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2023
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA
CENTRO DE APOIO OPERACIONAL ÀS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA
DA INFÂNCIA E JUVENTUDE E FAMÍLIA
EQUIPE TÉCNICA
DF Distrito Federal
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 30
APRESENTAÇÃO
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Criança e do Adolescente (CONSEC). Nesse sentido, o objetivo é evitar nulidades
eventuais no processo de seleção, contribuindo, assim, de forma efetiva para a garantia
da lisura das eleições, da participação da comunidade e do fortalecimento do debate em
torno dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Este Centro de Apoio integra a Comissão Interinstitucional que foi formada para
articular a realização do processo de escolha nos municípios potiguares – da qual
também fazem parte o Consec, a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte
(FEMURN), a Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e
dos Direitos Humanos (SEMJIDH), o Colegiado Estadual de Gestores Municipais de
Assistência Social (COEGEMAS) e o Observatório da População Infantojuvenil em
Contextos de Violência, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(OBIJUV/UFRN).
Destaca-se que em breve será disponibilizada a sugestão de calendário de todas
as fases do pleito unificado, na tentativa de que os municípios avancem,
simultaneamente em cada umas das etapas, dentro do possível, e realizem a eleição e
posse dos eleitos nas datas unificadas.
Essa Comissão Interinstitucional também está realizando tratativas junto ao
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) visando ao apoio à eleição unificada dos conselheiros
tutelares, e será feita a publicização, tão logo sejam definidos os termos desse apoio.
No mais, o CAOPIJF se disponibiliza a auxiliar os membros e servidores, no que
lhe couber, e deseja a todos uma atuação exitosa nesse processo tão relevante para os
direitos infantojuvenis.
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I. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A ELEIÇÃO UNIFICADA
DOS MEMBROS DO CONSELHO TUTELAR
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2. O que o edital do processo de escolha
dos conselheiros tutelares deverá dispor?
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3. Quais os requisitos para a candidatura a membro
do Conselho Tutelar?
Conforme o art. 133 do ECA são exigidos 03 (três) requisitos para a candidatura
a membro do Conselho Tutelar:
• reconhecida idoneidade moral;
• idade superior a 21 anos de idade; e
• residir no município.
Em conformidade com o princípio da municipalização, disposto no art. 88, inciso
I do ECA, e também com fulcro no art. 30, inciso II da CF/88, o município está
autorizado a suplementar as disposições da norma estatutária e ampliar esses requisitos
conforme a realidade local.
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5. Para se candidatar a membro do Conselho Tutelar
é necessário qual grau de escolaridade?
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7. A quem cabe conduzir o processo de escolha
dos conselheiros tutelares?
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139, § 1º, ECA. A posse dos conselheiros escolhidos ocorre, também, em data
unificada, no caso, no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha,
conforme art. 139, § 2º, ECA.
Por ser uma regra disposta em lei federal, não pode ser estabelecida data diferente
nas leis municipais.
A eleição unificada é realizada por meio de sufrágio universal e direto, pelo voto
uninominal facultativo e secreto dos eleitores do respectivo Município ou do Distrito
Federal (5º, inciso I, da Resolução nº 231/2022, do Conanda).
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feita, é perfeitamente possível que o Município ou DF disponha de mais de um órgão
tutelar, desde que sua criação seja feita mediante lei.
Quanto à votação do eleitorado, a Resolução n. 231/2022, do Conanda, ao
revogar a Resolução nº 170/2014, indica, no art. 6º, § 2°, que, em havendo mais de um
Conselho Tutelar no município, preferencialmente, a votação se dará respeitando a
correspondência entre o domicílio eleitoral do eleitor e a região de atendimento do
Conselho Tutelar. Nesse caso, o candidato deverá comprovar residência fixa na região
de atendimento do Conselho Tutelar a que pretende concorrer (art. 6º, §3º, da
Resolução n. 231/2022 do Conanda).
Caso a lei local seja omissa nesse ponto, caberá ao CMDCA disciplinar a questão
no Edital que regula o processo de escolha, pois esse é um aspecto do pleito que não
pode ficar sem disciplina normativa (Guia de Atuação do Ministério Público na
Fiscalização do Processo de Escolha do Conselho Tutelar, do CNMP).
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13. Quem serão considerados suplentes no processo de escolha?
Serão suplentes todos aqueles que tiverem suas candidaturas habilitadas pela
Comissão Especial e obtiverem votos no processo de escolha, observando a ordem de
classificação publicada. Deste modo, não serão suplentes apenas os cinco candidatos
com maior número de votos além dos candidatos eleitos e, sim, todos aqueles que
receberam votos da população local, observada a ordem de classificação de votação
(arts. 6º e 16, Resolução nº 231/2022 do Conanda).
De acordo com a nova redação do art. 132, do ECA, dada pela Lei nº 13.824, de
2019, não há mais limite à recondução ao Conselho Tutelar, como ocorria antes dessa
lei (era permitida uma recondução, mediante novo processo de escolha). Sendo assim,
os conselheiros em exercício podem concorrer a indefinidos processos de escolha e, se
eleitos, serão novamente empossados no cargo de membro do Conselho Tutelar.
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vista que o processo de escolha não é regulado pela Lei Eleitoral ou pelas demais
normas que regem as eleições gerais.
Ressalte-se que, embora seja possível incorporar, ao processo de escolha dos
membros do Conselho Tutelar, algumas disposições da legislação eleitoral (inclusive
sobre a necessidade de desincompatibilização de servidores municipais, durante a
campanha), isso deve ocorrer a partir de uma alteração da legislação municipal, que deve
incorporar, pontualmente, as normas da lei eleitoral que se deseje aplicar, promovendo,
sempre que necessário, as adaptações devidas.
A desincompatibilização aqui tratada não se confunde com a necessária
desincompatibilização do conselheiro tutelar em exercício para concorrer nas eleições
gerais (Vereador, Prefeito, Deputado etc.), prevista no art. 1º, I, “o”, da Lei
Complementar nº 64/1990 e referendada pela jurisprudência do Tribunal Superior
Eleitoral (Recurso Especial Eleitoral nº 16878. Relator Min. Nelson Jobim. Julgamento
em 27/09/2000), pois nesta hipótese o afastamento é obrigatório.
O ECA prevê em seu art. 140 quem estão impedidos de servir no mesmo
Conselho Tutelar: cônjuges, companheiros, mesmo que em união homoafetiva, ou
parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau. Esses
impedimentos do conselheiro se estendem em relação à Autoridade judiciária e ao
Representante do Ministério Público com atuação na justiça da Infância e da Juventude
da mesma comarca, foro regional ou distrital. Nesse sentido, também é a Resolução do
Conanda nº 231/2022 (art. 15).
O verbo servir, utilizado na redação do art. 140, do ECA, revela que a vedação
diz respeito ao exercício da função de conselheiro tutelar, ou seja, da atuação propriamente
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dita, de forma concomitante, pelos parentes e pessoas acima citadas, seja como titular
ou suplente.
Não há proibição, porém, que esses indivíduos concorram ao pleito como
candidatos. Entretanto, se ambos forem eleitos, caberá a um deles renunciar à condição
de titular ou suplente, em regra.
Antes da eleição:
Acompanhar todas as fases do processo de escolha, quais sejam:
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candidatos conduzida pela Comissão Especial para esclarecimento das
normas do processo de escolha e regras de campanha;
g) envio dos dados e documentos dos candidatos habilitados ao Consec para
inseminação das urnas eletrônicas pelo Tribunal Regional Eleitoral (para o
Município que for usar urna eletrônica);
h) definição dos locais de votação;
i) período da campanha eleitoral;
j) divulgação dos locais de votação do processo de escolha;
k) treinamento dos mesários e escrutinadores.
No dia da eleição:
a) acompanhar o processo de votação, com visita às mesas receptoras, fazendo
constar da ata os horários em que esteve nos referidos locais;
b) prestar as informações inerentes a sua atuação;
c) disponibilizar telefone de contato e e-mail aos membros da Comissão Especial
Eleitoral, para o caso de eventual situação que demande sua intervenção;
d) acompanhar o processo de apuração dos votos, observando se foi preservada
a inviolabilidade das urnas, a fiel contagem dos votos, refletindo, assim, a
vontade da sociedade;
e) durante a apuração, verificar se as urnas se encontram intactas e se há
registros em ata que indiquem a necessidade de decisão pela Comissão
Especial do Processo de Escolha;
f) ao final, verificar se o número de votos constantes das urnas foi compatível
com o número de pessoas que assinaram a lista de presença.
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Recomenda-se ao membro que presenciar, no dia da eleição, a prática de
condutas vedadas previstas no ECA, Lei Municipal, Resoluções do Conanda, Consec e
do CMDCA que adote as seguintes providências:
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Para maior aprofundamento sobre a atuação ministerial no processo de escolha,
vide o Guia de Atuação do Ministério Público na Fiscalização do Processo de Escolha
do Conselho Tutelar, do CNMP (2023), que também está disponível na pasta
compartilhada denominada < material para subsidiar a atuação ministerial no processo
de escolha >, cujo link consta nesse e-book.
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20. Como pode ser feita a propaganda eleitoral pelo candidato
ao cargo de conselheiro tutelar?
Art. 5° A relação de condutas ilícitas e vedadas seguirá o que deve estar disposto
na legislação federal e municipal, devendo os Conselhos Municipais dos
Direitos da Criança e do Adolescente, nos casos omissos, regulamentar
sobre sanções, de modo a evitar o abuso do poder político, econômico,
religioso, institucional e dos meios de comunicação.
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21. Como o candidato poderá fazer sua
propaganda eleitoral na internet?
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I - abuso do poder econômico na propaganda feita por meio dos veículos de
comunicação social, com previsão legal no art. 14, § 9º, da Constituição
Federal; na Lei Complementar Federal nº 64/1990 (Lei de Inelegibilidade);
e no art. 237 do Código Eleitoral, ou as que as suceder;
II - doação, oferta, promessa ou entrega ao eleitor de bem ou vantagem pessoal
de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor;
III - propaganda por meio de anúncios luminosos, faixas, cartazes ou inscrições
em qualquer local público;
IV - participação de candidatos, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, de
inaugurações de obras públicas;
V - abuso do poder político-partidário assim entendido como a utilização da
estrutura e financiamento das candidaturas pelos partidos políticos no
processo de escolha;
VI - abuso do poder religioso, assim entendido como o financiamento das
candidaturas pelas entidades religiosas no processo de escolha e veiculação
de propaganda em templos de qualquer religião, nos termos da Lei Federal
nº 9.504/1997 e alterações posteriores;
VII - favorecimento de candidatos por qualquer autoridade pública ou utilização,
em benefício daqueles, de espaços, equipamentos e serviços da
Administração Pública;
VIII - distribuição de camisetas e qualquer outro tipo de divulgação em vestuário;
IX - propaganda que implique grave perturbação à ordem, aliciamento de
eleitores por meios insidiosos e propaganda enganosa:
a) considera-se grave perturbação à ordem, propaganda que fira as posturas
municipais, que perturbe o sossego público ou que prejudique a higiene e a
estética urbanas;
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b) considera-se aliciamento de eleitores por meios insidiosos, doação,
oferecimento, promessa ou entrega ao eleitor de bem ou vantagem pessoal
de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor;
c) considera-se propaganda enganosa a promessa de resolver eventuais
demandas que não são da atribuição do Conselho Tutelar, a criação de
expectativas na população que, sabidamente, não poderão ser equacionadas
pelo Conselho Tutelar, bem como qualquer outra que induza dolosamente o
eleitor a erro, com o objetivo de auferir, com isso, vantagem à determinada
candidatura.
X - propaganda eleitoral em rádio, televisão, outdoors, carro de som, luminosos,
bem como por faixas, letreiros e banners com fotos ou outras formas de
propaganda de massa;
XI - abuso de propaganda na internet e em redes sociais.
Além das vedações dispostas no art. 139, § 3º, do ECA, a Resolução nº 231/2022
do Conanda, em seu art. 8º, § 10, proíbe aos candidatos que no dia da eleição seja
utilizado espaço na mídia; transporte de eleitores; uso de alto-falantes, amplificadores
de sons ou promoção de comício ou carreata; distribuir material de propaganda política
ou a prática de aliciamento, coação ou manifestação que possam influenciar a vontade
do eleitor; e qualquer tipo de propaganda, inclusive “boca de urna”, dispositivo que
também é reproduzido na Resolução nº 134/2023, do Consec (art. 5º, § 10).
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24. Qual a quantidade de fiscais deverá estar presente
durante a eleição, dentro e fora do local de votação?
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25. Como é realizada a solicitação das urnas de votação?
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II. MATERIAL PARA SUBSIDIAR A ATUAÇÃO MINISTERIAL NO
PROCESSO DE ESCOLHA DOS MEMBROS DO CONSELHO TUTELAR
https://bit.ly/materialCT
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REFERÊNCIAS
TAVARES, Patrícia Silveira. O Conselho Tutelar. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira
Lobo Andrade Maciel (Coord.). Curso de direito da criança e do adolescente:
aspectos teóricos e práticos. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
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