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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE

SANTAREM-PA.

MÉLVIO DOS SANTOS PEREIRA, nacionalidade..., casado, profissão...,


portadora do RG nº ... inscrita no CPF nº ..., residente e domiciliado na Rua ..., n º ...,
Bairro ..., no município de Santarém-PA, CEP..., endereço eletrônico ..., e MARIA DO
CARMO DE JESUS PEREIRA, nacionalidade..., casada, profissão..., portadora do RG
nº ... inscrita no CPF nº ..., residente e domiciliado na Rua ..., n º ..., Bairro ..., no
município de Santarém-PA, CEP..., endereço eletrônico ..., por intermédio de seu
advogado (procuração em anexo), com endereço profissional em..., onde receberá
intimações, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO

em face TÍCIO ALBURQUEQUE DOS SANTOS, nacionalidade..., estado


civil..., profissão..., portadora do RG nº ... inscrita no CPF nº ..., residente e domiciliado
na Rua ..., n º ..., Bairro ..., no município de Santarém-PA, CEP..., endereço eletrônico ...
pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõem.

I. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Requer-se que Vossa Excelência que seja deferido a questão da Gratuidade da


Justiça, de acordo com a lei 1.060/1950, juntamente com as alterações introduzidas na
lei 7.510/86, bem como o artigo 98 e 99 do CPC/2015, consoante com o
artigo 5º, LXXIV, da CF/88, destaca-se que a requerida em questão não tem condições
de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu sustento e de sua família,
conforme declaração de hipossuficiência, razão pela qual requer os benefícios da justiça
gratuita.
IV. DOS FATOS

No ano de 2016 os requerentes Mélvio dos Santos Pereira e sua esposa Maria do
Carmo de Jesus Pereira, contribuíram sua morada em um terreno, localizado na ...., nº...,
bairro..., Santarém-PA, tem como metragem 250 m², e está posicionado em área urbana
da cidade. Dessa forma, vem exercendo posse mansa, pacifica e continua até hoje. Deste
modo, buscam os meios legais para que seja intentada medida judicial em face do
requerido. Logo, decidiu regularizar sua situação para ir em busca da escritura através da
usucapião.

Atualmente, estas são as descrições do imóvel usucapiendo: Ao Norte, de


coordenadas N .... e ...; deste que segue confrontando com a rua.., por uma distância de
... m², até o ponto... ao Leste, de coordenadas N ... e E ...; deste que segue confrontando
com a propriedade de nome..., ... e CPF ..., por uma distância de ... m, até o ponto... ao
Sul de coordenadas N ... e E ... m; por uma distância de ... m, até o ponto de ... ao Oeste,
de coordenadas N ... e E ... m²; deste segue confrontando com a propriedade de nome...,
RG... e CPF ..., por uma distância de ... m, até o ponto ..., onde teve início essa descrição.
Área de ... metros quadrados e área constada de 250 m² metros quadrados.

V. DO DIREITO

Em nosso ordenamento jurídico brasileiro prevemos o que chamados de


Usucapião como uma forma de regularizar o registro imobiliário de imóveis em setores
urbanos e rurais, cuja a aquisição deu-se por posse mansa, pacífica e ininterrupta.

Dentre as diversas modalidades de aquisição de propriedade originária, através


da usucapião, está a espécie extraordinária, expressamente entalhada na redação
do caput do art. 1.240, parágrafo único, do Código Civil que assim demonstra:

Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos
e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.

§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao


homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido
ao mesmo possuidor mais de uma vez.

Também temos em nosso ordenamento jurídico brasileiro a usucapião especial


urbana, prevista no artigo 183 da Constituição Federal, funciona de forma similar à
usucapião especial rural.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-
á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao


homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma


vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

“Quando examinamos a posse, deve ser levada em conta sua natureza.


Há modalidades de posse que não permitem a aquisição. O locatário ou
o comodatário, por exemplo, que tem posse imediata, não possui com
ânimo de dono. Somente poderá usucapir se houver modificação no
ânimo da posse. Entende-se, destarte, não ser qualquer posse
propiciadora do usucapião, ao menos o ordinário. Examina-se se existe
posse ad usucapionem. A lei exige que a posse seja contínua e
incontestada, pelo tempo determinado, com o ânimo de dono. Não pode
o fato da posse ser clandestino, violento ou precário. Para o período
exigido é necessário não ter a posse sofrido impugnação. Desse modo,
a natureza da posse ad usucapionem exclui a mera detenção.

(VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Direitos Reais. 10. ed. São
Paulo: Atlas, 2010, pp. 211/212).

Em conformidade com o art. 183 da CF/88, a soma total da área do imóvel da


requerente é de 250 m2 (duzentos e cinquenta) metros quadrados, estando
incontestavelmente dentro dos parâmetros legais, preenchendo os requisitos de “Área
Urbana”.

Vejamos a jurisprudência:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA MANTIDA.


USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO. PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 183, DA CF, BEM COMO NO
ART. 1.240, DO CC. ANIMUS DOMININI COMPROVADO.
ALEGAÇÃO DE DOAÇÃO DO BEM. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. 1. NÃO MERECE
ACOLHIDA A TESE APRESENTADA NA CONTESTAÇÃO, E
REPRISADA NAS RAZÕES DE APELAÇÃO - A DE QUE A
AUTORA TERIA, VOLUNTARIAMENTE, REGISTRADO O
IMÓVEL EM NOME DA REQUERIDA, BEM COMO QUE A
VERDADEIRA PRETENSÃO AUTORAL SERIA A ANULAÇÃO
DO ATO DE DOAÇÃO, QUE, TODAVIA, SE ENCONTRA
ALCANÇADA PELO PRAZO DECADENCIAL PREVISTO NO
ART. 178, INCISO II, DO CC - SE O CONJUNTO PROBATÓRIO
COMPROVA QUE A AUTORA PREENCHEU OS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA USUCAPIÃO
ESPECIAL URBANA, PREVISTOS NO ART. 183, DA CF, BEM
COMO NO ART. 1.240, DO CC. 2. DE IGUAL MODO, NÃO SE
EVIDENCIA NA SENTENÇA VERGASTADA QUALQUER
ILAÇÃO QUANTO AO ALEGADO JUÍZO ANULATÓRIO DE
DOAÇÃO, CUJA PRETENSÃO ESTARIA ALCANÇADA PELA
DECADÊNCIA, VEZ QUE A FUNDAMENTAÇÃO DA
SENTENÇA SE ENCONTRA BASEADA NO PREENCHIMENTO,
PELA AUTORA, DAS EXIGÊNCIAS LEGAIS A FIM DE SE
DECLARAR A USUCAPIÃO EM SEU FAVOR, SOBRETUDO
PORQUE DEMONSTRADO QUE A DEMANDANTE AGIA COM
ANIMUS DOMINI, CONSUBSTANCIADO NA CONCEPÇÃO DE
QUE HAVIA ADQUIRIDO UM BEM DE SEU DOMÍNIO E PARA
SUA MORADIA, TENDO SIDO A ÚNICA RESPONSÁVEL PELO
PAGAMENTO DO IMÓVEL, ATRAVÉS DE TRANSFERÊNCIA
DE RECURSOS DE SUA CONTA BANCÁRIA. 3. RECURSO
IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

(TJ-DF - APC: 20120110005118 DF 0000131-83.2012.8.07.0001,


Relator: ARNOLDO CAMANHO DE ASSIS, Data de Julgamento:
19/06/2013, 4ª Turma Cível).

O possuidor precisa ter posse do imóvel durante cinco anos ininterruptos e sem
oposição. A área precisa ser sua moradia e a pessoa não pode ter outro imóvel. Outro
meio que prova as diretrizes da autora sob sua morada no terreno é a questão das contas
pagas, água, luz, IPTU.

Os autores não utilizam a área para destinação diversa de moradia, apenas com
a finalidade de se abrigar em um local segura, digno e habitável para si e sua família.

Dessa forma, entende-se que a Requerente preenche todos os requisitos para


permanecer e regularizar o terreno em questão, uma vez que este encontra-se com a posse
da área há mais de 5 anos e sempre exerceu publicamente a posse com animus domini,
assim ultrapassando expressivamente o tempo requisitório na usucapião especial urbano.

VI. DOS PEDIDOS:

Diante do exposto, requer:

a) Os benefícios da justiça gratuita, uma vez que se declaram pobres no sentido


jurídico do termo, conforme declarações anexas e não pode custear um processo sem
prejuízo do sustento de sua família;

b) Intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito;

c) a citação da Requerida, para que, querendo, ofereça resposta no prazo legal,


sob pena de sujeitarem-se aos efeitos da revelia;

e) a intimação, por via postal, dos representantes das Fazendas para que
manifestem interesse na causa;

f) seja julgada totalmente procedente a presente ação, declarando o domínio do


Requerente sobre o imóvel usucapiendo, para que o Requerente seja declarado
proprietário do imóvel, conforme descrito na planta e alvará de conservação em anexos,
nos termos e para os efeitos legais, expedindo-se o competente mandado para o Cartório
de Registro de Imóveis desta Comarca.

Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito,


em especial pela juntada de documentos em anexos e oitiva de testemunhas.

Pretende provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em


especial pela juntada de documentos (anexos), perícia técnica e oitiva de testemunhas.

Dá-se a presente causa o valor de R$ ... para todos os efeitos legais.

Termos em que, pede deferimento.

Santarém – PA, data...

Advogado

OAB/...
ROL DE TESTEMUNHAS:

1- ...
2- ...
3- ...

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