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UNIDADE IV • <Título da Unidade IV>

DISCIPLINAS UNIVERSAIS
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
PROFESSOR: GUILHARDES JÚNIOR

ENCONTRO 03: Riscos associados à perda da biodiversidade.

Olá, caríssima/o, tudo bem?


Agora que você já compreendeu o conceito de biodiversidade e sua importância
para nossas atividades, vamos conversar sobre a Política Nacional de Biodiversidade,
instituída pelo Decreto Presidencial n° 4.339, de 22 de agosto de 2002, que tem como
objetivo geral “a promoção, de forma integrada, da conservação da biodiversidade e da
utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e equitativa dos
benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do
patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos”. É
um importante instrumento de proteção do nosso patromônio genético e de prevenção
dos riscos que as atividades humanas podem oferecer a essa grande riqueza brasileira.

A Política Nacional da Biodiversidade foi elaborada

para instituir princípios e diretrizes para aplicação dos compromissos assumidos pelo
Brasil ao assinar a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD,
em 1992. A CDB é um dos mais importantes legados da Rio 92, constituindo um
documento assinado e ratificado por 168 países e que tem como objetivos principais a
conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus elementos constituintes o
usufruto justo e igualitário dos benefícios provenientes de recursos genéticos
Veja que a Política Nacional da Biodiversidade consagra alguns princípios
importantes para a prevenção dos riscos associados ao uso incompatível com sua
sustentabilidade, como o reconhecimento do valor intrínseco da diversidade biológica,
”merecendo respeito independentemente de seu valor para o homem ou potencial para
uso humano”; reconhece também que as nações (incluindo o Brasil) são responsáveis
pela conservação de sua biodiversidade e pela segurança de que as atividades sob sua

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jurisdição ou controle não causem dano ao meio ambiente e à biodiversidade de outras


nações ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional; o princípio da precaução, o
qual fala que onde exista evidência científica consistente de risco sério e irreversível à
diversidade biológica, o Poder Público deve determinar medidas eficazes para evitar a
degradação ambiental; o princípio do poluidor pagador, que determina a internalização
dos custos ambientais e a utilização de instrumentos econômicos pelo poluidor, com o
devido respeito pelo interesse público e sem distorcer o comércio e os investimentos
internacionais; e também a obrigatoriedade, já prevista na Constituição, de que a
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
do meio ambiente deverá ser precedida de estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade.
Na prática, vamos encontrar que a estrutura da PNB vai orientar suas etapas de
implementação a partir de eixos temáticos denominados componentes, que são:
a) o conhecimento da biodiversidade;
b) conservação da biodiversidade;
c) uso sustentável;
d) monitoramento, avaliação, prevenção e mitigação de impactos sobre a
biodiversidade;
e) acesso a recursos genéticos, conhecimentos tradicionais e repartição de
benefícios;
f) educação, sensibilização e divulgação de informações sobre biodiversidade; e
g) fortalecimento jurídico e institucional para a gestão da biodiversidade.

Importante prestar atenção que a proteção jurídica da biodiversidade é um


aspecto necessário para auxiliar o poder público e a sociedade a lidar com os desafios
da construção de um desenvolvimento sustentável. Vale destacar que defender e
preservar a biodiversidade não devem ser confundidos como tão somente proteger os
componentes naturais do meio ambiente (flora, fauna, solo, água etc.) ou do equilíbrio
ecológico, embora tenha a ver com ambos: é necessário “reconhecer que a existência
de variadas espécies animais e vegetais possui (i) um valor em si (componente ético);
(ii) desempenha papel fundamental na manutenção do equilíbrio ecológico (componente
ecológico); e (iii) possui valor econômico como recurso (componente econômico)”
(ZAPATER, 2017).

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Saiba Mais
Acesse facilmente os textos desses documentos na internet.
A Convenção da Diversidade Biológica você encontra em https://www.clbio.ufv.br/wp-
content/uploads/2019/07/cdbport_CLBIO.pdf e o da Política Nacional da Biodiversidade está
disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4339.htm.

Considerações Finais
Veja que interessante, nosso país, para proteger uma das suas maiores
qiruqezas, que é a diversidade biológica, tem estruturado durante anos um sistema legal
para dar suporte ao governo e à sociedade na defesa desse patrimônio. Para nós,
cidadãos, cabe conhecer essa estrutura e defendê-la, seja no exercício profissional,
seja também no monitoramente das ações e políticas dos governos e empresas. Não
esqueça de, antes do encontro na sala virtual, anotar dúvidas e questionamentos, além
é claro, de responder as questões da Atividade Diagnóstica. Mãos à obra!

REFERÊNCIAS

MENDONÇA, Francisco de Assis. Meio Ambiente e Sustentabilidade [livro


eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2019.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/168146/pdf/0 Acesso em: 03 jan.
2021.

ZAPATER, Tiago C. Vaitekunas. Política Nacional da Biodiversidade. Enciclopédia


Jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e
André Luiz Freire (coords.). Tomo: Direitos Difusos e Coletivos. Nelson Nery Jr.,
Georges Abboud, André Luiz Freire (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível
em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/331/edicao-1/politica-nacional-da-
biodiversidade Acesso em: 03 jan. 2021.

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