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SEE-PB

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DA PARAÍBA

ECA
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Pós-edital

Livro Eletrônico
© 05/2019

PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Jéssica Sousa, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR(A): Bárbara Pimentel

DIAGRAMADOR: Charles Maia da Silva

CAPA: Washington Nunes Chaves

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Dos Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente
Prof. Levi Francelino

Dos Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente...................................4


Introdução.................................................................................................6
Disposições Preliminares – O ECA e a Teoria da Proteção Integral da Criança e
do Adolescente............................................................................................7
Conceito de Criança e Adolescente............................................................... 10
Dos Direitos Fundamentais da Criança e do Adolescente................................. 13
Do Direito à Vida e à Saúde da Criança e do Adolescente................................ 16
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade......................................... 22
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária – Disposições Gerais............... 25
Da Família Substituta................................................................................. 29
Guarda.................................................................................................... 33
Da Tutela................................................................................................. 37
Da Adoção................................................................................................ 40
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer................................. 47
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho................................. 49
Questões de Concurso................................................................................ 52
Gabarito................................................................................................... 61
Gabarito Comentado.................................................................................. 62

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Prof. Levi Francelino

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADO-


LESCENTE
Sobre o professor

Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem? É um imenso prazer conhecê-lo(a). Antes

de iniciar as considerações acerca do nosso curso, gostaria de me apresentar.

Meu nome é Levi Francelino, tenho 33 anos e, atualmente, sou servidor do

Ministério Público da União, aprovado no certame de 2013. Estou envolvido com

concursos públicos há 10 anos, aproximadamente, quando ainda estava concluindo

a minha primeira graduação em História. O primeiro concurso em que fui aprovado

foi o de Agente de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal, em 2008, naquela

ocasião, ainda de Nível Médio. Durante o período em que exerci o cargo, aproveitei

a excelente escala de serviço para fazer uma segunda graduação em Ciência Políti-

ca na UnB, mas acabei abandonando o curso em 2013, para me dedicar novamente

a concursos públicos. Meu objetivo inicial era prestar o concurso para Especialista

em Políticas Públicas e Gestão Governamental do MPOG.

Graças a Deus obtive alguns excelentes resultados e o destino me trouxe ao

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Passei na primeira fase de Ges-

tor Governamental do MPOG, mas o certame foi impugnado judicialmente. Passei

em 24º para o concurso de Analista Administrativo do IBAMA, cargo que exerci até

maio de 2015, e também passei em outros concursos, tais como Polícia Militar do

Distrito Federal (2009), Agente e Escrivão (2013) e para Papiloscopista (2015),

todos da Polícia Civil do Distrito Federal. Em 2016, passei no concurso para Profes-

sor Efetivo da Secretaria de Educação do Distrito Federal, na 21ª colocação. Desde

maio de 2015, estou lotado no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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Quando assumi o cargo no MPDFT, percebi que o serviço do Ministério Público

era muito interessante e iniciei outra graduação em Direito, com o objetivo de, fu-

turamente, prestar concurso para Promotor de Justiça.

Atualmente, estou me dedicando ao estudo de Direitos Humanos, Direito Am-

biental e da chamada legislação dos Direitos das Minorias (ECA, Idoso). A intenção

é me especializar em Direitos Difusos e Tutela Coletiva.

Outra coisa que gostaria de falar com você é sobre as derrotas, justamente

aquilo ninguém quer contar. Querido(a) aluno(a), eu não tenho nenhuma vergonha

em dizer que, durante esses dez anos, acumulei quase uma centena de reprova-

ções e quase uma dezena de “batidas na trave”, mas sigo estudando forte até hoje.

Afinal, o que não mata, fortalece. Aliás, entenda uma coisa logo de início. A derrota

faz parte do caminho, mas somente a persistência te levará ao sucesso. Portanto,

siga sempre em frente e não desista, pois o seu “lugar ao sol” está chegando. Pode

contar comigo para essa realização pessoal.

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Introdução

Iniciaremos, a partir de agora, o estudo da nossa primeira aula do Estatuto da

Criança e Adolescente. Pronto(a) para encarar a Lei n. 8.069/1990?

Aliás, a partir de agora, nós seremos íntimos da Lei n. 8.069/1990 e vamos nos

referir a ela apenas como ECA, beleza?

Sempre que possível, farei referência aos conceitos trazidos na lei com a própria

explicação do conteúdo, evitando fazer citação demasiada de legislação “seca” em

nossa aula. Apesar de que, em se tratando de ECA, a letra da lei costuma cair com

frequência, e acredito que seja o caso do seu concurso.

Por isso, quando o artigo for essencial tanto para resolução de questões como

para o entendimento da matéria, farei a citação do dispositivo de lei e recomendo

que você faça a leitura atenta.

Sim, eu sei que é chato, mas leia.

Então, vamos ao que interessa?

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Disposições Preliminares – O ECA e a Teoria da Proteção


Integral da Criança e do Adolescente

O Estatuto da Criança e do Adolescente foi promulgado em 13 de julho de 1990,

e veio regulamentar o art. 227 da CF/1988, dando absoluta prioridade à criança e

ao adolescente. Trata-se de lei que cria condições de exigibilidade para os direitos

da criança e adolescente, baseada em um Projeto da Convenção das Nações Unidas.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adoles-


cente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de ne-
gligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Iniciando propriamente as disposições preliminares do ECA, cabe a nós fazer-

mos uma explicação sobre o que significa proteção integral à criança e ao adoles-

cente. Para isso, devemos fazer uma rápida passagem histórica, a fim de contextu-

alizar o novo paradigma inaugurado pelo nosso Estatuto, resultante dos valores da

Convenção sobre os Direitos da Criança, da ONU, de 1989.

Essa convenção deu origem a um documento internacional ratificado por vá-

rias nações e também pelo Brasil na década de 1990 (Decreto n. 99.710/1990).

O documento serviu de inspiração para a nossa lei, sendo, no entanto, sua vi-

gência interna posterior ao próprio ECA, embora ele já seguisse os dispositivos

da Convenção.

Isso acontece porque um Tratado Internacional segue certo trâmite para ter

vigência interna, mas não nos cabe aqui explicar isso, pois se trata de Direito In-

ternacional Público, ok?

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Então continuemos. Antes do ECA, várias leis se propuseram a regular a si-

tuação do menor no Brasil, desde o conhecido Código de Menores, chamado de

Código Mello Matos, de 1927, até o nosso Código de Menores de 1979. No entan-

to, esses documentos adotaram, em grande medida, a política do Bem-Estar do

Menor, com base na Doutrina da Situação Irregular, de forte conotação assisten-

cial. Eles entendiam que o menor deveria ser objeto de proteção e intervenção

do Estado.

Diferentemente, o ECA encampou a doutrina da proteção integral das crianças e

adolescentes, encarando-os como sujeitos de direitos, e não mais como objeto de

proteção ou simples portadores de carência.

O novo paradigma impõe ao Poder Público o dever de reconhecer, em suas de-

cisões de políticas públicas, o superior interesse da criança e do adolescente, sem

a necessidade irrestrita de judicialização do seu atendimento, levando em conside-

ração o direito à convivência familiar e comunitária.

Questão 1    (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2006) O direito de adolescentes e

crianças manifestarem e terem levadas em consideração sua opinião e sua vontade

em qualquer assunto ou procedimento que os afete é um dos pilares da doutrina

da proteção integral. Por conta disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê

expressamente

a) o direito de a criança, sempre que possível, ser ouvida antes da decisão sobre

qualquer modalidade de colocação em família substituta.

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b) a possibilidade de autorização judicial para trabalho de adolescente maior de

doze anos que assim deseje, desde que sem prejuízo da escolarização.

c) a necessidade da concordância do adolescente e seu defensor como condição in-

dispensável à aplicação da medida socioeducativa de obrigação de reparar o dano.

d) o consentimento da criança (capaz de expressá-lo) e do adolescente como con-

dição necessária ao deferimento da adoção.

e) o direito de o adolescente manifestar se deseja ou não recorrer da sentença que

lhe aplica medida socioeducativa em meio aberto.

Letra a.

O art. 28, § 1º, do ECA dispõe que

sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. Já o
§ 2º diz que “tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário
seu consentimento, colhido em audiência.

Perceba que essa questão traduz aquilo a que me referi sobre o Poder Público re-

conhecer, nas decisões de políticas públicas, o superior interesse da criança e do

adolescente.

Questão 2    (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2006) Entre as características da

doutrina da proteção integral pode-se destacar:

a) medida socioeducativa de internação restrita a casos de ato infracional grave ou

severo desvio de conduta.

b) desjudicialização do atendimento.

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c) consideração da criança e do adolescente como objetos de tutela da família, so-

ciedade e Estado.

d) adoção do princípio da completude institucional.

e) oferta de condições para a conquista de cidadania futura por crianças e adoles-

centes.

Letra b.

Outra questão que traduz a chamada doutrina da proteção integral encampada pelo

ECA, com a elevação da criança e do adolescente à condição de sujeitos de direi-

tos, sem a necessidade de intervenção estatal como era, por exemplo, a tradição

da antiga FEBEM (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). O Estado levará em

consideração o direito à convivência familiar e comunitária, reconhecendo o supe-

rior interesse da criança e do adolescente, sem a necessidade de irrestrita judicia-

lização do seu atendimento.

Conceito de Criança e Adolescente

O que entendemos por criança e adolescente?

É fácil! O ECA adotou um critério puramente etário. Considera-se criança a pes-

soa até 12 anos de idade incompletos e adolescente aquela entre 12 e 18 anos

de idade.

É importante esclarecer que completamos a idade no primeiro instante da data

em que fazemos aniversário, independentemente do horário de nascimento.

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Ah, professor, quer dizer que o ECA não se aplica ao maior de 18 anos?

Não é bem assim, meu(minha) querido(a). Eu diria que isso é a regra, mas

acontece que, excepcionalmente e nos casos expressos em lei, aplica-se o Estatuto

às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.

Veja o seguinte exemplo: imagine o caso de um ato infracional cometido por

um adolescente prestes a completar 18 anos, mas a medida socioeducativa só foi

determinada quando o “jovem” já estava, por exemplo, com 20 anos de idade.

Nesse caso, como deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato,

aplica se o ECA, mesmo ele estando com mais de 18 anos. Entende?

Não se preocupe, ficará mais claro mais adiante, pois trabalharemos isso em

aulas futuras. Por hora, basta que você entenda que, excepcionalmente e nos

casos expressos em lei, aplica-se o Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de

idade.

Questão 3    (FCC/SJCDH-BA/AGENTE PENITENCIÁRIO/2010) O Estatuto da Crian-

ça e do Adolescente aplica-se, apenas, a pessoas

a) entre 12 e 18 anos.

b) até 16 anos e, nos casos expressos em lei, até 18 anos.

c) até 12 anos incompletos.

d) até 18 anos e, nos casos expressos em lei, até 21 anos.

e) entre 12 e 16 anos.

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Letra d.

Questão muito fácil, mas observe que o examinador colocou propositalmente a

opção “a” para aqueles candidatos mais afoitos. No entanto, você, meu(minha)

aluno(a), já sabe que, em regra, o ECA é aplicado até os 18 anos, mas, em ca-

sos excepcionais, poderá ser aplicado à pessoa com idade entre 18 e 21 anos

de idade.

CRIANÇA: pessoa até 12 anos de idade INCOMPLETOS.

ADOLESCENTE: pessoa entre 12 e 18 anos de idade.

Obs.: nos casos expressos em lei, aplica-se EXCEPCIONALMENTE este Esta-

tuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

VISA AO DESENVOLVIMENTO: físico, mental, moral, espiritual e social, em

condições de liberdade e dignidade.

VEDADA A DISCRIMINAÇÃO DE: nascimento, situação familiar, idade, sexo,

raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvol-

vimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local

de moradia.

DEVER DA: família, comunidade, sociedade e do Poder Público.

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Primeiramente, cabe destacar que tais direitos gozam da natureza de indispo-

nibilidade, porque não possuem titularidade única. Isso significa dizer que nem a

criança nem o adolescente podem abrir mão desses direitos, bem como também a

sociedade e os pais, por não serem titulares de todos os direitos.

Há, inclusive, a possibilidade de atuação do Ministério Público, como garantidor

dos direitos indisponíveis, podendo propor ação civil pública para a tutela desses

interesses.

A criança e o adolescente, como seres humanos que são, gozam de todos direi-

tos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral do

estatuto e sem nenhum tipo de discriminação. Portanto, são asseguradas todas as

oportunidades e facilidades para o seu integral desenvolvimento.

O ECA atribuiu também ampla responsabilidade na priorização e efetivação

de tais direitos, sendo dever da família, da comunidade e sociedade em geral

e do Poder Público.

Mas como garantir essa priorização absoluta?

Basta você lembrar que PRIORIZAÇÃO começa com “P”, e inverter as pala-

vras do último inciso do parágrafo único do art. 4º, Vejamos:

A garantia de prioridade compreende:


a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção
à infância e à juventude.

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Caro(a) aluno(a), eu sei o quanto é difícil decorar muita coisa, mas é importante

que você tenha em mente que o ECA tem um “espírito”, ou seja, a lei se dirige a um

fim social que olha para dois lados.

De um lado, a condição peculiar da criança e do adolescente como pes-

soas em desenvolvimento, que devem estar a salvo de qualquer forma de negli-

gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Do outro lado,

a punição de qualquer sujeito que atente contra os seus direitos fundamentais.

Professor, e quais são esses direitos?

Ah, são pouquinhos! O ECA prevê só os direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à

dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de

outros decorrentes dos princípios por ele adotados.

Deu para perceber que esses direitos são inexauríveis? Aliás, caso você não te-

nha percebido, o “pouquinho” se trata de uma ironia.

Vamos aos Direitos Fundamentais, mas, antes, veja só como o que eu estou

falando cai em concurso.

Questão 4    (PUC-PR/TJ-MS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2012) A prioridade ab-

soluta a crianças e adolescentes e o respeito ao segmento como pessoas em con-

dição peculiar de desenvolvimento são princípios norteadores do atual direito da

infância e juventude. Em relação a esse tema, assinale a alternativa CORRETA:

a) O princípio do Melhor Interesse da Criança foi instituído para garantir sua guarda

e responsabilidade ao genitor com melhores condições econômicas de prover-lhe o

sustento.

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b) O princípio da “brevidade”, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, diz

respeito à necessidade de celeridade do processo de adoção.

c) O Código de Menores, lei anterior ao Estatuto da Criança e do Adolescente, foi a

primeira lei brasileira a garantir algum tipo de proteção especial a todas as crianças

e adolescentes, reconhecendo-lhes a condição de hipossuficiência.

d) À criança ou ao adolescente em situação de risco são aplicadas as chamadas

medidas socioeducativas, previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

e) A Prioridade Absoluta a crianças e adolescentes e o respeito ao segmento, como

pessoas em condição peculiar de desenvolvimento, são princípios norteadores do

atual direito da infância e juventude.

Letra e.

a) Errada. O real interesse da criança e do adolescente não necessariamente leva

em consideração a condição econômica para a sua colocação em família substituta.

b) Errada. O princípio da brevidade não tem relação com a celeridade dos proces-

sos de adoção. Trata-se, sim, das medidas restritivas da liberdade da criança e do

adolescente.

c) Errada. Não sei se você percebeu, mas eu fiz referência a outros Códigos de

Menores, anteriores ao ECA, que levavam em consideração a situação de carência

dos menores.

d) Errada. Falaremos a respeito disso mais para frente, mas, por hora, entenda

que são aplicadas medidas de proteção às crianças em situação de risco.

e) Certa. Acho que você se recorda que falamos sobre a PRIORIZAÇÃO e da CON-

DIÇÃO peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

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Do Direito à Vida e à Saúde da Criança e do Adolescente

Acerca do direito à vida e à saúde da criança e do adolescente, vou fazer um

apanhado geral e ressaltar aquilo que entendo ser mais importante para você, se-

gundo a incidência em provas.

A política de atendimento levada a cabo pelos Poderes Executivos federal, es-

tadual e municipal deve ser harmônica, descentralizada política e administrativa-

mente, sendo que sua efetivação deve priorizar a todas as mulheres o acesso aos

programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo.

O Poder Público deverá assegurar às gestantes o acompanhamento saudável

durante a gestação e parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de ce-

sariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos.

Preferencialmente por meio da atenção primária, a gestante terá nutrição ade-

quada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento

pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Além disso, proporcionará assistência psicológica à gestante e à mãe, no período

pré e pós-natal, como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado

puerperal, inclusive para as gestantes e mães que manifestarem interesse em en-

tregar seus filhos para adoção e as que se encontrem em situação de privação de

liberdade.

Observe que o ECA leva em consideração não apenas a saúde da criança e

adolescente, mas também a saúde daquele que está por nascer, por isso, dispõe

também sobre a saúde da gestante durante o pré-natal e o pós-natal, bem como

sobre a saúde do nascituro.

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Sabemos que o direito de amamentar é uma garantia constitucional, inclusive

para as mães em situação de privação de liberdade, conforme prevê o art. 83, §

2º, da LEP. Vejamos:

Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as


condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6
(seis) meses de idade.

Diante disso, o ECA dispõe que às gestantes e à mulher com filho na primeira

infância que se encontrem sob privação de liberdade, será assegurado ambiente

que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o

acolhimento do filho, com condições adequadas ao aleitamento materno, em arti-

culação com o sistema de ensino competente, visando o desenvolvimento integral

da criança.

Outro assunto muito importante para as provas é o dispositivo que afirma que

as gestantes ou mães que manifestarem interesse em entregar seus filhos

para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e

da Juventude, sem que haja nenhum tipo de constrangimento.

Questão 5    (CESPE/TJ-ES/JUIZ SUBSTITUTO/2011/ADAPTADA) Acerca dos direi-

tos fundamentais inerentes à criança e ao adolescente, assinale a opção correta à

luz do ECA.

a) Incumbe ao Poder Público proporcionar assistência psicológica à gestante e à

mãe no pré e no pós-natal, desde que a mãe não manifeste interesse em entregar

seus filhos para adoção.

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b) Os profissionais de saúde de referência da gestante não poderão garantir sua

vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será re-

alizado o parto, sendo a escolha uma responsabilidade do médico que fez o seu

acompanhamento.

c) É previsto atendimento pré e perinatal à gestante, por meio do SUS, incluindo-se

assistência psicológica, como forma de prevenir ou minorar as consequências do

estado puerperal.

d) Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e

aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na

atenção primária, mas não o acesso a outros serviços, como a grupos de apoio à

amamentação.

e) Para que a gestante seja encaminhada aos diferentes níveis de atendimento,

basta que haja a necessidade específica.

Letra c.

Essa questão foi adaptada porque a Lei n. 13.257/2016 alterou consideravelmente

o ECA em relação ao direito à saúde.

a) Errada. Seguia corretamente, mas errou em seu final, porque restringiu a as-

sistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, como forma

de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. Essa assistência é,

inclusive, para as gestantes e mães que manifestarem interesse em entregar seus

filhos para adoção.

b) Errada. Afirma que não poderão garantir a sua vinculação quando o art. 8º, §

2º, do ECA afirma que

Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no


último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garan-
tido o direito de opção da mulher. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)

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c) Certa. Vimos isso em nossa aula. Preferencialmente através da atenção primá-

ria, a gestante terá nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e

ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do

Sistema Único de Saúde. Além disso, proporcionará assistência psicológica à ges-

tante e à mãe, no período pré e pós-natal, como forma de prevenir ou minorar as

consequências do estado puerperal, inclusive para as gestantes e mães que mani-

festarem interesse em entregar seus filhos para adoção.

d)/e) Erradas. Ficaram prejudicadas com as alterações trazidas para o art. 8º, §§

1º e 3º, do ECA, depois da redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016.

Bom, amigo(a), acho que deu para perceber que, entendendo o “espírito” do

ECA, fica um pouco mais fácil perceber assertivas absurdamente erradas. Mesmo

assim, recomendo muito uma leitura atenta do art. 10 do ECA, pois ele é muito

exigido em concursos públicos, além de outros dispositivos que eu indicar aqui.

Professor, mas eu não gosto de decorar.

Então memorize. Sigamos.

Basta uma rápida revisão de véspera dos artigos aqui destacados para uma

possível questão literal na prova. Observe o seguinte dispositivo e tente responder

à questão logo a seguir.

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, pú-


blicos e particulares, são obrigados a:
I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais,
pelo prazo de dezoito anos;
II – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e
digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas
pela autoridade administrativa competente;
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no me-
tabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

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IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrên-


cias do parto e do desenvolvimento do neonato;
V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe;
VI – acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto
à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o
corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei n. 13.436, de 2017)

Questão 6    (FCC/TJ-PE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2013) Os hospitais e de-

mais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares,

são obrigados a

a) fornecer declaração de nascimento, desde que não constem as intercorrências

do parto e do desenvolvimento do neonato.

b) manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto

aos pais.

c) prestar orientação aos pais do recém-nascido, quanto à terapêutica de anorma-

lidades no metabolismo, mas não são obrigados a proceder a exames visando ao

diagnóstico, cuja realização é atribuição exclusiva de laboratórios públicos.

d) manter o registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individu-

ais, pelo prazo mínimo de cinco e máximo de dez anos.

e) identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digi-

tal e impressão digital da mãe.

Letra e.

a) Errada. Condiciona a declaração de nascimento apenas se não constar intercor-

rências do parto. Ora, aos nascidos vivos, deve-se fornecer a declaração, mesmo

em caso de intercorrências.

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b) Errada. É garantida a permanência conjunta da mãe, e não dos pais.

c) Errada. O caput do art. 10 afirma que inclusive os particulares. Veja:

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, pú-


blicos e particulares, são obrigados a:
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no me-
tabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

d) Errada. O prazo de manutenção é de dezoito anos.

Art. 10.
I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais,
pelo prazo de dezoito anos;

e) Certa. Nós vimos isso e eu avisei que o art. 10 é campeão de concurso.

Vejamos:

Art. 10.
II – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e
digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas
pela autoridade administrativa competente;

Percebeu como realmente cai em provas?

Atente-se para o fato de que a Lei n. 13. 257/2016 (Marco Legal da Primeira

Infância) alterou consideravelmente o ECA em relação ao direito à saúde, dispon-

do que os serviços de saúde e de assistência social e os demais órgãos do Siste-

ma de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima

prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com

suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto

terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanha-

mento domiciliar.

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Outra informação importante diz respeito à responsabilidade do Estado em for-


necer gratuitamente, para todos que necessitem, medicamentos, órteses, próteses
e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação
de crianças e adolescentes, de acordo com as suas necessidades específicas, bem
como a necessidade de formação específica e permanente para os profissionais que
atuam no cuidado de crianças na primeira infância para a detecção de sinais de
riscos para o desenvolvimento psíquico, devendo os estabelecimentos de atendi-
mento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados
intermediários, proporcionar condições para a permanência em tempo integral de
um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
Aqui não tem jeito, meu(minha) caro(a) aluno(a), é ler e tentar se lembrar des-
sas informações na hora de sua prova, não tem muito o que explicar.

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Agora vamos entrar em outro rol de Direitos Fundamentais. Aquilo que julgo
mais importante para a sua prova são justamente os artigos 18-A e 18-B, pois fo-
ram acrescentados pela chamada Lei Menino Bernardo, visando garantir um trata-
mento digno na educação e correção da criança e do adolescente.
Trata-se de proibição do uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degra-
dante como forma de correção, disciplina, educação por pais, responsáveis ou por
qualquer pessoa da família, assim como por agentes públicos executores de me-
didas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar educar ou
proteger criança ou adolescentes.
Qualquer uma dessas condutas sujeitará os autores a programa de proteção à
família, a tratamento psicológico ou psiquiátrico, a cursos ou programas de orienta-
ção, obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado e advertência.
Tais medidas serão aplicadas pelo Conselho Tutelar.

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Professor, o que se entende por esse tratamento indigno?

É fácil, segundo o próprio parágrafo único do art. 18-A do ECA,

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:(Incluído pela Lei n. 13.010, de
2014)
I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força
física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei n. 13.010, de
2014)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
b) lesão; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação
à criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
c) ridicularize. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

Questão 7    (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Como resultado do debate so-

bre a chamada “Lei da Palmada”, com o escopo de ampliar a proteção do direito

da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos

físicos ou de tratamento cruel ou degradante, passou o Estatuto da Criança e do

Adolescente e/ou outras leis correlatas a

a) instituir a figura jurídica do refúgio protegido, oponível aos pais, por meio do

qual um terceiro, com o qual a criança tenha vínculo de afetividade, fica autorizado

a acolhê-la emergencialmente, até que a autoridade judicial decida seu destino.

b) tipificar como crime autônomo a conduta de submeter criança ou adolescente

sob sua guarda ou vigilância a castigos físicos imoderados.

c) considerar a prática reiterada de violência física e psicológica contra a criança

ou adolescente como fundamento autônomo para decretação da perda do poder

familiar.

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d) tornar inafiançável o crime de maus-tratos praticado por ascendente contra des-

cendente menor de 18 anos.

e) sujeitar os pais que utilizarem castigo físico como forma de correção ou discipli-

na de filhos crianças ou adolescentes à medida de encaminhamento a tratamento

psicológico ou psiquiátrico, a qual será aplicada pelo Conselho Tutelar.

Letra e.

Perceba que essa questão traz exatamente aquilo de que falamos sobre as altera-

ções trazidas pela “Lei Menino Bernardo”. Ela trouxe a proibição do uso de castigo

físico ou de tratamento cruel ou degradante como forma de correção, disciplina,

educação por pais, responsáveis ou por qualquer pessoa da família, assim como

por agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa

encarregada de cuidar, tratar educar ou proteger criança ou adolescentes.

Qualquer uma dessas condutas sujeitará os autores a programa de proteção à fa-

mília, a tratamento psicológico ou psiquiátrico, a cursos ou programas de orienta-

ção, obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado e advertência.

Tais medidas serão aplicadas pelo Conselho Tutelar.

Questão 8    (FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) De acordo com o Estatuto da

Criança e do Adolescente, considera-se tratamento cruel ou degradante dispensado

à criança aquele que a:

a) submete ao aleitamento materno no interior de presídio onde a mãe cumpre

pena.

b) submeta a tratamento a toxicômanos.

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c) proporcione castigo e sofrimento físico desnecessário.

d) humilhe, ameace gravemente ou a ridicularize.

e) prive da frequência ao ensino fundamental.

Letra d.

Percebeu como ficou fácil? Trata-se da literalidade do art. 18-B, parágrafo único,

inciso II, visto logo anteriormente. As outras assertivas chegam a ser absurdas.

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária – Dispo-


sições Gerais

Primeiramente, eu te pergunto: você sabe onde é o local natural de permanên-

cia da criança e do adolescente?

Sim, isso mesmo.

A criança e o adolescente têm a preferência de sua criação e educação no seio

de sua família natural. Lembre-se: é o lugar onde ela naturalmente deve ficar.

Apenas excepcionalmente serão colocados em família substituta, sendo que a co-

locação em família substituta estrangeira é medida excepcionalíssima e so-

mente é admissível por meio da adoção, sempre em ambiente que garanta o seu

desenvolvimento integral.

O conceito de família natural é a comunidade formada pelos pais ou qualquer

deles e seus descendentes. Portanto, o pai e mãe e seu(s) filho(s) ou apenas um

dos pais com seus descendentes.

A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente a sua família terá

preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será incluída em

serviços e programas de proteção, apoio e promoção.

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O Poder Público implantará políticas públicas voltadas para a permanência da

criança junto à família natural, mesmo que a família necessite de ajuda. Aliás, a

falta ou a carência de recursos materiais não é motivo suficiente para a perda ou a

suspensão do poder familiar, assim como a condenação criminal do pai ou da mãe

também não implicará tal destituição, exceto na hipótese de condenação por crime

doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo po-

der familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.

Outra coisa muito importante a ser ressaltada é que o dever de sustento, assim

como a guarda e a educação, incumbe aos pais em igualdade de direitos, deveres

e responsabilidades, compartilhando o cuidado e a educação da criança, devendo

ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, asse-

gurados os direitos da criança estabelecidos no estatuto.

Não poderá haver discriminação em relação aos filhos, havidos fora do casa-

mento ou por adoção, sendo assegurados os mesmos direitos e qualificações, proi-

bidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. O reconhecimento

do estado de filiação é um direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,

podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,

observado o segredo de Justiça.

Nossa legislação civil dispõe que o poder familiar compete aos pais e, na falta

ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. O ECA veio só

ratificar tal menção dispondo que o poder familiar será exercido, em igualdade de

condições, pelo pai e pela mãe, assegurando a qualquer deles o direito de recorrer

à autoridade judiciária competente, em caso de discordância, para a solução da

divergência.

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Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai

privado de liberdade por meio de visitas periódicas, independentemente de autori-

zação judicial.

Questão 9    (CESPE/OAB/EXAME DE ORDEM – PRIMEIRA FASE/2009/ADAPTADA)

No que se refere ao direito à convivência familiar e comunitária, assinale a opção

correta com base no ECA.

a) Toda criança ou adolescente tem direito à educação no seio da sua família e,

excepcionalmente, em família substituta, assegurada a participação efetiva da mãe

biológica no convívio diário com o educando, em ambiente livre da presença de

pessoas discriminadas.

b) Os filhos, havidos, ou não, da relação do casamento, ou por adoção, terão os

mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias

relativas à filiação.

c) O pátrio poder não poderá ser exercido, simultaneamente, pelo pai e pela mãe.

Em caso de discordância quanto a quem caberá titularizá-lo, a ambos será facul-

tado o direito de recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da

divergência.

d) Na ausência dos pais, o pátrio poder poderá ser delegado, nessa ordem: ao ir-

mão mais velho, desde que já tenha alcançado a maioridade, ao tio paterno ou ao

avô paterno. Na ausência de qualquer um desses, o pátrio poder poderá, excepcio-

nalmente, ser delegado à avó materna.

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Letra b.

Perceba que essa questão se encontra desatualizada. No entanto, isso não nos

atrapalha em sua resolução.

a) Errada. O art. 19 do ECA, com redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016,

dispõe que

É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, ex-
cepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária,
em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

b) Certa. De acordo com o art. 20,

Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos


direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.

c) Errada. Segundo o art. 21:

O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na for-
ma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso
de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da
divergência.

d) Errada. Erra ao prever a delegação do poder familiar, pois já sabemos que

o poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe,

sendo que a perda ou suspensão podem ser decretadas judicialmente, nos casso

previstos em lei e na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e

obrigações dos pais.

Deu para perceber todo o esforço do ECA no sentido de permanência da criança


e do adolescente em sua família natural?
A retirada constitui exceção que depende de decisão judicial proferida em um

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procedimento contencioso em que assegure o processo legal, dando preferência


aos laços de afetividade dentro da sua família.
O conceito de família extensa ou ampliada é aquela que se estende para além
da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos
com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e
afetividade.
Observe que deve haver convivência capaz de gerar vínculo de afinidade e afe-
tividade, não sendo suficiente a mera proximidade de parentesco. Além disso, em
caso de tutela, a família formada por avós e netos constitui família substituta, e não
família natural. Veremos isso mais à frente, ainda nesta aula.

Da Família Substituta

Estudaremos, a partir de agora, os conceitos de família substituta. Família subs-


tituta é aquela na qual a criança ou o adolescente é inserido, mediante as modali-
dades da guarda, da tutela ou da adoção. Observe o seguinte dispositivo:

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou ado-


ção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
desta Lei.

Esses institutos merecem um pouquinho de sua atenção. Além disso, houve al-
terações recentes com a Lei n. 13.509/2017, que dispõe sobre a adoção.
É possível notar uma grande incidência desses conteúdos em questões de con-
cursos públicos, principalmente em provas das carreiras jurídicas. Poderá ser o foco
do seu concurso, por isso, temos que estar preparados para tudo.

A inserção em família substituta deve sempre atender ao superior interesse do

adotado, representando reais vantagens para a criança e para o adolescente. É,

portanto, medida de proteção que visa beneficiar unicamente a estes, e não garan-

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tir os interesses de qualquer outro.

Sempre que possível, deverá ser previamente ouvido por equipe interprofissio-

nal, respeitado seu estagio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as

implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. No caso de

adolescente, o consentimento é imprescindível. Observe:

Art. 28, § 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu


consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009)
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de
afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da
medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma famí-
lia substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009)

Tratando-se de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade

remanescente de quilombo, a inserção deve priorizar a sua comunidade ou junto

a membros da mesma etnia. No caso de crianças e adolescentes indígenas, deve

haver a intervenção e oitiva da Funai perante a equipe interprofissional ou multi-

disciplinar que ira acompanhar o caso. Atente-se muito para isto:

Art. 28, § 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de co-


munidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009)
I – que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus cos-
tumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com
os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009)
II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou
junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)
III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela po-
lítica indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos,
perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
(Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

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Observe como uma leitura atenta da literalidade dos dispositivos da lei, às

vezes, é suficiente para a resolução de uma questão.

Questão 10    (CESPE/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Com base no

disposto no ECA, assinale a opção correta.

a) Com o advento do novo Código Civil, que prevê que a capacidade plena é

adquirida aos dezoito anos de idade, não é mais possível a aplicação do ECA às

pessoas entre dezoito e vinte e um anos.

b) A família ampliada é aquela formada por um dos pais e seus filhos.

c) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento

institucional pode ser superior a três anos quando verificada a sua necessida-

de, desde que haja decisão judicial nesse sentido, sendo desnecessária funda-

mentação.

d) Criança ou adolescente não precisa ser ouvido antes de ser colocado em

família substituta, sendo desnecessário seu consentimento.

e) Falta ou carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para

a perda ou suspensão do poder familiar.

Letra e.

a) Errada. Já é questão batida para você, meu(minha) aluno(a). Já sabemos que,

excepcionalmente e nos casos expressos em lei, aplica-se o Estatuto às pessoas

entre 18 e 21 anos de idade.

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b) Errada. A família extensa ou ampliada é aquela que se estende para além da

unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com

os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afeti-

vidade.

c) Errada. O acolhimento institucional é medida excepcional, provisória e base-

ada no princípio da brevidade, utilizado como forma de transição, não implicando

privação da liberdade. Tem o prazo máximo de dezoito meses, salvo se o superior

interesse da criança ou adolescente justificar a continuidade, nos termos do art.

19, § 2º, do ECA.

d) Errada. Segundo o art. 28, § 1º, do ECA,

sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.

e) Certa. Nos termos do art. 23 do ECA, que dispõe que a falta ou a carência de

recursos materiais não é motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder

familiar.

Fique muito atento(a) para essa ordem de prioridade que é muito importante

para a sua prova. Primeiramente, o local adequado para a criança e o adolescente

é a sua família natural e, em seguida, junto à chamada família extensa.

Caso não seja possível, a família substituta composta por parentes terá priori-

dade e, depois, a família substituta composta por não parentes.

Só excepcionalmente teremos a possibilidade da adoção, a qual seguirá a pre-

ferência por adotantes nacionais e, não sendo possível, adoção internacional plei-

teada por brasileiros. Em último caso, será concedida a adoção por estrangeiros.

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É importante observar também que a adoção por estrangeiros não significa

adoção internacional, assim como a adoção por brasileiros não significa adoção

nacional.

Como assim, professor?

Explico.

Veja o seguinte exemplo: pode acontecer de um estrangeiro, por exemplo, um

português equiparado a brasileiro, com residência fixa no Brasil, ter a intenção de

adotar uma criança ou adolescente para aqui residir. Nesse caso, o estrangeiro fará

uma adoção nacional. Por outro lado, pode acontecer de um brasileiro que reside no

estrangeiro tenha a intenção de adotar uma criança ou adolescente para lá residir.

Nesse caso, o brasileiro fará uma adoção internacional. Entendeu?

Não se preocupe, trabalharemos a adoção em detalhes. O que você deve saber,

por hora, é que sempre se leva em consideração o local em que a criança ou ado-

lescente irá ser acolhida, e não quem está adotando.

Acho que agora me fiz mais claro, não é?

Cada modalidade de família substituta tem as suas especificidades, não pode-

mos, portanto, mesclá-las para a formação de um instituto específico. Veremos

agora cada uma delas.

Guarda
Segundo o professor Luciano Alves Rossato, a guarda, para o ECA, é um insti-

tuto por meio do qual se transfere, a um guardião, os atributos do art. 1634, I, II,

IV, VI, do Código Civil. Vejamos:

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Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o
pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
I – dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
II – exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação
dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
IV – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (Redação
dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
VI – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais
não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada
pela Lei n. 13.058, de 2014)

Ela pode ser concedida por meio de pedido principal da ação, para o caso de

atender situações específicas, como de maus tratos dos pais, por exemplo, ou

suprir ausência momentânea dos pais, ou ainda incidentalmente, quando a ação

for de tutela ou adoção. Ela pode coexistir com o poder familiar.

Trata-se de uma transferência a título precário, ou seja, se dará para o atendi-

mento de uma situação excepcional e temporária, na qual o guardião terá o dever

de cuidado da criança e adolescente, tais como o dever de prestação de assis-

tência material e moral, podendo o detentor se opor a terceiros, inclusive

aos próprios pais. Tem por objetivo regular uma situação de fato, ou seja,

uma situação que já acontece no mundo real, mas não encontra regularidade no

mundo jurídico.

O fato de o guardião ser obrigado a prestar assistência material, não desobri-

ga os pais do dever de também prestá-los, podendo ser demandados a prestar

alimentos ao filho que estiver sob a guarda de terceiro, atendendo aos critérios

de necessidades do alimentado e possibilidades do alimentante. Ela não cessará

também o direito de visitas por parte dos pais, salvo se houver decisão judicial

em contrário, ou em caso de procedimento preparatório para a adoção.

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Em caso de impossibilidade em manter a criança no seio de sua família, poderá

haver também a retirada transitória. Trata-se do caso de medida protetiva de in-

serção em acolhimento familiar ou institucional. Nesse caso, tanto a criança como a

mãe receberão atenção para haver o seu retorno para a família natural. Tal decisão

deve ser orientada por acompanhamento técnico-jurídico, no qual se verificará a

inexistência de condições dos pais.

Mesmo estando a criança em acolhimento institucional, teremos a possibilidade

de visitas pelo genitor para garantir essa proximidade, independentemente de au-

torização judicial prévia.

As visitas podem ser monitoradas ou o juiz poderá vedá-las, sempre em deci-

são fundamentada, caso entenda conveniente, de acordo com princípio do superior

interesse da criança e do adolescente.

Os acolhimentos institucional e familiar são medidas excepcionais, pro-

visórias e baseadas no princípio da brevidade, utilizados como forma de

transição, não implicando privação da liberdade. Não se preocupe, porque

trabalharemos isso em aulas futuras. Atente-se para o dispositivo:

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais
e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado
do convívio familiar. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009)
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá pre-
ferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporá-
rio e excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de aco-
lhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado
o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, por ato judicial fundamenta-

do, depois de ouvido o Ministério Público. Ela, por si só, não atribui ao guardião

o direito de representação. No entanto, tal direito de representar a criança ou

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adolescente poderá ser deferido, ou seja, não é um efeito automático da guarda.

O responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo,

mediante termo nos autos. O entendimento do STJ é no sentido de que é possí-

vel a guarda compartilhada entre pessoas que não sejam casadas e que não sejam

os genitores da criança e do adolescente.

Uma questão muito polêmica diz respeito à possibilidade de o reconhecimento da

guarda conferir à criança e ao adolescente a condição de dependente para fins pre-

videnciários. O posicionamento mais recente do STJ diante do conflito aparente de

normas entre o art. 33, § 3º, do ECA e o art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/1991 (dispõe

sobre benefícios previdenciários), em decisão em sede de recursos repetitivos, en-

tendeu que a guarda atribui a condição de dependente à criança e ao adolescente

para fins previdenciários.

PROCESSO N. 0042033-36.2016.4.03.6301
VOTO-EMENTA
PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA. DEPENDENTE PARA FINS PREVI-
DENCIÁRIOS. PREVALÊNCIA DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(ART. 33, § 3º, DA LEI n. 8.069/1990) SOBRE O PLANO DE BENEFÍCIOS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL (LEI 8.213/1991, ART. 16. § 2º). REGRA ESPECIAL QUE
PREVALECE SOBRE A REGRA GERAL: JURISPRUDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBU-
NAL DE JUSTIÇA E DA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO NESSE SEN-
TIDO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA, POR SEUS PRÓPRIOS FUNDA-
MENTOS. RECURSO DO INSS DESPROVIDO.
Ela está motivada no § 3º do artigo 33 da Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), segundo o qual a guarda confere à criança ou ado-
lescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclu-
sive previdenciários. Tal dispositivo se aplica aos benefícios do Regime Geral

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de Previdência Social, mesmo a partir da publicação da Lei n. 9.528/1997,


que, ao dar nova redação ao § 2º do artigo 16 da Lei n. 8.213/1991, excluiu
o menor sob guarda do rol de dependentes da previdência social no RGPS,
conforme já resolvido pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, em julgamento de embargos de divergência: (...) 1. Ao menor
sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por
morte mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa
promovida pela Lei n. 9.528/1997 na Lei n. 8.213/1990. 2. O art. 33, §
3º da Lei n. 8.069/1990 deve prevalecer sobre a modificação legislativa pro-
movida na lei geral da previdência social porquanto, nos termos do art. 227 da
Constituição, é norma fundamental o princípio da proteção integral e preferên-
cia da criança e do adolescente. 3. Embargos de divergência acolhidos (EREsp
1141788/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL,
julgado em 07/12/2016, DJe 16/12/2016).

Da Tutela
A tutela é outro instituto de colocação de criança e adolescente em família subs-

tituta que regulariza uma posse de fato, ou seja, é imprescindível, portanto, que a

criança ou adolescente resida com o tutor.

A tutela tem como principal objetivo conferir um representante legal à

criança e adolescente que não possui, diferentemente da guarda, que, embora

atribua ao guardião a condição de responsável legal pela criança ou adolescente, em

regra, não lhe confere o direito de representá-la na prática dos atos da vida civil.

O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação de extinção ou suspen-

são do poder familiar, podendo ocorrer no caso de morte ou mesmo na decretação

de perda. Será deferida a uma pessoa de até 18 anos incompletos, nos casos do

art. 1.637 do Código Civil. Vejamos:

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Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente,
ou o Ministério Público, adotar à medida que lhe pareça reclamada pela segurança do
menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
incompletos. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009)
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou
suspensão do pátrio poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda. (Ex-
pressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009)

Atingindo o tutelado a idade da plena capacidade civil ou sendo emancipado, a

tutela cessa. Ao contrário do que ocorre com a guarda, a tutela não coexiste

com o poder familiar, tendo, assim, por pressuposto a sua prévia suspen-

são, destituição ou extinção.

Trata-se de instituto no qual verificamos uma necessidade de proteção de uma

criança ou adolescente em situação de desamparo, decorrente da ausência do po-

der familiar. Portanto, se conferem a um terceiro (tutor), por meio de nomeação

judicial de pessoa capaz, a proteção pessoal e a administração dos bens do tute-

lado, o dever de prestar assistência material, moral e educacional, bem como a

representação e a assistência para os atos da vida civil.

Questão 11    (FCC/TJ-SE/Juiz de direito substituto/2015) A respeito da tutela, é

correto afirmar:

a) Pode conviver sem sobreposição com o exercício, por outrem, do poder familiar.

b) Caso o tutor seja indicado em testamento, não há necessidade de posterior ra-

tificação judicial.

c) O dirigente de programa de acolhimento familiar é equiparado ao tutor.

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d) No caso da adoção por estrangeiro, deve ser conquistada previamente.

e) É considerada forma de colocação em família substituta.

Letra e.

a) Errada. Confesso que essa alternativa é complicada, mas, apesar de o art. 36,

parágrafo único, do ECA afirmar que a tutela pressupõe prévia decretação da perda

ou suspensão do poder familiar, entendo que está errada ao vedar a sobreposição

por outrem, pois entendo que, apesar de se perder o poder familiar, este é possí-

vel ser exercido por uma outra pessoa em concomitância com o tutor, obviamente,

desde que não seja aquele genitor que teve decretação da perda ou suspensão do

poder familiar.

b) Errada. Deve haver ratificação judicial do ato nos termos do art. 37 do ECA.

Vejamos:

O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto


no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código
Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingres-
sar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009)

c) Errada. Não existe essa equiparação do dirigente de programa de acolhimento

familiar, embora a ele possa ser concedida a guarda.

d) Errada. Aos estrangeiros será deferida, em casos excepcionais, a adoção, sendo

vedada a tutela (art. 39, § 1º, do ECA).

e) Certa. Veja a literalidade do art. 28:

A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, indepen-


dentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

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Da Adoção

A Adoção é uma modalidade de colocação em família substituta que importará

no rompimento dos vínculos familiares existentes e na constituição de novos víncu-

los familiares, criando parentesco civil de filiação entre adotante e adotando. Por-

tanto, tem a natureza de constituir uma relação jurídica de natureza civil onde não

havia. Aquele que adota tem o dever de prestar os cuidados e a assistência moral

e material como se filho seu fosse.

Por outro lado, a adoção irá desligar a criança e o adolescente de todos os víncu-

los com pais e parentes de origem. Por isso, se diz que a adoção é plena. Subsistem

apenas os impedimentos matrimoniais. Isso quer dizer que não poderá casar com

parentes anteriores.

A adoção classifica-se nas seguintes categorias.

• Quanto à constituição do parentesco civil

Aquela em que se leva em consideração a quantidade de pessoas com as quais

se forma o parentesco civil.

− Adoção singular: feita por um só adotante.

− Adoção conjunta: feita por dois adotantes.

• Quanto ao desligamento dos pais e parentes de origem

Aquela em que leva em consideração a quantidade de lados da relação anterior

que irão se romper.

− Unilateral: aquela na qual há o rompimento dos vínculos familiares em

relação a apenas um dos genitores, preservando-se íntegros os vínculos

familiares em relação à linha familiar do outro genitor.

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Exemplo de pai que pratica atos contrários ao interesse da criança e ao adolescente

e que tem a destituição de seu poder familiar. No caso, a mãe casa-se novamente

e o padrasto pretende adotar o filho do pai. Dispensam-se a necessidade de prévio

cadastramento de adoção e a ordem cronológica no cadastro de adoção (art. 50, I,

do ECA).

− Bilateral: aquela na qual há o rompimento dos vínculos familiares em re-

ação aos dois lados da ralação, o materno e o paterno.

Em regra, para a adoção, deverá haver o consentimento do genitor, salvo se já

houver a destituição ou já foi extinto o poder familiar. O consentimento do genitor

pode ser revogado antes da publicação da sentença concessiva.

Características da adoção

É medida excepcional. Isso significa que a adoção somente pode ser cogitada

depois de esgotados os meios e recursos para a manutenção ou reintegração da

criança ou adolescente em sua família natural.

Já vimos que a adoção é plena. Não temos mais a chamada adoção simples, na

qual existia um vínculo familiar apenas entre o adotante e o adotado, não com o pai

do adotante – avó, por exemplo. Isso refletia na questão da herança; hoje, toda a

adoção é plena.

É um ato personalíssimo. Isso significa que a adoção pode ser requerida exclu-

sivamente pelos adotantes, sem a possibilidade de adoção por procuração. O ado-

tante será ouvido em juízo para saber qual é a sua intenção na adoção.

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Trata-se de um ato irrevogável, o que significa que, na adoção, não pode haver

a possibilidade de devolução da criança ou adolescentes. Opa, aqui não é Código

de Defesa do Consumidor!

É um ato incaducável, o que significa que a morte dos adotantes não importa

restabelecimento do poder familiar dos pais de origem.

É ato constituído por sentença judicial da vara de infância ou de família, a de-

pender do caso. Tanto a adoção de criança ou adolescente como de adulto exigirá a

participação do Poder Público. Não temos mais a possibilidade da adoção mediante

escritura pública, apesar de que o STJ ter entendimento de admitir a homologação

de escrituras públicas de adoção quando essas escrituras foram lavradas antes do

advento do Código Civil de 2002.

Requisitos para a adoção

• Quanto ao adotante: pessoa maior de 18 anos, independentemente do

estado civil. Observe que o critério do ECA novamente é etário, não impor-

tando se são emancipados. Deverá respeitar uma diferença mínima de idade

de 16 anos.

Impedimentos à adoção

• Absolutos/Permanentes: não podem adotar os ascendentes e os irmãos

do adotando (avô e irmão).

 Obs.: o STJ admitiu a adoção realizada por avós (ascendentes), flexibilizando o

impedimento, por haver relação fática de pai e filho.

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• Relativos/Temporários: o tutor ou o curador do adotando enquanto não

prestar contas de sua administração.

Requisitos para a adoção conjunta

Além dos requisitos apresentados, é necessário que os adotantes sejam casa-

dos ou tenham união estável, demonstrada, na relação, a estabilidade familiar.

É possível a adoção conjunta para adotantes divorciados ou separados ao tempo

da sentença, desde que o estágio de convivência da criança ou adolescente tenha

se iniciado durante a união dos adotantes e tenha, antes da sentença, acordado

sobre guarda e regime de visitas, bem como poderá ser concedida a adoção se o

adotante falece durante o procedimento de adoção antes da sentença (adoção pós-

tuma/post mortem ou nuncupativa), desde que o adotante tenha manifestado, em

vida, a vontade inequívoca de adotar a criança ou adolescente.

Hoje é pacífico nos tribunais superiores o entendimento da possibilidade de ado-

ção conjunta por casal homoafetivo ou homoparental, porque eles têm estabilidade

familiar.

O STJ também já admitiu, excepcionalmente, a adoção conjunta por adotantes

irmãos, porque comprovada a estabilidade familiar no caso concreto. Portanto,

percebe-se que o modelo de família é um rol meramente exemplificativo de esta-

bilidade familiar.

É necessária a realização de um estágio de convivência com prazo fixado pelo

juiz no caso concreto. Dispensa-se este quando o adotante já possui a guarda legal

ou tutela da criança ou adolescente por tempo suficiente de convívio para avaliar

a convivência. Diferentemente da guarda legal, a guarda de fato, por si só, não

dispensa o estágio de convivência.

Deve haver também a inscrição em cadastro de adotantes, que será precedida

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de avaliação, pela Vara de Infância e da Juventude, para se verificar os requisitos

ou condições para a adoção, além de evitar o comércio de crianças e adolescentes.

Adoção Internacional

Primeiramente, é importante observar que a adoção internacional deve obser-

var a característica de subsidiariedade e consulta aos cadastros. É relevante obser-

var que, agora, o estrangeiro pode figurar no cadastro nacional de pretendentes à

adoção.

Existe convenção internacional dispondo a respeito de adoção internacional.

A intenção é que haja cooperação entre os países para que se afaste o tráfico de

pessoas, devendo haver respeito à legislação de cada país. A autoridade central de

cada Estado-parte de acolhida vai atestar que os pretendentes reúnem condições

de adotar de acordo com as regras de seu país.

A grande diferença entre adoção nacional e a internacional é que, na adoção

nacional, a criança permanecerá aqui no território brasileiro, não havendo deslo-

camento para outro país de acolhida. Já na adoção internacional, a criança sai de

um país de origem e vai para o país no qual será acolhida. Acredito que você está

se lembrando de quando falei que a adoção por estrangeiros não é a mesma coisa

que adoção internacional.

A adoção nacional é sempre preferencial, de modo que a internacional tem ca-

racterística de subsidiariedade. Na internacional, prefere-se aquela pleiteada por

brasileiros, em detrimento da pleiteada por estrangeiros.

A adoção pode ser tanto de criança e adolescente quanto de adulto. O que dife-

rencia é a competência, vara da infância e juventude, para crianças e adolescentes,

e vara de família, para adultos, salvo se o adotando tiver menos de 21 e, quando

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adolescente, já estava sob a guarda ou tutela do adotante, o que se trata de situa-

ção excepcional. Tanto uma quanto a outra necessitam de sentença.

Fases para a adoção internacional

• Fase de Habilitação: trata-se de fase na qual aquele que quer adotar pro-

cura a autoridade central em seu país em matéria de adoção internacional

dentro do seu país.

• Fase Judicial: fase que tramita perante a vara da infância e juventude.

Diferentemente da adoção nacional, na qual o estágio de convivência é por pra-

zo definido pelo juiz no caso concreto, na adoção internacional, o ECA estabelece o

prazo mínimo de 30 dias de estágio de convivência em território nacional.

A participação da autoridade central poderá ser dispensada quando houver par-

ticipação de organismos que sejam credenciados, sem finalidade lucrativa.

Questão 12    (FUNIVERSA/SEAP-DF/CONSELHEIRO TUTELAR/2012) Como sujeitos

de direito, a criança e o adolescente desfrutam de direitos fundamentais, como,

por exemplo, o direito à saúde, o qual inclui uma fase anterior, que é a gestação

e o parto. O Estatuto da Criança e do Adolescente determina proteção à materni-

dade, especialmente à gestante, por meio do Sistema Único de Saúde e de planos

da Previdência Social, visando ao próprio direito da criança a nascer: atendimento

pré-natal e perinatal, ou seja, antes, durante e depois do nascimento. Nesse con-

texto e com fundamento na Lei n. 8.069/1990, assinale a alternativa correta.

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a) Os filhos de mães submetidas à medida privativa de liberdade estão excluídos

das condições adequadas ao aleitamento materno proporcionadas pelo Poder Pú-

blico.

b) Os hospitais públicos, e não os privados, são obrigados a manter alojamento

conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

c) A parturiente será atendida, exclusivamente, pelo mesmo médico que a acom-

panhou na fase pré-natal.

d) Os hospitais não são obrigados a identificar o recém-nascido mediante o registro

de sua impressão digital.

e) A assistência psicológica, como dever do Poder Público, deverá ser prestada

também a gestantes ou a mães que manifestem interesse em entregar seus filhos

para adoção.

Letra e.

Acredito que trabalhamos todas as assertivas dessa questão em nossa aula.

a) Errada. Nos termos do art. 8º, § 10:

Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância
que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que
atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi-
mento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desen-
volvimento integral da criança. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)

b) Errada. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestan-

tes, públicos e particulares, são obrigados a manter alojamento conjunto, possibi-

litando ao neonato a permanência junto à mãe (art. 10, V, do ECA).

c) Errada. A alternativa afirma que a parturiente será atendida exclusivamente

pelo mesmo médico que a acompanhou. No entanto, antes da Lei n. 13.257/2016,

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a redação do art. 7º, § 2º, dispunha que era preferencialmente pelo mesmo médico

que a acompanhou na fase pré-natal. Está prejudicada pela nova redação. Veja:

Art. 7º, § 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vin-


culação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o
parto, garantido o direito de opção da mulher.

d) Errada. Vimos isso e eu avisei que o art. 10 é campeão de concurso. Vejamos:

Art. 10.
II – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e
digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas
pela autoridade administrativa competente;

e) Certa. Nos termos do art. 8º, § 5º:

A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e


mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a ges-
tantes e mães que se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada
pela Lei n. 13.257, de 2016)

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Tais direitos partem da existência de um sistema composto pela Constituição

Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação e pelo ECA. Acredito que você
deve se atentar para a educação, pois é uma obrigação do Estado, o qual não pode

alegar a reserva do possível, ou seja, trata-se de um direito do sujeito, indepen-

dentemente de o Poder Público alegar disponibilidade orçamentária para garanti-la.

Dispõe o ECA que o ensino deve ser obrigatório e prestado pela educação bá-

sica. A educação básica compreenderá a educação infantil, o ensino fundamental

e o ensino médio, sendo que, para o ensino fundamental, deve ser gratuita e de

matrícula obrigatória, com progressiva extensão de sua obrigatoriedade e gratui-

dade ao ensino médio. Observe:

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Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:


I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferen-
cialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
(Redação dada pela Lei n. 13.306, de 2016)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, se-
gundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente traba-
lhador;
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irre-
gular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fa-
zer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos
na rede regular de ensino.

Os dirigentes de estabelecimento de ensino comunicarão ao conselho tutelar

os casos de suspeita de maus-tratos envolvendo criança ou adolescente, a reite-

ração de faltas injustificadas, a evasão e os elevados níveis de repetência.

Meu(minha) querido(a), temos aqui mais um capítulo muito reduzido, no qual

não vejo muita possibilidade de erros, pois os dispositivos não trazem dificuldade.

Sugiro uma leitura atenta destes dispositivos para a sua prova.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao


Conselho Tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos esco-
lares;
III – elevados níveis de repetência.

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Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas


a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inser-
ção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e his-
tóricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a
destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer
voltadas para a infância e a juventude.

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Caro(a) aluno(a), quanto ao Direito à Profissionalização e à Proteção ao Traba-

lho do adolescente, também vou ressaltar aquilo que entendo mais importante para

a sua prova e recomendo uma leitura da letra da lei, até porque são poucos artigos.

O mais importante, antes de partir para os dispositivos, é compreender o que vem

a seguir, para que não cometa erros em sua prova.

Primeiramente, preciso dizer que alguns dispositivos constantes no estatuto re-

lativos à profissionalização e ao trabalho não estão em conformidade com o novo

sistema de tutela de interesses da criança e do adolescente. Isso porque as reda-

ções dos arts. 60 e 64 se encontram desatualizadas depois da Emenda Constitucio-

nal n. 20/1998, que trouxe nova redação, seguindo as orientações da Organização

Internacional do Trabalho quanto ao trabalho do menor.


Portanto, faz-se necessária uma releitura de tais dispositivos, analisando-os a
partir de um estudo conjunto da Constituição Federal e da própria Consolidação das
Leis do Trabalho. Observe:

Constituição Federal, art. 6º:


XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de apren-
diz, a partir de quatorze anos;

ECA, art. 60:

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É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condi-


ção de aprendiz. (Vide Constituição Federal)
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendi-
zagem. (Vide Constituição Federal)

Bom, querido(a), já sabemos que tanto a criança como o adolescente foram


elencados como sujeitos de direitos segundo a teoria da proteção integral, isso não
é nenhuma novidade para você. O que o ECA fez foi apenas confirmar tais direitos,
disciplinando a proibição de normas com tratamento discriminatório em razão de
serem os trabalhadores menores de 18 anos, por exemplo, no caso de adolescente
que receba remuneração inferior ao adulto para desempenhar as mesmas funções
com igual carga de trabalho.
Além disso, trouxe a proibição expressa ao adolescente para desempenhar de-
terminadas atividades, como trabalho insalubre, perigoso ou penoso e em locais
que sejam prejudiciais ao seu desenvolvimento, bem como em horários que não
permitam o acesso à escola.
A Convenção n. 182 da OIT faz referência genérica à proibição de alguns tipos
de trabalho ao menor. Trata-se da “lista TIP”, que deve ser adotada por cada um
dos países signatários. No Brasil, tivemos o Decreto n. 6.481/2008, que aprovou
uma lista com as piores formas de trabalho infantil. Ressalto a você que o trabalho
artístico infantil se trata de exceção prevista em Convenção específica da Organi-

zação Internacional do Trabalho.

É vedado também o trabalho noturno e a realização de trabalho com sobrejor-

nada, ou seja, o adolescente, em regra, não poderá fazer horas extras, salvo em

caso de compensação de horas na mesma semana ou no caso de força maior na

qual o trabalho do adolescente seja imprescindível. Atente-se para o fato de que ao

menor aprendiz não há exceção, portanto, a ele é proibida a sobrejornada.

Quanto ao trabalho noturno, é importante esclarecer que o horário noturno vai

depender se o trabalho é urbano ou rural. Não sei se sua prova chegará a esse ní-

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vel de detalhe, mas, se cair, atente-se que o horário noturno no trabalho urbano é

aquele das 22 horas às 5 horas. Já para o trabalho no meio rural, dependerá de ser

o trabalho realizado na lavoura, caso em que o horário será das 21 horas às 5 horas

ou se realizado na pecuária, caso em que será das 20 horas às 4 horas. Já pensou

se isso cai em sua prova?

Ufa! Bom, colega, acho que já tá bom por hoje, né?

Agora vamos ao que realmente vai fazer a diferença em sua prova. Vamos nes-

sa?!!!!

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (FCC/PREFEITURA DE MACAPÁ-AP/EDUCADOR SOCIAL/2018) De acor-

do com o ECA, a garantia de prioridade compreende, dentre outras,

a) apoio às famílias carentes na educação de seus filhos.

b) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias.

c) garantia de ajuda financeira às famílias em situação de pobreza.

d) acesso gratuito nos transportes públicos.

e) distribuição gratuita de ingressos para cinema e teatro.

Questão 2    (FCC/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-MS/2016) No Estatuto da Criança e

do Adolescente, artigo 4º, destacam-se os seguintes aspectos: É dever da ......, da

comunidade, da sociedade em geral e do ...... assegurar, com absoluta prioridade a

efetivação dos direitos referentes à ......, à saúde, à alimentação, à educação [...]

e à convivência familiar e .......

Preenchem as lacunas da frase apresentada, correta e respectivamente,

a) família − poder público − moradia escolar – religiosa.

b) escola − SUS − educação – habitacional.

c) escola − conselho tutelar − vida – comunitária.

d) família − conselho tutelar − moradia – escolar.

e) família − poder público − vida – comunitária.

Questão 3    (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) São aspectos que, entre ou-

tros, o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente − ECA expressamente deter-

mina sejam observados na interpretação de seus dispositivos:

a) As exigências do bem comum e os princípios gerais e especiais do direito da

infância.

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b) Os deveres individuais e a condição peculiar da criança e do adolescente como


pessoas em desenvolvimento.
c) Os direitos sociais e coletivos e o contexto socioeconômico e cultural em que se
encontrem a criança ou adolescente e seus pais ou responsável.
d) Os fins sociais a que se destina a lei e a flexibilidade e informalidade dos proce-
dimentos.
e) O superior interesse da criança e do adolescente e os usos e costumes locais.

Questão 4    (FCC/TRT – 6ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2015) A


proibição do trabalho infantil fundamenta-se no princípio da proteção integral da
criança e do adolescente que, por sua vez, reconhece que a infância é o período de
vida destinado a atividades lúdicas, à prática de esportes, à convivência familiar e
comunitária, ao acesso à educação, neste último caso, estendendo-a à profissiona-
lização e para o aprendizado acadêmico, na busca de sua formação humana. Esse
entendimento somente se consolidou com o advento da Constituição Federal de
a) 37 e do Código de Menores.
b) 37 e do Código de Mello Mattos.
c) 88 e do Estatuto da Criança e do Adolescente.
d) 88 e do Código de Menores.
e) 88 e do Código de Mello Mattos.

Questão 5    (FCC/TRT – 24ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2014) A


partir da edição do Estatuto da Criança e do Adolescente, passou-se a evitar o
vocábulo menor. Porém, no âmbito do Direito do Trabalho, tal palavra não carrega
seu efeito negativo, mantendo-se sua utilização nesse campo. Tal discussão foi
enfrentada pelo Direito do Trabalho porque o Estatuto da Criança e do Adolescente
trouxe consigo a doutrina
a) assistencialista.

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b) da situação irregular.
c) da proteção integral.
d) da indiferença legal.
e) higienista.

Questão 6    (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Analisando-se os paradig-


mas legislativos em matéria de infância e juventude, pode-se afirmar que antes da
edição do Código de Mello Mattos, em 1927, vigorava o modelo
a) higienista.
b) da situação irregular.
c) penal indiferenciado.
d) da proteção integral.
e) da institucionalização para a proteção.

Questão 7    (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Na perspectiva de conceitu-


ar adequadamente as situações de violência contra a criança e o adolescente, o
Estatuto da Criança e do Adolescente, definiu, expressamente
a) negligência grave como a omissão reiterada, por quem detenha o dever de cui-
dado, capaz de produzir danos físicos e/ou psíquicos à criança ou adolescente.
b) castigo físico como a ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso
da força sobre a criança ou adolescente que resulte em sofrimento físico ou lesão.
c) castigo moral como a ação ou omissão que, sem causar dano físico, tenha por
objetivo submeter criança ou adolescente a vexame ou constrangimento.
d) tratamento cruel ou degradante como toda conduta intencionalmente voltada à
violação de um direito fundamental da criança que produza sofrimento ou compro-
meta seu desenvolvimento saudável.
e) abuso infantil como toda prática, omissa ou comissiva, que, direta ou indireta-
mente, submeta a criança à sexualização precoce.

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Questão 8    (FUNIVERSA/SECRETARIA DA CRIANÇA-DF/2015) Ao adolescente

aprendiz é permitido o trabalho.

a) noturno realizado entre as 22 horas de um dia e às cinco horas do dia seguinte,

mediante o pagamento de adicional e hora extra, se for o caso.

b) insalubre, mediante o pagamento do respectivo adicional.

c) realizado em locais que não permitam a frequência à escola quando o adoles-

cente for maior de dezesseis anos de idade e quando o trabalho for necessário para

sua subsistência.

d) sem contraprestação, porque a remuneração desnatura o caráter educativo do

trabalho aprendiz.

e) a partir dos catorze anos de idade, assegurados os direitos trabalhistas e previ-

denciários.

Questão 9    (FUNIVERSA/IF-AP/ASSISTENTE DE ALUNOS/2016) De acordo com o

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990 e suas alterações), é cor-

reto afirmar que

a) a garantia de prioridade no atendimento das crianças e dos adolescentes é de

competência exclusiva do Estado.

b) o direito à dignidade consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica

e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da

identidade, da autonomia, dos valores, das ideias e das crenças, dos espaços e dos

objetos pessoais.

c) é facultativa a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autorida-

des sanitárias.

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d) todas as crianças e todos os adolescentes têm o direito de serem criados e edu-

cados em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária em

ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

e) o poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe,

na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito

de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a

solução da divergência.

Questão 10    (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Com base na nor-

mativa que regula, no país, as atividades laborativas realizadas por crianças e ado-

lescentes, é correto afirmar:

a) É permitido trabalho em regime familiar para a criança: na condição de apren-

diz, a partir dos 12 anos; trabalho protegido, a partir dos 14 anos; e trabalho regu-

lar, a partir dos 16 anos.

b) O trabalho educativo não pode ser, de qualquer forma, remunerado, dada a sua

natureza essencialmente pedagógica.

c) Tanto crianças como adolescentes necessitam de autorização judicial concedida

por meio de alvará para participarem de espetáculos públicos e seus ensaios.

d) Não são proibidas para menores de 18 anos a realização de horas extras, a

remuneração variável ou comissionada, o trabalho externo, noturno, perigoso e

insalubre.

e) É dever das entidades que executam programa de internação, semiliberdade e

liberdade assistida garantir inserção no mercado de trabalho aos adolescentes por

elas atendidos.

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Questão 11    (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2009) A colocação em família

substituta, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,

a) pode dar-se na forma de guarda, tutela, adoção simples ou adoção plena.

b) viabiliza o exercício do direito à convivência familiar por crianças que estejam

cumprindo internação em estabelecimento educacional.

c) exceto na modalidade de adoção, trata-se de medida de proteção cuja aplicação

cabe ao conselho tutelar.

d) não pode ser deferida a família estrangeira, exceto na modalidade de adoção.

e) admite transferência da criança ou adolescente a terceiros desde que com au-

torização dos pais.

Questão 12    (FEPESE/SJC-SC/AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO/2013)

Em relação ao instituto da guarda, assinale a alternativa correta.

a) A guarda não poderá ser oposta contra os pais naturais.

b) A guarda destina-se a regularizar a posse de fato.

c) Uma vez concedida, a guarda não poderá ser revogada.

d) A guarda somente será deferida após a conclusão do processo de adoção.

e) A guarda não assegura à criança ou ao adolescente a condição de dependente

previdenciários.

Questão 13    (FEPESE/DPE-SC/ANALISTA TÉCNICO/2013) Assinale a alternativa

correta de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

a) Entende-se por família natural a comunidade formada por ambos os pais.

b) É vedada, nas modalidades de guarda e de tutela, a colocação da criança ou do

adolescente em família substituta estrangeira.

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c) O reconhecimento de paternidade, que deverá acontecer após o nascimento,

poderá ser realizado no próprio termo de nascimento, por testamento, median-

te escritura ou outro documento público.

d) A família substituta poderá, a qualquer tempo, transferir a criança ou o ado-

lescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais.

e) A família natural que não demonstrar recursos materiais suficientes para o

amparo à criança e ao adolescente poderá perder ou ter suspenso o seu poder

familiar.

Questão 14    (FCC/TJ-CE/JUIZ DE DIREITO/2014) Com relação ao direito à pro-

fissionalização e proteção ao trabalho de adolescentes, consta do Estatuto da

Criança e do Adolescente:

a) É vedado o trabalho noturno ao adolescente submetido a regime familiar de

trabalho.

b) As normas de proteção ao trabalho de adolescentes estão reguladas exclu-

sivamente pelo ECA e pela Constituição Federal.

c) O programa social que tenha por base o trabalho socioeducativo não pode-

rá estar sob a responsabilidade de entidade governamental, mas somente não

governamental sem fins lucrativos.

d) O adolescente aprendiz, maior de catorze anos, tem assegurado os direitos

trabalhistas, afastando-se os previdenciários em razão da natureza do serviço.

e) O adolescente que mantiver participação na venda de produtos originários

de seu trabalho perderá a condição de trabalho educativo de sua atividade.

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Questão 15    (MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) O Estatuto da Criança e do

Adolescente (Lei n. 8.069/1990) e o Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) desti-

nam-se a regular os direitos assegurados à criança, considerando-se a pessoa até

a) doze anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa en-

tre doze e dezoito anos de idade e às pessoas idosas com idade igual ou superior

a sessenta anos.

b) doze anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa en-

tre doze e vinte e um anos de idade e às pessoas idosas com idade igual ou superior

a sessenta anos.

c) doze anos de idade; ao adolescente, considerandose a pessoa entre doze e de-

zoito anos de idade e às pessoas idosas com idade igual ou superior a sessenta e

cinco anos.

d) doze anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa en-

tre doze e dezoito anos de idade e às pessoas idosas com idade superior a sessenta

e cinco anos.

e) dezesseis anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa

entre dezesseis e vinte e um anos de idade e às pessoas idosas com idade superior

a sessenta anos.

Questão 16    (FUNIVERSA/IF-AP/ASSISTENTE DE ALUNOS/2016) No que se refere

ao direito à convivência familiar e comunitária, assinale a alternativa correta à luz

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990 e suas alterações).

a) A falta ou a carência de recursos materiais constitui motivo suficiente para a

perda ou a suspensão do poder familiar.

b) Entende-se por família extensa ou ampliada a comunidade formada pelos pais

ou por qualquer deles e seus descendentes.

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c) O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao fale-


cimento, se deixar descendentes.
d) Entende-se por família natural a que se estende para além da unidade de pais
e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a
criança ou o adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
e) A condenação criminal do pai ou da mãe implicará a destituição do poder fami-
liar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclu-
são, contra o próprio filho ou filha.

Questão 17    (FCC/MPE-PA/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Na colocação de criança


indígena em família substituta será obrigatória.
a) a concordância do Ministério Público.
b) a concordância da liderança indígena.
c) a intervenção do Ministério Público Federal.
d) que ocorra junto a membros da mesma etnia.
e) a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela po-
lítica indigenista.

Questão 18    (FMP/MPE-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Indique a afirmação


correta.
a) É dever do Estado assegurar à criança e aos adolescentes ensino médio, obriga-
tório e gratuito, inclusive para não os que a ele não tiveram acesso na idade própria.
b) é responsabilidade do Estado garantir atendimento em creche e pré-escola às
crianças de zero a oito anos de idade.
c) A comprovada falta ou carência de recursos materiais implica em motivo sufi-
ciente para a perda ou suspensão do pátrio poder.
d) A guarda confere ao seu detentor o direito de opor-se contra terceiros, ainda

que sejam os pais biológicos da criança ou do adolescente.

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GABARITO

1. b

2. e

3. b

4. c

5. c

6. c

7. b

8. e

9. e

10. c

11. d

12. b

13. b

14. a

15. a

16. c

17. e

18. d

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GABARITO COMENTADO

Questão 1    (FCC/PREFEITURA DE MACAPÁ-AP/EDUCADOR SOCIAL/2018) De acor-

do com o ECA, a garantia de prioridade compreende, dentre outras,

a) apoio às famílias carentes na educação de seus filhos.

b) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias.

c) garantia de ajuda financeira às famílias em situação de pobreza.

d) acesso gratuito nos transportes públicos.

e) distribuição gratuita de ingressos para cinema e teatro.

Letra b.

Meu(mnha) querido(a), lembra-se das PRIORIDADES do “P”?

Art. 4º Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:


a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção
à infância e à juventude.

Questão 2    (FCC/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-MS/2016) No Estatuto da Criança e

do Adolescente, artigo 4º, destacam-se os seguintes aspectos: É dever da ......, da

comunidade, da sociedade em geral e do ...... assegurar, com absoluta prioridade a

efetivação dos direitos referentes à ......, à saúde, à alimentação, à educação [...]

e à convivência familiar e .......

Preenchem as lacunas da frase apresentada, correta e respectivamente,

a) família − poder público − moradia escolar – religiosa.

b) escola − SUS − educação – habitacional.

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c) escola − conselho tutelar − vida – comunitária.

d) família − conselho tutelar − moradia – escolar.

e) família − poder público − vida – comunitária.

Letra e.

Essa ficou fácil também. Segundo o art. 4º:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público asse-


gurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida-
de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Sinceramente, eu não gosto de questões assim, mas acredito que a sua prova seja

nesse sentido.

Questão 3    (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) São aspectos que, entre ou-

tros, o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente − ECA expressamente deter-

mina sejam observados na interpretação de seus dispositivos:

a) As exigências do bem comum e os princípios gerais e especiais do direito da

infância.

b) Os deveres individuais e a condição peculiar da criança e do adolescente como

pessoas em desenvolvimento.

c) Os direitos sociais e coletivos e o contexto socioeconômico e cultural em que se

encontrem a criança ou adolescente e seus pais ou responsável.

d) Os fins sociais a que se destina a lei e a flexibilidade e informalidade dos proce-

dimentos.

e) O superior interesse da criança e do adolescente e os usos e costumes locais.

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Letra b.

Eu me lembro de ter falado a respeito do “espírito” do ECA, você se lembra?

Pois é, nosso estatuto se dirige a um fim social que olha para dois lados. De um

lado, a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desen-

volvimento, que devem estar a salvo de qualquer forma de negligência, discri-

minação, exploração, violência, crueldade e opressão. Do outro lado, a punição

de qualquer sujeito que atente contra os seus direitos fundamentais. Portanto,

letra “b” está corretíssima.

Questão 4    (FCC/TRT – 6ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2015) A

proibição do trabalho infantil fundamenta-se no princípio da proteção integral da

criança e do adolescente que, por sua vez, reconhece que a infância é o perío-

do de vida destinado a atividades lúdicas, à prática de esportes, à convivência

familiar e comunitária, ao acesso à educação, neste último caso, estendendo-a

à profissionalização e para o aprendizado acadêmico, na busca de sua formação

humana. Esse entendimento somente se consolidou com o advento da Consti-

tuição Federal de

a) 37 e do Código de Menores.

b) 37 e do Código de Mello Mattos.

c) 88 e do Estatuto da Criança e do Adolescente.

d) 88 e do Código de Menores.

e) 88 e do Código de Mello Mattos.

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Letra c.

Questão muito fácil, pois sabemos que só com a Constituição de 1988 e com o ECA

foi inaugurado o novo paradigma da doutrina da proteção integral das crianças e ado-

lescentes, encarando-os como sujeitos de direitos. Reconheceu-se que a infância é o

período de vida destinado a atividades lúdicas, à prática de esportes, à convivência

familiar e comunitária, ao acesso à educação, neste último caso, estendendo-a à pro-

fissionalização e para o aprendizado acadêmico, na busca de sua formação humana.

Questão 5    (FCC/TRT – 24ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2014) A

partir da edição do Estatuto da Criança e do Adolescente, passou-se a evitar o

vocábulo menor. Porém, no âmbito do Direito do Trabalho, tal palavra não carrega

seu efeito negativo, mantendo-se sua utilização nesse campo. Tal discussão foi

enfrentada pelo Direito do Trabalho porque o Estatuto da Criança e do Adolescente

trouxe consigo a doutrina

a) assistencialista.

b) da situação irregular.

c) da proteção integral.

d) da indiferença legal.

e) higienista.

Letra c.

Eu realmente fico impressionado como caem questões a respeito da teoria da pro-

teção integral. Essa é mais uma questão parecida com a segunda questão de nossa

aula. Já sabemos que o paradigma encampado pelo ECA foi a doutrina da proteção

integral das crianças e adolescentes, encarando-os como sujeitos de direitos, e não

mais como objeto de proteção ou simples portadores de carência.

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Questão 6    (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2013) Analisando-se os paradig-

mas legislativos em matéria de infância e juventude, pode-se afirmar que antes da

edição do Código de Mello Mattos, em 1927, vigorava o modelo

a) higienista.

b) da situação irregular.

c) penal indiferenciado.

d) da proteção integral.

e) da institucionalização para a proteção.

Letra c.

Opa, essa questão é difícil. Perceba que ela fez referência ao paradigma anterior

ao ECA. Já te adianto que essas fases não são pacíficas entre a doutrina, tendo,

inclusive, divisões com nomenclaturas distintas e quantidade de fases diferentes, a

depender do autor. Para essa questão seguiu-se o entendimento do professor Pau-

lo Leporé, para o qual a situação do menor passou por três fases:

1. fase da absoluta indiferença, em que não existiam normas relacionadas a essas

pessoas;

2. fase da mera imputação criminal ou do direito Penal indiferenciado, na qual as

leis tinham o único propósito de coibir a prática de ilícitos (Ordenações Afonsinas

e Filipinas, Código Criminal do Império de 1830, Código Penal de 1890). Inexistia

qualquer tratamento diferenciado ou protetivo destinado à criança e ao adoles-

cente. Todos eram segregados dentro do mesmo estabelecimento prisional, inde-

pendentemente da idade, não existia dosimetria da pena, podendo o juiz deixar a

criança segregada pelo tempo que quisesse;

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3. fase tutelar (século XX): foram criados códigos específicos às crianças e aos

adolescentes, porém com intuito repressivo, higienista, e não de garantia de

direitos. Não existia respeito ao devido processo legal, defesa técnica, assistên-

cia judiciária, individualização da pena, responsabilidade especial pela prática

de ato infracional etc.

• Código Mello Mattos – 1927: nessa época vigorava a doutrina do menor ou

doutrina da situação irregular, despertando o interesse do Estado apenas

os órfãos, abandonados e delinquentes, em função do incômodo gerado

para a sociedade. E a única solução encontrada à época era a institucio-

nalização, de todos, conjunta e indistintamente. Misturavam os órgãos e

as crianças em situação de delinquência.

• Código de Menores – 1979: Não avançou em nada em relação ao Código

anterior. Vigorava ainda a doutrina do menor ou a doutrina da situação

irregular.

Questão 7    (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Na perspectiva de con-

ceituar adequadamente as situações de violência contra a criança e o adoles-

cente, o Estatuto da Criança e do Adolescente, definiu, expressamente

a) negligência grave como a omissão reiterada, por quem detenha o dever de

cuidado, capaz de produzir danos físicos e/ou psíquicos à criança ou adolescente.

b) castigo físico como a ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com

o uso da força sobre a criança ou adolescente que resulte em sofrimento físico

ou lesão.

c) castigo moral como a ação ou omissão que, sem causar dano físico, tenha

por objetivo submeter criança ou adolescente a vexame ou constrangimento.

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d) tratamento cruel ou degradante como toda conduta intencionalmente voltada à

violação de um direito fundamental da criança que produza sofrimento ou compro-

meta seu desenvolvimento saudável.

e) abuso infantil como toda prática, omissa ou comissiva, que, direta ou indireta-

mente, submeta a criança à sexualização precoce.

Letra b.

Mais uma questão que trata da chamada Lei Menino Bernardo, erroneamente cha-

mada de Lei da Palmada. Justamente o art. 18-B, parágrafo único:

Para os fins desta Lei, considera-se:(Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)


I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força
física sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico;
b) lesão;
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em re-
lação à criança ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.

Questão 8    (FUNIVERSA/SECRETARIA DA CRIANÇA-DF/2015) Ao adolescente

aprendiz é permitido o trabalho.

a) noturno realizado entre as 22 horas de um dia e às cinco horas do dia seguinte,

mediante o pagamento de adicional e hora extra, se for o caso.

b) insalubre, mediante o pagamento do respectivo adicional.

c) realizado em locais que não permitam a frequência à escola quando o adoles-

cente for maior de dezesseis anos de idade e quando o trabalho for necessário para

sua subsistência.

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d) sem contraprestação, porque a remuneração desnatura o caráter educativo do

trabalho aprendiz.

e) a partir dos catorze anos de idade, assegurados os direitos trabalhistas e previ-

denciários.

Letra e.

Sabemos que é constitucionalmente proibido qualquer trabalho a menor de quator-

ze anos de idade e ao menor de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a

partir dos quatorze. Em seguida, o art. 65 do ECA dispõe que:

Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhis-


tas e previdenciários.

Questão 9    (FUNIVERSA/IF-AP/ASSISTENTE DE ALUNOS/2016) De acordo com o

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990 e suas alterações), é cor-

reto afirmar que

a) a garantia de prioridade no atendimento das crianças e dos adolescentes é de

competência exclusiva do Estado.

b) o direito à dignidade consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica

e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da

identidade, da autonomia, dos valores, das ideias e das crenças, dos espaços e dos

objetos pessoais.

c) é facultativa a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autorida-

des sanitárias.

d) todas as crianças e todos os adolescentes têm o direito de serem criados e edu-

cados em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária em

ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

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e) o poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe,

na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito

de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a

solução da divergência.

Letra e.

a) Errada. Vimos que o ECA atribuiu também ampla responsabilidade na prioriza-

ção e efetivação de tais direitos, sendo dever da família, da comunidade e socie-

dade em geral e do poder público (art. 4º, caput, do ECA).

b) Errada. Está errada por um detalhe muito bobo. Trata-se do Direito ao Res-

peito e não do Direito à Dignidade. Aliás, ao meu ver, isso mostra como o exa-

minador gosta do “decoreba”. Mas é o que temos para hoje (art. 17 do ECA).

c) Errada. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas

autoridades sanitárias, nos termos do art. 14, § 1º.

d) Errada. Lembre-se de que o lugar natural da criança e do adolescente é no sei

de sua família natural, e só excepcionalmente em família substituta.

e) Certa. Trata-se da literalidade do art. 21 do ECA:

O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na
forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em
caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da
divergência.

Questão 10    (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) Com base na nor-

mativa que regula, no país, as atividades laborativas realizadas por crianças e ado-

lescentes, é correto afirmar:

a) É permitido trabalho em regime familiar para a criança: na condição de apren-

diz, a partir dos 12 anos; trabalho protegido, a partir dos 14 anos; e trabalho regu-

lar, a partir dos 16 anos.

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b) O trabalho educativo não pode ser, de qualquer forma, remunerado, dada a sua

natureza essencialmente pedagógica.

c) Tanto crianças como adolescentes necessitam de autorização judicial concedida

por meio de alvará para participarem de espetáculos públicos e seus ensaios.

d) Não são proibidas para menores de 18 anos a realização de horas extras, a

remuneração variável ou comissionada, o trabalho externo, noturno, perigoso e

insalubre.

e) É dever das entidades que executam programa de internação, semiliberdade e

liberdade assistida garantir inserção no mercado de trabalho aos adolescentes por

elas atendidos.

Letra c.

a) Errada. Sabemos que a idade mínima constitucional para o trabalho no Brasil

é de quatorze anos, desde que seja como aprendiz, e a partir dos dezesseis

anos, sendo vedado o desempenho de determinadas atividades, como trabalho

insalubre, perigoso ou penoso e em locais que sejam prejudiciais ao seu desenvol-

vimento, bem como em horários que não permitam o acesso à escola.

b) Errada. Não existe proibição a respeito de o trabalho educativo ser remunerado.

Art. 68 § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a par-


ticipação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

c) Certa. Embora ainda não tenhamos trabalhado o assunto, trata-se do art. 149:

Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante


alvará:
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.

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d) Errada. Já cansamos de ver isso em nossa aula (art. 67 do ECA).

e) Errada. Nos termos do art. 119, III, ECA, apesar de não termos trabalhado isso

ainda. Vejamos:

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competen-


te, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no
mercado de trabalho.

Questão 11    (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2009) A colocação em família

substituta, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,

a) pode dar-se na forma de guarda, tutela, adoção simples ou adoção plena.

b) viabiliza o exercício do direito à convivência familiar por crianças que estejam

cumprindo internação em estabelecimento educacional.

c) exceto na modalidade de adoção, trata-se de medida de proteção cuja aplicação

cabe ao conselho tutelar.

d) não pode ser deferida a família estrangeira, exceto na modalidade de adoção.

e) admite transferência da criança ou adolescente a terceiros desde que com au-

torização dos pais.

Letra d.

a) Errada. Antigamente, existia uma diferença entre a adoção simples (regulada

pelo Código Civil de 1916) e aquela regulada pelo ECA. No entanto, com o Código

Civil de 2002 (arts. 1.618 a 1.629), o ECA se aplica a todos os tipos de adoção,

independentemente da idade do adotando. Não fazendo sentido essa diferenciação,

pois não temos mais a chamada adoção simples, na qual existia um vínculo familiar

apenas entre o adotante e o adotado, não com o pai do adotante ou avó, o que

refletia na questão da herança. Hoje toda adoção é plena.

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b) Errada. É incompatível a convivência familiar do internado no seio de sua famí-

lia natural.

c) Errada. Já sabemos que a colocação em família substituta é medida de excep-

cionalidade e de indispensável intervenção judicial.

d) Certa. Essa está fácil. A colocação em família substituta estrangeira constitui

medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção (art. 31 do

ECA).

e) Errada. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança

ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais,

sem autorização judicial (art. 30 do ECA).

Questão 12    (FEPESE/SJC-SC/AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO/2013)

Em relação ao instituto da guarda, assinale a alternativa correta.

a) A guarda não poderá ser oposta contra os pais naturais.

b) A guarda destina-se a regularizar a posse de fato.

c) Uma vez concedida, a guarda não poderá ser revogada.

d) A guarda somente será deferida após a conclusão do processo de adoção.

e) A guarda não assegura à criança ou ao adolescente a condição de dependente

previdenciários.

Letra b.

Acredito que trabalhamos todas as assertivas dessa questão em nossa aula. Ob-

serve.

a) Errada. Também vimos que poderá ser oposta, inclusive contra os pais (art. 33,

caput, do ECA).

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b) Certa. Vimos que a guarda tem por objetivo regular uma situação de fato, ou

seja, uma situação que já acontece no mundo real, mas não encontra regularidade

no mundo jurídico.

c) Errada. Vimos, também, que a guarda poderá ser revogada.

d) Errada. A guarda poderá ser por meio de liminar ou incidentalmente no proces-

so de tutela e adoção (art. 33, § 1º, do ECA).

Questão 13    (FEPESE/DPE-SC/ANALISTA TÉCNICO/2013) Assinale a alternativa

correta de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

a) Entende-se por família natural a comunidade formada por ambos os pais.

b) É vedada, nas modalidades de guarda e de tutela, a colocação da criança ou do

adolescente em família substituta estrangeira.

c) O reconhecimento de paternidade, que deverá acontecer após o nascimento,

poderá ser realizado no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante

escritura ou outro documento público.

d) A família substituta poderá, a qualquer tempo, transferir a criança ou o adoles-

cente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais.

e) A família natural que não demonstrar recursos materiais suficientes para o am-

paro à criança e ao adolescente poderá perder ou ter suspenso o seu poder familiar.

Letra b.

a) Errada. O conceito de família natural é a comunidade formada pelos pais ou

qualquer deles e seus descendentes. Portanto, o pai e mãe e seu(s) filho(s), ou

apenas um dos pais com seus descendentes (art. 25 do ECA).

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b) Certa. Segundo o art. 31 do ECA,

A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente


admissível na modalidade de adoção.

c) Errada. Segundo o art. 26, parágrafo único,

O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento,


se deixar descendentes.

d) Errada. Segundo o art. 30,

A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente


a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais, sem autorização
judicial.

e) Errada. Dispõe o art. 23 do ECA:

A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda
ou a suspensão do pátrio poder familiar.

Questão 14    (FCC/TJ-CE/JUIZ DE DIREITO/2014) Com relação ao direito à profis-

sionalização e proteção ao trabalho de adolescentes, consta do Estatuto da Criança

e do Adolescente:

a) É vedado o trabalho noturno ao adolescente submetido a regime familiar de

trabalho.

b) As normas de proteção ao trabalho de adolescentes estão reguladas exclusiva-

mente pelo ECA e pela Constituição Federal.

c) O programa social que tenha por base o trabalho socioeducativo não poderá

estar sob a responsabilidade de entidade governamental, mas somente não gover-

namental sem fins lucrativos.

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d) O adolescente aprendiz, maior de catorze anos, tem assegurado os direitos tra-

balhistas, afastando-se os previdenciários em razão da natureza do serviço.

e) O adolescente que mantiver participação na venda de produtos originários de

seu trabalho perderá a condição de trabalho educativo de sua atividade.

Letra a.

a) Certa. Vimos que o trabalho noturno ao adolescente é vedado, inclusive o de

regime familiar de trabalho.

b) Errada. Vimos que se trata de um sistema no qual estão o ECA, a Constituição

Federal e a Consolidação das Leis do Trabalho.

c) Errada. Poderá ser realizado por entidades governamentais e não governamen-

tais, nos termos do art. 68 do ECA.

d) Errada. O adolescente aprendiz tem assegurados os direitos trabalhistas e pre-

videnciários, nos termos do art. 65 do ECA.

e) Errada. A participação na venda de produtos originários de seu trabalho não

perderá a condição de trabalho educativo de sua atividade.

Art. 68, § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a


participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

Questão 15    (MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) O Estatuto da Criança e do

Adolescente (Lei n. 8.069/1990) e o Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) desti-

nam-se a regular os direitos assegurados à criança, considerando-se a pessoa até

a) doze anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa en-

tre doze e dezoito anos de idade e às pessoas idosas com idade igual ou superior

a sessenta anos.

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b) doze anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa en-

tre doze e vinte e um anos de idade e às pessoas idosas com idade igual ou superior

a sessenta anos.

c) doze anos de idade; ao adolescente, considerandose a pessoa entre doze e de-

zoito anos de idade e às pessoas idosas com idade igual ou superior a sessenta e

cinco anos.

d) doze anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa en-

tre doze e dezoito anos de idade e às pessoas idosas com idade superior a sessenta

e cinco anos.

e) dezesseis anos de idade incompletos; ao adolescente, considerando-se a pessoa

entre dezesseis e vinte e um anos de idade e às pessoas idosas com idade superior

a sessenta anos.

Letra a.

Essa questão é fácil, mas de leitura cansativa. Coloquei essa questão aqui porque

achei muito interessante o fato de ela trabalhar o ECA e o Estatuto do Idoso de

forma conjunta. É claro que, se você me permitir, serei eu o seu professor de Esta-

tuto do Idoso em outro curso. Já sabemos que criança é a pessoa de até 12 anos

de idade incompletos, e adolescente é aquela entre 12 e 18 anos de idade. Com

relação ao idoso, é a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. Lembre-se de

que completamos a idade no primeiro instante da data em que fazemos aniversá-

rio, independentemente do horário de nosso nascimento.

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Questão 16    (FUNIVERSA/IF-AP/ASSISTENTE DE ALUNOS/2016) No que se refere

ao direito à convivência familiar e comunitária, assinale a alternativa correta à luz

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990 e suas alterações).

a) A falta ou a carência de recursos materiais constitui motivo suficiente para a

perda ou a suspensão do poder familiar.

b) Entende-se por família extensa ou ampliada a comunidade formada pelos pais

ou por qualquer deles e seus descendentes.

c) O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao fale-

cimento, se deixar descendentes.

d) Entende-se por família natural a que se estende para além da unidade de pais

e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a

criança ou o adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.

e) A condenação criminal do pai ou da mãe implicará a destituição do poder fami-

liar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclu-

são, contra o próprio filho ou filha.

Letra c.

Perceba o quanto o examinador tem predileção por alguns dispositivos.

a) Errada. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo sufi-

ciente para a perda ou a suspensão do poder familiar (art. 23 do ECA).

b) Errada. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende

para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes

próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém víncu-

los de afinidade e afetividade (art. 25, parágrafo único, do ECA).

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c) Certa. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-

-lhe ao falecimento, se deixar descendentes (art. 26, parágrafo único, do ECA).

d) Errada. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais

ou qualquer deles e seus descendentes (art. 25, caput, do ECA).

e) Errada. É justamente o contrário. A regra é que a condenação criminal não

implique a destituição do poder familiar; a exceção é a hipótese de condenação

por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular

do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente (art. 23, §

2º, do ECA).

Questão 17    (FCC/MPE-PA/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Na colocação de

criança indígena em família substituta será obrigatória.

a) a concordância do Ministério Público.

b) a concordância da liderança indígena.

c) a intervenção do Ministério Público Federal.

d) que ocorra junto a membros da mesma etnia.

e) a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela

política indigenista.

Letra e.

Meu(minha) nobre, essa questão também foi abordada em nossa aula. No caso

de colocação de criança indígena em família substituta, será obrigatória a inter-

venção da Funai, órgão federal responsável pela política indigenista.

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Questão 18    (FMP/MPE-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Indique a afirmação

correta.

a) É dever do Estado assegurar à criança e aos adolescentes ensino médio, obri-

gatório e gratuito, inclusive para não os que a ele não tiveram acesso na idade

própria.

b) é responsabilidade do Estado garantir atendimento em creche e pré-escola às

crianças de zero a oito anos de idade.

c) A comprovada falta ou carência de recursos materiais implica em motivo sufi-

ciente para a perda ou suspensão do pátrio poder.

d) A guarda confere ao seu detentor o direito de opor-se contra terceiros, ainda

que sejam os pais biológicos da criança ou do adolescente.

Letra d.

a) Errada. Lembre-se de que a obrigatoriedade é para o ensino fundamental, de-

vendo ser gratuita e de matrícula obrigatória, com progressiva extensão de sua

obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio, nos termos do art. 54, I e II, ECA.

b) Errada. Esse dispositivo foi alterado pela Lei n. 13.306/2016, para atender ao

que dispunha o art. 208, IV, da CF após a EC n. 53/2006. No entanto, mesmo antes

de tais alterações, a idade era de 0 a 6 anos; hoje, o art. 54, IV, do ECA dispõe que

se assegura a creche ou a pré-escola de 0 até 5 anos de idade.

c) Errada. Nós já estamos cansados de saber que a carência de recursos materiais

não é motivo para a perda ou suspensão do poder familiar.

d) Certa. Lembro-me de ter tratado isso em nossa aula quando falamos sobre a

guarda. É a literalidade do art. 33 do ECA.

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Querido(a) concurseiro(a), é com muito carinho que informo a conclusão de

nossa primeira aula rumo a sua aprovação. Agradeço de coração a confiança depo-

sitada em meu trabalho. Desejo sucesso em seu objetivo. Deus o abençoe e até a

próxima aula.

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