como meio eficaz para impedir ou, pelo menos,
minimizar as lesões causadas ao meio ambiente, permitindo que as ações estatais e também
particulares se coadunem com o desenvolvimento ecologicamente sustentável.
Para isso, contudo, é necessário que exista uma política voltada para a gestão ambiental. E
quando se fala em políticas públicas, está-se, na verdade, tratando de ações do Estado em prol
da coletividade, dentro das quais se encontra a proteção ambiental.
Conclui-se, muito embora o desenvolvimento seja um objetivo perseguido por todas as so-
ciedades, deve ele ocorrer levando-se em conta os riscos e danos causados ao meio ambiente,
o qual também deve ser protegido.
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14
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente, p. 142.
15
GERENT, Juliana. Direito ambiental e a teoria econômica neoclássica – valoração do bem ambiental. In: Revista Jurídica
Cesumar. Maringá: Centro Universitário de Maringá p, 284.
16
REsp 610114 / RN. RECURSO ESPECIAL 2003/0210087-0. Relator(a): Ministro GILSON DIPP. Órgão Julgador: T5 - QUINTA
TURMA. Data do Julgamento: 17/11/2005 Data da Publicação/Fonte. DJ 19/12/2005 p. 463.
17
ARAGÃO, Maria Alexandra de Sousa. O Princípio do Nível Elevado de Proteção e a Renovação Ecológica do Direito do Ambi-
ente e dos Resíduos, p. 185.
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3. A adoção pela lei da responsabilidade civil objetiva, significou apreciável avanço no combate à de-
vastação do meio ambiente, uma vez que, sob esse sistema, não se leva em conta, subjetivamente, a
conduta do causador do dano, mas a ocorrência do resultado prejudicial ao homem e ao ambiente.
Assim sendo, para que se observe a obrigatoriedade da reparação do dano é suficiente, apenas,
que se demonstre o nexo causal entre a lesão infligida ao meio ambiente e a ação ou omissão do
responsável pelo dano18.
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O vocábulo advém do verbo precaver (do latim prae = antes e cavere = tomar cuidado). Tal
princípio tem como objetivo impedir o dano ambiental, ainda que sua ocorrência futura seja
incerta, ou seja, sua aplicação deriva do fato de não se saber, ao certo, quais as consequências
e reflexos que determinada conduta poderá gerar ao meio ambiente, por incerteza ou imprevi-
sibilidade.
Em trabalho específico sobre o tema Ana Gouveia e Freitas Martins19 defende que a imple-
mentação do princípio da precaução gira em torno de sete ideias fundamentais, quais sejam:
1ª) A de que perante a ameaça de danos sérios ao meio ambiente, ainda que não existam
provas científicas que estabeleçam um nexo causal entre uma atividade e os seus efeitos, de-
vem ser tomadas as medidas necessárias para impedir a sua ocorrência.
2ª) A da necessidade acerca da inversão do ônus da prova, cabendo àquele que pretender
exercer uma atividade que a Administração julgue potencialmente danosa ao meio ambiente,
que demonstre que os riscos a ela associados são aceitáveis.
3ª) In dubio pro ambiente, ou seja: o conflito entre interesses econômicos e interesses am-
bientais deve ser decidido em prol do ambiente.
4ª) A de que a sujeição ao desenvolvimento deve respeitar os limites de tolerância ambien-
tal, de modo a proteger os sistemas ecológicos
5ª) A de exigência de desenvolvimento e introdução das melhores técnicas disponíveis, de
modo a possibilitar a redução da poluição e da lesão ao meio ambiente.
6ª) A da preservação de áreas e reservas naturais e a proteção de espécies
7ª) Promoção e desenvolvimento da investigação científica e realização de estudos com-
pletos e exaustivos sobre os efeitos e os riscos potenciais decorrentes de uma determinada
atividade.
Sérgio Ribeiro Cavalcante20 ressalta que o princípio da precaução ambiental na Administra-
ção Pública se caracteriza por um sistema de estudos, devendo ser utilizado para atividades
que possam causar significativo impacto adverso ao meio ambiente.
Para Ana Gouveia e Freitas Martins21 “o princípio da precaução deve ser assumido como
um princípio jurídico-político orientador da política ambiental”, constituindo-se como um im-
portante argumento para a atuação estatal na hipótese de inexistência de comprovação cien-
tífica acerca do potencial de degradação em relação a determinado empreendimento ou obra.
Nestas hipóteses, o princípio da precaução justifica-se em razão da relevância dos bens jurí-
dicos tutelados, de tal forma que qualquer ameaça (ainda que não comprovada) em relação
a tais bens deve ser combatida antes que possa vir a causar algum dano, razão pela qual a
atuação estatal, com vistas à proteção do meio ambiente, há de ser exigida.
Ao lado do princípio da precaução, encontra-se, também, o princípio da prevenção.
19
MARTINS, Ana Gouveia e Freitas. O princípio da precaução no direito do Ambiente, p. 54-60.
20
CAVALCANTE, Sérgio Ribeiro. Princípio da Precaução Ambiental: uma diretriz política, constitucional, administrativa e juris-
dicional nas presunções científicas, p. 87.
21
MARTINS, Ana Gouveia e Freitas. O princípio da precaução no direito do Ambiente, p. 93.
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26
Sobre o tema, cf. NAKAMURA, André Luiz dos Santos. A Justa e Prévia Indenização na Desapropriação. Rio de Janeiro,
LUMEN JURIS, 2013.
27
GUIMARÃES JUNIOR, João Lopes. Função social da propriedade. In. Revista direito ambiental, ano, 08, jan/mar/2003, n. 29,
p. 124.
28
ERENBERG, Jean Jacques. Função social da propriedade urbana, p. 164.
29
SANTOS, Saint-Clair Honorato. Direito ambiental: unidades de conservação. Limitações administrativas, p.143.
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Patrícia Faga Iglecias Lemos30 partilha do mesmo entendimento, esclarecendo que o direi-
to de propriedade evoluiu muito, “afastando-se da concepção individualista e aproximando-se
de uma concepção social”.
Para a citada autora, “essa nova concepção envolve, além do aspecto social, a proteção do
meio ambiente como interesse difuso”
Relembre-se ainda que, segundo o disposto no artigo 182 da Constituição Federal “a polí-
tica de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”.
Consoante a doutrina HARADA31, a propriedade privada encontra-se vinculada à finalidade
perseguida por aqueles princípios, isto é, “assegurar a todos a existência digna, conforme os
ditames da justiça social”.
No que tange à propriedade rural Olavo Acyr de Lima Rocha32 relembra ainda, que o artigo
2º, § 1º, da Lei n. 4.504/1964, dispõe que a propriedade desempenhará integralmente sua fun-
ção social quando simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim
como de suas famílias;
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que
a possuem e a cultivem.
O artigo 170 da Constituição Federal elenca a propriedade privada e a função social da
propriedade como princípios da ordem econômica.
Discorrendo acerca da função social da propriedade rural, o autor destacou entre os re-
quisitos a serem observados pelo proprietário do imóvel a utilização adequada dos recursos
naturais disponíveis e preservação do meio ambiente (art. 186, II da CF e art. 9º, II da Lei n.
8.629, de 25 de fevereiro de 1993). Deste modo, o proprietário deverá respeitar as caracterís-
ticas próprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada à
manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comu-
nidades vizinhas33.
Deste modo, a função social somente será cumprida quando houver, entre outros fatores, a
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente.
30
LEMOS, Patrícia Faga Iglecias. Responsabilidade civil do proprietário diante do bem sócio ambiental. Tese de doutorado.
Faculdade de Direito da USP, p. 165.
31
HARADA, Kiyoshi. Desapropriação: Doutrina e Prática, Prática, p. 8
32
ROCHA, Olavo Acyr de Lima. A desapropriação no direito agrário, p. 82
33
COUTINHO, Nilton Carlos de Almeida. Da desapropriação para fins de reforma agrária enquanto instrumento limitador do
direito de propriedade e implementador da função social da propriedade. In: Revista de direito e política. FIGUEIREDO, Guil-
herme José Purvin e MEDAUAR, Odete (coord.) Volume 16 – Janeiro a abril. 2008, ano V, p. 93
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Feitas tais considerações conclui-se que a propriedade privada, além de possuir uma fun-
ção social deve, também, desempenhar uma função ambiental, o que significa dizer que o
direito à propriedade não pode ser utilizado como justificativa para a realização de danos ao
meio ambiente.
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Por fim, Luiz Roberto Gomes43 entende que o princípio do desenvolvimento sustentável se
encontra consagrado em nossa Constituição Federal, a qual obriga a coletividade a defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, por ser essencial à sadia qualidade de vida.
Os Estados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de Direito Inter-
nacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas
de meio ambiente e desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua
jurisdição ou controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos
limites da jurisdição nacional. (Princípio 2).
A inserção de tal princípio nas Constituições dos países possui uma importância funda-
mental a fim de possibilitar a defesa do meio ambiente. Isso porque, em geral, as agressões
ao meio ambiente não se restringem apenas a um país, podendo trazer graves prejuízos e
problemas para as populações de países vizinhos e, até mesmo, distantes daquele no qual o
dano tenha ocorrido.
Ora, a poluição, a diminuição das reservas de recursos naturais, o aumento da temperatura,
o desmatamento, entre outros, trazem transtornos à população em geral, razão pela qual se
faz necessária a adoção de medidas que permitam a união entre os países no combate à toda
e qualquer agressão ao meio ambiente.
Tal princípio visa permitir o livre intercâmbio de experiências científicas e do mútuo auxílio
tecnológico e financeiro entre os países, a fim de facilitar a solução dos problemas ambientais.
43
GOMES, Luiz Roberto. Princípios constitucionais de proteção ao meio ambiente. Revista de direito ambiental, p. 179.
44
Neste sentido, vide artigo 4º, IX da Constituição Federal.
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Neste aspecto, lembre-se que a lei de ação civil pública (lei n. 7.347/85) permite que associações, obedecidas as exigências
legais, promovam ações de prevenção e reparação de atos lesivos ao meio ambiente
46
Princípio 10. A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos
os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio ambi-
ente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em suas
comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a
conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso
efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de danos.
47
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, p. 94.
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Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI 3378 / DF - Distrito Federal. Relator(a): Min. Carlos
Britto. Julgamento: 09/04/2008. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: DJe-112 DIVULG
19-06-2008 PUBLIC 20-06-2008. EMENT VOL-02324-02 PP-00242
49
ANTUNES, Paulo Bessa. Direito Ambiental, p. 32.
50
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, p. 63.
51
CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional: teoria do Estado e da Constituição. Direito Constitucional Positivo, p. 753.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/2020/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL) Ao avaliar
um pedido de autorização do uso de determinado agrotóxico, o órgão ambiental competente,
pautado em estudos científicos, autorizou o uso do produto. Para decidir, considerou que, no
atual estágio do conhecimento científico, inexiste comprovação de efeitos nocivos à saúde hu-
mana decorrentes da exposição ao referido agrotóxico, conforme parâmetros propostos pela
Organização Mundial de Saúde.
Considerando-se que, nessa situação hipotética, o risco de exposição ao agrotóxico possa ser
mensurado, é correto afirmar, com base na jurisprudência do STF, que a decisão do órgão am-
biental está pautada no princípio
a) da precaução.
b) da prevenção.
c) do limite.
d) da equidade.
e) do usuário-pagador.
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Sobre a cumulação de pedidos para condenação nos deveres de recuperação in natura do bem
degradado, o STJ, em 12/12/2018 sumulou o entendimento. Vejamos:
Súmula 629 do STJ: quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obriga-
ção de fazer ou a de não fazer cumulada com a de indenizar.
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Nesse sentido: REsp 1.178.294/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 10.9.2010, AgRg nos EDcl no Ag 1.156.486/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves
Lima, Primeira Turma, DJe 27.4.2011, AgRg no REsp 1.415.062/CE, Rel. Ministro Hum-
berto Martins, Segunda Turma, DJe 19/5/2014, e AgRg no AREsp 202.156/SC, Rel. Minis-
tro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 1º/08/2013.
3. Recurso Especial provido, restaurando-se, nesse ponto, a sentença.
(REsp 1516278/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
15/08/2017, DJe 12/09/2017)
Letra d.
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a) Certa. A preservação ambiental calha beneficiar, em condições de igualdade, tanto as ge-
rações atuais (solidariedade sincrônica — vínculos cooperativos “com as gerações presentes”,
quanto as gerações futuras da humanidade (solidariedade diacrônica — vínculos cooperativos
relativos às gerações futuras). trata-se de solidariedade intergerencial (vínculos cooperativos
entre as gerações presentes e vindouras).
b) Certa. Tendo em vista o impacto em nosso meio de cada decisão tomada tanto publica
quanto privada, este princípio, consagrado a partir do final dos anos 60, versa sobre a obriga-
ção de se analisar as variáveis ambientais, respeitando com isso, o inciso V, do parágrafo 1º, do
artigo 225 (status constitucional). Isso porque, dependendo da decisão, pode haver impacto
negativo para o meio. Somente à guisa de histórico, esse princípio, em nível internacional, foi
ratificado pela Declaração do Rio de Janeiro, em seu princípio.
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c) Errada. Uma vez que é ADMITIDO o tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental
dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação
d) Certa. Segundo este princípio, que não é aplicado somente no direito ambiental, para que
sejam instituídas políticas ambientais, bem como os assuntos discutidos de forma salutar, é
fundamental a cooperação entre o Estado e a comunidade. E o sucesso nos resultados de-
monstra que tanto a população quanto a força sindical têm se envolvido ativamente em definir
e realinhar tais políticas. Esse princípio está calcado o caput do artigo 225, bem como objeto o
princípio 10 da Declaração do Rio de Janeiro. Além disso, está ligado ao direito à participação,
pois aqueles da sociedade que tem acesso às informações, podem disseminá-las, articulando
assim soluções plausíveis, principalmente porque este assunto os interessa pessoalmente.
e) Certa. Neste princípio, os agentes econômicos devem contabilizar o custo social da polui-
ção por eles gerada, e este deve ser assumido, ou internalizado. Isso acontece porque, jun-
to com o processo produtivo, também são produzidas externalidades negativas. Dá-se esse
nome pelo fato de que os resíduos da produção, são recebidos pela coletividade, enquanto o
lucro é recebido somente pelo produtor.
Letra c.
) USUÁRIO-PAGADOR: As pessoas que utilizam recursos naturais devem pagar pela sua utili-
a
zação, especialmente com finalidades econômicas, mesmo que não haja poluição, a exemplo
do uso racional da água.
b) FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE: um dos requisitos para que a propriedade
rural alcance a sua função social é o respeito à legislação ambiental (art. 186, II, CRFB/88),
bem como a propriedade urbana, pois o plano direto deverá necessariamente considerar a
preservação ambiental, a exemplo da instituição de áreas verdes.
c) POLUIDOR-PAGADOR: deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradação causa-
da por sua atividade impactante, devendo-se agregar esse valor no custo produtivo da ativida-
de, para evitar que se privatizem os lucros e se socializem os prejuízos ambientais.
d) DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: decorre de uma ponderação que deverá ser feita ca-
suisticamente entre o direito fundamental ao desenvolvimento econômico e o direito à preser-
vação ambiental. É aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possi-
bilidade de existência digna das gerações futuras. Aplica-se aos recursos naturais renováveis.
Letra a.
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(V) Está na Constituição que é dever do Poder Público “exigir, na forma da lei, para instalação
de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade” (art. 225, § 1º, IV). Indubita-
velmente, este é um dos reflexos do princípio da prevenção, segundo o qual é impossível ou
extremamente difícil a reconstituição do meio ambiente, daí a necessidade de adoção de me-
didas que previnam a possibilidade de danos ao meio ambiente.
(F) No âmbito da responsabilidade civil objetiva por dano ambiental prepondera o princípio da
reparação integral, eis que o escopo último é a recomposição do meio ambiente degradado.
Neste sentido, “a responsabilidade civil pelo dano ambiental, qualquer que seja a qualificação
jurídica do degradador, público ou privado, é de natureza objetiva, solidária e ilimitada, sendo
regida pelos princípios poluidor-pagador, da reparação in integrum, da prioridade da reparação
in natura e do favor debilis, este último a legitimar uma série de técnicas de facilitação do
acesso à justiça, entre as quais se inclui a inversão do ônus da prova em favor da vítima am-
biental” (STJ, REsp 1.454.281/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe
de 09/09/2016).
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(V) Honestamente, não considero esta redação das mais felizes. Da leitura de sua primeira
parte, é possível concluir que o princípio do poluidor-pagador só seria aplicável em hipóteses
taxativas, previstas previamente em lei. Não é verdade. Não poderia o legislador prever todas
as situações possíveis de dano ao meio ambiente. Na parte final, de fato, não se pode se ou-
torgar ao agente o direito de poluir. Contudo, a frase me pareceu sem nexo, autodiscordante.
Respondi por exclusão.
(F) Na realidade, considerando que o direito de propriedade deva atender a sua função social
e ambiental, é legítima a imposição ao proprietário de comportamento positivo visando à rea-
bilitação dos processos ecológicos e à conservação da biodiversidade. O princípio da função
socioambiental da propriedade significa que se pode exigir do proprietário tanto prestações
negativas (não fazer), quanto positivas (obrigação de fazer). No entanto, a assertiva afirmar o
contrário, que não podem ser cobradas prestações positivas, o que a torna falsa.
Letra d.
b) Errada. Na hipótese dada, o correto seria a aplicação do princípio da precaução, posto que
este incide na dúvida quanta a existência de um futuro dano ambiental, ou seja, uma probabi-
lidade. Já o princípio da prevenção, partimos de uma certeza científica da degradação, assim
não há como se provar o contrário, já que estamos tratando de algo certo.
c) Errada. Considerando o princípio do desenvolvimento sustentável se baseia no tripé econô-
mico, social e ambiental. Assim, nas hipóteses de atividade poluidora, cabe ao EIA, estabelecer
medidas/ações mitigadoras da degradação, a fim de permitir o licenciamento ambiental. As-
sim, não necessariamente deve ser barrada pelo fato de ser poluidora
d) Errada. Ação civil pública também é instrumento de participação democrática
Letra a.
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008. (TJ-AP) Uma indústria emissora de gases poluentes possui projeto para se instalar em
zona industrial cuja capacidade de suporte de poluição já está saturada. Nesse caso, em obe-
diência ao princípio
a) do protetor-recebedor, o projeto deverá ser rejeitado pelo órgão ambiental.
b) do usuário pagador, o projeto deverá ser aprovado pelo órgão ambiental.
c) da participação comunitária, o projeto deverá ser rejeitado pelo órgão ambiental.
d) da prevenção, o projeto deverá ser rejeitado pelo órgão ambiental.
e) do poluidor pagador, o projeto deverá ser aprovado pelo órgão ambiental.
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a) do poluidor-pagador: deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradação cau-
sada por sua atividade impactante, devendo-se agregar esse valor no custo produtivo da ativi-
dade, para evitar que se privatizem os lucros e se socializem os prejuízos.
b) do desenvolvimento sustentável: decorre de uma ponderação que deverá ser feita casuisti-
camente entre o direito fundamental ao desenvolvimento econômico e o direito à preservação
ambiental. É aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibili-
dade de existência digna das gerações futuras. Aplica-se aos recursos naturais renováveis.
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c) do equilíbrio: “...os aplicadores da política ambiental e do Direito Ambiental devem pesar as
consequências previsíveis da adoção de uma determinada medida, de forma que esta possa
ser útil à comunidade e não importar em gravames excessivos aos ecossistemas e à vida
humana. Através do mencionado princípio, deve ser realizado um balanço entre as diferentes
repercussões do projeto a ser implantado, isto é, devem ser analisadas as consequências am-
bientais, as consequências econômicas, as consequências sociais etc. A legislação ambiental
deverá ser aplicada de acordo com o resultado da aplicação de todas estas variantes. (citação
de Paulo de Bessa Antunes no site Jurisway).
d) do limite: explicita o dever estatal de editar padrões máximos de poluição a fim de manter
o equilíbrio ambiental.
e) da prevenção: é preciso que o ente ambiental faça o poluidor reduzir ou eliminar os danos
ambientais, pois estes normalmente são irreversíveis em espécie. Este princípio trabalha com
o risco certo, pois já há base científica, uma vez que o empreendimento é amplamente conhe-
cido.
Letra a.
Princípio da prevenção: Trabalha com o risco conhecido (há certeza científica). Ex.: mineração.
Princípio da precaução: Trabalha com o risco desconhecido (incerteza científica). Ex.: Radio-
frequência; aquecimento global.
Certo.
Pelo princípio do poluidor-pagador, deve o poluidor responder pelos custos sociais da degrada-
ção causada por sua atividade impactante (as chamadas externalidades negativas); caberá ao
poluidor compensar ou reparar o dano causado. Como exemplo da aplicação desse princípio,
pode-se citar a reposição florestal (art. 33 do Cod. Florestal) e a indenização prevista no art.
36, § 1º, da Lei n. 9.985/2005.
Certo.
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Obs.: O inc. IV, do art. 1º - A, do Novo Código Florestal, em atenção a este princípio, consagra
o compromisso do Brasil com o modelo de desenvolvimento ecologicamente susten-
tável, com vistas a conciliar o uso produtivo da terra e a contribuição de serviços cole-
tivos das flores e demais formas de vegetação nativa provadas.
Letra a.
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Letra b.
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a) Prevenção – trabalha com o risco certo (efetivo ou potencial). Procura-se evitar que o dano
ambiental ocorra, através de mecanismos extrajudiciais e judiciais. É, portanto, a atuação an-
tecipada para evitar danos, que, em regra, são irreversíveis;
b) Precaução – há risco incerto ou duvidoso, porém, há a necessidade de adotar medidas de
precaução para elidir ou reduzir os riscos ambientais. Aqui está a inversão do ônus da prova,
na qual é necessário que ao suposto poluidor demonstrar que sua atividade não é perigosa
nem poluidora;
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O princípio da prevenção é aplicável ao risco conhecido, ou seja, aquele que já ocorreu ante-
riormente ou cuja identificação é possível por meio de pesquisas e informações ambientais.
b) Errada. O princípio da participação comunitária busca inserir a participação da população
na proteção ambiental em todas as esferas do direito.
c) Errada. O STF reconhece o caráter constitucional do princípio do desenvolvimento sustentá-
vel. É o que se abstraí do art. 225 da CF - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
d) Errada. A responsabilidade é objetiva.
e) Errada. Princípio da prevenção.
Letra a.
a) Certa. O princípio da precaução regula a adoção de medidas de proteção ao meio ambiente
em casos envolvendo ausência de certeza científica e ameaças de danos sérios ou irreversí-
veis. É o gabarito da questão.
b) Errada. O princípio do desenvolvimento sustentável refere-se à compatibilização entre a
proteção ambiental e a utilização de recursos ambientais. Logo, não se confunde com a ideia
de solidariedade intergeracional nem com a ideia de acesso equitativo aos recursos naturais
c) Errada. A responsabilidade civil do poluidor é objetiva.
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d) Errada. A alternativa faz referência ao princípio da publicidade (e não ao princípio da infor-
mação).
Letra a.
Como ainda não há certeza sobre o efeito danoso do alimento transgênico, aplica-se o princí-
pio da precaução.
Errado.
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GABARITO
1. b
2. d
3. d
4. c
5. a
6. d
7. a
8. d
9. a
10. a
11. C
12. C
13. a
14. a
15. a
16. b
17. b
18. a
19. b
20. a
21. a
22. E
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Doutor em Direito Político e Econômico. Procurador do Estado de São Paulo. Aprovado em diversos
concursos públicos: Correios, Unesp, Ministério Público, Procuradoria do Estado de São Paulo. Autor de
diversos livros jurídicos.
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