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DIREITO

AMBIENTAL E
URBANÍSTICO
Principiologia Constitucional do Direito
Ambiental Contemporâneo

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO AMBIENTAL E URBANÍSTICO
Principiologia Constitucional do Direito Ambiental Contemporâneo
Samara Lima

Sumário
Principiologia Constitucional do Direito Ambiental Contemporâneo...............................................3
1. Constitucionalização das Normas de Proteção Ambiental e seus Reflexos
Contemporâneos...............................................................................................................................................................3
2. Princípios Constitucionais e Meio Ambiente.............................................................................................12
3. Princípios Gerais do Direito Ambiental.........................................................................................................13
3.1. Poluidor-Pagador.. .................................................................................................................................................13
3.2. Usuário-Pagador.. ..................................................................................................................................................16
3.3. Prevenção.. .................................................................................................................................................................18
3.4. Precaução.. ................................................................................................................................................................20
3.5. Reparação (ou Responsabilidade). ............................................................................................................. 24
3.6. Informação................................................................................................................................................................26
3.7. Participação Social. . ............................................................................................................................................29
4. Progresso Econômico, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável. ..........................30
5. Meio Ambiente e Recursos Naturais.............................................................................................................34
Resumo................................................................................................................................................................................37
Questões de Concurso................................................................................................................................................39
Gabarito...............................................................................................................................................................................43
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................44
Referências........................................................................................................................................................................55

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Principiologia Constitucional do Direito Ambiental Contemporâneo
Samara Lima

PRINCIPIOLOGIA CONSTITUCIONAL DO DIREITO


AMBIENTAL CONTEMPORÂNEO
Falaaaaa, futuro(a) aprovado(a), tudo bem contigo? Como anda essa preparação para o
concurso da sua vida? Espero que tudo esteja correndo dentro do esperado para a assinatura
do seu Termo de Posse! A partir daqui, caminharei contigo pela disciplina de Direito Ambiental
até o dia de sua prova! Vamos massacrar o conteúdo do edital e eu tenho certeza que o seu
rendimento será muito proveitoso! Muito obrigada por seguir estudando comigo e demons-
trando confiança no trabalho que eu e o Gran Cursos Online desenvolvemos com tanto carinho
especialmente em busca da sua aprovação!
Esta é mais uma aula do seu curso de Direito Ambiental, ou seja, mais um passinho que te
aproxima da sua tão sonhada e aguardada aprovação! Aqui falarei um pouco contigo sobre um
dos principais assuntos cobrados pelo seu edital, dentro do cronograma do Direito Ambiental.
Na aula de hoje, em tom mais introdutório, falarei um pouco sobre a constitucionalização das
normas de proteção ambiental e seus reflexos na economia e na sociedade contemporânea.
É justamente neste sentido que te mostrarei um pouco sobre os princípios constitucionais
e seus desdobramentos na atualidade, dando um ar de análise econômica do Direito Ambien-
tal, uma vez que vários pontos do seu edital cobram as questões do progresso econômico, de-
senvolvimento sustentável e sustentabilidade ambiental. Ao final da aula, trago também uma
listagem de questões para que você aprenda na prática a forma exata como o assunto é cobra-
do pelo edital. Assim, esta é mais uma aula do meu curso de Direito Ambiental preparado com
todo carinho para que você alcance a sua tão sonhada aprovação! Vamos juntos?
Um abraço,
Samara.

1. Constitucionalização das Normas de Proteção Ambiental e seus Re-


flexos Contemporâneos

A matéria ambiental no Brasil ganhou avanços consideráveis após a promulgação da Cons-


tituição Federal de 1988. Trata-se de um fenômeno relativamente recente que, pela sua impor-
tância, deve ser bem compreendido e interpretado, e é justamente pensando nisso que o texto
constitucional prevê uma série de normas e princípios sistemáticos, que operam com o intuito
de prestar maior rigidez e dinâmica à viabilização do direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
Em que pese a constitucionalização do direito ao meio ambiente ter se convertido em ten-
dência internacional ainda na década de 1970 em diversos países, no caso brasileiro, foi ape-
nas no texto constitucional de 1988 que tal previsão ganhou aspectos mais maduros. No plano
internacional, alguns documentos oficiais como a Declaração de Estocolmo, de 1972, foram
responsáveis por impulsionar os países a tratar a matéria com maior seriedade.

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A partir dessa influência, o Brasil também recepcionou, em 1992, a Conferência das Na-
ções Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da qual resultou a famosa carta co-
nhecida como Rio-92. Assim, o constitucionalismo brasileiro também passou a compreender
o meio ambiente enquanto um patrimônio coletivo, protegido pelo Estado e pela sociedade,
concebendo seu equilíbrio ecológico enquanto um direito fundamental e um compromisso
intergeracional.
Historicamente, o reconhecimento do direito de proteção ao meio ambiente pressupõe a
progressão do reconhecimento dos direitos individuais (direitos civis e políticos) e, por con-
seguinte, dos coletivos (direitos sociais, econômicos e culturais), enfim atingindo a salva-
guarda dos direitos de terceira geração, incluindo o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado e englobando uma proteção global, capaz de acompanhar os avanços do mundo
pós-moderno.
Considerando esse percurso temporal, a partir da internacionalização e reconhecimento
constitucional da matéria do meio ambiente, percebe-se o avanço das tendências de preocu-
pação com o estado do meio ambiente, aqui não se revelando tão somente uma inquietude
no sentido de resguardar um ambiente limpo para que as pessoas vivam, mas também um
compromisso do Estado tanto frente às ameaças dos indivíduos que, por suas ações, acabam
comprometendo a qualidade e o equilíbrio ambiental, como também com relação aos arbítrios
do próprio Estado.
Assim, no artigo 215, a Constituição Federal de 1988 dispõe acerca da garantia do meio
ambiente enquanto direito fundamental. A partir de sua redação, compreende-se as questões
ambientais a partir de um enfoque de interesse público, comprometendo não somente o tex-
to constitucional, como também toda a disposição infraconstitucional, enquanto elementos
responsáveis por garantir a salvaguarda do equilíbrio ambiental. Veja abaixo a disposição do
artigo referido:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espé-
cies e ecossistemas; (Regulamento)
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento) (Regula-
mento) (Regulamento)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(Regulamento)

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IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de sig-
nificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publici-
dade; (Regulamento)
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para
a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pes-
soas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossen-
se e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminató-
rias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis
as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o
§ 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante
do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o
bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 96, de 2017)

A partir da leitura do referido artigo, é possível depreender o compromisso intergeracional


firmado diante da salvaguarda do meio ambiente, o que gera uma responsabilidade coletiva li-
gada a um compromisso ético com as presentes e futuras gerações. Ademais, alguns elemen-
tos foram incorporados como princípios, a exemplo da função social da propriedade, bastante
debatida pelo direito ambiental contemporâneo em escala mundial.
Assim, muito mais que um direito objetivo disposto na norma constitucional, o direito ao
meio ambiente foi recepcionado no ordenamento jurídico brasileiro enquanto um direito fun-
damental, tendo em vista a urgência e importância de sua matéria, bem como a fim de garantir
a sua correta aplicação. Muito embora a principal diferença entre os direitos humanos e os
direitos fundamentais sejam a consagração dos primeiros na ordem constitucional pátria, po-
de-se dizer que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é considerado tanto um
direito humano quanto um direito fundamental.

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De tal maneira, as normas relativas ao meio ambiente tratadas no texto constitucional vi-
gente têm aplicabilidade imediata, tendo em vista que os direitos fundamentais são conside-
rados enquanto normas de caráter preceptivo, e não somente pragmático, uma vez que se fun-
damentam no texto constitucional e não em leis infraconstitucionais. Isto se dá, uma vez que
os direitos fundamentais não são tão somente normas matrizes originadas de outras normas,
mas são também normas reguladoras das relações jurídicas que porventura surjam após o seu
reconhecimento.
O quadro constitucional ambiental brasileiro prevê ainda uma série de dispositivos que
devem atuar como auxiliares do processo de efetivação do direito ao meio ambiente ecologi-
camente equilibrado. A delimitação de áreas ecologicamente protegidas, a obrigatoriedade
de Estudo Prévio de Impacto Ambiental e de Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) em
atividades potencial ou efetivamente acusadoras de degradação ambiental, o Licenciamento
Ambiental, dentre outros, fazem prova do compromisso que o texto constitucional vigente as-
sumiu com a defesa do meio ambiente ecologicamente sadio.
Por outro lado, houve ainda uma série de normativas responsáveis pela sistematização dos
elementos jurídicos responsáveis por garantir a efetiva proteção do meio ambiente. A Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA) é a maior prova disso, uma vez que ela é a responsável
direta por regulamentar uma série de atividades que envolvem o meio ambiente, visando a sua
proteção, melhoria e recuperação de sua qualidade. Assim, a PNMA é a expressão contempo-
rânea indispensável para a promoção de uma gestão ambiental eficiente e sistemática.

001. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/3ª TUR-


MA/2ª PROVA/2020) Segundo disposição constitucional, cabe ao poder público e à coleti-
vidade, enquanto titular do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de
defender e preservar o meio ambiente.

A resposta está correta, tendo em vista que o texto constitucional delimita a atuação conjunta
do poder público e da sociedade enquanto responsáveis pela defesa e preservação do meio
ambiente, para que as presentes e futuras gerações disponham do equilíbrio ecológico neces-
sário para o desenvolvimento da vida em sociedade.
Certo.

002. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017)


De acordo com os princípios do Direito Ambiental, julgue o item que se segue:
O conceito de Meio Ambiente que vem embutido na norma jurídica não abrange o conjunto de
leis que rege a vida em todas as suas formas.

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A alternativa está errada. Para solucioná-la, você precisa ter em mente o conceito trabalhado
no artigo 3º da Lei n. 6.938/1981, ao determinar que o meio ambiente compreende “o conjunto
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
Errado.

003. (CEBRASPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) O Direito ao Meio Ambiente é um


direito de interesse:
a) Individual homogêneo de grande relevância social.
b) Coletivo.
c) Difuso.
d) Meramente individual.
e) Exclusivo do Poder Público.

O Direito ao Meio Ambiente é um direito de interesse difuso. Para chegar a essa compreensão,
você deve memorizar o conceito de Direito Difuso. Diferentemente do Direito Coletivo, no qual
os sujeitos detentores são passíveis de determinação, tendo em vista que são direitos dire-
cionados a grupos e categorias estritas (lembra do Direito do Trabalho? Então...), os Direitos
Difusos são mais abrangentes. Esta abrangência se dá em virtude de seus titulares serem
considerados indeterminados ou indetermináveis, sendo assim definidos como direitos tran-
sindividuais. Desta maneira, o Direito ao Meio Ambiente é considerado um direito difuso, tendo
em vista a amplitude e a indeterminação de seus sujeitos passíveis. Tudo bem que qualquer
pessoa é considerada detentora do direito ao meio ambiente equilibrado, mas você deve enten-
der que é justamente nesse “qualquer pessoa” que mora a indeterminação do sujeito do direito
em comento.
Letra c.

004. (CEBRASPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/2020) Com


relação ao tratamento constitucional dado à questão ambiental, é correto afirmar que a Cons-
tituição Federal de 1988:
a) prevê a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado como dever apenas de
parte da coletividade e obrigação do poder público.
b) confere juridicidade ao valor ético da alteridade, objetivando uma pretensão universal de
solidariedade social, ao tratar das gerações futuras e dos animais como sujeitos de direito.
c) estabelece que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é não só um direito, mas tam-
bém um dever de toda a coletividade e do poder público.

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d) reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, um direito fundamental


de segunda geração, segundo a jurisprudência do STF.
e) estabelece que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado corresponde ao prin-
cípio do desenvolvimento sustentável, com suas facetas cultural, social e econômica.

Esta é uma típica questão daquelas que nos mostram a necessidade de fazer aquela decoreba
da letra da lei, sabe? Para solucioná-la, apenas memorizando o texto constitucional você segu-
ramente acerta!
O caput artigo 225 da CF/1988, que você acabou de estudar nas linhas anteriores, te dá a res-
posta literal da questão. Assim diz:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e es-
sencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Letra c.

005. (CEBRASPE/PGE-CE/PROCURADOR DO ESTADO/2008) O princípio do meio ambiente


ecologicamente equilibrado é tratado na Constituição Federal como:
a) uma norma programática cuja efetividade fica condicionada ao progresso econômico e à
distribuição de renda.
b) um direito fundamental da pessoa humana, direcionado ao desfrute de condições de vida
adequadas em um ambiente saudável.
c) um princípio geral de alcance limitado e restrito às áreas de proteção ambiental.
d) um direito difuso, mas não-exigível, em função de sua generalidade, inconsistência e defini-
ção imprecisa.
e) um direito social, coletivo e transgeracional cuja efetividade é ampla, irrestrita e incondicio-
nada e cujo alcance estende-se a todas as formas de vida.

Você já viu que a premissa do meio ambiente equilibrado está embutida no texto do artigo 225
da CF/1988. Este, ao ser considerado um direito de terceira geração, tem o escopo justamente
de amplificar a visão dos direitos fundamentais, na tentativa de fazer com que tais direitos
alcancem sujeitos até mesmo indeterminados, eis a razão de o direito ao meio ambiente equili-
brado ser considerado um direito difuso. Nesta perspectiva, em que pese o texto constitucional
não expressar o meio ambiente como um direito fundamental, tal entendimento é quase au-
tomático, tendo em vista a relevância das demandas abarcadas pela matéria ambiental. Para
além, perceba que se trata de um direito direcionado também a seres humanos, eis aí mais
uma justificativa para incluí-lo no rol dos direitos fundamentais.
Letra b.
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006. (CEBRASPE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR MUNICIPAL/2017) A


respeito do Direito Ambiental, assinale a opção correta de acordo com o disposto na CF.
a) A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado é estritamen-
te antropocêntrica, uma vez que se considera o bem ambiental um bem de uso comum do povo.
b) Além de princípios e direitos, a CF prevê ao poder público e à coletividade deveres relaciona-
dos à preservação do meio ambiente.
c) Será inválida a criação de espaços territoriais ambientalmente protegidos por ato diverso da
lei em sentido estrito.
d) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado consta expressamente na CF como
direito fundamental, o que o caracteriza como direito absoluto.

a) Errada. A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado inau-


gurada pela CF/1988 guarda sim um posicionamento preponderantemente antropocêntrico,
tendo em vista que apenas os seres humanos são capazes de compreender e cumprir os dis-
positivos legais e, por consequência, serem considerados tutelares de direitos, todavia, esta vi-
são não é estrita, tendo em vista que o texto constitucional também agrega uma visão biocên-
trica na qual defende a existência valorativa das demais formas de vida para além da humana
e, para tanto, cita elementos como a flora, a fauna e os recursos naturais.
b) Certa. Questão de memorização da letra da lei. Conforme dispõe o artigo 225 da CF/1988:

“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (...) impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”

c) Errada. Inexiste previsão legislativa que exija lei restritiva para a criação de espaços territoriais am-
bientalmente protegidos. Todavia, há casos de supressão ou alteração de tais espaços, conforme
disposição legal trazida pelo inciso III do artigo 225 da CF/1988, que assim determina:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(...)

d) Errada. É improvável falar em direito absoluto no ordenamento jurídico brasileiro quando,


mesmo se tratando de direitos fundamentais dos mais básicos, sua relativização é totalmente
possível mediante as especificidades que cada caso concreto apresenta.
Letra b.

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007. (CEBRASPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2017) No que concerne à


Constituição Federal de 1988 (CF) e ao meio ambiente, assinale a opção correta.
a) Entende-se a previsão constitucional de um meio ambiente ecologicamente equilibrado tan-
to como um direito fundamental quanto como um princípio jurídico fundamental que orienta a
aplicação das regras legais.
b) O princípio da livre iniciativa impede que o poder público fiscalize entidades dedicadas à
pesquisa e à manipulação de material genético.
c) O estudo prévio de impacto ambiental será dispensado nos casos de obras públicas poten-
cialmente causadoras de significativa degradação ambiental quando elas forem declaradas de
utilidade pública ou de interesse social.
d) Os espaços territoriais especialmente protegidos, definidos e criados por lei ambiental, po-
derão ser suprimidos por meio de decreto do chefe do Poder Executivo municipal para permitir
a moradia de população de baixa renda em área urbana.
e) A competência para proteger o meio ambiente e combater a poluição em todas as suas formas é
concorrente entre a União, os estados, o Distrito Federal (DF) e os municípios, de modo que a ação
administrativa do órgão ambiental da União prevalece sobre a ação dos demais entes federativos.

a) Certa. Compreensão corretíssima que se pode extrair do artigo 225 da CF/1988 e demais
dispositivos pertinentes à temática do meio ambiente. Com base na interpretação da previsão
ambiental da CF/1988, é possível chegar a tal conclusão.
b) Errada. NÃO existe condição que permita que o princípio da livre iniciativa impeça a fiscaliza-
ção do poder público em qualquer contexto, muito menos em se tratando de matéria ambien-
tal. Ademais, dispõe o inciso II do parágrafo 1º do artigo 225 CF/1988 que as incumbências do
poder público alcançam a atividade de:

“II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades


dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético (...)”.

c) Errada. Alternativa que contradiz o inciso IV do artigo 225, parágrafo 1º da CF/1988, que
assim dispõe:

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: (...) IV – exigir, na forma
da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (...).”

d) Errada. Mais uma alternativa que contradiz o parágrafo 1º do artigo 225 da CF/1988, desta
vez se relacionando ao inciso III, que assim dispõe:

“(...) definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção
(...).”

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e) Errada. Municípios não são dotados de competência concorrente. Neste caso, a competên-
cia é comum para com os demais entes federados. Posto isto, atente ao disposto no artigo 23
da CF/1988:

“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI – proteger o
meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (...).”
Letra a.

008. (CEBRASPE/PF/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) A floresta amazônica brasileira, assim


como a mata atlântica, é considerada bem da União, devendo sua utilização ocorrer na forma
da lei, em condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive no que concer-
ne ao uso dos recursos naturais.

A alternativa está errada, tendo em vista que os bens naturais elencados são definidos como
patrimônio nacional. Sendo assim, o tratamento jurídico é diferenciado e sua disposição é de-
finida pelo texto constitucional, em seu artigo 225 parágrafo 4º, que assim dispõe:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossen-
se e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
Errado.

009. (CEBRASPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Apesar de a floresta amazônica, a


mata atlântica, a Serra do Mar, o pantanal mato-grossense e a zona costeira serem patrimônios
nacionais, não se consideram bens públicos os imóveis particulares existentes nessas áreas.

A alternativa está errada. Embora o parágrafo 4º do artigo 225 da CF/1988 determine que “A
Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de con-
dições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais”, não existe previsão constitucional que determine a transformação de imóveis parti-
culares situados nessas áreas para a condição de bens público. Sendo assim, depreende-se da
disposição constitucional apenas que a utilização de tal patrimônio nacional deve ter previsão
legal, de modo que, prioritariamente, seja garantida a preservação ambiental da área.
Errado.

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010. (CEBRASPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Para efetiva garantia do direito ao meio


ambiente ecologicamente equilibrado, cabe ao poder público proteger a fauna e a flora, que
não se formam isoladamente, mas da interação constante de matérias orgânicas e não-orgâni-
cas. Toda comunidade de seres vivos interage com o meio circundante, com o qual estabelece
intercâmbio recíproco. Da interação entre biocenose (elementos vivos) e biótopo (elementos
não-vivos) forma-se o ecossistema, que, na CF, é protegido de forma macro e micro.
A respeito da proteção macro dos ecossistemas, no que concerne a florestas e unidades de
conservação, julgue o próximo item.
A proteção constitucional da mata atlântica impede que haja propriedade privada nas áreas
abrangidas por esse macroecossistema.

A alternativa está errada. A Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional. Sua definição se
encontra no parágrafo 4º do artigo 225. Todavia, o fato dela ser considerada patrimônio nacio-
nal não interfere ou altera os domínios da propriedade privada nela inserida.
Ademais, a regulação sobre a utilização e proteção da vegetação nativa da mata atlântica en-
contra disposição na Lei n. 11.428/2006, que em seu artigo 33 determina:

Art. 33. O poder público, sem prejuízo das obrigações dos proprietários e posseiros estabelecidas
na legislação ambiental, estimulará, com incentivos econômicos, a proteção e o uso sustentável do
Bioma Mata Atlântica.
§ 1º Na regulamentação dos incentivos econômicos ambientais, serão observadas as seguintes
características da área beneficiada:
I – a importância e representatividade ambientais do ecossistema e da gleba;
II – a existência de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção;
III – a relevância dos recursos hídricos;
IV – o valor paisagístico, estético e turístico;
V – o respeito às obrigações impostas pela legislação ambiental;
VI – a capacidade de uso real e sua produtividade atual.
§ 2º Os incentivos de que trata este Título não excluem ou restringem outros benefícios, abatimen-
tos e deduções em vigor, em especial as doações a entidades de utilidade pública efetuadas por
pessoas físicas ou jurídicas.
Errado.

2. Princípios Constitucionais e Meio Ambiente


No estudo do Direito, pode-se dizer que os Princípios são as bases que sustentam uma nor-
ma jurídica. Ademais, também se apresentam como ideias um tanto genéricas, das quais po-
dem ser extraídas algumas intenções que devem nortear a criação de outras normas, ou ainda
o lugar ao qual se recorre nos casos de lacunas na aplicação de normas já existentes. Assim,
os princípios são os fundamentos e as essências da norma jurídica, ou seja, são o refúgio da
mesma para racionalizar a própria legitimidade.

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Eles são o norte de um ordenamento jurídico, sejam em sentido mais abrangente, como é
possível observar nos princípios constitucionais, a exemplo do Princípio da Dignidade da Pes-
soa Humana, ou ainda em sentido restrito, como é o caso dos princípios próprios do Direito
Ambiental. Neste tópico, futuro Promotor de Justiça, você vai estudar alguns dos princípios
que serão cobrados no seu concurso, mas, antes disso, preparei uma conceituação geral a
respeito dos princípios jurídicos, coisa bem rapidinha, que custará só esta página, vamos lá?
Gramaticalmente falando, Princípio significa algo como “a origem, o primeiro impulso dado
acerca de uma coisa” além de uma série de outros sentidos que caminham para o mesmo pon-
to: início de algo. Pois bem, no Direito, um princípio é exatamente o início de onde se espera
que uma norma jurídica se origine, tendo em vista que é ele quem vai embasar a aplicação e a
interpretação da norma.
No Direito Ambiental Brasileiro, os princípios foram incorporados pelo texto constitucional
a partir da adesão, por parte do Brasil, de diversos documentos oficiais promulgados pelos
organismos internacionais, a exemplo da ONU e UNESCO. Assim, o Direito Ambiental Pátrio se
tornou uma fonte de estudos fértil, tendo em vista que, embora tenha uma série de obstáculos
que, por vezes, impossibilite o seu efetivo cumprimento, não há como negar que é sim uma
área muito desenvolvida. Vamos analisar?

3. Princípios Gerais do Direito Ambiental


3.1. Poluidor-Pagador
O Princípio do Poluidor-Pagador é dotado de um caráter econômico, tendo em vista que
exige do poluidor o pagamento dos custos resultantes da atividade poluente. Todavia, a falta
de determinação precisa no que tange ao seu conteúdo normativo é um dos fatores que com-
prometem a sua aplicação e eficácia. Por isso, os limites e extensões da figura do poluidor
pagador devem ser aprimorados.
A CF/1988 reconhece o direito ao equilíbrio ecológico do meio ambiente, por meio do arti-
go 225, embora não exima a sociedade de conviver com atividades de exploração econômica
que resultem em um potencial poluidor para o meio ambiente. Neste sentido, tais atividades
são reguladas e toleradas na medida em que transferem produtos e serviços essenciais para o
funcionamento da vida em sociedade.
A interpretação dos artigos 170 VI c/c 225 do texto constitucional têm suas bases adicio-
nadas ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável, ficando claro o entendimento de que as
atividades referidas no parágrafo anterior devem contar com ações eficazes capazes de redu-
zir ou eliminar os potenciais danos causados no meio ambiente. Mesmo assim, se caso essas
ações não sejam atendidas, deve-se proceder com a reparação integral dos danos ambientais
que porventura sejam causados.

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Frise-se que as medidas reparatória que devem ser destinadas aos danos ambientais co-
metidos por terceiros possuem altos custos financeiros. Seria injusto que o Estado ou a socie-
dade arcassem com esses custos e, assim, os mesmos recaem sobre o ente poluidor, refletin-
do a internalização patrimonial dos danos causados ao meio ambiente.
Neste sentido, o princípio do poluidor-pagador, ao qual chamarei apenas PPP, determi-
na que os custos resultantes das possíveis degradações e poluições do meio ambiente e
dos recursos naturais sejam suportados pelo responsável pela atividade que causou o dano
ambiental.
Os custos resultantes do referido dano serão internalizados no patrimônio do ente respon-
sável pela degradação, ao invés de recair sobre o dinheiro público e, consequentemente, sobre
a sociedade. Neste caminho, cabe ao Estado amparar o PPP por meio da elaboração e aplica-
ção de normas que obriguem os entes poluidores a arcarem integralmente com as ações de
prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente.
A Declaração Rio 92, que você viu lá no começo da aula, também traz o PPP de forma pio-
neira, em seu Princípio 16, reforçando o papel do Estado na gestão do referido, aduzindo de tal
maneira a atividade:

As autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos ambientais e o


uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em
princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar
distorções no comércio e nos investimentos internacionais.

No âmbito da internalização dos custos ambientais, tem-se que ela corresponde justamen-
te à transferência da obrigação de reparar os danos ambientais para o ente responsável pelo
dano. Não houvesse essa transferência de responsabilidade, os custos da reparação ambiental
ficariam a cargo do Estado, que acabaria pressionando seu orçamento com custos que, dentro
dos parâmetros de justiça, não são de encargo do Estado, tendo em vista que não pode haver
outro responsável pela reparação integral de danos ambientais para além de quem o causou.

011. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) No que se


refere ao direito ambiental, julgue os itens a seguir.
Entre as finalidades do princípio do poluidor-pagador, destaca-se a imposição ao poluidor da
obrigação de recuperar e(ou) indenizar os danos ambientais causados.

O Princípio do Poluidor Pagador não pressupõe o direito de poluir, mas sim a obrigação de
reparar os danos ambientais, se caso poluir. Desta forma, também conhecido como Princípio
da Responsabilidade, ele determina que o poluidor arque com as despesas relacionadas à pre-
venção, reparação e repressão dos danos ambientais causados pela sua atividade poluidora.
Certo.

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012. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) Considere


que uma determinada empresa, a qual em sua atividade rotineira é capaz de causar poluição,
tenha requerido e obtido a licença ambiental necessária para o seu funcionamento. Uma se-
mana após ser fiscalizada, atestando-se que suas práticas estavam obedecendo às exigências
legais, foi detectada a ocorrência de dano ambiental causado por suas atividades.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
O princípio do poluidor pagador impõe ao empreendedor que invista em tecnologia ou em
outros meios com o objetivo de evitar a ocorrência de poluição, representando tal prática a
internalização dos custos sociais externos que acompanham a atividade econômica.

A questão está certa. O Princípio do Poluidor Pagador determina que o agente poluidor arque
com as despesas relacionadas à prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais cau-
sados por ele próprio. Desta forma, busca ainda internalizar os custos sociais resultantes da
poluição na própria produção desenvolvida pelos empreendedores das atividades potencial-
mente poluidoras, visando evitar a privatização dos lucros e socialização das perdas.
Certo.

013. (CEBRASPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2007) Há inúmeros princípios ambientais


que orientam a otimização das regras de proteção do meio ambiente. Esses princípios cons-
tam na Política Nacional do Meio Ambiente, na CF e em documentos internacionais de proteção
do meio ambiente, como Conferência de Estocolmo de 1972, Nosso Futuro Comum (Relatório
Brundtland) e Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992 (ECO-92).
Considerando o texto acima, julgue os itens subsequentes, acerca dos princípios ambientais e
de sua adoção em regras procedimentais de proteção do meio ambiente.
O princípio do poluidor-pagador, dispositivo internacional da proteção do meio ambiente, ainda
não foi incorporado à legislação infraconstitucional brasileira.

A alternativa está errada. O Princípio do Poluidor Pagador (ou PPP, como eu abreviei alguns
parágrafos acima), foi incorporado pelo texto constitucional segundo o trecho que você vê
logo abaixo:

Art. 225 CF/1988: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.

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Para além do texto constitucional, o PPP foi amplamente recepcionado pela legislação infra-
constitucional nacional, nos seguintes termos:
Decreto n. 4.339/2002 – implementa a Política Nacional da Biodiversidade.
Decreto n. 4.297/2002 – estabelece os critérios para o Zoneamento Ecológico.
Lei n. 6.938/1981 – dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
Resoluções do CONAMA: n. 312/2002, 357/2005 e 358/2005 (dentre outras).
Errado.

014. (CEBRASPE/CAIXA/ENGENHEIRO AGRÔNOMO/2014) Julgue o item seguinte, acerca


da Política Nacional do Meio Ambiente e dos seus instrumentos.
A obrigação, do poluidor, de indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a ter-
ceiros afetados por sua atividade depende da existência de culpa. Essa obrigação decorre do
princípio do usuário/poluidor-pagador.

A questão está errada. A responsabilidade civil que versa sobre danos causados ao meio am-
biente é objetiva, ou seja, INDEPENDE da existência de culpa ou dolo.
Errado.

3.2. Usuário-Pagador
Na contramão do PPP, o Princípio do Usuário Pagador, o qual vou chamar desde logo de
PUP, pressupõe que deve existir uma contrapartida financeira recaindo sobre aqueles que se
utilizam dos recursos naturais. Nesta perspectiva, o PUP compreende que os recursos naturais
devem se sujeitar à aplicação de instrumentos econômicos a fim de fazer com que suas utili-
zações se convertam em benefício para a sociedade, ou seja, atribui-se um valor econômico
do qual se extrai alguma vantagem coletiva.
Assim, a apropriação dos recursos naturais por parte de entes públicos ou privados deve
se basear no oferecimento de benesses direcionadas à coletividade, ainda que seja apenas
com base em uma compensação financeira. Neste âmbito, o PUP diz respeito ao uso outor-
gado de um recurso natural, observando uma série de padrões juridicamente estabelecidos.
Trata-se de pagar pela utilização privativa de um recurso ambiental cuja natureza é pública,
mas que se atribui a ele um valor econômico, sendo que a sua utilização não resulta em ato
ilícito, mas sim no atendimento de determinadas necessidades.
Nesta perspectiva, a Lei n. 6.938/1981 estabelece, em seu artigo 4º, os seguintes objetivos
da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA):

Art. 4º – A Política Nacional do Meio Ambiente visará:


I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

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II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio eco-
lógico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;
III – ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso
e manejo de recursos ambientais;
IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de
recursos ambientais;
V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações
ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da quali-
dade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômi-
cos.

A cobrança que origina o PUP é caracterizada como preço público que é cobrado pela
exploração do uso de um bem público. Todavia, diferentemente de uma relação tributária, a im-
posição de parâmetros de cobrança dos recursos naturais é desenvolvida com a participação
dos usuários pagadores, que podem também propor a revisão dos valores cobrados a qualquer
tempo. Assim, por exemplo, se caso um usuário pagador constate que determinados recursos
não estão sendo efetivamente aplicados na melhoria dos recursos naturais, ele próprio pode
proceder com as providências judiciais cabíveis para a revisão da arbitrariedade.
No caso emblemático do uso racional da água, a cobrança por tal recurso visa o reconhe-
cimento da água como um bem econômico, além de conceder ao usuário pagador uma indica-
ção acerca de seu real valor, incentivando a sua utilização racional. Desta forma, além da co-
brança pelas atividades de distribuição e tratamento da água, tem-se ainda o estabelecimento
de uma cobrança “extra”, cujo valor será empregado em obras que aprimorem a distribuição do
serviço, por exemplo, oferecendo melhorias na sua infraestrutura geral.
Nesta perspectiva, entenda que o PUP determina quem deve pagar pela utilização dos
recursos naturais, ao passo que o PPP estabelece quem deve pagar pelos danos cometidos
contra o meio ambiente. Assim, ambos os princípios são diferentes, porém muito confundidos,
e atuam conjuntamente no sentido de reforçar a prestação oferecida pelo Estado para viabili-
zar o direito ao meio ambiente ecologicamente sadio.

015. (CEBRASPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) No que se refere ao princípio


do usuário-pagador no âmbito do direito ambiental, entre outras normas ambientais, julgue os
itens que se seguem.
De acordo com o referido princípio, deve-se proceder à quantificação econômica dos recursos
ambientais, de modo a garantir reparação por todo o dano ambiental causado.

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A questão está errada. De antemão, você deve tomar bastante cuidado para não confundir o
Princípio do Usuário-Pagador com o do Poluidor-Pagador. Neste sentido, o primeiro não está
relacionado a qualquer dano potencial ou efetivamente causado ao meio ambiente. Desta for-
ma, o Usuário-Pagador tem como pressuposto a aferição de valores financeiros destinados
aos recursos naturais, com o intuito de racionalizar suas utilizações e, assim, evitar desperdí-
cios. Assim, a cobrança por esses recursos pressupõe exclusivamente a contrapartida ligada
à utilização dos mesmos.
Errado.

016. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) De


acordo com os princípios do direito ambiental, julgue o item que se segue.
Ao usuário será imposta contribuição pelos custos advindos da utilização de recursos ambien-
tais com fins econômicos.

A questão está correta e diz respeito fielmente ao Princípio do Usuário Pagador.


Certo.

3.3. Prevenção
O Princípio da Prevenção consiste na prestação positiva efetuada por parte do Esta-
do com o objetivo de afastar as possibilidades de riscos potencialmente causados ao meio
ambiente. Assim, determinadas medidas são antecipadas para coibir ou evitar agressões ao
meio ambiente.
Tal princípio, apesar de não estar explícito, encontra sua base constitucional disposta no
caput do artigo 225 CF/1988, no momento em que se incumbe ao Poder Público e à coletivi-
dade o dever de preservar e proteger o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Assim, ao tocar na obrigação da proteção, compreende-se que estão inclusas as ações de
tanto de prevenir, para que não haja degradação ambiental, como também de reparar, se caso
o meio ambiente venha a ser degradado.
Desta maneira, a importância do Princípio da Prevenção está diretamente ligada ao fato
de que, caso ocorrido um dano ambiental, a sua reparação é improvável ou impossível. Um
ecossistema destruído jamais poderá ser reconstruído. Uma bacia hidrográfica poluída jamais
poderá retornar à sua integridade inicial. Uma espécie extinta é um dano irreparável à fauna.
Uma floresta desmatada causa problemas de ordem global para todos os seres vivos. Fauna
e flora degradadas jamais encontrarão condições de recuperar suas riquezas ecossistêmicas.

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O princípio da prevenção aponta para a adoção de estratégias necessárias para lidar com
as consequências danosas e já conhecidas que certas atividades podem direcionar ao meio
ambiente. Sendo assim, tem-se uma série de ações que podem ser antecipáveis e, por tal
razão, as consequências são consideradas passíveis de serem evitadas ou ainda terem seus
potenciais efeitos atenuados via decisões de ordem superior.
O referido princípio atua em casos que, de acordo com a doutrina especializada, existe o
conhecimento científico pacificado a respeito das consequências que determinadas ativida-
des podem causar no meio ambiente. Assim, indica a existência de padrões recorrentes relati-
vos à qualidade e à integridade ambiental que se repetem em determinados casos concretos.
Desta forma, diversos estudos das mais variadas áreas indicam quais os potenciais riscos que
determinadas ações ou atividades podem causar no equilíbrio dos ecossistemas, na integrida-
de das bacias hidrográficas, na preservação das espécies, dentre outros.
Para que sejam adotados os procedimentos adequados a fim de garantir a preservação do
meio ambiente, há a necessidade de existência de um sistema permanente de informações e
estudos técnicos para que seja possível a resolução do problema ambiental ainda na sua ori-
gem. Neste sentido, leciona Paulo Affonso Machado (1994) uma série de cinco prerrogativas
essenciais a serem seguidas para a correta aplicação do princípio da prevenção. Veja:

1 – identificação e inventário das espécies animais e vegetais de um território, quanto à conserva-


ção da natureza e identificação das fontes contaminantes das águas do mar, quanto ao controle da
poluição;
2 – identificação e inventário dos ecossistemas, com a elaboração de um mapa ecológico;
3 – planejamentos ambiental e econômico integrados;
4 – ordenamento territorial ambiental para a valorização das áreas de acordo com a sua aptidão; e
5 – Estudo de Impacto Ambiental. (MACHADO, 1994, p. 36)

Nesta perspectiva, entenda que a ideia central do princípio da prevenção se baseia no co-
nhecimento prévio dos danos que podem ser causados ao meio ambiente como consequên-
cias de determinadas ações, bem como aponta para as providências que podem ser tomadas
para evitar ou diminuir tais danos. Existe, portanto, um nexo de causalidade cientificamen-
te comprovado entre a ação determinada e a existência de prejuízos ambientais que podem
ser causados.

017. (CEBRASPE/MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/ANALISTA AMBIENTAL III/2011) Com


relação a produto químico perigoso, julgue o item subsequente.
A Convenção de Roterdã regula o comércio internacional de produtos químicos perigosos, fun-
damentando-se no princípio da prevenção, que objetiva evitar riscos ao meio ambiente por
meio de medidas necessárias de prevenção.

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A questão está certa. O Princípio da Prevenção trabalha com base na certeza científica a res-
peito do dano ambiental. Através dele, há o risco concreto, certo e conhecido ao meio ambien-
te. Já o Princípio da Precaução trabalha por meio da ausência de certeza científica. Assim, o
risco é duvidoso, incerto ou potencialmente desconhecido. Em se tratando de exploração de
produtos químicos, há sim a certeza de dano previsível ao meio ambiente. Logo, o Princípio da
Prevenção é o mais adequado para fundamentar tal atividade.
Certo.

018. (CEBRASPE/MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/ANALISTA AMBIENTAL III/2011) No


que concerne aos Princípios do Direito Ambiental, a norma da Constituição Federal Brasileira
que diz que incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou ativi-
dade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio
de impacto ambiental, a que se dará publicidade (art. 225, §1º, IV), aplicou o princípio:
a) da educação ambiental.
b) da prevenção.
c) do poluidor pagador.
d) da responsabilidade civil objetiva.
e) da prioridade da reparação específica do dano ambiental.

O Princípio da Prevenção deve ser aplicado quando há a certeza do risco ao meio ambiente,
ou seja, há a premissa da ocorrência anterior do risco, ou ainda a sua identificação é possível
por meio de pesquisas e estudos de impactos ambientais. Ou seja, é o princípio que atua com
base na certeza científica.
Letra b.

3.4. Precaução
O Princípio da Precaução pode ser considerado como um complemento do Princípio da
Prevenção, tendo em vista que ambos atuam na busca por coibir ações que possam ser da-
nosas ao meio ambiente. Neste sentido, ao contrário da Prevenção, que trabalha na perspec-
tiva da certeza científica, a Precaução se baseia em casos onde há a ausência de evidências
científicas capazes de apontar para a certeza da existência de um dano ou potencial atividade
danosa ao meio ambiente.
É preciso que haja a criação de mecanismos capazes de precaver eventuais danos ambien-
tais causados por alguma interferência humana. Desta forma, há ainda a exigência de medidas
a serem tomadas no intuito de garantir a proteção ambiental com vistas a proibir, de forma

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temporária ou definitiva, as atividades danosas ao equilíbrio ambiental. No cenário jurídico


brasileiro, o princípio da prevenção surgiu por meio do Princípio n. 15 da Declaração Rio 92,
que dispõe o seguinte:

Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente obser-
vado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou
irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adia-
mento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

Tal princípio possui uma aceitação internacional bastante ampla, uma vez que foi tocado
em eventos ambientais de impacto global como a Convenção das Nações Unidas sobre a Mu-
dança do Clima (1992) e a Convenção da Diversidade Biológica (1992). No caso brasileiro, da
mesma forma do princípio da prevenção, não está explícito no texto constitucional, embora
encontre previsão no artigo 225, incisos IV e V, parágrafo 1º.
A precaução deve ser vista como uma antecedente da prevenção, tendo em vista que a sua
preocupação não é evitar danos ambientais, mas sim evitar riscos de danos que podem ser
causados ao meio ambiente. Em termos mais simples: se é sabido que uma atividade X pode
causar danos ao meio ambiente (certeza científica, lembra?), aplica-se o princípio da preven-
ção, que impede que a intenção de dano seja viabilizada.
Porém, se não há a certeza que a atividade X pode causar danos ambientais (incerteza científi-
ca, lembra também?), aplica-se o princípio da precaução, para que se possa justamente precaver o
dano. Desta feita, evita-se não somente que os danos já conhecidos possam ocorrer, mas também
se exclui as hipóteses que possam resultar em riscos dos quais a vítima será o meio ambiente.
Assim, nos casos onde houver a dúvida científica acerca da possibilidade de danos am-
bientais, por exemplo, na hipótese de descarte de material geneticamente modificado no solo
ou subsolo, aplica-se o princípio da precaução, justamente para proteger o meio ambiente de
um risco que pode ser causado em um futuro a próximo, médio ou longo prazo.
O princípio da precaução atua em uma espécie de contracorrente lógica: ao invés de os
órgãos de proteção ambiental trabalharem para provar que uma determinada atividade pode
causar danos ao meio ambiente, é justamente o empreendedor da atividade que deve demons-
trar que a referida atividade não representa danos ou potenciais danos ambientais. Desta ma-
neira, ele possui uma atuação mais nobre do que o da prevenção: enquanto o segundo trabalha
adotando medidas corretivas para reaver os danos ambientais, o primeiro atua justamente na
missão de fazer com que esses danos não ocorram.

019. (CEBRASPE/PGE-PI/PROCURADOR DO ESTADO/2008) Em 1992, reunida na cidade do


Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
votou, unanimemente, a chamada Declaração do Rio de Janeiro. Entre os 27 princípios que
compõem esse documento, está o princípio da precaução. Acerca desse princípio, assinale a
opção correta.

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a) O princípio da precaução é amplamente observado pelos Estados, de modo a proteger o


meio ambiente sempre que houver certeza científica da ameaça de danos sérios ou irreversí-
veis ao mesmo.
b) A doutrina do referido princípio considera que o mundo da precaução é um mundo onde os
saberes são colocados em questão. A precaução nasce da diferença temporal entre a neces-
sidade imediata de ação e o momento em que os conhecimentos científicos vão modificar-se.
Ela visa gerir a espera da informação.
c) A precaução caracteriza-se pela ação compensatória diante do risco ou do perigo.
d) O risco ou perigo devem caracterizar-se pela ameaça séria e irreversível à diversidade bioló-
gica. Essa definição não engloba os efeitos das ações humanas sobre o meio ambiente, mas
tão-somente as decisões políticas oriundas da esfera federal.
e) A CF estabelece duas categorias de risco. Os riscos aceitáveis incluem os que colocam
em perigo apenas valores menores, como o manejo ecológico das espécies e a diversidade e
integridade do patrimônio genético. Os riscos que atingem valores constitucionais protegidos,
como o meio ambiente ecologicamente equilibrado e a função ecológica das bacias hidrográ-
ficas, pertencem à categoria dos riscos inaceitáveis.

Questão bonita, né? Bem elaborada, a banca claramente retirou trechos de livros de doutrina-
dores jurídicos muito competentes. E a resposta correta é justamente o trecho fiel de um livro
de Direito Ambiental que eu particularmente gosto demais! Veja abaixo:

“O mundo da precaução é um mundo onde há a interrogação, onde os conhecimentos são coloca-


dos em questão. No mundo da precaução há uma dupla fonte de incerteza: o perigo ele mesmo con-
siderado e a ausência de conhecimentos científicos sobre o perigo. A precaução visa gerir a espera
da informação. Ela nasce da diferença temporal entre a necessidade imediata de ação e o momento
onde nossos conhecimentos científicos vão modificar-se” (MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito
Ambiental Brasileiro. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 55).
Letra b.

020. (CEBRASPE/TRF 1ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2009) Assinale a opção correta quanto ao


princípio da precaução.
a) Esse princípio foi criado na Conferência de Estocolmo, em resposta aos danos causados
pelo vazamento de mercúrio na baía de Minamata e, por isso, os primeiros escritos doutriná-
rios da época referiam-se a ele como o princípio de Minamata.
b) Tal princípio teve origem no princípio da incerteza, da física quântica, e foi o tema central da
Carta da Terra, redigida na abertura da Eco-92, na qual o jurista alemão Reinhardt Sttifelmann
defendeu que, na atual sociedade de risco, só se podem tomar medidas ambientalmente im-
pactantes com respaldo da ciência.

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c) Fundado no princípio da prevenção, o princípio da precaução aponta a inexistência de cer-


tezas científicas como pressuposto para a adoção de política liberal pautada pelo caráter não
intervencionista do poder público nas atividades econômicas.
d) Esse princípio fundamenta-se no direito penal secundário e diferencia-se do princípio da
prevenção geral e da prevenção específica, pois espelha os aspectos garantistas dos direitos
de terceira geração.
e) Tal princípio constitui a garantia contra os riscos potenciais que não podem ser ainda iden-
tificados, devido à ausência da certeza científica formal, e baseia-se na ideia de que o risco de
dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever esse dano.

De acordo com o Princípio número 15 da Declaração Rio 92, aprovada na Conferência das Na-
ções Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992), os Estados
deverão aplicar, com a finalidade de proteger o meio ambiente, o critério amplo de precaução
conforme suas capacidades. Assim, quando houver perigo de dano grave ou irreversível ao
meio ambiente, a falta de certeza científica não deverá ser utilizada como razão para que
seja adiada a adoção de medidas eficazes em função dos custos para impedir a degradação
ambiental.
Letra e.

021. (CEBRASPE/IPHAN/TÉCNICO I ÁREA II/2018) A respeito de princípios fundamentais


do direito ambiental, julgue o item subsequente.
Na linha da harmonização entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econô-
mico, a Constituição Federal de 1988 estabelece a defesa do meio ambiente e permite trata-
mento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus proces-
sos de elaboração e prestação.

A questão está correta. O texto constitucional prevê o direcionamento de tratamento diferen-


ciado em conformidade com a magnitude do impacto ambiental realizado. Veja abaixo a fun-
damentação legal para tal afirmação:

CF/1988. Art. 170, caput: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na li-
vre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observando os seguintes princípios:
(...)
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto am-
biental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
Certo.

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3.5. Reparação (ou Responsabilidade)


O Princípio da Reparação, também conhecido como Princípio da Responsabilidade, diz
respeito à responsabilização do agente responsável pela poluição ou degradação ambiental.
Assim, há a obrigatoriedade de compensação pelos efeitos nocivos causados ao meio am-
biente, todavia, em alguns casos, o dano ambiental não pode ser reparado, e nessas ocasiões
deve-se realizar uma substituição monetária equivalente, a fim de suprir o bem ambiental dani-
ficado. Tal princípio é expresso pelo artigo 3º do artigo 225 da CF/1988. Veja:

“As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de repa-
rar os danos causados.”

A reparação ambiental tem por objetivo a condução do bem ambiental degradado à con-
dição equivalente àquela anterior ao dano, devendo-se levar em consideração que, em muitos
casos, a retomada das perfeitas condições ambientais não é possível, como é o exemplo dos
desastres de grande magnitude. Lembre dos casos de Brumadinho e Mariana, no Estado de
Minas Gerais, onde não é possível restabelecer as condições ambientais anteriores ao rompi-
mento das barragens.
O principal fundamento da adoção do princípio da reparação ambiental é a ampliação da
ideia de responsabilidade civil para além da perspectiva clássica adotada no direito, o que
abrange não apenas o dano causado ao meio ambiente, como também a extensão dos danos
gerados por consequência do ato praticado.
A Lei n. 6.938/1981, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), prevê
a responsabilização objetiva do agente causador da degradação ambiental como ferramenta
para a exigibilidade de reparação dos danos causados. Neste sentido, mesmo que na ausência
de dolo ou culpa, isto é, bastando a pura execução da atividade que coloque o meio ambiente
em risco, pode uma pessoa física ou jurídica ser acionada para reparar os prejuízos causados
ao meio ambiente, visando mitigar o dano ambiental efetivado.
Em que pese o princípio referido ser bastante difundido no ordenamento jurídico brasileiro,
conforme exemplificado nos parágrafos anteriores, vale dizer que ele se refere a uma previsão
também bastante debatida e abraçada no cenário internacional. Como exemplo, o Princípio 13
da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92 (ou
Eco-92, como queira), traz o seguinte:

“Os Estados deverão desenvolver a legislação nacional relativa à responsabilidade e à indenização


referente às vítimas da contaminação e outros danos ambientais.
Os Estados deverão cooperar de maneira diligente e mais decidida no preparo de novas leis inter-
nacionais sobre responsabilidade e indenização pelos efeitos adversos dos danos ambientais cau-
sados pelas atividades realizadas dentro de sua jurisdição, ou sob seu controle, em zonas situadas
fora de sua jurisdição.”

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O princípio acima é somente um dos vários que indicam a preocupação global acerca
da responsabilização dos agentes causadores de danos ambientais. Reparar o meio am-
biente de forma integral e retornar sua qualidade à condição anterior à degradação, sem
dúvidas, é improvável, contudo, é mais que urgente que os causadores de danos ambientais
sejam responsabilizados e assim compreendam que a proteção do meio ambiente é um
dever coletivo.

022. (CEBRASPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2009) Com relação à tutela penal do meio


ambiente, julgue os itens seguintes.
As pessoas físicas e as jurídicas estão sujeitas às mesmas sanções penais decorrentes da
prática de crime ambiental, quais sejam: penas privativas de liberdade, restritivas de direi-
to e multas.

A questão está errada. Pessoa Jurídica NÃO sofre pena privativa de liberdade. Imagina uma
empresa sendo detida pela PM. Não dá, né?
Errado.

023. (CEBRASPE/PGE-AL/PROCURADOR DO ESTADO/2009) As sanções administrativas de


cunho ambiental encontram-se previstas em diferentes normas do SISNAMA, entre elas a Lei
n. 9.605/1998. As sanções administrativas previstas nessa lei não incluem a:
a) advertência.
b) multa diária.
c) multa simples.
d) falência da empresa.
e) destruição ou inutilização de produto.

As sanções administrativas ambientais estão previstas em diversas normas do Sistema Na-


cional do Meio Ambiente (SISNAMA), incluindo a Lei de Crimes Ambientais, n. 9.605/1998. O
artigo 72 traz o rol das devidas infrações, dentre as quais NÃO se inclui a falência da empre-
sa, a saber:

Art. 72 – As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o dispos-
to no art. 6º:
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;

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IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equi-
pamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V – destruição ou inutilização do produto;
VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total de atividades;
Letra d.

3.6. Informação
Assim como o Princípio da Reparação, que você viu no tópico anterior, o Princípio da In-
formação está previsto em diversos documentos oficiais internacionais. Como exemplo, vide
os casos da Rio 92, da Conferência do Meio Ambiente e Saúde de Frankfurt, em 1989, dentre
vários outros.
A garantia da proteção ecológica do meio ambiente como elemento fundamental da qua-
lidade de vida e da dignidade da pessoa humana se apresentou como uma construção alicer-
çada ao longo do tempo, e ganhou força graças ao caráter cidadão e participativo da Cons-
tituição Federal de 1988. Neste ensejo, o Direito à Informação ganhou um caráter de direito
subjetivo da coletividade, razão que estendeu a sua interpretação também para a relação do
Estado com a sociedade.
Assim, o Princípio da Informação no Direito Ambiental ganhou uma maior notoriedade,
sendo tratado como direito fundamental previsto no artigo 5º e em todo o decorrer do corpo
constitucional. Desta feita, veja abaixo a disposição contida no referido artigo:

Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
sário ao exercício profissional;
(...)
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
(...)

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Conforme se extrai da interpretação constitucional, o princípio da informação determina


que o acesso à mesma não pode ser monopolizado pelas autoridades públicas, tendo em vis-
ta que a sociedade também tem interesse direto na propagação das informações, sobretudo
aquelas relacionadas ao meio ambiente. Por esta razão, os dados e informações ambientais
devem ser publicizados. Isto porque, conforme determina o artigo 225 da CF/1988, a obriga-
ção pela preservação do meio ambiente deve ser repartida entre o poder público e a coletivi-
dade. Para relembrar, leia abaixo o referido trecho constitucional:

Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(...)
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para
a preservação do meio ambiente;
(...)

Diante disso, tem-se que o princípio da informação detém uma importância fundamen-
tal no âmbito do direito ambiental, devendo ser aplicado conforme a complexidade da
matéria, não apenas como um princípio autônomo, mas sim congregado ao princípio da
participação social. Nesta perspectiva, o objetivo central do referido é que, quando efetiva-
do, viabilize a todos os cidadãos o direito de acesso aos dados e informações de questões
relativas ao meio ambiente, oportunizando a ampliação da participação social nas referi-
das demandas.

024. (CEBRASPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2010) Há inúmeros princípios ambien-


tais que orientam a otimização das regras de proteção do meio ambiente. Esses princípios
constam na Política Nacional do Meio Ambiente, na CF e em documentos internacionais
de proteção do meio ambiente, como Conferência de Estocolmo de 1972, Nosso Futuro
Comum (Relatório Brundtland) e Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento, de 1992 (ECO-92).
Considerando o texto acima, julgue os itens subsequentes, acerca dos princípios ambientais e
de sua adoção em regras procedimentais de proteção do meio ambiente.
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o seu Relatório (RIMA) são documentos técnicos
de caráter sigiloso, de forma a impedir danos às empresas concorrentes da obra pública
em estudo.

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A questão está errada. Ao contrário do que ela sugere, diversos são os instrumentos legais
que apontam para a necessidade de publicização dos atos e informações responsáveis por
guiar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Veja
alguns abaixo:
Constituição Federal, artigo 215, parágrafo 1º, inciso IV:

IV – Exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de


significativa degradação do meio ambiente, o estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;

Artigo 11 da Resolução n. 001/1981 do CONAMA:

Art. 11 – Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA
será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros
de documentação ou bibliotecas da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente,
inclusive o período de análise técnica.

Artigo 3º DA Resolução n. 237/1997 do CONAMA:

Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencial-
mente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto
ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á
publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regu-
lamentação.
Errado.

025. (CEBRASPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2007) Há inúmeros princípios ambien-


tais que orientam a otimização das regras de proteção do meio ambiente. Esses princípios
constam na Política Nacional do Meio Ambiente, na CF e em documentos internacionais de
proteção do meio ambiente, como Conferência de Estocolmo de 1972, Nosso Futuro Co-
mum (Relatório Brundtland) e Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
de 1992 (ECO-92).
Considerando o texto acima, julgue os itens subsequentes, acerca dos princípios ambientais e
de sua adoção em regras procedimentais de proteção do meio ambiente.
O princípio da participação da população na proteção do meio ambiente está previsto na Cons-
tituição Federal e na ECO-92.

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A questão está certa. O Princípio da Participação na proteção do meio ambiente está previsto
tanto na Constituição Federal, por força do artigo 225 (você acabou de vê-lo no último tópico)
e também pelo Princípio 10 da Declaração Rio 92, que assim dispõe:

O melhor modo de tratar as questões ambientais é com a participação de todos os cidadãos in-
teressados, em vários níveis. No plano nacional, toda pessoa deverá ter acesso adequado à infor-
mação sobre o ambiente de que dispõem as autoridades públicas, incluída a informação sobre os
materiais e as atividades que oferecem perigo a suas comunidades, assim como a oportunidade de
participar dos processos de adoção de decisões. Os Estados deverão facilitar e fomentar a sensibi-
lização e a participação do público, colocando a informação à disposição de todos. (...)
Certo.

3.7. Participação Social


O texto constitucional de 1988 foi responsável por promover o restabelecimento da demo-
cracia no Brasil, após um longo período de supressão de direitos e garantias. Neste sentido,
um dos principais elementos constitutivos da nova carta constitucional foi a garantia da parti-
cipação da sociedade nos processos decisórios. Assim, com a nova possibilidade de partici-
pação social, os canais do Poder Público tiveram que se abrir para ouvir a população.
A problemática do meio ambiente também ganhou novos contornos, de modo que a so-
ciedade e o poder público foram, enfim, convidados a participar dos processos que envolvem
o bem ambiental (artigo 225 da CF/1988). A nova possibilidade de atuação coletiva em nome
da defesa do meio ambiente foi vista como uma novidade que alçou o equilíbrio ambiental à
condição de direito fundamental, tendo em vista que se trata de um interesse de natureza di-
fusa e coletiva.
Assim, a participação popular em matéria ambiental é responsável por proporcionar à
sociedade uma nova relação com o Estado, a qual se estabelece com base no surgimento de
uma cidadania ativa e consciente. De tal maneira, o referido princípio passou a ser conside-
rado um elemento fundamental para os novos moldes da defesa do meio ambiente enquan-
to direito fundamental, assegurando que o interesse difuso quanto ao equilíbrio ecológico
será atendido.
A participação social é uma característica fundamental do modelo democrático estabele-
cido após a nova constituinte, assegurando à sociedade uma posição ativa e concreta no que
se refere ao poder decisório acerca da gestão dos bens e direitos de interesse coletivo. Assim,
o cidadão abandona aquela postura passiva de outrora, que resumia a cidadania ao direito de
votar e ser votado, e passa a atuar efetivamente nos processos de tomadas de decisão.

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O referido princípio tem implicações diretas no modelo democrático estabelecido, tendo em


vista que ele é responsável por estruturar os processos que garantem à sociedade a sua efeti-
va participação na democracia, pontuando e interferindo os processos decisórios, atuando de
forma centralizada no exercício do controle social e garantindo que o Estado levará os anseios
e necessidades sociais em conta. A legislação brasileira é muito diversificada no que tange a
garantia de mecanismos de participação social nas questões que envolvem o meio ambiente.
Veja no quadro abaixo alguns dos instrumentos mais abordados acerca da matéria:
I – A realização de audiências públicas em licenciamentos para empreendimentos e
atividades efetiva ou potencialmente causadoras de danos ambientais.

II – A possibilidade de impetração de ação civil pública e ação popular visando a apuração


da responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados ao meio ambiente e aos
bens de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

III – a possibilidade de qualquer cidadão, ao constatar determinada ação que possa


resultar em dano ambiental, dirigir-se às autoridades administrativas ou judiciais
competentes para a efetivação do exercício de seu poder de polícia.

IV – A garantia da Educação Ambiental como instrumento protegido pela Política Nacional


do Meio Ambiente (PNMA).

V – O direito de participação da sociedade civil em órgãos públicos competentes para a


regulação ambiental, a exemplo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

VI – A determinação da participação cidadã na Política Nacional de Mudanças do Clima.


(dentre outros).

4. Progresso Econômico, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável


A palavra Sustentabilidade ganhou muita notoriedade nos últimos tempos, tendo em vista
o aumento expressivo do debate acerca da preservação do meio ambiente. O sentido desse
termo é diretamente relacionado ao conceito de Desenvolvimento Sustentável e corresponde
ao desenvolvimento de ações capazes de promover o desenvolvimento da sociedade em con-
junto com boas práticas de proteção do meio ambiente.
Assim, para além de algo puramente relacionado ao meio ambiente, a sustentabilidade e o
desenvolvimento sustentável são ancorados em um processo de concretização de objetivos
capazes de promover o desenvolvimento social e econômico. O desenvolvimento sustentável,
primordialmente, pressupõe a relação entre o progresso econômico, a conservação do meio
ambiente e a expansão das capacidades dos indivíduos.
Ele é um conceito fundamental no desenvolvimento de uma mentalidade social que preze
pelo uso racional dos recursos ambientais e consequente diminuição dos impactos negativos
sobre o meio ambiente, decorrentes das ações humanas. Assim, ao difundi-lo, há o desenvolvi-
mento de uma coligação positiva entre a economia, o meio ambiente e a sociedade, que auxilia,
inclusive, no desenvolvimento de novas vertentes científicas, a exemplo dos estudos urbanos.

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A partir disso, é possível concluir que o desenvolvimento sustentável exprime a importân-


cia de se atentar para três principiologias essenciais: da economia, do meio ambiente e da
sociedade. Essas ações se fundamentam e dão vazão para o conceito da sustentabilidade, in-
timamente ligada à promoção de ações e mecanismos capazes de garantir a preservação am-
biental e o desenvolvimento socioeconômico. Essas ações são compostas por um conjunto de
princípios que almejam o desenvolvimento da economia a partir da adoção de estratégias de
natureza ambiental e social. Assim, algumas medidas são importantes para que tais preceitos
sejam atendidos, dentre as quais ressalto:
• A diminuição da geração de resíduos sólidos;
• O uso racional dos recursos naturais;
• O correto descarte de resíduos eletrônicos, que originam a chamada Logística Reversa
e gera uma série de novos empregos;
• Dentre outros.

Os termos Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade se originam da ampliação do


debate internacional acerca da importância da preservação do meio ambiente. No final do Sé-
culo XX, as ações propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) foram responsáveis
por chamar as atenções mundiais para a problemática do meio ambiente, e daí uma série de
novos conceitos sobre o tema passaram a fazer parte do debate público. O Desenvolvimento
Sustentável e a Sustentabilidade, sem dúvidas, foram os mais difundidos.
Assim, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em
1972 na cidade de Estocolmo (Suécia) foi o palco para o início da discussão acerca do desen-
volvimento sustentável. O evento foi um momento importantíssimo para a ampliação do de-
bate entre os países sobre a questão ambiental, enfatizando as preocupações mundiais com
os riscos que o meio ambiente sofre em virtude da ação humana, da expansão urbana e do
aumento das atividades industriais.
Posteriormente, a utilização do termo desenvolvimento sustentável foi mais difundida na
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio
de Janeiro, em 1992. A famosa Rio 92 foi o evento responsável pelo desenvolvimento da Agen-
da 21, que expressava a preocupação mundial em virtude dos impactos das ações humanas
sobre o meio ambiente. Foi aí que o mundo passou a defender a utilização do desenvolvimento
sustentável como estratégia para minimizar as alterações ambientais negativas.
O desenvolvimento sustentável opera com base em três princípios fundamentais, que são:
• Sustentabilidade Econômica;
• Sustentabilidade Social;
• Sustentabilidade Ambiental.

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E traça uma série de objetivos, dentre os quais pode-se destacar:


• Erradicação da fome;
• Erradicação da pobreza;
• Aumento dos índices de qualidade da saúde;
• Utilização de energias renováveis;
• Inovação das atividades industriais;
• Surgimento de novas abordagens científicas;
• Crescimento das cidades sustentáveis;
• Melhoramento da qualidade da água;
• Aprimoramento do uso do solo e do ar;
• Mudanças climáticas positivas;
• Dentre outros.

026. (CEBRASPE/TRF-1/JUIZ FEDERAL/2011) A biodiversidade integra, na atualidade, a agen-


da política, econômica e ambiental em todos os países, sendo sua efetiva proteção reconhecida
como fundamental ao equilíbrio ecológico. Acerca desse tema, assinale a opção correta.
a) Incluem-se entre os objetos de proteção, no âmbito da biodiversidade, aspectos relaciona-
dos à biotecnologia, tais como a utilização de sistemas biológicos, organismos vivos e deriva-
dos na fabricação ou modificação de produtos ou processos para uso específico.
b) O texto constitucional não incluiu em seus dispositivos a proteção à biodiversidade.
c) A biodiversidade é corretamente definida como a variedade de espécies vivas existentes
nos diversos ecossistemas, não abrangendo as complexas relações que se formam entre as
diversas formas de vida, tampouco os recursos ambientais.
d) A Convenção da Biodiversidade Biológica foi o primeiro documento a definir, no cenário in-
ternacional, a proteção à biodiversidade.
e) Na aplicação das disposições da Política Nacional da Biodiversidade, os limites da jurisdi-
ção nacional restringem-se ao território nacional continental.

O estudo da Biodiversidade evoluiu conforme a tecnologia se aprimorou. Por isto, além de


proteger as formas de vida, ela passou a incluir o conjunto de técnicas que envolvem a mani-
pulação de organismos vivos para a formulação de produtos biológicos aplicados à saúde, à
agricultura, à indústria e afins. Este evolução se transformou em uma nova ciência, denomina-
da Biotecnologia, que passou a utilizar sistemas biológicos em favor do desenvolvimento de
produtos e processos tecnológicos especiais.
Letra a.

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027. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2009) Uma grande fazenda situada em


área declarada como Serra do Mar foi afetada por ato administrativo normativo que, ao criar
reservas florestais na área, impediu a realização da atividade econômica de criação de gado no
local, e também pelas normas protetivas instituídas pelo Código Florestal relativas às áreas de
reserva legal e de preservação permanente. O proprietário ajuizou, então, ação com pedido de
indenização contra o poder público, pois entendeu que as restrições acarretaram grande prejuí-
zo econômico, já que seu imóvel era destinado justamente à criação de gado leiteiro e de corte.
Diante dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.
A atuação do poder público visa resguardar o direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
librado, o qual, segundo a tradicional classificação de direitos constitucionais em gerações de
direitos, configura um típico direito de terceira geração.

A alternativa está certa. De acordo com a doutrina jurídica majoritária, as principais gerações
do direito que são pacificadas pelas correntes de pensamento majoritárias são: os direitos
de primeira geração, nos quais se incluem os direitos civis e políticos; os direitos de segunda
geração, onde se destacam os direitos sociais, culturais e econômicos e, por fim, os direitos
de terceira geração, nos quais se incluem os direitos da fraternidade e da solidariedade, aqui
destacando-se os direitos difusos e coletivos, a exemplo do próprio meio ambiente.
Certo.

028. (CEBRASPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) De acordo com o que dispõe a


Lei n. 6.938/1981, o meio ambiente é considerado como um equipamento público, de uso co-
mum do povo, a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista a sua natureza
histórica, pan edênica, geracional, ubiquitária e transindividual, abrangendo as comunidades,
os ecossistemas e a biosfera.

A alternativa está errada. De acordo com o inciso I do parágrafo 3º da Lei n. 6.938/1981, que
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e dá outras providências, entende-se por
Meio Ambiente o “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. (...)”
Note, neste sentido, que ao descrever o meio ambiente, não há qualquer menção à palavra
“equipamento”, e apenas dedicando atenção a este ponto você consegue perceber o equívoco
da questão.
Errado.

029. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017)


De acordo com os princípios do Direito Ambiental, julgue o item que se segue:
O conceito de Meio Ambiente que vem embutido na norma jurídica não abrange o conjunto de
leis que rege a vida em todas as suas formas.

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A alternativa está errada. Para solucioná-la, você precisa ter em mente o conceito trabalhado
no artigo 3º da Lei n. 6.938/1981, ao determinar que o meio ambiente compreende “o conjunto
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
Errado.

5. Meio Ambiente e Recursos Naturais


A Constituição Federal de 1988 é considerada um marco na defesa do meio ambiente,
tendo em vista que dispõe de diferentes seções e capítulos que versam sobre a necessidade
e obrigatoriedade de preservação ambiental para garantir às presentes e futuras gerações o
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Ademais, foi o primeiro texto consti-
tucional doo Brasil a utilizar a expressão “Meio Ambiente”, o que denota a importância que o
legislador constitucional conferiu ao tema.
O capítulo n. VI da CF/1988 traz diversos conceitos e princípios ambientais inovadores que
serviram de base para direcionar o direito ambiental nacional. Além disto, percebe-se outro
ponto de inovação ao repartir entre o Poder Público e a coletividade a responsabilidade pela
defesa e preservação do meio ambiente, elemento que assevera a importância da sociedade
nos assuntos de ordem pública e, não por acaso, amplia a participação popular garantida pelo
texto constitucional.
De acordo com o artigo n. 225 da CF/1988, todos têm direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon-
do-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações. Esta previsão faz surgir o direito ao meio ambiente equilibrado.
O meio ambiente e os seus recursos naturais foram, durante muito tempo, utilizados sem
mecanismos consideráveis de controle, uma vez que o senso comum pregava a ideia de que
eles eram inacabáveis (o exemplo clássico da água, lembra?) e, por esta razão, jamais entra-
riam em escassez. Todavia, o desenvolvimento do capitalismo somado ao aumento populacio-
nal foram responsáveis por lançar inquietações das mais variadas a fim de desfazer a ideia dos
recursos naturais enquanto bens inexauríveis.
De tal maneira, os Recursos Naturais podem ser compreendidos como os elementos dis-
poníveis na natureza que podem e devem ser utilizados para a satisfação das necessidades
dos seres vivos. Eles podem ser renováveis ou não renováveis, e se subdividem em biológicos,
hídricos, minerais e energéticos. São indispensáveis para a manutenção da vida, uma vez que
são responsáveis por suprir boa parte das necessidades dos seres humanos e das demais
formas de vida disponíveis. Com o passar do tempo, estes recursos passaram a ser objeto
constante de preocupação das searas jurídica, estatal e científica.

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Com isto, recursos naturais como a água, o solo, o ar, a luz solar, dentre outros, passaram a
ser tratados como bens juridicamente protegidos. Porém, embora não sejam considerados bens
no sentido estritamente econômico, posto que não são susceptíveis de apropriação, alguns deles
recebem tratamento específico e suas distribuições são oneradas, a exemplo da água potável.
A necessidade de promover um melhor aproveitamento dos recursos naturais fez surgir uma sé-
rie de mudanças quanto ao tratamento do tema. Estes bens, inicialmente tratados como recursos ili-
mitados, passaram a ser utilizados com mais ponderação e cuidado jurídico, daí a serem classifica-
dos como bens passíveis de escassez e, com isto, passaram a dispor de uma valoração econômica.
Qualificar o meio ambiente e os recursos naturais como bens ameaçados de escassez sig-
nifica incluí-los no rol de um problema eminentemente econômico. O exemplo do tratamento e
distribuição da água é claro nesse sentido, tendo em vista que a mesma passa de um recurso
natural para um bem economicamente distribuído.
Imagine, por exemplo, um cidadão que encontra um rio belo e biologicamente fértil em uma lo-
calidade distante e passa a afirmar que é de sua propriedade. Com isto, caso não existisse um tra-
tamento jurídico diferenciado que tratasse dos recursos naturais como bens tutelados pelo Estado,
facilmente o cidadão poderia tratar o rio e tudo o que dele saísse como se fosse de sua titularidade.
Diante da limitação dos recursos naturais, insurge a necessidade de estabelecimento de
mecanismos jurídicos que atribuam regras de direcionamento para tais categorias. Neste sen-
tido, o tratamento que a Constituição Federal conferiu à problemática do meio ambiente e dos
recursos naturais revela que houve uma preocupação com alguns eixos centrais, a exemplo da
conservação da diversidade biológica, a criação de espaços territoriais ecologicamente prote-
gidos, dentre outros elementos que revelam a postulação dos recursos naturais ao status de
bens ambientais e juridicamente protegidos.

030. (CEBRASPE/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATI-


VO/2005) Acerca dos recursos hídricos, julgue o item que se abaixo.
A dominialidade pública da água, bem de uso comum do povo, reafirmada na Lei Federal n.
9.433/1997 e na Lei Distrital n. 2.725/2001, transforma os poderes públicos federal e do DF em
proprietários da água. Esse princípio é o fundamento dos instrumentos da outorga e da cobran-
ça pelo uso da água, utilizados pelo gestor público para promover leilões e arrecadar recursos
financeiros provenientes do uso da água.

A alternativa está errada. O artigo 1º da Lei n. 9.433/1997, que institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos, determina:

Art. 1º – A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:


I – a água é um bem de domínio público;
Errado.

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031. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA/2002) Um fazendeiro possui


imenso reservatório artificial de água, oriundo do represamento da nascente de um rio existen-
te dentro da sua propriedade.
Acerca do direito ambiental, da política nacional de recursos hídricos federal prevista na Lei n.
9.433/1997 e do caso hipotético acima descrito, julgue o item seguinte.
O fazendeiro é proprietário da água por acessão física.

A alternativa está errada. De acordo com o artigo 1º da Lei n. 9.433/1997, que institui a Política
Nacional de Recursos Hídricos, a Política Nacional de Recursos Hídricos se baseia fundamen-
talmente na premissa de que “a água é um bem de domínio público”. Ademais, segundo o arti-
go 20 inciso III da Constituição Federal de 1988, são bens da União:

Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais
de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
(...)

Para além, o inciso I do artigo 26 da CF/1988 assevera que estão incluídos entre os bens
do Estado:

as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste


caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
(...)

Ou seja, resta a compreensão de que toda água e suas correntes são de domínio público e,
mesmo que esta seja localizada em uma propriedade privada, mesmo assim continua sendo
um bem público.
Errado.

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RESUMO
O artigo 215, a Constituição Federal de 1988 dispõe acerca da garantia do meio ambiente
enquanto direito fundamental. A partir de sua redação, compreende-se as questões ambien-
tais a partir de um enfoque de interesse público, comprometendo não somente o texto consti-
tucional, como também toda a disposição infraconstitucional, garantindo assim a salvaguarda
do equilíbrio ambiental.
No estudo do Direito, pode-se dizer que os Princípios são as bases que sustentam uma nor-
ma jurídica. Ademais, também se apresentam como ideias um tanto genéricas, das quais po-
dem ser extraídas algumas intenções que devem nortear a criação de outras normas, ou ainda
o lugar ao qual se recorre nos casos de lacunas na aplicação de normas já existentes. Assim,
os princípios são os fundamentos e as essências da norma jurídica, ou seja, são o refúgio da
mesma para racionalizar a própria legitimidade.
O Princípio do Poluidor-Pagador é dotado de um caráter econômico, tendo em vista que
exige do poluidor o pagamento dos custos resultantes da atividade poluente. Todavia, a falta
de determinação precisa no que tange ao seu conteúdo normativo é um dos fatores que com-
prometem a sua aplicação e eficácia.
Já o Princípio do Usuário Pagador pressupõe que deve existir uma contrapartida finan-
ceira recaindo sobre aqueles que se utilizam dos recursos naturais. Nesta perspectiva, o PUP
compreende que os recursos naturais devem se sujeitar à aplicação de instrumentos econô-
micos a fim de fazer com que suas utilizações se convertam em benefício para a sociedade.
O Princípio da Prevenção consiste na prestação positiva efetuada por parte do Estado com o
objetivo de afastar as possibilidades de riscos potencialmente causados ao meio ambiente. As-
sim, determinadas medidas são antecipadas para coibir ou evitar agressões ao meio ambiente.
O Princípio da Precaução pode ser considerado como um complemento do Princípio da Pre-
venção, tendo em vista que ambos atuam na busca por coibir ações que possam ser danosas
ao meio ambiente. Neste sentido, ao contrário da Prevenção, que trabalha na perspectiva da
certeza científica, a Precaução se baseia em casos onde há a ausência de evidências científi-
cas capazes de apontar para a certeza da existência de um dano ou potencial dano ambiental.
O Princípio da Reparação, também conhecido como Princípio da Responsabilidade, diz res-
peito à responsabilização do agente responsável pela poluição ou degradação ambiental. As-
sim, há a obrigatoriedade de compensação pelos efeitos nocivos causados ao meio ambiente,
todavia, em alguns casos, o dano ambiental não pode ser reparado, e nessas ocasiões deve-se
realizar uma substituição monetária equivalente, a fim de suprir o bem ambiental danificado.
A palavra Sustentabilidade ganhou muita notoriedade nos últimos tempos, tendo em vista
o aumento expressivo do debate acerca da preservação do meio ambiente. O sentido desse
termo é diretamente relacionado ao conceito de Desenvolvimento Sustentável e corresponde
ao desenvolvimento de ações capazes de promover o desenvolvimento da sociedade em con-
junto com boas práticas de proteção do meio ambiente.

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Os termos Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade se originam da ampliação do


debate internacional acerca da importância da preservação do meio ambiente. No final do Sé-
culo XX, as ações propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) foram responsáveis
por chamar as atenções mundiais para a problemática do meio ambiente, e daí uma série de
novos conceitos sobre o tema passaram a fazer parte do debate público. O Desenvolvimento
Sustentável e a Sustentabilidade, sem dúvidas, foram os mais difundidos.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Com relação à ordem social, jul-
gue o item subsequente.
Pessoas físicas ou jurídicas que degradarem o meio ambiente poderão sofrer sanções penais,
civis e administrativas.

002. (CEBRASPE/PGDF/ANALISTA JURÍDICO/2020) Com base na Lei n. 6.938/1981, julgue


o item a seguir:
A racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar é um dos objetivos expressamen-
te previstos na Lei n. 6.938/1981.

003. (CEBRASPE/PGDF/ANALISTA JURÍDICO/2020) De acordo com o disposto na Lei n.


6.938/1981, julgue o item a seguir: Um dos objetivos da política nacional do meio ambiente é
a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.

004. (CEBRASPE/MPE/ANALISTA MINISTERIAL/2020) Toda ação ou omissão que viole as


regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente é conside-
rada infração administrativa ambiental, para a qual a legislação prevê, entre outras sanções,
advertência e demolição de obra, quando cabível.

005. (CEBRASPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2014) Em relação ao direito am-


biental e à aplicação das normas constitucionais ambientais, assinale a opção correta.
a) A expressão atribuída, no texto da CF, ao meio ambiente como bem de uso comum do povo
fundamenta a aplicação imediata das normas constitucionais ambientais nas áreas públicas,
ao passo que, para a aplicação de restrições ambientais nas áreas privadas, é imprescindível
a edição de lei.
b) A localização das usinas nucleares deve ser objeto de lei federal específica, podendo a lei
ambiental estadual ou distrital regular o funcionamento das atividades nucleares.
c) É privativa da União a competência para legislar sobre a defesa do solo, da água, dos recursos
minerais e da fauna, admitindo-se, em casos específicos, sua delegação aos estados e ao DF.
d) No Brasil, não há a aplicação imediata nem a existência de um direito-dever fundamental ao
ambiente ecologicamente equilibrado, dado o tratamento genérico conferido pela CF ao direito
de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
e) O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente justifica-se na medida em
que tal direito é extensão do direito à vida, sob os aspectos da saúde e da existência digna com
qualidade de vida, ostentando o status de cláusula pétrea, consoante entendimento do STF.

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006. (CEBRASPE/PF/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) A floresta amazônica brasileira, assim


como a mata atlântica, é considerada bem da União, devendo sua utilização ocorrer na forma
da lei, em condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive no que concer-
ne ao uso dos recursos naturais.

007. (CEBRASPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) No que se refere à proteção conferida


pela CF ao meio ambiente, assinale a opção correta.
a) Sob o monopólio da União são permitidas atividades nucleares de qualquer natureza, me-
diante a aprovação do Congresso Nacional, o que gera a responsabilização objetiva por even-
tuais danos.
b) É da competência concorrente da União, dos estados e do DF proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de suas formas.
c) Compete aos municípios a promoção do adequado ordenamento territorial, mediante plane-
jamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
d) Com o objetivo de defender o meio ambiente, o poder público pode impor várias restrições
e penas aos particulares, salvo a desapropriação de imóveis, pois o direito de propriedade é
direito fundamental.
e) No caso de atividade de extração de minério, advém das conclusões do EPIA a necessidade,
ou não, de impor-se ao explorador a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado.

008. (CEBRASPE/IPHAN/TÉCNICO I-ÁREA 1/2018) Acerca de direitos humanos, direitos de


minorias e movimentos sociais urbanos, julgue o item seguinte.
A Constituição Federal de 1988, por possuir expressivo conjunto de normas diretamente rela-
cionado aos direitos sociais, preserva os direitos fundamentais das minorias, como, por exem-
plo, o direito a terra dos povos indígenas e das comunidades quilombolas.

009. (CEBRASPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos di-


reitos e garantias fundamentais, ao meio ambiente e à organização político-administrativa.
Constitui regra de garantia do direito humano fundamental ao meio ambiente a possibilidade
de qualquer cidadão ser legitimado a propor ação popular visando à anulação de ato lesivo ao
meio ambiente.

010. (CEBRASPE/PGE-CE/PROCURADOR DO ESTADO/2008) O princípio do meio ambiente


ecologicamente equilibrado é tratado na Constituição Federal como:
a) uma norma programática cuja efetividade fica condicionada ao progresso econômico e à
distribuição de renda.
b) um direito fundamental da pessoa humana, direcionado ao desfrute de condições de vida
adequadas em um ambiente saudável.
c) um princípio geral de alcance limitado e restrito às áreas de proteção ambiental.

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d) um direito difuso, mas não-exigível, em função de sua generalidade, inconsistência e defini-


ção imprecisa.
e) um direito social, coletivo e transgeracional cuja efetividade é ampla, irrestrita e incondicio-
nada e cujo alcance estende-se a todas as formas de vida.

011. (CEBRASPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/2020) Com


relação ao tratamento constitucional dado à questão ambiental, é correto afirmar que a Cons-
tituição Federal de 1988:
a) prevê a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado como dever apenas de
parte da coletividade e obrigação do poder público.
b) confere juridicidade ao valor ético da alteridade, objetivando uma pretensão universal de
solidariedade social, ao tratar das gerações futuras e dos animais como sujeitos de direito.
c) estabelece que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é não só um direito, mas tam-
bém um dever de toda a coletividade e do poder público.
d) reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, um direito fundamental
de segunda geração, segundo a jurisprudência do STF.
e) estabelece que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado corresponde ao prin-
cípio do desenvolvimento sustentável, com suas facetas cultural, social e econômica.

012. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/3ª TUR-


MA/2ª PROVA/2020) Segundo disposição constitucional, cabe ao poder público e à coleti-
vidade, enquanto titular do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de
defender e preservar o meio ambiente.

013. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/2020)


Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988 e do Código Florestal, julgue o
item a seguir.
Os direitos de propriedade são exercidos de forma plena nas florestas e demais vegetações
nativas existentes no território nacional.

014. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/3ª TUR-


MA/2ª PROVA/2020) Segundo disposição constitucional, cabe ao poder público e à coleti-
vidade, enquanto titular do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de
defender e preservar o meio ambiente.

015. (CEBRASPE/MCT/TECNOLOGISTA PLENO/2012) Julgue o seguinte item, relativos à


ética em ciência e tecnologia e inovação.
Uma das sanções previstas para aqueles que cometem infrações administrativas contra o pa-
trimônio genético ou o conhecimento tradicional associado consiste na proibição de contratar
com a administração pública por período de até cinco anos.

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016. (CEBRASPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL-ÁREA PROCESSUAL /2018) Conside-


rando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base em aspectos legais a ela
relacionados.
O aspecto cultural do meio ambiente é objeto da lide na medida em que um dos fundamentos
apresentados pelo cidadão é a proteção da área em que está construído o cemitério.

017. (CEBRASPE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR MUNICIPAL/2017)


A respeito do Direito Ambiental, assinale a opção correta de acordo com o disposto na CF.
a) A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado é estritamen-
te antropocêntrica, uma vez que se considera o bem ambiental um bem de uso comum do povo.
b) Além de princípios e direitos, a CF prevê ao poder público e à coletividade deveres relaciona-
dos à preservação do meio ambiente.
c) Será inválida a criação de espaços territoriais ambientalmente protegidos por ato diverso da
lei em sentido estrito.
d) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado consta expressamente na CF como
direito fundamental, o que o caracteriza como direito absoluto.

018. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I-ÁREA 4/2018) Com base nas disposições legais acer-
ca de patrimônio cultural, julgue o próximo item.
A sociedade pode acionar o sistema de proteção do meio ambiente e da cultura por meio de
provocação ao Ministério Público e, também, mediante ação popular que vise anular ato lesivo
ao patrimônio público.

019. (CEBRASPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Julgue os itens que se seguem, refe-


rentes a áreas de preservação permanente, unidades de conservação e crimes ambientais.
Compete privativamente à União legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais.

020. (CEBRASPE/PGDF/ANALISTA JURÍDICO/2020) De acordo com o disposto na Lei n.


6.938/1981, julgue o item a seguir: Um dos objetivos da política nacional do meio ambiente é
a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.

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GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. C
5. e
6. E
7. c
8. C
9. C
10. b
11. c
12. C
13. E
14. C
15. C
16. C
17. b
18. C
19. E
20. C

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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Com relação à ordem social, jul-
gue o item subsequente.
Pessoas físicas ou jurídicas que degradarem o meio ambiente poderão sofrer sanções penais,
civis e administrativas.

A questão está certa. Segundo a previsão constitucional disposta no artigo 225 parágrafo 3º,
as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitam os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o
dano. Já no tocante à responsabilidade civil, esta se dá mediante as obrigações impostas para
a reparação do dano ambiental causado.
Certo.

002. (CEBRASPE/PGDF/ANALISTA JURÍDICO/2020) Com base na Lei n. 6.938/1981, julgue


o item a seguir:
A racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar é um dos objetivos expressamen-
te previstos na Lei n. 6.938/1981.

A alternativa está errada. De acordo com o artigo 2º da Lei n. 6.938/1981, a racionalização do


uso do solo, do subsolo, da água e do ar NÃO é um dos objetivos do texto legal, mas sim um
dos PRINCÍPIOS expressos. Veja:

Art. 2º – A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recupe-
ração da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvol-
vimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana, atendidos os seguintes princípios:
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Errado.

003. (CEBRASPE/PGDF/ANALISTA JURÍDICO/2020). De acordo com o disposto na Lei n.


6.938/1981, julgue o item a seguir: Um dos objetivos da política nacional do meio ambiente é
a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.

A alternativa está certa. De acordo com a Lei n. 6.938/1981, em seu artigo 4º parágrafo 1º, um
dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente é:

I – a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do


meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
(...)
Certo.

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004. (CEBRASPE/MPE/ANALISTA MINISTERIAL/2020) Toda ação ou omissão que viole as


regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente é conside-
rada infração administrativa ambiental, para a qual a legislação prevê, entre outras sanções,
advertência e demolição de obra, quando cabível.

A alternativa está correta. A Lei n. 9.065/1988 dispõe sobre as sanções penais e administrati-
vas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dispõe em seu artigo 72:

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto
no art. 6º:
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;
IV – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equi-
pamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V – destruição ou inutilização do produto;
VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI – restritiva de direitos.
Certo.

005. (CEBRASPE/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2014) Em relação ao direito am-


biental e à aplicação das normas constitucionais ambientais, assinale a opção correta.
a) A expressão atribuída, no texto da CF, ao meio ambiente como bem de uso comum do povo
fundamenta a aplicação imediata das normas constitucionais ambientais nas áreas públicas,
ao passo que, para a aplicação de restrições ambientais nas áreas privadas, é imprescindível
a edição de lei.
b) A localização das usinas nucleares deve ser objeto de lei federal específica, podendo a lei
ambiental estadual ou distrital regular o funcionamento das atividades nucleares.
c) É privativa da União a competência para legislar sobre a defesa do solo, da água, dos recursos
minerais e da fauna, admitindo-se, em casos específicos, sua delegação aos estados e ao DF.
d) No Brasil, não há a aplicação imediata nem a existência de um direito-dever fundamental ao
ambiente ecologicamente equilibrado, dado o tratamento genérico conferido pela CF ao direito
de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
e) O reconhecimento material do direito fundamental ao ambiente justifica-se na medida em
que tal direito é extensão do direito à vida, sob os aspectos da saúde e da existência digna com
qualidade de vida, ostentando o status de cláusula pétrea, consoante entendimento do STF.
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a) Errada. O Meio Ambiente, por se tratar de um direito fundamental, conta com regras de
aplicação imediata, conforme determina o parágrafo 1º do artigo 5º da CF/1988: “As normas
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (...)”.
b) Errada. Segundo o parágrafo 6º do artigo 225 da CF/1988, “as usinas que operem com re-
ator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem a qual não poderão ser
instaladas.”
c) Errada. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos na-
turais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (artigo 24 da CF/1988).
d) Errada. O tratamento dado pela Constituição Federal para o meio ambiente não é, em nenhu-
ma hipótese, genérico. Ao contrário, é extremamente específico, conforme você vem apren-
dendo ao longo deste conteúdo.
e) Certa. O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado se configura como uma ex-
tensão do direito à vida, sob o viés da saúde, da existência digna e da qualidade de vida e, em
virtude da importância de seu conteúdo, foi elevado à categoria de direito fundamental.
Letra e.

006. (CEBRASPE/PF/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) A floresta amazônica brasileira, assim


como a mata atlântica, é considerada bem da União, devendo sua utilização ocorrer na forma
da lei, em condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive no que concer-
ne ao uso dos recursos naturais.

A alternativa está errada, tendo em vista que os bens naturais elencados são definidos como
Patrimônio Nacional. Sendo assim, o tratamento jurídico é diferenciado e sua disposição é
definida pelo texto constitucional, em seu artigo 225 parágrafo 4º, que assim dispõe:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossen-
se e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
Errado.

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007. (CEBRASPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) No que se refere à proteção conferida


pela CF ao meio ambiente, assinale a opção correta.
a) Sob o monopólio da União são permitidas atividades nucleares de qualquer natureza, mediante
a aprovação do Congresso Nacional, o que gera a responsabilização objetiva por eventuais danos.
b) É da competência concorrente da União, dos estados e do DF proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de suas formas.
c) Compete aos municípios a promoção do adequado ordenamento territorial, mediante plane-
jamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
d) Com o objetivo de defender o meio ambiente, o poder público pode impor várias restrições
e penas aos particulares, salvo a desapropriação de imóveis, pois o direito de propriedade é
direito fundamental.
e) No caso de atividade de extração de minério, advém das conclusões do EPIA a necessidade,
ou não, de impor-se ao explorador a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado.

Mais uma questão de letra de lei. É de competência dos Municípios o direcionamento das de-
mandas relacionadas ao ordenamento territorial, conforme dispõe o inciso VIII do artigo 30 da
CF/1988, que assim determina:

Art. 30: Compete aos Municípios: (...) VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; (...)
Letra c.

008. (CEBRASPE/IPHAN/TÉCNICO I-ÁREA 1/2018) Acerca de direitos humanos, direitos de


minorias e movimentos sociais urbanos, julgue o item seguinte.
A Constituição Federal de 1988, por possuir expressivo conjunto de normas diretamente rela-
cionado aos direitos sociais, preserva os direitos fundamentais das minorias, como, por exem-
plo, o direito a terra dos povos indígenas e das comunidades quilombolas.

A alternativa está certa. Acerca do direito à terra dos povos indígenas, se apegue ao texto cons-
tituinte que, no parágrafo 2º do artigo 231, “as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
destinam-se à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo,
dos rios e das lagoas nelas existentes.
Já sobre o direito das comunidades quilombolas, veja o artigo 68 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), que dispõe: “Aos remanescentes das comunidades dos
quilombos que estejam ocupando suas terras, é reconhecida a propriedade definitiva, devendo
o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
Questão muito bem elaborada e abrangendo muito bem o direito ambiental ligado aos povos
de comunidades tradicionais.
Certo.

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009. (CEBRASPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos di-


reitos e garantias fundamentais, ao meio ambiente e à organização político-administrativa.
Constitui regra de garantia do direito humano fundamental ao meio ambiente a possibilidade
de qualquer cidadão ser legitimado a propor ação popular visando à anulação de ato lesivo ao
meio ambiente.

A alternativa está certa, e para solucioná-la você não pode esquecer a relevância constitucio-
nal dada à matéria do meio ambiente. Ainda segundo o artigo 5º LXXIII da CF/1988:

“qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimô-
nio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judi-
ciais e do ônus da sucumbência.”
Certo.

010. (CEBRASPE/PGE-CE/PROCURADOR DO ESTADO/2008) O princípio do meio ambiente


ecologicamente equilibrado é tratado na Constituição Federal como:
a) uma norma programática cuja efetividade fica condicionada ao progresso econômico e à
distribuição de renda.
b) um direito fundamental da pessoa humana, direcionado ao desfrute de condições de vida
adequadas em um ambiente saudável.
c) um princípio geral de alcance limitado e restrito às áreas de proteção ambiental.
d) um direito difuso, mas não-exigível, em função de sua generalidade, inconsistência e defini-
ção imprecisa.
e) um direito social, coletivo e transgeracional cuja efetividade é ampla, irrestrita e incondicio-
nada e cujo alcance estende-se a todas as formas de vida.

A premissa do meio ambiente ecologicamente equilibrado está embutida no texto do artigo


225 da CF/1988. Este, ao ser considerado um direito de terceira geração, tem o escopo jus-
tamente de amplificar a visão dos direitos fundamentais, na tentativa de fazer com que tais
direitos alcancem sujeitos até mesmo indeterminados, eis a razão de o direito ao meio am-
biente equilibrado ser considerado um direito difuso. Nesta perspectiva, em que pese o texto
constitucional não expressar o meio ambiente como um direito fundamental, tal entendimento
é quase automático, tendo em vista a relevância das demandas abarcadas pela matéria am-
biental. Para além, perceba que se trata de um direito direcionado também a seres humanos,
eis aí mais uma justificativa para incluí-lo no rol dos direitos fundamentais.
Letra b.

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011. (CEBRASPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/2020) Com


relação ao tratamento constitucional dado à questão ambiental, é correto afirmar que a Cons-
tituição Federal de 1988:
a) prevê a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado como dever apenas de
parte da coletividade e obrigação do poder público.
b) confere juridicidade ao valor ético da alteridade, objetivando uma pretensão universal de
solidariedade social, ao tratar das gerações futuras e dos animais como sujeitos de direito.
c) estabelece que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é não só um direito, mas tam-
bém um dever de toda a coletividade e do poder público.
d) reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, um direito fundamental
de segunda geração, segundo a jurisprudência do STF.
e) estabelece que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado corresponde ao prin-
cípio do desenvolvimento sustentável, com suas facetas cultural, social e econômica.

Esta é uma típica questão daquelas que nos mostram a necessidade de fazer aquela decoreba
da letra da lei, sabe? Para solucioná-la, apenas memorizando o texto constitucional você segu-
ramente acerta!
O caput artigo 225 da CF/1988, que você acabou de estudar nas linhas anteriores, te dá a res-
posta literal da questão. Assim diz:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defen-
dê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Letra c.

012. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/3ª TUR-


MA/2ª PROVA/2020) Segundo disposição constitucional, cabe ao poder público e à coleti-
vidade, enquanto titular do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de
defender e preservar o meio ambiente.

A questão está correta, tendo em vista que o texto constitucional delimita a atuação conjunta
do poder público e da sociedade enquanto responsáveis pela defesa e preservação do meio
ambiente, para que as presentes e futuras gerações disponham do equilíbrio ecológico neces-
sário para o desenvolvimento da vida em sociedade.
Certo.

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013. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/2020)


Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988 e do Código Florestal, julgue o
item a seguir.
Os direitos de propriedade são exercidos de forma plena nas florestas e demais vegetações
nativas existentes no território nacional.

A alternativa está errada. Não há possibilidade de exercício de direito de propriedade de for-


ma PLENA nas florestas e demais vegetações nativas brasileiras. Por esta razão, a Lei n.
12.651/2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e dá outras providências, de-
termina em seu artigo 2º que:

Art. 2º – As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa,


reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitan-
tes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e
especialmente esta Lei estabelecem.
Errado.

014. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/3ª TUR-


MA/2ª PROVA/2020) Segundo disposição constitucional, cabe ao poder público e à coleti-
vidade, enquanto titular do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de
defender e preservar o meio ambiente.

A resposta está correta, tendo em vista que o texto constitucional delimita a atuação conjunta
do poder público e da sociedade enquanto responsáveis pela defesa e preservação do meio
ambiente, para que as presentes e futuras gerações disponham do equilíbrio ecológico neces-
sário para o desenvolvimento da vida em sociedade.
Certo.

015. (CEBRASPE/MCT/TECNOLOGISTA PLENO/2012) Julgue o seguinte item, relativos à


ética em ciência e tecnologia e inovação.
Uma das sanções previstas para aqueles que cometem infrações administrativas contra o pa-
trimônio genético ou o conhecimento tradicional associado consiste na proibição de contratar
com a administração pública por período de até cinco anos.

A alternativa está certa. De início, compreenda que a infração administrativa corresponde a


toda ação ou omissão que porventura viole normas previstas em lei. Neste sentido, o artigo 21
da Lei n. 11.105/2005 prevê a responsabilização civil e administrativa relacionada aos crimes

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cometidos contra o patrimônio genético nacional. Por seu turno, o inciso XXI levanta uma proi-
bição muito específica, relacionada a prazos, como forma de punir as condutas que caminhem
em desacordo com o dispositivo legal referenciado. Veja abaixo:

Art. 21 – Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viole as normas previstas
nesta Lei e demais disposições legais pertinentes.
Parágrafo único. As infrações administrativas serão punidas na forma estabelecida no regulamento
desta Lei, independentemente das medidas cautelares de apreensão de produtos, suspensão de
venda de produto e embargos de atividades, com as seguintes sanções:
(...)
XII – proibição de contratar com a administração pública, por período de até 5 (cinco) anos.
Certo.

016. (CEBRASPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL-ÁREA PROCESSUAL /2018) Conside-


rando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, com base em aspectos legais a ela
relacionados.
O aspecto cultural do meio ambiente é objeto da lide na medida em que um dos fundamentos
apresentados pelo cidadão é a proteção da área em que está construído o cemitério.

A resposta está correta e, para solucioná-la, você deve lembrar que toda análise a respeito do
meio ambiente vai te levar necessariamente a uma construção teórica baseada em algo na-
tural ou paisagístico. Sendo assim, o cemitério, por mais que tenha sido construído, faz parte
do meio ambiente, e todas as suas definições (natural, artificial, cultural e do trabalho) serão
amplamente trabalhadas ao longo deste material. Por esta razão, entenda: por mais que o ce-
mitério seja algo artificial, e ainda que você não o considere uma paisagem bonita, ele é sim
considerado como parte do meio ambiente!
Certo.

017. (CEBRASPE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR MUNICIPAL/2017)


A respeito do Direito Ambiental, assinale a opção correta de acordo com o disposto na CF.
a) A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado é estritamen-
te antropocêntrica, uma vez que se considera o bem ambiental um bem de uso comum do povo.
b) Além de princípios e direitos, a CF prevê ao poder público e à coletividade deveres relaciona-
dos à preservação do meio ambiente.
c) Será inválida a criação de espaços territoriais ambientalmente protegidos por ato diverso da
lei em sentido estrito.
d) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado consta expressamente na CF como
direito fundamental, o que o caracteriza como direito absoluto.

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a) Errada. A proteção jurídica fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado


inaugurada pela CF/1988 guarda sim um posicionamento preponderantemente antropo-
cêntrico, tendo em vista que apenas os seres humanos são capazes de compreender e
cumprir os dispositivos legais e, por consequência, serem considerados tutelares de di-
reitos, todavia, esta visão não é estrita, tendo em vista que o texto constitucional também
agrega uma visão biocêntrica na qual defende a existência valorativa das demais formas
de vida para além da humana e, para tanto, cita elementos como a flora, a fauna e os re-
cursos naturais.
b) Certa. Questão de memorização da letra da lei. Conforme dispõe o artigo 225 da CF/1988,
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (...) impondo-se ao Po-
der Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futu-
ras gerações”
c) Errada. Inexiste previsão legislativa que exija lei restritiva para a criação de espaços terri-
toriais ambientalmente protegidos. Todavia, há casos de supressão ou alteração de tais es-
paços, conforme disposição legal trazida pelo inciso III do artigo 225 da CF/1988, que assim
determina:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, ve-
dada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
(...)

d) Errada. É improvável falar em direito absoluto no ordenamento jurídico brasileiro quando,


mesmo se tratando de direitos fundamentais dos mais básicos, sua relativização é totalmente
possível mediante as especificidades que cada caso concreto apresenta.
Letra b.

018. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA I-ÁREA 4/2018) Com base nas disposições legais acer-
ca de patrimônio cultural, julgue o próximo item.
A sociedade pode acionar o sistema de proteção do meio ambiente e da cultura por meio de
provocação ao Ministério Público e, também, mediante ação popular que vise anular ato lesivo
ao patrimônio público.

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A alternativa está correta. Para solucioná-la, mais uma vez, você deve recorrer à clássica “de-
coreba” da letra de lei. A memorização de alguns conceitos jurídicos considerados chaves são
fundamentais para que você consiga responder a este tipo de questão puramente legislativa.
Desta maneira, atente à previsão legal contida no artigo 5º inciso LXXIII da CF/1988 e só com
isso dá pra “matar” a questão. Veja:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
(...)
Certo.

019. (CEBRASPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2012) Julgue os itens que se seguem, refe-


rentes a áreas de preservação permanente, unidades de conservação e crimes ambientais.
Compete privativamente à União legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais.

A alternativa está errada, tendo em vista a disposição dos incisos VI e VII do artigo 24 da
CF/1988, que dispõe:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
(...)

Ou seja, a competência para legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa do solo
e dos recursos naturais é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal.
Errado.

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020. (CEBRASPE/PGDF/ANALISTA JURÍDICO/2020) De acordo com o disposto na Lei n.


6.938/1981, julgue o item a seguir: Um dos objetivos da política nacional do meio ambiente é
a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.

A alternativa está certa. De acordo com a Lei n. 6.938/1981, em seu artigo 4º parágrafo 1º, um
dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente é

“I – a compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do


meio ambiente e do equilíbrio ecológico; (...)”
Certo.

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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Santos de. O Meio Ambiente e sua sistematização constitucional: breves
considerações. Disponível em <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=re-
vista_artigos_leitura&artigo_id=2666> (Acesso em 16 de fevereiro de 2022).

ANTUNES. Paulo de Bessa. Direito Ambiental. São Paulo: Atlas. 2012.

BRASIL, Constituição da República Federativa. 1988.

MACHADO, Paulo Affonso. Estudos de Direito Ambiental. São Paulo, Ed. Malheiros, 1994, p.36.

Samara Lima
Professora de cursinhos para concurso. Bacharela em Direito, especialista em Gestão Pública, mestra em
Políticas Públicas pela UFRN e doutoranda em Direito Econômico pela UFPB. Professora e pesquisadora
em tempo integral.

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