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DIREITO DA

CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Ato Infracional. Medidas Socioeducativas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

Ato Infracional e Medida Socioeducativa.........................................................................6


Disposições Gerais..........................................................................................................6
Dos Direitos Individuais...................................................................................................8
Das Garantias Processuais..............................................................................................9
Das Medidas Socioeducativas........................................................................................ 10
Disposições Gerais........................................................................................................ 10
Da Advertência. ............................................................................................................. 12
Da Obrigação de Reparar o Dano................................................................................... 12
Da Prestação de Serviços à Comunidade....................................................................... 13
Da Liberdade Assistida.................................................................................................. 13
Do Regime de Semiliberdade......................................................................................... 14
Da Internação................................................................................................................ 15
Da Remissão................................................................................................................. 20
Dos Procedimentos.......................................................................................................23
Disposições Gerais........................................................................................................23
Do Procedimento de Apuração de Ato Infracional.........................................................25
Grama da Fase Pré-Processual...................................................................................... 31
Resumo.........................................................................................................................44
Questões de Concurso...................................................................................................49
Gabarito........................................................................................................................64
Gabarito Comentado. .....................................................................................................65

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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

Olá, querido(a) aluno(a), o presente curso é voltado principalmente para os concursos


das carreiras jurídicas, primordialmente Defensoria Pública, Magistratura e Ministério Públi-
co. Foram analisadas 214 questões de Direito da Criança e do Adolescente de concursos para
defensor público, 168 de concursos para promotor de justiça e 151 de concursos para juiz de
direito, de todos os Estados do Brasil, totalizando 533 questões analisadas. Considerando
que cada questão possui geralmente 5 itens, algumas 4 itens, e poucas são de certo e errado,
chegamos à análise minuciosa de mais de 2000 itens!
Dessa forma, foi possível ter um panorama bem completo dos assuntos mais cobrados nas
provas. O assunto mais cobrado é a parte infracional do Direito da Criança e do Adolescente,
que envolve ato infracional, medida socioeducativa e execução de medidas socioeducativas.
Em seguida, vem a parte do Direito à Convivência Familiar e Comunitária. E, após, vêm os outros
temas dos editais, com especial relevância para os Direitos Fundamentais e Conselho Tutelar.
Procurei dividir as aulas de acordo com os assuntos mais cobrados em provas.
Pretendo completar o curso em 7 (sete) aulas.
A matéria Direito da Criança e do Adolescente tem adquirido cada vez mais relevância
nos concursos públicos. A maioria dos certames cobra entre 5 e 6 questões em provas com
100 questões de múltipla escolha. Ao contrário do que muitos pensam, é uma matéria fácil
de aprender. Com razoável tempo de estudo de qualidade, o concursando tem condições de
conseguir boas notas nas provas.
A grande maioria das questões cobra o conhecimento da letra da lei, seguido da cobrança
da jurisprudência dos Tribunais Superiores. Quase não se cobra doutrina e a aulas indicarão
quando for necessário estudar doutrina.
A aulas foram elaboradas com a linguagem mais fácil e acessível possível, abordando os
temas com a profundidade necessária para ir bem nas provas. Não é necessário ser “expert”
em Direito da Criança e do Adolescente para ter um ótimo nível de acerto nos concursos pú-
blicos. Mas é necessário, sim, saber o que os examinadores querem que você saiba. A orga-
nização nos estudos é primordial, bem como é primordial não perder tempo aprofundando ou
estudando temas além do necessário para tirar uma boa nota.
Assim, a abordagem será bem simples, objetiva e completa, expondo tudo que o concur-
sando necessita para se destacar no concurso público.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

Para quem não me conhece, sou defensor público do Distrito Federal, lotado no Núcleo de
Execução de Medidas Socioeducativas, desde 2010. Antes de tomar posse como defensor pú-
blico, em 2003, exerci os cargos de oficial de justiça do TJDFT e de procurador federal da AGU.
Desde a faculdade, eu já sabia que queria ser servidor público. Assim, antes da minha for-
matura, em julho de 1999, prestei concurso para oficial de justiça do TJDFT, em abril de 1999
e, graças a Deus, consegui minha aprovação, tendo sido nomeado em outubro do mesmo ano.
Sempre procurei basear meus estudos na objetividade e nos exercícios. Procurava estu-
dar com o edital sempre ao meu lado, e marcando os itens estudados, para não perder tempo
com matérias desnecessárias. Na minha opinião, o candidato somente fixa o conhecimento
por meio dos exercícios. É necessário resolver as questões e depois ver de onde o examinador
tirou a questão, pois, tenha certeza, não são inventadas pelo examinador. Ou foram tiradas
da letra da lei, ou da jurisprudência, ou da doutrina. Então, eu resolvia a questão e depois
procurava achar no meu material de onde tinha sido tirada. E sempre achava! Após isso, eu
não esquecia mais aquele assunto. E acertava nas provas, pois, como você vai perceber, as
questões sempre se repetem.
Outra coisa, os temas vão evoluindo ao longo dos anos. Por exemplo, um tema muito
cobrado em provas de 2006, provavelmente já estará “manjado” dez anos depois, havendo
outros temas relevantes que estarão sendo cobrados. O concursando deve estar por dentro
dos assuntos, e da forma de abordagem desses assuntos, nas provas atuais.
Quando eu era oficial de justiça, tinha a pretensão de fazer outros concursos públicos. Eu
não focava em uma carreira específica, mas tinha uma certa “queda” pela Defensoria Pública,
por já haver estagiado no órgão e gostado do que havia visto.
Assim, continuando nos estudos, prestei o concurso público para procurador federal, em
2002, tendo sido aprovado e posteriormente nomeado para atuar na Agência Nacional de Trans-
portes Aquaviários – ANTAQ, atuando após na Fundação Universidade de Brasília – FUB.
No mesmo ano, 2002, prestei concurso para defensor público do Distrito Federal, tendo
sido aprovado e nomeado em 2003.

Ah, professor, mas você nunca foi reprovado em nenhum concurso?

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É óbvio que fui e, certamente, as aprovações são fruto da superação de frustrações, muito
trabalho e dedicação, que, por vezes, parecem insuportáveis e sem sentido. Mas saiba que,
como eu sempre digo para meus alunos e conhecidos, estudar para concurso é difícil, mas
certamente é o caminho mais fácil, pois o concursando, alcançando a aprovação, terá o míni-
mo para uma vida estável, o que, por vezes, é muito difícil alcançar na iniciativa privada, pois
sempre haverá o risco da demissão.
Feitas as apresentações iniciais, vamos ao curso!

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ATO INFRACIONAL E MEDIDA SOCIOEDUCATIVA


Disposições Gerais

O ECA define ato infracional como a conduta tipificada como crime ou contravenção penal
(art. 103). Em seguida, afirma ser penalmente inimputável quem tem menos de 18 (dezoito)
anos, o qual será submetido às medidas previstas no ECA (art. 104). Afirma que deve ser con-
siderada a idade na data do fato (art. 104, § único). Afirma que às crianças autoras de atos
infracionais cabe apenas aplicação das medidas protetivas do art. 101 (art. 105).
Observe que os atos infracionais nada mais são que crimes ou contravenções penais.
Assim, todos os fatos típicos previstos no código penal, lei de contravenções penais e legis-
lações penais extravagantes também são atos infracionais, quando forem cometidos por in-
divíduos com menos de 18 (dezoito) anos de idade. Esses indivíduos, apesar de não estarem
submetidos às regras do Código Penal, são responsabilizados por suas atitudes com base no
ECA. Antes dos 12 (doze) anos,, não poderão receber medidas socioeducativas, mas apenas
medidas protetivas, as quais não têm caráter sancionatório. Entre 12 (doze) e 18 (dezoito)
anos podem receber medidas socioeducativas que possuem caráter sancionatório e finalida-
de pedagógica. Assim, você deve perceber que a responsabilização penal no Brasil é iniciada
aos 12 (doze anos).
Importante ressaltar que o art. 2º do ECA tem a seguinte redação:

Art. 2º considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomple-
tos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. E complementa em seu § 1º: “nos
casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte
e um anos de idade.

A redação do artigo pode gerar certa confusão no estudante, pois não fala em onze anos,
mas em doze anos incompletos. Na prática, quem tem até onze anos é criança. Uma criança
vira adolescente a zero hora do dia em que completa doze anos.
Da mesma forma, o artigo fala que adolescente é quem tem entre doze e dezoito anos. Na
prática, quem tem de doze a dezessete anos é adolescente. O adolescente vira adulto a zero
hora do dia em que completa dezoito anos.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Assim, se você ler em alguma prova a afirmação de que criança é quem tem até doze anos
incompletos, a assertiva estará correta. E se você vir questão falando que adolescente é quem
tem entre doze e dezessete anos, a assertiva também estará correta.
A idade a ser considerada para aplicação e execução da medida socioeducativa é a da
data do fato. O ECA adotou o critério biológico para a inimputabilidade penal. Ou seja, o sim-
ples fato de o indivíduo ter menos de 18 (dezoito) anos já é o suficiente para determinar a
inimputabilidade. Não é necessário prova à “inteira incapacidade de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
Observe que, conforme art. 2º, § único, do Estatuto, indivíduos maiores de dezoito anos
podem ser submetidos aos preceitos do ECA, mas apenas até o máximo de vinte e um anos.
O art. 121, § 5º, diz que a liberação da medida de internação será compulsória aos vinte e um
anos de idade. Em relação à medida de semiliberdade, o art. 120, § 2º, diz que “A medida não
comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à inter-
nação”. Ou seja, por força do texto legal, as medidas privativas de liberdade (semiliberdade e
internação) são extintas aos 21 anos de idade.
Em relação às medidas socioeducativas em meio aberto (advertência, obrigação de repa-
rar o dano, prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida), a legislação foi omissa
em definir a idade de extinção. Houve discussão jurisprudencial e alguns julgados entendiam
que deveriam ser extintas aos dezoito anos, pois a interpretação deve ser sempre mais favo-
rável ao socioeducando. Se a lei foi omissa, não se poderia criar uma condição não expressa
na lei. Entretanto, o STJ não aceitou esse entendimento e definiu que qualquer medida socio-
educativa, seja em meio aberto, seja privativa de liberdade, somente será extinta compulso-
riamente quando o socioeducando completar vinte e um anos. Para definir a questão, editou
a Súmula n. 605, a qual versa:

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem


na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Entenda bem a Súmula n. 605 do STJ, pois tem grande probabilidade de ser cobrada em provas.

Dos Direitos Individuais

A partir do art. 106, o Estatuto passa a abordar os direitos individuais dos adolescentes
envolvidos em atos infracionais. Aqui, é importante você sempre ter em mente que as medi-
das socioeducativas têm caráter sancionatório e são impostas para responsabilizar o adoles-
cente pelo cometimento de ato tipificado como crime ou contravenção penal.
Nos processos de apuração de ato infracional, devem ser garantidos todos os direitos dos
acusados em processos criminais, pois a maior modificação da Doutrina da Proteção Integral,
inaugurada pela Constituição Federal de 1988, foi passar a tratar crianças e adolescentes
como sujeitos de direito. Ou seja, crianças e adolescentes passaram a ter os mesmos direitos
fundamentais de qualquer indivíduo, independentemente da idade.
Assim, NENHUM adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato in-
fracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, além de
que o adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo
ser informado acerca de seus direitos.
A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão inconti-
nenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa
por ele indicada e será examinada, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade
de liberação imediata.
A internação antes da sentença, conhecida como internação provisória, pode ser determi-
nada pelo prazo máximo de 45 (quarenta e cinco dias). Nesse sentido, cabe citar julgados do
STJ afirmando que:

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A internação provisória prevista no art. 108 do ECA não pode exceder o prazo máximo e
improrrogável de 45 dias, não havendo que se falar na incidência da Súmula 52 do STJ,
segundo a qual “encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constran-
gimento ilegal por excesso de prazo. (HC 306667/SP, julgado em 24/2/15; HC 192563/
ES, julgado em 7/4/2011).

Não se pode manter adolescente em internação provisória por mais de 45 dias, mesmo
que tenha sido encerrada a instrução processual. Muitas provas cobram isso, então procure
fixar bem esse prazo.
A decisão impositiva de internação provisória deverá ser fundamentada e basear-se em in-
dícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
O adolescente civilmente identificado não será submetido à identificação compulsória
pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo
dúvida fundada.

Das Garantias Processuais


Conforme já dito acima, aos adolescentes devem ser dadas as mesmas garantias e direi-
tos dos acusados em processos criminais.
Assim, a lei traz o princípio do devido processo legal, ao afirmar que nenhum adolescente
será privado de sua liberdade sem o devido processo legal (art. 110 do ECA).
O Estatuto prevê as principais garantias a serem asseguradas aos adolescentes. Observe
que a previsão é exemplificativa, pois a lei usa o termo, entre outras. As garantias expressa-
mente previstas no art. 111 são pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional,
mediante citação ou meio equivalente; igualdade na relação processual, podendo confrontar-
-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa; defesa
técnica por advogado; assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma
da lei; direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; direito de solicitar a
presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
Dessas garantias, merece destaque a referente ao direito de solicitar presença de pais ou
responsável. É um plus em relação às garantias dos adultos, os quais não têm esse direito
quando submetidos ao processo criminal.

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Das Medidas Socioeducativas

Disposições Gerais

O art. 112 traz os tipos de medidas socioeducativas. São estabelecidos 6 (seis) tipos ta-
xativos: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liber-
dade assistida, semiliberdade e internação. Além disso, o inciso VII prevê que também cabe
aplicar aos adolescentes as medidas protetivas previstas no art. 101, incisos I a VI do ECA.

DICA
Você pode decorar as medidas socioeducativas com o se-
guinte mnemônico:
PAISOL
P – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
A – ADVERTÊNCIA
I – INTERNAÇÃO
S – SEMILIBERDADE
O – OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
L – LIBERDADE ASSISTIDA
Lembre-se de que o sol é o astro rei, é o pai do sistema solar.
Isso facilitará a fixação da dica.

As medidas protetivas dos incisos VII, VIII e IX do art. 101, conforme letra da lei, não po-
dem ser aplicadas aos adolescentes nos processos de apuração de ato infracional, sendo
necessário procedimento próprio para análise de acolhimento institucional, acolhimento fa-
miliar e colocação em família substituta.
As medidas socioeducativas têm caráter impositivo e sancionatório, com finalidade pe-
dagógica. São espécies de sanção penal, abrandadas em razão do princípio da condição pe-
culiar de pessoas em desenvolvimento. Nesse sentido, existem as definições de direito penal
juvenil ou direito penal de adolescentes como limites à intervenção punitiva do Estado, da
mesma forma que ocorre com o direito penal.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

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DICA
A Súmula n. 338 do STJ, segundo a qual “a prescrição penal
é aplicável nas medidas socioeducativas”, é interpretada pela
doutrina como sendo elemento que reforça a interpretação dos
Tribunais reconhecendo o caráter penal aflitivo das medidas
socioeducativas. Essa súmula é muito cobrada em provas.

Reconhecendo o caráter aflitivo e sancionatório das medidas socioeducativas, existe o


julgado do STF no HC 122.072, Dje de 29/09/2014. No precedente do Supremo Tribunal
Federal, entendeu-se que:

A presunção de inocência se aplica ao processo em que se apura a prática de ato infra-


cional, uma vez que as medidas socioeducativas, ainda que primordialmente tenham
natureza pedagógica e finalidade protetiva, podem importar na compressão da liberdade
do adolescente, e, portanto, revestem-se de caráter sancionatório-aflitivo.

A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as


circunstâncias e a gravidade da infração.
Em hipótese alguma, e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
Essa previsão seria até desnecessária, pois a Constituição Federal já veda a pena de traba-
lhos forçados, conforme art. 5º, inc. XLVII, alínea “c”.
Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento indi-
vidual e especializado, em local adequado às suas condições. Observe que não existe a pre-
visão de medida de segurança para os adolescentes.
Os mesmos princípios aplicados às medidas protetivas, conforme § único do art. 100,
também são aplicados para as medidas socioeducativas. Os incisos do § único, do art. 100,
são autoexplicativos.
A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI, do art. 112, pressupõe a existên-
cia de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de
remissão, nos termos do art. 127. Nos casos de remissão, não é necessário existir provas
suficientes de autoria e materialidade.

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Da Advertência

A advertência é uma admoestação verbal do juiz para o adolescente. Deverá ser reduzida
a termo e assinada. Ou seja, não é meramente verbal, pois deve ter a formalidade de ser re-
duzida a termo e assinada. É aplicada nos próprios autos de apuração de ato infracional, não
sendo necessária formação de autos de execução.

DICA
Querido aluno, existem poucas questões de prova cobrando a
medida socioeducativa de advertência, mas quando cobram
geralmente abordam a questão da formalidade de ser redu-
zida a termo ou abordam a desnecessidade de haver provas
suficientes de autoria, para a aplicação da advertência (art.
114, § único do ECA).

Da Obrigação de Reparar o Dano

Tenha em mente que a obrigação de reparar o dano pode se constituir em três modali-
dades, que são restituição da coisa, ressarcimento do dano ou compensação do prejuízo da
vítima. Para ser aplicada a lei, exige que o ato infracional tenha reflexos patrimoniais. Tam-
bém não enseja a formação de autos de execução, sendo cumprida no próprio processo de
apuração de ato infracional.

DICA
Também há poucas questões cobrando a medida de repara-
ção de dano. O mais provável de ser cobrado em prova é que
a medida pode ser cumprida de três formas diferentes e que o
ato infracional deve ter reflexos patrimoniais para possibilitar
a aplicação de obrigação de reparar o dano.

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Da Prestação de Serviços à Comunidade

É a realização de tarefas gratuitas, por período não excedente a 6 (seis) meses, com a
jornada máxima de 8 (oito) horas semanais. Deve ser cumprida em entidades assistenciais,
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comuni-
tários ou governamentais. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente e
não podem prejudicar a frequência à escola ou a jornada normal de trabalho.
Observe que as medidas de prestação de serviços à comunidade possuem prazo certo a
ser definido na sentença, ao contrário das medidas de liberdade assistida, semiliberdade e
internação, as quais não possuem prazo determinado.
Jurisprudência isolada do STJ (HC 298942/SP, julgado em 11/11/2014) admite prorroga-
ção da medida de PSC quando “constatado o cumprimento injustificado” (a paciente cumpriu
15 dias dos 24 determinados judicialmente).

É muito importante você ter em mente que a medida de prestação de serviços à comunidade
tem prazo certo, ao contrário das medidas de liberdade assistida, semiliberdade e internação,
as quais não têm prazo certo, mas têm prazo máximo de três anos.

Da Liberdade Assistida

A medida de liberdade assistida é o acompanhamento do adolescente autor de ato in-


fracional por meio de equipe especializada. A lei afirma que deverá ser designada pessoa
capacitada para acompanhar o caso. Ao orientador incumbe promover socialmente o adoles-
cente e sua família e, se necessário, inseri-los em programa oficial ou comunitário de auxílio
e assistência social; supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula; diligenciar no sentido da profissionalização do adoles-
cente e de sua inserção no mercado de trabalho; apresentar relatório do caso.

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Conforme § 2º do art. 118, do ECA:

A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor.

Você deve ler esse artigo com cautela, pois o período máximo da medida socioeducativa
de liberdade assistida é de 3 (três) anos, ou seja, não poderá ser prorrogada por mais de 3
(três) anos.
A liberdade assistida não pode ser substituída livremente a qualquer tempo. Quando apli-
cada por sentença de mérito (caso de não concessão de remissão, que é aplicada por sentença
homologatória e não de mérito), pode ser substituída por internação-sanção pelo período máxi-
mo de 3 (três) meses. Isso pode ocorrer em caso de descumprimento reiterado e injustificado da
medida imposta (art. 122, III). Para aplicação de internação-sanção, a lei exige a oitiva do jovem
e o devido processo legal, com ampla defesa e contraditório, (art. 122, § 1º do ECA), sendo obri-
gatória a oitiva do adolescente antes de sua aplicação, conforme Súmula n. 265 do STJ.
Importante você saber que existem julgados do STJ entendendo ser aplicado o prazo má-
ximo de 3 (três) anos também para as medidas de liberdade assistida, apesar de não haver
previsão legal expressa, conforme HC 305.616/SP, julgado em 16/4/2015 e HC 235.511/MG,
julgado em 21/2/2013.

Tenha em mente que a liberdade assistida é a única medida socioeducativa com previsão de
prazo mínimo de seis meses.
O prazo máximo de três anos para medida de liberdade assistida não está previsto na lei, mas
é decorrente da interpretação jurisprudencial.

Do Regime de Semiliberdade
A medida de semiliberdade pode ser uma medida inicial aplicada na sentença ou uma me-
dida de transição entre a internação e outra mais branda. Caracteriza-se pela possibilidade de
atividades externas, independentemente de autorização judicial. Ou seja, o próprio diretor da
unidade de semiliberdade pode e deve autorizar atividades externas.

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No cumprimento da medida, são obrigatórias a escolarização e a profissionalização, de-


vendo ser usados os recursos disponíveis na comunidade. Com essa previsão, o Estatuto
reforçou expressamente o princípio da incompletude institucional, segundo o qual os meios
comunitários disponíveis devem sempre ser usados pelo sistema socioeducativo para garan-
tir os direitos dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
A medida de semiliberdade também não tem prazo determinado, devendo ser respeitado
o limite máximo de 3 (três) anos previsto para a internação, conforme previsão do art. 120, §
2º do ECA.

Da Internação

A internação é uma medida socioeducativa privativa de liberdade. Assemelha-se ao cum-


primento da pena em regime fechado. A lei começa determinando que a internação está su-
jeita aos princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento.
Perceba que, nos processos infracionais, os adolescentes possuem garantias adicionais
em razão da condição peculiar de pessoas em desenvolvimento. O autor Armando Afonso
Konzen define as garantias adicionais como uma discriminação positiva aos adolescentes
submetidos a processo de apuração e ato infracional1.

DICA
Memorize que o art. 112, inc. VI, do ECA, fala de internação em
estabelecimento educacional. Isso é cobrado em prova e pode
gerar dúvida no concursando, duvidando que a lei use o termo
“estabelecimento educacional”. Se esse termo for usado em
prova, a afirmação estará certa.

1
Konzen, Afonso Armando. A Discriminação Positiva do Adolescente Autor de Ato Infracional. Juizado da Infância e da
Juventude. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Conselho de Supervisão dos Juizados da Infância e Juven-
tude (CONSIJ). Porto Alegre, Ano VIII, n. 22, out. 2014, p. 48.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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O princípio da brevidade é a ideia de que a medida socioeducativa deve ser cumprida pelo
período mais breve possível para alcançar sua finalidade. A excepcionalidade ocorre porque a
medida de internação deve ser excepcional, sendo aplicada somente quando ficar constatado
não haver possibilidade de aplicação de outra medida. Ou seja, deve ser a última alternativa
de responsabilização. A condição peculiar de pessoa em desenvolvimento ocorre porque os
adolescentes são protegidos pela lei, pois ainda não têm o desenvolvimento completo, seja o
desenvolvimento psicológico, seja o desenvolvimento físico.
Nas medidas de internação, são permitidas as atividades externas, a não ser que haja
expressa determinação judicial vedando essa possibilidade. Essa determinação judicial pode
ser revista a qualquer tempo, conforme previsão do § 7º, do art. 121, ECA. Não possui prazo
determinado e deve ser reavaliada periodicamente, no máximo, a cada 6 (seis) meses.
Na sentença que aplica internação, o juiz não vai dizer que o adolescente cumprirá a me-
dida por 1 ano ou 2 anos, por exemplo. Ele simplesmente dirá que aplica a internação. Entre-
tanto, conforme disposição legal (art. 121, § 3º), em nenhuma hipótese o período de interna-
ção poderá exceder 3 (três) anos.

A lei diz que são permitidas atividades externas na internação, apenas não sendo autorizadas
se houver vedação judicial expressa.

Tenha em mente que, após o cumprimento de três anos de internação, a medida pode
ser substituída por semiliberdade ou liberdade assistida, não sendo obrigatória a extinção do
processo de execução de medida socioeducativa.
A liberação será compulsória aos 21 (vinte e um) anos de idade. A liberação compulsória
aos 21 (anos) é uma exceção à regra do § 6º, do art. 121 do ECA ao prever que, em qualquer
hipótese, a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Isso porque a Resolução n. 165 do CNJ determina, em seu art. 19, que a liberação quando
completos os 21 anos independe de autorização judicial, nos termos do § 5º do art. 121, do

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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ECA. Em questões objetivas, você deve ler com muita atenção o enunciado, pois, se estiver
escrito que segundo o ECA, em qualquer hipótese, a desinternação será precedida de autori-
zação judicial, o item deve ser marcado como certo.
Em seguida, em seu art. 122, incisos I, II e III, o Estatuto prevê as possibilidades de apli-
cação de medida de internação. São elas: cometimento de ato infracional com grave ameaça
ou violência a pessoa; reiteração no cometimento de outras infrações graves, e, por fim, o
descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta. Nesse último
caso, de descumprimento de medida anteriormente imposta, a internação não poderá exce-
der o período de 3 (três) meses. A doutrina denomina esse tipo de internação como interna-
ção-sanção, pois é uma punição pelo desrespeito das determinações judiciais das medidas
menos brandas impostas por sentença em processo de conhecimento. A internação-sanção
somente poderá ser decretada após o devido processo legal.
Segundo jurisprudência do STF (HC 94.447) e do STJ (HC 355.760, HC 359.609, HC 354216),
não é necessário o cometimento de três atos infracionais para ficar configurada a reiteração
no cometimento de outras infrações graves prevista no art. 122, inc. II, do ECA.

DICA
A internação-sanção, prevista no art. 122, inciso III do ECA,
tem o prazo máximo de três meses.
Não é necessário haver dois atos infracionais anteriores para
ficar configurada a reiteração em outras infrações graves.

A Súmula n. 265 do STJ afirma que

É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida


socioeducativa.

Ou seja, antes da aplicação da internação sanção, deve haver designação de audiência para
oportunizar autodefesa do socioeducando, sob pena da decretação da internação-sanção ser
considerada inválida. Isso é muito cobrado em prova.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Importante você fixar também a Súmula n. 492 do STJ, segundo a qual

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação ao adolescente.

Segundo jurisprudência do STJ:

A medida socioeducativa de internação está autorizada nas hipóteses taxativamente


previstas no art. 122 do ECA, sendo vedado ao julgador dar qualquer interpretação
extensiva do dispositivo. Nesse sentido são os HC 342.956/SP, julgado em 02/02/2016
e 334.432/SP, julgado em 17/11/2015.

É importante citar aqui que

Os atos infracionais compreendidos na remissão não servem para caracterizar a reitera-


ção nos moldes do art. 122, II, do ECA, conforme HC 331.888/SP, julgado em 27/10/2015
e HC 327.152/SP, julgado em 08/09/2015.

Corroborando o princípio da excepcionalidade, o § 2º, do art. 122, reafirma que em nenhu-


ma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.
A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade,
compleição física e gravidade da infração. Em relação a essa previsão do art. 123 do ECA,
importante citar julgados do STJ afirmando que “o cumprimento de medida socioeducativa
de internação em estabelecimento prisional viola o art. 123 do ECA, ainda que em local sepa-
rado dos maiores de idade condenados”. Nesse sentido, é são o HC 272.847/MG, julgado em
15/8/2013 e o HC 202.412/MG, julgado em 21/03/2013.
Durante a internação, inclusive provisória, são obrigatórias atividades pedagógicas. A lei
reforça o direito à educação que é um dos mais importantes direitos fundamentais e também
reforça a ideia de que as medidas socioeducativas restringem apenas o direito à liberdade,
devendo ser efetivados, em sua plenitude, todos os demais direitos dos adolescentes, estan-
do internados ou não.

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O art. 124 prevê, de forma exemplificativa, os direitos dos adolescentes privados de li-
berdade. São eles entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
peticionar diretamente a qualquer autoridade; avistar-se reservadamente com seu defensor;
ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada; ser tratado com respeito e
dignidade; permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio
de seus pais ou responsável; receber visitas, ao menos, semanalmente; corresponder-se com
seus familiares e amigos; ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal; ha-
bitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade; receber escolarização e
profissionalização; realizar atividades culturais, esportivas e de lazer; ter acesso aos meios de
comunicação social; receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim
o deseje; manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade; receber,
quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
Em nenhum caso haverá incomunicabilidade e as visitas somente poderão ser suspensas,
de forma temporária e excepcional, se existir motivos sério e fundado da prejudicialidade das
visitas para o próprio adolescente. Em nenhuma hipótese, a suspensão das visitas pode ser
forma de punição.

Tenha em mente que não existe no sistema socioeducativo a suspensão de visitas como for-
ma de punição. A suspensão somente pode ocorrer se for para resguardar direitos do próprio
socioeducando.
A incomunicabilidade é vedada em qualquer situação.
Somente pode haver isolamento se for imprescindível para garantia da segurança de outros
internos ou do próprio adolescente a quem seja imposta a sanção, sendo necessária ainda
comunicação ao defensor, ao Ministério Público e à autoridade judiciária em até 24 (vinte e
quatro) horas (art.48, § 2º, da Lei do Sinase).

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Da Remissão
Segundo o ECA, antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracio-
nal, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclu-
são do processo. Após iniciado o procedimento, a concessão da remissão pelo juiz resultará
na suspensão ou extinção do processo.
Observe que a lei criou 3 (três) modalidades de remissão: remissão como forma de exclu-
são, remissão como forma de suspensão e remissão como forma de extinção do processo.
A diferença é que a remissão como forma de exclusão é oferecida pelo Ministério Público
antes do oferecimento da representação, que é a peça inicial do processo de apuração de
ato infracional, semelhante à denúncia do processo criminal. Já as remissões como forma
de suspensão ou extinção são concedidas pelo juiz após o oferecimento da representação,
quando o processo de apuração de ato infracional já foi iniciado.
A suspensão difere da extinção porque, no caso de descumprimento de medida socio-
educativa eventualmente imposta, o processo de apuração pode ser retomado. No caso de
extinção, em caso de descumprimento, o processo não pode ser retomado, não havendo
possibilidade de reabrir a instrução processual para eventual prolação de sentença impon-
do medida socioeducativa.
Para que ocorra a remissão, não é necessário haver provas de autoria e materialidade do
ato infracional, bastando apenas haver indícios (art. 114 do ECA).
A doutrina também usa a definição de remissão própria, ou seja, pura e simples, sem a
inclusão de medida socioeducativa; e remissão imprópria, ou seja, com a inclusão de medida
socioeducativa em meio aberto.
O termo remissão significa perdão. A sua aplicação tem base no art. 11 das Regras Mí-
nimas das Nações Unidas para Administração da Justiça da Infância e Juventude (regras de
Beijing). Segundo esse dispositivo legal, examinar-se-á a possibilidade, quando apropriada,
de atender os jovens infratores sem recorrer às autoridades competentes.
A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da respon-
sabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a apli-
cação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliber-
dade e a internação.

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O termo REMISSÃO significa perdão. Observe que dentro da palavra remissão existe a palavra
missa, e missa lembra perdão. Isso é uma forma de decorar e não se confundir na hora de
escrever ou resolver alguma questão de prova.
Não confunda com o termo REMIÇÃO, com “Ç”, que é usado em direito penal e execução
penal, e significa o desconto do tempo da pena em razão de dias trabalhados ou estudados
pelo sentenciado.

DICA
As provas gostam de fazer peguinhas, afirmando que a re-
missão pode ser cumulada com a medida socioeducativa de
semiliberdade. Isso é falso.

A imposição da medida socioeducativa, definida em remissão, somente pode ser feita


pelo juiz. O Ministério Público pode conceder a remissão ao adolescente, mas essa conces-
são tem que ser homologada em juízo, sob pena de nulidade.

Segundo a Súmula n. 108 do STJ,

A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,


é de competência exclusiva do juiz.

Assim, o promotor de Justiça pode “conceder” a remissão, conforme art. 126 e 201 do ECA,
mas deverá ser homologada pelo juiz para ter validade.

Caso o juiz não concorde com a proposição do Ministério Público, não poderá mudar a re-
missão, deverá remeter os autos para o Procurador-Geral de Justiça e este oferecerá represen-
tação, designará outro promotor para apresentá-la ou ratificará o arquivamento ou a remissão.
Apenas após esses procedimentos a autoridade judiciária estará obrigada a homologar o pedi-
do de remissão do Ministério Público. Isso está previsto no art. 181, § 2º, do ECA. Perceba que
nesse caso é usada a mesma lógica do processo penal, prevista no art. 28 do CPP.

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A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer
tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do
Ministério Público.

Caso não cumprida devidamente a remissão, não se admite a aplicação da internação-san-


ção prevista no art. 122, inc. III do ECA, mas apenas a revogação da remissão com a possibi-
lidade de prosseguimento do processo de apuração de ato infracional. É esse o entendimento
do julgado do HC 348.143, do STJ:

A remissão não implica o reconhecimento ou a comprovação da responsabilidade, o que


obsta a aplicação da internação-sanção e impede a caracterização de antecedentes,
equiparando-se ao instituto da transação previsto no âmbito dos Juizados Especiais
Criminais. 2. A condição imposta ao paciente para a concessão da remissão não possui
natureza jurídica de medida socioeducativa, prevista no art. 112 do Estatuto da Criança
e do Adolescente, apta a ensejar a internação-sanção, em razão do descumprimento das
condições vinculadas à remissão.

No mesmo sentido do julgado acima, há o HC 414.438 do STJ.


Remissão como forma de exclusão Remissão como forma de suspensão Remissão como forma de extinção

Concedida pelo Ministério Público antes do Aplicada pelo juiz após o oferecimento da Aplicada pelo juiz após o oferecimento da
oferecimento da representação representação representação

Deve ser homologada pelo juiz e depende Somente pode ser concedida pelo juiz e não Somente pode ser concedida pelo juiz e não
de pedido do promotor é obrigatória a concordância do promotor é obrigatória a concordância do promotor

Pode incluir ou não medida socioeducativa Pode incluir ou não medida socioeducativa Pode incluir ou não medida socioeducativa
em meio aberto em meio aberto em meio aberto

Se descumprida, o promotor pode oferecer Se descumprida, o juiz pode determinar a Se descumprida, o juiz NÃO pode determi-
a representação retomada do andamento processual nar a retomada do andamento processual

Somente pode ser concedida antes da Pode ser aplicada em qualquer fase do proce- Pode ser aplicada em qualquer fase do proce-
representação dimento, antes da sentença (art. 188 do ECA) dimento, antes da sentença (art. 188 do ECA)

Remissão própria Não inclui a aplicação de medida socioeducativa

Remissão imprópria Inclui a aplicação de medida socioeducativa em meio aberto.

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Dos Procedimentos

Disposições Gerais
Aos procedimentos regulados pelo ECA aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
previstas na legislação processual pertinente. É assegurada, sob pena de responsabilidade,
prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos, assim como na execução
dos atos e diligências judiciais a eles referentes.

Observe que, conforme dispositivos legais, aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos


previstos no ECA as normas previstas nas legislações processuais pertinentes. Assim, no
caso de apuração de ato infracional, aplica-se subsidiariamente dispositivos do CPP.
Entretanto, não esqueça que, em se tratando de RECURSOS, mesmo nos processos infracio-
nais, aplica-se a sistemática recursal do CPC, conforme art. 198 seguintes do ECA, com as
devidas adaptações previstas nesse artigo. Tenha isso em mente agora. Os recursos serão
estudados detalhadamente em outra aula.

No Resp 1.633.074, Dje 01/08/2017, o STJ decidiu que:

Nada mais lógico que a incidência das regras de natureza penal e processual penal às
hipóteses de atos infracionais análogos a crimes. No caso dos autos, além de, à época
do julgamento da apelação, já haver sido julgada a exceção de suspeição, incide o art.
111 do Código de Processo Penal, o qual dispõe que, em regra, não será suspenso o
andamento da ação penal.

Segundo o STJ, o princípio da identidade física do juiz não se aplica aos processos de
apuração de ato infracional. No RHC 84.017, Dje 09/06/2017, o STJ consignou que:

Não há falar em ilegalidade por ter o magistrado plantonista realizado determi-


nados atos processuais (recebimento da representação e designação da audiên-
cia de continuação) no momento da audiência preliminar (oitiva informal/cus-

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tódia), sob alegação de afronta ao princípio do juiz natural, eis que, na espécie,
o próprio juiz da Vara da Infância e Juventude era o plantonista naquela ocasião.
De acordo com o entendimento consolidado desta Corte Superior, o regra-
mento previsto no artigo 399, § 2º, do CPP não se aplica ao rito do Estatuto da Criança
e do Adolescente, que estabelece procedimento fracionado de apuração de ato infra-
cional em várias audiências, sem fazer qualquer menção ao princípio da identidade
física do juiz. (HC 165.059/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA
TURMA, DJe 01/02/2012)”.

Os prazos estabelecidos no Estatuto e aplicáveis aos seus procedimentos são contados


em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo
em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público. Essas previsões estão no § 2º do
art. 152 e foram incluídas pela Lei n. 13.509, de novembro 2017. Você deve ter muita atenção
com essa previsão. Por ela, está bem claro que os prazos são contados em dias corridos, ao
contrário das previsões do novo CPC. Além disso, a Fazenda Pública e o Ministério Público
não têm prazo em dobro.
No HC do STJ n. 475.610/DF, publicado inclusive no informativo de jurisprudência n. 647,
foi decidido que:

HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PROCEDIMENTO PARA


APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL. APELAÇÃO. PRAZO DE 10 DIAS. CONTAGEM EM DIAS
CORRIDOS. ART. 152, § 2º, DA LEI N. 8.069/1990. HABEAS CORPUS CONCEDIDO.
1. Nos procedimentos regulados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, adotar-se-á
o sistema recursal do Código de Processo Civil, com as adaptações da lei especial (art.
198 do ECA).
2. Consoante o texto expresso da lei especial, em todos os recursos, salvo os embar-
gos de declaração, o prazo será decenal (art. 198, II, ECA) e a sua contagem ocorrerá de
forma corrida, excluído o dia do começo e incluído o do vencimento, vedado o prazo em
dobro para o Ministério Público (art. 152, § 2º, do ECA).

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3. Para análise de tempestividade da apelação, eventual conflito aparente de normas do


mesmo grau hierárquico se resolve pelo critério da especialidade; uma vez que a Lei n.
8.069/1990 dispõe que os prazos referentes aos ritos nela regulados são contados em
dias corridos, não há que se falar em aplicação subsidiária do art. 219 do Código de Pro-
cesso Civil, que prevê o cálculo em dias úteis.
4. Habeas corpus concedido a fim de reconhecer a intempestividade da apelação e
cassar o acórdão impugnado.

O art. 152, § 2º do ECA foi modificado pela Lei n. 13.509, de novembro de 2017, e é de
EXTREMA relevância.
Lembre-se de que sempre nos procedimentos regulados pelo ECA:
• Os prazos são sempre de 10 (dez) dias, com exceção dos embargos declaratórios, que
têm prazo de 5 (cinco) dias;
• Ministério Público e Fazenda Pública NÃO têm prazo em dobro;
• Defensoria Pública têm prazo em dobro, por força da Lei complementar n. 80/1994;
• Os prazos são contados em dias CORRIDOS.

Do Procedimento de Apuração de Ato Infracional

O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
autoridade judiciária.
O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado
à autoridade policial competente.

ADOLESCENTE APREENDIDO EM FLAGRANTE IMEDIATO ENCAMINHAMENTO PARA O DELEGADO


ADOLESCENTE APREENDIDO POR MANDADO
IMEDIATO ENCAMINHAMENTO PARA O JUIZ
DE BUSCA E APREENSÃO

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Observe que o adolescente somente poderá ser apreendido por força de ordem judicial ou
em flagrante, da mesma forma que ocorre com os adultos e em respeito à Constituição Fede-
ral (art. 5º, inc. LXI) e também ao art. 106 do ECA.
No Resp 1.655.016, Dje de 19/12/2017, ficou consignado que:

O equívoco na condução da menor sem que houvesse mandado judicial ou situação de


flagrante delito é pacificamente reconhecido nas instâncias predecessoras. Isso, por si
só, é capaz de causar danos morais e à imagem de considerável monta.

Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tra-


tando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da repar-
tição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará
o adulto à repartição policial própria.
Nos casos de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça
à pessoa, a autoridade policial deverá lavrar auto de apreensão, apreender o produto e os
instrumentos a da infração e requisitar os exames e perícias necessários à comprovação da
materialidade e autoria da infração. Nas demais hipóteses de flagrante, ou seja, nas situações
onde não haja violência ou grave ameaça a pessoa, a lavratura do auto poderá ser substituída
por boletim de ocorrência circunstanciado.

APREENSÃO EM FLAGRANTE POR ATO INFRACIONAL


AUTO DE APREENSÃO
COMETIDO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA
APREENSÃO EM FLAGRANTE POR ATO INFRACIONAL AUTO DE APREENSÃO OU
COMETIDO SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA BOLETIM CIRCUNSTANCIADO

Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente libera-


do pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresenta-
ção ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro
dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou
manutenção da ordem pública.

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Observe que o dispositivo legal presente no art. 174 do ECA trata da internação provisória,
a qual terá o prazo máximo de 45 (quarenta e cinco dias). A possibilidade de prender para
garantir a segurança pessoal recebe muitas críticas dos estudiosos do tema, pois seria uma
forma indevida de usar o princípio do superior interesse2. Como se pode imaginar prender
alguém para protegê-lo? É resquício da antiga etapa tutelar do direito da criança e do adoles-
cente. Seria o que o autor João Batista da Costa Saraiva denominou como Cavalo de Tróia do
menorismo, quando, por força do art. 113, c/c art. 100, inc. IV do ECA, modificado pela lei da
adoção em 2009, possibilitou-se a utilização do princípio do superior interesse também para
aplicação das medidas socioeducativas.
No HC 305.302, Dje de 23/10/2014, o STJ consignou que:

A medida socioeducativa de internação está autorizada nas hipóteses taxativamente pre-


vistas no art. 122 do ECA. A gravidade do ato infracional equivalente ao delito de tráfico
de entorpecente não enseja, por si só, a aplicação da medida socioeducativa de interna-
ção, se a infração não foi praticada mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou se
não houve reiteração na prática de outras infrações graves ou descumprimento reiterado
e injustificado da medida prévia. O STJ, por meio da Súmula n. 492, sedimentou o enten-
dimento de que “o ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

Observe que, com esse julgado, a abrangência da Súmula n. 492 engloba não somente
a imposição da medida socioeducativa de internação, mas também a decretação da inter-
nação provisória.
Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente
ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou bole-
tim de ocorrência. Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encami-
nhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do
Ministério Público no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

2
Saraiva, João Batista Costa. Adolescente e responsabilidade penal: da indiferença à proteção Integral. 5 ed. rev. e atual.
Porto Alegre: Livraria do Advogado. 2016. p. 80.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela
autoridade policial. Não havendo repartição policial especializada, o adolescente aguardará a
apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer
hipótese, exceder o prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

O STJ, no Resp 1.612.931, Dje de 07/08/2017, determinou ao Estado do Mato Grosso do Sul:

a obrigação de fazer consistente a implantação do regime de plantão de 24 horas


na Delegacia Especializada de atendimento à Infância e Juventude-DEAIJ de Campo
Grande/MS, no máximo em 120 dias, sob a penal de multa diária de R$ 10.000,00, a partir
do 120º dia da eventual omissão.

Muito importante o julgado, na medida em que consignou haver violação de regras da Constitui-
ção Federal e das Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da In-
fância e Juventude, pois não poderiam os adolescentes ficar em ambiente carcerário destinado
a imputável, devendo ser conduzidos a ambiente próprio, para a proteção da integridade deles.

Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao repre-


sentante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Se afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na
prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério
Público relatório das investigações e demais documentos.

No HC 193.614, Dje de 09/11/2011, o STJ decidiu: “a representação do Ministério Público não


é pressuposto para a expedição de busca e apreensão de menor, o decreto de internação pro-
visória pode acontecer antes desse ato.”

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser con-
duzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condi-
ções atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física
ou mental, sob pena de responsabilidade. Os carros destinados ao transporte de adoles-
centes não podem ter cubículo fechado e gradeado como os “camburões” destinados aos pre-
sos adultos. Os adolescentes deverão ser transportados sentados no banco de trás.

Tenha em mente que os adolescentes não podem ser transportados em “camburão”, mas no
banco de trás da viatura policial ou veículo do sistema socioeducativo.

Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público fará imediata e informal-


mente a oitiva e, em sendo possível, dos pais ou responsável, vítima e testemunhas. Em caso de
não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para
apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.

Na audiência de oitiva informal (art. 179 do ECA), não é imprescindível a participação de ad-
vogado ou defensor público.
No HC 349.147 do STJ, Dje de 08/06/2017, ficou decidido que:

Nos termos da jurisprudência desta Corte, a ausência de defesa técnica na audiência de


oitiva informal do menor perante o Ministério Público não configura nulidade, porquanto
não implica prejuízo à defesa, em razão da necessidade de ratificação do depoimento
do menor perante o Juízo competente, sob o crivo do contraditório. Com efeito, a audi-
ência de oitiva informal tem natureza de procedimento administrativo, que antecede a
fase judicial, oportunidade em que o membro do Ministério Público, diante da notícia
da prática de um ato infracional pelo menor, reunirá elementos de convicção suficien-
tes para decidir acerca da conveniência da representação, do oferecimento da proposta
de remissão ou do pedido de arquivamento do processo (HC 109.242/SP, Rel. Ministro
ARNALDO ESTEVES LIMA).

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Após a audiência informal, o Ministério Público poderá promover o arquivamento dos autos,
conceder remissão ou representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socioe-
ducativa. No caso de promoção pelo arquivamento ou de concessão de remissão, o processo
deverá ir concluso ao juiz para homologar os atos.

Novamente, é cabível citar a Súmula n. 108 do STJ, segundo a qual

A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,


é de competência exclusiva do juiz.

Caso o juiz discorde do arquivamento ou remissão, usa-se a mesma lógica do processo


penal, devendo remeter dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, o qual oferecerá represen-
tação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arqui-
vamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
No Resp 1.392.888, Dje de 01/08/2016, o STJ decidiu que:

Em caso de discordância parcial quanto aos termos da remissão, não pode o juiz modi-
ficar os termos da proposta do Ministério Público no ato da homologação, para fins de
excluir medida em meio aberto cumulada com o perdão. No caso, o Recurso especial foi
provido para anular a homologação da remissão e determinar que o Juízo de primeiro
grau adotasse o rito do artigo 181, § 2º, do ECA.

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Grama da Fase Pré-Processual

ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. Fase Pré-processual. In:
Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei n. 8.069/90 comentado artigo por artigo. 8ª ed. rev., atual. e ampl.
São Paulo: Saraiva, 2016, 481.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquiva-
mento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo
a instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a
mais adequada. A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos
fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo
ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
A representação é o equivalente à denúncia do processo penal. É o pedido inicial de ins-
tauração do processo e início da fase judicial para se apurar se o ato infracional realmente
existiu e se o adolescente representado foi o responsável pelo ato. Por isso, a lei não exige
que haja prova pré-constituída da autoria e materialidade no momento da representação, pois
o processo se presta exatamente a abrir instrução para averiguar os fatos.

DICA
A representação é o equivalente à denúncia do processo penal.
Seus requisitos mínimos estão previstos no art. 182, § 1º do
ECA. Deve passar pelo juízo de admissibilidade da autoridade
judiciária e pode ser rejeitada, quando for considerada inepta.
Tenha sempre em mente que a representação independe de
prova pré-constituída da autoria e materialidade, conforme
prevê o art. 182, § 2º do ECA. Fixar esse artigo, pois é muito
cobrado em prova.

No HC 244.399 do STJ, Dje de 04/12/2012, decidiu-se que:

De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a oitiva informal do


adolescente, ato de natureza extrajudicial, não é pressuposto para o oferecimento da
representação, servindo apenas para auxiliar o representante do Ministério Público a
decidir sobre a necessidade ou não da instauração da ação socioeducativa, nos termos
do artigo 180 da Lei n. 8.069/90. Precedentes.

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No HC do STJ n. 251.681, Dje de 24/10/2013, ficou decidido que:

A omissão da indicação da data dos fatos na representação constitui mera irregulari-


dade, que não enseja a declaração de inépcia quando a narrativa permite o exercício da
ampla defesa e do contraditório. Na espécie, pelo que se pode depreender das peças
que foram acostadas aos autos, consta na certidão de antecedentes infracionais do
paciente a data da infração, a saber, 18/4/2011.

No HC n. 127.227 do STJ, Dje de 07/12/2009, decidiu-se:

O tipo penal previsto no artigo 309 do CTB é formal e de perigo concreto. Para a sua
configuração, exige-se prova do perigo com potencialidade lesiva real, apesar de não ser
necessária a apresentação de uma determinada vítima, porquanto o bem jurídico tute-
lado pela norma não é a incolumidade individual, mas a segurança coletiva no trânsito.
Não havendo a descrição dos elementos do fato típico imputado ao menor, garantindo-
-lhe o exercício do contraditório e da ampla defesa, deve a representação ser conside-
rada inepta e, portanto, rejeitada.

Não há, nos processos de apuração de ato infracional, ação pública condicionada ou ação
privada, como ocorre na esfera penal. Todas as ações são públicas incondicionadas e pos-
suem exclusivamente o Ministério Público no seu polo ativo.
Nesse sentido, foi o julgamento do HC do STJ n. 160.292, Dje de 02/06/2011, ao consignar:

O Estatuto da Criança e do Adolescente, nos artigos 171 e seguintes, que tratam da apu-
ração de ato infracional atribuído a adolescente, não impõe a necessidade de represen-
tação da vítima como condição de procedibilidade da ação, registrando somente que,
apresentado o menor a quem se atribua a autoria de ato infracional, caberá ao Ministé-
rio Público promover o arquivamento dos autos, conceder a remissão ou representar à
autoridade judiciária para a aplicação de medida socioeducativa (artigos 180, 182 e 201,
II). Portanto, o procedimento de apuração de ato infracional é sempre de iniciativa exclu-
siva do Ministério Público, a quem cabe decidir acerca da propositura da ação socioedu-
cativa, independentemente da manifestação do ofendido.

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Tenha sempre em mente que não existe ação socioeducativa pública condicionada à repre-
sentação da vítima e nem ação socioeducativa privada. Todas as ações socioeducativas são
públicas incondicionadas e de titularidade exclusiva do Ministério Público.

O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adoles-


cente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. No volume n. 54 do Jurispru-
dência em teses do STJ, existe o enunciado segundo o qual “a internação provisória prevista
no art. 108 do ECA não pode exceder o prazo máximo e improrrogável de 45 dias, não havendo
que se falar na incidência da Súmula n. 52 do STJ”. A súmula n. 52 afirma que

Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por


excesso de prazo.

DICA
É muito importante você fixar que não há qualquer possibili-
dade de prorrogação do prazo de 45 dias da internação provi-
sória. Além disso, se o adolescente ficar internado provisoria-
mente por prazo inferior a 45 dias e for liberado; caso haja a
renovação da internação provisória, soma-se o prazo cumpri-
do anteriormente, não podendo a soma exceder 45 dias.

Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação


do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob-
servado o disposto no art. 108 e § único, segundo o qual a decisão (que decretar a internação
provisória) deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e mate-
rialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

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O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação,


e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado. Se os pais ou respon-
sável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e
apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação. Estando o
adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos
pais ou responsável.

Tenha em mente que a curadoria especial é atribuição da Defensoria Pública, conforme art. 4º,
inc. XVI da Lei complementar n. 80

Caso não localizado o adolescente, o processo fica suspenso, até a efetiva apreensão.
No HC 348.104 do STJ, Dje 15/04/2016, ficou consignado que:

O artigo 184 do ECA reza que, oferecida a representação, a autoridade judiciária há de


designar audiência especialmente para a apresentação do adolescente. Trata-se de
norma especial, a par daquela geral insculpida no artigo 400 do Código Penal. Assim,
não há que se falar em nulidade no que tange à alegada oitiva dos adolescentes antes
do depoimento das testemunhas.” (HC 295.176/SP, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta
Turma, julgado em 21/05/2015, DJe 11/06/2015). A ausência do membro do Parquet
na audiência de apresentação não evidencia nulidade, tendo em vista que a Defesa não
demonstrou qualquer prejuízo quanto à adolescente. Registra-se que, no momento da
realização da referida audiência, não houve por parte da Defesa, a qual se fez presente,
oposição ao fato de não ter comparecido o membro do Parquet, até porque, certamente,
era sabido que a adolescente havia sido ouvida pelo órgão ministerial na mesma data da
mencionada audiência (26.3.2015).

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Ou seja, no julgado acima ficou decidido que não se aplica aos procedimentos previstos
no ECA a regra do CPP pela qual o interrogatório é feito após a oitiva das testemunhas (art.
304 do CPP).
No HC 289.645, Dje de 28/08/2015, ficou definido que:

Não causa prejuízo à defesa do menor a ausência dos pais ou responsáveis na audiência
de apresentação, desde que nomeado curador especial, nos termos do artigo 184, § 2º,
do Estatuto da Criança e do Adolescente, o que ocorreu na hipótese.

No HC do STJ 147.069, Dje de 16/11/2010, decidiu-se:

Os artigos 111, inciso I, e 184, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, em reforço


ao conteúdo do artigo 227, § 3º, inciso IV, da Constituição Federal, esclarecem a obriga-
toriedade de prévia cientificação do menor e de seus pais ou responsável acerca do teor
da representação ministerial, com o objetivo de terem prévio conhecimento da acusação
formulada, garantindo-se, assim, a observância dos postulados da ampla defesa e do
contraditório. Doutrina. Na hipótese vertente, da leitura da decisão que recebeu a repre-
sentação, observa-se que o Juízo de origem não determinou a citação do adolescente e
de seus pais ou responsável legal, tampouco notificou estes últimos sobre a audiência
de apresentação. A simples apresentação do menor para a audiência, à qual compare-
ceu sua responsável legal, não é o bastante para se entender como cumprida a exigência
de prévia ciência da acusação, tanto por ele quanto por seus pais, motivo pela qual resta
patente a configuração da nulidade pela falta de citação.

A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida
em estabelecimento prisional. Inexistindo na comarca entidade com as características defi-
nidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais
próxima. Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em
repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas,
não podendo ultrapassar o prazo máximo de 5 (cinco) dias, sob pena de responsabilidade.

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DICA
Após a decretação da internação provisória, o adolescente
somente poderá ficar em repartição policial pelo máximo de 5
(cinco) dias, desde que separado dos adultos e desde que não
seja possível a transferência para a localidade mais próxima,
sob pena de responsabilidade. Fixe esse prazo, pois as bancas
tentam confundir os candidatos em provas, modificando-o.

A edição n. 54 do jurisprudência em teses do STJ, detalha que:

O cumprimento de medida socioeducativa de internação em estabelecimento prisional


viola o art. 123 do ECA, ainda que em local separado dos maiores de idade condenados.

Ou seja, fora a possibilidade legal de permanência na internação provisória em local inade-


quado por no máximo 5 (cinco) dias, em nenhuma outra hipótese o adolescente internado
provisoriamente pode permanecer em estabelecimento destinado a adultos.

No RHC 37.185, Dje de 17/12/2013, o STJ consignou:

Determina o artigo 185 do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA que a internação


não pode ser cumprida em presídio, devendo o infrator, se inexistente na comarca esta-
belecimento com as características definidas no artigo 123 do referido diploma legal, ser
imediatamente transferido para a localidade mais próxima.

No HC 234.935, Dje de 29/06/2012, decidiu-se:

O que se admite, nos termos do artigo 185 do Estatuto da Criança e do Adolescente, é


a colocação do menor em repartição policial apenas no período necessário para a sua
transferência ao local adequado ao cumprimento da medida socioeducativa, o que deve
ocorrer no prazo máximo de cinco dias.

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Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável à audiência de apresentação, a


autoridade judiciária procederá à oitiva de todos, podendo solicitar opinião de profissional
qualificado. Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante
do Ministério Público, proferindo decisão.
Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em
regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui
advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação,
podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.
O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de 3 (três) dias contado da au-
diência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
As providências transcritas acima são tomadas na audiência de apresentação.
Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na
defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será
dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo
tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judi-
ciária, que em seguida proferirá decisão.

A Súmula n. 342 do STJ afirma:

No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de


outras provas em face da confissão do adolescente.

Essa súmula é muito cobrada em provas.

Segundo entendimento do STJ, no HC 397.957, Dje de 01/08/2017:

O relatório polidimensional não é peça obrigatória ao prosseguimento do feito, como se


infere do artigo 186 do estatuto menorista.” (HC 295.176/SP, Rel. Ministro FELIX FIS-
CHER, QUINTA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 11/06/2015).

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Ao usar o termo relatório polidimensional, o julgado acima se refere ao relatório da equipe


interprofissional, citado no art. 186, § 4º, do ECA.
No HC 302.696 do STJ, Dje de 14/10/2016, ficou consignado que:

Conforme a jurisprudência desta Corte Superior, as conclusões do relatório técnico apre-


sentado pela Fundação CASA, mesmo que sugiram a aplicação de medida socioeduca-
tiva mais branda, não vinculam o Juiz, o qual, com base no princípio do livre convenci-
mento motivado, pode fundamentar a manutenção da medida de internação em outros
elementos e provas constantes dos autos. Habeas corpus não conhecido.

DICA
Observe que o relatório não é obrigatório e não vincula o juiz.

No HC 312.262 do STJ, Dje de 06/04/2015, foi decidido que “é nula a sentença profe-
rida sem as alegações finais da defesa por violação aos princípios da ampla defesa e do
contraditório.”
No HC 156.544 do STJ, Dje de 21/11/2011, ficou consignado que:

Após a audiência de apresentação, dar-se-á vista dos autos ao advogado constituído


pelo Paciente ou ao defensor nomeado para a apresentação de defesa prévia, no prazo de
três dias. Contudo, o não oferecimento dessa peça não tem o condão de, por si só, nulifi-
car o feito, uma vez que a sua ausência pode constituir, até mesmo, estratégia de defesa.

Caso o adolescente devidamente notificado não compareça à audiência de apresentação,


deverá ser designada nova data, com determinação de condução coercitiva.
No HC 348.002, Dje de 03/11/2016, o STJ decidiu que:

A ausência do menor à audiência em continuação, quando devidamente intimado, se


presente o seu defensor, especialmente quando não arguido o vício no momento opor-
tuno, não recomenda o reconhecimento de qualquer nulidade. Precedentes. No mesmo
sentido é o julgado do HC 288.762, Dje de 21/05/2015.

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Audiência informal com o


Não há audiência equivalente no processo penal
Ministério Público (art. 179 do ECA)
Audiência de apresentação
Equivalente ao interrogatório do processo penal
(art. 184 do ECA)
Audiência em continuação
Equivalente à audiência de instrução e julgamento do processo penal
(art. 186, § 4º do ECA)

A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em


qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na senten-
ça estar provada a inexistência do fato; não haver prova da existência do fato; não cons-
tituir o fato ato infracional; não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato
infracional. Nas hipóteses citadas, estando o adolescente internado, será imediatamente
colocado em liberdade.
Nas possibilidades citadas acima, estão previstos alguns enunciados do art. 386 do CPP.
Apesar do ECA ter previsto expressamente apenas quatro possibilidades onde se impõe a
absolvição, todas as possibilidades previstas no art. 386 do CPP também valem para os pro-
cessos de apuração de ato infracional.
No HC 131.291, Dje de 25/04/2011, o STJ decidiu que:

Este Sodalício possui entendimento firmado no sentido de que é plenamente cabível


a aplicação do princípio da insignificância aos atos infracionais equiparados ao furto.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o princípio da insignificância tem
como vetores a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade
social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressivi-
dade da lesão jurídica provocada. Hipótese de furto de bem avaliado em R$ 50,00 (cin-
quenta reais), posteriormente restituído à vítima, não havendo notícia de que esta tenha
logrado prejuízo algum, seja com a conduta do representado, seja com a consequência
dela, mostrando-se desproporcional a imposição de medida socioeducativa no caso,
pois o resultado jurídico, ou seja, a lesão produzida, mostra-se absolutamente irrele-
vante. Embora a conduta do paciente - ato infracional equiparado a furto qualificado - se
amolde à tipicidade formal e subjetiva, ausente no caso a tipicidade material, que con-
siste na relevância penal da conduta e do resultado típicos em face da significância da

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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lesão produzida no bem jurídico tutelado pelo Estado. A existência de circunstâncias de


caráter pessoal desfavoráveis, tais como o registro de representações em andamento,
a reincidência ou reiteração na prática de atos infracionais não são óbices, por si só, ao
reconhecimento do princípio da insignificância.

A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou semiliberdade será feita ao


adolescente e ao seu defensor. Quando não for encontrado o adolescente, a intimação será
feita a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. Sendo outra a medida aplicada,
ou seja, medidas não privativas de liberdade, a intimação será feita unicamente na pessoa do
defensor. Quando a intimação for feita diretamente ao adolescente, deverá este manifestar se
deseja ou não recorrer da sentença.
Quando da intimação da sentença, o adolescente deve ser questionado se deseja
recorrer ou não.
Observa-se que, segundo as previsões acima, constantes do art. 190 do ECA, deverá haver
intimação da sentença, mesmo quando for aplicada a medida socioeducativa em razão de re-
missão. Nesse caso, basta a intimação do defensor, sendo desnecessária a intimação do ado-
lescente, que é obrigatória nas medidas privativas de liberdade (semiliberdade e internação).
No HC 268.100, Dje de 06/04/2015, o STJ decidiu que:

O artigo 190 do ECA dispõe que a intimação da sentença que aplicar medida de inter-
nação ou semiliberdade será feita ao adolescente e ao seu defensor e, quando não for
encontrado o jovem, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. Ademais, o §
2º do mesmo dispositivo estabelece que, “Recaindo a intimação na pessoa do adoles-
cente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença”. Quando o jovem
infrator, cientificado da sentença, manifesta tempestivamente a sua vontade de recor-
rer, a apresentação serôdia das razões recursais pela Defensoria Pública não impede
o conhecimento do apelo pela segunda instância, sob pena de contrariedade à ampla
defesa e ao escopo protetivo da Lei n. 8.090/1990.

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No HC 286.921, Dje de 03/09/2014, decidiu-se que:

Embora por maioria compreenda a douta Turma julgadora que a intimação pessoal do
Defensor Público pode dar-se diretamente em audiência, havendo neste momento mani-
festação de recurso pelo assistido e assim tendo-se como desde então já interposto,
para a elaboração das razões necessita não obstante a defensoria acesso aos autos, de
modo que somente com a carga do processo é que se pode computar o prazo para tanto.

A intimação deve ser feita tanto para o defensor


A sentença aplicou medida socioeducativa de quanto para o adolescente. Quando não encontrado
internação ou de semiliberdade o adolescente, a intimação será feita aos pais ou res-
ponsável e ao defensor (art. 190, inc. I e II do ECA).
A sentença aplicou medida em meio aberto, ou seja,
A intimação será feita unicamente na pessoa do
advertência, obrigação de reparar o dano, prestação
defensor (art. 190, § 1º do ECA).
de serviços à comunidade ou liberdade assistida.

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ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. Fase Pré-processual.
In: Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei n. 8.069/90 comentado artigo por artigo. 8ª ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Saraiva, 2016, 488.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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RESUMO
• Ato infracional á a conduta tipificada como crime ou contravenção penal.
• É penalmente inimputável quem tem menos de 18 (dezoito) anos. Deve ser considerada
a idade na data do fato.
• Crianças autoras de atos infracionais apenas podem receber medidas protetivas, nun-
ca socioeducativas.
• Criança é quem tem até doze anos incompletos, e adolescente quem tem entre doze e
dezoito anos de idade.
• Excepcionalmente, aplica-se o ECA para quem tem entre dezoito e vinte um anos. É o
caso de quem responde a processo pelo cometimento de ato infracional ou está cum-
prindo medida socioeducativa.
• Qualquer medida socioeducativa pode ser cumprida até os vinte e um anos (Sum n.
605 do STJ).
• Aos adolescentes são garantidos todos os direitos dos acusados em processos criminais.
• Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracio-
nal ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
• A internação provisória tem o prazo máximo e improrrogável de 45 (quarenta e cinco) dias.
• A garantida de solicitar presença de pais ou responsável é um “plus” em relação às
garantias dos adultos, os quais não têm esse direito quando submetidos ao processo
criminal.
• Existem 6 (seis) tipos taxativos de medidas socioeducativas: advertência, obrigação de
reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade
e internação.
• Adolescente que comete ato infracional pode receber medidas socioeducativas e/ou as
medidas protetivas previstas no art. 101, incisos I a VI do ECA.
• As medidas socioeducativas em meio aberto podem ser cumuladas entre si.
• A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.

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• Não existe a previsão de medida de segurança para os adolescentes.


• Os mesmos princípios aplicados às medidas protetivas, conforme § único, do art. 100,
do ECA, também são aplicados para as medidas socioeducativas.
• A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas (Sum. n. 338 do STJ).
• Nos casos de remissão, não é necessário existir provas suficientes de autoria e ma-
terialidade, podendo ser aplicada se houver apenas indícios suficientes da autoria. O
mesmo vale para a medida de advertência.
• A advertência deve ser reduzida a termo e assinada e não forma autos de execução.
• A obrigação de reparar o dano tem três modalidades e o ato infracional deve ter reflexo
patrimonial. Também não forma autos de execução.
• A prestação de serviços à comunidade é a realização de tarefas gratuitas, por período
não excedente a 6 (seis) meses, com a jornada máxima de 8 (oito) horas semanais. É
uma medida socioeducativa que tem prazo certo.
• A liberdade assistida tem prazo mínimo de seis meses e prazo máximo de três anos.
• A semiliberdade pode ser uma medida inicial ou de transição. Admite atividades exter-
nas independentemente de autorização judicial. Não tem prazo determinado e o prazo
máximo é de três anos.
• A internação, conforme termos da lei, é cumprida em estabelecimento educacional.
Permite atividades externas, a não ser que haja expressa determinação judicial em
contrário. Não possui prazo determinado, mas tem o prazo máximo de três anos. Deve
ser reavaliada, no máximo, a cada seis meses. Após o cumprimento dos três anos o
socioeducando pode ser liberado, colocado em semiliberdade ou liberdade assistida.
• Há três possibilidades legais para imposição de internação: cometimento de ato infra-
cional com grave ameaça ou violência a pessoa; reiteração no cometimento de outras
infrações graves, e, por fim, o descumprimento reiterado e injustificável de medida an-
teriormente imposta. A última possibilidade tem prazo máximo de três meses e é deno-
minada internação-sanção.
• É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida
socioeducativa (Sum. n. 265 do STJ).

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• O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação ao adolescente (Sum. n. 492 do STJ).
• Em nenhum caso haverá incomunicabilidade e as visitas somente poderão ser sus-
pensas, de forma temporária e excepcional, se existirem motivos sérios e fundados da
prejudicialidade das visitas para o próprio adolescente.
• Somente pode haver isolamento se for imprescindível para garantia da segurança de
outros internos ou do próprio adolescente a quem seja imposta a sanção.
• Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o repre-
sentante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão
do processo.
• Após iniciado o procedimento, a concessão da remissão pelo juiz resultará na suspen-
são ou extinção do processo.
• A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada
em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
• Há três formas de remissão: exclusão, suspensão e extinção.
• Remissão própria não inclui medida socioeducativa.
• Remissão imprópria inclui medida socioeducativa em meio aberto.
• O termo remissão significa perdão e está previsto no art. 11 das Regras de Beijing.
• A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da res-
ponsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes.
• A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,
é de competência exclusiva do juiz (Sum. n. 108 do STJ).
• A remissão concedida pelo Ministério Público deve ser homologada judicialmente para
ter validade.
• Caso o juiz não concorde com a proposição do Ministério Público, não poderá mudar a
remissão, deverá remeter os autos para o Procurador-Geral de Justiça e este oferecerá
representação, designará outro promotor para apresentá-la ou ratificará o arquivamen-
to ou a remissão e, somente após isso, a autoridade judiciária estará obrigada a homo-
logar o pedido de remissão do Ministério Público.

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• Aos procedimentos regulados pelo ECA aplicam-se subsidiariamente as normas gerais


previstas na legislação processual pertinente.
• Em se tratando de recursos, mesmo para apuração de atos infracionais, aplica-se a
sistemática recursal do CPC, com as adaptações do art. 198 do ECA.
• Os prazos estabelecidos no Estatuto e aplicáveis aos seus procedimentos são conta-
dos em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado
o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.
• O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
autoridade judiciária.
• O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminha-
do à autoridade policial competente.
• Nos casos de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave amea-
ça à pessoa, a autoridade policial deverá lavrar auto de apreensão.
• Nas situações onde não haja violência ou grave ameaça a pessoa, a lavratura do auto
poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciado.
• Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o ado-
lescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Mi-
nistério Público no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
• Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á
pela autoridade policial. Não havendo repartição policial especializada, o adolescente
aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores.
• O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de veículo policial. Os adolescentes deverão
ser transportados sentados no banco de trás.
• Na audiência de oitiva informal (art. 179 do ECA) não é imprescindível a participação de
advogado ou defensor público.
• Caso haja imposição de medida socioeducativa por meio de remissão, é obrigatória a
nomeação de defesa técnica.
• A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.

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• A oitiva informal do adolescente, ato de natureza extrajudicial, não é pressuposto para


o oferecimento da representação.
• Após o oferecimento, a representação será analisada pelo juiz para verificação dos re-
quisitos de admissibilidade.
• Não há nos processos de apuração de ato infracional, ação pública condicionada ou
ação privada. Todas as ações socioeducativas são públicas incondicionadas.
• O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adoles-
cente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
• A audiência de apresentação é a primeira audiência judicial do processo socioeducati-
va e equivale ao interrogatório do processo penal.
• Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador
especial ao adolescente.
• A curadoria especial é atribuição da Defensoria Pública.
• A internação provisória não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. Inexis-
tindo na comarca entidade de atendimento, o adolescente deverá ser imediatamente
transferido para a localidade mais próxima. Sendo impossível a pronta transferência,
aguardará remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos,
não podendo ultrapassar o prazo máximo de 5 (cinco) dias.
• A defesa prévia é apresentada no prazo de três dias contados da audiência de apresentação.
• A audiência de continuação equivale à audiência de instrução e julgamento do
processo penal.
• No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de
outras provas em face da confissão do adolescente (Sum. n. 342 do STJ).
• O relatório polidimensional não é peça obrigatória e suas conclusões não vinculam o juiz.
• A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou semiliberdade será feita
ao adolescente e ao seu defensor. Sendo outra a medida aplicada, a intimação será
feita unicamente na pessoa do defensor.
• Deverá haver intimação da sentença, mesmo quando for aplicada a medida socioedu-
cativa em razão de remissão.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FCC/DPE-AP/2018) Célio tem 17 anos e, na companhia de outro adolescente, foi
apreendido em flagrante por suposta prática de ato infracional equiparado a roubo qualificado
por concurso de agentes e uso de arma. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,
a) se não houver entidade destinada à custódia de adolescentes na comarca, Célio pode,
excepcionalmente, aguardar a sentença em estabelecimento prisional, desde que em cela
isolada dos adultos e observado o prazo máximo de 45 dias.
b) tendo em vista a gravidade do ato infracional, provadas autoria e materialidade da
infração, Célio deverá receber medida socioeducativa de internação pelo prazo mínimo de
6 meses.
c) caso fique caracterizada tentativa de roubo, não tendo Célio antecedentes infracionais,
deve ser inserido em medida de semiliberdade ou liberdade assistida.
d) Célio pode ser entregue a seus pais caso a autoridade policial entenda desnecessária sua
apreensão para garantia da ordem pública ou da própria segurança do adolescente.
e) Célio deve ser apresentado ao Promotor de Justiça no prazo máximo de 5 dias, após
o que cabe ao juiz, em igual prazo, decidir sobre sua liberação ou decretação da inter-
nação provisória.

Questão 2 (CESPE/DPE-PE/2017) Assinale a opção correta, a respeito da fase judicial de


apuração de ato infracional praticado por adolescente.
a) No prazo impreterível de cinco dias contados da ciência do adolescente, de seus pais ou
do responsável, o advogado constituído ou o defensor nomeado apresentará defesa prévia e
rol de testemunhas acerca do oferecimento da representação.
b) Na hipótese de divergência entre a manifestação do adolescente representado e da defesa
técnica no que se refere ao recurso, a vontade do adolescente deverá prevalecer se este não
tiver interesse de recorrer.
c) No caso de remissão de ato infracional praticado por adolescente, a autoridade judiciária
estará obrigada a homologar e a determinar o cumprimento da medida, não podendo discor-
dar do Ministério Público.

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d) Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresenta-


ção, sendo a decretação ou manutenção da internação do adolescente decidida apenas
após a audiência.
e) Oferecida pelo Ministério Público, a representação será submetida a análise judicial de
admissibilidade.

Questão 3 (CESPE/DPE-PE/2017) Ao adolescente que pratica ato infracional, a autoridade


competente poderá aplicar as medidas de
a) reparação do dano com a prestação de serviços, liberdade condicional e acolhimento
institucional.
b) internação em estabelecimento educacional, obrigação de reparar o dano e advertência.
c) advertência, obrigação de reparação do dano e prestação de serviços à vítima, se houver.
d) liberdade assistida, inserção em regime prisional e internação em estabelecimento
médico-psiquiátrico.
e) obrigação de reparação pecuniária do dano, inserção em regime prisional e advertência.

Questão 4 (CESPE/DPE-AL/2017) Considerando que determinado adolescente de dezes-


sete anos de idade tenha sido apreendido em flagrante de ato infracional análogo ao crime de
furto, assinale a opção correta.
a) Em caso de não liberação, e sendo impossível a sua apresentação imediata ao Ministério
Público, o adolescente será encaminhado pela autoridade policial a entidade de atendimento,
que o apresentará ao Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas, ou, não havendo na
localidade entidade de atendimento e na falta de repartição policial especializada, o adoles-
cente aguardará a apresentação em dependência prisional, ainda que junto a maiores.
b) Apresentado o adolescente, o Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apre-
ensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial
e com informação sobre os antecedentes do adolescente, dará início a imediata e informal
audiência de custódia com a participação dos pais do adolescente ou de seu responsável, da
vítima e de testemunhas.

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c) O Ministério Público poderá oferecer representação à autoridade judiciária propondo a


instauração de procedimento para a aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a
mais adequada, devendo a representação ser oferecida por petição, que conterá obrigatoria-
mente breve resumo dos fatos, a classificação do ato infracional, prova pré-constituída da
autoria e materialidade e, quando necessário, o rol de testemunhas.
d) Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação
do adolescente e o adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da re-
presentação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado, devendo
a autoridade judiciária determinar a condução coercitiva dos pais ou do responsável se eles
não forem localizados.
e) Com o comparecimento de qualquer dos pais ou do responsável, o adolescente será pron-
tamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de
sua apresentação ao Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia
útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva
o adolescente permanecer sob internação para a garantia de sua segurança pessoal ou da
manutenção da ordem pública.

Questão 5 (CESPE/DPE-AC/2017) No tocante ao ECA, com base no entendimento dos tri-


bunais superiores, assinale a opção correta.
a) A participação de menores de idade em qualquer conduta criminosa é suficiente para au-
torizar a condenação, pela prática do crime de corrupção de menores de idade, dos agentes
capazes envolvidos no mesmo ato.
b) Admite-se cumular a remissão concedida pelo parquet na fase pré-processual, como forma
de exclusão do processo, com a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida.
c) A medida de internação aplicada aos casos de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência à pessoa depende da prática de, pelo menos, três infrações graves.
d) Na apuração de ato infracional cometido por adolescente, caso seja imposta medida socio-
educativa, o juiz deverá observar as circunstâncias atenuantes e agravantes previstas no CP.
e) Não é admitido, na apuração de ato infracional equiparado a crime contra o patrimônio, o
benefício da escusa absolutória prevista no CP.

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Questão 6 (CESPE/DPE-RO/2017) Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal


de Justiça, é correto afirmar que
a) o crime consistente na corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando in-
fração penal ou induzindo-o a praticá-la, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente,
depende da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito material.
b) no procedimento para aplicação de medida socioeducativa, a confissão do adolescente
torna dispensável a realização de exames periciais relativos aos instrumentos do crime.
c) nos casos de novo flagrante por ato infracional, é facultada a oitiva do menor infrator para
a decretação da regressão da medida socioeducativa.
d) a prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.
e) a aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,
exceção feita a de prestação de serviços à comunidade, é da competência exclusiva do juiz.

Questão 7 (FCC/DPE-SC/2017) Sobre as medidas socioeducativas, conforme expressa-


mente regulamentadas em lei, é correto afirmar que a
a) liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para
proteger adolescentes cujos direitos se encontram violados ou ameaçados em razão da pró-
pria conduta.
b) semiliberdade é fixada por tempo indeterminado, reavaliada no máximo a cada seis me-
ses e implica profissionalização obrigatória do adolescente.
c) advertência não implica, em qualquer hipótese, o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedente.
d) obrigação de reparar o dano consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse ge-
ral atribuídas, conforme suas aptidões, ao adolescente autor de ato infracional com reflexos
patrimoniais.
e) prestação de serviços à comunidade deve ser fixada por um prazo mínimo de seis meses
e com jornada semanal não inferior a oito horas.

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Questão 8 (FCC/DPE-PR/2017) Dentre diversas novidades, o Estatuto da Criança e do Ado-


lescente passou a prever a possibilidade de remissão ao adolescente que viesse a praticar
ato infracional. Esta previsão decorreu de compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito
internacional, havendo expressa recomendação para adoção da remissão
a) no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.
b) na Declaração dos Direitos da Criança − Assembleia das Nações Unidas, 1959.
c) nas Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça, da Infância e da
Juventude − Regras de Beijing.
d) nas Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil − Diretrizes de Riad.
e) no Pacto de San José da Costa Rica.

(CESPE/DP-DF/2019) André, com dezessete anos de idade, foi apreendido pela prática de ato
infracional análogo ao crime de tráfico de drogas. Depois de ter sido conduzido à delegacia
de polícia especializada, o adolescente foi apresentado ao Ministério Público. O promotor
de justiça que o entrevistou ofereceu-lhe remissão cumulada com medida socioeducativa
de semiliberdade. O magistrado indeferiu a remissão ministerial, sob o fundamento de que a
aplicação de medida socioeducativa ao adolescente por ato infracional é de competência ex-
clusiva do juiz, e abriu vista ao Ministério Público para que apresentasse representação con-
tra André no prazo de 24 horas. Diante da negativa de homologação judicial e do retorno dos
autos, o promotor ofereceu representação contra André e o magistrado manteve a internação
provisória, designou audiência de apresentação e determinou a citação do adolescente. Na
sentença, o magistrado determinou a internação, fundamentando que a conduta do adoles-
cente era grave, embora não houvesse qualquer outra anotação em sua folha de passagem.
Com relação a essa situação hipotética, julgue os seguintes itens, de acordo com a legislação
pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores.

Questão 9 (CESPE/DP-DF/2019) O magistrado agiu equivocadamente ao ter indeferido


a remissão oferecida pelo Ministério Público: ele deveria ter remetido os autos ao procu-
rador-geral de justiça, mediante despacho fundamentado.

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Questão 10 (CESPE/DP-DF/2019) Embora não houvesse qualquer outra anotação na folha


de passagem de André, a atitude do magistrado de determinar a internação do adolescente foi
correta, pois a gravidade do fato praticado por ele basta para justificar a aplicação da medida
socioeducativa de internação, conforme jurisprudência do STJ.

Questão 11 (FCC/MPE-PA/2014) A Audiência de apresentação no procedimento da apura-


ção de ato infracional atribuído a adolescente é ato
a) administrativo ou jurisdicional, conforme ocorra na presença da autoridade policial ou do
Juiz da Infância e da Juventude, ocasião em que o adolescente será prontamente liberado aos
pais ou responsáveis, mediante termo de compromisso e responsabilidade de sua apresenta-
ção ao representante do Ministério Público.
b) administrativo, não jurisdicional, presidido pelo Promotor de Justiça da Infância e da Ju-
ventude, ocasião em que o adolescente deve ser ouvido informalmente pelo Ministério Público.
c) jurisdicional, privativo do juiz da infância e da juventude, inicial do processo socioeduca-
tivo, ocasião em que o adolescente deve ser interrogado acerca dos fatos.
d) jurisdicional, privativo do juiz da infância e da juventude, onde serão ouvidas as tes-
temunhas arroladas na representação e na defesa prévia, o adolescente será interrogado
acerca dos fatos, o Ministério Público e a Defesa oferecerão suas alegações finais e a sen-
tença será proferida.
e) administrativo, não jurisdicional, presidido pelo Delegado de Polícia, ocasião em que o
adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado ao
Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

Questão 12 (CESPE/MPE-PI/2019) De acordo com o ECA, após a verificação da prática de


ato infracional por um adolescente, o juiz deverá considerar para aplicar medida socioeduca-
tiva, além das circunstâncias da infração,
a) a personalidade do adolescente e a gravidade da infração.
b) os motivos da conduta praticada pelo adolescente e a gravidade da infração.
c) somente a gravidade da infração.
d) a capacidade do adolescente de cumprir a medida e a gravidade da infração.
e) somente a capacidade de discernimento do adolescente.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

Questão 13 (COMISSÃO/MPE-PR/2019) Assinale a alternativa correta:

a) A investigação do fato e o atendimento de criança a quem se imputa a prática de ato infra-

cional é de responsabilidade exclusiva do Conselho Tutelar.

b) Como a tônica do procedimento para apuração de ato infracional é a celeridade, mostra-se

viável a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.

c) Toda ação socioeducativa é pública incondicionada, e o Ministério Público é o seu ti-

tular exclusivo, não havendo que se falar em ação socioeducativa privada, ainda que em

caráter subsidiário.

d) Em sede de aplicação de medida socioeducativa, havendo confissão, deve-se atenuar a

imposição da medida.

e) O cálculo da prescrição de medida socioeducativa aplicada com ou sem prazo de duração

certo, por analogia, deve ter em vista o limite de 3 (três) anos previsto para a duração máxima

da medida de internação.

Questão 14 (COMISSÃO/MPE-BA/2018) Quanto à aplicação da medida de internação, pre-

vista no Estatuto da Criança e do Adolescente, lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, é incorreto

afirmar que

a) poderá ser aplicada por reiteração no cometimento de outras infrações graves.

b) poderá ser aplicada por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-

mente imposta.

c) poderá ser aplicada quando tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça

ou violência à pessoa.

d) não é admitida a internação com base unicamente na alegação da gravidade abstrata ou

na natureza hedionda do ato infracional.

e) somente no terceiro ato infracional grave (após ter praticado outros dois anteriores) é que

o adolescente receberá a medida de internação, por se tratar de hipótese excepcional.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

Questão 15 (COMISSÃO/MPE-MS/2018) Sobre o direito da infância e juventude (ECA - Esta-


tuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/90), assinale a alternativa incorreta.
a) A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional, nem
na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, en-
quanto não atingida a idade de 21 anos.
b) Se os pais ou responsável não forem localizados para a audiência de apresentação de
apuração de ato infracional, por representação do Ministério Público, a autoridade judiciária
dará curador especial ao adolescente, não havendo que se falar assim em prejuízo à defesa.
c) É possível cumular a remissão com a aplicação de quaisquer das medidas socioeducati-
vas previstas em lei, exceto a colocação de medida de internação.
d) Para aplicação das medidas previstas no art. 101, I a VII do ECA, o Conselho Tutelar não
precisa da intervenção do Poder Judiciário, que somente será necessária nas hipóteses
de “inclusão em programa de acolhimento familiar” (inciso VIII) e “colocação em família
substituta” (inciso IX).
e) Seguindo a jurisprudência do STF, o STJ firmou entendimento que o ECA não estipulou nú-
mero mínimo de atos infracionais graves para justificar a internação do adolescente infrator,
por reiteração no cometimento de outras infrações graves (art. 122, inciso II, do ECA), devendo
o magistrado levar em consideração as peculiaridades de cada caso concreto.

Questão 16 (CESPE/MPE-RR/2017) De acordo com o ECA, antes de iniciado o procedimento


judicial para apuração de ato infracional, a concessão da remissão como forma de exclusão
do processo compete
a) à autoridade policial.
b) à autoridade judiciária.
c) ao MP.
d) ao conselho tutelar.

Questão 17 (COMISSÃO/MPE-RS/2017) Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as


seguintes afirmações, relativamente às medidas socioeducativas previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

 (  ) A medida de internação pela prática de ato infracional, antes da sentença, pode ser
determinada pelo prazo de quarenta e cinco dias, prorrogáveis por igual período, por
decisão fundamentada, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
 (  ) O cumprimento de medida socioeducativa é declarado extinto quando o adolescente
completa dezoito anos.
 (  ) Ao adolescente, internado para cumprimento de medida socioeducativa, é vedada a
aplicação de sanção disciplinar de isolamento.
 (  ) A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelo princípio da legalidade, não
podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que aquele conferido ao
adulto, e proporcionalidade, em relação à ofensa cometida.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é A)
a) V – F – V – V.
b) F – V – F – V.
c) F – F – F – V.
d) V – V – V – F.
e) F – V – F – F.

Questão 18 (COMISSÃO/MPE-SC/2016) Julgue certo ou errado:


Segundo a Lei n. 8.069/90, o regime de semiliberdade pode ser efetivado como forma de tran-
sição para o meio aberto, com admissão da realização de atividades externas pelo adolescen-
te, independentemente de autorização judicial.

Questão 19 (COMISSÃO/MPE-SC/2016) Julgue certo ou errado:


De forma meramente exemplificativa, o Estatuto da Criança e do Adolescente previu um rol
de direitos do adolescente privado de liberdade, incluindo o direito de entrevistar-se pessoal-
mente com o representante do Ministério Público.

Questão 20 (FCC/MPE-PA/2014) Em relação ao Estatuto da Criança e do Adolescente − Lei


n. 8.069/1990, considere as afirmações abaixo.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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I – A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracio-


nal, é da competência exclusiva do juiz.
II – A prescrição penal não é aplicável nas medidas socioeducativas.
III – A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.
IV – O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente
à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I – e IV.
b) I, III e IV.
c) II, III e IV.
d) I – e II.
e) II – e IV.

Questão 21 (CESPE/TJ-SC/2019) A Defensoria Pública (DP) apresentou defesa em proces-


so no qual foi proferida, pelo juiz, sentença homologatória de remissão cumulada com medida
socioeducativa de liberdade assistida, concedida a adolescente pelo Ministério Público (MP),
na ocasião de oitiva informal, alegando o que se afirma nos itens a seguir.
I – Nulidade da oitiva informal do MP por ausência da defesa técnica.
II – Nulidade da sentença homologatória dos termos determinados pelo MP em razão da
ausência da defesa técnica.
III – Impossibilidade de o MP conceder remissão cumulada com medida socioeducativa de
liberdade assistida.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta acerca das alegações da DP.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

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Questão 22 (VUNESP/TJ-SP/2018) Sobre a remissão, é correto afirmar:

a) é de concessão privativa do Ministério Público, antes ou depois de iniciado o procedimen-

to, podendo o juiz, se não a acatar, representar ao Procurador Geral da Justiça.

b) não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem prevalece para

efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente aplicação de medidas socioe-

ducativas, inclusive a colocação em regime de semiliberdade e a internação.

c) não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem prevalece para

efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente aplicação de medidas socioe-

ducativas, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.

d) iniciado o procedimento, a concessão pela autoridade judiciária implicará a suspensão do

processo, mas não pode acarretar sua extinção.

Questão 23 (FCC/TJ-AL/2015) De acordo com a legislação em vigor, no caso de um adoles-

cente de 14 anos praticar ato infracional equiparado a furto qualificado, é possível ao

a) Juiz da Infância e Juventude aplicar, ao adolescente, medida socioeducativa de prestação

de serviços à vítima, a ser cumprida no prazo máximo de seis meses e com jornada semanal

máxima de oito horas.

b) Juiz da Infância e Juventude aplicar, ao adolescente, duas medidas socioeducativas si-

multaneamente: liberdade assistida cumulada com obrigação de reparar o dano.

c) Promotor de Justiça conceder remissão condicionada à prévia reparação, pelos genitores

do adolescente, dos danos causados à vítima.

d) Promotor de Justiça aplicar, ao adolescente, medida socioeducativa em meio aberto, des-

de que cumulada com remissão como forma de extinção do processo.

e) Juiz da Infância e Juventude, nos autos do procedimento de apuração de ato infracional,

aplicar, ao adolescente, caso esteja em situação de rua, medida protetiva de acolhimento

institucional.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Questão 24 (CESPE/TJ-BA/2019) No que tange a atos infracionais e medidas socioeducati-


vas, assinale a opção correta, com base no ECA e na jurisprudência do STJ.
a) A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional cometido
antes dos dezoito anos completos e na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso.
b) É ilegal a determinação de cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
c) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas autoriza, por si só, a imposição de medida
socioeducativa de internação do adolescente em razão da gravidade da conduta delitiva.
d) Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão da medi-
da socioeducativa prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica vinculado ao
relatório multidisciplinar individual do adolescente.
e) É possível a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida no caso de ato
infracional análogo a furto qualificado, porém essa medida deve atender à atualidade, obser-
vando-se a necessidade e a adequação.

Questão 25 (VUNESP/TJ-SP/2018) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional


a) será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente e, se a apreensão ocorrer
por força de ordem judicial, será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
b) ou por força de ordem judicial, será, desde logo, apresentada à autoridade policial que o
encaminhará à autoridade judiciária.
c) será, desde logo, encaminhado à autoridade judicial, não podendo ser apresentado à
autoridade policial.
d) será, desde logo, encaminhado ao Ministério Público e, se for apreendido por força de
ordem judicial, será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.

Questão 26 (CESPE/TJ-CE/2018) Considerando o disposto no ECA e a jurisprudência do


STJ e do STF acerca da prática de ato infracional e da aplicação de medidas socioeducativas,
assinale a opção correta.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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a) O julgamento de apelação interposta em favor de adolescente sentenciado a medida so-


cioeducativa de internação — ao qual não tenha sido imposta anterior internação provisória
— é requisito para o início do cumprimento da medida.
b) É cabível a aplicação de medida socioeducativa de internação a adolescente que tenha
praticado anteriormente uma única infração grave.
c) Em se tratando de menor em cumprimento de medida socioeducativa de internação, são
vedados a apuração e o julgamento de atos infracionais que tenham sido praticados por ele
anteriormente à aplicação da medida.
d) Caso o menor infrator complete dezoito anos de idade durante o cumprimento de medi-
da de prestação de serviço à comunidade, a referida medida deverá ser extinta em virtude
de sua natureza.
e) Haverá regressão de medida socioeducativa caso o adolescente descumpra reiterada-
mente medida de semiliberdade, sendo dispensada a sua oitiva se ele tiver sido advertido
anteriormente pelo magistrado sobre as consequências do descumprimento injustificado.

Questão 27 (CESPE/TJ-CE/2018) Com relação ao instituto da remissão, assinale a opção


correta, à luz do ECA e da jurisprudência do STJ.
a) Diante da omissão do MP quanto ao oferecimento da remissão pré-processual, deverá o
juiz concedê-la, desde que presentes os requisitos legais.
b) Caso ocorra a concessão da remissão pelo magistrado na fase jurisdicional, após o ofe-
recimento da representação, deve o parquet ser ouvido após esse ato, momento em que será
aberto prazo para que o MP tome as medidas que entender pertinentes.
c) Caso discorde do parquet quanto à remissão pré-processual cumulada com medida so-
cioeducativa, o magistrado poderá homologar apenas a remissão se entender ser essa a me-
dida mais benéfica ao menor infrator.
d) Após a realização da audiência de apresentação, o magistrado poderá conceder a remis-
são judicial ao menor infrator, caso entenda ser essa a medida mais benéfica para o menor.
e) Diante da discordância do magistrado quanto à concessão da remissão pelo MP ante a
gravidade dos fatos, o juiz deverá remeter os autos à promotoria para que outro promotor
apresente a representação.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Questão 28 (VUNESP/TJ-RS/2018) Assinale a alternativa correta no que se refere aos dis-


positivos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente em relação ao Título destinado à
prática de atos infracionais.
a) A medida socioeducativa de advertência poderá ser aplicada ao adolescente desde que
haja indícios suficientes da autoria.
b) A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da respon-
sabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a apli-
cação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliber-
dade e a internação.
c) A medida socioeducativa, denominada liberdade assistida, será fixada pelo prazo mínimo
de 01 (um) mês, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
d) A medida de internação poderá ser aplicada na hipótese de reiteração no cometimento de
outras infrações por parte do adolescente infrator.
e) Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-
lescente as medidas socioeducativas, sendo vedada a simples determinação de encaminha-
mento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.

Questão 29 (FCC/TJ-PI/2015) Com relação ao procedimento de apuração de ato infracio-


nal atribuído a adolescentes, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, é
correto afirmar:
a) Não sendo caso de internação provisória, se o juiz perceber que o adolescente, cujos pais
não foram localizados, está sem responsável legal, deve suspender o procedimento até que
se defina sua situação por meio da aplicação da medida protetiva pertinente (acolhimento ou
colocação em família substituta).
b) A representação que dá início ao procedimento depende de prova pré-constituída da au-
toria e materialidade, exceto se pleitear aplicação de medida de advertência.
c) O prazo máximo para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias, prorrogável uma única vez por igual período
mediante decisão fundamentada.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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d) Os atos processuais são concentrados em audiência una, na qual são ouvidos, nesta or-
dem, os responsáveis pelo adolescente, vítima, testemunhas do Ministério Público, testemu-
nhas de defesa e o adolescente, passando em seguida aos debates orais.
e) Não sendo o adolescente cientificado do teor da representação nem notificado a compa-
recer na audiência por não ter sido localizado, a autoridade judiciária expedirá mandado de
busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito até a efetiva apresentação.

Questão 30 (FCC/TJ-GO/2015) O juiz da infância e da juventude poderá conceder a remis-


são ao adolescente, autor de ato infracional,
a) apenas como forma de suspensão do processo.
b) como forma de suspensão ou extinção do processo.
c) como forma de exclusão, suspensão ou extinção do processo.
d) apenas como forma de exclusão do processo.
e) apenas como forma de extinção do processo.

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GABARITO
1. d 28. b
2. e 29. e
3. b 30. b
4. e
5. b
6. d
7. b
8. c
9. C
10. E
11. c
12. d
13. c
14. e
15. c
16. c
17. c
18. C
19. C
20. b
21. b
22. c
23. b
24. e
25. a
26. b
27. d

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FCC/DPE-AP/2018) Célio tem 17 anos e, na companhia de outro adolescente, foi
apreendido em flagrante por suposta prática de ato infracional equiparado a roubo qualificado
por concurso de agentes e uso de arma. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,
a) se não houver entidade destinada à custódia de adolescentes na comarca, Célio pode,
excepcionalmente, aguardar a sentença em estabelecimento prisional, desde que em cela
isolada dos adultos e observado o prazo máximo de 45 dias.
b) tendo em vista a gravidade do ato infracional, provadas autoria e materialidade da
infração, Célio deverá receber medida socioeducativa de internação pelo prazo mínimo
de 6 meses.
c) caso fique caracterizada tentativa de roubo, não tendo Célio antecedentes infracionais,
deve ser inserido em medida de semiliberdade ou liberdade assistida.
d) Célio pode ser entregue a seus pais caso a autoridade policial entenda desnecessária sua
apreensão para garantia da ordem pública ou da própria segurança do adolescente.
e) Célio deve ser apresentado ao Promotor de Justiça no prazo máximo de 5 dias, após o
que cabe ao juiz, em igual prazo, decidir sobre sua liberação ou decretação da internação
provisória.

Letra d.
Art. 174 do ECA.
a) Errado. Conforme art. 175, §§ 1º e 2º, do ECA

§1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à


entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo
de vinte e quatro horas.
“§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela
autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apre-
sentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese,
exceder o prazo referido no parágrafo anterior”.

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Ou seja, Célio não pode ficar em estabelecimento penal até a sentença de forma alguma. Ape-
nas pode ficar o prazo máximo de 24hs em dependência separada dos adultos até a apresen-
tação para o Ministério Público.
Caso seja decretada a internação provisória, aplicam-se as disposições do art. 185 e parágrafos:

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida
em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adolescente
deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição
policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ul-
trapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.

Ou seja, caso seja decretada a internação provisória, o adolescente pode ficar no máximo 5
(cinco) dias em estabelecimento policial, isolado dos adultos, aguardando a transferência
para a localidade mais próxima.
b) Errado. A medida de internação não tem prazo mínimo (art. 121, § 2º). Por isso, a assertiva
está errada.
c) Errado. Em razão de o ato infracional ter violência ou grave ameaça (roubo), é hipotetica-
mente cabível a internação, com base no art. 122, inciso I, do ECA. Por isso, a assertiva está
errada, ao afirmar que Célio deve ser inserido em semiliberdade ou liberdade assistida.
e) Errado. Segundo art. 175 e § 1º, do ECA, o adolescente deve ser apresentado imediatamen-
te ao Promotor de Justiça e, não sendo possível a apresentação imediata, deve ser apresen-
tado no máximo em 24hs.

Questão 2 (CESPE/DPE-PE/2017) Assinale a opção correta, a respeito da fase judicial de


apuração de ato infracional praticado por adolescente.
a) No prazo impreterível de cinco dias contados da ciência do adolescente, de seus pais ou
do responsável, o advogado constituído ou o defensor nomeado apresentará defesa prévia e
rol de testemunhas acerca do oferecimento da representação.

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b) Na hipótese de divergência entre a manifestação do adolescente representado e da defesa


técnica no que se refere ao recurso, a vontade do adolescente deverá prevalecer se este não
tiver interesse de recorrer.
c) No caso de remissão de ato infracional praticado por adolescente, a autoridade judiciária
estará obrigada a homologar e a determinar o cumprimento da medida, não podendo discor-
dar do Ministério Público.
d) Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresenta-
ção, sendo a decretação ou manutenção da internação do adolescente decidida apenas
após a audiência.
e) Oferecida pelo Ministério Público, a representação será submetida a análise judicial de
admissibilidade.

Letra e.
O STJ decidiu, no HC 127.227, que, não havendo descrição dos elementos do fato típico, a
representação é inepta. Além disso, o art. 182, § 1º, do ECA, prevê os requisitos da represen-
tação. Ou seja, antes do recebimento, deve haver juízo de admissibilidade para verificar se a
peça processual cumpre os requisitos legais.
a) Errado. A defesa prévia deve ser oferecida no prazo de três e não de cinco dias (art. 186,
§3º, do ECA).
b) Errado. Segundo Resp. 440.359, “deve prevalecer a vontade que melhor consulte os direitos
do menor, no caso em pauta, a vontade do advogado que interpôs o apelo”.
c) Errado. Segundo art. 181, § 2º, do ECA, a autoridade judiciária não é obrigada a homologar
a remissão concedida pelo Ministério Público, devendo, caso discorde do MP, enviar os autos
ao Procurador-Geral de Justiça, que adotará providências semelhantes as previstas no art.
28 do CPP, ou seja, oferecerá a representação, designará outro membro do Ministério Públi-
co para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará o juiz
obrigado a homologar.
d) Errado. Segundo art. 184, o juiz deve decidir sobre a manutenção da internação no momen-
to em que recebe a representação e designa a audiência de apresentação, e não apenas após
a audiência.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Questão 3 (CESPE/DPE-PE/2017) Ao adolescente que pratica ato infracional, a autoridade


competente poderá aplicar as medidas de
a) reparação do dano com a prestação de serviços, liberdade condicional e acolhimento
institucional.
b) internação em estabelecimento educacional, obrigação de reparar o dano e advertência.
c) advertência, obrigação de reparação do dano e prestação de serviços à vítima, se houver.
d) liberdade assistida, inserção em regime prisional e internação em estabelecimento médi-
co-psiquiátrico.
e) obrigação de reparação pecuniária do dano, inserção em regime prisional e advertência.

Letra b.
As três medidas socioeducativas citadas na assertiva estão previstas, respectivamente, nos
incisos VI, II, e I, do art. 112 do ECA.
a), c), d) e e) Erradas. A lei não prevê medidas socioeducativas de liberdade condicional, pres-
tação de serviços à vítima, inserção em regime prisional e internação em estabelecimento
médico-psiquiátrico.

Questão 4 (CESPE/DPE-AL/2017) Considerando que determinado adolescente de dezes-


sete anos de idade tenha sido apreendido em flagrante de ato infracional análogo ao crime de
furto, assinale a opção correta.
a) Em caso de não liberação, e sendo impossível a sua apresentação imediata ao Ministério
Público, o adolescente será encaminhado pela autoridade policial a entidade de atendimento,
que o apresentará ao Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas, ou, não havendo na
localidade entidade de atendimento e na falta de repartição policial especializada, o adoles-
cente aguardará a apresentação em dependência prisional, ainda que junto a maiores.
b) Apresentado o adolescente, o Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apre-
ensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial
e com informação sobre os antecedentes do adolescente, dará início a imediata e informal
audiência de custódia com a participação dos pais do adolescente ou de seu responsável, da
vítima e de testemunhas.

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c) O Ministério Público poderá oferecer representação à autoridade judiciária propondo a


instauração de procedimento para a aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a
mais adequada, devendo a representação ser oferecida por petição, que conterá obrigatoria-
mente breve resumo dos fatos, a classificação do ato infracional, prova pré-constituída da
autoria e materialidade e, quando necessário, o rol de testemunhas.
d) Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação
do adolescente e o adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da re-
presentação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado, devendo
a autoridade judiciária determinar a condução coercitiva dos pais ou do responsável se eles
não forem localizados.
e) Com o comparecimento de qualquer dos pais ou do responsável, o adolescente será pron-
tamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de
sua apresentação ao Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia
útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva
o adolescente permanecer sob internação para a garantia de sua segurança pessoal ou da
manutenção da ordem pública.

Letra e.
A assertiva está correta porque transcreve o art. 174 do ECA.
a) Errado. Segundo art. 175, § 2º, o adolescente deverá aguardar em dependência separada
de maiores.
b) Errado. A questão está errada porque usa o termo “audiência de custódia”. Na verdade,
existe a audiência com o Ministério Público, prevista no art. 179 do ECA, a qual é denominada
pela doutrina de audiência informal.
c) Errado. Conforme art. 182, § 2º, a representação independe de prova pré-constituída.
d) Errado. O art. 187 prevê a possibilidade de condução coercitiva do adolescente, mas não
de seus pais ou responsável.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Questão 5 (CESPE/DPE-AC/2017) No tocante ao ECA, com base no entendimento dos


tribunais superiores, assinale a opção correta.
a) A participação de menores de idade em qualquer conduta criminosa é suficiente para
autorizar a condenação, pela prática do crime de corrupção de menores de idade, dos agentes
capazes envolvidos no mesmo ato.
b) Admite-se cumular a remissão concedida pelo parquet na fase pré-processual, como forma
de exclusão do processo, com a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida.
c) A medida de internação aplicada aos casos de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência à pessoa depende da prática de, pelo menos, três infrações graves.
d) Na apuração de ato infracional cometido por adolescente, caso seja imposta medida socio-
educativa, o juiz deverá observar as circunstâncias atenuantes e agravantes previstas no CP.
e) Não é admitido, na apuração de ato infracional equiparado a crime contra o patrimônio, o
benefício da escusa absolutória prevista no CP.

Letra b.
É possível a cumulação da remissão com qualquer medida em meio aberto, conforme art. 127
do Estatuto.
a) Errado. A assertiva está errada, pois, para o crime de tráfico, existe previsão especial em
relação à participação de indivíduo com menos de 18 anos, conforme art. 40, Inc. VI, da Lei
n. 11.343. Assim, a participação de quem tem menos de 18 anos em tráfico não configura o
crime de corrupção de menores, mas, sim, a causa de aumento de pena prevista no inciso VI,
do art. 40, da Lei de Tráfico.
c) Errado. O art. 122, inciso I, do ECA, prevê que pode ser aplicada internação caso o ato infra-
cional tenha violência ou grave ameaça, não sendo necessária a reiteração.
d) Errado. Segundo jurisprudência do STJ, o juiz não está obrigado a observar as circunstân-
cias atenuantes e agravantes nos processos de apuração de ato infracional. Julgados: HC
354.973, HC 389.828, AResp 1.272.764).
e) Errado. Segundo jurisprudência do STJ, no HC 251.681, é possível a aplicação da escusa
absolutória nos processos de apuração de ato infracional.

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Questão 6 (CESPE/DPE-RO/2017) Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal


de Justiça, é correto afirmar que
a) o crime consistente na corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando in-
fração penal ou induzindo-o a praticá-la, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente,
depende da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito material.
b) no procedimento para aplicação de medida socioeducativa, a confissão do adolescente
torna dispensável a realização de exames periciais relativos aos instrumentos do crime.
c) nos casos de novo flagrante por ato infracional, é facultada a oitiva do menor infrator para
a decretação da regressão da medida socioeducativa.
d) a prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.
e) a aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,
exceção feita a de prestação de serviços à comunidade, é da competência exclusiva do juiz.

Letra d.
Segundo a Súmula n. 338 do STJ

A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.

a) Errado. Segundo a Súmula n. 500 do STJ,

A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção


do menor, por se tratar de delito formal.

b) Errado. Segundo a Súmula n. 342 do STJ,

No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de


outras provas em face da confissão do adolescente.

c) Errado. Segundo a Súmula n. 265 do STJ,

É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida


socioeducativa.

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Ou seja, para eventual regressão de medida socioeducativa é obrigatória, e não facultada, a


oitiva do adolescente.
e) Errado. Segundo a Súmula n. 108 do STJ,

A aplicação de medidas socioeducativas ao Adolescente, pela prática de ato infracional,


é da competência exclusiva do juiz.

Ou seja, qualquer medida socioeducativa somente pode ser aplicada por juiz, não havendo
exceção para a medida de prestação de serviços à comunidade.

Questão 7 (FCC/DPE-SC/2017) Sobre as medidas socioeducativas, conforme expressa-


mente regulamentadas em lei, é correto afirmar que a
a) liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para
proteger adolescentes cujos direitos se encontram violados ou ameaçados em razão da pró-
pria conduta.
b) semiliberdade é fixada por tempo indeterminado, reavaliada no máximo a cada seis me-
ses e implica profissionalização obrigatória do adolescente.
c) advertência não implica, em qualquer hipótese, o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedente.
d) obrigação de reparar o dano consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse ge-
ral atribuídas, conforme suas aptidões, ao adolescente autor de ato infracional com reflexos
patrimoniais.
e) prestação de serviços à comunidade deve ser fixada por um prazo mínimo de seis meses

e com jornada semanal não inferior a oito horas.

Letra b.
A assertiva está compatível com o art. 120 e seus §§ 1º e 2º do ECA, c/c art. 121, § 2º do ECA,
o qual fala que a internação será reavaliada no máximo a cada seis meses. O prazo de seis
meses também se aplica para a semiliberdade, por força do art. 120, § 2º. Além disso, o art.
120, § 1º, fala que são obrigatórias a escolarização e a profissionalização.

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a) Errado. As medidas socioeducativas somente podem ser aplicadas para o adolescente que
praticar ato infracional, conforme caput do art. 112 do Estatuto. Para adolescente com direito
violado ou ameaçado em razão da própria conduta (art. 98, inc. III), mas que não cometeu ato
infracional, somente podem ser aplicadas as medidas protetivas previstas no art. 101 e inci-
sos, nunca medida socioeducativa.
c) Errado. O ECA afirma, em seu art. 127, que “a remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antece-
dentes”. A assertiva trocou o termo remissão por advertência e, por isso, está incorreta.
d) Errado. Segundo art. 117 do Estatuto,

Prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,


por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e ou-
tros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.

Ou seja, a assertiva está incorreta porque a realização de tarefas gratuitas se refere à medida
de prestação de serviços à comunidade e não à obrigação de reparar o dano.
e) Errado. A prestação de serviços à comunidade não tem prazo mínimo de seis meses, mas
prazo máximo de seis meses, conforme o art. 117, já citado acima.

Questão 8 (FCC/DPE-PR/2017) Dentre diversas novidades, o Estatuto da Criança e do Ado-


lescente passou a prever a possibilidade de remissão ao adolescente que viesse a praticar
ato infracional. Esta previsão decorreu de compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito
internacional, havendo expressa recomendação para adoção da remissão
a) no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.
b) na Declaração dos Direitos da Criança − Assembleia das Nações Unidas, 1959.
c) nas Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça, da Infância e da
Juventude − Regras de Beijing.
d) nas Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil − Diretrizes de Riad.
e) no Pacto de San José da Costa Rica.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Letra c.
Apenas as Regras de Beijing, em seu art. 11, preveem a remissão. Nenhuma das outras nor-
mativas internacionais citadas nas outras assertivas da questão fala sobre remissão.

(CESPE/DP-DF/2019) André, com dezessete anos de idade, foi apreendido pela prática de ato
infracional análogo ao crime de tráfico de drogas. Depois de ter sido conduzido à delegacia
de polícia especializada, o adolescente foi apresentado ao Ministério Público. O promotor
de justiça que o entrevistou ofereceu-lhe remissão cumulada com medida socioeducativa
de semiliberdade. O magistrado indeferiu a remissão ministerial, sob o fundamento de que a
aplicação de medida socioeducativa ao adolescente por ato infracional é de competência ex-
clusiva do juiz, e abriu vista ao Ministério Público para que apresentasse representação con-

tra André no prazo de 24 horas. Diante da negativa de homologação judicial e do retorno dos

autos, o promotor ofereceu representação contra André e o magistrado manteve a internação

provisória, designou audiência de apresentação e determinou a citação do adolescente. Na

sentença, o magistrado determinou a internação, fundamentando que a conduta do adoles-

cente era grave, embora não houvesse qualquer outra anotação em sua folha de passagem.

Com relação a essa situação hipotética, julgue os seguintes itens, de acordo com a legislação

pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores.

Questão 9 (CESPE/DP-DF/2019) O magistrado agiu equivocadamente ao ter indeferido

a remissão oferecida pelo Ministério Público: ele deveria ter remetido os autos ao procura-

dor-geral de justiça, mediante despacho fundamentado.

Certo.
Na situação narrada, o magistrado deveria ter tomado a providência citada no art. 181, § 2º do
ECA, ou seja, deveria ter enviado os autos ao Procurador-Geral de Justiça.

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Questão 10 (CESPE/DP-DF/2019) Embora não houvesse qualquer outra anotação na folha

de passagem de André, a atitude do magistrado de determinar a internação do adolescente foi


correta, pois a gravidade do fato praticado por ele basta para justificar a aplicação da medida
socioeducativa de internação, conforme jurisprudência do STJ.

Errado.
Segundo a Súmula n. 492 do STJ,

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

Questão 11 (FCC/MPE-PA/2014) A Audiência de apresentação no procedimento da apura-


ção de ato infracional atribuído a adolescente é ato
a) administrativo ou jurisdicional, conforme ocorra na presença da autoridade policial ou do
Juiz da Infância e da Juventude, ocasião em que o adolescente será prontamente liberado aos
pais ou responsáveis, mediante termo de compromisso e responsabilidade de sua apresenta-
ção ao representante do Ministério Público.
b) administrativo, não jurisdicional, presidido pelo Promotor de Justiça da Infância e da Ju-
ventude, ocasião em que o adolescente deve ser ouvido informalmente pelo Ministério Público.
c) jurisdicional, privativo do juiz da infância e da juventude, inicial do processo socioeduca-
tivo, ocasião em que o adolescente deve ser interrogado acerca dos fatos.
d) jurisdicional, privativo do juiz da infância e da juventude, onde serão ouvidas as testemunhas
arroladas na representação e na defesa prévia, o adolescente será interrogado acerca dos fatos,
o Ministério Público e a Defesa oferecerão suas alegações finais e a sentença será proferida.
e) administrativo, não jurisdicional, presidido pelo Delegado de Polícia, ocasião em que o
adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado ao

Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

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Letra c.
Conforme art. 186 do ECA, a audiência de apresentação é presidida pelo juiz, que procederá a
oitiva do adolescente. Tendo em vista que antes da audiência de apresentação a representa-
ção já foi oferecida (art. 184), a autoridade judiciária deve ouvir o adolescente sobre os fatos a
ele imputados, sendo semelhante ao interrogatório do processo penal. É a primeira audiência
a ocorrer depois que o processo foi formalmente instaurado, podendo ser considerada audi-
ência inicial do processo socioeducativo.
a) Errado. Está errada porque a audiência de apresentação é sempre ato jurisdicional e deve
ocorrer na presença do juiz, e não da autoridade policial.
b) Errado. Está errada porque a assertiva traz as características da audiência informal com o
promotor de justiça, prevista no art. 179 do Estatuto.
d) Errado. Está errada porque a assertiva traz as características da audiência de continuação,
prevista no art. 186, § 4º, do ECA.
e) Errado. Está errada porque a assertiva traz as características do encaminhamento do ado-
lescente apreendido em flagrante ao delegado de polícia, conforme arts. 172 e 175, do ECA.

Questão 12 (CESPE/MPE-PI/2019) De acordo com o ECA, após a verificação da prática de


ato infracional por um adolescente, o juiz deverá considerar para aplicar medida socioeduca-
tiva, além das circunstâncias da infração,
a) a personalidade do adolescente e a gravidade da infração.
b) os motivos da conduta praticada pelo adolescente e a gravidade da infração.
c) somente a gravidade da infração.
d) a capacidade do adolescente de cumprir a medida e a gravidade da infração.
e) somente a capacidade de discernimento do adolescente.

Letra d.
A assertiva está em conformidade com o art. 112, § 1º, do ECA, ao afirmar que “a medida apli-
cada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
gravidade da infração”.

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a), b), c) e e) Erradas. As assertivas trazem requisitos não previstos em lei, como personali-
dade do adolescente, motivos da conduta do adolescente, capacidade de discernimento do
adolescente. A “c” está incompleta porque fala apenas da gravidade da infração.

Questão 13 (COMISSÃO/MPE-PR/2019) Assinale a alternativa correta:


a) A investigação do fato e o atendimento de criança a quem se imputa a prática de ato infra-
cional é de responsabilidade exclusiva do Conselho Tutelar.
b) Como a tônica do procedimento para apuração de ato infracional é a celeridade, mostra-se
viável a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.
c) Toda ação socioeducativa é pública incondicionada, e o Ministério Público é o seu ti-
tular exclusivo, não havendo que se falar em ação socioeducativa privada, ainda que em
caráter subsidiário.
d) Em sede de aplicação de medida socioeducativa, havendo confissão, deve-se atenuar a
imposição da medida.
e) O cálculo da prescrição de medida socioeducativa aplicada com ou sem prazo de duração
certo, por analogia, deve ter em vista o limite de 3 (três) anos previsto para a duração máxima
da medida de internação.

Letra c.
Toda ação socioeducativa é pública incondicionada, não existindo ação socioeducativa sub-
sidiária da pública ou privada. Conforme art. 201, Inc. II, do ECA, a titularidade da ação socio-
educativa é exclusiva do Ministério Público.
a) Errado. Segundo art. 136, inc. I do ECA, é atribuição do Conselho Tutelar “atender as crian-
ças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previs-
tas no art. 101, I a VII”. Ou seja, é de responsabilidade exclusiva do Conselho Tutelar atender
criança a quem se imputa ato infracional. Entretanto, a investigação do fato pode e deve ser
feita pela polícia judiciária. Isso decorre da aplicação analógica do art. 158 do CPP (quando
a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado) e da interpretação dos arts. 230 e 231 do ECA.

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Segundo esses artigos, está claro que, em caso de ato infracional cometido por criança, pode
haver flagrante, devendo a polícia atuar. Além disso, se houver vestígios, a polícia deve reali-
zar o exame de corpo de delito.
b) Errado. Segundo a Súmula n. 342 do STJ

No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de


outras provas em face da confissão do adolescente.

d) Errado. Segundo jurisprudência do STJ, o juiz não está obrigado a observar as circunstân-
cias atenuantes e agravantes nos processos de apuração de ato infracional. Julgados: HC
354.973, HC 389.828, AResp 1.272.764).
e) Errado. Conforme Súmula n. 338 do STJ, a prescrição penal se aplica para as medidas so-
cioeducativas. Para as medidas com o prazo máximo de três anos, a prescrição é de quatro
anos, aplicando-se o art. 109, inc. IV, c/c art. 115 do Código Penal. Entretanto, para a medida
de prestação de serviços à comunidade, que tem o prazo máximo de seis meses, a prescrição
é de um ano e seis meses, conforme art. 109, inc. VI, c/c art. 115 do Código Penal.

Questão 14 (COMISSÃO/MPE-BA/2018) Quanto à aplicação da medida de internação, pre-


vista no Estatuto da Criança e do Adolescente, lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, é incorreto
afirmar que
a) poderá ser aplicada por reiteração no cometimento de outras infrações graves.
b) poderá ser aplicada por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-
mente imposta.
c) poderá ser aplicada quando tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça
ou violência à pessoa.
d) não é admitida a internação com base unicamente na alegação da gravidade abstrata ou
na natureza hedionda do ato infracional.
e) somente no terceiro ato infracional grave (após ter praticado outros dois anteriores) é que
o adolescente receberá a medida de internação, por se tratar de hipótese excepcional.

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Letra e.
A letra “e” está errada porque, segundo jurisprudência do STF (HC 94.447) e do STJ (HC
355.760, HC 359.609, HC 354.216), não é necessário o cometimento de três atos infracionais
para ficar configurada a reiteração, bastando o cometimento do segundo ato infracional.
a) Certo. Art. 122, inc. II, do ECA.
b) Certo. Art. 122, inc. III, do ECA.
c) Certo. Art. 122, inc. I, do ECA.
d) Certo. Súmula n. 492 do STJ.

Questão 15 (COMISSÃO/MPE-MS/2018) Sobre o direito da infância e juventude (ECA - Esta-


tuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/90), assinale a alternativa incorreta.
a) A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional, nem
na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, en-
quanto não atingida a idade de 21 anos.
b) Se os pais ou responsável não forem localizados para a audiência de apresentação de
apuração de ato infracional, por representação do Ministério Público, a autoridade judiciária
dará curador especial ao adolescente, não havendo que se falar assim em prejuízo à defesa.
c) É possível cumular a remissão com a aplicação de quaisquer das medidas socioeducati-
vas previstas em lei, exceto a colocação de medida de internação.
d) Para aplicação das medidas previstas no art. 101, I a VII do ECA, o Conselho Tutelar não
precisa da intervenção do Poder Judiciário, que somente será necessária nas hipóteses
de “inclusão em programa de acolhimento familiar” (inciso VIII) e “colocação em família
substituta” (inciso IX).
e) Seguindo a jurisprudência do STF, o STJ firmou entendimento que o ECA não estipulou nú-
mero mínimo de atos infracionais graves para justificar a internação do adolescente infrator,
por reiteração no cometimento de outras infrações graves (art. 122, inciso II, do ECA), devendo
o magistrado levar em consideração as peculiaridades de cada caso concreto.

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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

Letra c.
A assertiva está errada porque a remissão não pode ser cumulada nem com semiliberdade
nem com internação, conforme art. 127 do ECA.
a) Certo. Súmula n. 605 do STJ.
b) Certo. Art. 184, § 2º, do ECA.
d) Certo. Art. 136, inc. I, do ECA.
e) Certo. Segundo jurisprudência do STF (HC 94.447) e do STJ (HC 355.760, HC 359.609, HC
354216), não é necessário o cometimento de três atos infracionais para ficar configurada a
reiteração, bastando o cometimento do segundo ato infracional.

Questão 16 (CESPE/MPE-RR/2017) De acordo com o ECA, antes de iniciado o procedimento


judicial para apuração de ato infracional, a concessão da remissão como forma de exclusão
do processo compete
a) à autoridade policial.
b) à autoridade judiciária.
c) ao MP.
d) ao conselho tutelar.

Letra c.
Art. 126 do ECA.

Questão 17 (COMISSÃO/MPE-RS/2017) Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as


seguintes afirmações, relativamente às medidas socioeducativas previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente.
 (  ) A medida de internação pela prática de ato infracional, antes da sentença, pode ser
determinada pelo prazo de quarenta e cinco dias, prorrogáveis por igual período, por
decisão fundamentada, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
 (  ) O cumprimento de medida socioeducativa é declarado extinto quando o adolescente
completa dezoito anos.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

 (  ) Ao adolescente, internado para cumprimento de medida socioeducativa, é vedada a


aplicação de sanção disciplinar de isolamento.
 (  ) A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelo princípio da legalidade, não
podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que aquele conferido ao
adulto, e proporcionalidade, em relação à ofensa cometida.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – V – V.
b) F – V – F – V.
c) F – F – F – V.
d) V – V – V – F.
e) F – V – F – F.

Letra c.
A primeira assertiva está errada porque a internação provisória não é prorrogável (art. 108, c/c
art. 183 do ECA).
A segunda assertiva está incorreta porque a medida socioeducativa é extinta compulsoria-
mente somente aos vinte e um anos, conforme Súmula n. 605 do STJ.
A terceira assertiva está errada porque, segundo art. 48, § 2º, da Lei do Sinase, existe a pos-
sibilidade de sanção disciplinar de isolamento quando

For imprescindível para garantia da segurança de outros internos ou do próprio adolescente a quem
seja imposta a sanção, sendo necessária ainda comunicação ao defensor, ao Ministério Público e à
autoridade judiciária em até 24 (vinte e quatro) horas.

A quarta assertiva está certa, conforme previsões do art. 35, incisos I e IV, da Lei do Sinase.

Questão 18 (COMISSÃO/MPE-SC/2016) Julgue certo ou errado:


Segundo a Lei n. 8.069/90, o regime de semiliberdade pode ser efetivado como forma de tran-
sição para o meio aberto, com admissão da realização de atividades externas pelo adolescen-
te, independentemente de autorização judicial.

Certo.
Art. 120 do ECA.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Questão 19 (COMISSÃO/MPE-SC/2016) Julgue certo ou errado:


De forma meramente exemplificativa, o Estatuto da Criança e do Adolescente previu um rol
de direitos do adolescente privado de liberdade, incluindo o direito de entrevistar-se pessoal-
mente com o representante do Ministério Público.

Certo.
Art. 124, inc. I, do ECA prevê a possibilidade de o adolescente entrevistar-se pessoalmente
com o representante do Ministério Público. Além disso, o rol é exemplificativo porque o caput
do art. 124 afirma que “são direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os se-
guintes:”. Ou seja, a expressão “entre outros” deixa claro que pode haver previsão de outros
direitos além dos previstos nos incisos do art. 124.

Questão 20 (FCC/MPE-PA/2014) Em relação ao Estatuto da Criança e do Adolescente − Lei


n. 8.069/1990, considere as afirmações abaixo.
I – A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracio-
nal, é da competência exclusiva do juiz.
II – A prescrição penal não é aplicável nas medidas socioeducativas.
III – A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.
IV – O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente
à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I – e IV.
b) I, III e IV.
c) II, III e IV.
d) I – e II.
e) II – e IV.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Letra b.
I – Certa. Porque traz o enunciado da Súmula n. 108 do STJ.
II – Errada. Porque a Súmula n. 338 do STJ diz que a prescrição penal se aplica às medidas
socioeducativas.
III – Certa. Pois traz o enunciado da Súmula n. 383 do STJ.
IV – Certa. Porque traz o enunciado da Súmula n. 492 do STJ.

Questão 21 (CESPE/TJ-SC/2019) A Defensoria Pública (DP) apresentou defesa em proces-


so no qual foi proferida, pelo juiz, sentença homologatória de remissão cumulada com medida
socioeducativa de liberdade assistida, concedida a adolescente pelo Ministério Público (MP),
na ocasião de oitiva informal, alegando o que se afirma nos itens a seguir.
I – Nulidade da oitiva informal do MP por ausência da defesa técnica.
II – Nulidade da sentença homologatória dos termos determinados pelo MP em razão da
ausência da defesa técnica.
III – Impossibilidade de o MP conceder remissão cumulada com medida socioeducativa de
liberdade assistida.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta acerca das alegações da DP.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Letra b.
I – Errada. Porque, segundo jurisprudência do STJ (HC 349.147 e HC 109.242), não é impres-
cindível a participação da defesa técnica na oitiva informal com o Ministério Público (art. 179
do ECA).
II – Certa. Segundo jurisprudência do STJ

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Ainda que a jurisprudência admita a falta de defesa técnica na oitiva com o Ministério
Público, a ausência do defensor na apresentação em Juízo e na sentença homologatória
evidencia a ilegalidade, sendo violado o princípio da ampla defesa. (HC 415.295).

No mesmo sentido é o julgado do HC 395.173. Ou seja, pode-se até admitir a falta de defesa
técnica na audiência informal com o Ministério Público. Entretanto, havendo remissão, com
imposição de medida socioeducativa, é imprescindível a nomeação da defesa, para ciência da
sentença, conforme art. 190, inc. II, do ECA, sob pena de nulidade.
III – Errada. Porque o Ministério Público pode conceder remissão, cumulada com medida so-
cioeducativa em meio aberto, conforme arts. 126 e 127 do ECA.

Questão 22 (VUNESP/TJ-SP/2018) Sobre a remissão, é correto afirmar:


a) é de concessão privativa do Ministério Público, antes ou depois de iniciado o procedimen-
to, podendo o juiz, se não a acatar, representar ao Procurador Geral da Justiça.
b) não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem prevalece para
efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente aplicação de medidas socioe-
ducativas, inclusive a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
c) não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem prevalece para
efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente aplicação de medidas socioe-
ducativas, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
d) iniciado o procedimento, a concessão pela autoridade judiciária implicará a suspensão do
processo, mas não pode acarretar sua extinção.

Letra c.
A assertiva está certa, pois reproduz texto do art. 127 do ECA.
a) Errado. A assertiva está errada porque, após iniciado o procedimento de apuração de ato
infracional, a remissão é de concessão privativa do juiz, conforme art. 126, § único, do ECA.
b) Errado. A assertiva está errada porque a remissão não pode incluir medida socioeducativa
de semiliberdade ou de internação, conforme art. 127 do Estatuto.
d) Errado. A assertiva está errada porque a remissão concedida pela autoridade judiciária im-
plicaria na suspensão ou extinção do processo, conforme art. 126, § único, do ECA.

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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Questão 23 (FCC/TJ-AL/2015) De acordo com a legislação em vigor, no caso de um adoles-


cente de 14 anos praticar ato infracional equiparado a furto qualificado, é possível ao
a) Juiz da Infância e Juventude aplicar, ao adolescente, medida socioeducativa de prestação
de serviços à vítima, a ser cumprida no prazo máximo de seis meses e com jornada semanal
máxima de oito horas.
b) Juiz da Infância e Juventude aplicar, ao adolescente, duas medidas socioeducativas si-
multaneamente: liberdade assistida cumulada com obrigação de reparar o dano.
c) Promotor de Justiça conceder remissão condicionada à prévia reparação, pelos genitores
do adolescente, dos danos causados à vítima.
d) Promotor de Justiça aplicar, ao adolescente, medida socioeducativa em meio aberto, des-
de que cumulada com remissão como forma de extinção do processo.
e) Juiz da Infância e Juventude, nos autos do procedimento de apuração de ato infracional,
aplicar, ao adolescente, caso esteja em situação de rua, medida protetiva de acolhimento
institucional.

Letra b.
As medidas em meio aberto são cumuláveis, pois não há incompatibilidade para cumprimen-
to nem hierarquia entre elas. Aplica-se, no caso, o art. 99, c/c o art. 113 do ECA.
a) Errado. Não existe medida socioeducativa de prestação de serviços à vítima.
c) Errado. A obrigação de reparar o dano não é imposta aos genitores do adolescente, mas
sim ao próprio adolescente, conforme art. 116 do ECA.
d) Errado. A remissão concedida pelo Promotor de Justiça ocorre como forma de exclusão e
não extinção do processo, conforme art. 126 do ECA.
e) Errado. No procedimento de apuração de ato infracional, cabe ao juiz aplicar as medidas
protetivas previstas no art. 101, incisos I a VI do ECA, conforme previsão do art. 112, inciso
VII. Para aplicação da medida protetiva de acolhimento institucional (art. 101, inc. VII) deve
ser instaurado procedimento próprio, pois importa em perda ou suspensão do poder familiar
(art. 155 e seguintes do ECA).

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Questão 24 (CESPE/TJ-BA/2019) No que tange a atos infracionais e medidas socioeducati-


vas, assinale a opção correta, com base no ECA e na jurisprudência do STJ.
a) A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional cometido
antes dos dezoito anos completos e na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso.
b) É ilegal a determinação de cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
c) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas autoriza, por si só, a imposição de medida
socioeducativa de internação do adolescente em razão da gravidade da conduta delitiva.
d) Por ser uma consequência natural do processo de ressocialização, a progressão da medi-
da socioeducativa prescinde do juízo de convencimento do magistrado, que fica vinculado ao
relatório multidisciplinar individual do adolescente.
e) É possível a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida no caso de ato
infracional análogo a furto qualificado, porém essa medida deve atender à atualidade, obser-
vando-se a necessidade e a adequação.

Letra e.
O cometimento de furto qualificado não veda a aplicação de medida de liberdade assistida. Além
disso, a medida deve respeitar o princípio da atualidade, conforme art. 100, § único, inc. VIII do
ECA, c/c art. 113. O art. 118 do ECA diz que a liberdade assistida será adotada sempre que se
afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
a) Errado. Conforme Súmula n. 605 do STJ

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem


na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos.

b) Errado. Conforme jurisprudência do STJ, as medidas socioeducativas podem ser executa-

das desde a sentença, não sendo regra o recebimento das apelações com efeito suspensivo

(HC 328.447).

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Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
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c) Errado. A Súmula n. 492 do STJ afirma que

O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

d) Errado. Conforme jurisprudência do STJ, o Magistrado não fica vinculado ao relatório mul-

tidisciplinar individual do adolescente e, além disso,

O relatório polidimensional não é peça obrigatória ao prosseguimento do feito, como se


infere do artigo 186 do estatuto menorista (HC 397.957).

Questão 25 (VUNESP/TJ-SP/2018) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional


a) será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente e, se a apreensão ocorrer
por força de ordem judicial, será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
b) ou por força de ordem judicial, será, desde logo, apresentada à autoridade policial que o
encaminhará à autoridade judiciária.
c) será, desde logo, encaminhado à autoridade judicial, não podendo ser apresentado à au-
toridade policial.
d) será, desde logo, encaminhado ao Ministério Público e, se for apreendido por força de or-
dem judicial, será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.

Letra a.
Assertiva certa, de acordo com os arts. 171 e 172 do ECA.
b) Errado. Se for por força de ordem judicial, deverá ser apresentado para a autoridade judici-
ária e não policial.
c) Errado. Se for apreendido em flagrante, será apresentado para a autoridade policial.
d) Errado. Se for apreendido em flagrante, será encaminhado para a autoridade policial e não
para o Ministério Público.

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Questão 26 (CESPE/TJ-CE/2018) Considerando o disposto no ECA e a jurisprudência do


STJ e do STF acerca da prática de ato infracional e da aplicação de medidas socioeducativas,
assinale a opção correta.
a) O julgamento de apelação interposta em favor de adolescente sentenciado a medida so-
cioeducativa de internação — ao qual não tenha sido imposta anterior internação provisória
— é requisito para o início do cumprimento da medida.
b) É cabível a aplicação de medida socioeducativa de internação a adolescente que tenha
praticado anteriormente uma única infração grave.
c) Em se tratando de menor em cumprimento de medida socioeducativa de internação, são
vedados a apuração e o julgamento de atos infracionais que tenham sido praticados por ele
anteriormente à aplicação da medida.
d) Caso o menor infrator complete dezoito anos de idade durante o cumprimento de medi-
da de prestação de serviço à comunidade, a referida medida deverá ser extinta em virtude
de sua natureza.
e) Haverá regressão de medida socioeducativa caso o adolescente descumpra reiterada-
mente medida de semiliberdade, sendo dispensada a sua oitiva se ele tiver sido advertido
anteriormente pelo magistrado sobre as consequências do descumprimento injustificado.

Letra b.
Segundo jurisprudência do STF (HC 94.447) e do STJ (HC 355.760, HC 359.609, HC 354216),
não é necessário o cometimento de três atos infracionais para ficar configurada a reiteração.
a) Errado. Conforme jurisprudência do STJ, as medidas socioeducativas podem ser executa-
das desde a sentença, não sendo regra o recebimento das apelações com efeito suspensivo
(HC 328.447). Ou seja, regra geral, não é necessário o julgamento da apelação interposta para
início da execução da medida socioeducativa.
c) Errado. Conforme jurisprudência do STJ, no AResp. 1.012.409/ES, decidiu-se que:

Este Superior Tribunal de Justiça entende que “o art. 45, § 2º, da Lei n. 12.594/2012
(SINASE) veda expressamente que se aplique e se execute nova medida de internação,
por fato anterior, a adolescente que já tenha cumprido a internação ou se encontre cum-

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prindo medida mais favorável” (HC 311.963/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
DJe de 28/9/2016). Todavia, os dispositivos supramencionados da Lei do SINASE não
vedam a apuração e o julgamento de atos infracionais ocorridos em momento anterior
à aplicação de medida socioeducativa de internação, e nem impedem a aplicação de
novas medidas socioeducativas, distintas da internação, aos referidos atos.

Ou seja, segundo jurisprudência do STJ, não são vedados a apuração e o julgamento dos
atos infracionais, cabendo ao juízo da execução aplicar proceder a unificação das medidas
socioeducativas.
d) Errado. Segundo Súmula n. 605 do STJ,

A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem


na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos.

e) Errado. Segundo a Súmula n. 265 do STJ,

É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida


socioeducativa.

Questão 27 (CESPE/TJ-CE/2018) Com relação ao instituto da remissão, assinale a opção


correta, à luz do ECA e da jurisprudência do STJ.
a) Diante da omissão do MP quanto ao oferecimento da remissão pré-processual, deverá o
juiz concedê-la, desde que presentes os requisitos legais.
b) Caso ocorra a concessão da remissão pelo magistrado na fase jurisdicional, após o ofe-
recimento da representação, deve o parquet ser ouvido após esse ato, momento em que será
aberto prazo para que o MP tome as medidas que entender pertinentes.
c) Caso discorde do parquet quanto à remissão pré-processual cumulada com medida so-
cioeducativa, o magistrado poderá homologar apenas a remissão se entender ser essa a me-
dida mais benéfica ao menor infrator.

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d) Após a realização da audiência de apresentação, o magistrado poderá conceder a remis-


são judicial ao menor infrator, caso entenda ser essa a medida mais benéfica para o menor.
e) Diante da discordância do magistrado quanto à concessão da remissão pelo MP ante a
gravidade dos fatos, o juiz deverá remeter os autos à promotoria para que outro promotor
apresente a representação.

Letra d.
Segundo art. 188 do ECA, “a remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo,
poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença”.
a) Errado. Segundo art. 182, § 2º, do ECA, discordando o magistrado do pedido de arquiva-
mento ou de remissão feito pelo Ministério Público,

Fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este
oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratifi-
cará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.

Ou seja, o Magistrado não pode conceder remissão pré-processual, sendo a concessão da


remissão como forma de exclusão um ato privativo do Ministério Público. Interpretação de-
corrente do art. 126 do ECA.
b) Errado. No caso da remissão processual, como forma de suspensão ou extinção do pro-
cesso, o Ministério Público é ouvido pelo juiz, que não está vinculado à vontade do Promotor
de Justiça, podendo aplicar a remissão caso assim entenda, tudo conforme art. 186, § 1º,
do Estatuto.
c) Errado. Segundo art. 182, § 2º, discordando o magistrado do pedido de arquivamento ou de
remissão feito pelo Ministério Público,

Fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado,


e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresen-
tá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária
obrigada a homologar.

Ou seja, o Magistrado não pode mudar a remissão pré-processual concedida pelo Ministério
Público.

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e) Errado. Segundo art. 182, § 2º, do ECA, discordando o magistrado do pedido de arquiva-
mento ou de remissão feito pelo Ministério Público,

Fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este
oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ra-
tificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a ho-
mologar.

Ou seja, os autos devem ser remetidos para o Procurador-Geral de Justiça e não para a
promotoria.

Questão 28 (VUNESP/TJ-RS/2018) Assinale a alternativa correta no que se refere aos dis-


positivos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente em relação ao Título destinado à
prática de atos infracionais.
a) A medida socioeducativa de advertência poderá ser aplicada ao adolescente desde que
haja indícios suficientes da autoria.
b) A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da respon-
sabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a apli-
cação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliber-
dade e a internação.
c) A medida socioeducativa, denominada liberdade assistida, será fixada pelo prazo mínimo
de 01 (um) mês, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
d) A medida de internação poderá ser aplicada na hipótese de reiteração no cometimento de
outras infrações por parte do adolescente infrator.
e) Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao ado-
lescente as medidas socioeducativas, sendo vedada a simples determinação de encaminha-
mento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.

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Letra b.
Art. 127 do ECA.
a) Errado. Para aplicação da advertência, deve haver prova da materialidade e indícios da
autoria, conforme art. 114, § único, do ECA. A assertiva não falou da prova da materialidade.
c) Errado. A medida socioeducativa de liberdade assistida tem o prazo mínimo de seis meses
e não de um mês (art. 118, § 2º, do ECA).
d) Errado. A medida de internação pode ser aplicada na hipótese do cometimento de outras
infrações graves, conforme art. 122, inc. II, do ECA. A assertiva não falou que as infrações
devem ser graves.
e) Errado. Segundo art. 112, inciso VII, verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente pode aplicar qualquer uma das medidas protetivas previstas no art. 101, incisos
I a VI do ECA, e a protetiva de encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de
responsabilidade, está prevista no art. 101, inc. I do Estatuto. Pode aplicar apenas a medida
protetiva, não sendo obrigatória aplicação de medida socioeducativa.

Questão 29 (FCC/TJ-PI/2015) Com relação ao procedimento de apuração de ato infracio-


nal atribuído a adolescentes, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, é
correto afirmar:
a) Não sendo caso de internação provisória, se o juiz perceber que o adolescente, cujos pais
não foram localizados, está sem responsável legal, deve suspender o procedimento até que
se defina sua situação por meio da aplicação da medida protetiva pertinente (acolhimento ou
colocação em família substituta).
b) A representação que dá início ao procedimento depende de prova pré-constituída da au-
toria e materialidade, exceto se pleitear aplicação de medida de advertência.
c) O prazo máximo para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias, prorrogável uma única vez por igual período
mediante decisão fundamentada.

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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Ato Infracional. Medidas Socioeducativas
Márcio Pinho

d) Os atos processuais são concentrados em audiência una, na qual são ouvidos, nesta or-
dem, os responsáveis pelo adolescente, vítima, testemunhas do Ministério Público, testemu-
nhas de defesa e o adolescente, passando em seguida aos debates orais.
e) Não sendo o adolescente cientificado do teor da representação nem notificado a compa-
recer na audiência por não ter sido localizado, a autoridade judiciária expedirá mandado de
busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito até a efetiva apresentação.

Letra e.
Art. 184, § 1º e 3º, do ECA.
a) Errado. Não sendo localizados pais ou responsável, deve ser nomeado curador especial e
não suspenso o procedimento, conforme art. 184, § 2º.
b) Errado. A representação não depende de prova pré-constituída da autoria e materialidade,
conforme art. 182, § 2º, do ECA.
c) Errado. O prazo de quarenta é cinco dias é improrrogável, conforme art. 183, do ECA.
d) Errado. A audiência não é una. Existem audiências de apresentação e continuação, confor-
me art. 186 e § 4º, do ECA.

Questão 30 (FCC/TJ-GO/2015) O juiz da infância e da juventude poderá conceder a remis-


são ao adolescente, autor de ato infracional,
a) apenas como forma de suspensão do processo.
b) como forma de suspensão ou extinção do processo.
c) como forma de exclusão, suspensão ou extinção do processo.
d) apenas como forma de exclusão do processo.
e) apenas como forma de extinção do processo.

Letra b.
Segundo art. 126, § único, do ECA, “iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela
autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo”.

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