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AMBIENTAL E
URBANÍSTICO
Principiologia Constitucional do Direito
Ambiental Contemporâneo
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO AMBIENTAL E URBANÍSTICO
Principiologia Constitucional do Direito Ambiental Contemporâneo
Samara Lima
Sumário
Principiologia Constitucional do Direito Ambiental Contemporâneo...............................................3
1. Constitucionalização das Normas de Proteção Ambiental e seus Reflexos
Contemporâneos...............................................................................................................................................................3
2. Princípios Constitucionais e Meio Ambiente.............................................................................................12
3. Princípios Gerais do Direito Ambiental.........................................................................................................13
3.1. Poluidor-Pagador.. .................................................................................................................................................13
3.2. Usuário-Pagador.. ..................................................................................................................................................16
3.3. Prevenção.. .................................................................................................................................................................18
3.4. Precaução.. ................................................................................................................................................................20
3.5. Reparação (ou Responsabilidade). ............................................................................................................. 24
3.6. Informação................................................................................................................................................................26
3.7. Participação Social. . ............................................................................................................................................29
4. Progresso Econômico, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável. ..........................30
5. Meio Ambiente e Recursos Naturais.............................................................................................................34
Resumo................................................................................................................................................................................37
Questões de Concurso................................................................................................................................................39
Gabarito...............................................................................................................................................................................43
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................44
Referências........................................................................................................................................................................55
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A partir dessa influência, o Brasil também recepcionou, em 1992, a Conferência das Na-
ções Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da qual resultou a famosa carta co-
nhecida como Rio-92. Assim, o constitucionalismo brasileiro também passou a compreender
o meio ambiente enquanto um patrimônio coletivo, protegido pelo Estado e pela sociedade,
concebendo seu equilíbrio ecológico enquanto um direito fundamental e um compromisso
intergeracional.
Historicamente, o reconhecimento do direito de proteção ao meio ambiente pressupõe a
progressão do reconhecimento dos direitos individuais (direitos civis e políticos) e, por con-
seguinte, dos coletivos (direitos sociais, econômicos e culturais), enfim atingindo a salva-
guarda dos direitos de terceira geração, incluindo o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado e englobando uma proteção global, capaz de acompanhar os avanços do mundo
pós-moderno.
Considerando esse percurso temporal, a partir da internacionalização e reconhecimento
constitucional da matéria do meio ambiente, percebe-se o avanço das tendências de preocu-
pação com o estado do meio ambiente, aqui não se revelando tão somente uma inquietude
no sentido de resguardar um ambiente limpo para que as pessoas vivam, mas também um
compromisso do Estado tanto frente às ameaças dos indivíduos que, por suas ações, acabam
comprometendo a qualidade e o equilíbrio ambiental, como também com relação aos arbítrios
do próprio Estado.
Assim, no artigo 215, a Constituição Federal de 1988 dispõe acerca da garantia do meio
ambiente enquanto direito fundamental. A partir de sua redação, compreende-se as questões
ambientais a partir de um enfoque de interesse público, comprometendo não somente o tex-
to constitucional, como também toda a disposição infraconstitucional, enquanto elementos
responsáveis por garantir a salvaguarda do equilíbrio ambiental. Veja abaixo a disposição do
artigo referido:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espé-
cies e ecossistemas; (Regulamento)
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento) (Regula-
mento) (Regulamento)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(Regulamento)
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IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de sig-
nificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publici-
dade; (Regulamento)
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para
a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pes-
soas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossen-
se e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminató-
rias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis
as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o
§ 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante
do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o
bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 96, de 2017)
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De tal maneira, as normas relativas ao meio ambiente tratadas no texto constitucional vi-
gente têm aplicabilidade imediata, tendo em vista que os direitos fundamentais são conside-
rados enquanto normas de caráter preceptivo, e não somente pragmático, uma vez que se fun-
damentam no texto constitucional e não em leis infraconstitucionais. Isto se dá, uma vez que
os direitos fundamentais não são tão somente normas matrizes originadas de outras normas,
mas são também normas reguladoras das relações jurídicas que porventura surjam após o seu
reconhecimento.
O quadro constitucional ambiental brasileiro prevê ainda uma série de dispositivos que
devem atuar como auxiliares do processo de efetivação do direito ao meio ambiente ecologi-
camente equilibrado. A delimitação de áreas ecologicamente protegidas, a obrigatoriedade
de Estudo Prévio de Impacto Ambiental e de Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) em
atividades potencial ou efetivamente acusadoras de degradação ambiental, o Licenciamento
Ambiental, dentre outros, fazem prova do compromisso que o texto constitucional vigente as-
sumiu com a defesa do meio ambiente ecologicamente sadio.
Por outro lado, houve ainda uma série de normativas responsáveis pela sistematização dos
elementos jurídicos responsáveis por garantir a efetiva proteção do meio ambiente. A Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA) é a maior prova disso, uma vez que ela é a responsável
direta por regulamentar uma série de atividades que envolvem o meio ambiente, visando a sua
proteção, melhoria e recuperação de sua qualidade. Assim, a PNMA é a expressão contempo-
rânea indispensável para a promoção de uma gestão ambiental eficiente e sistemática.
A resposta está correta, tendo em vista que o texto constitucional delimita a atuação conjunta
do poder público e da sociedade enquanto responsáveis pela defesa e preservação do meio
ambiente, para que as presentes e futuras gerações disponham do equilíbrio ecológico neces-
sário para o desenvolvimento da vida em sociedade.
Certo.
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A alternativa está errada. Para solucioná-la, você precisa ter em mente o conceito trabalhado
no artigo 3º da Lei n. 6.938/1981, ao determinar que o meio ambiente compreende “o conjunto
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
Errado.
O Direito ao Meio Ambiente é um direito de interesse difuso. Para chegar a essa compreensão,
você deve memorizar o conceito de Direito Difuso. Diferentemente do Direito Coletivo, no qual
os sujeitos detentores são passíveis de determinação, tendo em vista que são direitos dire-
cionados a grupos e categorias estritas (lembra do Direito do Trabalho? Então...), os Direitos
Difusos são mais abrangentes. Esta abrangência se dá em virtude de seus titulares serem
considerados indeterminados ou indetermináveis, sendo assim definidos como direitos tran-
sindividuais. Desta maneira, o Direito ao Meio Ambiente é considerado um direito difuso, tendo
em vista a amplitude e a indeterminação de seus sujeitos passíveis. Tudo bem que qualquer
pessoa é considerada detentora do direito ao meio ambiente equilibrado, mas você deve enten-
der que é justamente nesse “qualquer pessoa” que mora a indeterminação do sujeito do direito
em comento.
Letra c.
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Esta é uma típica questão daquelas que nos mostram a necessidade de fazer aquela decoreba
da letra da lei, sabe? Para solucioná-la, apenas memorizando o texto constitucional você segu-
ramente acerta!
O caput artigo 225 da CF/1988, que você acabou de estudar nas linhas anteriores, te dá a res-
posta literal da questão. Assim diz:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e es-
sencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Letra c.
Você já viu que a premissa do meio ambiente equilibrado está embutida no texto do artigo 225
da CF/1988. Este, ao ser considerado um direito de terceira geração, tem o escopo justamente
de amplificar a visão dos direitos fundamentais, na tentativa de fazer com que tais direitos
alcancem sujeitos até mesmo indeterminados, eis a razão de o direito ao meio ambiente equili-
brado ser considerado um direito difuso. Nesta perspectiva, em que pese o texto constitucional
não expressar o meio ambiente como um direito fundamental, tal entendimento é quase au-
tomático, tendo em vista a relevância das demandas abarcadas pela matéria ambiental. Para
além, perceba que se trata de um direito direcionado também a seres humanos, eis aí mais
uma justificativa para incluí-lo no rol dos direitos fundamentais.
Letra b.
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“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (...) impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”
c) Errada. Inexiste previsão legislativa que exija lei restritiva para a criação de espaços territoriais am-
bientalmente protegidos. Todavia, há casos de supressão ou alteração de tais espaços, conforme
disposição legal trazida pelo inciso III do artigo 225 da CF/1988, que assim determina:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(...)
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a) Certa. Compreensão corretíssima que se pode extrair do artigo 225 da CF/1988 e demais
dispositivos pertinentes à temática do meio ambiente. Com base na interpretação da previsão
ambiental da CF/1988, é possível chegar a tal conclusão.
b) Errada. NÃO existe condição que permita que o princípio da livre iniciativa impeça a fiscaliza-
ção do poder público em qualquer contexto, muito menos em se tratando de matéria ambien-
tal. Ademais, dispõe o inciso II do parágrafo 1º do artigo 225 CF/1988 que as incumbências do
poder público alcançam a atividade de:
c) Errada. Alternativa que contradiz o inciso IV do artigo 225, parágrafo 1º da CF/1988, que
assim dispõe:
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: (...) IV – exigir, na forma
da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (...).”
d) Errada. Mais uma alternativa que contradiz o parágrafo 1º do artigo 225 da CF/1988, desta
vez se relacionando ao inciso III, que assim dispõe:
“(...) definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção
(...).”
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e) Errada. Municípios não são dotados de competência concorrente. Neste caso, a competên-
cia é comum para com os demais entes federados. Posto isto, atente ao disposto no artigo 23
da CF/1988:
“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI – proteger o
meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (...).”
Letra a.
A alternativa está errada, tendo em vista que os bens naturais elencados são definidos como
patrimônio nacional. Sendo assim, o tratamento jurídico é diferenciado e sua disposição é de-
finida pelo texto constitucional, em seu artigo 225 parágrafo 4º, que assim dispõe:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossen-
se e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
Errado.
A alternativa está errada. Embora o parágrafo 4º do artigo 225 da CF/1988 determine que “A
Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de con-
dições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais”, não existe previsão constitucional que determine a transformação de imóveis parti-
culares situados nessas áreas para a condição de bens público. Sendo assim, depreende-se da
disposição constitucional apenas que a utilização de tal patrimônio nacional deve ter previsão
legal, de modo que, prioritariamente, seja garantida a preservação ambiental da área.
Errado.
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A alternativa está errada. A Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional. Sua definição se
encontra no parágrafo 4º do artigo 225. Todavia, o fato dela ser considerada patrimônio nacio-
nal não interfere ou altera os domínios da propriedade privada nela inserida.
Ademais, a regulação sobre a utilização e proteção da vegetação nativa da mata atlântica en-
contra disposição na Lei n. 11.428/2006, que em seu artigo 33 determina:
Art. 33. O poder público, sem prejuízo das obrigações dos proprietários e posseiros estabelecidas
na legislação ambiental, estimulará, com incentivos econômicos, a proteção e o uso sustentável do
Bioma Mata Atlântica.
§ 1º Na regulamentação dos incentivos econômicos ambientais, serão observadas as seguintes
características da área beneficiada:
I – a importância e representatividade ambientais do ecossistema e da gleba;
II – a existência de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção;
III – a relevância dos recursos hídricos;
IV – o valor paisagístico, estético e turístico;
V – o respeito às obrigações impostas pela legislação ambiental;
VI – a capacidade de uso real e sua produtividade atual.
§ 2º Os incentivos de que trata este Título não excluem ou restringem outros benefícios, abatimen-
tos e deduções em vigor, em especial as doações a entidades de utilidade pública efetuadas por
pessoas físicas ou jurídicas.
Errado.
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Eles são o norte de um ordenamento jurídico, sejam em sentido mais abrangente, como é
possível observar nos princípios constitucionais, a exemplo do Princípio da Dignidade da Pes-
soa Humana, ou ainda em sentido restrito, como é o caso dos princípios próprios do Direito
Ambiental. Neste tópico, futuro Promotor de Justiça, você vai estudar alguns dos princípios
que serão cobrados no seu concurso, mas, antes disso, preparei uma conceituação geral a
respeito dos princípios jurídicos, coisa bem rapidinha, que custará só esta página, vamos lá?
Gramaticalmente falando, Princípio significa algo como “a origem, o primeiro impulso dado
acerca de uma coisa” além de uma série de outros sentidos que caminham para o mesmo pon-
to: início de algo. Pois bem, no Direito, um princípio é exatamente o início de onde se espera
que uma norma jurídica se origine, tendo em vista que é ele quem vai embasar a aplicação e a
interpretação da norma.
No Direito Ambiental Brasileiro, os princípios foram incorporados pelo texto constitucional
a partir da adesão, por parte do Brasil, de diversos documentos oficiais promulgados pelos
organismos internacionais, a exemplo da ONU e UNESCO. Assim, o Direito Ambiental Pátrio se
tornou uma fonte de estudos fértil, tendo em vista que, embora tenha uma série de obstáculos
que, por vezes, impossibilite o seu efetivo cumprimento, não há como negar que é sim uma
área muito desenvolvida. Vamos analisar?
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Frise-se que as medidas reparatória que devem ser destinadas aos danos ambientais co-
metidos por terceiros possuem altos custos financeiros. Seria injusto que o Estado ou a socie-
dade arcassem com esses custos e, assim, os mesmos recaem sobre o ente poluidor, refletin-
do a internalização patrimonial dos danos causados ao meio ambiente.
Neste sentido, o princípio do poluidor-pagador, ao qual chamarei apenas PPP, determi-
na que os custos resultantes das possíveis degradações e poluições do meio ambiente e
dos recursos naturais sejam suportados pelo responsável pela atividade que causou o dano
ambiental.
Os custos resultantes do referido dano serão internalizados no patrimônio do ente respon-
sável pela degradação, ao invés de recair sobre o dinheiro público e, consequentemente, sobre
a sociedade. Neste caminho, cabe ao Estado amparar o PPP por meio da elaboração e aplica-
ção de normas que obriguem os entes poluidores a arcarem integralmente com as ações de
prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente.
A Declaração Rio 92, que você viu lá no começo da aula, também traz o PPP de forma pio-
neira, em seu Princípio 16, reforçando o papel do Estado na gestão do referido, aduzindo de tal
maneira a atividade:
No âmbito da internalização dos custos ambientais, tem-se que ela corresponde justamen-
te à transferência da obrigação de reparar os danos ambientais para o ente responsável pelo
dano. Não houvesse essa transferência de responsabilidade, os custos da reparação ambiental
ficariam a cargo do Estado, que acabaria pressionando seu orçamento com custos que, dentro
dos parâmetros de justiça, não são de encargo do Estado, tendo em vista que não pode haver
outro responsável pela reparação integral de danos ambientais para além de quem o causou.
O Princípio do Poluidor Pagador não pressupõe o direito de poluir, mas sim a obrigação de
reparar os danos ambientais, se caso poluir. Desta forma, também conhecido como Princípio
da Responsabilidade, ele determina que o poluidor arque com as despesas relacionadas à pre-
venção, reparação e repressão dos danos ambientais causados pela sua atividade poluidora.
Certo.
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A questão está certa. O Princípio do Poluidor Pagador determina que o agente poluidor arque
com as despesas relacionadas à prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais cau-
sados por ele próprio. Desta forma, busca ainda internalizar os custos sociais resultantes da
poluição na própria produção desenvolvida pelos empreendedores das atividades potencial-
mente poluidoras, visando evitar a privatização dos lucros e socialização das perdas.
Certo.
A alternativa está errada. O Princípio do Poluidor Pagador (ou PPP, como eu abreviei alguns
parágrafos acima), foi incorporado pelo texto constitucional segundo o trecho que você vê
logo abaixo:
Art. 225 CF/1988: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.
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Para além do texto constitucional, o PPP foi amplamente recepcionado pela legislação infra-
constitucional nacional, nos seguintes termos:
Decreto n. 4.339/2002 – implementa a Política Nacional da Biodiversidade.
Decreto n. 4.297/2002 – estabelece os critérios para o Zoneamento Ecológico.
Lei n. 6.938/1981 – dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
Resoluções do CONAMA: n. 312/2002, 357/2005 e 358/2005 (dentre outras).
Errado.
A questão está errada. A responsabilidade civil que versa sobre danos causados ao meio am-
biente é objetiva, ou seja, INDEPENDE da existência de culpa ou dolo.
Errado.
3.2. Usuário-Pagador
Na contramão do PPP, o Princípio do Usuário Pagador, o qual vou chamar desde logo de
PUP, pressupõe que deve existir uma contrapartida financeira recaindo sobre aqueles que se
utilizam dos recursos naturais. Nesta perspectiva, o PUP compreende que os recursos naturais
devem se sujeitar à aplicação de instrumentos econômicos a fim de fazer com que suas utili-
zações se convertam em benefício para a sociedade, ou seja, atribui-se um valor econômico
do qual se extrai alguma vantagem coletiva.
Assim, a apropriação dos recursos naturais por parte de entes públicos ou privados deve
se basear no oferecimento de benesses direcionadas à coletividade, ainda que seja apenas
com base em uma compensação financeira. Neste âmbito, o PUP diz respeito ao uso outor-
gado de um recurso natural, observando uma série de padrões juridicamente estabelecidos.
Trata-se de pagar pela utilização privativa de um recurso ambiental cuja natureza é pública,
mas que se atribui a ele um valor econômico, sendo que a sua utilização não resulta em ato
ilícito, mas sim no atendimento de determinadas necessidades.
Nesta perspectiva, a Lei n. 6.938/1981 estabelece, em seu artigo 4º, os seguintes objetivos
da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA):
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II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio eco-
lógico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;
III – ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso
e manejo de recursos ambientais;
IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de
recursos ambientais;
V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações
ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da quali-
dade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômi-
cos.
A cobrança que origina o PUP é caracterizada como preço público que é cobrado pela
exploração do uso de um bem público. Todavia, diferentemente de uma relação tributária, a im-
posição de parâmetros de cobrança dos recursos naturais é desenvolvida com a participação
dos usuários pagadores, que podem também propor a revisão dos valores cobrados a qualquer
tempo. Assim, por exemplo, se caso um usuário pagador constate que determinados recursos
não estão sendo efetivamente aplicados na melhoria dos recursos naturais, ele próprio pode
proceder com as providências judiciais cabíveis para a revisão da arbitrariedade.
No caso emblemático do uso racional da água, a cobrança por tal recurso visa o reconhe-
cimento da água como um bem econômico, além de conceder ao usuário pagador uma indica-
ção acerca de seu real valor, incentivando a sua utilização racional. Desta forma, além da co-
brança pelas atividades de distribuição e tratamento da água, tem-se ainda o estabelecimento
de uma cobrança “extra”, cujo valor será empregado em obras que aprimorem a distribuição do
serviço, por exemplo, oferecendo melhorias na sua infraestrutura geral.
Nesta perspectiva, entenda que o PUP determina quem deve pagar pela utilização dos
recursos naturais, ao passo que o PPP estabelece quem deve pagar pelos danos cometidos
contra o meio ambiente. Assim, ambos os princípios são diferentes, porém muito confundidos,
e atuam conjuntamente no sentido de reforçar a prestação oferecida pelo Estado para viabili-
zar o direito ao meio ambiente ecologicamente sadio.
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A questão está errada. De antemão, você deve tomar bastante cuidado para não confundir o
Princípio do Usuário-Pagador com o do Poluidor-Pagador. Neste sentido, o primeiro não está
relacionado a qualquer dano potencial ou efetivamente causado ao meio ambiente. Desta for-
ma, o Usuário-Pagador tem como pressuposto a aferição de valores financeiros destinados
aos recursos naturais, com o intuito de racionalizar suas utilizações e, assim, evitar desperdí-
cios. Assim, a cobrança por esses recursos pressupõe exclusivamente a contrapartida ligada
à utilização dos mesmos.
Errado.
3.3. Prevenção
O Princípio da Prevenção consiste na prestação positiva efetuada por parte do Esta-
do com o objetivo de afastar as possibilidades de riscos potencialmente causados ao meio
ambiente. Assim, determinadas medidas são antecipadas para coibir ou evitar agressões ao
meio ambiente.
Tal princípio, apesar de não estar explícito, encontra sua base constitucional disposta no
caput do artigo 225 CF/1988, no momento em que se incumbe ao Poder Público e à coletivi-
dade o dever de preservar e proteger o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Assim, ao tocar na obrigação da proteção, compreende-se que estão inclusas as ações de
tanto de prevenir, para que não haja degradação ambiental, como também de reparar, se caso
o meio ambiente venha a ser degradado.
Desta maneira, a importância do Princípio da Prevenção está diretamente ligada ao fato
de que, caso ocorrido um dano ambiental, a sua reparação é improvável ou impossível. Um
ecossistema destruído jamais poderá ser reconstruído. Uma bacia hidrográfica poluída jamais
poderá retornar à sua integridade inicial. Uma espécie extinta é um dano irreparável à fauna.
Uma floresta desmatada causa problemas de ordem global para todos os seres vivos. Fauna
e flora degradadas jamais encontrarão condições de recuperar suas riquezas ecossistêmicas.
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O princípio da prevenção aponta para a adoção de estratégias necessárias para lidar com
as consequências danosas e já conhecidas que certas atividades podem direcionar ao meio
ambiente. Sendo assim, tem-se uma série de ações que podem ser antecipáveis e, por tal
razão, as consequências são consideradas passíveis de serem evitadas ou ainda terem seus
potenciais efeitos atenuados via decisões de ordem superior.
O referido princípio atua em casos que, de acordo com a doutrina especializada, existe o
conhecimento científico pacificado a respeito das consequências que determinadas ativida-
des podem causar no meio ambiente. Assim, indica a existência de padrões recorrentes relati-
vos à qualidade e à integridade ambiental que se repetem em determinados casos concretos.
Desta forma, diversos estudos das mais variadas áreas indicam quais os potenciais riscos que
determinadas ações ou atividades podem causar no equilíbrio dos ecossistemas, na integrida-
de das bacias hidrográficas, na preservação das espécies, dentre outros.
Para que sejam adotados os procedimentos adequados a fim de garantir a preservação do
meio ambiente, há a necessidade de existência de um sistema permanente de informações e
estudos técnicos para que seja possível a resolução do problema ambiental ainda na sua ori-
gem. Neste sentido, leciona Paulo Affonso Machado (1994) uma série de cinco prerrogativas
essenciais a serem seguidas para a correta aplicação do princípio da prevenção. Veja:
Nesta perspectiva, entenda que a ideia central do princípio da prevenção se baseia no co-
nhecimento prévio dos danos que podem ser causados ao meio ambiente como consequên-
cias de determinadas ações, bem como aponta para as providências que podem ser tomadas
para evitar ou diminuir tais danos. Existe, portanto, um nexo de causalidade cientificamen-
te comprovado entre a ação determinada e a existência de prejuízos ambientais que podem
ser causados.
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A questão está certa. O Princípio da Prevenção trabalha com base na certeza científica a res-
peito do dano ambiental. Através dele, há o risco concreto, certo e conhecido ao meio ambien-
te. Já o Princípio da Precaução trabalha por meio da ausência de certeza científica. Assim, o
risco é duvidoso, incerto ou potencialmente desconhecido. Em se tratando de exploração de
produtos químicos, há sim a certeza de dano previsível ao meio ambiente. Logo, o Princípio da
Prevenção é o mais adequado para fundamentar tal atividade.
Certo.
O Princípio da Prevenção deve ser aplicado quando há a certeza do risco ao meio ambiente,
ou seja, há a premissa da ocorrência anterior do risco, ou ainda a sua identificação é possível
por meio de pesquisas e estudos de impactos ambientais. Ou seja, é o princípio que atua com
base na certeza científica.
Letra b.
3.4. Precaução
O Princípio da Precaução pode ser considerado como um complemento do Princípio da
Prevenção, tendo em vista que ambos atuam na busca por coibir ações que possam ser da-
nosas ao meio ambiente. Neste sentido, ao contrário da Prevenção, que trabalha na perspec-
tiva da certeza científica, a Precaução se baseia em casos onde há a ausência de evidências
científicas capazes de apontar para a certeza da existência de um dano ou potencial atividade
danosa ao meio ambiente.
É preciso que haja a criação de mecanismos capazes de precaver eventuais danos ambien-
tais causados por alguma interferência humana. Desta forma, há ainda a exigência de medidas
a serem tomadas no intuito de garantir a proteção ambiental com vistas a proibir, de forma
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Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente obser-
vado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou
irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adia-
mento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
Tal princípio possui uma aceitação internacional bastante ampla, uma vez que foi tocado
em eventos ambientais de impacto global como a Convenção das Nações Unidas sobre a Mu-
dança do Clima (1992) e a Convenção da Diversidade Biológica (1992). No caso brasileiro, da
mesma forma do princípio da prevenção, não está explícito no texto constitucional, embora
encontre previsão no artigo 225, incisos IV e V, parágrafo 1º.
A precaução deve ser vista como uma antecedente da prevenção, tendo em vista que a sua
preocupação não é evitar danos ambientais, mas sim evitar riscos de danos que podem ser
causados ao meio ambiente. Em termos mais simples: se é sabido que uma atividade X pode
causar danos ao meio ambiente (certeza científica, lembra?), aplica-se o princípio da preven-
ção, que impede que a intenção de dano seja viabilizada.
Porém, se não há a certeza que a atividade X pode causar danos ambientais (incerteza científi-
ca, lembra também?), aplica-se o princípio da precaução, para que se possa justamente precaver o
dano. Desta feita, evita-se não somente que os danos já conhecidos possam ocorrer, mas também
se exclui as hipóteses que possam resultar em riscos dos quais a vítima será o meio ambiente.
Assim, nos casos onde houver a dúvida científica acerca da possibilidade de danos am-
bientais, por exemplo, na hipótese de descarte de material geneticamente modificado no solo
ou subsolo, aplica-se o princípio da precaução, justamente para proteger o meio ambiente de
um risco que pode ser causado em um futuro a próximo, médio ou longo prazo.
O princípio da precaução atua em uma espécie de contracorrente lógica: ao invés de os
órgãos de proteção ambiental trabalharem para provar que uma determinada atividade pode
causar danos ao meio ambiente, é justamente o empreendedor da atividade que deve demons-
trar que a referida atividade não representa danos ou potenciais danos ambientais. Desta ma-
neira, ele possui uma atuação mais nobre do que o da prevenção: enquanto o segundo trabalha
adotando medidas corretivas para reaver os danos ambientais, o primeiro atua justamente na
missão de fazer com que esses danos não ocorram.
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Questão bonita, né? Bem elaborada, a banca claramente retirou trechos de livros de doutrina-
dores jurídicos muito competentes. E a resposta correta é justamente o trecho fiel de um livro
de Direito Ambiental que eu particularmente gosto demais! Veja abaixo:
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De acordo com o Princípio número 15 da Declaração Rio 92, aprovada na Conferência das Na-
ções Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992), os Estados
deverão aplicar, com a finalidade de proteger o meio ambiente, o critério amplo de precaução
conforme suas capacidades. Assim, quando houver perigo de dano grave ou irreversível ao
meio ambiente, a falta de certeza científica não deverá ser utilizada como razão para que
seja adiada a adoção de medidas eficazes em função dos custos para impedir a degradação
ambiental.
Letra e.
CF/1988. Art. 170, caput: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na li-
vre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observando os seguintes princípios:
(...)
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto am-
biental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
Certo.
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“As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de repa-
rar os danos causados.”
A reparação ambiental tem por objetivo a condução do bem ambiental degradado à con-
dição equivalente àquela anterior ao dano, devendo-se levar em consideração que, em muitos
casos, a retomada das perfeitas condições ambientais não é possível, como é o exemplo dos
desastres de grande magnitude. Lembre dos casos de Brumadinho e Mariana, no Estado de
Minas Gerais, onde não é possível restabelecer as condições ambientais anteriores ao rompi-
mento das barragens.
O principal fundamento da adoção do princípio da reparação ambiental é a ampliação da
ideia de responsabilidade civil para além da perspectiva clássica adotada no direito, o que
abrange não apenas o dano causado ao meio ambiente, como também a extensão dos danos
gerados por consequência do ato praticado.
A Lei n. 6.938/1981, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), prevê
a responsabilização objetiva do agente causador da degradação ambiental como ferramenta
para a exigibilidade de reparação dos danos causados. Neste sentido, mesmo que na ausência
de dolo ou culpa, isto é, bastando a pura execução da atividade que coloque o meio ambiente
em risco, pode uma pessoa física ou jurídica ser acionada para reparar os prejuízos causados
ao meio ambiente, visando mitigar o dano ambiental efetivado.
Em que pese o princípio referido ser bastante difundido no ordenamento jurídico brasileiro,
conforme exemplificado nos parágrafos anteriores, vale dizer que ele se refere a uma previsão
também bastante debatida e abraçada no cenário internacional. Como exemplo, o Princípio 13
da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92 (ou
Eco-92, como queira), traz o seguinte:
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O princípio acima é somente um dos vários que indicam a preocupação global acerca
da responsabilização dos agentes causadores de danos ambientais. Reparar o meio am-
biente de forma integral e retornar sua qualidade à condição anterior à degradação, sem
dúvidas, é improvável, contudo, é mais que urgente que os causadores de danos ambientais
sejam responsabilizados e assim compreendam que a proteção do meio ambiente é um
dever coletivo.
A questão está errada. Pessoa Jurídica NÃO sofre pena privativa de liberdade. Imagina uma
empresa sendo detida pela PM. Não dá, né?
Errado.
Art. 72 – As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o dispos-
to no art. 6º:
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;
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IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equi-
pamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V – destruição ou inutilização do produto;
VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total de atividades;
Letra d.
3.6. Informação
Assim como o Princípio da Reparação, que você viu no tópico anterior, o Princípio da In-
formação está previsto em diversos documentos oficiais internacionais. Como exemplo, vide
os casos da Rio 92, da Conferência do Meio Ambiente e Saúde de Frankfurt, em 1989, dentre
vários outros.
A garantia da proteção ecológica do meio ambiente como elemento fundamental da qua-
lidade de vida e da dignidade da pessoa humana se apresentou como uma construção alicer-
çada ao longo do tempo, e ganhou força graças ao caráter cidadão e participativo da Cons-
tituição Federal de 1988. Neste ensejo, o Direito à Informação ganhou um caráter de direito
subjetivo da coletividade, razão que estendeu a sua interpretação também para a relação do
Estado com a sociedade.
Assim, o Princípio da Informação no Direito Ambiental ganhou uma maior notoriedade,
sendo tratado como direito fundamental previsto no artigo 5º e em todo o decorrer do corpo
constitucional. Desta feita, veja abaixo a disposição contida no referido artigo:
Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
sário ao exercício profissional;
(...)
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
(...)
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Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(...)
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para
a preservação do meio ambiente;
(...)
Diante disso, tem-se que o princípio da informação detém uma importância fundamen-
tal no âmbito do direito ambiental, devendo ser aplicado conforme a complexidade da
matéria, não apenas como um princípio autônomo, mas sim congregado ao princípio da
participação social. Nesta perspectiva, o objetivo central do referido é que, quando efetiva-
do, viabilize a todos os cidadãos o direito de acesso aos dados e informações de questões
relativas ao meio ambiente, oportunizando a ampliação da participação social nas referi-
das demandas.
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A questão está errada. Ao contrário do que ela sugere, diversos são os instrumentos legais
que apontam para a necessidade de publicização dos atos e informações responsáveis por
guiar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Veja
alguns abaixo:
Constituição Federal, artigo 215, parágrafo 1º, inciso IV:
Art. 11 – Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA
será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros
de documentação ou bibliotecas da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente,
inclusive o período de análise técnica.
Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencial-
mente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto
ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á
publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regu-
lamentação.
Errado.
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A questão está certa. O Princípio da Participação na proteção do meio ambiente está previsto
tanto na Constituição Federal, por força do artigo 225 (você acabou de vê-lo no último tópico)
e também pelo Princípio 10 da Declaração Rio 92, que assim dispõe:
O melhor modo de tratar as questões ambientais é com a participação de todos os cidadãos in-
teressados, em vários níveis. No plano nacional, toda pessoa deverá ter acesso adequado à infor-
mação sobre o ambiente de que dispõem as autoridades públicas, incluída a informação sobre os
materiais e as atividades que oferecem perigo a suas comunidades, assim como a oportunidade de
participar dos processos de adoção de decisões. Os Estados deverão facilitar e fomentar a sensibi-
lização e a participação do público, colocando a informação à disposição de todos. (...)
Certo.
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A alternativa está certa. De acordo com a doutrina jurídica majoritária, as principais gerações
do direito que são pacificadas pelas correntes de pensamento majoritárias são: os direitos
de primeira geração, nos quais se incluem os direitos civis e políticos; os direitos de segunda
geração, onde se destacam os direitos sociais, culturais e econômicos e, por fim, os direitos
de terceira geração, nos quais se incluem os direitos da fraternidade e da solidariedade, aqui
destacando-se os direitos difusos e coletivos, a exemplo do próprio meio ambiente.
Certo.
A alternativa está errada. De acordo com o inciso I do parágrafo 3º da Lei n. 6.938/1981, que
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e dá outras providências, entende-se por
Meio Ambiente o “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. (...)”
Note, neste sentido, que ao descrever o meio ambiente, não há qualquer menção à palavra
“equipamento”, e apenas dedicando atenção a este ponto você consegue perceber o equívoco
da questão.
Errado.
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A alternativa está errada. Para solucioná-la, você precisa ter em mente o conceito trabalhado
no artigo 3º da Lei n. 6.938/1981, ao determinar que o meio ambiente compreende “o conjunto
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
Errado.
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Com isto, recursos naturais como a água, o solo, o ar, a luz solar, dentre outros, passaram a
ser tratados como bens juridicamente protegidos. Porém, embora não sejam considerados bens
no sentido estritamente econômico, posto que não são susceptíveis de apropriação, alguns deles
recebem tratamento específico e suas distribuições são oneradas, a exemplo da água potável.
A necessidade de promover um melhor aproveitamento dos recursos naturais fez surgir uma sé-
rie de mudanças quanto ao tratamento do tema. Estes bens, inicialmente tratados como recursos ili-
mitados, passaram a ser utilizados com mais ponderação e cuidado jurídico, daí a serem classifica-
dos como bens passíveis de escassez e, com isto, passaram a dispor de uma valoração econômica.
Qualificar o meio ambiente e os recursos naturais como bens ameaçados de escassez sig-
nifica incluí-los no rol de um problema eminentemente econômico. O exemplo do tratamento e
distribuição da água é claro nesse sentido, tendo em vista que a mesma passa de um recurso
natural para um bem economicamente distribuído.
Imagine, por exemplo, um cidadão que encontra um rio belo e biologicamente fértil em uma lo-
calidade distante e passa a afirmar que é de sua propriedade. Com isto, caso não existisse um tra-
tamento jurídico diferenciado que tratasse dos recursos naturais como bens tutelados pelo Estado,
facilmente o cidadão poderia tratar o rio e tudo o que dele saísse como se fosse de sua titularidade.
Diante da limitação dos recursos naturais, insurge a necessidade de estabelecimento de
mecanismos jurídicos que atribuam regras de direcionamento para tais categorias. Neste sen-
tido, o tratamento que a Constituição Federal conferiu à problemática do meio ambiente e dos
recursos naturais revela que houve uma preocupação com alguns eixos centrais, a exemplo da
conservação da diversidade biológica, a criação de espaços territoriais ecologicamente prote-
gidos, dentre outros elementos que revelam a postulação dos recursos naturais ao status de
bens ambientais e juridicamente protegidos.
A alternativa está errada. O artigo 1º da Lei n. 9.433/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos, determina:
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A alternativa está errada. De acordo com o artigo 1º da Lei n. 9.433/1997, que institui a Política
Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Recursos Hídricos se baseia fundamen-
talmente na premissa de que “a água é um bem de domínio público”. Ademais, segundo o arti-
go 20 inciso III da Constituição Federal de 1988, são bens da União:
Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais
de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
(...)
Para além, o inciso I do artigo 26 da CF/1988 assevera que estão incluídos entre os bens
do Estado:
Ou seja, resta a compreensão de que toda água e suas correntes são de domínio público e,
mesmo que esta seja localizada em uma propriedade privada, mesmo assim continua sendo
um bem público.
Errado.
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RESUMO
O artigo 215, a Constituição Federal de 1988 dispõe acerca da garantia do meio ambiente
enquanto direito fundamental. A partir de sua redação, compreende-se as questões ambien-
tais a partir de um enfoque de interesse público, comprometendo não somente o texto consti-
tucional, como também toda a disposição infraconstitucional, garantindo assim a salvaguarda
do equilíbrio ambiental.
No estudo do Direito, pode-se dizer que os Princípios são as bases que sustentam uma nor-
ma jurídica. Ademais, também se apresentam como ideias um tanto genéricas, das quais po-
dem ser extraídas algumas intenções que devem nortear a criação de outras normas, ou ainda
o lugar ao qual se recorre nos casos de lacunas na aplicação de normas já existentes. Assim,
os princípios são os fundamentos e as essências da norma jurídica, ou seja, são o refúgio da
mesma para racionalizar a própria legitimidade.
O Princípio do Poluidor-Pagador é dotado de um caráter econômico, tendo em vista que
exige do poluidor o pagamento dos custos resultantes da atividade poluente. Todavia, a falta
de determinação precisa no que tange ao seu conteúdo normativo é um dos fatores que com-
prometem a sua aplicação e eficácia.
Já o Princípio do Usuário Pagador pressupõe que deve existir uma contrapartida finan-
ceira recaindo sobre aqueles que se utilizam dos recursos naturais. Nesta perspectiva, o PUP
compreende que os recursos naturais devem se sujeitar à aplicação de instrumentos econô-
micos a fim de fazer com que suas utilizações se convertam em benefício para a sociedade.
O Princípio da Prevenção consiste na prestação positiva efetuada por parte do Estado com o
objetivo de afastar as possibilidades de riscos potencialmente causados ao meio ambiente. As-
sim, determinadas medidas são antecipadas para coibir ou evitar agressões ao meio ambiente.
O Princípio da Precaução pode ser considerado como um complemento do Princípio da Pre-
venção, tendo em vista que ambos atuam na busca por coibir ações que possam ser danosas
ao meio ambiente. Neste sentido, ao contrário da Prevenção, que trabalha na perspectiva da
certeza científica, a Precaução se baseia em casos onde há a ausência de evidências científi-
cas capazes de apontar para a certeza da existência de um dano ou potencial dano ambiental.
O Princípio da Reparação, também conhecido como Princípio da Responsabilidade, diz res-
peito à responsabilização do agente responsável pela poluição ou degradação ambiental. As-
sim, há a obrigatoriedade de compensação pelos efeitos nocivos causados ao meio ambiente,
todavia, em alguns casos, o dano ambiental não pode ser reparado, e nessas ocasiões deve-se
realizar uma substituição monetária equivalente, a fim de suprir o bem ambiental danificado.
A palavra Sustentabilidade ganhou muita notoriedade nos últimos tempos, tendo em vista
o aumento expressivo do debate acerca da preservação do meio ambiente. O sentido desse
termo é diretamente relacionado ao conceito de Desenvolvimento Sustentável e corresponde
ao desenvolvimento de ações capazes de promover o desenvolvimento da sociedade em con-
junto com boas práticas de proteção do meio ambiente.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Com relação à ordem social, jul-
gue o item subsequente.
Pessoas físicas ou jurídicas que degradarem o meio ambiente poderão sofrer sanções penais,
civis e administrativas.
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018. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I-ÁREA 4/2018) Com base nas disposições legais acer-
ca de patrimônio cultural, julgue o próximo item.
A sociedade pode acionar o sistema de proteção do meio ambiente e da cultura por meio de
provocação ao Ministério Público e, também, mediante ação popular que vise anular ato lesivo
ao patrimônio público.
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GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. C
5. e
6. E
7. c
8. C
9. C
10. b
11. c
12. C
13. E
14. C
15. C
16. C
17. b
18. C
19. E
20. C
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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Com relação à ordem social, jul-
gue o item subsequente.
Pessoas físicas ou jurídicas que degradarem o meio ambiente poderão sofrer sanções penais,
civis e administrativas.
A questão está certa. Segundo a previsão constitucional disposta no artigo 225 parágrafo 3º,
as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitam os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o
dano. Já no tocante à responsabilidade civil, esta se dá mediante as obrigações impostas para
a reparação do dano ambiental causado.
Certo.
Art. 2º – A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recupe-
ração da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvol-
vimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana, atendidos os seguintes princípios:
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Errado.
A alternativa está certa. De acordo com a Lei n. 6.938/1981, em seu artigo 4º parágrafo 1º, um
dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente é:
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A alternativa está correta. A Lei n. 9.065/1988 dispõe sobre as sanções penais e administrati-
vas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dispõe em seu artigo 72:
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto
no art. 6º:
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;
IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equi-
pamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V – destruição ou inutilização do produto;
VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI – restritiva de direitos.
Certo.
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a) Errada. O Meio Ambiente, por se tratar de um direito fundamental, conta com regras de
aplicação imediata, conforme determina o parágrafo 1º do artigo 5º da CF/1988: “As normas
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (...)”.
b) Errada. Segundo o parágrafo 6º do artigo 225 da CF/1988, “as usinas que operem com re-
ator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem a qual não poderão ser
instaladas.”
c) Errada. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos na-
turais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (artigo 24 da CF/1988).
d) Errada. O tratamento dado pela Constituição Federal para o meio ambiente não é, em nenhu-
ma hipótese, genérico. Ao contrário, é extremamente específico, conforme você vem apren-
dendo ao longo deste conteúdo.
e) Certa. O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado se configura como uma ex-
tensão do direito à vida, sob o viés da saúde, da existência digna e da qualidade de vida e, em
virtude da importância de seu conteúdo, foi elevado à categoria de direito fundamental.
Letra e.
A alternativa está errada, tendo em vista que os bens naturais elencados são definidos como
Patrimônio Nacional. Sendo assim, o tratamento jurídico é diferenciado e sua disposição é
definida pelo texto constitucional, em seu artigo 225 parágrafo 4º, que assim dispõe:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossen-
se e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
Errado.
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Mais uma questão de letra de lei. É de competência dos Municípios o direcionamento das de-
mandas relacionadas ao ordenamento territorial, conforme dispõe o inciso VIII do artigo 30 da
CF/1988, que assim determina:
Art. 30: Compete aos Municípios: (...) VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; (...)
Letra c.
A alternativa está certa. Acerca do direito à terra dos povos indígenas, se apegue ao texto cons-
tituinte que, no parágrafo 2º do artigo 231, “as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
destinam-se à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo,
dos rios e das lagoas nelas existentes.
Já sobre o direito das comunidades quilombolas, veja o artigo 68 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), que dispõe: “Aos remanescentes das comunidades dos
quilombos que estejam ocupando suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo
o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
Questão muito bem elaborada e abrangendo muito bem o direito ambiental ligado aos povos
de comunidades tradicionais.
Certo.
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A alternativa está certa, e para solucioná-la você não pode esquecer a relevância constitucio-
nal dada à matéria do meio ambiente. Ainda segundo o artigo 5º LXXIII da CF/1988:
“qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
nio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judi-
ciais e do ônus da sucumbência.”
Certo.
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Esta é uma típica questão daquelas que nos mostram a necessidade de fazer aquela decoreba
da letra da lei, sabe? Para solucioná-la, apenas memorizando o texto constitucional você segu-
ramente acerta!
O caput artigo 225 da CF/1988, que você acabou de estudar nas linhas anteriores, te dá a res-
posta literal da questão. Assim diz:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defen-
dê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Letra c.
A questão está correta, tendo em vista que o texto constitucional delimita a atuação conjunta
do poder público e da sociedade enquanto responsáveis pela defesa e preservação do meio
ambiente, para que as presentes e futuras gerações disponham do equilíbrio ecológico neces-
sário para o desenvolvimento da vida em sociedade.
Certo.
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A resposta está correta, tendo em vista que o texto constitucional delimita a atuação conjunta
do poder público e da sociedade enquanto responsáveis pela defesa e preservação do meio
ambiente, para que as presentes e futuras gerações disponham do equilíbrio ecológico neces-
sário para o desenvolvimento da vida em sociedade.
Certo.
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cometidos contra o patrimônio genético nacional. Por seu turno, o inciso XXI levanta uma proi-
bição muito específica, relacionada a prazos, como forma de punir as condutas que caminhem
em desacordo com o dispositivo legal referenciado. Veja abaixo:
Art. 21 – Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viole as normas previstas
nesta Lei e demais disposições legais pertinentes.
Parágrafo único. As infrações administrativas serão punidas na forma estabelecida no regulamento
desta Lei, independentemente das medidas cautelares de apreensão de produtos, suspensão de
venda de produto e embargos de atividades, com as seguintes sanções:
(...)
XII – proibição de contratar com a administração pública, por período de até 5 (cinco) anos.
Certo.
A resposta está correta e, para solucioná-la, você deve lembrar que toda análise a respeito do
meio ambiente vai te levar necessariamente a uma construção teórica baseada em algo na-
tural ou paisagístico. Sendo assim, o cemitério, por mais que tenha sido construído, faz parte
do meio ambiente, e todas as suas definições (natural, artificial, cultural e do trabalho) serão
amplamente trabalhadas ao longo deste material. Por esta razão, entenda: por mais que o ce-
mitério seja algo artificial, e ainda que você não o considere uma paisagem bonita, ele é sim
considerado como parte do meio ambiente!
Certo.
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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(...)
018. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I-ÁREA 4/2018) Com base nas disposições legais acer-
ca de patrimônio cultural, julgue o próximo item.
A sociedade pode acionar o sistema de proteção do meio ambiente e da cultura por meio de
provocação ao Ministério Público e, também, mediante ação popular que vise anular ato lesivo
ao patrimônio público.
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A alternativa está correta. Para solucioná-la, mais uma vez, você deve recorrer à clássica “de-
coreba” da letra de lei. A memorização de alguns conceitos jurídicos considerados chaves são
fundamentais para que você consiga responder a este tipo de questão puramente legislativa.
Desta maneira, atente à previsão legal contida no artigo 5º inciso LXXIII da CF/1988 e só com
isso dá pra “matar” a questão. Veja:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
(...)
Certo.
A alternativa está errada, tendo em vista a disposição dos incisos VI e VII do artigo 24 da
CF/1988, que dispõe:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
(...)
Ou seja, a competência para legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa do solo
e dos recursos naturais é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal.
Errado.
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A alternativa está certa. De acordo com a Lei n. 6.938/1981, em seu artigo 4º parágrafo 1º, um
dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente é
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Santos de. O Meio Ambiente e sua sistematização constitucional: breves
considerações. Disponível em <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=re-
vista_artigos_leitura&artigo_id=2666> (Acesso em 16 de fevereiro de 2022).
MACHADO, Paulo Affonso. Estudos de Direito Ambiental. São Paulo, Ed. Malheiros, 1994, p.36.
Samara Lima
Professora de cursinhos para concurso. Bacharela em Direito, especialista em Gestão Pública, mestra em
Políticas Públicas pela UFRN e doutoranda em Direito Econômico pela UFPB. Professora e pesquisadora
em tempo integral.
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