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DIREITO

AMBIENTAL
Meio Ambiente e sua Proteção

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO AMBIENTAL
Meio Ambiente e sua Proteção
Nilton Coutinho

Sumário
Meio Ambiente e sua Proteção..................................................................................................... 3
1. Meio Ambiente e sua Proteção.. ................................................................................................ 3
1.1. Direito e Desenvolvimento...................................................................................................... 4
1.2. Ética Ambiental e Cidadania................................................................................................... 4
1.3. Meio Ambiente: Conceito e Classificação............................................................................ 6
1.4. Meio Ambiente e Direitos Fundamentais.. ........................................................................... 8
1.5. Bens Ambientais. . ..................................................................................................................... 11
2. Direito Ambiental: Conceito. . .................................................................................................... 11
2.1. Evolução Histórica da Proteção do Meio Ambiente. . ........................................................12
2.2. Fontes do Direito Ambiental.................................................................................................13
2.3. Tutela Internacional do Meio Ambiente.. ........................................................................... 14
2.4. A Proteção do Meio Ambiente na Constituição Federal. . ................................................15
2.5. Deveres do Estado na Área Ambiental. . ............................................................................. 18
3. Tutela Administrativa Ambiental e o Poder de Polícia Administrativa.......................... 20
Questões de Concurso.................................................................................................................. 22
Gabarito............................................................................................................................................ 39

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Meio Ambiente e sua Proteção
Nilton Coutinho

MEIO AMBIENTE E SUA PROTEÇÃO


1. Meio Ambiente e sua Proteção
Segundo dispõe o art. 225 da Constituição Federal de 1988, “Todos têm direito ao meio am-
biente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações”. Deste modo, observamos que foi atribuído ao Estado um
importante papel na proteção ambiental. Tal papel decorre, entre outros fatores, do fato de o
meio ambiente ser considerado um direito fundamental, tutelado pelo Estado e essencial para
a manutenção do direito à vida e, em última análise, da dignidade da pessoa humana
A proteção do meio ambiente é um tema que vem ganhando cada dia mais relevância no
mundo atual. Assim, se no passado não havia uma preocupação em estabelecer normas dis-
ciplinando sua utilização e proteção1, hoje as normas protetoras do direito ao meio ambiente
encontram-se previstas na maioria das Cartas Constitucionais.
José Afonso da Silva2 relembra que “o ambientalismo passou a ser tema de elevada im-
portância nas Constituições mais recentes”. Contudo, cumpre esclarecer que, muito embora a
inserção de um capítulo específico sobre o meio ambiente só tenha ocorrido com a promulga-
ção da Constituição Federal de 1988, sua proteção possuía amparo constitucional anterior. Tal
raciocínio é possível se levarmos em consideração que a proteção do meio ambiente se cons-
titui como derivação da proteção do direito à vida, de tal forma que, por este possuir amparo
constitucional, a proteção daquele é possível por via reflexa.
Como bem preleciona Édis Milaré3, com o advento da Constituição de 1988, a proteção
jurídica do meio ambiente passou a ter identidade própria, deixando de ser um bem jurídico per
accidens, elevando-se ao status de bem jurídico per se. Deste modo, a criação de uma proteção
jurídica autônoma para o meio ambiente permitiu-lhe uma proteção mais efetiva, sem que seja
necessário pleitear sua proteção como se este fosse uma derivação do direito à saúde humana.
Segundo José Afonso da Silva4 “as normas constitucionais assumiram consciência de que
o direito à vida, como matriz de todos os demais direitos fundamentais do homem, é que há de
orientar todas as formas de atuação no campo da tutela do meio ambiente”.
De qualquer modo, conforme se observará ao longo deste trabalho, a proteção ao meio
ambiente pode ser embasada em diversos fundamentos: 1) por ser ele um direito constitucio-
nalmente protegido e tutelado; 2) Por esse direito constituir-se como um direito fundamental;

1
A título de exemplo, rememore-se o processo predatório de exploração do pau brasil pelos português nas primeiras décadas do século
XVI. Nesse período, corte de pau-brasil foi feito em larga escala, de maneira rudimentar e impiedosa, desmatando a costa brasileira, sem
qualquer tipo de preocupação socioambiental ou em relação à preservação de tal tipo de madeira.
2
SILVA, José Afonso da Silva. Direito Ambiental Constitucional, p. 43.
3
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente, p. 300.
4
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo, p. 822.

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3) em razão do rol de direitos e garantias individuais ser meramente exemplificativo; 4) em


razão de tal direito derivar do direito à vida, saúde e qualidade de vida; 5) e, enfim, em razão da
tutela do meio ambiente ser instrumento importante para se garantir a proteção da dignidade
da pessoa humana.

1.1. Direito e Desenvolvimento


O direito constitui-se como um conjunto de regras, normas e princípios que regulam o con-
vívio em sociedade. Assim, o Direito molda o comportamento desejado para o ser humano
(enquanto membro da sociedade) mas, ao mesmo tempo, também é influenciado por ela.
Assim, circunstâncias históricas específicas de cada contexto ou momento social acabam
trazendo reflexos para a ótica do direito, fazendo com que surjam diplomas normativos volta-
dos para a proteção da vida e a manutenção da dignidade da pessoa humana.
Nessa perspectiva, a proteção ambiental surge como um bem jurídico fundamental do in-
divíduo e que precisa ser tutelado pelo direito.
Isso porque, com o passar do tempo, constatou-se que grande parte dos recursos ambien-
tais são escassos, de tal forma que, caso não haja uma política de proteção contra o cresci-
mento desenfreado e a industrialização, a vida em nosso planeta estará comprometida.
Assim, se no passado o ser humano não se preocupava com questões relacionadas à
ecologia, proteção de florestas, recursos hídricos etc. hoje a proteção do meio ambiente cons-
titui-se como direito fundamental do indivíduo, merecendo tutela jurídica específica, por meio
de uma ação estatal protetiva e eficaz.

1.2. Ética Ambiental e Cidadania


A ética costuma ser conceituada como a teoria ou ciência do comportamento moral dos
homens, tendo – portanto - como objeto de estudo, as decisões acerca de determinados valo-
res que orientam e guiam as relações do indivíduo em sociedade.
Consoante preconiza a doutrina, há, na área ambiental duas concepções éticas das rela-
ções do homem com o meio ambiente: o antropocentrismo e o biocentrismo.
A corrente biocêntrica entende que o meio ambiente e seus elementos possuem uma im-
portância fundada em sua própria existência, de tal forma que todos os seres vivos merecem
ser protegidos independentemente de trazerem (ou não) benefícios ao homem. É uma corrente
ética que busca reconhecer um valor inerente a todo ser vivo. Busca a proteção envolvendo
todos os seres vivos.

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Já a corrente antropocêntrica possui uma visão utilitarista em benefício do ser humano5,


de tal forma que os demais seres vivos possuem relevância (e merecem proteção jurídica) na
medida em que representam alguma utilidade para os homens. Assim, não lhes é reconhecido
qualquer valor intrínseco, mas puramente o valor de uso, em especial do uso econômico.
Há, ainda, um terceiro posicionamento que defende a proteção do meio ambiente com
base no Ecocentrismo, ou seja: considera o meio ambiente sujeito de direitos.
Para OLIVEIRA, é preciso buscar-se o equilíbrio entre homem e natureza, coibindo práticas
não toleradas numa sociedade moderna e ética.6 Neste aspecto, há quem defenda a existência
de um “antropocentrismo alargado” no qual, não obstante a CRFB tenha considerado o meio
ambiente equilibrado como um direito humano fundamental (reconhecendo, portanto, o ser
humano como centro do ordenamento jurídico) deve-se levar em consideração a interdepen-
dência do ser humano em relação à natureza.7
Fazendo-se uma retrospectiva histórica é possível afirmar que o desenvolvimento do ho-
mem em sociedade estruturou-se, inicialmente, pela criação de conceitos de cunho ético. Na
sequência, surge a noção de cidadão e de cidadania, nos quais a relação do homem com os
demais membros da sociedade se mostra mais presente. Assim, consolidado este segundo
conceito, surge campo propício para a preocupação com o meio ambiente, passando-se a pro-
curar métodos para sua proteção, tendo por base a ética e a condição de cidadão.8
É preciso que haja o exercício de uma cidadania ambientalmente ética e responsável, uma
vez que a sobrevivência da raça humana depende da preservação do meio ambiente.
Conclui-se, assim, que a cidadania ambiental possui um cunho colaborativo, na medida em
que as condutas praticas por um indivíduo repercutirão para toda a sociedade.

Pressupostos Filosóficos do Direito Ambiental

No que diz respeito aos pressupostos filosóficos do Direito Ambiental, o antropocentrismo


e o biocentrismo se sobressaem como concepções predominantes. Na primeira, oriunda das
tradições aristotélicas e judaico-cristãs, o ser humano é apontado como titular e destinatário
de todos os recursos naturais existentes, devendo a proteção ao meio ambiente ocorrer ape-
nas na medida necessária para que os interesses humanos sejam resguardados.
Já na segunda concepção, que se fundamenta na Ecologia Profunda, cada recurso natural
possui um valor intrínseco e deve ser protegido em razão de sua função ecológica, pois os
seres vivos e os elementos que propiciam a vida fazem parte de um sistema integrado e inter-
dependente, sendo o ser humano apenas uma parte dessa complexa teia.
5
Segundo estabelece a CRFB (art. 225) compete ao Poder Público e à coletividade preservar o meio ambiente para as presentes e futuras
gerações (humanas).
6
OLIVEIRA, Lizandra Carolina Garcia de. Cidadania e políticas públicas ambientais – a Política Nacional de Resíduos Sólidos no DF. Brasília:
Unieuro, 2015, p. 96-97
7
FARIAS, Talden. COUTINHO, Franscisco Seráphico da Nóbrega. MELO, Geórgia Karênia R. M. M.. Direito ambiental. Salvador: Editora Jus
Podivm, 2014, p. 25.
8
FERNANDES, David Augusto. Ética, cidadania e a efetivação dos direitos ambientais . Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 19, n. 3896,
2mar. 2014. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/26498>. Acesso em: 26 jan. 2017.

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Apesar de a Constituição Federal adotar a visão antropocêntrica, deve-se ressaltar que se


trata de antropocentrismo alargado, pois se defende uma posição suficientemente abrangen-
te, a ponto de reconhecer a interdependência entre os seres humanos e a natureza

1.3. Meio Ambiente: Conceito e Classificação


Segundo a Lei n. 6938/81, o meio ambiente pode ser definido como “o conjunto de condi-
ções, leis influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas”9. Como se vê, trata-se de uma definição extremamente
ampla, a qual, segundo Hugo Nigro Mazzili9 possibilita que a defesa da flora, da fauna, das
águas, do solo, do subsolo e do ar seja realizada de forma praticamente ilimitada. Da definição
apresentada, fica clara a relação entre o meio ambiente e o direito à vida.
Fernando Reverendo Vidal Akaoui10 também afirma que a definição apresentada é ampla o
suficiente para abarcar todos os interesses de natureza ambiental, abrangendo o meio ambien-
te natural, cultural, do trabalho e urbano ou artificial.
Além da definição legal, há conceitos criados pela doutrina. De acordo com Kildare Carva-
lho , o meio ambiente pode ser definido como o complexo de relações entre o mundo natural
11

e os seres vivos. José Afonso da Silva12, por sua vez, define-o como “a interação do conjunto
de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da
vida em todas as suas formas”.
Classificação. Não obstante várias sejam as formas de se classificar o meio ambien-
te, a doutrina majoritária costuma subdividi-lo em meio ambiente natural, cultural, artificial e
do trabalho.

Meio Ambiente Natural

O meio ambiente natural ou físico é constituído pelos recursos naturais, como o solo, a água,
o ar, a flora e a fauna, e pela correlação recíproca de cada um destes elementos com os demais.
Assim, segundo expressa disposição constitucional, abrange a atmosfera, as águas interiores,
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna, a flora, o patrimônio genético e a zona costeira (art. 225, CF/88)”, ou seja, é
formado por todos os elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio entre os seres vivos e o
meio em que vivem. No mesmo sentido é a opinião de Celso Antônio Pacheco Fiorillo13, segundo
o qual tal modalidade seria constituída pelo solo, água, ar atmosférico, flora e fauna. Como se
vê o meio ambiente natural encontra-se diretamente adstrito à proteção à vida, eis que somente
pela proteção de tais bens jurídicos torna-se possível a existência de condições de vida digna.

9
MAZZILI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo, p. 148.
10
AKAOUI, Fernando Reverendo Vidal. Compromisso de ajustamento de conduta ambiental, p. 24
11
CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito constitucional: teoria do Estado e da Constituição, p. 753.
12
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional, p. 20.
13
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro, p. 19.

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O meio ambiente natural é, portanto, aquele composto pelos seres vivos e o meio físico em que
se inserem. Abrange o solo, a água, o ar atmosférico, a flora, a fauna e toda a biodiversidade. Para
José Afonso da Silva14, o meio ambiente se constitui pela interação dos seres vivos e seu meio.

Meio Ambiente Artificial

Constituído pelo conjunto de edificações, equipamentos, rodovias e demais elementos que


formam o espaço urbano construído pelo homem; ou seja, é aquele decorrente da atividade
humana a qual transforma o espaço físico, com o objetivo de viabilizar as ações sociais. Para
José Afonso da Silva15, tal espécie de meio ambiente estaria consubstanciada no conjunto de
edificações e equipamentos públicos.
O meio ambiente artificial também se encontra atrelado à proteção à vida, na medida em
que, por meio dele, protege-se o desenvolvimento urbano, abrangendo habitação, saneamento
básico16 e outros elementos relevantes para a sadia qualidade de vida da população.

Meio Ambiente Cultural

Apesar da doutrina classificá-lo como uma espécie autônoma, tem-se que ele é, na verda-
de, uma espécie de meio ambiente artificial, resultante da atividade humana. Contudo, a ele
agrega-se um valor cultural, o qual o diferencia das demais espécies de meio ambiente. O meio
ambiente cultural também possui implicação na proteção da vida, eis que o lazer e a cultura
são meios eficazes para a melhoria da qualidade de vida da população. O meio ambiente cul-
tural constitui-se pelo patrimônio artístico, arqueológico, histórico, paisagístico e turístico.
Entende-se como patrimônio cultural a gama de bens, materiais ou não, que traduzem a
história, a cultura e principalmente a identidade de determinado povo. No texto constitucional
brasileiro em seu artigo 216, estão inseridas as formas de expressão da nossa cultura que
devem ser preservadas.
Desse modo, constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e ima-
terial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação,
à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleonto-
lógico, ecológico e científico.

14
SILVA, José Afonso da Silva. Direito Ambiental Constitucional, p. 21.
15
Idem, ibidem.
16
Sobre saneamento básico, veja Lei n. 11.445/2007, a qual estabelece diretrizes nacionais em relação ao mesmo.

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Com relação ao meio ambiente cultural, Roberto Armando Ramos de Aguiar17 ensina que o
capítulo [da Constituição] que trata da cultura também deu direitos à comunidade a fim de au-
xiliar o Poder Público na proteção do patrimônio cultural brasileiro. Segundo o autor, isso pode
ocorrer por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento, desapropriação e outras
formas de acautelamento e preservação previstas no art. 216, §1º da Constituição Federal.

Meio Ambiente Do Trabalho

Corresponde ao ambiente no qual o empregado exerce sua atividade laboral.


Segundo Celso Antônio Pacheco Fiorillo18, o meio ambiente do trabalho constitui-se pelo
“local no qual as pessoas desempenham suas atividades laborais”. Tal espécie possui amparo
constitucional no art. 200, VIII da Constituição Federal vigente, o qual estabelece a obrigação do
sistema único de saúde em colaborar na proteção do meio ambiente, incluindo o do trabalho.
Para João Manoel Grott19, entende-se o meio ambiente do trabalho como um conjunto de
fatores físicos, climáticos ou de quaisquer outros que, interligados, ou não, estão presentes e
envolvem o local de trabalho do indivíduo. Assim, observa-se que tal modalidade encontra-se
relacionada à proteção da salubridade do ambiente de trabalho, de modo a proteger a saúde
do trabalhador.
De qualquer forma, e independente da classificação que se adote, observa-se que a prote-
ção do meio ambiente é uma exigência constitucional necessária para o desenvolvimento da
vida com qualidade. Tanto o meio ambiente natural, quanto o artificial, cultural e do trabalho
possuem função relevante na proteção do direito à vida da população, razão pela qual devem
ser protegidos pelo Estado e pela sociedade.

Meio Ambiente Digital

Refere-se às inovações decorrentes das novas técnicas informatizadas para criar, fazer
e viver. Trata-se do reflexo do novo processo civilizatório que enfrenta o Brasil no século XXI,
voltado, principalmente, à sociedade de informação.

1.4. Meio Ambiente e Direitos Fundamentais


Segundo FERRAJOLI, os direitos fundamentais são todos aqueles direitos subjetivos atri-
buídos universalmente a todos os seres humanos enquanto dotados do status de pessoas,
entendendo-se como direito subjetivo20 toda expectativa positiva (de prestações) ou negativa
17
AGUIAR, Roberto Armando Ramos de. Direito do meio ambiente e participação popular, p.87.
18
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro, p. 21.
19
GROTT, João Manoel. Meio ambiente do trabalho, p. 81.
20
Na visão de FERRAJOLI (2001, p. 57), o direito subjetivo é uma expectativa para a qual corresponde uma obrigação. Assim, uma expecta-
tiva positiva corresponde a uma obrigação positiva de prestação, ao passo que uma expectativa negativa corresponde a uma obrigação
negativa, no sentido de não lesionar.

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(de não causar danos) adstrita a um sujeito por meio de uma norma jurídica.21 Nesta linha, é
possível afirmar-se que os direitos fundamentais são direitos reconhecidos pelo ordenamento
jurídico e por meio dos quais outorga-se aos titulares a possibilidade de impor os seus interes-
ses em face do Poder Público e dos demais indivíduos. São, nos dizeres de MENDES, a um só
tempo, direitos subjetivos e elementos fundamentais da ordem constitucional objetiva.22
ANDRADE conceitua os direitos fundamentais como “aqueles essenciais à existência dig-
na do ser humano, previstos expressamente na Constituição Federal, e que devem ser efetiva-
dos a todos, não apenas no plano formal, mas também materialmente”.
Dada sua natureza, observa-se que tais direitos se encontram em constante evolução, ou
seja: o rol de direitos fundamentais modifica-se em razão de condições históricas ou transfor-
mações na sociedade, visando a manutenção da dignidade da pessoa humana. Aliás, segundo
BOBBIO, “não existem direitos fundamentais por natureza. O que parece fundamental numa
época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em outras épocas e em
outras culturas”.23
Assim, é possível falar-se em diversas “gerações” ou “dimensões” de direitos fundamen-
tais, havendo, inclusive, autores que defendem (além da existência dos direitos de primeira,
segunda e terceira dimensão) a existência de direitos de quarta e de quinta dimensão.24
Os direitos fundamentais de primeira geração (ou dimensão) são aqueles relacionados
a direitos do próprio indivíduo como tal, ou seja: direitos que limitam a atuação do Estado na
liberdade individual.
Já os direitos de segunda geração (ou dimensão) surgem com o objetivo de proteger o
indivíduo da situação de massificação, automatização, espoliação e coisificação imposta pelo
capitalismo.25 Exige-se, assim, uma ação positiva por parte do Estado.
Com o desenvolvimento da sociedade, houve um aumento no rol de direitos a serem tute-
lados. Neste contexto, os direitos fundamentais de terceira geração surgem como direitos de
fraternidade ou solidariedade, objetivando tutelar a qualidade de vida e a solidariedade entre
os homens.26
Desse modo, os direitos de terceira geração passam a se caracterizar em função da sua
transindividualidade, ou seja: caracterizam-se como direitos de titularidade coletiva ou difusa.
Logo, incluem-se nessa categoria o direito ao meio ambiente equilibrado, à paz, ao desenvolvi-
mento, à proteção dos consumidores, à tutela do patrimônio histórico e cultural, entre outros.
21
FERRAJOLI, Luigi. Los fundamentos de los derechos fundamentales. Madrid: Editorial Trotta, 2001, p. 19.
22
MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de direito constitucional. 3 ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 2.
23
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 19.
24
Neste sentido, veja-se: BONAVIDES, Paulo. A quinta geração de direitos fundamentais. Direitos Fundamentais & Justiça, n. 3, abr./jun.,
2008, p. 91. Disponível em: <http://www.dfj.inf.br/ Arquivos/PDF_ Livre/3_Doutrina_5.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2013.
25
LOPES, Othon de Azevedo. A dignidade da pessoa humana como princípio jurídico fundamental. In: SILVA, Alexandre Vitorino da et al. Estu-
dos de direito público: direitos fundamentais e estado democrático de direito. Porto Alegre: Síntese, 2003. p. 198-9.
26
COUTINHO, Nilton Carlos de Almeida. Legislação social: direito do trabalho. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015, p. 7

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Deste modo, MORAES27 inclui o direito ao meio ambiente saudável entre os direitos de ter-
ceira geração como aqueles que “mesmo utilizados por todos, não lhes pertencem, pois nunca
os terão por completo, sendo permitido, no máximo, assumir-lhes a gestão até o limite legal”.
Mantendo esta linha de raciocínio, o STF, ao julgar o MS 22.164-0-SP28 conceituou o meio
ambiente como um “típico direito de terceira geração que assiste, de modo subjetivamente inde-
terminado, a todo o gênero humano, circunstância essa que justifica a especial obrigação - que
incumbe ao Estado e à própria coletividade - de defendê-lo e de preservá-lo em benefício das
presentes e futuras gerações”.
E, no mesmo sentido, o julgado RTJ 164/158-16129, que afirma: “incumbe, ao Estado e à
própria coletividade, a especial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes
e futuras gerações, esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual”.
Nessa perspectiva, a doutrina tem inserido o meio ambiente entre os direitos de fraternida-
de ou solidariedade, uma vez que a sua proteção gera benefícios não apenas para o indivíduo
isoladamente, mas para a sociedade como um todo.

Classificação dos Interesses/Direitos Coletivos em Sentido Amplo

Direitos difusos: constituem direitos transindividuais, ou seja, que ultrapassam a esfera de


um único indivíduo, caracterizados principalmente por sua indivisibilidade, onde a satisfação
do direito deve atingir a uma coletividade indeterminada, porém, ligada por uma circunstância
de fato. Por exemplo, o direito a respirar um ar puro, a um meio ambiente equilibrado, qualidade
de vida, entre outros que pertençam à massa de indivíduos e cujos prejuízos de uma eventual
reparação de dano não podem ser individualmente calculados. Trata-se do interesse de uma
categoria.
Direitos coletivos em sentido estrito: constituem direitos transindividuais de pessoas liga-
das por uma relação jurídica base entre si ou com a parte contrária, sendo seus sujeitos inde-
terminados, porém determináveis. Há também a indivisibilidade do direito, pois não é possível
conceber tratamento diferenciado aos diversos interessados coletivamente, desde que ligados
pela mesma relação jurídica. Como exemplo, citem-se os direitos de determinadas categorias
sindicais que podem, inclusive, agir por meio de seus sindicatos.
Direitos individuais homogêneos: são aqueles que dizem respeito a pessoas que, ainda
que indeterminadas num primeiro momento, poderão ser determinadas no futuro, e cujos di-
reitos são ligados por um evento de origem comum. Tais direitos podem ser tutelados coleti-
vamente muito mais por uma opção de política do que pela natureza de seus direitos, que são
individuais, unidos os seus sujeitos pela homogeneidade de tais direitos num dado caso. A
27
MORAES, Luís Carlos da Silva de. Curso de direito ambiental, p.15.
28
Mandado de segurança MS 22164/SP - São Paulo. Relator: Min. Celso de Mello. Julgamento: 30/10/1995. Órgão Julgador: Tribunal Pleno.
Publicação: DJ 17-11-1995 PP-39206.
29
Trecho extraído do DI-MC3540/DF – Distrito Federal. Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade. Relator Min. Celso de Mello.
Julgamento: 01/09/2005. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação DJ 03-02-2006 PP-00014. Ement. Vol. – 02219-03 PP-00528.

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defesa dos direitos individuais homogêneos teve início nos Estados Unidos em 1966, através
das chamadas “Class actions”.

1.5. Bens Ambientais


Conforme mencionado, o art. 3º da Lei n. 6.938/1981 trouxe um conceito bem amplo de
meio ambiente, de modo a abranger as diversas espécies de meio ambiente, a saber: natural,
artificial e cultural. Inclua-se, ainda, o meio ambiente do trabalho.
Assim, tem-se que o meio ambiente é composto de elementos corpóreos e incorpóreos —
espécimes da flora e da fauna, ar, água, solos, ecossistemas, processos ecológicos, bens e va-
lores culturais — que têm existência própria e autônoma e se submetem a proteção específica.
Registre-se, ainda, que a CRFB atribuiu ao meio ambiente (como bem incorpóreo e imaterial) a
qualificação jurídica de bem de uso comum do povo30.
Analisando-se o texto constitucional é possível visualizar-se os seguintes bens ambientais:
as águas (integrando os bens da União/art.20, III, ou dos Estados/art.26, I); as cavidades na-
turais subterrâneas (art.20, X); a energia (art.22, IV); espaços territoriais protegidos (225, §1º,
III); a fauna (art.24, VI); a flora (art.23, VII); as florestas (art.23, VII); as ilhas (União/20,IV, Esta-
dos/26, II e III); a paisagem (art.216, V); o mar territorial (art.20, VI); as praias fluviais (art.20,III);
as praias marítimas (art.20, IV); recursos naturais da plataforma continental (art.20, V); recur-
sos naturais da zona econômica exclusiva (art.20, V); os sítios arqueológicos e pré-históricos
(art.20, X); os terrenos de marinha e acrescidos (art.20, VII); os terrenos marginais (art.20, III).
Registre-se, por oportuno, que os bens ambientais possuem regime jurídico especial, dife-
rente do estabelecido no Código Civil. É o que se convencionou denominar regime jurídico de
direito ambiental.

2. Direito Ambiental: Conceito


Mas, o que seria, então, o direito ao meio ambiente? Segundo Lúcia Reisewitz, o direito
ambiental pode ser conceituado como:

O conjunto de normas jurídicas que regem a preservação, melhoria ou recuperação de um ambiente


sempre que este for meio para garantir a sadia qualidade de vida humana e a manutenção da vida
em todas as suas formas.31

Para MUKAI, o Direito Ambiental é um conjunto de normas e institutos jurídicos pertencen-


tes a vários ramos do direito, os quais se encontram reunidos em decorrência de sua função
instrumental para disciplinar o comportamento humano em relação ao meio ambiente.

30
MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Op. cit., p. 13; GOULART, Marcelo Pedroso. Elementos para uma teoria geral do Ministério Público. Belo Horizonte:
Arraes Editores, 2013
31
REISEWITZ, Lúcia. Direito ambiental e patrimônio cultural: direito à preservação da memória, ação e identidade do povo brasileiro, p. 30.

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Tais conceitos evidenciam que o direito ao meio ambiente tem como objeto de estudo o
conjunto de regras e normas destinadas à proteção do meio ambiente, bem como aqueles re-
lacionados à proteção da vida humana e sua dignidade.
Nessa linha, o gestor ambiental (e os demais profissionais que atuam nessa área) desem-
penham papel estratégico fundamental, desenvolvendo projetos direcionados à preservação e
proteção do meio ambiente.

2.1. Evolução Histórica da Proteção do Meio Ambiente


O direito ao meio ambiente constitui-se como um direito fundamental do homem, uma vez
que sua existência se justifica em razão da proteção do direito à vida, saúde, qualidade de vida
e, consequentemente, dignidade da pessoa humana. Contudo, somente no século passado
começou a ser implementada uma política efetiva de proteção em relação a esse direito. Car-
mem Lúcia Silveira Ramos32 evidencia que após o fim da Segunda Guerra Mundial passou-se a
ter uma real preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida da população.
Fazendo-se uma retrospectiva histórica, observa-se que a preocupação em se tutelar o
direito ao meio ambiente é relativamente recente. Durante séculos o homem tem agredido a
natureza e o meio ambiente em que vive na busca de melhores condições de vida e, também,
com o objetivo de obter maiores lucros em suas atividades. Não raro, inexistia a consciência
dessa agressão, predominando a ideia de que a natureza produziria inesgotavelmente.

Fases da Proteção Ambiental no Brasil

A proteção do meio ambiente no Brasil observou três fases, a saber:


1ª fase - individualista -> Inicia-se com o descobrimento do Brasil e vai até a segunda me-
tade do século XX. Orientações Afonsinas e Manuelinas. Praticamente não havia proteção ao
meio ambiente – exploração desregrada dos recursos ambientais. Priorizavam-se os interes-
ses do reino;
2ª fase – fragmentária -> Da segunda metade do século XX e até por volta de 1980. A pro-
teção ao meio ambiente era esparsa (FRAGMENTÁRIA) e preocupada com a atividade econô-
mica (fins econômicos). Não estabelecia uma polícia ambiental integrada e não reconhecia a
natureza difusa do meio ambiente;
=> Diz-se que o sistema é fragmentário porque vigoravam vários diplomas legislativos que,
cada um, em sua disciplina, era direcionada para um determinado tema. Vejam-se os diplomas
dispersos que tinham vigência nessa fase:
• Código de Águas (Decreto n. 24.643/34): algumas normas ainda estão em vigência;

32
RAMOS, Carmem Lúcia Silveira. Diálogos sobre Direito Civil: Construindo uma racionalidade contemporânea, p. 8.

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• Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/64): tem grande importância nas tratativas referentes à
fixação da função socioambiental da propriedade;
• Código Florestal (Lei n. 4.771/65): revogado pelo atual Código Florestal (Lei n.
12.651/2012);
• Lei de Proteção à Fauna (Lei n. 5.197/67): é lei vigente, mas com algumas disposi-
ções revogadas;
• Código de Pesca (Decreto-Lei n. 221/67): é lei vigente, mas com algumas disposições
revogadas;
• Código de Mineração (Decreto-Lei n. 227/67): sofreu várias alterações decorrentes de
Medidas provisórias.

3ª fase – holística -> Inicia-se em 1981. Foi concebida a partir da Política Nacional do Meio
Ambiente - PNMA (Lei n. 6.938/81). Há uma proteção do meio ambiente como um TODO, de
maneira integrada.
Na fase holística de evolução histórica da legislação ambiental, é marcada pela compre-
ensão do meio ambiente como um todo integrado, em que cada uma das suas partes é in-
terdependente das outras e não fragmentada. A Lei n. 6.938/81, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, é marco do começa da fase holística, pois somente a partir daí a
defesa do meio ambiente começou a ser considerada uma finalidade em si mesma. Apenas
nessa fase que o meio ambiente passou a ser considerado como um bem jurídico autônomo.

2.2. Fontes do Direito Ambiental


No que se refere ao direito internacional ambiental a doutrina menciona como fontes do
direito ambiental: Os tratados, os costumes, os princípios gerais de direito, a doutrina e a ju-
risprudência.
Consoante ensina LEMOS33, o tratado se configura como um acordo formal internacional
entre pessoas jurídicas de direito internacional público, destinado a produzier efeitos jurídicos,
independentemente da denominação adotada.34
A doutrina também costuma dividir as fontes do direito em diferentes categorias. Assim,
seria possível falar em Fontes Materiais e Fontes Formais.
As Fontes Materiais abrangeriam os movimentos populares, as descobertas científicas35
e a doutrina jurídica. Já as fontes Formais seriam aquelas relacionadas ao direito positivado,

33
LEMOS, Patrícia Faga Iglecias. Direito ambiental: responsabilidade civil e proteção ao meio ambiente. São Paulo: Revista dosTribunais,
2010, p. 63
34
Cite-se, por exemplo: os acordos, ajustes, convenções, declarações, pactos, procolos, ajustes, etc.
35
Cite-se, como exemplo, o Protocolo de Montreal, a Convenção sobre as Mudanças Climáticas Globais e o Protocolo de Kyoto, os quais sur-
giram em decorrência das descobertas científicas relacionadas à a emissão de CFC e outros gases na camada de Ozônio e o efeito estufa.

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normatizado. No âmbito do direito interno brasileiro seria possível mencionar-se: a Constitui-


ção, Leis infraconstitucionais etc.
Há quem as classifique simplesmente como Fontes Estatais e Não Estatais, como o faz
Rizzato Nunes.
Relembre-se que, no ordenamento jurídico brasileiro, a doutrina constitucionalista entende
que as Convenções são recepcionadas ao nível de lei ordinária (à exceção dos Tratados de
Direitos Humanos, que são recepcionados como Emendas Constitucionais, conforme o artigo
5º, § 3º, da CRFB.36

2.3. Tutela Internacional do Meio Ambiente


O primeiro tratado internacional a tratar do direito ao meio ambiente foi a Declaração de
Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano. Segundo Anízio Pires Gavião Filho37, “o grande
mérito da Declaração de Estocolmo de 1972 foi o de proclamar, pela primeira vez, ‘o direito
humano ao meio ambiente”.
O referido tratado trouxe uma série de princípios e regras norteadores do direito ao meio
ambiente e sua proteção, sendo certo que, após tal reunião, diversos países começaram a in-
cluir em suas constituições normas relacionadas ao meio ambiente.
Georgete Nacarato Naza e Toshio Mukai38, afirmam que a Conferência de Estocolmo de
1972 aproximou a proteção ambiental da proteção conferida aos direitos humanos.
Segundo Guido Fernando Silva Soares39, a Declaração de Estocolmo funciona como um
guia para a definição dos principais meios a serem implementados pelas diversas Nações
do Planeta.
Frise-se, ainda, que outros tratados internacionais procuraram reforçar e ampliar algumas
das garantias apresentadas pela Declaração de Estocolmo, começando-se a firmar uma dou-
trina sólida em relação ao direito ao meio ambiente.40
Em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, na qual foram assinados cinco documentos. São eles:
1) Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a qual contém 27 princípios;
2) Agenda 21, a qual apresenta dados relacionados aos problemas existentes, tendo, contudo,
o objetivo de preparar o mundo para os desafios que surgirão no século 21, traçando diretri-
zes para o desenvolvimento sustentável; 3) Princípios para a Administração Sustentável das
36
Para´grafo introduzido pela Emenda 45/2004
37
GAVIAO FILHO, Anízio Pires. Direito Fundamental ao Ambiente, p. 22.
38
NACATO, Georgente Naza. O Direito Ambiental no Brasil. Evolução histórica e relevância do direito internacional no meio ambiente. In.
Revista de Direito Ambiental, ano 7, out/dez/02, n. 28, RT, p. 92.
39
SOARES, Guido Fernando Silva. Direito Internacional de meio ambiente, emergência, obrigação e responsabilidade, p. 55.
40
MORONG, Fabio Ferreira. Aspectos generales de la protección jurídica ambiental de la actual unión europea. Revista de Direito e Liberdade,
v. 12, p. 22-45, 2010.

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Florestas; 4) Convenção da Biodiversidade; e 5) Convenção sobre Mudança do Clima. Tal con-


ferência ficou conhecida como ECO-92 e estabeleceu diversas obrigações aos ex-signatários.
Dentre tais obrigações, destaca-se o respeito ao princípio do poluidor pagador, prevenção inte-
grada, proteção ao meio ambiente a todas as esferas da política estatal, etc.
Cinco anos depois, na cidade de Kyoto (Japão), ocorreu a Conferência das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas, na qual foi elaborado o Protocolo de Kyoto, o qual teve como
objetivo básico reduzir a emissão de gases, e, consequentemente, a redução do efeito estufa.
No ano de 2002, em Johannesburgo, na África do Sul, foi realizada a cúpula mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, a qual ficou conhecida como Rio+10, em alusão à conferência
realizada no Rio de Janeiro, uma década antes. Tal reunião teve como objetivo a solidificação
da Agenda 21, uma vez que sua aplicação estava bastante deficiente na maioria dos países de
nosso planeta.
As Conferências internacionais realizadas ao longo dos anos têm demonstrado que a pre-
ocupação com a questão ambiental tem se tornado, a cada dia que passa, uma preocupação
maior para todo o Planeta, em decorrência de suas repercussões para a qualidade de vida dos
seres humanos.41

2.4. A Proteção do Meio Ambiente na Constituição Federal


Nas últimas décadas, a preocupação com a prevenção e proteção ao meio ambiente, bem
como o desenvolvimento sustentável passaram a fazer parte da maioria dos textos constitu-
cionais. E no Brasil não foi diferente.
Em nosso país, o meio ambiente passou a ter uma tutela constitucional somente na Consti-
tuição de 1988, a qual inseriu um capítulo específico sobre o tema, observando-se, porém, que
a questão ambiental é tratada em diversas outras partes do texto constitucional.
E, para proteger tal direito, nossa Constituição Federal42 estabeleceu que:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defen-
dê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

A inserção de tal capítulo trouxe transformações para a questão ambiental em nosso país,
conforme se passará a expor adiante.
Ao tratar dos efeitos da constitucionalização, Virgílio Afonso da Silva43 destaca a unifica-
ção da ordem jurídica e a necessidade da sua simplificação.

41
sOBRE O TEMA, VEJA: VARELLA, Marcelo. Direito Internacional Econômico Ambiental. Belo Horizonte: De Rey, 2015.
42
Artigo 225, caput, da Constituição Federal de 1988.
43
SILVA, Virgílio Afonso. A constitucionalização do direito: os direitos fundamentais nas relações entre particulares, p. 48-50.

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Para o referido autor, por meio da unificação, as normas constitucionais se tornariam, pro-
gressivamente, o fundamento comum dos diversos ramos do Direito. Do mesmo modo, a unifi-
cação acabaria relativizando a distinção entre direito público e privado, uma vez que a Consti-
tuição passaria a ser a base fundamentadora de todos os princípios da ordem jurídica.
O segundo efeito destacado pelo autor consiste na denominada simplificação da ordem
jurídica, uma vez que a Constituição passa a ser a “norma de referência” de todo o ordenamen-
to jurídico. Logo, a Constituição Federal de 1988 fez muito mais do que simplesmente atribuir
proteção constitucional ao meio ambiente. Ao inserir a dignidade da pessoa humana entre os
fundamentos de nossa República, visando assegurar direitos como a vida digna e a saúde,
considerando-os fundamentais.
A Constituição criou o cenário perfeito para se chegar a uma conclusão importante: a de
que o meio ambiente, além de ser matéria constitucional, é, também, um direito fundamental
de todos os seres humanos.
E, na medida em que o meio ambiente passa a ser considerado um direito fundamental
autônomo, essa circunstância traz consequências para toda a ordem jurídica.
Discorrendo a respeito das consequências do reconhecimento do meio ambiente como
direito humano fundamental, Jorge Alberto de Oliveira Marum44 afirma que tal direito passa a
ser irrevogável, eis que passa ele a se constituir como verdadeira cláusula pétrea do regime
constitucional brasileiro.
O mesmo autor ainda destaca a “integração plena e imediata dos pactos, tratados e con-
venções internacionais que versem sobre o tema”, bem como a prevalência da “norma que
mais favoreça o direito fundamental ao meio ambiente sadio e equilibrado”.
Ademais, lembre-se que nem todos os direitos garantidos na Constituição são considera-
dos direitos fundamentais.
Para que todos tenham uma vida digna é imprescindível que haja a adequada utilização e
proteção dos recursos naturais existentes em nosso planeta. Do mesmo modo, a proteção à
história e à cultura dos povos é imprescindível para que as futuras gerações tenham informa-
ções acerca de suas origens e dos problemas vivenciados no passado, a fim de ter condições
de garantir a continuidade da vida em nosso planeta.
Do mesmo modo, registre-se que a proteção ao meio ambiente não se encontra previs-
ta apenas naquele capítulo, mas, sim, ao longo de todo o texto constitucional. Assim, vários
aspectos merecem ser destacados. O primeiro deles refere-se à divisão das competências.
Segundo estabelece nossa Constituição “é competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer
de suas formas” (Art. 23, VI).
Neste sentido, a jurisprudência tem entendido que a competência da União, dos Estados
e dos Municípios para legislar e proteger o meio ambiente é concorrente, por se tratar de
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se, por isso, ao
44
MARUM, Jorge Alberto de Oliveira. Meio ambiente e direitos humanos, p. 134.

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poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras


gerações45.
O artigo 23 da Constituição Federal ainda estabelece, em seus incisos VII e XI que todos os
entes federados possuem competência para “preservar as florestas, a fauna e a flora” (inciso
VII), bem como “registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração dos recursos hídricos e minerais em seus territórios” (inciso XI)
Por expressa disposição constitucional, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defe-
sa do solo e dos recursos naturais, bem como sobre a proteção do meio ambiente, controle da
poluição e responsabilidade por dano ao meio ambiente46.
No que se refere à titularidade de tal direito, Manoel Gonçalves Ferreira Filho47, ensina que
o direito ao ambiente pode ser visto como direito individual, pois “seu titular pode ser uma
pessoa física”. Dessa forma, nossa Constituição Federal estabelece que “qualquer cidadão é
parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo [... ] ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural”48.
O mesmo autor, contudo, relembra que tal direito também pode ser visto como um “direito
do povo.” Neste aspecto, observe-se que, segundo o art. 129, III, da Constituição Federal, uma
das funções institucionais do Ministério Público é, justamente, a promoção do inquérito civil e
da ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de ou-
tros interesses difusos e coletivos. Logo, tem-se que, por expressa disposição constitucional,
o meio ambiente é considerando um direito difuso ou coletivo.
Atente-se, ainda, que a defesa do meio ambiente também se constitui como um dos princí-
pios gerais da atividade econômica49, de tal forma que sua proteção passa a funcionar como
um limite à ordem econômica, fundada na livre iniciativa.
No art. 174, § 3º, a Constituição Federal afirma que “O Estado favorecerá a organização
da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a
promoção econômico-social dos garimpeiros”.
Ainda tratando da atividade econômica, a Constituição proclama que parte dos recursos
arrecadados em decorrência da contribuição de intervenção no domínio econômico, relativa às
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível serão destinados ao financiamento de projetos ambientais re-
lacionados com as indústrias de petróleo e gás50.
45
Apelação Cível Acórdão n.: 28315. Órgão Julgador: 4ª Câmara Cível. Comarca: Paranaguá. Processo: 0321271-5. Relator: Adalberto Jorge
Xisto Pereira Julgamento: 24/07/2007 19:00. Dados da Publicação: DJ: 7421.
46
Art. 24, inciso VI e VIII, da Constituição Federal de 1988.
47
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos humanos fundamentais, p. 64.
48
Art. 5º LXXIII, da Constituição Federal de 1988.
49
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente, p. 149.
50
Art. 177, § 4º, II, b, da Constituição Federal de 1988.

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Com relação à vida rural, observe-se que um dos requisitos necessários para que a proprie-
dade rural cumpra sua função social é a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis
com a possível preservação do meio ambiente51.
Desse modo, há de se concluir que a proteção ao meio ambiente não se encontra previs-
ta em um único artigo, mas, sim, ao longo de toda Constituição, uma vez que, conforme dito
anteriormente, sua proteção visa, em suma, tutelar o direito à vida das presentes e futuras
gerações.
Cumpre destacar, mais uma vez, que, por força do disposto no art. 5º, § 2º, da Constituição
Federal, o rol de direitos e garantias nela elencados é meramente exemplificativo, de tal forma
que é possível a existência de outros, decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados,
ou, ainda, dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Assim, tanto na esfera nacional quanto na internacional, o meio ambiente, tem sido, cons-
tantemente, objeto de proteção e, felizmente, de tutela legislativa. Concomitantemente, a so-
ciedade civil tem se organizado e exigido posturas mais comprometidas dos governantes e
dos indivíduos a fim de garantir qualidade de vida para esta e para as futuras gerações.

2.5. Deveres do Estado na Área Ambiental


Para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente, a Constituição incumbiu o Poder
Público de uma série de obrigações, as quais encontram-se previstas nos incisos do art. 225,
§ 1º da CF.52 São elas53:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas: Tal missão deriva diretamente do princípio da proteção à vida,
uma vez que esta depende diretamente da proteção e preservação do meio ambiente. Assim,
na hipótese de degradação de um determinado ecossistema, deve-se procurar recuperá-lo, de
modo a garantir a salubridade e higidez do meio ambiente.
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético. O atendimento a este
comando constitucional foi feito por meio da Medida Provisória n. 2186-16, de 23 de agosto
de 2001, a qual regulamentou o supracitado inciso. Esta medida, dentre outros assuntos, trata
do acesso ao patrimônio genético e à tecnologia para conservação e utilização do meio am-
biente, com o objetivo de protegê-lo, bem como à saúde humana. A medida provisória veda
a utilização do patrimônio genético para práticas nocivas, tais como o desenvolvimento de
armas biológicas e químicas.

51
Art. 186, II, da Constituição Federal de 1988.
52
Anote-se, para fins de registro, que o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal foi regulamentado por meio da lei n. 9.985,
de 18 de julho de 2000.
53
Para maiores detalhes, cf. COUTINHO, Nilton Carlos de Almeida. Proteção jurídica do meio ambiente: o papel da administração pública na
preservação dos direitos da personalidade. Maringá: Cesumar, 2009.

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III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a


serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção. Neste item destaque-se que a supressão de vegetação em área de preservação
permanente “somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse so-
cial, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quan-
do inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto”54.

Informativo 896 do STF: “É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais


especialmente protegidos por medida provisória”.

IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de sig-
nificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publi-
cidade.
O estudo de impacto ambiental constitui-se como um dos instrumentos da Política Nacional
do Meio Ambiente, cabendo à Administração Pública o dever de exigir tal estudo quando en-
tender que a obra é potencialmente prejudicial ao meio ambiente.

V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que


comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
Em razão da proteção ao meio ambiente constituir-se como um dos deveres do Estado, permi-
tiu a Constituição Federal que o Poder Público interfira nas atividades econômicas de domínio
privado com o objetivo de impedir danos à vida, qualidade de vida ou ao meio ambiente.
Nesta ótica, o princípio do controle do poluidor pelo Poder Público possibilita a realização de
intervenções estatais visando à manutenção, preservação e restauração dos recursos ambien-
tais, de modo a possibilitar sua utilização nacional e disponibilidade permanente. Encontra-se
previsto em nosso ordenamento jurídico, o art. 225, § 1º, V, da Constituição Federal, o qual
estabelece que é da incumbência do poder público “controlar a produção, comercialização e o
emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente”

VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para


a preservação do meio ambiente.
Com o objetivo de propiciar a adequada proteção ao meio ambiente, nossa Constituição Fede-
ral também estabeleceu que a educação ambiental deverá fazer parte dos currículos escola-
res, conscientizando-se a sociedade acerca da necessidade de preservação do meio ambiente.

VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
54
Redação dada pela Medida Provisória n. 2.166-67, de 2001.

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Tal medida, assim como as anteriormente descritas, tem como objetivo proteger o direito à
vida, por meio do correto gerenciamento dos recursos ambientais. A proteção à fauna, à flora
e aos diversos ecossistemas existentes deve ser um objetivo presente na atividade estatal.

PEC da vaquejada. Neste item, destaque-se que, por meio da Emenda Constitucional n.
96, de 2017 foi incluído no texto do art. 225 um parágrafo sétimo estabelecendo que “não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifesta-
ções culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem
de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas
por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.”55.
Tal EC foi aprovada após o julgamento, pelo Plenário do STF da ADI n. 4983, ajuizada pelo
procurador-geral da República contra a Lei n. 15.299/2013, do Estado do Ceará, que regula-
mentava a vaquejada como prática desportiva e cultural no Estado.56
Por fim, registre-se que, em razão da natureza jurídica do direito ambiental, sua proteção
exige uma atuação efetiva não só do Estado, mas também, da sociedade, do terceiro setor e
da própria iniciativa privada, uma vez que o desenvolvimento sustentável é a única forma de se
conseguir uma tutela efetiva do bem jurídico ambiental.

3. Tutela Administrativa Ambiental e o Poder de Polícia Administrativa


Para que o Estado exerça sua soberania interna constitucional ele se faz valer de poderes
políticos, exercidos pelo Legislativo, Executivo e Judiciário, e de poderes administrativos.
No tocante aos poderes administrativos tem-se que estes se efetivam de acordo com as
exigências do Serviço Público e com os interesses da comunidade. Assim, “enquanto os po-
deres políticos identificam-se com os Poderes de Estado e só são exercidos pelos respectivos
órgãos constitucionais do Governo, os poderes administrativos difundem-se por toda a Admi-
nistração e se apresentam como meios de atuação. Aqueles são poderes imanentes e estrutu-
rais do estado, estes são contingentes e instrumentais (grifo nosso) da Administração

Poder de Polícia

O instrumento maior para a efetivação da tutela jurídica do meio ambiente, a nosso ver, é
o poder de polícia administrativa, mais especificadamente no nosso caso, o poder de polícia
administrativa ambiental.
Deste modo, o poder de polícia administrativa é prerrogativa da Administração Pública, que
legitima a intervenção na esfera jurídica do particular, sempre em defesa do interesse público,
e sempre pautada nos princípios que regem os atos da Administração Pública.
55
Tal emenda foi alvo de uma ADI (n. 5728) a qual encontra-se pendente de julgamento pelo STF.
56
Neste sentido, cf.: COUTINHO, Nilton Carlos de Almeida. O essencial nas procuradorias: advocacia pública em nível federal, estadual, dis-
trital e municipal. Brasília: Coutinho, 2018.

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Nilton Coutinho

Por meio do poder de polícia a administração pública condiciona e restringe o uso e gozo
de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade, do próprio Estado e o
interesse público.
O poder de polícia constitui-se como um mecanismo de frenagem que dispõe a Administra-
ção Pública para conter os abusos do direito individual dos cidadãos.

Poder de Polícia Ambiental e Competência Material

No tocante a competência para exercer o poder de polícia ambiental, tal tutela administrati-
va ambiental cabe aos todos os entes federativos constitucionais, ou seja, a União, os Estados,
Distrito Federal e Municípios, porquanto a Lei Fundamental elevou o meio ambiente à condição
de bem de uso comum do povo e atribuiu, através deste contrato social, a toda a coletividade e
ao próprio Poder Público o dever de zelar pela sua proteção e preservação.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FCC/2015/DPE-SP/Defensor Público) “[...] Esse conjunto de entidades envolvido no deba-
te ambiental brasileiro esteve sempre atravessado por uma questão central: a de como engajar-
-se em campanhas que evocam a ‘proteção ao meio ambiente’ sem desconsiderar as evidentes
prioridades da luta contra a pobreza e a desigualdade social ou mostrando-se capaz de respon-
der aos propósitos desenvolvimentistas correntes que almejam a rentabilização de capitais em
nome da geração de emprego e renda. Em outros termos, como conquistar legitimidade para as
questões ambientais, quando, com frequência, a preocupação com o ambiente é apresentada
como um obstáculo ao enfrentamento do desemprego e à superação da pobreza? Como dar um
tratamento lógico e socialmente aceitável às implicações ambientais das lutas contra a desi-
gualdade social e pelo desenvolvimento econômico?”
(ACSELRAD, Henri. Ambientalização das lutas sociais − o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos
avançados, São Paulo, v. 24, n. 68, p. 103-119, 2010. Acesso em 10 de agosto 2015. http://dx.doi.org/10.1590/
S0103-40142010000100010)

O trecho acima reproduzido alude a uma das questões centrais em matéria de justiça ambien-
tal: o conflito entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. O tema justiça
ambiental:
I – incorpora a lógica do princípio administrativo da distribuição equitativa dos ônus e encar-
gos, considerando que os riscos ambientais e a poluição atingiriam a todos indistintamente e
na mesma proporção.
II – tem sua origem associada, segundo parte da doutrina, às lutas raciais desenvolvidas pelos
negros nos Estados Unidos, na década de 1980.
III – defende a ponderação quantitativa entre os específicos direitos das comunidades afeta-
das pelos empreendimentos e o direito coletivo ao desenvolvimento econômico.
IV – sustenta a necessidade de consideração da dimensão histórica e social na análise da
questão ambiental.
V – tem dentre seus princípios o fomento à gestão democrática e o acesso à informação.
VI – prioriza, como estratégia de efetivação de justiça ambiental, a realização de estudos téc-
nicos divergentes como suporte às comunidades afetadas por empreendimentos que gerem
riscos, em contraposição aos Estudos de Impacto Ambiental elaborados pelos empreendedo-
res-poluidores.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, V e VI.
b) II, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, IV e VI.
e) I, III e V.

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Certas II, IV E V.
I – Errada. A poluição NÃO É necessariamente democrática. Os ricos são menos afetados do
que os pobres. Exemplo: água tratada e água retirada de rios para consumo da comunidade
mais pobre.
II – Certa. O conceito de justiça ambiental desenvolveu-se a partir das lutas por direitos civis da
população negra dos Estados Unidos na década de 1980. As populações mais pobres (em sua
maioria negra), percebeu que os resíduos tóxicos proveniente da indústria, sobretudo química,
estavam sendo depositados em seu território. Pois bem, essa constatação gerou uma série de
protesto e culminou com a construção de um novo campo denominado justiça ambiental, que
congrega toda uma produção teórica crítica sobre a distribuição desigual dos riscos provenien-
tes desse modelo de desenvolvimento.
III – Errada. A Justiça Ambiental não defende apenas “a ponderação entre específicos direitos
das comunidades afetadas pelos empreendimentos e o direito coletivo ao desenvolvimento
econômico”, sendo mais ampla, uma vez que, segundo o princípio da cooperação entre os po-
vos, o meio ambiente não conhece fronteiras políticas (ou comunitárias), sendo curial uma mú-
tua cooperação entre as nações. Logo, há uma ponderação QUALITATIVA (e não quantitativa).
IV – Certa. Vide comentários a afirmativa II.
V – Certa. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO OU PRINCÍPIO DA GESTÃO COMUNITÁRIA. Veja: O
princípio da participação, conhecido também como princípio democrático ou de princípio da
gestão democrática, assegura ao cidadão o direito à informação e à participação na elabora-
ção das políticas públicas ambientais, de modo que devem ser assegurados os mecanismos
judiciais, legislativos e administrativos que o efetivam. Dessa forma, a população deve ser
inserida em questões ambientais. Fonte: Material Curso Ciclos R3.
VI – Errada. Estudos técnicos devem ser CONVERGENTES, EM SINTONIA.
Letra b.

002. (CESPE/2015/STJ/CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGOS 3 E 14) Com refe-


rência à adoção de critérios de sustentabilidade nas licitações e contratações sustentáveis no
âmbito da administração pública, julgue o item a seguir.
Em comparação aos certames que se valem fundamentalmente do critério de menor preço, as
licitações que adotam critérios e práticas de sustentabilidade, como, por exemplo, a aquisição
de produtos e serviços com maior vida útil e menor custo de manutenção, podem dispensar o
caráter competitivo do certame.

Vide:

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Lei n. 8.666/93, Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da iso-
nomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração E a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos
DECRETO N. 7.746, DE 5 DE JUNHO DE 2012, Art. 2º A administração pública federal direta, autár-
quica e fundacional e as empresas estatais dependentes poderão adquirir bens e contratar serviços
e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente definidos no instrumen-
to convocatório, conforme o disposto neste Decreto.
Parágrafo único. A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade deverá ser justificada nos au-
tos e preservar o caráter competitivo do certame.
Errado.

003. (CESPE/2008/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Quanto ao conceito de direito am-


biental, julgue os seguintes itens.
De acordo com o que dispõe a Lei n. 6.938/1981, o meio ambiente é considerado como um
equipamento público, de uso comum do povo, a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista a sua natureza histórica, pan-edênica, geracional, ubiquitária e transindividual,
abrangendo as comunidades, os ecossistemas e a biosfera.

Meio ambiente não é EQUIPAMENTO.


O artigo 5º, parágrafo único da Lei de parcelamento do solo urbano (L.6.766/79) refere-se a
equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, cole-
tas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.

Lei n. 6.938/1981:
Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
Errado.

004. (PUC-PR/2016/PARANACIDADE-PR/ADVOGADO) Segundo as disposições da Lei n.


12.305/2010, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, é CORRETO afirmar:
a) Para efeitos da legislação, entende-se por logística reversa o instrumento de desenvolvi-
mento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final am-
bientalmente adequada.
b) A lei que instituiu a política nacional de resíduos sólidos se aplica a todas as pessoas, físicas
ou jurídicas, de direito público ou privado, que são responsáveis, direta ou indiretamente, pela
geração de resíduos sólidos, de natureza radioativa ou não.

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c) Para efeitos da legislação criadora da política nacional, os consumidores não podem ser
considerados geradores de resíduos sólidos e, portanto, não têm responsabilidade pelo ciclo
de vida dos produtos consumidos.
d) É permitida a importação de resíduos sólidos perigosos unicamente para fins de tratamento,
reforma, reutilização ou recuperação.
e) Os consumidores deverão manter atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente
as informações completas sobre a realização das ações sob sua responsabilidade.

Fonte: Lei n. 12.305/2010 (PNRS)


a) Certa.

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: (...)


XII – logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resídu-
os sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos,
ou outra destinação final ambientalmente adequada.
b) Errada.

Art. 1º, § 1º Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público
ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desen-
volvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.
§ 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica.
c) Errada.

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: (...)


XVII – responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições
individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os
impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos pro-
dutos, nos termos desta Lei.
d) Errada.

Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos
sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade
vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.
e) Errada.

Art. 23. Os responsáveis por plano de gerenciamento de resíduos sólidos manterão atualizadas
e disponíveis ao órgão municipal competente, ao órgão licenciador do Sisnama e a outras auto-
ridades, informações completas sobre a implementação e a operacionalização do plano sob sua
responsabilidade.
Letra a.

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005. (IBADE/2020/Prefeitura de Vila Velha-ES/Analista Ambiental) “Promover o desenvolvi-


mento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento,
fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e cul-
turais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas insti-
tuições” é o principal objetivo da:
a) Política Nacional da Biodiversidade.
b) Política Nacional de Educação Ambiental.
c) Política Nacional do Meio Ambiente.
d) Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.
e) Política de Desenvolvimento.

a) POLÍTICA NACIONAL DA BIODIVERSIDADE = DECRETO N. 4.339/2002: Institui princípios e


diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. 5. A Política Nacional
da Biodiversidade tem como objetivo geral a promoção, de forma integrada, da conservação
da biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e
equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do
patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos.
b) POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL = LEI N. 9.795/1999: Dispõe sobre a edu-
cação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:


I – o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e com-
plexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômi-
cos, científicos, culturais e éticos;
II – a garantia de democratização das informações ambientais;
III – o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e
social;
IV – o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do
equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inse-
parável do exercício da cidadania;

V – o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais,


com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da
liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI – o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII – o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamen-
tos para o futuro da humanidade.

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Meio Ambiente e sua Proteção
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c) POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE = LEI N. 6.938/1981: Dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências.

Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recupera-
ção da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvi-
mento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida
humana, atendidos os seguintes princípios: (...)
d)

 Obs.: Conforme o Art. 2º do Anexo do Decreto n. 6.040, de 7 de fevereiro de 2007 a PNPCT


tem como principal objetivo promover o desenvolvimento sustentável dos Povos e
Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia
dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito
e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas instituições
e) POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO = conceito incompleto? Desenvolvimento de que? Desen-
volvimento regional, econômico?
Letra d.

006. (FCC/2019/TRF-3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Texto associado


Atenção: A questão corresponde à Gestão Pública.
O conceito de desenvolvimento sustentável, tal como tratado no Relatório Brundtland, elabora-
do pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento criada pela Assembleia
das Nações Unidas em 1983, predica que
a) o modelo ecologicamente sustentável não se compatibiliza com desenvolvimento econômi-
co, cabendo uma escolha ética pelo primeiro por parte das futuras gerações.
b) os recursos naturais são finitos e toda forma de desenvolvimento que utilize esses insumos
deve ser tida como deletéria.
c) o desenvolvimento pressupõe degradação, daí porque os países mais desenvolvidos devem
ser taxados e a receita revertida para países que optaram por preservar sua biodiversidade.
d) se deve adequar, compulsoriamente, a velocidade das mudanças tecnológicas à capacidade
de absorção pelo ecossistema dos impactos correspondentes.
e) se deve satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gera-
ções futuras de suprir suas próprias necessidades.

Conceito de desenvolvimento sustentável para o Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum):

O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das


gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
Letra e.

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Meio Ambiente e sua Proteção
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007. (NC-UFPR/2018/CÂMARA DE QUITANDINHA-PR/ADVOGADO) Em relação ao Direito


Ambiental, considere as seguintes afirmativas:
1. O Direito Ambiental tem três esferas básicas de atuação: preventiva, reparatória e repressiva.
2. A partir do Código Civil de 2002, independentemente de normas específicas, passam a co-
existir, em pé de igualdade, o sistema tradicional da culpa com o de risco proveniente de ativi-
dades perigosas.
3. É o reconhecimento da responsabilidade sem culpa, segundo o cânone da teoria do risco
criado, que se fundamenta no princípio de que, se alguém introduz na sociedade uma situação
de risco ou perigo para terceiros, deve responder pelos danos que a partir desse risco criado
resultarem.
4. A Política Nacional do Meio Ambiente deu adequado tratamento a matéria de responsabi-
lidade civil, substituindo o princípio da responsabilidade subjetiva pelo da responsabilidade
objetiva, fundamentado no risco da atividade.
Assinale a alternativa Certa.
a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Item 1 - CORRETO. De fato, o Direito Ambiental tem três esferas básicas de atuação: preventiva,
reparatória e repressiva.
Item 2 - Correto: “O Código Civil de 2002, atento à crescente complexidade das relações pre-
sentes na moderna sociedade brasileira, introduziu importantes modificações nas normas
que disciplinam a responsabilidade civil. Migrou do sistema único do Código Civil de 1916,
de exclusividade consagração da regra da responsabilidade civil fundada na culpa (art. 159),
para um sistema dualista que, sem prejuízo desse princípio básico, reproduzido agora no art.
186, agregou, com igual força de incidência, a responsabilidade sem culpa, esteado no risco
da atividade. Assim, a partir do Código Civil de 2002, independentemente de normas especí-
ficas, passam a coexistir, em pé de igualdade, o sistema tradicional da culpa com o de risco
inerente à atividade.”
Item 3. CORRETO. No direito ambiental adote-se a responsabilidade objetiva com base no ris-
co integral. Assim, consoante ensina a doutrina também é possível falar-se em teoria do risco
criado, a qual se fundamenta no princípio de que, se alguém introduz na sociedade uma situ-
ação de risco ou perigo para terceiros, deve responder pelos danos que a partir desse risco
criado resultarem.
Item 4 - Correto:

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Coube a Lei n. 6.938, de 31.08.1981, instituidora da Política Nacional do Meio Ambiente


– ciente de que a atividade ruinosa do poluidor corresponde a uma indevida apropriação
ambiental dos bens de todos -, dar adequado tratamento à matéria, substituindo, decidi-
damente, o princípio da responsabilidade subjetiva, fundamentada na culpa, pelo da res-
ponsabilidade objetiva, fundamentado no risco da atividade. (MILARÉ, 2009, p. 954)

Letra e.

008. (CESPE/2019/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) De acordo com a jurisprudência


do STF, o conceito de meio ambiente inclui as noções de meio ambiente
a) artificial, histórico, natural e do trabalho.
b) cultural, artificial, natural e do trabalho.
c) natural, histórico e biológico.
d) natural, histórico, artificial e do trabalho.
e) cultural, natural e biológico.

1. Definição de meio ambiente – conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem


física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todos as suas formas.
2. Espécies meio ambientais:
a) Natural – formada pelos elementos da natureza com vida ou sem vida (abióticos).

Ex: fauna e a flora;

b) Cultural – formado pelas criações tangíveis ou intangíveis do homem sobre os elementos
naturais, de valor artístico, cultural, histórico, científico e outros.

Ex: tangível, casa tombada. Intangível, Samba de Roda do Recôncavo Baiano;

c) Artificial – formado por bens fruto da criação humana, mas que não integre o patrimônio
cultural.

Ex: casa e prédio;


d) Trabalho – configurado quando as empresas cumprem as determinações legais acerca da
segurança e medicina do trabalho. É o cumprir do art. 200, VIII da CF1988
Letra b.

009. (VUNESP/2018/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO) Sobre a evolução da legislação


ambiental no Brasil e os seus marcos históricos, assinale a alternativa certa.

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a) A Constituição Federal de 1988 consolidou a proteção ao meio ambiente, porém o regime


jurídico de proteção ambiental foi primeiramente abordado e disciplinado de forma sistemáti-
ca na Constituição de 1967, mantido pela Emenda Constitucional n. 1/1969, o que deu espaço
para edição da Lei n. 6.938/1981.
b) Embora a Lei n. 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública) seja um importante instrumento
na proteção de direitos difusos e coletivos, não foi originalmente editada para tutelar o meio
ambiente, tendo sido alterada somente na década de 1990 para passar a prever, em diversas
disposições, a responsabilização por danos causados ao meio ambiente.
c) Embora a Lei n. 6.938/1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, tenha inau-
gurado a proteção ambiental de forma sistemática e organizada no Brasil, somente com a
Constituição Federal de 1988 os Estados e Municípios foram inseridos no sistema de proteção
ambiental.
d) Dois marcos da Lei n. 6.938/1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, são
a descentralização administrativa, a partir da noção de um sistema de proteção ambiental, e a
mudança no paradigma de proteção ambiental no Brasil.
e) Até a edição da Constituição Federal de 1988 as normas de proteção ao meio ambiente
eram fragmentadas e esparsas, sendo preocupação central a proteção de recursos naturais
sob o viés econômico.

a) Errada. A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a tratar do meio ambiente de forma
sistematizada e dedicando capítulo específico. Anteriormente, o tema foi abordado somente
de forma indireta, mencionado em normas hierarquicamente inferiores.
b) Errada. A Lei n. 7.347/1985 tutela o meio ambiente desde o seu texto original, art. 1º, I.
c) Errada. Os municípios foram inseridos desde a edição da Lei n. 6.938/1981, que autoriza
aos municípios instituírem órgãos locais para comprarem o SISNAMA e elaborarem normas
supletivas e complementares às dos estados, na forma do art. 6º, VI, e parágrafo 2º da Lei n.
6.938/1981.
d) Certa. Descentralização pelos órgãos componentes do SISNAMA do art. 6º da citada lei.
e) Errada. Antes da CF/88, as Leis 6.938, 7.347 e até o revogado código florestal da Lei n.
4.771/1965 já traçavam normas ambientais específicas
Letra b.

010. (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a alterna-


tiva ERRADA.
a) São princípios atinentes à política florestal do Estado do Acre a proteção ao patrimônio na-
tural e à biodiversidade, observada a participação do IBAMA e do Instituto Chico Mendes em
todas as decisões.

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Meio Ambiente e sua Proteção
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b) O mecanismo legal através do qual uma determinada área de floresta é destinada pelo
Governo do Estado do Acre a ser explorada pela iniciativa privada denomina-se concessão
florestal.
c) São atribuições do Conselho Florestal Estadual do Estado do Acre, dentre outras, aprovar e
revisar periodicamente a Política Florestal e Extrativista Estadual e aprovar a criação de novas
unidades de conservação.
d) De acordo com a política nacional da biodiversidade, a natureza é provida de valor intrínseco,
merecendo valoração econômica não somente em decorrência de sua utilidade econômica.
e) Um dos motivos do período de defeso, de acordo com a Lei Federal que dispõe sobre a Po-
lítica Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, é a ocorrência de
graves acidentes ambientais.

Os PRINCÍPIOS referentes à Política Florestal do Estado do ACRE, são os que estão previstos
no Art. 3º da L. 1.426/01, logo a alternativa está ERRADA, pois tal art. não faz referência de
participação do IBAMA nem do Instituto Chico Mendes.

Art. 3º A Lei Florestal do Estado reger-se-á pelos seguintes princípios:


I – proteção do patrimônio natural do Estado e da biodiversidade;
II – utilização racional do recurso florestal;
III – participação da sociedade civil organizada nos processos que envolvam o uso do recurso flo-
restal público;
IV – equidade no trato aos usuários da floresta e na distribuição de seus benefícios;
V – respeito às orientações do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre -ZEE.
VI – integração entre os órgãos executores da política florestal.
Letra a.

011. (VUNESP/2017/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Considere a reflexão de Michel Serres em O


contrato natural:
“O retorno à natureza! O que implica acrescentar ao contrato exclusivamente social a celebra-
ção de um contrato natural de simbiose e de reciprocidade em que a nossa relação com as coi-
sas permitiria o domínio e a possessão pela escuta admirativa, a reciprocidade, a contempla-
ção e o respeito, em que o conhecimento não suporia já a propriedade nem a ação o domínio,
nem estes os seus resultados ou condições estercorárias. Um contrato de armistício na guerra
objetiva um contrato de simbiose: o simbiota admite o direito do hospedeiro, enquanto o pa-
rasita – o nosso atual estatuto – condena à morte aquele que pilha e o habita sem ter consci-
ência de que, a prazo, se condena a si mesmo ao desaparecimento. O parasita agarra tudo e
não dá nada; o hospedeiro dá tudo e não agarra nada. O direito de dominação e de propriedade
reduz-se ao parasitismo. Pelo contrário, o direito de simbiose define-se pela reciprocidade:
aquilo que a natureza dá ao homem é o que este lhe deve dar a ela, tornada sujeito de direito.”

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Meio Ambiente e sua Proteção
Nilton Coutinho

Pode-se afirmar que, nessa reflexão, o autor propõe


a) que os fundamentos filosóficos do direito ambiental devem se fundar numa ética antropo-
cêntrica clássica, e não numa defesa ingênua do meio ambiente, que não existe como uma
esfera desvinculada das ações, ambições e necessidades humanas.
b) a predominância do humano deve implicar uma ética utilitarista sobre a natureza, uma vez
que é situado ele em padrão mais elevado entre os seres do mundo, e ser ela essencial para
satisfação de suas necessidades.
c) uma alteração no eixo metodológico e paradigmático do direito ambiental do antropocen-
trismo clássico para um biocentrismo moderado em que a natureza, pelos valores que repre-
senta em si mesma, venha receber proteção e, por seu próprio fundamento, missão jurídica e
ética do Homem.
d) que os fundamentos éticos e filosóficos do direito ambiental devem ter em consideração
a visão humanística – razão cartesiana centrada no sujeito (ser humano) cindido do objeto
(natureza) – da qual decorre a circunstância de que a dimensão do humano deve ser a medida
sob todo o mundo natural.

a) Errada. Pelo seguinte trecho: “enquanto o parasita – o nosso atual estatuto – condena à
morte aquele que pilha e o habita sem ter consciência de que, a prazo, se condena a si mesmo
ao desaparecimento. O parasita agarra tudo e não dá nada”
b) Errada. Pelo seguinte trecho: “O parasita agarra tudo e não dá nada”
c) Certa.
d) Errada. Pelo seguinte trecho: “O direito de dominação e de propriedade reduz-se ao para-
sitismo. (...) o direito de simbiose define-se pela reciprocidade: aquilo que a natureza dá ao
homem é o que este lhe deve dar a ela”
Letra c.

012. (CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) Com relação à tutela constitucional ao meio


ambiente e à PNMA, assinale a opção Certa.
a) Compete aos municípios, por intermédio do plano diretor, instituir diretrizes para o desenvol-
vimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.
b) Embora não seja classificada como recurso ambiental devido a sua natureza incompatível
com a apropriação, a atmosfera é protegida pelo direito ambiental, assim como a água, o solo
e o subsolo.
c) São metas da PNMA o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental e o incentivo à
criação de tecnologia voltada para a melhoria da qualidade ambiental.
d) A recuperação de áreas degradadas é exigida das mineradoras por previsão constitucional
expressa e, sob aspectos gerais, é prevista na lei como um dos princípios da PNMA.

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a) Errada. CF/88:

Art. 21. Compete à União:


XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
b) Errada. PNMA (Lei n. 6.938/1981):

Art. 3º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:


V – recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários,
o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
c) Errada. PNMA (Lei n. 6.938/1981):

Art. 4º (São OBJETIVOS) A Política Nacional do Meio Ambiente visará:


III – ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso
e manejo de recursos ambientais;
Art. 9º São INSTRUMENTOS da Política Nacional do Meio Ambiente:
I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia,
voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
d) Certa. CF/88:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Vide ainda: PNMA (Lei n. 6.938/1981):

Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios:
VIII – recuperação de áreas degradadas;
Letra d.

013. (PGE-PA/2011/PGE-PA/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a alternativa CERTA:


a) Podem os estados-membros, por meio de lei, autorizar a prática ou atividade esportiva com
aves de raça, ainda que envolvam confronto físico entre os animais, desde que assegurada a
proibição de apostas em dinheiro.
b) A proteção constitucional ao patrimônio histórico, às manifestações culturais e ao livre exer-
cício da liberdade de expressão, situada no mesmo nível normativo que a regra de proteção

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ambiental, garante a prática de atividades com mais de 100 anos de tradição, comprovadas
com estudos antropológicos, ainda que possam resultar em submissão de animais a trata-
mentos cruéis.
c) Os sítios arqueológicos, por constituírem patrimônio da União, não podem ser alvo de fisca-
lização ambiental por municípios e estados-membros.
d) O conceito normativo de meio ambiente abrange o conjunto de condições, leis, influências
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
suas formas, não incluindo o patrimônio edificado.
e) O meio ambiente pode ser classificado em natural, artificial, cultural, do trabalho e o patri-
mônio genético.

a) Rinha é proibida.


b) Não é permitido tratamento cruel aos animais a pretexto da proteção a outros direitos cons-
titucionais.
c) É patrimônio da União (art. 21, inc. X, da CF/88), porém a proteção é de competência comum
(art. 23, inc. III, da CF/88).
d) Conceito previsto na Lei do PNAMA, inclui sim o ecossistema artificial.
e) Apesar de ser corrente minoritária, há parcela da doutrina que admite o patrimônio genético.
Sobre o tema, veja-se: o meio ambiente, enquanto bem jurídico tutelado pode ser enqua-
drado sob cinco prismas diferenciados: Meio ambiente natural; Meio ambiente artificial;
Meio ambiente cultural; Meio ambiente do trabalho; Patrimônio genético(...) Assim, o meio
ambiente possui, pelo próprio conceito estabelecido pela Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente e da Constituição Federal, e, em especial pelo Artigo 225 da Carta Maior, uma co-
notação múltipla, tendo em vista a classificação estabelecida, cada qual com seu aspecto
de diferenciação especifica (...) Patrimônio Genético: O patrimônio genético está relaciona-
do com a engenharia genética que manipula as moléculas de ADN/ARN recombinante origi-
nando a produção de transgênicos (OGM), a fertilização ‘in vitro’, as células tronco, etc. Está
tutelado imediatamente pelo Artigo 225, V: V - controlar a produção, a comercialização e o
emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade
de vida e o meio ambiente
Letra e.

014. (FCC/2015/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) O Meio Ambiente, bem de uso comum do povo,


consistente no equilíbrio ecológico e na higidez do meio e dos recursos naturais, é bem
a) individual homogêneo, indivisível, indisponível e impenhorável.
b) tangível, disponível e impenhorável.
c) coletivo, divisível e indisponível.
d) comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e impenhorável.

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e) difuso, divisível, indisponível e impenhorável.

Veja-se:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA AMBIENTAL - INVERSÃO DO ÔNUS


DA PROVA - POSSIBILIDADE - ANALOGIA COM O ART. 6º, VIII, DO CDC - SÚMULA 232 DO
STJ - EXIGÊNCIA CABÍVEL DE DEPÓSITO PRÉVIO DOS HONORÁRIOS - RECURSO DESPRO-
VIDO. O meio ambiente é bem de uso comum do povo, pertencente a toda a coletividade,
incorpóreo, indisponível, indivisível, inalienável, impenhorável, essencial à qualidade de
vida e à dignidade da pessoa humana, sem valor pecuniário, cujos danos são de difícil ou
impossível reparação. A produção de prova pericial, seu custo, ante a inversão e tendo
sido pedida também pelo requerido, deve por este ser suportado. Interpretação sistemá-
tica do art. 6º, inc. VIII, do CPC, art. 33 do CPC, art. 18 da Lei n. 7.347/1985. Invertido o
ônus da prova. A isenção de antecipação atinge somente o autor da ação civil pública.
(TJ-PR, Relator: Fabio Andre Santos Muniz, Data de Julgamento: 14/09/2010, 5ª Câmara Cível)

Letra d.

015. (ACEP/2010/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO – ADVOGADO) No entender doutrinário, o


direito ambiental é um ramo do direito público, apesar de o interesse protegido ser difuso e
situado numa zona intermediária entre o público e o privado. Sobre a qualificação de bem am-
biental, assinale a alternativa CERTA
a) Bem ambiental constitui um bem patrimonial público de uso especial.
b) Bem ambiental constitui um bem patrimonial público de uso privativo
c) Bem ambiental não constitui um bem patrimonial público, sendo um bem particular.
d) Bem ambiental não constitui um bem patrimonial privado, sendo um bem público de uso
preferencial.
e) Bem ambiental não constitui um bem patrimonial público, nem particular, sendo um bem
jurídico próprio, não tendo como identificar o seu titular.

Bem ambiental é aquele que apresenta interesse público. Pouco importa se é público ou parti-
cular. O bem ambiental (meio ambiente ecologicamente equilibrado) é um bem público de uso
comum do povo.
Letra e.

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016. (SHDIAS/2014/CEASA-CAMPINAS/ADVOGADO) A atmosfera, as águas interiores, su-


perficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, são classificados como:
a) Recursos ambientais.
b) Meio ambiente.
c) Recursos inesgotáveis.
d) Fauna.

Lei n. 6.938/1981:

Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:


V – recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários,
o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela
Lei n. 7.804, de 1989)
Letra a.

017. (FCC/2014/SABESP/ADVOGADO) O meio ambiente constitui interesse.


a) difuso que, se lesado, pode ser defendido, entre outros, pelo Ministério Público, que poderá
exigir reparação em dinheiro primeiro contra o causador direto e, subsidiariamente, contra o
causador indireto do dano, depois de esgotada a esfera administrativa de responsabilização.
b) individual homogêneo que, se lesado, pode ser defendido por qualquer do povo, a quem se
faculta exigir reparação, para si, contra o causador direto do dano, depois de esgotada a esfera
administrativa de responsabilização.
c) coletivo que, se lesado, pode ser defendido, entre outros, por um membro da coletividade
lesada, que poderá exigir reparação em dinheiro contra os causadores diretos e indiretos do
dano, em proveito próprio ou dos integrantes do grupo, sem necessidade de prévio esgotamen-
to das esferas criminal ou administrativa de responsabilização.
d) difuso que, se lesado, pode ser defendido, entre outros, pelo Ministério Público, que poderá
exigir reparação em dinheiro contra os causadores diretos e indiretos do dano, depois de esgo-
tada a esfera administrativa de responsabilização.
e) difuso que, se lesado, pode ser defendido, entre outros, pelo Ministério Público, que poderá
exigir reparação em dinheiro contra os causadores diretos e indiretos do dano, sem necessida-
de de prévio esgotamento das esferas criminal ou administrativa de responsabilização.

O meio ambiente trata-se de direito difuso, pois transindividual (transcende a esfera individual,
indivisível, intergeracional, nos termos do art. 81, parágrafo único, I, do Código de Defesa do
Consumidor:

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.

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ASPECTOS A SREM OBSERVADOS:


1º aspecto/DIREITO DIFUSO: O meio ambiente é considerado direito difuso, como se confirma
da leitura do art. 225, caput/CF.

Art. 225/CF - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
2º aspecto/Dever do Poder Público (MP) e do cidadão de protegê-lo: Impõe-se ao Poder Públi-
co, principalmente ao Ministério Público, que tem como função institucional.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
3º aspecto - Responsabilidade objetiva e solidária: Bem sabemos que a responsabilidade de
reparação do dano ambiental é OBJETIVA e SOLIDÁRIA.
Letra e.

018. (VUNESP/2013/TJ-SP/JUIZ) O direito ao meio ambiente, como direito de terceira geração


ou terceira dimensão, apresenta uma estrutura bifronte, cujo significado consiste em contemplar
a) direito de defesa e direito prestacional.
b) direito de defesa e recuperação da qualidade ambiental degradada.
c) direito material e direito procedimental.
d) direito à obtenção e à manutenção de um status previamente definido no texto constitucional.

O caráter bifronte é típico dos direitos de terceira geração (onde inclui-se o Direito ao meio
ambiente) impondo ao Estado uma abstenção (aspecto negativo – não fazer) quanto à de-
gradação ambiental, bem como uma necessidade de agir (aspecto positivo - prestacional), no
sentido de preservar a qualidade do meio ambiente em face das ações antrópicas, à direito de
defesa e direito prestacional.
ABSTENÇÃO = Poder público, não detone o meio ambiente!
PRESTAÇÃO = Poder público, impeça que destruam o meio ambiente e/ou restaure-o
Letra a.

019. (CESPE/2013/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL) O direito ao meio ambiente é um direito


de interesse
a) individual homogêneo de grande relevância social.
b) coletivo.
c) difuso.
d) meramente individual.
e) exclusivo do poder público.

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O art. 225, caput, da Magna Carta assegura o interesse difuso ao meio ambiente, estabelecen-
do concepções fundamentais sobre o Direito Ambiental, pois indica o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado como direito de todos e dispõe a natureza jurídica dos bens am-
bientais como de uso comum do povo e impõe tanto ao poder Público quanto à coletividade o
dever de defender e preservar os bens ambientais para as presentes e futuras gerações.
PARA MAIS DETALHES:

CDC: Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida
em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Letra c.

Nilton Coutinho
Doutor em Direito Político e Econômico. Procurador do Estado de São Paulo. Aprovado em diversos
concursos públicos: Correios, Unesp, Ministério Público, Procuradoria do Estado de São Paulo. Autor de
diversos livros jurídicos.

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GABARITO
1. b
2. E
3. E
4. a
5. d
6. e
7. e
8. b
9. b
10. a
11. c
12. d
13. e
14. d
15. e
16. a
17. e
18. a
19. c

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