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DIREITO AMBIENTAL

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL


Aspecto Geral:
■ Joaquim José Gomes Canotilho: os princípios
desempenham um papel mediato, ao servirem como critério
de interpretação e de integração do sistema jurídico, e um
papel imediato ao serem aplicados diretamente a uma
relação jurídica.
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FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS NO DIREITO


AMBIENTAL:
Segundo Antônio Herman de Vasconcellos – São quatro
principais funções dos princípios do Direito Ambiental, para a
compreensão e aplicação são:
■ os que permitem compreender a autonomia do Direito
Ambiental em face dos outros ramos do Direito;
■ os que auxiliam no entendimento e na identificação da
unidade e coerência existentes entre todas as normas
jurídicas que compõem o sistema legislativo ambiental;
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FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS NO DIREITO


AMBIENTAL:
Funções dos princípios do Direito Ambiental
■ os que se extraem as diretrizes básicas que permitem
compreender a forma pela qual a proteção do meio
ambiente é vista na sociedade;
■ os que servem de critério básico e inafastável para a
exata inteligência e interpretação de todas as normas que
compõem o sistema jurídico ambiental, condição
indispensável para a boa aplicação do Direito nessa área.
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PRINCÍPIOS MAIS IMPORTANTES DO DIREITO


AMBIENTAL:
1-Meio ambiente como direito humano – evolução histórica
de direitos fundamentais
“O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade
e ao desfrute de condições de vida adequadas, em um meio
ambiente de qualidade tal que permita levar uma vida
digna, gozar de bem-estar e, é portador solene de obrigação
de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações
futuras.” (Declaração de Estocolmo-1972).
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Princípio do Desenvolvimento Sustentável:


■ Início na década de 1970 – Clube de Roma – relatório sobre uso
desregulado dos recursos naturais;
■ Planejamento racional e adoção de uma concepção integrada e
coordenada do planejamento do desenvolvimento dos Estados.
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Princípio do Desenvolvimento Sustentável


■ “Em essência, o desenvolvimento sustentável é um
processo de transformação no qual a exploração dos
recursos, a orientação do desenvolvimento
tecnológico e a mudança institucional se harmonizam
e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de
atender às necessidades e aspirações humanas.”
(Relatório Brundtland – Nosso Futuro Comum –
preparação para Rio/92).
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Princípio da Prevenção
■ Ao dispor sobre o meio ambiente a Constituição Federal se
fundamenta no princípio da prevenção, que é aquele que
determina a adoção de políticas públicas de defesa dos
recursos ambientais como uma forma de cautela em relação
à degradação ambiental.
■ Art. 225 - dever do Poder Público e da coletividade de
proteger e preservar o meio ambiente para as presentes e
futuras gerações.
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Princípio da Prevenção
• A Declaração Universal sobre o Meio Ambiente –
1972:
• Princípio 6: “Deve-se pôr fim à descarga de
substâncias tóxicas ou de outros materiais e, ainda, à
liberação de calor em quantidades ou concentrações
tais que o meio ambiente não tenha condições para
neutralizá-las, a fim de não se causar danos graves
ou irreparáveis aos ecossistemas. Deve-se apoiar a
justa luta dos povos de todos os países contra a
contaminação”.
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Princípio da Prevenção
A Lei nº 6.938/81 também consagra o princípio da prevenção
art. 4º: (política nacional de meio ambiente)
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias
nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à
divulgação de dados e informações ambientais e à formação de
uma consciência pública sobre a necessidade de preservação
da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
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Princípio da Precaução
▪ O princípio da precaução estabelece a vedação de
intervenções no meio ambiente, salvo se houver a certeza
que as alterações não causarão reações adversas, já que
nem sempre a ciência pode oferecer à sociedade respostas
conclusivas sobre a inocuidade de determinados
procedimentos.
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Princípio da Precaução
■ Declaração do Rio de Janeiro-1992:
■ Princípio 15 - “De modo a proteger o meio ambiente,
o princípio da precaução deve ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas
capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios
ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza
científica não deve ser utilizada como razão para
postergar medidas eficazes e economicamente viáveis
para prevenir a degradação ambiental”.
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Princípio do Poluidor-Pagador
■ O objetivo do princípio do poluidor-pagador é forçar a
iniciativa privada a internalizar os custos ambientais
gerados pela produção e pelo consumo na forma de
degradação e de escasseamento dos recursos ambientais.
■ Paulo Affonso Leme Machado - ao causar uma
degradação ambiental o indivíduo invade a propriedade de
todos os que respeitam o meio ambiente e afronta o direito
alheio.
■ Introduzido pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico – OCDE, 1972 por meio da
Recomendação C(72) 128 do Conselho Diretor, que trata da
relação entre as políticas ambiental e econômica.
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Princípio do Poluidor-Pagador
■ Declaração do Rio de Janeiro -1992: Princípio 16: “Tendo
em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o
custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais
devem procurar promover a internacionalização dos custos
ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na
devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio
e os investimentos internacionais”.
■ Inciso VII do art. 4º da Lei nº 6.938/81: - à imposição, ao
poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição
pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.
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Princípio da Responsabilidade
■ Faz com que os responsáveis pela degradação ao meio
ambiente sejam obrigados a arcar com a responsabilidade e
com os custos da reparação ou da compensação pelo dano
causado.
■ Art. 225 – CF, § 3º - As condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
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Princípio da Responsabilidade
Lei 6.938/81
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente:
(...)
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção da degradação ambiental.
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Princípio da Responsabilidade
Declaração do Rio – 1992:
Princípio 13 - “Os Estados devem desenvolver legislação
nacional relativa à responsabilidade e indenização das vítimas
de poluição e outros danos ambientais. Os Estados devem
ainda cooperar de forma expedita e determinada para o
desenvolvimento de normas de direito ambiental internacional
relativas à responsabilidade e indenização por efeitos adversos
de danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição,
por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle”.
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Princípio da Gestão Democrática


■ Assegura ao cidadão o direito à informação e à
participação na elaboração das políticas públicas
ambientais, de modo que a ele deve ser assegurado os
mecanismos judiciais, legislativos e administrativos que
efetivam o princípio.
■ Caput do art. 225 C.F/88 - consagra o princípio da gestão
democrática ao dispor que: “é dever do Poder Público e da
coletividade defender e preservar o meio ambiente.”
■ Política Nacional do Meio Ambiente - está estruturada no
pressuposto de que a sociedade deve participar ativamente
nas decisões e nos processos administrativos que possam
dizer respeito ao meio ambiente.

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