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Diferenças e semelhanças

entre o direito de
propriedade e o de posse
(e o usucapião como
consequência)
Quem vê terra
não vê relação jurídica!
A formalidade de aquisição do direito de propriedade:
forma jurídica/ato jurídico perfeito (imóvel rural e urbano)

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a


propriedade mediante o registro do
título translativo no Registro de
Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o
título translativo, o alienante
continua a ser havido como dono do
imóvel.
§ 2o Enquanto não se promover, por
meio de ação própria, a decretação
de invalidade do registro, e o
respectivo cancelamento, o
adquirente continua a ser havido
como dono do imóvel.
Imóvel rural
urbano:

Neste caso, a Escritura é o “título translativo”


IMÓVEL RURAL: a • https://issuu.com/sergiojacomino/docs/bir-irib_360-2020/s/10315292
questão do cadastro
O Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) é documento emitido pelo Incra
que constitui prova do cadastro do imóvel rural e é indispensável para
desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou prometer em venda o imóvel rural e
para homologação de partilha amigável ou judicial (sucessão causa mortis) de
acordo com os parágrafos 1º e 2º, do artigo 22, da Lei nº 4.947, de 6 de abril de
1966, modificado pelo artigo 1º da Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001.
Art. 46. [Estatuto da Terra] O Instituto Brasileiro
O cadastro de de Reforma Agrária [atual INCRA] promoverá
levantamentos, com utilização, nos casos

imóvel rural indicados, dos meios previstos no Capítulo II do


Título I, para a elaboração do cadastro dos
imóveis rurais em todo o país, mencionando:
I - dados para caracterização dos imóveis
rurais com indicação:
a) do proprietário e de sua família;
b) dos títulos de domínio, da natureza da
posse e da forma de administração;
c) da localização geográfica;
d) da área com descrição das linhas de
divisas e nome dos respectivos confrontantes;
e) das dimensões das testadas para vias
públicas;
f) do valor das terras, das benfeitorias, dos
equipamentos e das instalações existentes
discriminadamente;
II - natureza e condições das vias de acesso e respectivas distâncias dos centros
demográficos mais próximos com população:
a) até 5.000 habitantes;
b) de mais de 5.000 a 10.000 habitantes;
c) de mais de 10.000 a 20.000 habitantes;
d) de mais de 20.000 a 50.000 habitantes;
e) de mais de 50.000 a 100.000 habitantes;
f) de mais de 100.000 habitantes;
III - condições da exploração e do uso da terra, indicando:
a) as percentagens da superfície total em cerrados, matas, pastagens, glebas de cultivo
(especificadamente em exploração e inexplorados) e em áreas inaproveitáveis;
b) os tipos de cultivo e de criação, as formas de proteção e comercialização dos
produtos;
c) os sistemas de contrato de trabalho, com discriminação de arrendatários, parceiros
e trabalhadores rurais;
d) as práticas conservacionistas empregadas e o grau de mecanização;
e) os volumes e os índices médios relativos à produção obtida;
f) as condições para o beneficiamento dos produtos agropecuários.
§ 3º Os cadastros terão em vista a possibilidade de garantir a classificação, a
identificação e o grupamento dos vários imóveis rurais que pertençam a um único
proprietário, ainda que situados em municípios distintos, sendo fornecido ao
proprietário o certificado de cadastro na forma indicada na regulamentação desta
Lei.
§ 4º Os cadastros serão continuamente atualizados para inclusão das novas
propriedades que forem sendo constituídas e, no mínimo, de cinco em cinco anos
serão feitas revisões gerais para atualização das fichas já levantadas.
§ 5º Poderão os proprietários requerer a atualização de suas fichas, dentro de
um ano da data das modificações substanciais relativas aos respectivos imóveis
rurais, desde que comprovadas as alterações, a critério do Instituto Brasileiro de
Reforma Agrária.
§ 6º No caso de imóvel rural em comum por força de herança, as partes
ideais, para os fins desta Lei, serão consideradas como se divisão houvesse,
devendo ser cadastrada a área que, na partilha, tocaria a cada herdeiro e
admitidos os demais dados médios verificados na área total do imóvel rural.
§ 7º O cadastro inscreverá o valor de cada imóvel de acordo com os elementos
enumerados neste artigo, com base na declaração do proprietário relativa ao valor
da terra nua, quando não impugnado pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária,
ou o valor que resultar da avaliação cadastral.
“Apesar da estrutura letal e da importância que
se revestia implementá-la imediatamente para
que lhe colhessem dados concretos da situação
agrária no país e das consequentes mudanças
que se pretendiam aplicar, o primeiro
cadastramento somente ocorreu no final de
1965. E, apesar de a lei estabelecer
recadastramento a cada 5 (cinco) anos, o
segundo apenas ocorreu em 1972, o terceiro em
1978 e o quarto e último, em 1993.” (BARROS,
2012, p.82)
Lei 10.267/01, alterando art.176 da Lei 6015/73
– para vcs, agrimensores

§ 3o Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis


rurais, a identificação prevista na alínea a do item 3 do inciso II do § 1o será obtida
a partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, contendo as coordenadas dos
vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao Sistema
Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida
a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória
da área não exceda a quatro módulos fiscais.
§ 4o A identificação de que trata o § 3o tornar-se-á obrigatória para efetivação de
registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos prazos fixados
por ato do Poder Executivo.
Todos os imóveis rurais, independente do
tamanho, devem ser georreferenciados.
Conforme a legislação, imóveis acima de 100
hectares já devem ter sido
georreferenciados. Já as áreas entre 25 e 100
hectares tem até 20/11/2023 e as
propriedades menores que 25 hectares até
20/11/2025 para realizar o
georreferenciamento.
Os requisitos do
imóvel que Imóvel rural: - código do imóvel; - dados
devem constar constantes do CCIR; - denominação; -
características; - confrontações; - localização; -
da matrícula, de área.
acordo com a Lei
de Registros Imóvel urbano: - características; -
confrontações; - localização; - área; -
Públicos, são os logradouro; - número; - designação cadastral,
seguintes: se houver.
O conteúdo do direito de propriedade
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de
usar, gozar e dispor da coisa, [e o direito de • Dispor: Dispor “significa dar à coisa o destino
reavê-la do poder de quem quer que que o proprietário achar conveniente”.
injustamente a possua ou detenha.] Portanto, o proprietário pode “consumi-la,
destruí-la, aliená-la onerosa ou gratuitamente
(venda ou doação), gravá-la com um ônus real
• Uso: “Usar significa extrair as vantagens (….), ou seja, dar a coisa em garantia
naturais ofertadas pela coisa, extração esta constituindo ônus real.
que não importa em alteração de sua
substância”. Por exemplo, “ao utilizar uma
casa para moradia, o proprietário está • [d) Reivindicar: No que tange a esse atributo,
utilizando a coisa para o fim que se destina é possível dizer que o proprietário poderá
sem alterar-lhe a substância”. “reivindicar a coisa de quem injustamente a
• Gozo: Gozar ou fruir da propriedade, “é a detenha ou possua”.]
possibilidade de o proprietário extrair os
frutos ou produtos decorrentes da coisa sobre
a qual recai o direito de propriedade”. Nesse
caso, tem-se como exemplo mais comum a
locação do imóvel.
A posse: mesmo conteúdo do direito de
propriedade
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Possibilidades de posse

• Uso: posse direta (locatário, comodatário)


• Uso e fruto: arrendatário, usufrutuário
• Uso, fruto e disposição: posse ad usucapionem

Dispor

Fruir

Usar
Assim:
Nem todo proprietário está na posse do bem;
Nem todo possuidor é proprietário;
Se a pessoa tem em suas mãos as três faculdades do direito de
propriedade (usar, gozar e dispor) ela é proprietária!

Como assim,
Tatiana?? Ela não
tem o registro!!

Usucapião !!!!
A ação declaratória de usucapião
Usucapião especial urbano
Usucapião especial rural Art. 183. Aquele que possuir como sua área
urbana de até duzentos e cinqüenta metros
Art. 191. Aquele que, não sendo quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
proprietário de imóvel rural ou sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou
urbano, possua como seu, por cinco de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde
anos ininterruptos, sem oposição, que não seja proprietário de outro imóvel
área de terra, em zona rural, não urbano ou rural.
superior a cinqüenta hectares,
tornando-a produtiva por seu § 1º O título de domínio e a concessão de uso
trabalho ou de sua família, tendo serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a
nela sua moradia, adquirir-lhe-á a ambos, independentemente do estado civil.
propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos § 2º Esse direito não será reconhecido ao
não serão adquiridos por usucapião mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos


por usucapião.
“Adquirir-lhe-á o direito de propriedade”!!!

Então, basta cumprir os requisitos constitucionais para


adquirir o direito de propriedade!

Elemento subjetivo fundamental → animus domini


(dispor!)

A ação de usucapião declara uma situação pré-existente!!


E a sentença é o título translativo a ser registrado no RGI.
Registro!
Sentença RGI.
É o título translativo!
Outra
irregularidade
fundiária:
não parcelamento
do solo
Vá para os slides “parcelamento e
zoneamento do solo”

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