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Graduando em direito pela Universidade Rovuma
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Licenciando em Direito pela Universidade Rovuma
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Graduando em direito pela universidade Rovuma
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Graduando em direito pela universidade Rovuma
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Licenciando em Direito pela Universidade Rovuma
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Licencianda em Direito pela Universidade Rovuma
NOTA INTRODUTÓRIA
Tendo como premissa que o direito, como ciência, é formado por princípios próprios,
que orientam e condicionam a formação, aplicação e integração do ordenamento
jurídico, e na elaboração de novas normas jurídicas. Passaremos de seguida à análise de
alguns princípios consagrados no ordenamento jurídico moçambicano, cujo critério de
selecção baseou-se objectivamente na importância que estes assumem no âmbito da
protecção do ambiente e da responsabilização pelos danos causados ao mesmo, a partir
de então, diversos diplomas legais passaram a tratar sobre o tema referente ao ambiente.
São estes tópicos que farão manchete desta pesquisa cujo para sua elaboração usou-se
o método hermenêutico e consulta bibliográfica. Portanto o objectivo, método e técnica
foram pensados e ajustados da forma mais racional e lógica possível, para que as
análises e discussões alvitradas alcançassem plenamente os fins cuidadosamente
propostos, com o intento de que a totalidade destes elementos pudesse contribuir com
relação a um melhor entendimento académico sobre princípios de Direito de Ambiente.
1. Princípios do direito do Ambiente
Segundo PEREIRA11.
10
Art.90 da Constituição da República de Moçambique (2004), que inclui a Lei de Revisão
Pontual da Constituição (Lei no 1/2018, de 12 de Junho, publicado no Boletim da República, 1a
Série – no 115, 2o Suplemento, de 12 de Junho de 2018.
11
PEREIRA, Agostinho. Meio ambiente, novos direitos e a sociedade de consumo [recurso
electrónico] Caxias do Sul, RS: Educs, 2018. P.11
12
BANZE, Inocência Silvana. A problemática do dano as águas interiores e sua reparação.
Maputo, 30 de Abril de 2019.p.12,
13
MILAGRE, Edis. Relação Jurídica a danoisidade Ambiental: contribuição para o
delineamento de um microssistema de responsabilidade. Doutorado em Direito, São Paulo
2016.p.193
Princípio da proibição do retrocesso ambiental e da informação e da participação;
Princípio da Cooperação internacional e da Princípio da igualdade;
Princípio da visão global e integrada do ambiente14;
Princípio da utilização e gestão racional dos compostos ambientais e da
Educação.
Na visão de SILVEIRA16
14
Nos termos deste princípio, o ambiente deve ser visto, e tratado, como um conjunto de
“ecossistemas interdependentes, naturais e construídos, que devem ser geridos de maneira a
manter o seu equilíbrio funcional sem exceder os seus limites intrínsecos
15
SAMPAIO, Rómulo. DIREITO AMBIENTAL. Fundação Getúlio Vargas 2013.p.30
16
SILVEIRA, Paula de Castro. Mestre em Ciências Jurídico-Ambientais Assistente Convidada
da Faculdade de Direito de Lisboa. 2010.p.12 a13
1.2 Princípio do acesso equitativo aos Recursos Naturais
17
PEREIRA, Agostinho, Meio ambiente, novos direitos e a sociedade de consumo, Caxias do
Sul, RS: Educs, 2018. P.177.
18
MILAGRE, Edis. Relação Jurídica a danoisidade Ambiental: contribuição para o
delineamento de um microssistema de responsabilidade. Doutorado em Direito, São Paulo
2016.p.200
Segundo SAMPAIO 19, Este princípio corresponde ao entendimento segundo o qual a
participação dos cidadãos “é a condição para o sucesso das políticas de protecção e
conservação ambientais”. Impõem ao Poder Público e à colectividade o dever de
defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Ou seja, se à
colectividade é previsto o “dever de defender e preservar o meio ambiente, esta
obrigação somente poderá ser exigida com a garantia da participação da sociedade como
um todo”. Grosso modo que a Constituição Moçambicana, assegura a todos “o acesso à
informação”20. O direito à informação deve ser considerado como um direito
fundamental de quarta dimensão, em virtude de sua característica de servir como
instrumento para a efetivação de um Estado Democrático de Direito Ambiental, em que
os cidadãos podem, através das informações “disponibilizadas pelo Estado, agir
proactivamente e, por conseguinte, interferir nas decisões que afectem a sociedade”21.
Esse indivíduo agindo racionalmente tenderá a utilizar a área para maximizar o seu
ganho individual, e o custo ambiental da utilização da mesma área é compartilhado com
toda a sociedade23. Essa constatação clama pela intervenção de um gestor para os bens,
serviços e recursos ambientais compartilhados por toda a sociedade. Por isso, estabelece
19
SAMPAIO, Rómulo. DIREITO AMBIENTAL. Fundação Getúlio Vargas 2013.p.34
20
Art.48 da Constituição da República de Moçambique (2004), que inclui a Lei de Revisão
Pontual da Constituição (Lei no 1/2018, de 12 de Junho, publicado no Boletim da República, 1a
Série – no 115, 2o Suplemento, de 12 de Junho de 2018.
21
DA SILVEIRA, Clóvis Eduardo. Princípios do direito ambiental, articulações teóricas e
aplicações práticas /Dados electrónicos. - Caxias do Sul, RS : Educs, 2013. P.90
22
SAMPAIO, Rómulo. DIREITO AMBIENTAL. Fundação Getúlio Vargas 2013.p.35
23
SAMPAIO, Rómulo. DIREITO AMBIENTAL. Fundação Getúlio Vargas 2013.p.35
o artigo art.90, da Constituição, ser dever do Poder Público, a garantia do meio
ambiente ecologicamente equilibrado.
24
BANZE, Inocência Silvana. A problemática do dano as águas interiores e sua reparação.
Maputo, 30 de Abril de 2019.p.16
25
A precaução e a prevenção são medidas “antecipatórias que tendem a evitar o dano, no
entanto, diferenciam-se da reparação, que se executa após a ocorrência do ato danoso”. Neste
sentido, vale destacar que, embora o princípio de precaução e de prevenção sejam medidas que
buscam evitar os danos ambientais, visto constituírem instrumentos que se antecedem à
ocorrência dos fatos danosos, ambos não se confundem. Principio da prevenção “aplica-se,
quando o perigo é certo e quando se tem elementos seguros para afirmar que uma determinada
actividade e efectivamente perigosa.
d) Princípio a visão global e integrada do ambiente, como um conjunto de
ecossistemas interdependentes, naturais e construídos, que devem ser geridos de
maneira a manter o seu equilíbrio funcional sem exceder os seus limites intrínsecos; e)
Princípio da ampla participação dos cidadãos, como aspecto crucial da execução do
programa Nacional de Gestão Ambiente; f) Princípio da cooperação internacional26,
para a obtenção de soluções harmoniosas dos problemas ambientais, reconhecidas que
são as suas dimensões transfronteiriças e globais;
26
Em conformidade com artigo 17 da CRM, a República de Moçambique estabelece relações de
amizade e cooperação com outros Estados na base dos princípios de respeito mútuo pela
soberania e integridade territorial, igualdade, não interferência nos assuntos internos e
reciprocidade de benefícios, a República de Moçambique aceita, observa e aplica os princípios
da Carta da Organização das Nações Unidas e da Carta da União Africana, grosso modo que o
artigo 18 da CRM, Os tratados e acordos internacionais, validamente aprovados e ratificados,
vigoram na ordem jurídica moçambicana após a sua publicação oficial e enquanto vincularem
internacionalmente o Estado de Moçambique, as normas de direito internacional têm na ordem
jurídica interna o mesmo valor que assumem os actos normativos infraconstitucionais emanados
da Assembleia da República e do Governo, consoante a sua respectiva forma de recepção.
27
Este princípio tem garantia constitucional nos termos do artigo 35 da CRM, que consagra
que Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos
mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento,
religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais, profissão ou opção política.
28
No campo penal, a estes tipos de crime encontram-se tipificados no título III, capitulo II,
secção I, nos artigos 314 a 321, que consagra que quem, sem autorização dos órgãos
competentes ou em violação da licença concedida, pesquisar, explorar ou lavrar recursos
minerais, ou não proceder à recuperação natural da área explorada, é punido com pena de prisão
de 1 a 5 anos e multa até 2 ano.
29
SAMPAIO, Rómulo. DIREITO AMBIENTAL. Fundação Getúlio Vargas 2013.p.34
3. Princípios Internacionais sobre o Ambiente
Segundo ACCIOLY 31
Convenção sobre Diversidade Biológica que estabelece medidas para os países serem
capazes de formular planos e medidas de acordo com sua capacidade; e) A Declaração
Rio-92, constituem em um conjunto de 27 princípios que servirão de base para vários
acordos, dentre eles o artigo 225 da constituição brasileira de 1988.
Trata-se de uma carta contendo 27 princípios que visa estabelecer um novo estilo de
vida, um novo tipo de presença do homem na Terra, através da protecção dos recursos
naturais e da busca do desenvolvimento sustentável e de melhores condições de vida
30
BARBIERE, José Carlos, Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudanças da
Agenda 21. 3 ed. Lisboa,Vozes, 2000, p.37.
31
ACCIOLY, Hidebrando, Manual de direito internacional Público, 18 ed. São Paulo, Saraiva,
2010, p.95.
para todos os povos. Resumidamente, os princípios dizem respeito a: a) Os seres
humanos têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza; b)
Direito dos estados de explorarem seus próprios recursos naturais e dever de controlar
actividades de forma a não prejudicar o território de outros; c) O desenvolvimento deve
ser promovido de forma a garantir as necessidades das presentes e futuras gerações; d)
A protecção ambiental deve ser considerada parte integral do processo de18
desenvolvimento; e) A erradicação da pobreza é requisito indispensável para promoção
do desenvolvimento sustentável; f) Deve ser dada prioridade à situação especial de
países em desenvolvimento e aos mais pobres; g) Os Estados devem cooperar na
conservação, protecção e recuperação da integridade e saúde do ecossistema Terra. Os
Estados têm responsabilidade comum, mas diferenciada, em função de sua contribuição
para a degradação do meio ambiente global.
NOTA CONCLUSIVA
Havendo necessidade de dar uma conclusão parcial a pesquisa, o actor fê-la ter
abordado no mínimo a temática proposto pelo docente. Dentre as abordagens acima
referidas o grupo notabilizou que os danos Ambientais são muitas vezes irreversíveis ou
irreparáveis; assim, medidas reparatórias ou ressarcitórias são ineficientes, quando se
trata de meio ambiente. Nesta seara, ganham força as medidas que buscam evitar os
danos ambientais, tais como o princípio da prevenção, utilizado quando há certeza sobre
os danos e o princípio da precaução, quando há incerteza científica, ou seja, risco de
dano. Neste seguimento os princípios de Direito de Ambiente, tornaram-se como uma
importante ferramenta para a protecção ambiental, tendo em vista a importância da
cautela em relação aos riscos; deste modo mesmo havendo dúvidas quanto aos danos da
actividade, empreendimento ou produto, medidas precaucionais devem ser tomadas. A
incerteza científica não pode ser desculpa para que nenhuma atitude seja estabelecida
quando houver risco de dano, tendo em vista que os riscos da sociedade actual têm
difícil identificação, são cumulativos e podem causar danos de grande monta.
A Lei no. 20/97 de 1 de Outubro ao abrigo do artigo 4, estatui que a gestão ambiental
baseia-se em princípios fundamentais decorrentes do direito de todos os cidadãos a um
ambiente ecologicamente equilibrado, propício a sua saúde e ao seu bem-estar físico e
mental nomeadamente: a) Princípio da utilização e Gestão Racionais dos componentes
ambientais, com vista a promoção da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e á
manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas; b) Princípio do reconhecimento
valorização das tradições e do saber das comunidades locais, que contribuam para
conservação e preservação dos recursos naturais e do ambiente; c) Princípio de
precaução, com base na qual a gestão do ambiente deve priorizar o estabelecimento de
sistemas de prevenção de actos lesivos ao ambiente; d) Princípio a visão global e
integrada do ambiente; e) Princípio da cooperação internacional; f) Princípio de
igualdade; g) Princípio Responsabilização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Legislação
Obras Literárias