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1.

2. Conceito de Direito do Ambiente

Segundo Ferraz e Moreira, é o conjunto de tecnicas, regras e instrumentos jurídicos


organicamente estruturados, para assegurar um comportamento que não atente contra
a sanidade mínima do meio ambiente.

Pode também definir-se como o conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos


sistematizados e informados por princípios apropriados, que que tenham por fim a
disciplina do comportamento relacionado com o meio ambiente.

Para Fernandes Direito do ambiente é o conjunto de normas e princípios emanados com


vista a manutenção de um perfeito equilíbrio nas relações do homem com o meio
ambiente.

Na senda de Prieur, Direito do ambiente é o conjunto de regras jurídicas relativas a


proteção da natureza e a luta contra a poluição

3. Características do direito do Ambiente


 Globalidade ou universalidade
 Autonomia
 Interdisciplinaridade
 Horizontalidade ou transversalidade

4. Objecto do Direito do ambiente

O Direito Ambiental nasceu e foi se estruturando concomitantemente com o


crescimento do movimento ambientalista, até ser absolutamente sedimentado no
ordenamento jurídico Moçambicano na constituição de 1990, a qual tornou o direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito fundamental, mesmo grupo de
direitos em que consta o direito à vida.

Fundamentalmente, poder-se-ia afirmar, que em primeira instância o objeto do Direito


ambiental é a garantia da vida humana e subsidiariamente a garantia a todas as formas
de vida.
Actualmente o Direito Ambiental evoluiu de tal modo a garantir proteção à vida em
todas as suas formas, como também, no intuito de efetivamente proteger outras formas
de vida, tornando o Direito Ambiental como instrumento de proteção à vida latu sensu;
sendo, portanto, seu objeto, a vida em toda sua extensão.

Não pode, contudo, o Direito determinar a proteção de qualquer bem jurídico e se


esquecer de estabelecer as formas e princípios básicos a serem obedecidos com tal
finalidade.

De nada adiantaria simplesmente definir o meio ambiente como bem jurídico se


maiores digressões acerca de como trabalhar com as questões concernentes ao bem
fossem simplesmente ignoradas pela legislação.

Logo, o objeto do Direito Ambiental se divide na fixação do bem a ser protegido (a


vida) e o estabelecimento regimes de utilização saudável dos recursos.

5. O Direito do Ambiente em Moçambique

Conjunto de normas constitucionais alusivas, direta ou indiretamente, ao ambiente dando o


direito do ambiente a dignidade constitucional.

A incorporação do ambiente no texto constitucional dá-se somente em 1990 com a entrada em


vigor da segunda constituição da historia moçambicana, em dois dispositivos nomeadamente:
artigo 72 segundo o qual todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o
dever de o defender;

e artigo 37 que estabelece que o Estado promove iniciativas para garantir o equilíbrio ecológico
e a conservação e preservação do meio ambiente visando a melhoria da qualidade de vida dos
cidadãos.

4.1. Reforço do regime de Proteção jurídico-constitucional

Com a entrada em vigor da constituição de 2004 houve reforço do modelo hibrido representado
pelos artigos 90 que consagra o direito ao ambiente e 117 ambiente e qualidade de vida,
atribuindo ao Estado a obrigação de levar a cabo um conjunto de ações e valorização do
ambiente.

Hoje no ordenamento jurídico moçambicano, é indiscutível a sua autonomização estando na


categoria de bem jurídico fundamental, ao lado da vida e outros direitos fundamentais.

Segundo António Erman Benjamin, a bem jurídica tutelado integra a categoria daqueles valores
fundamentas da sociedade. Com a proteção do meio ambiente salvaguardados não só a vida nas
suas varias dimensões como as próprias bases da vida.

Outos direitos fundamentais complementares: direito a saúde artigo 89; direitos dos
consumidores aert. 92; direito de aceso a justiça uma vez violada a legislação que proteje o bem
jurídico ambiente.

6. Politica Nacional do Ambiente

As politicas ambientais dizem respeito a todos, nomeadamente ao Governo que as dita, à


comunidade que deve participar na tomada de decisões, e ao empresariado cujas actividades são
ou deveriam ser disciplinadas e fiscalizadas.

A Politica Nacional do Ambiente (PNA), aprovada através da resolução número 5/95 de 3 de


Agosto, constitui um importante instrumento jurídico e programático que norteou a atuação em
prol do ambiente.

Nesta encontramos um conjunto de princípios, objectivos gerais e específicos e estratégias para o


domínio do ambiente.

Esta ainda indica o mecanismo adequado para a execução, no país das opções de
desenvolvimento sócio e macroeconómico, que se baseia nos preceitos universais do
desenvolvimento sustentável.

6.1. Objectictivos da PNA:


 Assegurar uma qualidade de vida adequada aos cidadãos;
 Assegurar a gestão dos recursos naturais e do ambiente em geral de modo que
mantenham a sua capacidade funcional e produtiva para as gerações presente e futuras;
 Desenvolver uma consciência ambiental da população, para possibilitar a participação
publica na gestão ambiental;
 Assegurar a integração de considerações ambientais na planificação e tomada de decisões
sobre o uso dos recursos naturais;
 Proteger os ecossistemas e os processos ecológicos essenciais;
 Integrar os esforços regionais e mundiais na procura de soluções para os problemas
ambientais.

6.2. Princípios da PNA

Quanto aos princípios destaca-se o de que:

 Principio da valorização do homem segundo o qual o homem é um componente


importante do ambiente e o principal beneficiário da gestão adequada deste;
 principio da otimização da utilização dos recursos naturais segundo o qual a utilização
dos recursos naturais deve ser otimizada;
 principio do reconhecimento e valorização do conhecimento tradicional das
comunidades locais na gestão ambiental;
 principio da inclusão das comunidades locais na distribuição dos rendimentos
provenientes da utilização racional dos recursos naturais; segundo o qual as comunidades
devem beneficiar da distribuição dos rendimentos provenientes do uso racional dos
recursos naturais;

7. Movimento legislativo ambiental em Moçambique


O movimento legislativo no domínio ambiental em moçambique não começou com a Lei do
ambiente.

Foi no domínio da proteção florestal que surgiram os primeiros diplomas legais, nomeadamente
o Decreto 7/78 de 18 de abril, que regulamentava as modalidades de caça a serem praticadas em
Moçambique, regulado pela portaria número 117/78 de 18 de Abril, e o Decreto 12/81,de 25 de
julho que determinou que fosse classificada como madeira preciosa aquele que pela sua
qualidade, realidade utilização e valor que possuísse no mercado internacional devesse ser
protegida de forma especial;

E por fim em 1988 foi aprovada a lei do património cultural pela lei 10/88 de 22 de dezembro.

7.1. Lei do ambiente e seus regulamentos

Em 1997 foi aprovada a Lei 20/97 de 1 de outubro (Lei do ambiente) que se configura
atualmente como lei-quadro fixando os pilares do regime de proteção jurídico-legal do ambiente,
cujo objectivo encontra-se no artigo 2. Não obstante esta lei tem vindo a sofrer um pr ocesso de
regulamentação.

7.2. Legislação ambiental complementar

Neste aspecto, faremos alusão apenas dos principais diplomas legais, com destaque na lei de
Terras;

Lei 19/97 de 1 de Outubro e os respetivos regulamentos, nomeadamente o Dec. 66/98 de 8 de


Dezembro, alterado pelos Decfretos 1/2003 de 18 de Fevereiro, e 50/2007 de 18 de Outubro e o
segundo regulamento referente ao solo Urbano aprovado pelo Dec. 60/2006 de 26 de Dezembro;

Lei 19/2007 de 18 de julho, (Lei do ordenamento do Território), que estabelece importantes


premissas para proteção do ambiente no contexto do ordenamento do território;

Lei 16/91 de 3 de Agosto (Lei das águas), regulamentada pelos Decretos 15/2004 de 15 de Julho,
Decreto 180/2004 de 15 de Setembro e Decreto 43 /2007 de 30 de Outubro;

Lei 10/99 de 22 de Dezembro (Lei de florestas e Fauna Bravia), e seus regulamentos;

Lei de Pescas;
Lei de Minas;

Lei de Energia;

Lei do Turism;

8. Subespécies do Direito do Ambiente

O primeiro dos subdireitos do direito do ambiente é o Direito de proteccao e conservação da


Natureza que é também entendido como Direito especial do Ambiente, ou Direito do ambiente
especial. Ao se considerar o Direito de proteção e conservação da natureza uma subespécie do
direito do ambiente, parte-se do principio de que os problemas levantados em sede de proteção
das florestas, fauna bravia e seus ecossistemas e habitats não podem ser perspetivados e
analisados fora e independentemente de toda problemática ambiental.

Dai que a luz do n 2 do artigo 1 da Lei do ambiente, as florestas e fauna bravia constituem a cima
de tudo, componentes ambientais naturais decorrentes da sua inclusão no conceito legal de
ambiente a biodiversidade, os ecossistemas e as relações ecológicas, isso porque os diversos
problemas ambientais da atualidade não só afetam a direta ou indiretamente a flora e fauna do
mundo, como também só resultantes da ação humana naqueles componentes ambientais.

O direito de proteção e conservação da natureza é cronologicamente anterior ao direito do


ambiente, com princípios e normas muito específicos, em virtude da essência peculiar do
interesse geral de proteção e conservação dos componentes floresta e fauna bravia e os respetivos
ecossistemas e habitats.

8.1. Objetivos do Direito de proteção e conservação da Natureza


 Estabelecimento de um regime de proteção dos componentes ambientais flora e fauna
bravia e os respetivos ecossistemas e habitats através da criação de zonas de proteção, da
fixação de limites totais ou absolutos ao uso e aproveitamento de determinadas espécies
em determinadas áreas;
 Definição dos princípios gerais, regras, procedimentos e requisitos para o uso e
aproveitamento dos componentes flora e fauna bravia, segundo uma via
fundamentalmente conservacionista.
9. Direito das águas
Ao se aludir o direito da água deve-se fazer referencia a Lei numero 16/91 de 3 de agosto, que
como se verifica é anterior a poitica Nacional do ambiente e a Lei do ambiente.

O preambulo da lei em alusão, aprimora a importância dos recursos hídricos em todos os sectores
da vida o que eleva a necessidade da sua utilização.

Assim, a finalidade da lei das águas é de criar mecanismos que conduzem a distribuição ou
fornecimento da água, na medida das necessidades de cada um para que o seu uso pelos
múltiplos interessados não prejudique as necessidades de alguns.

9.1. Princípios do direito das águas

O direito das águas tem em termos doutrinais e legais alguns princípios nomeadamente:

 Principio dos usos múltiplos e do uso integrado, segundo o qual deve se racionalizar e
otimizar ao máximo o aproveitamento dos recursos hídricos tendo presente os vários usos
possíveis, bem como as necessidades diferentes existentes.

Este principio foi consagrado pelo legislador e facilmente constatável em alguns artigos, tais
como o no 1 do artigo 46 e artigo 48.

 Principio da prioridade do uso e aproveitamento dos recursos hídricos para o consumo


humano e satisfação das necessidades humanas sobre os de mais usos previstos no artigo
26 da lei das águas.

Este principio é reconhecido no ordenamento jurídico moçambicano, tendo em conta que a


maioria da população moçambicana não tem acesso imediato a água potável.

 Princípio da unidade de coerência da gestão das bacias hídricas e dos aquíferos


subterrâneos, consagrado na alínea a) do numero 1 do artigo 7, que determina
essencialmente que toda a gestão dos recursos hídricos se faça de acordo com as
chamadas unidades básicas naturais o que pressupõe necessariamente regular as
fronteiras administrativas internas e internacionais para o segundo plano, pois os
problemas inerentes a gestão dos recursos hídricos são os mesmos dos restantes países e
que a mesma bacia hídrica pode ser partilhada por diversos países.
10. Direito do Património Cultural
O direito do património cultural traduz-se na existência de uma dimensão cultural na
perspetiva ambiental bem como em uma dimensão ambiental na perspetiva cultural.

Nesta senda, José Casalta, citado por Carlos Cerra 1, define o direito de património cultural
como conjunto de normas de direito público que estabelecem o regime de proteção dos bens
culturais.

Em moçambique a inserção do direito do património cultural insere-se na noção ampla do


ambiente prevista no numero 2 do artigo 1 da lei do ambiente. Decorre igualmente do
preceituado no artigo 11 do mesmo dispositivo legal.

Para além da lei do ambiente o direito do património cultural é também é tutelado pela lei
número 10/88 de 22 de dezembro, Lei do património cultural.

A luz do numero 1 do artigo 1 da lei supracitada, constitui património cultural o conjunto de


bens materiais e imateriais criadas ou integrados pelo povo moçambicano ao longo da
historia, com relevância para a definição da identidade cultural moçambicana. Cfr. Art. 4 da
lei do património cultural.

Assim, o património cultural tem como objeto a definição de um regime jurídico, composto
por princípios e normas de natureza geral e especifica, visando a proteção, preservação
conservação, salvaguarda, valorização, revitalização e fruição dos bens materiais e imateriais
que se revelam essenciais à definição da identidade cultural moçambicana2.

11. Direito dos resíduos sólidos

Este direito não assenta no uso e aproveitamento de um determinado componente ambiental


que importa proteger e conservar, mas sim, na problemática da gestão de inúmeras categorias
de resíduos provenientes da multiplicidade e diversidade das atividades humanas3.

No ordenamento jurídico moçambicano há que atender o regulamento sobre a gestão dos


resíduos sólidos aprovado pelo Decreto número 13/2006 de 15 de junho, o qual apresenta
importantes aspetos a serem tomados em consideração.

1
SERRA Carlos Manuel, CUNHA Fernando, Manual de Direito do Ambiente, 2a Edicao, Ciedima SARL, Maputo, 2008,
p. 112
2
Idem, pg. 114
3
Ibdem
Este Direito possui quatro princípios ao nível da legislação internacional de diversos Estados,
bem como doutrinários dos quais destaca-se os seguintes4: Principio dos 3R e o principio
da Responsabilidade do produtor.

4
CERRA Carlos e CUNHA Fernando op cit, pag. 114-115.
11. Os principais problemas ambientais

11. 1. Aquecimento global

11.2. Conceito
O aquecimento global é o aumento da temperatura media terrestre, causado pelo acumular de
gases poluentes na atmosfera.

Então como acontece o aquecimento global? O aquecimento global acontece com o aumento
na concentração dos gases de efeito de estufa, provocando a alteração nas trocas de calor,
ficando a maior parte retida na atmosfera. Em consequência ocorre o aumento da temperatura
que causa o aquecimento global.

11.3. Causas do aquecimento global


A principal causa do aquecimento global é a emissão de gases de efeito de estufa. Existe varias
actividades que produzem esses gases as principais são:

 Uso de combustíveis: a queimada de combustíveis fosseis usadas em automóveis;


 Produção de eletricidade a partir de combustíveis fosseis: este é um dos principais
factores que imitem dióxido de carbono para a atmosfera;
 Desflorestação: a desflorestação não só destrói grandes áreas de florestas como também
liberta gases de efeitos de estufa;
 Actividade industrial: as industrias que fazem uso de combustíveis fosseis também são
responsáveis pela emissão de gases poluentes.5

11.4. Consequências
Os gases poluentes formam uma espécie de estufa a volta do planeta. Eles impedem que a
radiação solar se espalhe para o espaço. As principais consequências do aquecimento global são:

 Alteração da fauna e da flora em todo o planeta;


 Derretimento de grandes massas de gelo das regiões polares, aumento de nível de aguas
do mar;
 Aumento de casos de desastres naturais como inundações, tempestades, furacões,

5
https:/www.todamateria.com.br/aquecimento global/acesso em 26/08/2019.
 Extinção de espécies;
 Secas mais frequentes;
 Desertificação das áreas naturais.6

11.5. Degelo e subida do nível das águas do m

conceito

O degelo é um fenómeno causado pelo aquecimento global, desencadeado pela intensificação de


efeito-estufa, onde ocorre o derretimento do gelo no Ártico e em varias partes do mundo.7

Causas
Para a subida das águas do mar ocorre com o derretimento de gelo proveniente dos glaciares e
não, como acontece com o oceano Ártico, isto é o gelo marinho. O maior problema constitui
antes o gelo continental existente na maior reserva de água doce do mundo, a Antárctica, bem
como nos glaciares localizamos nos diversos continentes, pois, derretendo-se, contribui
substancialmente para subida do nível das águas do mar.8

Consequência

Como consequência do degelo, verifica-se o aumento do nível das águas do mar. Sobre este
problema, registou um aumento global do nível médio do mar de 10 a 20 centímetros nos
últimos, 100 anos, mais do que metade do que havia subido nos 2000 anos anteriores. Isto coloca
em estado de risco eminente uma serie de ilhas localizadas um pouco por todo mundo e também
as zonas costeiras situadas abaixo ou pouco acima do nível das águas do mar.Com efeito, temos
subida das águas do mar e tem se tornado realidade, intensificando o fenómeno da erosão, a
perda das áreas terrestres ao longo da costa e salitração de vastas áreas agrícolas, colocando em
risco a segurança e a substancia alimentar de milhões de pessoas que vivem nas zonas costeiras9

6
SERRA, Carlos Manuel; FERNANDO, Cunha, Direito do Ambiente, 2° edição revista e actualizada, Maputo,2008,
pág.42.
7
idem
8
ibdem
9
In ibdem
12. Destruição de camada de ozono

12.1. generalidades
É a destruição que a concentração de alguns gases de natureza tóxica está a provocar na
camada de ozono. Segundo os cientistas, a camada de ozono na baixa estratosfera impede que
cerca de 95% da radiação solar ultravioleta atinja a superfície terrestre 10. Hoje sabe-se que à
diminuição de camada de ozono, com efeito principalmente nos pólos, constitui uma ameaça
seria e preocupante para o Homem (destaca-se os riscos de cancro de pele) e grande parte das de
mais formas de vida.

12.2. causa
Tal como o aquecimento global, este problema também tem como causa a poluição
atmosférica resultante de inúmeras actividades humanas. Neste caso, a principal causa advém
dos chamados CFC (clorofluorcarbonetos), descobertos a partir de 1930. A libertação de CFC, na
atmosfera produz, em combinação com os efeitos da radiação acelerado a destruição do ozono,
em algumas partes mais rápido do se forma11.

12.3. Consequências
Aumento dos raios ultravioleta(UV) altamente energético. Estes raios ao atingirem a terra
vão promover a destruição das proteínas, e do ADN, provocando o cancro da pele, cataratas,
alterações no sistema imunitário, danos nas colheitas.12

12.4. Destruição da biodiversidade


Focando a questão de desflorestamento, François Ramade afirmou: ao longo dos séculos
a madeira tem sido utilizada como fonte de energia, como material e como matéria-prima. Pelo
menos 80% da desflorestação do terceiro Mundo destina-se à produção de combustível. A
exploração de madeira como material de construção provoca um desperdício enorme, porque
90% das árvores abatidas, sem valor comercial, são abandonadas ou queimadas no próprio local
do corte. Iniciada pelas potências europeias, a exploração das florestas prosseguiu ate aumentou,
após a independência dos países tropicais.13

10
Idem, pág.44
11
SERRA, Carlos Manuel; FERNANDO, Cunha, Direito do Ambiente, 2° edição revista e actualizada,
Maputo,2008, pág.46.
12
www.slideshare.com.pt/destruição da camada de ozono/acesso em:26/08/2019
13
Segundo Yves Bergeronat AL, explicam que: as consequências, de tal conduta humana
assumem um carácter irreversível, isto porque, em algumas zonas do mundo, as florestas
cortadas se regeneram bastante lentamente, tendo em conta principalmente o rigor do clima. a
floresta é uma aquisição de climas passados e a reflorestação pode ser impossível sob o clima
actual14.

Para PierPfeffer, diz o seguinte: Independentemente da destruição global da


biodiversidade como consequência do desaparecimento das florestas temos ainda a acção
humana directa sobre inúmeras e necessárias espécies animais, motivada pelas mais variadas
razões.

Já para Tim Flannery apresenta que: os cientistas apresentaram um quadro


demonstrando o impacto das mudanças climáticas na distribuição e dinâmica da biodiversidade15.
As causas são diversas: sobre a exploração pesqueira, o despejo de águas residuais e subida de
temperaturas da água do mar em consequência do aquecimento global.

12.5.A problemática da água

12.5.1. generalidades
A água é o recurso mais abundante no planeta terra, pois ocupa 71% da água suficiente.
Porem, trata-se de uma abundância relativa, visto que 97% da água é salgada, encontrando-se
nos oceanos e mares interiores, e só os restantes 3% correspondem a água doce. Ora deste total
de água doce 70% corresponde a água em estado sólido que se encontra nos pólos e glaciares,
por conseguinte, apenas 0,65% constitui reserva de recursos hídricos para uso Humano.16A
problemática das águas esta associada às alterações de suas características físicas, químicas e
biológicas, que prejudicam seu uso.

12.5.2. Principais fontes de poluição dos recursos hídricos


São as atividades econômicas (agropecuária, serviços e indústria) e os esgotos domésticos.
Aproximadamente 40% da poluição das águas é de origem das atividades agropecuárias. Embora
as indústrias e os esgotos domésticos provoquem alterações menores na qualidade das águas, as

14
SERRA, Carlos Manuel; FERNANDO, Cunha, Direito do Ambiente, 2° edição revista e actualizada,
Maputo,2008, pàg.48
15
Idem, pág. 49
16
Ibdem pág.51.
indústrias geram efluentes com elevadas concentrações de matéria orgânica, metais pesados,
compostos tóxicos etc. podendo provocar grandes desastres ecológicos.

12.5.3. Os efeitos da poluição das águas


A poluição das águas tem efeitos negativos sobretudo à saúde humana. A contaminação
microbiológica das águas, pelo lançamento inadequado de esgoto sem tratamento, pode ser
responsável pela contração de diversas doenças parasitárias. Além da restrição do uso para fins
domésticos, a água poluída pode prejudicar sua utilização por determinados ramos industriais,
pela pesca, recreação, navegação, agricultura e pecuária.17

12.6. degradação do solo

12.6.1 problemas relacionados à degradação do solo


Os principais problemas relacionados à degradação do solo são: a erosão, a desertificação, a
salinização ou saturação por excesso de água na superfície. A contaminação do solo por
agrotóxicos ou metais pesados representa um grande problema à sociedade. A erosão é o
problema que mais afeta a produtividade deste recurso natural de forma generalizada. O efeito da
perda de solo e de sua fertilidade se dá tanto pela redução da capacidade de produção, com perda
de produtividade, como pela poluição e assoreamento de rios e lagos.

12.6.2. O Controle ambiental do solo


A degradação do solo, portanto, além de resultar em elevados custos para as gerações presentes,
tira a oportunidade de as gerações futuras obterem a mesma produtividade na produção agrícola.
O solo também é afetado por atividades não-agrícolas, como a mineração, as obras de
infraestrutura, os assentamentos urbanos e industriais, entre outras. Os metais pesados utilizados
pela indústria representam um risco à saúde e ao meio ambiente, quando descartados de maneira
inadequada.18

17
WATANABE, Carmen Ballão, Conservação ambiental, Instituto Federal, Paraná,2011, pág.76.

18
WATANABE, Carmen Ballão, Conservação ambiental, Instituto Federal, Parana,2011, pág.88.
13. A busca pelo desenvolvimento sustentável
No final da década de 1970, foi iniciada a busca por um modelo alternativo de desenvolvimento
que estimulasse o crescimento econômico e ao mesmo tempo promovesse a manutenção e
melhoria da qualidade de vida. Dessa maneira, foi traçado o caminho rumo ao desenvolvimento
sustentável, definido como um caminho de progresso social e econômico que objetiva satisfazer
as necessidades das gerações presentes sem comprometer a disponibilidade de recursos naturais
às gerações futuras (Relatório Brundtlan)

De acordo com Watanabe (2002) a Agenda 21 Global indica as estratégias para se atingir o
desenvolvimento sustentável. Está estruturada em quatro seções:

 Dimensões sociais e econômicas - nessa secção são discutidas as políticas internacionais


que podem auxiliar os países pobres a alcançarem o desenvolvimento sustentável; as
estratégias para combater a pobreza e a miséria; a necessidade de introduzir mudanças
nos padrões de produção e consumo; as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica
demográfica; e as propostas para a melhoria da saúde pública e da qualidade de vida dos
assentamentos humanos;
 Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento - refere-se ao manejo dos
recursos naturais e dos resíduos e substâncias tóxicas de maneira a garantir o
desenvolvimento sustentável;
 Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais - destaca as ações
indispensáveis para promover a participação dos diferentes segmentos sociais nos
processos decisórios. Indicam-se medidas para a garantia da participação dos jovens, dos
indígenas, das ONGs, dos trabalhadores e sindicatos, da comunidade científica e
tecnológica, dos agricultores e dos empresários do comércio e da indústria;
 Meio de implementação - aborda os mecanismos financeiros e instrumentos jurídicos
nacionais e internacionais existentes e a serem criados, objetivando a implementação de
programas e projetos orientados para a sustentabilidade.

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