Você está na página 1de 86

DIREITO ELEITORAL

Justiça Eleitoral

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
230807115769

WESLEI MACHADO

Weslei Machado é Promotor de Justiça Substituto no Ministério Público do Estado


do Amazonas e Promotor Eleitoral da 38ª Zona Eleitoral do Estado do Amazonas,
Especialista em Direito Constitucional – IDP, foi Analista Judiciário – Área Judiciária
do TSE (2007/2017); foi Assessor de Desembargador no TJDFT (2016/2017; professor
de diversos cursos preparatórios para concursos em Brasília; professor e foi Assessor
do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília.

MARCOS CARVALHEDO

Analista Judiciário do TSE desde 1996. No Tribunal exerceu os cargos de Coordenador


de Autuação e Distribuição (2008-2009) e (2017-2018), Assessor da Presidência
(2016-2017), Tutor dos Cursos da Enfam para juízes eleitorais (2017-2018), e
atualmente é Assessor de Ministro. Bacharel em Direito pelo Uniceub, Ciência
Econômicas pela Unb, Pós graduado em Processo Civil pela LFG.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1. Aspectos Gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Características da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3. Funções da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. Tribunal Superior Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.1. Jurisdição e Sede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.2. Hipóteses Didáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.3. Composição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.4. Composição: Possibilidade de Alteração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.5. Escolha de Ministros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.6. Presidente, Vice-Presidente e Corregedor-Geral Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . 22
4.7. Temporalidade dos Ministros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5. Tribunal Regional Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.1. Jurisdição e Sede do TRE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.2. Composição do TRE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.3. Processo de Escolha de Membros do TRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.4. Vedações à Escolha dos Membros do TRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.5. Presidente, Vice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral. . . . . . . . . . . . . 33
5.6. Temporalidade no Cargo de Membro do TRE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
6. Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6.1. Justiça Eleitoral (Órgãos e Origem dos Membros). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6.2. Processo de Escolha do Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6.3. Jurisdição do Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
6.4. Temporalidade no Cargo de Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 3 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

7. Junta Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
7.1. Composição das Juntas Eleitorais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
7.2. Processo de Escolha dos Membros da Junta Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
7.3. Vedações à Escolha de Membros da Junta Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
8. Quórum de Deliberação dos Órgãos da Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
9. Competências da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
9.1. Estudo Comparativo das Competências da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . 43
10. Recursos na Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
11. Estudo Isolado das Competências da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
11.1. Competências do TSE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
12. Competências do TRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
13. Competências do Juiz Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
14. Competências da Junta Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 4 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

APRESENTAÇÃO
Querido(a) aluno(a), tudo bem?
Em nossa aula de hoje, trataremos da Justiça Eleitoral. Abordaremos, desse modo,
a organização e as competências da Justiça Eleitoral, conforme prescrição contida na
Constituição Federal e no Código Eleitoral.
Não perca nenhum detalhe desta aula. Estamos diante de um dos temas mais cobrados em
concursos públicos nos quais a disciplina Direito Eleitoral integra o conteúdo programático.
Está preparado(a)? Vamos lá!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 5 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

JUSTIÇA ELEITORAL
Caro(a) aluno(a), vamos iniciar nosso curso tratando dos aspectos gerais da Justiça
Eleitoral. Essa primeira parte da aula é importante para que você comece a perceber que
a Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário com características muito singulares.
Desde a definição de suas competências (funções jurisdicional, administrativa, consultiva
e regulamentar) até o modelo de sua organização funcional (composição híbrida e não
vitalícia), tudo (ou quase tudo) na Justiça Eleitoral é um tanto diferente.
Após você conhecer os aspectos gerais da Justiça Eleitoral e perceber sua singularidade,
passaremos, na segunda parte da aula, a estudar a organização da justiça eleitoral e, na
terceira e última parte, finalizaremos o estudo tratando especificamente da organização
do Tribunal Superior Eleitoral.
Vamos lá!

1. JUSTIÇA ELEITORAL

1.1. ASPECTOS GERAIS


A Justiça Eleitoral é composta por órgãos que integram a estrutura do Poder Judiciário
da União. Não é uma estrutura que pode ser criada pelos Estados. Seu orçamento é aprovado
pelo Congresso Nacional. Seus servidores são federais e, sendo vítimas de crime no exercício de
suas atribuições, a Justiça Comum Federal será competente para processar e julgar o delito.
Apesar de ser um ramo Especializado do Poder Judiciário da União, a Justiça Eleitoral
não possui um quadro próprio de magistrados. Os juízes que a integram pertencem a outros
tribunais, como será visto oportunamente.
São órgãos que compõem a Justiça Eleitoral, nos termos do art. 118 da CF:

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais; III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
Em plena compatibilidade com a Constituição Federal está o art. 12 do Código Eleitoral:
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País;
II – um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta
do Tribunal Superior, na Capital de Território;
III – Juntas Eleitorais;
IV – Juízes Eleitorais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 6 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Assim, tem-se a seguinte estrutura:

Dos órgãos que compõem a Justiça Eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais
Regionais Eleitorais e as Juntas Eleitorais são órgãos colegiados, ou seja, compostos por
vários membros, enquanto os Juízes Eleitorais são órgãos monocráticos, aqueles nos quais
a decisão se dá de forma singular.
Esses órgãos são ordenados em instâncias para o exercício da função jurisdicional.
O Tribunal Superior Eleitoral compõe a instância especial ou extraordinária; os Tribunais
Regionais Eleitorais compõem a 2ª instância; os Juízes e as Juntas Eleitorais compõem a
1ª instância da Justiça Eleitoral.
Dessa forma, em razão de os juízes e as Juntas Eleitorais comporem o mesmo grau
de jurisdição, inexiste vinculação jurisdicional entre eles no exercício de suas funções
jurisdicionais. Cada um deles possui atribuições próprias e que não se confundem, conforme
será visto em momento oportuno.
Composição da Justiça Eleitoral

ÓRGÃO INSTÂNCIA TIPO DE ÓRGÃO


TSE SUPERIOR OU ESPECIAL COLEGIADO
TRE 2ª INSTÂNCIA COLEGIADO
JUNTA ELEITORAL 1ª INSTÂNCIA COLEGIADO
JUIZ ELEITORAL 1ª INSTÂNCIA MONOCRÁTICO

Esse ramo do Poder Judiciário, como visto, não possui um quadro próprio de membros.
Nos tribunais eleitorais, têm-se, nas suas composições, duas classes de membros: os efetivos
e os substitutos. Evita-se, assim, o não julgamento de feitos eleitorais caso os membros
efetivos estejam impossibilitados de comparecer às sessões de julgamento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 7 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Quanto à escolha, os membros substitutos dos Tribunais eleitorais são escolhidos, na


mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria (art. 15 do
Código Eleitoral). Serão convocados se faltar quórum legal para a realização das sessões
jurisdicionais e administrativas do TSE.
Podem, os membros dos Tribunais Eleitorais, servir por dois anos, no mínimo, à Justiça
Eleitoral, sendo possível sua recondução para um único biênio subsequente. Portanto, a
Constituição Federal veda a permanência no exercício da jurisdição eleitoral por mais de
dois biênios consecutivos, mas não veda a possibilidade de um de seus membros servir à
Justiça Eleitoral por mais de dois biênios, desde que alternados.
A título exemplificativo, o Ministro Marco Aurélio Mello já ocupou as vagas de juízes
efetivos e substitutos do TSE, na classe de ministros do STF, desde o ano de 1991, tendo
presidido essa Corte Eleitoral por três vezes. Dentre todas essas vezes, o Ministro Marco
Aurélio Mello não permaneceu no TSE por mais de dois biênios consecutivos como membro
efetivo e como membro substituto.
O § 2º do art. 121 da CF/1988 é esclarecedor:

Art. 121, § 2º Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

A esse respeito, Adriano Soares da Costa (2009, p. 253) ensina que:

Tais órgãos da Justiça Eleitoral se submetem ao princípio da periodicidade da investidura


das funções eleitorais, segundo o qual não há magistrados permanentemente investidos nas
atribuições de Juiz Eleitoral, sendo elas exercidas temporariamente. De fato, o Juiz Eleitoral é
o juiz de direito que exerce, por empréstimo, as funções eleitorais naquelas comarcas em que
funciona a sede da zona eleitoral – pois há comarcas que são eleitoralmente termos de outras
comarcas; vale dizer, fazem parte do território da zona eleitoral, que tem por sede a comarca mais
importante. Logo, o juiz exerce a função eleitoral enquanto responder pela titularidade daquela
comarca a que corresponde a sede da zona eleitoral, se desinvestindo dessas atribuições tão
logo ingresse em férias, ou licença, ou mesmo seja promovido para uma outra comarca na qual
não haja sede de zona eleitoral. Outrossim, os membros dos tribunais regionais e do Tribunal
Superior Eleitoral são todos eles periodicamente mudados, de maneira que o corpo de Juízes
Eleitorais é temporário e alternado.

A Justiça Eleitoral, portanto, é um ramo especializado que tem a função de realizar todos
os procedimentos administrativos referentes à realização das eleições, bem como resolver
as questões que advenham do processo eleitoral. Não se subordina ao Poder Executivo nem
ao Poder Legislativo, é órgão do Poder Judiciário, sendo seus membros dotados de garantias
constitucionais, as quais viabilizam sua efetiva e independente atuação no cumprimento
de suas competências.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 8 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

2. CARACTERÍSTICAS DA JUSTIÇA ELEITORAL


Em razão de a Justiça Eleitoral ser um ramo especializado na análise e no julgamento
dos feitos eleitorais, ela possui algumas características peculiares, que a diferenciam dos
demais órgãos do Poder Judiciário. Além disso, a Justiça Eleitoral é o único ramo do Poder
Judiciário que possui, de forma típica, função administrativa.
Desse modo, estas são as principais características da Justiça Eleitoral:
• Adoção do sistema jurisdicional: os litígios eleitorais são julgados pela Justiça
Eleitoral com caráter de definitividade. Assim, a Justiça Eleitoral não tem as suas
decisões revistas por outro órgão do Poder Judiciário (salvo o Supremo Tribunal
Federal, nas hipóteses expressamente previstas no art. 121, § 3º da CF), pois detém
poder jurisdicional;
• Justiça Especializada: a Justiça Eleitoral é especializada no julgamento de litígios que
se refiram ao Direito Eleitoral. Daí a importância da definição sobre quais matérias
são reguladas pelo Direito Eleitoral, pois a partir do conteúdo desse ramo do Direito,
ter-se-á a definição da competência da Justiça Eleitoral;
• Inexistência de magistratura própria na Justiça Eleitoral: a Justiça Eleitoral não
possui um quadro próprio de membros. É formada por juízes de outros ramos do
Poder Judiciário. A título exemplificativo, o TSE é formado por ministros do Supremo
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e por advogados. Por essa razão,
não existe concurso público para o cargo de juiz na Justiça Eleitoral.Periodicidade
da investidura dos JE: princípio da temporariedade: os juízes que participam da
composição da Justiça Eleitoral possuem um mandato. Exercem as funções eleitorais
por um período determinado estabelecido pela Constituição. Essa é a disposição
contida no art. 121, § 2º, da CF:

Art. 121, § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

Vê-se, então, que o mandato dos integrantes da Justiça Eleitoral é de dois anos
e, ao final, poderão ser reconduzidos para um único biênio consecutivo.
Cuidado: é possível que um determinado juiz integre um tribunal eleitoral por mais de
três biênios, desde que não sejam consecutivos.
Por fim, essa característica inerente à Justiça Eleitoral é decorrência do princípio da
temporariedade e foi instituída com a finalidade de evitar a influência do poder econômico
ou do poder político nas decisões dessa Justiça Especializada.
Sobre a impossibilidade de os membros dos órgãos da Justiça Eleitoral se perpetuem
nesse ramo do Poder Judiciário, Andrade Neto declara que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 9 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

[...] o modelo de Justiça Eleitoral previne contra desgastes decorrentes de fricções políticas e
atende à finalidade de que o exercício do controle seja feito imparcialmente. Com o impedimento
de que a condição de magistrado se prolongue por duas eleições para os mesmos cargos, pretende-
se evitar que se acumulem, de um para outro pleito, sequelas e interesses contrariados.

• Funcionamento permanente da Justiça Eleitoral: no Brasil, ocorrem eleições a


cada dois anos. Assim, temos alternadamente eleições municipais e, dois anos após,
eleições federais e estaduais. Independentemente de ser ou não ano eleitoral, a
Justiça Eleitoral possui funcionamento permanente. Isso porque há funções desse
ramo do Poder Judiciário que não estão vinculadas aos pleitos eleitorais. Ex.: gestão
do fundo partidário; condução do alistamento eleitoral; administração do exercício
do direito de propaganda partidária etc.
• Divisão territorial própria para fins eleitorais (circunscrições, zonas e seções):
a Justiça Eleitoral organiza-se da seguinte forma para o exercício de suas funções
jurisdicionais:
− TSE – jurisdição em todo o território nacional. A circunscrição em que o TSE exerce
jurisdição é o País;
− TREs – exercem jurisdição nos limites territoriais de um Estado. A circunscrição
eleitoral de um TRE limita-se ao Estado da Federação em que possui sua sede;
− Juízes Eleitorais – as funções dos juízes são limitadas ao território da zona. Assim,
um Estado é dividido em zonas, nas quais os Juízes Eleitorais podem exercer seu
papel jurisdicional.

As seções eleitorais não se referem a limites territoriais em que Juízes ou Tribunais exercem
suas funções. Uma seção eleitoral é uma divisão de eleitores para o exercício do voto.
Garantias da magistratura aplicadas aos Juízes Eleitorais: a Constituição Federal garante,
em seu art. 121, § 1º, aos membros de tribunais eleitorais, aos juízes de Direito e aos
integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções e no que lhes for aplicável,
plenas garantias e inamovibilidade.

As garantias da magistratura, referidas no art. 121, § 1º, da CF, estão descritas na


própria CF, mais precisamente no seu art. 95, quais sejam: vitaliciedade, irredutibilidade
de subsídio e inamovibilidade, previstas nos seguintes termos:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo
a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; III –
irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 10 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

No entanto, somente a inamovibilidade se amolda a peculiar situação dos membros da


Justiça Eleitoral. Chega-se a essa conclusão a partir da seguinte análise:
• Vitaliciedade – os membros de tribunais eleitorais são escolhidos para exercerem
um mandato de, no mínimo, dois anos e podem ser reconduzidos, por um único
período subsequente (art. 121, § 2º, CF). Passado esse período, esses membros,
necessariamente, deixam de compor a Justiça Eleitoral. Trata-se do princípio da
temporariedade do exercício das funções eleitorais. Assim, a garantia da vitaliciedade
é incompatível com o princípio da periodicidade da investidura das funções eleitorais;
• Irredutibilidade de subsídios – quem exerce funções de magistrado na Justiça Eleitoral
não recebe um subsídio. Percebe tão somente uma gratificação de representação e
participação se participarem das sessões de julgamento do tribunal. Caso, durante
um mês, não participem de nenhuma sessão, não receberão nenhuma retribuição da
Justiça Eleitoral. Eis mais uma garantia da magistratura inaplicável à Justiça Eleitoral;
• Inamovibilidade – essa garantia é compatível com a Justiça Eleitoral e os membros
desta, no exercício de suas funções, são inamovíveis.

001. (CESPE/2005/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PA) Os membros dos


tribunais, os juízes de direito e os integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas
funções e no que lhes for aplicável, gozam de plenas garantias e são inamovíveis.

A afirmativa reproduz o texto do art. 121, § 1º, da CF. Entretanto, gostaríamos que você
observasse bem a expressão “no que lhes for aplicável” contida na questão. O significado
dessa expressão se revela na possibilidade de uma ou outra garantia da magistratura, em
razão de uma situação peculiar, não ser aplicada. E é justamente a situação peculiar dos
membros da Justiça Eleitoral que impede a aplicação ampla e irrestrita de tais garantias.
Certo.

3. FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL


A Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário com as características peculiares que
acabamos de apontar em razão de suas funções. Da mesma forma que os outros órgãos
do Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral possui função jurisdicional. Contudo, possui, ainda,
de forma típica: função administrativa; função regulamentar; e função consultiva. Passar-
se-á a analisar cada uma dessas funções.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 11 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Função jurisdicional: a Justiça Eleitoral julga os conflitos ou litígios que se refiram ao


Direito Eleitoral. De acordo com Zilio (p. 37):

A atividade julgadora da Justiça Eleitoral ocorre através da resolução de conflitos na esfera


especializada, precipuamente através do julgamento das ações eleitorais (lato sensu).

Assim, somente litígios referentes ao exercício da soberania popular e dos direitos


políticos são julgados pela Justiça Eleitoral. Litígios que envolvam matérias relacionadas
aos partidos políticos não são da competência desse ramo do Poder Judiciário. Isso porque
o Direito Eleitoral trata dos direitos políticos unicamente. O tema “partidos políticos” é
da esfera do Direito Partidário, sendo, por essa razão, os litígios partidários julgados pela
Justiça Comum Estadual.
Excepcionalmente, a Justiça Eleitoral julga litígios que não estão relacionados diretamente
ao Direito Eleitoral. Isso ocorre nas seguintes situações:
• Ações sobre perda de mandato por infidelidade partidária – ainda que o instituto infidelidade
partidária não tenha nenhum liame com o Direito Eleitoral e refira-se ao vínculo entre o
candidato eleito (para cargo majoritário) e o seu partido político, no julgamento do MS n.
26.002/STF, a Corte Suprema decidiu que essas lides instauradas entre os filiados eleitos
e os seus partidos políticos seriam decididos pela Justiça Eleitoral;
• Ações que envolvam litígios partidários, desde que estes impactem na realização das
eleições. A esse respeito:

JURISPRUDÊNCIA
1. A Justiça Eleitoral não detém competência para apreciar feitos em matérias
respeitantes a conflitos envolvendo partidos políticos e seus filiados, quando estas
não tenham reflexo no prélio eleitoral. (TSE, AgR no AI n. 7098, Rel. Min. Luiz Fux, DJE
de 23/06/2015)
É competência da Justiça Eleitoral analisar controvérsias sobre questões internas
das agremiações partidárias quando houver reflexo direto no processo eleitoral, sem
que esse controle jurisdicional interfira na autonomia das agremiações partidárias,
garantido pelo art. 17, § 1º, da CF. (Agravo Regimental no Recurso
Especial n. 26.412, rel. Min. Cesar Rocha, de 20.9.2006)

Função administrativa: a Justiça Eleitoral é a responsável pela administração das


eleições e dos eleitores no Brasil. Essa é uma atribuição de função administrativa de forma
típica. Em razão dessa função, pode-se afirmar, corretamente, que a Justiça Eleitoral é
o único ramo do Poder Judiciário que exerce essa função administrativa de forma típica.
Segundo Zilio (p. 36):
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 12 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Direto da doutrina:

A atividade administrativa da Justiça Eleitoral se revela pela organização e administração do


processo eleitoral (lato sensu). Assim, é atribuição da Justiça Eleitoral a administração do
cadastro de eleitores, procedendo aos atos de alistamento e transferência, revisão do eleitorado,
designação de locais de votação, criação das seções eleitorais e Zonas Eleitorais, nomeação e
convocação de mesários e escrutinadores.

• Função consultiva: com a finalidade de conferir segurança jurídica ao pleito, compete


ao TSE e aos TRE’s responderem as consultas que lhes forem feitas sobre matéria
eleitoral. Assim, existem alguns legitimados que poderão endereçar questionamentos
à Justiça Eleitoral sobre a interpretação das normas sobre Direito Eleitoral. Essa
competência permite que dúvidas sejam dirimidas e que o posicionamento dos
Tribunais Eleitorais seja explicitado de forma prévia à ocorrência dos litígios e, a partir
daí, candidato, partidos políticos e cidadãos terão ciência sobre a atuação da Justiça
Eleitoral sobre aquele tema específico objeto da consulta. A competência consultiva
da Justiça Eleitoral está regulada nos seguintes dispositivos:

Código Eleitoral
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político;
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político;

Função Regulamentar: o TSE pode expedir instruções sobre a execução das leis eleitorais.
Essas instruções não podem inovar no ordenamento jurídico e devem respeitar o princípio
da legalidade. A esse respeito, Marcos Ramayana (p. 83) ensina que:

Esse poder regulamentar exteriorizado pelo Egrégio Tribunal Superior Eleitoral é uma marcante
característica da legislação eleitoral vigente. O poder regulamentar está disciplinado nos arts.
23, inciso IX, que trata da expedição de instruções convenientes à execução do Código Eleitoral,
bem como da legislação eleitoral lato sensu, e art. 1º, parágrafo único, ambos do Código Eleitoral,
e nas respectivas leis que disciplinam as eleições, v.g., art. 105 da Lei n. 9.504/1997.
Formalmente, o poder regulamentar, em matéria eleitoral, processa-se através de resoluções e
instruções sobre propaganda eleitoral, votação, apuração, registro de candidatos, calendários
eleitorais e outras.
Sobre essa matéria, impende observar que o poder regulamentar deve situar-se secundum e
praeter legem, sob pena de invalidação e, em atendimento ao disposto no art. 5º, inciso II da
Constituição Federal, pois “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 13 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Com efeito, ressalte-se que, no exercício dessa função consultiva, a Justiça Eleitoral
não pode restringir direitos, nem criar obrigações, sob pena de afronta ao princípio da
legalidade. Com efeito, somente lei poderá impor restrições a direitos ou exigir condutas.
Para deixar clara a impossibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral inovar na ordem
jurídica, o art. 105 da Lei n. 9.504/97:

Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei,
poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente,
em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. (Redação dada
pela Lei n. 12.034, de 2009)

4. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


O Tribunal Superior Eleitoral é o órgão máximo da Justiça Eleitoral, integrando a instância
especial ou extraordinária desse ramo especializado. Sua sede é em Brasília e, nas matérias
de sua competência, exerce jurisdição em todo o território nacional. Compor-se-á, no
mínimo, por sete membros (art. 119 da CF/1988).

4.1. JURISDIÇÃO E SEDE


O TSE possui sede na capital da República. Trata-se de uma determinação do art. 12,
inc. I, do Código Eleitoral. Isso significa que o local físico, o prédio no qual os ministros do
TSE se reúnem para decidir as questões eleitorais, está situado, atualmente, em Brasília.
Caso a capital da República seja mudada, a sede do TSE também o será, pois o CE dispõe
que a sede deve ser na capital da República, e não necessariamente em Brasília. Lembre-se
que até 1960 a sede do TSE era no Rio de Janeiro, pois lá era a capital da República. Com
a mudança da capital para Brasília, mudou-se, por disposição regimental, também a sede
do Tribunal.
Apesar de ter sua sede na capital da República, o TSE exerce sua jurisdição em todo o país.
Inicialmente, esclarecemos que jurisdição nada mais é do que o poder/dever de dizer o direito.
Ora, então isso significa que o TSE pode apreciar originariamente qualquer matéria
eleitoral decorrente de fatos relacionados com o Direito Eleitoral ocorridos com qualquer
cidadão, em qualquer lugar do país? É CLARO QUE NÃO! Explica-se isso melhor.
Na verdade, o Código Eleitoral, em seu art. 12, inc. I, dispôs menos do que deveria. A
preocupação do dispositivo legal foi a de não limitar geograficamente a atuação do TSE
NAS MATÉRIAS DE SUA COMPETÊNCIA.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 14 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

4.2. HIPÓTESES DIDÁTICAS


Um candidato a governador pelo Estado do Amazonas pratica captação ilícita de sufrágio
em um de seus municípios. A competência originária para apreciar essa matéria não é
do TSE, mas sim do TRE. Poderá o TSE até apreciá-la em grau de recurso, mas isso não
necessariamente ocorrerá, pois pode a matéria não permitir o enquadramento em nenhum
recurso. Nesse caso, de forma alguma os prejudicados podem ir diretamente ao TSE e exigir
a prestação jurisdicional pelo Tribunal.
Imagine outra hipótese: um candidato a PRESIDENTE DA REPÚBLICA realiza, no mesmo
município do Estado do Amazonas em que o candidato a Governador esteve, abuso de poder
econômico. De quem é a competência, do TRE ou do TSE? Agora, você vai entender porque
afirmamos que o dispositivo legal instituiu menos do que deveria.
O TSE é competente para efetuar o registro de candidatos a Presidente e Vice-Presidente
(veremos isso com detalhes mais adiante). É também competente para apreciar qualquer
ato de tais candidatos que atentem contra a legislação eleitoral. Desse modo, se um
candidato a PRESIDENTE DA REPÚBLICA realiza abuso de poder econômico, NÃO IMPORTA
EM QUE LUGAR DO PAÍS, o TSE é o competente para apreciar a matéria.
Então, podemos afirmar que realmente o TSE tem jurisdição em todo país, mas desde
que a matéria seja de sua competência.

4.3. COMPOSIÇÃO
Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o TSE compõe-se de, no mínimo, 7 (sete)
membros/ministros: sendo 3 (três) ministros do STF; 2 (dois) ministros do STJ; e 2 (dois)
advogados. Essa é a prescrição contida no art. 119 da Constituição Federal:

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Pode-se representar esquematicamente essa composição da seguinte forma:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 15 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

4.4. COMPOSIÇÃO: POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO


A expressão constitucional “no mínimo”, contida no art. 119 da CF, permite que se
aumente o número de membros do TSE. Não permite, de outro modo, a sua diminuição. Mas
como e qual instrumento legal deve ser utilizado para se proceder ao permitido aumento
na composição do TSE?
Não será necessária a edição de uma emenda à Constituição, pois se a própria CF
estabelece que a composição é mínima (art. 119), já há uma permissão para que o legislador
infraconstitucional faça a alteração.
Assim, vamos para a legislação infraconstitucional (aquela que é hierarquicamente inferior à
Constituição). Aqui, temos basicamente duas possibilidades: lei ordinária ou lei complementar.
Uma leitura do art. 96, inc. I, alínea “b”, combinado com o art. 121, ambos da Constituição
Federal, revela-nos que essa alteração só pode ser feita por meio de lei complementar de
iniciativa privativa do TSE. Veja a redação dos dispositivos referidos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 16 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Art. 96. Compete privativamente:


II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos
que lhes for em vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes,
inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 41, 19.12.2003)
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes
de direito e das Juntas Eleitorais.

Realizadas essas considerações iniciais sobre a composição do TSE, vamos, agora,


estudá-la com mais detalhes.

4.5. ESCOLHA DE MINISTROS


O estudo do processo de escolha dos ministros do TSE pode ser, didaticamente, dividido
em duas partes: escolha dos ministros da classe do STF e STJ e escolha dos ministros da
classe dos advogados/juristas.

ESCOLHA DOS MINISTROS DAS CLASSES DO STF E STJ


Os ministros do TSE provenientes dos Tribunais – 3 (três) ministros do STF e 2 (dois)
ministros do STJ – são escolhidos em eleição, por voto secreto, nos seus respectivos tribunais
(art. 119, inc. I, da CF). A esse respeito:
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

Assim, qualquer um dos ministros do STF ou STJ, independentemente de ser o mais


“novo” ou mais “antigo” (não estou falando de idade, mas sim de tempo de atuação no
Tribunal), pode ser eleito para compor o TSE.
A despeito de haver, a fim de evitar disputas internas, um “acordo de cavalheiros”, tanto
no STF quanto no STJ, para que a escolha obedeça à ordem de antiguidade do Tribunal,
esse acordo, para fins de concurso público, não existe. O que importa, para o concurso do
TSE, é a letra da CF: eleição pelo voto secreto.
Na mesma ocasião e pelo mesmo processo – eleição pelo voto secreto – são escolhidos
os respectivos ministros substitutos, em número igual para cada categoria. A escolha dos
substitutos em igual número se faz necessária em razão de a substituição dos membros
efetivos obedecer à categoria a qual estão vinculados. Assim, membros provenientes do
STF são substituídos por membros substitutos provenientes também do STF, sendo assim
para as demais categorias (art. 1º, parágrafo único, do RI/TSE).
No TSE, tem-se, portanto – a exemplo do número de ministros efetivos – 3 (três)
ministros substitutos da classe do STF e 2 (dois) ministros substitutos da classe do STJ.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 17 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

ESCOLHA DE MINISTROS EFETIVOS E SUBSTITUTOS DO TSE DA CLASSE DO STF

O mesmo esquema didático do STF pode ser utilizado para explicar a escolha de ministros
do TSE provenientes do STJ, afinal, o processo de escolha é idêntico nos dois tribunais.
Para finalizar este assunto, observe que não há interferência do Presidente da
República no processo de escolha dos ministros das classes do STF e do STJ.

ESCOLHA DOS MINISTROS DA CLASSE DOS ADVOGADOS


Compete ao Presidente da República nomear 2 (dois) ministros do TSE da classe dos
advogados, escolhidos dentre seis advogados de notável saber jurídico e reputação ilibada,
indicados em lista tríplice pelo STF. Atente-se para o seguinte fato: a CF/88 não se refere à
lista sêxtupla (infelizmente alguns autores ainda cometem esse erro grosseiro); a menção
a seis advogados se deve ao fato de haver duas vagas para esta classe.
Na verdade, para cada uma dessas vagas, o STF encaminha uma lista tríplice ao Presidente
da República, para que este proceda à nomeação.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Apesar de o processo de escolha dos advogados que compõem o TSE ser bastante
simples, há algumas peculiaridades que o envolvem e sobre as quais vale a pena tecer
alguns comentários.
A primeira particularidade se refere aos requisitos exigidos para compor a lista tríplice:
ser regularmente inscrito na OAB, ter idoneidade moral e notável saber jurídico.
A idoneidade moral deve ser comprovada por meio de certidões, as quais, juntadas aos
autos da lista tríplice, comprovam objetivamente o requisito requerido. De outro modo, o
notável saber jurídico é um conceito indeterminado, sobre o qual recai uma análise subjetiva
por parte do STF.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 18 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Uma vez elaborada a lista tríplice pelo STF, o Presidente da República não poderá
recusá-la, sendo que sua escolha deve recair, obrigatoriamente, entre um dos advogados
nela constantes.
Lista Tríplice

COMPETENTE PARA SUA RESPONSÁVEL PELA


REQUISITOS NECESSÁRIOS
ELABORAÇÃO NOMEAÇÃO
Ser advogado Idoneidade
STF Presidente da República
moral Notável saber jurídico

Outra importante observação se relaciona com a ausência da OAB no processo de escolha


dos ministros do TSE da classe dos advogados. A lista tríplice levada ao Presidente da
República para que ele escolha um dos nomes ali elencados é elaborada única e exclusivamente
pelo STF. Aliás, a esse respeito, há um julgado do Supremo Tribunal Federal que, embora
se refira aos TREs, tem plena aplicabilidade ao processo de formação da lista tríplice pelo
STF. Vejamos:

JURISPRUDÊNCIA
TRE. Composição. Vaga reservada à classe dos advogados. Participação da OAB no
procedimento de indicação. Direito inexistente. Indicação, em lista tríplice, pelo Tribunal
de Justiça. Art. 120, § 1º, III, CF.
[MS 21.073, rel. min. Paulo Brossard, j. 24-11-1990, P, DJ de 20-9-1991].

Quanto às incompatibilidades da magistratura, verifica-se que os ministros do TSE da


classe dos advogados podem continuar o exercício de atividades advocatícias, vedado apenas
o seu exercício nos tribunais eleitorais. Isso se dá em razão de tais membros, no exercício
da magistratura no TSE, receberem apenas uma gratificação de presença e representação,
e mais nada.
Sobre a possibilidade de os advogados integrantes de tribunais eleitorais poderem
exercer a advocacia, salvo na Justiça Eleitoral, veja o acórdão do STF, no julgamento da
ADI n. 1.227:

JURISPRUDÊNCIA
Considerando que a escolha de advogados para serem membros do TSE normalmente
incide sobre advogados de renome, os quais possuem uma longa lista de clientes, exigir
deles que, ao serem escolhidos membros do TSE, os mesmos venham a viver apenas
do recebido pelo poder público é, sem dúvida, desarrazoado.

Art. 20, II – incompatibilidade da advocacia com membros de órgãos do Poder Judiciário.


Interpretação de conformidade a afastar da sua abrangência os membros da Justiça Eleitoral
e os juízes suplentes não remunerados. (ADI n. 1127 MC /DF. Min. Rel. Paulo Brossard. Tribunal
Pleno. DJ 29.6.01)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 19 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Além de continuarem advogando durante o exercício da atividade judicante, o TSE


decidiu, em 8.6.2010, que seus membros, da classe dos advogados, não precisam cumprir,
ao término de sua atuação no Tribunal, a “quarentena” estabelecida no art. 95, parágrafo
único, inc. V, da CF, segundo a qual:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorrido três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Portanto, esses ex-membros não precisam esperar três anos para atuar no juízo ou
tribunal do qual se afastaram.
Para finalizar, cabe somente lembrar que, a exemplo dos ministros provenientes do STF e
STJ, aqui o processo de escolha dos ministros substitutos é idêntico ao dos ministros efetivos,
ou seja, nomeação do Presidente da República a partir de lista tríplice elaborada pelo STF.

JURISPRUDÊNCIA
QUESTÃO DE ORDEM. MAGISTRADO ELEITORAL. CLASSE JURISTA. ART. 95, PARÁGRAFO
ÚNICO, V, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. A restrição prevista no art. 95, parágrafo
único, V, da Constituição não se aplica aos ex-membros de Tribunais Eleitorais, oriundos
da classe dos juristas.
2. Questão de ordem resolvida. (PET 3020, TSE).

VEDAÇÕES À ESCOLHA DE MINISTROS


Existem dois tipos de vedações à escolha de ministros do TSE expressas no Código
Eleitoral (art. 16, §§ 1º e 2º, do CE).
A primeira delas, constante no art. 16, § 1º, do CE, estabelece que não podem fazer
parte do Tribunal pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até
o 4º grau, excluindo-se, nesse caso, a que tiver sido escolhida por último. Essa vedação se
aplica a todos os membros do TSE, não importando a classe do ministro, se jurista, do STF,
ou do STJ.
Para você não ter dúvidas, veja as principais relações de parentesco, com o respectivo
grau, em que se VEDA A OCORRÊNCIA NO TSE, e em qualquer tribunal eleitoral:
Relações de Parentesco por Consanguinidade

RELAÇÃO DE PARENTESCO GRAU DE PARENTESCO


PAIS E FILHOS 1º GRAU
IRMÃOS 2º GRAU
NETOS E AVÔS 2º GRAU
BISNETOS E BISAVÔS 3º GRAU

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 20 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

RELAÇÃO DE PARENTESCO GRAU DE PARENTESCO


TRINETOS E TRISAVÔS 4º GRAU
TIOS E SOBRINHOS 3º GRAU
PRIMOS 4º GRAU

Relações de Parentesco por Afinidade

RELAÇÃO DE PARENTESCO GRAU DE PARENTESCO


GENROS E SOGROS(AS) 1º GRAU
NORAS E SOGROS(AS) 1º GRAU
FILHOS E PADRASTOS 1º GRAU
FILHOS E MADRASTAS 1º GRAU
CUNHADOS 2º GRAU

Para não termos dúvidas acerca da ocorrência desse impedimento, vamos a um


caso prático:
Hipótese Didática
O Ministro A é nomeado para compor o TSE na classe do STJ. Após algum tempo, seu
filho B é nomeado ministro do STF e, por eleição, em escrutínio secreto naquela Corte, é
escolhido para compor o TSE. Isso é possível? CLARO QUE NÃO. Enquanto o Ministro A, da
classe do STJ, estiver no TSE, seu filho B, ministro do STF, não poderá compor o Tribunal.
Atente-se, ainda, para o fato de que, caso o parentesco surja no curso do exercício do
mandato (por exemplo, se dois ministros do TSE casarem-se), será excluído do tribunal
eleitoral o membro mais moderno. Ou seja, exclui-se o que foi excluído por último.
A outra vedação, QUE SE APLICA SOMENTE AOS MEMBROS DA CLASSE DOS ADVOGADOS
(art. 16, § 2º, do CE), impede que a escolha desses membros recaia em cidadão que se
enquadre em uma das seguintes situações:
• Ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (cargo em comissão). Por
oportuno, destaque-se que, se for servidor ocupante de cargo efetivo, ainda que
investido em função de confiança, não há a incidência dessa causa impeditiva para
a indicação para a composição das listas tríplices em tribunais eleitorais;
• Seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio,
isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública. Também
nessa hipótese, merece atenção o fato de que, se o advogado for sócio, diretor ou
proprietário de pessoa jurídica contratada pelo Poder Público após regular processo
licitatório (em que houve igualdade de condições na concorrência), não haverá a
aplicação desse impedimento de indicação para a composição de listas tríplices;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 21 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

• Exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal;


• Tais situações fáticas impeditivas para a escolha de advogados para integrarem a
lista tríplice a ser formada pelo Supremo Tribunal Federal são aplicáveis tanto aos
membros efetivos quanto aos membros substitutos do Tribunal.

4.6. PRESIDENTE, VICE-PRESIDENTE E CORREGEDOR-GERAL ELEITORAL


Os ocupantes dos cargos de Presidente e Vice-Presidente do TSE e Corregedor-Geral
Eleitoral estão definidos no art. 119, parágrafo único, da CF. Segundo esse dispositivo
constitucional, o TSE elegerá seu presidente e vice-presidente dentre os ministros da
classe do STF, enquanto o cargo de Corregedor-Geral Eleitoral deverá recair sobre um de
seus membros provenientes do STJ.
Veja a seguir um quadro-resumo sobre a matéria:
CARGO MEMBRO DO TSE
PRESIDENTE MINISTRO DO STF
VICE-PRESIDENTE MINISTRO DO STF
CORREGEDOR-GERAL ELEITORAL MINISTRO DO STJ

4.7. TEMPORALIDADE DOS MINISTROS


Na Justiça Eleitoral, como visto, aplica-se o princípio da temporariedade do exercício
das funções eleitorais. Esse princípio está inscrito no art. 121, § 2º, nos seguintes termos:
Art. 121, § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

Os membros de tribunais eleitorais são escolhidos para exercerem as funções eleitorais


por um período de, no mínimo, 2 (dois) anos, somente podendo se afastar antes do término
do mandato em razão de um motivo justificado.
A despeito do mandato de 2 (dois) anos, é possível que haja a recondução de um membro
do TSE para um único período subsequente, também de 2 anos. Um terceiro mandato em
sequência é vedado. Por sua vez, inexiste proibição para que uma determinada pessoa ocupe
o cargo de membro de tribunal eleitoral por mais de duas vezes, desde que não sejam mais
de duas consecutivas.
Veja a seguir uma hipótese didática sobre o assunto.
Hipótese Didática
Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2012, João da Silva, Ministro do STF, torne-se
Ministro efetivo do TSE. Passados dois anos (2012-2013), finda o seu biênio obrigatório,
também chamado 1º biênio. A partir daí, poderá ele ainda exercer um 2º biênio (2014-2015)
sem que haja qualquer impedimento, desde que o STF o eleja por meio de um escrutínio
secreto. Agora, findos os dois biênios, um 3º biênio (2016-2017) está vedado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 22 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Em casos de recondução, os membros do TSE devem submeter-se ao mesmo processo


de escolha originário: se membros provenientes de Tribunais (STF ou STJ), deverão ser
eleitos por meio de voto secreto nos seus respectivos tribunais; se membros provenientes
da advocacia, deverão ser nomeados pelo presidente da República a partir de lista tríplice
elaborada pelo STF.

5. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

5.1. JURISDIÇÃO E SEDE DO TRE


O Tribunal Regional Eleitoral – TRE – é órgão colegiado de 2ª instância da Justiça Eleitoral.
Em cada Estado da Federação e no Distrito Federal há um TRE com jurisdição em todo o
território do respectivo Estado/Distrito Federal na matéria afeta à sua competência, nos
termos do art. 120, da CF.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e no Distrito Federal.

Um esquema didático para facilitar o seu estudo:

5.2. COMPOSIÇÃO DO TRE


O TRE é composto por 7 juízes, sendo sua composição denominada de mista ou
eclética (Ramayana, 2006, p. 25). Isso porque, em sua estrutura, há juízes tanto do Poder
Judiciário da União (Juiz Federal), quanto do Poder Judiciário Estadual (Desembargadores
e Juízes de Direito), assim como da classe ou categoria dos advogados, nos termos do
art. 120, § 1º, da CF.
Art. 120, § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 23 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

Esquematicamente, pode-se representar a composição do TRE da seguinte forma:


Composição do TRE

Uma primeira e importante observação é a de que, diferentemente da composição do


TSE, a composição do TRE é taxativa. Não há aqui a expressão “no mínimo” encontrada
na descrição da composição do TSE. Em razão disso, o TRE não pode ter a sua composição
modificada por lei infraconstitucional, nem para mais e nem para menos.
Sobre essa afirmação, veja a posição do CESPE em um concurso público:

002. (CESPE/2010/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-BA) A legislação


brasileira prevê que o TSE, composto de sete membros, pode ter sua composição aumentada,
ao passo que os TREs, também compostos de sete membros cada um deles, não podem
ter a sua composição aumentada.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 24 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

A expressão “no mínimo”, contida na descrição da composição do TSE, permite que, por
meio de lei complementar, se proceda ao aumento da sua composição. De modo diverso, a
taxatividade na descrição da composição do TRE, com a ausência da expressão “no mínimo”
impõe a sua inalterabilidade.
Contudo, essa não foi a posição adotada pela Fundação Carlos Chagas – FCC, no concurso do
TRE-SP, cuja realização foi em 2017. Para essa banca organizadora, nessa matéria, aplica-
se a previsão inscrita no art. 13 do Código Eleitoral, segundo o qual:
Art. 13. O número de juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado
até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.

Logo, por essa posição, não se admite a redução do número de juízes do TRE, mas somente o
seu aumento para até 9 juízes, desde que mediante projeto de lei complementar apresentado
pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Certo.

Analisando a composição dos TRE’s, pode-se afirmar, ainda, que todos eles terão sete
juízes. No entanto, não se pode dizer que haverá identidade, na sua composição, sob o
aspecto qualitativo. Isso porque, em alguns TRE’s, teremos dois desembargadores do TJ,
dois juízes de direito, dois advogados e um juiz do TRF (2ª instância da Justiça Federal),
enquanto em outros, no lugar deste último membro – juiz do TRF – haverá um juiz federal
(1ª instância da Justiça Federal). E por que isso acontece?
A resposta é muito simples. Sabe-se que existem apenas 5 (cinco) Tribunais Regionais
Federais no Brasil, cada um deles representando uma região.
Tribunais Regionais Federais – Regiões

REGIÃO SEDE
TRF 1ª REGIÃO BRASÍLIA
TRF 2ª REGIÃO RIO DE JANEIRO
TRF 3ª REGIÃO SÃO PAULO
TRF 4ª REGIÃO PORTO ALEGRE
TRF 5ª REGIÃO RECIFE

Lembre-se agora que o art. 120, § 1º, inc. II, da CF, prescreve que, nos Estados onde
houver sede de TRF, um juiz deste Tribunal será escolhido para compor o respectivo TRE.
Logo, o TRE-DF, TRE-RJ, TRE-SP, TRE-RS e TRE-PE (sedes de TRF) possuem, em suas
respectivas composições, um juiz do próprio TRF (órgão de 2ª instância da Justiça Federal).
De modo diverso, nos demais TRE’s, onde não há sede de TRF, no lugar do juiz do TRF, temos,
necessariamente, um juiz federal (órgão de 1ª instância da Justiça Federal).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 25 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Passa-se à análise da forma de escolha de juízes dos TRE’s, tanto daqueles provenientes
de Tribunais quanto daqueles oriundos da advocacia.

5.3. PROCESSO DE ESCOLHA DE MEMBROS DO TRE


Da mesma forma que fizemos ao estudar a escolha de membros do TSE, vamos,
didaticamente, dividir o estudo da escolha de juízes do TRE:
• escolha de juízes dentre desembargadores e Juízes de Direito da Justiça Estadual;
• escolha de juiz do TRF/Justiça Federal;
• escolha de juízes dentre advogados (ou juristas, como alguns preferem).

ESCOLHA DE MEMBROS DO TRE DAS CLASSES DE DESEMBARGADOR/TJ E JUIZ DE DIREITO/JE

Os desembargadores do TJ (2 juízes) e Juízes de Direito da Justiça Estadual (2 juízes)


são escolhidos para compor o TRE em eleição realizada no TJ do respectivo Estado, na qual
o voto é secreto (art. 120, § 1º, inc. I, da CF).

Art. 120, § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:


I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

Considerando que a escolha desses membros se dá por eleição, qualquer um dos


desembargadores ou juízes de direito da Justiça Estadual, independente da escala de
antiguidade, pode ser eleito para compor o TRE. Outra conclusão que se pode tirar da
análise do processo de escolha desses juízes é que nele não há nenhuma participação do
Presidente da República.
Na mesma ocasião e pelo mesmo processo – eleição pelo voto secreto – são escolhidos
os respectivos juízes substitutos, em número igual para cada uma das classes ou categorias.
A escolha dos substitutos em igual número se faz necessária em razão de a substituição
dos juízes efetivos obedecer à classe/categoria a qual estes estão vinculados. Assim,
membros provenientes do TJ, na qualidade de desembargadores, são substituídos por
juízes substitutos escolhidos também entre os desembargadores do TJ, sendo assim para
as demais classes/categorias.

ESCOLHA DE MEMBROS DO TRE DA CLASSE DO TRF/JF

Como já vimos, para a escolha do membro do TRE na classe do TRF/JF há duas possibilidades:
a) nos Estados onde houver Sede de TRF, é escolhido um juiz do TRF; b) nos Estados onde
não houver Sede de TRF, é escolhido um juiz federal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 26 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Art. 120, § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:


I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

A escolha desse juiz do TRE na classe do TRF/JF não ocorre por meio de eleição. A escolha
é feita arbitrariamente pelo TRF, de acordo com o Regimento Interno desse tribunal, podendo
ser, inclusive, sem qualquer tipo de eleição entre seus membros.
Isso não é difícil de perceber após uma leitura cuidadosa do art. 120 da CF/88. Veja que
a menção à necessidade de eleição, pelo voto secreto, somente se aplica às alíneas “a” e “b”
do inc. I do referido artigo. Não se aplica, de maneira alguma, ao inc. II, o que desobriga o
TRF de realizar qualquer eleição para a escolha de membro de TRE. Entretanto, a forma de
escolha desse membro integrante de TRF para compor a Justiça Eleitoral dar-se-á a partir
do modelo estabelecido no Regimento Interno do respectivo tribunal.
Assim, não cabe ao TRE ou ao TSE estabelecer o método de escolha dos membros da
Justiça Federal que comporão os TRE’s. Isso porque, nos termos do art. 96 da Constituição
Federal, os tribunais possuem autonomia, ou seja, poder para definir suas próprias regras
de organização, de sua estrutura interna e de seu funcionamento.

ESCOLHA DE MEMBROS DO TRE DA CLASSE DOS ADVOGADOS


Compete ao Presidente da República nomear 2 (dois) juízes do TRE da classe dos
advogados, escolhidos dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados em lista tríplice pelo TJ (art. 120, § 1º, inc. III, da CF).

§ 1º Os TREs compor-se-ão: (...)


II – por nomeação, pelo presidente da República, de dois Juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ.

Aqui, é oportuno fazer algumas observações importantes.


A primeira delas se refere ao fato de a CF exigir que a escolha, tanto para ministros do TSE
quanto para juízes do TRE, na classe dos advogados, ocorra tão somente entre advogados,
substituindo a expressão “cidadãos”, contida no art. 25, inc. III, do CE, pela nova expressão
“advogados”, do art. 120, § 1º, inc. III, de seu texto.
Com efeito, apesar de o texto do Código Eleitoral prescrever que “cidadãos” podem
compor tribunais eleitorais nessa categoria, a Constituição Federal foi específica e restringiu
o acesso a essa classe de membros apenas aos advogados, regularmente inscritos na Ordem
dos Advogados do Brasil.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 27 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Ainda sobre as modificações do art. 25, inc. III, do CE, introduzidas pelo texto do art.
120, § 1º, inc. III, da CF, a nova redação substituiu a expressão “reputação ilibada” por
“idoneidade moral”. Entretanto, essa alteração não modifica em nada o conteúdo do texto.
Na verdade, “considera-se detentor de reputação ilibada aquele que desfruta, no âmbito
da sociedade, de reconhecida idoneidade moral, que é a qualidade da pessoa íntegra, sem
mancha, incorrupta”. Foi essa a resposta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ) à consulta formulada pelo então presidente do Senado, senador Antônio Carlos
Magalhães, no sentido de se aclarar o conceito constitucional de reputação ilibada. Ou seja,
ambas as expressões cuidam da mesma coisa.
Atente-se ainda para o seguinte fato: a CF/88 não se refere à lista sêxtupla (infelizmente
alguns autores ainda cometem esse erro), a menção a seis advogados se deve ao fato de
haver duas vagas para esta classe. Dessa forma, para cada uma dessas vagas, o TJ encaminha
uma lista tríplice ao Presidente da República, para que este proceda à nomeação.
Alguns autores referem-se à existência de uma lista sêxtupla, que será encaminhada
pelo Tribunal de Justiça ao Presidente da República.
Não existe lista sêxtupla! Para cada vaga, há a formação de uma lista tríplice, ainda
que a vacância seja simultânea, a qual será encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral e
posterior envio ao Presidente da República.
Outro detalhe: a escolha dos advogados que comporão a lista tríplice, no âmbito do
Tribunal de Justiça, dá por meio de voto aberto ou por meio de votação secreta? Esse assunto
foi enfrentado pelo Conselho Nacional de Justiça, nos autos do Pedido de Providência n.
200710000012878, formulado pelo Ministério Público Eleitoral. Essa foi a resposta dada:

A Constituição excepciona, no art. 120, inc. I, o voto secreto no caso de escolha de magistrado
para compor o TRE. Não excepciona no caso de escolha de advogado, conforme disposto no inc.
III do mesmo artigo. Assim, naquele o voto é secreto, neste o voto é aberto. É óbvio. Como, aliás,
já o faz Tribunal do Pará (...).
Em qualquer dos dois casos — eleição de magistrado ou de advogado — a sessão deverá ser
pública. Não há exceção constitucional neste caso.

No entanto, esse encaminhamento não ocorre de forma direta do TJ para o presidente


da República. A lista tríplice é elaborada no TJ e encaminhada ao TSE para homologação
dos nomes nela presentes (art. 25, § 1º, do CE). Caso o TSE entenda que algum pretenso
juiz não preenche as condições estabelecidas na CF e no CE (ser advogado, notável saber
jurídico, idoneidade moral, 10 anos de atividade advocatícia e não incidência em uma das
causas impeditivas), poderá solicitar ao respectivo TRE que faça a substituição do candidato.
Se a Corte Suprema Eleitoral entender presentes, em todos os candidatos, os requisitos
constitucionais, procede ao encaminhamento da lista tríplice ao Presidente da República.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 28 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Aqui cabe a mesma observação feita anteriormente quanto à lista tríplice para escolha
dos membros do TSE. Uma vez elaborada pelo TJ e homologada pelo TSE, o Presidente
da República não poderá recusar a lista tríplice, sendo que sua escolha deve recair
obrigatoriamente entre um dos advogados nela constantes. Trata-se de um caso de aplicação
da discricionariedade regrada.
Lista Tríplice

COMPETENTE PARA SUA RESPONSÁVEL PELA


REQUISITOS NECESSÁRIOS
ELABORAÇÃO NOMEAÇÃO
SER ADVOGADO IDONEIDADE MORAL NOTÁVEL
PRESIDENTE DA
TJ SABER JURÍDICO
REPÚBLICA
10 ANOS DE ATIVIDADE ADVOCATÍCIA

Especificamente quanto a esse último requisito, dez anos de atividade advocatícia, tal
exigência não consta expressamente no art. 120, § 1º, inc. III, da Constituição Federal. Na
verdade, de acordo com a literalidade do texto constitucional, somente três requisitos são
exigidos: ser advogado, ter idoneidade moral e notório saber jurídico.
Entretanto, para os advogados participarem do processo de escolha para integrarem
os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais, na vaga reservada ao quinto
constitucional, exige-se que possuam dez anos de atividade advocatícia. Trata-se de
incidência do requisito imposto aos advogados que queiram integrar tribunais de igual grau
de jurisdição na Justiça Comum Estadual e Federal e da Justiça do Trabalho, nos quais há
a exigência desse requisito.
Por essa razão, o Supremo Tribunal Federal entendeu que inexiste razão para a exigência
dos dez anos de atividade advocatícia para os advogados participarem da escolha dos
TJ’s, TRF’s e TRT’s, e não nos TREs. Segundo o STF, não se trata de um caso de um silêncio
eloquente da CF, razão pela qual os advogados, para participarem da escolha nos TREs,
também devem possuir dez anos de atividade advocatícia.
A esse respeito, veja o seguinte julgado do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Matéria eleitoral. Organização do Poder Judiciário. Preenchimento de vaga de juiz
substituto da classe dos advogados. Regra geral. Art. 94, CF. Prazo de dez anos de
exercício da atividade profissional. TRE. Art. 120, § 1º, III, CF. Encaminhamento de
lista tríplice. A Constituição silenciou-se, tão somente, em relação aos advogados
indicados para a Justiça eleitoral. Nada há, porém, no âmbito dessa justiça, que possa
justificar disciplina diferente na espécie. Omissão constitucional que não se converte
em “silêncio eloquente”. [RMS 24.334, rel. min. Gilmar Mendes, j. 31-5-2005, 2ª T, DJ
de 26-8-2005.]
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 29 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Outra importante observação se relaciona com a ausência de participação da OAB no


processo de escolha dos juízes do TRE da classe dos advogados. A exemplo da lista tríplice
para a escolha de membros do TSE, a lista tríplice levada ao Presidente da República para
escolha de juízes do TRE é elaborada única e exclusivamente pelo tribunal competente,
nesse caso, o TJ, sem qualquer participação da OAB.
Nesse sentido, veja o seguinte julgado:

JURISPRUDÊNCIA
Tribunal Regional Eleitoral. Juízes da classe de Advogados. Artigos 120, § 1º, inc. III, e
94, parágrafo único, da Constituição. Compete exclusivamente ao Tribunal de Justiça
do Estado a indicação de advogados, para composição de Tribunal Regional Eleitoral,
nos termos do art. 120, § 1º, inc. III, da Constituição, sem a participação, portanto,
do órgão de representação da respectiva classe, a que se refere o parágrafo único do
art. 94, quando trata da composição do quinto nos Tribunais Regionais Federais, dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios. (MS 21.060, DJ de 23.8.1991).

Cumpre-nos, ainda, fazer duas importantes observações.


A primeira é a de que a permissão dada aos ministros do TSE da classe dos advogados de
continuarem exercendo a advocacia, vedado apenas o seu exercício nos tribunais eleitorais,
também é aplicável aos juízes de TRE, de idêntica classe. O motivo é também de ordem
financeira e se revela no fato de tais membros, no exercício da magistratura no TRE,
receberem apenas uma gratificação de presença e representação e mais nada.

JURISPRUDÊNCIA
Art. 20, II – incompatibilidade da advocacia com membros de órgãos do Poder Judiciário.
Interpretação de conformidade a afastar da sua abrangência os membros da Justiça
Eleitoral e os juízes suplentes não remunerados. (ADI n. 1127 MC /DF. Min. Rel. Paulo
Brossard. Tribunal Pleno. DJ 29.6.01)

A segunda, a exemplo do que ocorre com os membros do TSE na classe dos advogados,
revela-se na desnecessidade dos juízes do TRE, da classe dos advogados, cumprirem, ao
término de sua atuação no Tribunal, a “quarentena” estabelecida no art. 95, parágrafo
único, inc. V, da CF:

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:


Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorrido três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (incluído pela Emenda Constitucional
n..45, de 2004).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 30 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

JURISPRUDÊNCIA
QUESTÃO DE ORDEM. MAGISTRADO ELEITORAL. CLASSE JURISTA. ART. 95, PARÁGRAFO
ÚNICO, V, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. A restrição prevista no art. 95, parágrafo
único, V, da Constituição não se aplica aos ex-membros de Tribunais Eleitorais, oriundos
da classe dos juristas.
2. Questão de ordem resolvida. (PET 3020, TSE).

Por último, mas não menos importante, tem-se que o processo de escolha dos juízes
substitutos do TRE é idêntico ao dos juízes efetivos, ou seja, para os juízes substitutos
oriundos da advocacia, dá-se a nomeação do Presidente da República a partir de lista
tríplice elaborada pelo TJ.
Agora que já explicamos o processo de escolha de todas as classes de juízes do TRE,
vamos a um quadro-resumo para facilitar seu estudo e encerrar este assunto.
Juízes de TRE (Processo de Escolha)

ESCOLHIDOS QUEM ESCOLHE FORMA DE ESCOLHA


02 DESEMBARGADORES DO TJ TJ ELEIÇÃO PELO VOTO SECRETO
02 JUÍZES DE DIREITO TJ ELEIÇÃO PELO VOTO SECRETO
ESCOLHA DE ACORDO COM O
01 JUIZ DO TRF/JF TRF
REGIMENTO INTERNO DO TRF
PRESIDENTE DA
02 ADVOGADOS LISTA TRÍPLICE ELABORADA PELO TJ
REPÚBLICA

5.4. VEDAÇÕES À ESCOLHA DOS MEMBROS DO TRE


As vedações à escolha dos juízes do TRE são as mesmas aplicadas à escolha dos
membros do TSE.
As vedações expressas no Código Eleitoral aplicáveis aos juízes do TRE estão elencadas
no art. 25, §§ 6º e 7º, do CE.
A primeira delas, constante no art. 25, § 6º, do CE, afirma que não podem fazer parte
do TRE pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau,
excluindo-se, nesse caso, a que tiver sido escolhida por último. Essa vedação se aplica a
todos os juízes do TRE, não importando a classe/categoria do juiz.
Caso você ainda não tenha gravado os graus de relação de parentesco, reveja as principais
relações de parentesco explicitadas nos quadros “Relação de Parentesco por Consanguinidade”
e “Relação de Parentesco por Afinidade”.
Para não termos dúvidas acerca da ocorrência desse impedimento, vamos a um
caso prático.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 31 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

O Desembargador “A” é nomeado para juiz do TRE. Após algum tempo, seu cunhado “B”
é nomeado juiz do TRF e escolhido para compor o mesmo TRE. Isso é possível? CLARO QUE
NÃO. Enquanto o juiz “A”, da classe dos desembargadores do TJ, estiver no TRE, seu cunhado
“B”, juiz do TRF, não poderá compor o TRE.
A outra vedação (art. 25, § 7º, do CE) estabelece que a escolha desses membros não
poderá recair naqueles que estejam nas seguintes situações:
• Ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (cargo em comissão);
• Seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio,
isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública;
• Exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.

Além disso, nos termos do art. 25, § 2º do Código Eleitoral, a escolha dos advogados
não pode recair sobre membro do Ministério Público ou magistrado aposentado, sob pena
de se violar a divisão das classes desenhada pela Constituição Federal, com o consequente
desequilíbrio de forças. Veja a redação desse dispositivo legal:

Art. 25, § 2º A lista não poderá conter nome de magistrado aposentado ou de membro do
Ministério Público.

Sobre a aplicabilidade desse dispositivo (havia uma discussão de sua não recepção pela
Constituição Federal e de sua revogação), o STF entendeu que:

JURISPRUDÊNCIA
Composição de Tribunal Regional. Lista tríplice que encaminha para vaga de advogado
o nome de magistrado aposentado, inscrito na OAB. Exclusão do mesmo pelo TSE –
art. 25, § 2º do Código Eleitoral. A Lei 7.191/1994 não revogou o § 2º do art. 25 do
CE, com a redação dada pela Lei 4.961/1966. O dispositivo foi recepcionado pela CF.
Impugnação procedente para manter a decisão do tribunal. A análise da instituição,
Justiça eleitoral, parte de um determinado princípio e de um determinado espírito
informador, para que se integre ao tribunal, aquele que se produziu na profissão, por
longos anos, escolhido não pela corporação, mas pelos membros do tribunal, que
conhecem quem está exercendo a profissão e realmente tem condição de trazer a
perspectiva do advogado ao debate das questões eleitorais. [RMS 23.123, rel. min.
Nelson Jobim, j. 15-12-1999, P, DJ de 12-3-2004.].

Para finalizar, temos que ambas as vedações são aplicáveis tanto aos membros efetivos
quanto aos membros substitutos do TRE.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 32 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

5.5. PRESIDENTE, VICE-PRESIDENTE E CORREGEDOR REGIONAL ELEITORAL


Os ocupantes dos cargos de Presidente e Vice-Presidente do TRE estão definidos no art.
120, § 2º, da CF. Segundo esse dispositivo constitucional, o TRE elegerá seu presidente e
vice-presidente dentre os desembargadores do TJ que dele fazem parte. Considerando que
temos dois desembargadores na composição do TRE, um deles sempre será o presidente,
cabendo ao outro a vice-presidência.
De modo diverso, não há uma regra única no âmbito dos TREs para definir dentre seus
juízes a quem caberá o cargo de Corregedor Regional Eleitoral, sendo essa definição afeta
ao regimento interno de cada Corte Regional.
CARGO MEMBRO DO TRE
PRESIDENTE DESEMBARGADOR DO TJ
VICE-PRESIDENTE DESEMBARGADOR DO TJ
CORREGEDOR REGIONAL ELEITORAL REGIMENTO INTERNO DE CADA TRE

A título exemplificativo, no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, o cargo de


Corregedor Regional Eleitoral é ocupado pelo Vice-Presidente, que é um dos Desembargadores
oriundos do Tribunal de Justiça. A esse respeito, veja a seguinte disposição regimental:

Regimento Interno do TRE/SP


Art. 4º. O Tribunal elegerá para sua Presidência um dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
para servir por dois anos, contados da posse, cabendo ao outro o exercício cumulativo da Vice-
Presidência e da Corregedoria Regional Eleitoral, sendo que presidirá o pleito e lhes dará posse
o Juiz mais antigo.

Por outro lado, no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral do Estado da Bahia, qualquer
juiz poderá ocupar o cargo de Corregedor Regional Eleitoral, salvo o Presidente do Tribunal.
Nesse sentido, veja o seguinte artigo do Regimento Interno do TRE/BA:

Regimento Interno do TRE/BA


Art. 9º O Corregedor Regional Eleitoral será escolhido, por escrutínio secreto, dentre os juízes
do Tribunal, exceto o Presidente; o Vice-Presidente, se eleito, acumulará as duas funções.

5.6. TEMPORALIDADE NO CARGO DE MEMBRO DO TRE


Neste último tópico acerca de TRE, estudar-se-á sobre a temporalidade de seus membros
no exercício das funções eleitorais.
Como vimos antes, na Justiça Eleitoral, em detrimento da garantia da vitaliciedade,
aplica-se o princípio da temporariedade do exercício das funções eleitorais, ou seja, todos
os seus membros – integrantes do TSE ou TRE, Juiz Eleitoral ou componente de Junta
Eleitoral – exercem a função eleitoral por um período determinado de tempo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 33 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Para os juízes dos tribunais eleitorais – TSE e TRE, esse período de tempo de exercício das
funções eleitorais está expressamente determinado no art. 121, § 2º, nos seguintes termos:
Art. 121, § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

Portanto, os juízes do TRE são escolhidos para exercerem as funções eleitorais por um
período de, no mínimo, 2 anos (um biênio), somente podendo se afastar antes do término
do mandato em razão de um motivo justificado.
Segundo o art. 14, § 1º, do CE, em regra, os biênios serão contados a partir da posse,
ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente
de licença, férias, ou licença especial.
Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2012, Antônio se torne juiz efetivo de um TRE.
Em janeiro de 2013, Antônio entre de licença médica e retorne ao Tribunal somente em
outubro do mesmo ano. Considerando que não há, durante o período de sua licença médica,
suspensão da contagem do seu biênio, passados dois meses do seu retorno (novembro e
dezembro de 2013), ocorrerá o término do seu 1º biênio (2012-2013).
Existe, no entanto, uma exceção a essa regra. O art. 14, § 3º, do CE, estabelece que
da homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final da eleição, não
poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, parente
consanguíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo
eletivo registrado na circunscrição. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966). Nesse caso,
segundo o art. 14, § 1º c/c § 3º, do CE, esse período de afastamento dos juízes impedidos
não é computado para fins de contagem do biênio.
A regra de contagem ininterrupta de biênios, bem como a exceção do art. 14, § 3º c/c § 1º,
do CE, é aplicável a todos os membros da Justiça Eleitoral, incluindo aí os ministros do TSE.
Agora que você já sabe que os juízes do TRE (e os demais membros da Justiça Eleitoral)
exercem as funções eleitorais por, no mínimo, um biênio (2 anos) e que a contagem desses
biênios se faz de forma ininterrupta, com uma única exceção contida no art. 14, § 3º,
do CE, vamos estudar a possibilidade de, ao término do 1º biênio de mandato, haver
recondução ao cargo.
Sobre esse assunto temos que, a despeito do mandato de 2 anos (um biênio), é possível
haver a recondução de um membro do TRE para um único período subsequente, também de 2
anos (2º biênio). No entanto, um terceiro mandato em sequência (3º biênio) é vedado por lei.
Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2014, Antônio, desembargador do TJ, torne-se
juiz efetivo do TRE. Passados dois anos (2014-2015), finda o seu biênio obrigatório, também
chamado 1º biênio. A partir daí, poderá ele exercer ainda um 2º biênio (2016-2017) sem
que haja qualquer impedimento, desde que o TJ o eleja por meio de um escrutínio secreto.
Agora, findos os dois biênios, um 3º biênio (2018-2019) está vedado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 34 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Em casos de recondução, os membros do TRE devem submeter-se ao mesmo processo


de escolha originário: se membros provenientes do TJ, deverão ser eleitos por meio de voto
secreto nos seus respectivos Tribunais; se membro oriundo do TRF/JF, designado pelo próprio
tribunal; se membros provenientes da advocacia, deverão ser nomeados pelo presidente
da República a partir de lista tríplice elaborada pelo TJ.

6. JUIZ ELEITORAL
Como visto, a Justiça Eleitoral não possui um corpo próprio de magistrados. Desse
modo, as funções Eleitorais em qualquer instância da Justiça Eleitoral – instância superior
(TSE), 2ª instância (TRE) e 1ª instância (Juiz Eleitoral) –, são exercidas por um corpo de
juízes “emprestado” de outros Tribunais e também da advocacia. Especificamente na 1ª
instância, a função eleitoral, na qualidade de Juiz Eleitoral, é exercida monocraticamente
por um juiz de direito componente da Justiça Estadual. Assim, temos, na Justiça Eleitoral:

6.1. JUSTIÇA ELEITORAL (ÓRGÃOS E ORIGEM DOS MEMBROS)


ÓRGÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL ORIGEM DOS MEMBROS
TSE STF, STJ e ADVOCACIA
TRE Desemb. e Juízes da JUSTIÇA ESTADUAL, TRF/JF e ADVOCACIA
JUIZ ELEITORAL JUIZ DE DIREITO DA JUSTIÇA ESTADUAL

6.2. PROCESSO DE ESCOLHA DO JUIZ ELEITORAL


A designação do juiz de direito responsável pelas funções eleitorais é atribuição do TRE.
Essa escolha deverá recair obrigatoriamente em um juiz de direito da Justiça Estadual que
esteja em pleno exercício de suas atividades e obedecer ainda ao seguinte:

Obs.: A Justiça Estadual é dividida em comarcas.


Se, na comarca, houver apenas um juiz, a escolha recairá sobre ele, passando a acumular
as funções eleitorais.
Caso haja na comarca mais de um juiz de direito, o TRE deverá designar o Juiz Eleitoral
em observância ao critério da antiguidade, atendendo ao sistema de rodízio, que, por sua
vez, pode ser afastado pelo TRE, por maioria, em razão da conveniência do serviço eleitoral.
Nesse processo de escolha junto à magistratura estadual, o TRE poderá escolher
magistrado vitalício ou não no cargo de juiz de direito. Desse modo, mesmo que o juiz
estadual esteja ainda em período de estágio probatório do seu cargo, isso não o impedirá
de assumir as funções eleitorais. Uma vez escolhido, o Juiz Eleitoral despachará todos os
dias na sede de sua zona eleitoral (art. 34, do CE).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 35 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

6.3. JURISDIÇÃO DO JUIZ ELEITORAL


Antes de definirmos a jurisdição do Juiz Eleitoral, é necessário tecer algumas considerações
sobre a divisão geográfica da Justiça Eleitoral para facilitar, assim, o seu entendimento.
Na Justiça Eleitoral, podemos distinguir a zona eleitoral e a seção eleitoral.
A zona eleitoral é a área geográfica em que o Juiz Eleitoral exerce suas funções
jurisdicionais. Uma zona eleitoral pode abranger mais de um município, assim como um
município pode conter mais de uma zona eleitoral.
No município do Rio de Janeiro, por exemplo, temos várias zonas eleitorais e vários Juízes
Eleitorais, fato este perfeitamente adequado ao grande número de eleitores existentes,
haja vista a impossibilidade fática da organização dessa massa de eleitores por apenas um
Juiz Eleitoral.
Ao contrário, em municípios minúsculos, com uma quantidade muito pequena de eleitores,
é comum a junção desses municípios em apenas uma zona eleitoral, vinculada a um único
Juiz Eleitoral. Por exemplo, no período 2017/2018, atuei como Promotor Eleitoral na 50ª
Zona Eleitoral do Estado do Amazonas, cuja sede do cartório está localizada no Município
de Juruá. Essa zona eleitoral tem 71061 eleitores. Assim, nesse município, há a atuação
apenas de um juiz eleitoral e de um promotor eleitoral.
Por sua vez, a seção eleitoral é uma subdivisão da zona. Trata-se da menor unidade na
divisão eleitoral. Na prática, é o local onde os eleitores votam.
A partir dessas informações acerca da divisão geográfica da Justiça Eleitoral, pode-se
afirmar que cada Juiz Eleitoral é responsável por uma zona eleitoral.

6.4. TEMPORALIDADE NO CARGO DE JUIZ ELEITORAL


Neste último tópico sobre Juiz Eleitoral, vamos estudar sobre a temporalidade do juiz
de direito no exercício das funções eleitorais.
Embora não se tenha uma regra expressa para se definir o período em que o juiz de
direito deva exercer as funções eleitorais, segue-se a mesma lógica definida para os juízes
dos Tribunais, constante no art. 121, § 2º, da CF:

Art. 121, § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

Assim, o Juiz Eleitoral designado pelo TRE deverá servir por dois anos, havendo rodízio
sempre que possível.

1
http://www.tre-am.jus.br/eleicoes/eleitorado-do-amazonas, acessado em 14/4/2018, às 15h06

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 36 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

A regra de contagem dos biênios do Juiz Eleitoral segue a regra geral de contagem de
biênios da Justiça Eleitoral, contida no art. 14, § 1º, do CE. Nos termos desse dispositivo,
os biênios devem ser contados a partir da posse, ininterruptamente, sem o desconto de
qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial.
O art. 14, § 1 c/c § 3º, do CE, traz a única exceção à regra ininterrupta de contagem.
Segundo esse dispositivo, o afastamento dos Juízes Eleitorais em decorrência do registro
de candidatura, na sua circunscrição, de seu cônjuge, parente consanguíneo legítimo ou
ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, que se inicia na data da convenção partidária que
escolheu o candidato e termina na apuração final da eleição, não é computado para fins
de contagem de biênio.

7. JUNTA ELEITORAL
A Junta Eleitoral, assim como o Juiz Eleitoral, é um órgão de 1ª instância da Justiça Eleitoral.
No entanto, diferente do Juiz Eleitoral, que é um órgão monocrático, a Junta Eleitoral
é um órgão colegiado. Além disso, sua existência se limita ao período eleitoral, enquanto o
Juiz Eleitoral é um órgão permanente da Justiça Eleitoral.
Quadro Comparativo (Juízes e Juntas Eleitorais)

JUIZ ELEITORAL JUNTA ELEITORAL


1ª INSTÂNCIA 1ª INSTÂNCIA
ÓRGÃO MONOCRÁTICO ÓRGÃO COLEGIADO
ÓRGÃO PERMANENTE ÓRGÃO TRANSITÓRIO

7.1. COMPOSIÇÃO DAS JUNTAS ELEITORAIS


A Junta Eleitoral é composta por um juiz de direito, que atua como presidente, e dois ou
quatro cidadãos de notória idoneidade (art. 36, do CE). Observe que o presidente da Junta
Eleitoral não precisa ser um juiz de direito no exercício das funções eleitorais, ou seja, não
precisa ser um Juiz Eleitoral. Basta, para tanto, ser um juiz de direito da Justiça Estadual
que goze das garantias da magistratura (art. 37 do CE).
A seu turno, em face da expressão “dois ou quatro cidadãos” contida na definição de sua
composição, podemos, em tese, encontrar Juntas Eleitorais com apenas três integrantes,
sendo um juiz de direito na qualidade de presidente e mais dois cidadãos; ou com cinco
integrantes: um juiz de direito como presidente e mais quatro cidadãos.
No exercício das funções eleitorais, os membros da Junta Eleitoral gozam de plenas
garantias da magistratura, no que for aplicável.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 37 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

No que concerne ao número de Juntas Eleitorais, pode haver uma ou várias em uma
zona eleitoral. Na verdade, o limite do número de Juntas Eleitorais está relacionado apenas
com o número de juízes de direito que gozem das garantias asseguradas à magistratura e
que estejam, assim, aptos a presidi-las.

7.2. PROCESSO DE ESCOLHA DOS MEMBROS DA JUNTA ELEITORAL


Os integrantes da Junta Eleitoral serão nomeados 60 dias antes da eleição pelo presidente
do TRE, após aprovação do Tribunal Regional Eleitoral.
Até 10 dias antes da nomeação pelo presidente do TRE, os nomes das pessoas indicadas
para compor as juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido,
no prazo de 3 dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações (art. 36, § 2º, do CE).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 38 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

7.3. VEDAÇÕES À ESCOLHA DE MEMBROS DA JUNTA ELEITORAL


Assim como vimos nos demais órgãos da Justiça Eleitoral, existem algumas vedações a
serem observadas na escolha de membros de Junta Eleitoral. Nos termos do art. 36, § 3º,
do CE, não podem ser nomeados membros das juntas: os candidatos e seus parentes, ainda
que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge. Dessa forma, não
pode ser integrante de Junta Eleitoral...
Cidadãos que não Podem Compor Junta Eleitoral

RELAÇÃO DE PARENTESCO COM


GRAU DE PARENTESCO
CANDIDATO

POR CONSANGUINIDADE

AVÓS 2º GRAU

PAIS 1º GRAU

FILHOS 1º GRAU

NETOS 2º GRAU

POR AFINIDADE

GENROS 1º GRAU

NORAS 1º GRAU

SOGRA 1º GRAU

SOGRO 1º GRAU

PADRASTO 1º GRAU

MADRASTA 1º GRAU

CUNHADOS 2º GRAU

Os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes


tenham sido oficialmente publicados.
As autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos
de confiança do Executivo. Nesse ponto, aponta-se que os ocupantes de cargos em comissão
no Poder Legislativo, no Poder Judiciário e no Ministério Público não estão proibidos de
serem indicados para compor as Juntas Eleitoral, na classe dos cidadãos.
Os que pertencerem ao serviço eleitoral.
Tais causas impeditivas para que se ocupe as juntas eleitorais são análogas às situações
de impedimentos para a nomeação de membros para as mesas receptora de votos, nos
termos do art. 120, § 1º do Código Eleitoral, segundo o qual:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 39 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Art. 120. Constituem a mesa receptora um presidente, um primeiro e um segundo mesários,


dois secretários e um suplente, nomeados pelo juiz eleitoral sessenta dias antes da eleição, em
audiência pública, anunciado pelo menos com cinco dias de antecedência. (Redação dada pela
Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º Não podem ser nomeados presidentes e mesários:
I – os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem
assim o cônjuge;
II – os membros de diretórios de partidos desde que exerça função executiva;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de
confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral.

Acrescente, ainda, a essas vedações a participação de parentes em qualquer grau ou


de servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma Junta Eleitoral
(art. 64, da Lei n. 9.504/1997).
Imagine, por hipótese, que João, servidor do STF, seja pai de Antônio, funcionário de um
Shopping Center. Suponha ainda que não tenham eles nenhum tipo de parentesco, seja por
consanguinidade ou afinidade, com os candidatos aos cargos de uma determinada eleição
e não sejam membros de diretorias de partidos políticos.
Em razão de suas qualidades pessoais, João e Antônio são nomeados para compor a
mesma Junta Eleitoral. Isso é possível?
CLARO QUE NÃO. Apesar de não incidirem individualmente em nenhuma das vedações
para integrar uma Junta Eleitoral, os dois – pai e filho – não podem compor a mesma Junta
Eleitoral (art. 64 da Lei n. 9.504/1997).

8. QUÓRUM DE DELIBERAÇÃO DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA


ELEITORAL
Afigura-se importante definir como que os órgãos da Justiça Eleitoral decidem as
matérias sujeitas à sua jurisdição. O Código Eleitoral possui disposição específica e trata
da quantidade de membros dos órgãos colegiados da Justiça Eleitoral que são necessários
para que uma matéria seja julgada dessa ou daquela forma.
Com efeito, segundo CE, em seu art. 19, o Tribunal Superior Eleitoral delibera por maioria
de votos, desde que presentes a maioria de seus membros. Isso quer dizer que, para a
instalação de uma sessão de julgamento, é imprescindível a presença da maioria absoluta
dos membros do TSE, ou seja, 4 membros.
Assim, preenchido o quórum de instalação da sessão (maioria absoluta), o TSE julgará os
pedidos que lhes são apresentados pelo voto da maioria dos presentes (maioria simples).
Entretanto, existem determinadas matérias que exigem a presença de todos os membros
para a discussão e, por consequência, para se julgar dessa ou daquela forma, será exigível
a maioria absoluta dos votos. Quais são essas matérias?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 40 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Segundo o parágrafo único do art. 19 do Código Eleitoral, só poderão ser tomadas com
a presença de todos os membros do TSE as decisões sobre:
• interpretação das leis eleitorais em face da Constituição;
• cassação de registro de partidos políticos;
• recursos que importem em anulação geral das eleições;
• recursos que importem em perda de diplomas.
No âmbito dos TRE’s, segundo o art. 28, § 4º do Código Eleitoral, com a redação dada
pela Lei n. 13.165/2015, também será exigível a presença de todos os membros do TRE,
quando o tema em julgamento for:
• ações que importem em cassação de registro;
• ações que importem em anulação geral das eleições;
• ações que gerem a perda do diploma.
Em qualquer caso, se um dos membros efetivos estiver impedido ou suspeito, deve-
se convocar o membro suplente de igual classe. Assim, por exemplo, se um juiz do TRE, da
classe dos desembargadores do TJ, estiver impedido de participar do julgamento, deve-se
convocar um dos desembargadores do TJ substituto.
Entretanto, e se não houver substitutos a serem convocados? Você pode se perguntar:
como assim professor? Imagine a seguinte situação: o TSE possui dois advogados efetivos e
dois advogados substitutos. Em uma determinada sessão de julgamento, um dos advogados
efetivos estava licenciado para tratar da própria saúde e não tem tinha data certa para
retorno, razão pela qual foi convocado um dos advogados substitutos. Entretanto, ao ser
chamado a julgamento um determinado julgamento em que era exigido o quórum completo
para julgamento, os dois advogados presentes à sessão declararam-se suspeitos e, por essa
razão, não podem compor a Corte Eleitoral.
Nesse caso, há apenas um outro advogado substituto apto a ser convocado para
participar do julgamento e, por essa razão, o TSE não terá sete juízes para julgar o feito. E
agora? O que deve ser feito?
Sobre esse assunto, veja o seguinte julgado do TSE:
Embargos de declaração. Omissão. Ausência.

JURISPRUDÊNCIA
1. Segundo a jurisprudência deste Tribunal, “a insuficiência de quorum que decorre
da eventual declaração de impedimento ou de suspeição dos ministros juristas não
impede o julgamento do processo. Configurada a impossibilidade material e jurídica
na indicação de ministro substituto, a entrega da prestação jurisdicional não pode ser
omitida pelo Estado-Juiz. Precedentes: RCED n. 739/RO, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe
de 20.5.2010; RCED n. 612/DF, Rel. Min. Carlos Mário da Silva Velloso, DJ de 16.9.2005”
(ED-AgR-REspe n. 81-97, relª. Minª. Nancy Andrighi, PSESS em 17.12.2012).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 41 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

2. Não há omissão no acórdão embargado, pois nele se registrou que a ação de


impugnação de mandato eletivo não pode ser julgada com base em causa de pedir diversa
da que foi exposta na respectiva inicial, razão pela qual se assentou a improcedência
da demanda.
Embargos rejeitados. (RESPE n. 159389. Relator(a) Min. Henrique Neves Da Silva. DJe
de 04/02/2014).

Tal entendimento, apesar de fixado no âmbito do TSE, tem plena compatibilidade com
a situação dos Tribunais Regionais Eleitorais.

9. COMPETÊNCIAS DA JUSTIÇA ELEITORAL


Estudar a competência da Justiça Eleitoral é analisar as competências dos seus órgãos:
TSE, TREs, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais. Partindo desse pressuposto, um tanto
lógico, é muito comum o estudo dessa matéria ser exaustivo e enfadonho, haja vista que,
em geral, os livros se limitam a transcrever as competências de cada órgão contidas no
Código Eleitoral, com um ou outro comentário que, infelizmente, não acrescentam muito
ao texto legal.
Nesta aula, far-se-á diferente! Em vez de estudar uma a uma as competências de cada
órgão, vamos, na 1ª parte desta explanação, estudá-las por assunto e comparativamente.
Com efeito, ao analisar, por exemplo, a competência para o registro de candidatura, vamos
fazê-la, de uma só vez, sob o enfoque do TSE, do TRE e do Juiz Eleitoral. Somente algumas
competências que não possam ser estudadas com o uso dessa metodologia e que, obviamente,
mereçam destaque, serão tratadas isoladamente na 2ª e última parte deste tópico.
É importante frisar que a Justiça Eleitoral é uma Justiça peculiar (especializada) que
apresenta algumas funções específicas e próprias, não encontradas nas demais. Por isso,
vamos relembrar rapidamente essas funções:
• Função Administrativa – trata-se da função de organização do eleitoral, administração
e fiscalização das eleições;
• Função Consultiva – função de responder, sobre matéria eleitoral, as perguntas que
lhe forem feitas sobre a interpretação e aplicação das leis em tese;
• Função Jurisdicional – a Justiça Eleitoral resolve com caráter de definitividade litígios
eleitorais que surjam, aplicando o direito eleitoral ao caso concreto.
• Função Regulamentar – o TSE pode expedir normas regulamentares para dar aplicação
ao Código Eleitoral. Para tanto, poderá expedir instruções. Esse poder foi atribuído
ao TSE pelo art. 1º, parágrafo único, do CE e pelo art. 105 da Lei n. 9.504/1997.
Além disso, cumpre informar que a CF, no seu art. 121, deixou a cargo de lei complementar a
definição da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral. Veja a redação desse dispositivo legal:
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes
de direito e das Juntas Eleitorais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 42 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Na verdade, para a definição da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral não houve
a edição de nenhuma lei complementar, e sim a recepção da Lei Ordinária n. 4.737/1965 –
Código Eleitoral – com status de lei complementar, especificamente na parte que trata da
definição de competência dos órgãos da Justiça Eleitoral.
Portanto, o estudo da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral revela-se no estudo
do Código Eleitoral, mais precisamente nos quatro títulos da sua “PARTE SEGUNDA”.

9.1. ESTUDO COMPARATIVO DAS COMPETÊNCIAS DA JUSTIÇA ELEITORAL

DATAS DAS ELEIÇÕES

Segundo o art. 23, VI, do CE, compete privativamente ao TSE fixar as datas para as
eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, Senadores e Deputados federais,
quando não o tiverem sido por lei. Ou seja, o TSE fixa a data de realização das eleições
presidenciais e federais.
De modo similar, compete privativamente ao TRE, nos termos do art. 30, IV, do CE, fixar
a data das eleições de Governador e Vice-Governador, Deputados estaduais, Prefeitos, Vice-
Prefeitos, Vereadores e Juízes de paz, quando não determinada por disposição constitucional
ou legal. Ou seja, o TRE fixa a data das eleições estaduais e municipais.
Da análise desses dispositivos legais, conclui-se, de imediato, que a competência dos
órgãos da Justiça Eleitoral – TSE e TRE – para fixar datas de eleições para cargos eletivos é
residual. Isso significa que se tais datas já houverem sido objeto de fixação em lei, ficam sem
aplicação os dispositivos legais que conferem aos órgãos da Justiça Eleitoral essa tarefa.
Atualmente, em face da existência dos arts. 28 e 29, II, da CF, e arts. 1º e 2º da Lei n.
9.504/1997, que fixam as datas das eleições para os referidos cargos eletivos, não se faz
necessária a atuação dos órgãos da Justiça Eleitoral.
Note-se, entretanto, que os dispositivos do CE que conferem a competência em análise
aos órgãos da Justiça Eleitoral não estão revogados, mas apenas momentaneamente sem
aplicação. Caso os dispositivos legais que hoje regem a matéria sejam revogados, podem,
sim, os órgãos da Justiça Eleitoral atuar no vazio legislativo.
Além disso, em caso de vacância e ausência de suplente ou vice para a assunção da vaga,
ter-se-á a realização de novas eleições. Essas eleições suplementares terão suas datas
estabelecidas pela Justiça Eleitoral, já que, nessa situação, inexiste data estabelecida na
legislação eleitoral.
Para facilitar seu estudo, vamos a um quadro esquemático.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 43 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Fixação de Datas de Cargos Eletivos (Competência Residual)

CARGOS ELETIVOS ÓRGÃO COMPETENTE


Presidente e Vice-Presidente da República Senadores
TSE
Deputados federais
Governador e Vice-Governador Deputados estaduais
Prefeitos e Vice-Prefeitos Vereadores TRE
Juízes de paz

Os Juízes e as Juntas Eleitorais não possuem competência para estabelecer datas para
a realização das eleições.

REGISTRO DE CANDIDATURA

O registro de candidatura é uma competência da Justiça Eleitoral comum a três de


seus órgãos: TSE, TRE e Juiz Eleitoral. Trata-se de procedimento destinado à verificação
do preenchimento das condições de elegibilidade e da inexistência de situação fática de
inelegibilidade dos candidatos que queiram habilitar-se à participação no processo eleitoral.
A definição da competência de cada órgão da Justiça Eleitoral, quanto ao registro de
candidatura, é definida em função da circunscrição da eleição. Assim, temos:

COMPETÊNCIA: REGISTRO DE CANDIDATO


CIRCUNSCRIÇÃO DO
CARGO ÓRGÃO COMPETENTE BASE LEGAL
CARGO ELETIVO
Presidente Vice-Presidente País TSE Art. 22, I, a, CE
Governador Vice-Governador
Deputado Federal Estado TRE Art. 29, I, a, CE
Senador Deputado Estadual
Prefeito Vice-Prefeito
Município Juiz Eleitoral Art. 35, XII, CE
Vereador

As Juntas Eleitorais não têm competência para atuarem no registro de candidaturas.

EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS

Os candidatos eleitos, assim como os suplentes, recebem seus diplomas assinados pelo
órgão competente da Justiça Eleitoral. Sem esse documento, o candidato não pode ser
empossado no cargo para o qual foi eleito.
Trata-se de um documento declaratório da validade da eleição e da aptidão do candidato
para ser empossado no cargo eletivo.
Veja a competência da Justiça Eleitoral para a expedição dos diplomas:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 44 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS
CARGOS ELETIVOS ÓRGÃO COMPETENTE
PRESIDENTE DA REPÚBLICA VICE-PRESIDENTE DA
TSE
REPÚBLICA
GOVERNADOR VICE-GOVERNADOR DEPUTADO FEDERAL
TRE
SENADOR DEPUTADO ESTADUAL
PREFEITO VEREADOR JUNTA ELEITORAL

É muito comum se pensar que cabe aos Juízes Eleitorais a expedição de diplomas de
Vereadores, Prefeitos e Vice-Prefeitos. No entanto, observe que compete às Juntas Eleitorais
e não aos Juízes Eleitorais a expedição dos diplomas dos eleitos para os cargos municipais.
Assim, podemos afirmar que, dentre os órgãos componentes da Justiça Eleitoral, os Juízes
Eleitorais são os únicos que não possuem competência para a expedição de diplomas.

REGISTRO E CANCELAMENTO DE DIRETÓRIO DE PARTIDO POLÍTICO

A competência para registro e cancelamento de diretório de partido político é restrita


aos tribunais eleitorais. Assim, seja qual for o diretório, seu cancelamento ou registro não
pode ser feito por Juiz Eleitoral, muito menos ainda por Junta Eleitoral. O TSE cuida do
cancelamento e registro dos diretórios nacionais, enquanto o TRE, dos diretórios regionais,
estaduais e municipais.
Competência: Cancelamento e Registro de Diretório de Partido Político

DIRETÓRIO ÓRGÃO COMPETENTE BASE LEGAL


DIRETÓRIO NACIONAL TSE Art. 22, I, a, CE
DIRETÓRIO REGIONAL DIRETÓRIO
TRE Art. 29, I, a, CE
ESTADUAL DIRETÓRIO MUNICIPAL

CONFLITO DE JURISDIÇÃO

O conflito de jurisdição, tecnicamente denominado pela doutrina de conflito de


competência, é matéria muito cobrada em concursos públicos, pedimos-lhe especial
atenção no seu estudo.
Conflito de jurisdição ou de competência é o choque entre autoridades jurisdicionais
que se supõem competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para
funcionar num mesmo processo, em relação aos mesmos atos.
Veja a seguir um quadro-resumo, no qual estão dispostos os possíveis conflitos de jurisdição
envolvendo órgãos da Justiça Eleitoral, bem assim o órgão competente para solucioná-los:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 45 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Competência: Conflitos de Competência Envolvendo Tribunais da Justiça Eleitoral

CONFLITO DE COMPETÊNCIA ÓRGÃO COMPETENTE

A relação funcional entre o TSE e os TREs não


TRE X TSE
admite o conflito de jurisdição

TRE DO ESTADO A X TSE


TRE DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)

TRE DO ESTADO A X TSE


JUIZ ELEITORAL DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)

TRE X
STF
TRIBUNAL SUPERIOR (COM EXCEÇÃO DO
(art. 102, I, o, da CF)
TSE)

TRE X
OUTRO TRIBUNAL QUE NÃO SEJA UM STJ
TRIBUNAL SUPERIOR (art. 105, I, d, da CF/88)
(POR EXEMPLO: TJ)

Envolvendo Juízes Eleitorais

CONFLITO DE JURISDIÇÃO ÓRGÃO COMPETENTE


TRE DO ESTADO A X Não há conflito de jurisdição. A relação do Juiz
JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A Eleitoral é de subordinação funcional ao TRE

TRE DO ESTADO A X TSE


JUIZ ELEITORAL DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)

JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A X TSE


JUIZ ELEITORAL DO ESTADO B (art. 22, I, b, do CE)

JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A X TRE DO ESTADO A


JUIZ ELEITORAL DO ESTADO A (art. 29, I, b, do CE)

JUIZ ELEITORAL X
STJ
JUIZ DE OUTRO TRIBUNAL NÃO ELEITORAL
(art. 105, I, d, da CF/88)
(POR EXEMPLO: JUIZ FEDERAL)

SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO

Em síntese, as exceções instrumentais de suspeição e impedimento são formas


estabelecidas em lei com o propósito de afastar aquele que não possui capacidade subjetiva
ou compatibilidade com a causa. Ou seja, trata-se de mecanismo para a garantia e efetivação
da imparcialidade, característica da atividade jurisdicional.
Na Justiça Eleitoral, a competência para julgar as exceções e impedimentos fica restrita
aos tribunais – TRE e TSE.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 46 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Exceção de Suspeição e Impedimento (Competência do TSE)

Exceção de Suspeição e Impedimento (Competência do TRE)

AFASTAMENTO DE EXERCÍCIO DOS CARGOS EFETIVOS DE JUÍZES


Os membros que compõem os órgãos da Justiça Eleitoral, com exceção dos componentes
das Juntas Eleitorais, servem, salvo motivo justificado, por dois anos, no mínimo, e nunca
por mais de dois biênios consecutivos.
A regra geral, então, é o exercício por no mínimo dois anos. Entretanto, a expressão “salvo
motivo justificado” permite, como exceção à regra, que mesmo antes de completar dois
anos de efetiva prestação jurisdicional na seara eleitoral, venham os membros da Justiça
Eleitoral a se afastar do cargo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 47 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Nesse processo de pedido de afastamento dos seus membros, a atuação dos tribunais
eleitorais se dá da seguinte forma:
Afastamento de Membros da Justiça Eleitoral

BENEFICIADO QUEM CONCEDE QUEM APROVA


JUIZ ELEITORAL TRE TRE
JUIZ DO TRE TRE TSE
MINISTRO DO TSE TSE TSE

Aqui, gostaríamos que você notasse, em especial, que o pedido de afastamento dos
membros de TREs é concedido pelo próprio tribunal regional (art. 30, III, CE), mas somente
após aprovação do TSE.
Nos demais casos, é intuitivo o processo: o TRE concede e aprova o afastamento dos
Juízes Eleitorais a ele vinculados; e o TSE, como órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, concede,
após deliberação própria, o afastamento de seus próprios membros (art. 23, III, CE).

CRIMES COMETIDOS POR MEMBROS DA JUSTIÇA ELEITORAL


Inicialmente, é importante esclarecer que, para fins de definição da competência
do STJ e STF (e somente para fins de competência), crime eleitoral é uma espécie do
gênero crime comum. Segundo o STF, para fins de definição da competência dos Tribunais
Superiores, a expressão crime comum abrange todo e qualquer delito, inclusive os crimes
eleitorais, sendo utilizada em contraposição aos impropriamente denominados crimes
de responsabilidade, cuja sanção se situa na esfera política (STF, CJ n. 6.971/92). A esse
respeito, veja o seguinte julgado:

“A expressão ‘crime comum’, na linguagem constitucional, é usada em contraposição aos


impropriamente chamados crimes de responsabilidade, cuja sanção é política, e abrange, por
conseguinte, todo e qualquer delito, entre outros, os crimes eleitorais. Jurisprudência antiga e
harmônica do STF [...].” (CJ n. 6.971,
Rel. Min. Paulo Brossard. DJ de 21.2.92).

Feito esse esclarecimento inicial, cumpre informar que o art. 22, I, d, CE, que afirma a
competência do TSE para julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos
cometidos pelos seus próprios juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais, está
revogado pelos arts. 102, I, “c”, e 105, I, “a”, ambos da CF/88.
No que se refere aos membros do TSE, a competência para julgá-los nos crimes penais
comuns, incluindo aí os crimes eleitorais, é do STF. A esse respeito:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 48 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente;

Quanto aos crimes comuns, incluindo também os eleitorais, cometidos pelos membros
dos TREs, a competência para o julgamento é do STJ.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I – processar e julgar, originariamente:


a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

No que se refere aos crimes cometidos pelos Juízes Eleitorais, mantém-se a distinção
entre crimes eleitorais e comuns, mesmo para fins de competência. Os Juízes Eleitorais, nos
crimes eleitorais e conexos, são julgados pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral, como
estabelece o art. 29, I, “d” do referido código, enquanto nos crimes comuns a competência
é do Tribunal de Justiça – TJ.
Na verdade, a distinção na definição da competência para o julgamento dos crimes
eleitorais cometidos pelos membros dos tribunais (TSE e TRE’s) e pelos juízes eleitorais
decorre da forma da previsão constitucional inscrita no art. 96, III da CF. Com efeito, o art.
96, inc. III, da CF, ao estabelecer o foro por prerrogativa de função dos juízes de Direito (e
os Juízes Eleitorais são juízes de Direito), previu que são julgados, nos crimes comuns e de
responsabilidade, no Tribunal de Justiça, “ressalvada a competência da Justiça Eleitoral”.
Veja a redação do art. 96, inc. III da CF:

Art. 96. Compete privativamente:


III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
a competência da Justiça Eleitoral.

Crimes Cometidos por Membros da Justiça Eleitoral (Crimes Comuns e Eleitorais)

MEMBRO CRIME COMPETÊNCIA


MEMBRO DO TSE COMUM (INCLUINDO O ELEITORAL) STF
MEMBRO DO TRE COMUM (INCLUINDO O ELEITORAL) STJ
JUIZ ELEITORAL ELEITORAL TRE
JUIZ ELEITORAL COMUM TJ

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 49 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E HABEAS CORPUS


Vamos estudar este assunto usando uma metodologia um pouco diferente da que
usualmente vínhamos usando.
Primeiro, vamos tratá-lo no âmbito dos tribunais eleitorais – TSE e TRE –, depois, ao
final, no Juiz Eleitoral.
Inicialmente, tenha em mente que para que o mandado de segurança seja impetrado
na Justiça Eleitoral, deverá ele guardar afinidade com questões eleitorais, ou seja, deverá
atacar ato de autoridades eleitorais ou afetas a elas no âmbito do processo eleitoral.
A esse respeito, veja a ementa do seguinte julgado proferido pelo Tribunal Superior Eleitoral:

JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESIDENTE. COMISSÃO EXECUTIVA
ESTADUAL. DESTITUIÇÃO. DIRETÓRIO NACIONAL. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. A Justiça Eleitoral só é competente para conhecer de mandado de segurança em
matéria eleitoral relativa a atos das autoridades indicadas na letra e do inciso I do art.
22 do Código Eleitoral e, excepcionalmente, de órgãos de partidos políticos, quando
possam afetar direitos estritamente ligados a condições de elegibilidade.
2. Foge da competência desta Corte especializada o julgamento de mandado de
segurança contra ato de presidente de diretório nacional que destituiu presidente de
comissão executiva estadual.
3. Agravo regimental desprovido.
(MS n. 3890. Relator Min. Marcelo Henriques Ribeiro De Oliveira. DJE de 07/04/2009)

Além disso, saiba que a competência para julgar o mandado de segurança é determinada
pela órbita a que pertence a autoridade coatora e pela sua localização territorial, à exceção
dos casos expressamente estabelecidos na Constituição e nas leis infraconstitucionais.

NOS TRIBUNAIS ELEITORAIS – TSE E TRE


Em sede de mandado de segurança, em matéria eleitoral, o TSE deixou de ser o órgão
competente para apreciá-lo quando impetrado contra atos do Presidente da República e
de Ministros de Estado. Assim, restou revogado o art. 22, I, e, do CE.
Para esses casos, as novas competências acerca do mandado de segurança em matéria
eleitoral passaram a ser do STF contra atos do presidente da República (art. 102, I, d, da
CF) e do STJ contra atos de Ministros de Estado (art. 105, I, b, da CF).
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 50 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 23, de 1999)

A competência para julgar mandado de segurança contra atos dos membros dos Tribunais
Regionais Eleitorais é do respectivo TRE. Essa afirmação é válida tanto para atos de natureza
eleitoral quanto para atos administrativos relacionados ao funcionamento do respectivo
tribunal. Nesse sentido, a jurisprudência do TSE:

JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que compete ao TRE o julgamento
de mandado de segurança contra atos de seus membros (Precedentes: AgR-MS n.
4.139/PR, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 17.3.2009; AgR-MS n.
3.370/BA, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 24.6.2008). (MS 4279, DJe 14.4.2010)

Por sua vez, quando o ato impugnado via mandado de segurança for do colegiado do
TRE (e não apenas de um de seus membros) há que se fazer uma distinção: para atos de
natureza administrativa – atos pertinentes ao funcionamento do próprio tribunal –, o
competente é o próprio TRE; para atos de natureza eleitoral, a competência é do TSE.

JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que os TREs são competentes
para julgar mandado de segurança contra seus atos de natureza administrativa. (MS
3370, DJ 24.6.2008).

No que se refere aos mandados de segurança contra atos de Juízes Eleitorais, a


competência para julgá-los é do TRE ao qual está vinculado o Juiz Eleitoral cujo ato tenha
sido impugnado.
Quadro de Competências (Mandado de Segurança)

ÓRGÃO/AUTORIDADE COATORA COMPETÊNCIA


ATO DE MINISTRO DE ESTADO STJ
ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA STF
ATO DE MEMBRO DO TRE (ELEITORAL E ADM.) TRE
ATO DE TRE (membro ou colegiado) (ADM) TRE
ATO DE TRE (membro) (ELEITORAL) TRE
ATO DE TRE (colegiado) (ELEITORAL) TSE
ATO DE JUIZ ELEITORAL TRE

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 51 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

No que concerne à ação de habeas corpus, em matéria eleitoral, houve também substancial
alteração no órgão competente para sua apreciação. A partir da Constituição de 1988,
transferiu-se do TSE para o STF a competência em matéria eleitoral para processar e julgar
o habeas corpus, sendo paciente, dentre outros, o presidente da República e os Ministros
de Estados (art. 102, I, d, CF). Lembre-se que, para fins de competência no STF e STJ, o
crime eleitoral é uma espécie de crime comum.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

Quadro de Competências (Habeas Corpus em Matéria Eleitoral)

PACIENTE EM HABEAS CORPUS COMPETÊNCIA


PRESIDENTE DA REPÚBLICA STF
MINISTRO DE ESTADO STF

NO JUIZ ELEITORAL
A competência do Juiz Eleitoral para decidir habeas corpus e mandado de segurança,
em matéria eleitoral, é residual, ou seja, cabe a ele julgar tais ações quando a competência
não estiver atribuída privativamente à instância superior.
Imagine, por hipótese, que o Secretário de Educação de um município do Estado de São
Paulo emita, ex officio, dentro do período de três meses que antecedem a eleição, um ato
transferindo professores para uma unidade de ensino de difícil acesso, em razão de tais
professores não manifestarem apoio à candidatura de determinado candidato. Esse ato
ilegal, pela sua correlação com o processo eleitoral, é passível de mandado de segurança pelos
prejudicados perante a Justiça Eleitoral, sendo competente para julgá-lo o Juiz Eleitoral da
respectiva circunscrição. Essa competência é definida primeiro em razão da órbita de atuação
da autoridade coatora ser municipal, e segundo, pelo fato de não haver determinação legal
dispondo de forma taxativa a autoridade competente para apreciar a matéria.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 52 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

PEDIDO DE DESAFORAMENTO

Em síntese, o pedido de desaforamento é utilizado na Justiça Eleitoral para requerer


que o processo seja submetido a julgamento por um órgão diverso daquele inicialmente
competente, em razão da demora deste no seu julgamento. Especificamente na Justiça
Eleitoral, ultrapassado trinta dias da conclusão do feito ao relator/juiz, é possível a realização
do pedido de desaforamento.
É óbvio que se trata de um instrumento processual pouco utilizado, pois é fato que o
excesso de demanda no Poder Judiciário tornou regra e não exceção a demora no julgamento
de feitos judiciais.
Permanecem, no entanto, válidas as disposições legais que viabilizam a utilização do
pedido de desaforamento no âmbito da Justiça Eleitoral, sendo legitimados os partidos
políticos, candidatos, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. Feitos esses
esclarecimentos iniciais, a competência para julgá-los pode ser assim explicitada:
Pedidos de Desaforamento

COMPETENTE PARA
MATÉRIA
JULGAMENTO
FEITOS NÃO DECIDIDOS PELOS TRIBUNAIS REGIONAIS EM 30 DIAS
TSE
DA CONCLUSÃO PARA JULGAMENTO
FEITOS NÃO DECIDIDOS PELOS JUÍZES ELEITORAIS EM 30
TRE
DIAS DA CONCLUSÃO PARA JULGAMENTO

Diferentemente dos processos de competência originária dos TREs e Juízes Eleitorais


em que, preenchidos os requisitos legais, é possível o pedido de desaforamento, o atraso
no julgamento de processos originários do TSE por mais de 30 dias da conclusão ao relator
é passível de reclamação, e não de desaforamento, sendo competente para julgamento a
própria Corte Suprema Eleitoral (art. 22, I, i, CE).

DIVISÃO OU CRIAÇÃO DE ZONAS ELEITORAIS

O processo de divisão ou criação de zonas eleitorais nos Estados pode ser dividido
em duas etapas: na primeira, os TREs elaboram e encaminham a proposta de criação ou
alteração ao TSE (art. 30, IX, CE); na segunda, a Corte Suprema Eleitoral aprova a proposta
das cortes regionais (art. 23, VIII, CE).
Esquematicamente, esse processo pode ser assim representado:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 53 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Uma vez criada a zona eleitoral, é possível ainda que esta seja objeto de divisão em
seções eleitorais. A competência para proceder a essa divisão é do Juiz Eleitoral, e não do
TRE a que ele esteja vinculado (art. 35, X, CE).
Por último, vale ressaltar ainda que, criadas as seções, cabe ao Juiz Eleitoral designar,
até 60 dias antes das eleições, os locais onde elas serão efetivamente instaladas para
funcionar no dia das eleições (art. 35, XIII, CE).

REQUISIÇÃO DE FORÇA FEDERAL

A requisição de força federal é ato dirigido ao Poder Executivo para garantir o cumprimento
da lei, de decisão judiciária ou para garantir a lisura do pleito eleitoral. Trata-se de uma
prerrogativa privativa do TSE no âmbito da Justiça Eleitoral.
Assim, mesmo quando um tribunal regional dela pretende fazer uso, essa requisição
deve, necessariamente, ser dirigida ao TSE para que este então encaminhe o pedido ao
Poder Executivo.
Vamos a um esquema didático para facilitar o estudo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 54 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

CONSULTAS ELEITORAIS
A função consultiva é uma das funções peculiares da Justiça Eleitoral. Tem como finalidade
esclarecer dúvidas sobre a matéria eleitoral a partir de questionamentos elaborados, em
tese, aos tribunais eleitorais.
O Código Eleitoral atribui somente aos tribunais eleitorais – TSE (art. 23, XIII) e TRE (art.
30, VIII) – a competência para responder consultas. Assim, os Juízes Eleitorais e as Juntas
Eleitorais não podem, em hipótese alguma, se pronunciar por meio delas.
Professor, se o TSE e o TRE podem responder consultas, o que determina a competência
de um e de outro? Nesse caso, a competência não é definida a partir do objeto da discussão,
mas sim em face da pessoa/órgão do consulente (aquele que faz a consulta).
Perante o TSE, somente podem formular consultas autoridade pública com jurisdição
federal (Presidente e Vice-Presidente da República, Deputado federal, Senador, Ministro
de Estado, etc.), ou partido político, por meio de seu órgão de direção nacional.
De outro modo, ao TRE podem se dirigir quaisquer autoridades públicas, independentemente
do âmbito de sua jurisdição, se federal, estadual ou municipal (Presidente da República,
Deputado federal, Deputado estadual, Prefeito, Vereador, Secretário de governo estadual ou
municipal, promotor eleitoral, etc.) e órgão de direção estadual/regional de partido político.
Consultas Eleitorais

COMPETENTE PARA
LEGITIMADOS
RESPONDER
ÓRGÃO DE DIREÇÃO NACIONAL DE PARTIDO POLÍTICO AUTORIDADE
TSE
PÚBLICA COM JURISDIÇÃO NACIONAL
ÓRGÃO DE DIREÇÃO ESTADUAL/ REGIONAL DE PARTIDO POLÍTICO
TRE
AUTORIDADE PÚBLICA

10. RECURSOS NA JUSTIÇA ELEITORAL


A estrutura básica de recorribilidade de decisões na Justiça Eleitoral obedece à seguinte
sistemática:
Os recursos dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e Juntas Eleitorais são
julgados pelos tribunais regionais eleitorais. Aqui, cabe um esclarecimento. Os recursos
das decisões das Juntas Eleitorais são dirigidos ao Juiz Eleitoral para que este faça o seu
processamento (art. 266, CE). Assim que instruído, o Juiz Eleitoral, então, o encaminha ao
TRE competente para que este proceda ao seu julgamento;
• Os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais são
julgados pelo TSE.
Esquematicamente, podemos representar essa estrutura da seguinte forma:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 55 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Estrutura de Recorribilidade no Âmbito da Justiça Eleitoral

Quanto às decisões do TSE, temos que, em regra, tais decisões são irrecorríveis. No
entanto, como exceção, é possível impugná-las quando contrariarem a Constituição
e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança, sendo o STF o órgão
competente para julgamento dos recursos (Art. 121, § 3º, CF).
É claro que essa matéria está intimamente relacionada com as espécies de recurso
no âmbito da Justiça Eleitoral, mas não vamos nos esquecer que a matéria a ser tratada
aqui é de competência, então, vamos nos ater a esse assunto e, no momento oportuno,
ou seja, num tópico específico de recursos, trataremos com mais detalhes de cada um
dos possíveis meios de impugnação previstos no âmbito da Justiça Eleitoral.
Existem outras competências que achamos melhor estudar de forma isolada. É o
que vamos fazer agora na 2ª parte deste subtítulo.

11. ESTUDO ISOLADO DAS COMPETÊNCIAS DA JUSTIÇA


ELEITORAL
Nesta 2ª parte, que vamos iniciar agora, existem algumas competências que são próprias de
um ou outro órgão, o que torna necessário seu estudo de forma isolada. Mas não se preocupe,
vamos sistematizar esse estudo trazendo primeiro as principais competências do TSE para, em
seguida, tratar das do TRE, Juízes Eleitorais e, finalmente, as das Juntas Eleitorais.

11.1. COMPETÊNCIAS DO TSE


A maior parte das competências do TSE, que estudaremos a seguir, se relaciona com
a sua organização administrativa. Essa relação facilita o estudo dessas competências,
pois torna quase intuitivo o seu aprendizado. Vamos às principais delas, fazendo, quando
necessário, algum esclarecimento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 56 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

• Elaborar seu regimento interno;


• Organizar sua Secretária e a Corregedoria-Geral;
• Organizar a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos
• respectivos vencimentos;
Enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos TJs – a lista tríplice
aqui mencionada é a que serve de base para a escolha de membros dos TREs. Lembre-se
que a lista tríplice para a escolha de membros do TSE é elaborada e encaminhada ao Poder
Executivo pelo STF, e não pelo TSE.
Lista Tríplice

QUEM ELABORA TRIBUNAL BENEFICIADO QUEM ENVIA AO PODER EXECUTIVO


TJ TREs TSE
STF TSE STF

Fixar a diária do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência


fora da sede – observe que a competência para fixação de diária por parte do TSE alcança
até mesmo as dos Corregedores Regionais.
Processar e julgar o registro e a cassação de registro de partidos políticos – o processo
de registro de partido político possui duas fases. A primeira é realizada junto ao cartório
competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, enquanto a segunda
se consubstancia no pedido de registro do partido perante o TSE. Essa segunda fase é de
competência do TSE (art. 22, I, CE). Nenhum outro órgão da Justiça Eleitoral está autorizado
a registrar um novo partido. Do mesmo modo, o processo de cassação de registro também
é de competência do TSE, sendo que os demais órgãos da Justiça Eleitoral não estão
legalmente autorizados a apreciar pedidos de extinção de partidos políticos.
Expedir as instruções que julgar conveniente à execução do Código Eleitoral – já sabemos
que a Justiça Eleitoral apresenta funções múltiplas, não se restringindo à atividade-fim de
prestar a jurisdição. Eis aqui uma dessas funções peculiares, a chamada função normativa
da Justiça Eleitoral.

12. COMPETÊNCIAS DO TRE


Continuando nosso estudo, temos ainda algumas competências dos TREs, que merecem
uma especial atenção. Vamos a elas, fazendo algum esclarecimento quando necessário.
• Elaborar seu regimento interno;
• Organizar sua Secretaria e a Corregedoria Regional;
• Propor ao Congresso Nacional, por intermédio do TSE, a criação ou supressão de
cargos e a fixação dos respectivos vencimentos – nota-se que o TRE não pode enviar
diretamente ao Congresso Nacional o projeto de lei de criação ou supressão de seus
cargos. O TRE interessado encaminha sua proposta ao TSE, que a remete então ao
Poder Legislativo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 57 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

• Constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição – é sabido por


nós que as Juntas Eleitorais são órgãos colegiados de 1ª instância da Justiça Eleitoral,
cuja existência se restringe ao período eleitoral. É comum os concursandos acharem
erroneamente que compete ao Juiz Eleitoral a sua constituição, quando, na verdade,
tal competência é do TRE.
• Designar, onde houver mais de uma vara, aquela ou aquelas a que incumbe o serviço eleitoral;
• Aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30 (trinta) dias aos
Juízes Eleitorais;
• Indicar ao Tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos
votos deva ser feita pela mesa receptora.

13. COMPETÊNCIAS DO JUIZ ELEITORAL


Agora veremos algumas competências do Juiz Eleitoral, as quais não devem ser esquecidas.
• Processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada
a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais;
• Indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça que deve ter o
anexo da escrivania eleitoral;
• Dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores;
• Expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
• Mandar organizar em ordem alfabética a relação dos eleitores de cada seção, para remessa
à mesa receptora, juntamente com a folha individual de votação (art. 35, XI, CE);
• Nomear, 60 dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com, pelo menos,
5 dias de antecedência, os membros das mesas receptoras – em cada seção eleitoral
temos uma mesa receptora de votos composta por um presidente, um primeiro e um
segundo mesários, dois secretários e um suplente, sendo que todos são nomeados
pelo Juiz Eleitoral competente;
• Fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por
dispensados do alistamento, um certificado que os isente das sanções legais.

14. COMPETÊNCIAS DA JUNTA ELEITORAL


Para finalizar esta exposição, vamos tratar aqui das competências das Juntas Eleitorais.
As Juntas Eleitorais possuem apenas, e tão somente, 4 competências. Vamos a elas:
• Expedir diploma aos eleitos para cargos municipais – nós já tratamos dessa competência
no início deste tópico, mas não custa nada reiterar que a expedição dos diplomas dos
eleitos para os cargos municipais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador) é de competência
da Junta Eleitoral. Não se esqueça! Não cabe ao Juiz Eleitoral a expedição de diplomas,
nem mesmo dos diplomas relativos aos cargos municipais;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 58 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

• Apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição;
• Resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos
de contagem e da apuração – é isso mesmo! Os incidentes verificados durante os
trabalhos de contagem e apuração dos votos são resolvidos pelas Juntas Eleitorais
e não pelos Juízes Eleitorais;
• Expedir os boletins de apuração.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 59 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

RESUMO
A Justiça Eleitoral é composta por órgãos que integram a estrutura do Poder
Judiciário da União.
Apesar de ser um ramo Especializado da Justiça da União, a Justiça Eleitoral não possui
um quadro próprio de magistrados.
São órgãos da Justiça Eleitoral:
• o Tribunal Superior Eleitoral;
• os Tribunais Regionais Eleitorais;
• os Juízes Eleitorais;
• as Juntas Eleitorais.
Nos tribunais eleitorais, têm-se, nas suas composições, duas classes de membros: os
efetivos e os substitutos.
Quanto à escolha, os membros substitutos dos Tribunais eleitorais são escolhidos, na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Os membros dos Tribunais eleitorais podem servir por dois anos, no mínimo, à Justiça
Eleitoral, sendo possível sua recondução para um único biênio subsequente.
Os litígios eleitorais são julgados pela Justiça Eleitoral com caráter de definitividade.
A Justiça Eleitoral é especializada no julgamento de litígios que se refiram
ao Direito Eleitoral.
Os juízes que participam da composição da Justiça Eleitoral possuem um mandato.
A Constituição Federal garante, em seu art. 121, § 1º, aos membros de tribunais eleitorais,
aos juízes de Direito e aos integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções
e no que lhes for aplicável, plenas garantias e inamovibilidade.
A garantia da vitaliciedade é incompatível com o princípio da periodicidade da investidura
das funções eleitorais.
A Justiça Eleitoral é a responsável pela administração das eleições e dos eleitores no Brasil.
Com a finalidade de conferir segurança jurídica ao pleito, compete ao TSE e aos TREs
responderem as consultas que lhes forem feitas sobre matéria eleitoral. O TSE pode expedir
instruções sobre a execução das leis eleitorais.
O Tribunal Superior Eleitoral é o órgão máximo da Justiça Eleitoral. Sua sede é em Brasília
e, nas matérias de sua competência, exerce jurisdição em todo o território nacional.
Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o TSE compõe-se de, no mínimo, 7 (sete)
membros/ministros: sendo 3 (três) ministros do STF; 2 (dois) ministros do STJ; e dois advogados.
Os ministros do TSE provenientes dos Tribunais – 3 (três) ministros do STF e 2 (dois)
ministros do STJ – são escolhidos em eleição, por voto secreto, nos seus respectivos tribunais
(art. 119, inc. I, da CF).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 60 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Compete ao Presidente da República nomear 2 (dois) ministros do TSE da classe dos


advogados, escolhidos dentre seis advogados de notável saber jurídico e reputação ilibada,
indicados em lista tríplice pelo STF.
A lista tríplice levada ao Presidente da República para que ele escolha um dos nomes
ali elencados é elaborada única e exclusivamente pelo STF.
Os ministros do TSE da classe dos advogados podem continuar o exercício de atividades
advocatícias, vedado apenas o seu exercício nos Tribunais eleitorais.
Não podem fazer parte do Tribunal pessoas que tenham entre si parentes co, ainda que
por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se, neste caso, a que tiver sido escolhida por último.
A escolha desses membros não poderá recair em cidadão que se enquadre em uma das
seguintes situações:
• Ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (cargo em comissão);
• Seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção,
• privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública;
• Exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.
O TSE elegerá seu presidente e vice-presidente dentre os ministros da classe do STF,
enquanto o cargo de Corregedor-Geral Eleitoral deverá recair sobre um de seus membros
provenientes do STJ.
O Tribunal Regional Eleitoral – TRE – é órgão colegiado de 2ª instância da Justiça Eleitoral.
Em cada Estado da Federação e no Distrito Federal há um TRE com jurisdição em todo
o território do respectivo Estado/Distrito Federal na matéria afeta à sua competência, nos
termos do art. 120, da CF.
Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
• Mediante eleição, pelo voto secreto:
− de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
− de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
− de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Dis-
trito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo
Tribunal Regional Federal respectivo;
• Por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Os desembargadores do TJ (2 juízes) e Juízes de Direito da Justiça estadual (2 juízes)
são escolhidos para compor o TRE em eleição, realizada no TJ do respectivo Estado, na qual
o voto é secreto.
Para a escolha do membro do TRE na classe do TRF/JF há duas possibilidades: a) nos
Estados onde houver Sede de TRF, é escolhido um juiz do TRF; b) nos Estados onde não
houver Sede de TRF, é escolhido um juiz federal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 61 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Compete ao Presidente da República nomear 2 (dois) juízes do TRE da classe dos


advogados, escolhidos dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados em lista tríplice pelo TJ.
Não podem fazer parte do TRE pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o 4º grau, excluindo-se, neste caso, a que tiver sido escolhida por último.
A escolha desses membros não poderá recair naqueles que estejam nas seguintes situações:
• Ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (cargo em comissão);
• Seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção,
• privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública;
• Exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.
A escolha dos advogados não pode recair sobre membro do Ministério Público ou
magistrado aposentado.
O TRE elegerá seu presidente e vice-presidente dentre os desembargadores do TJ que
dele fazem parte.
Não há uma regra única no âmbito dos TREs para definir, dentre seus juízes, a quem
caberá o cargo de Corregedor Regional Eleitoral, sendo essa definição afeta ao regimento
interno de cada Corte Regional.
Na 1ª instância, a função eleitoral, na qualidade de Juiz Eleitoral, é exercida
monocraticamente por um juiz de direito componente da Justiça Estadual.
A zona eleitoral é a área de jurisdição do Juiz Eleitoral.
A Junta Eleitoral, assim como o Juiz Eleitoral, é um órgão de 1ª instância da Justiça Eleitoral.
A Junta Eleitoral é composta por um juiz de direito, que atua como presidente, e dois
ou quatro cidadãos de notória idoneidade.
Não podem ser nomeados membros das juntas:
• Os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive,
e bem assim o cônjuge;
• Os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos
nomes tenham sido oficialmente publicados;
• As autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenh de
cargos de confiança do Executivo;
• Os que pertencerem ao serviço eleitoral.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 62 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

QUESTÕES DE CONCURSO

001. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO) A principal função da justiça eleitoral


é garantir
a) o respeito à soberania popular e à cidadania.
b) a classificação das informações de ordem estatal.
c) a auditoria das contas públicas.
d) o cumprimento dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade e da eficiência.
e) a guarda da Constituição Federal.

002. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO) De acordo com o Código Eleitoral, são


órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

003. (CESPE/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA) A Constituição Federal de 1988 elenca


como órgãos da justiça eleitoral
a) o CNJ, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
b) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
c) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
d) o TSE, o CNJ, os TREs e os colégios eleitorais.
e) o TSE, o CNJ, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.

004. (CESPE/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA) Determinado tribunal regional eleitoral foi


provocado a se manifestar, em ação correspondente, a respeito de cassação de registro de
candidato em determinada região de sua competência. Presentes todos os seus membros,
o tribunal, em decisão aprovada por unanimidade, se pronunciou pelo deferimento do
pleito de cassação.
Nessa situação hipotética, a validade da decisão está relacionada
a) à homologação pelo TSE.
b) à presença de todos os membros do tribunal.
c) à inaplicabilidade do efeito suspensivo dos recursos.
d) à avocação de competência.
e) à unanimidade da decisão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 63 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

005. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-BA) No transcorrer do processo eleitoral, será


designado, para cada zona eleitoral, um juiz de direito em efetivo exercício e cumprimento
de suas competências. A legislação pertinente determina que, entre outras atribuições,
compete a esses magistrados
a) designar os locais das seções eleitorais até trinta dias antes das eleições.
b) ordenar o registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais, além de comunicar tal
fato, por ofício, à zona eleitoral de cada candidato.
c) fornecer, aos que não votarem por motivo justificado, certificado de ciência e da guia
de recolhimento de multa no patamar mínimo legal.
d) receber a lista dos membros das mesas receptoras indicados pelo respectivo TRE, assim
como nomeá-los definitivamente pelo menos cinco dias antes da eleição.
e) cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e do respectivo TRE.

006. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-PE) Quanto aos tribunais regionais eleitorais


(TREs), assinale a opção correta.
a) Os TREs não têm competência para responder às consultas em tese sobre matéria eleitoral
feitas por partido político.
b) Compete aos TREs requisitar diretamente força federal, se isso for necessário ao
cumprimento de suas decisões.
c) As decisões dos TREs sobre ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições
ou perda de diplomas somente serão tomadas com a presença de todos os seus membros.
d) As atribuições do corregedor-regional serão fixadas pelo TRE perante o qual servir e,
supletivamente, pelo TSE.
e) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença de dois
terços de seus membros.

007. (CESPE/2016/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-PE) No que se refere às competências originária


e privativa para processar e julgar ações junto aos tribunais eleitorais e à competência dos
Juízes Eleitorais e das Juntas Eleitorais, assinale a opção correta.
a) Compete aos Juízes Eleitorais a expedição do diploma de candidatos eleitos para ocupar
cargos municipais.
b) Caberá ao presidente do tribunal regional eleitoral, em razão de sua competência privativa,
encaminhar à assembleia legislativa estadual proposição de aumento do número de seus
Juízes Eleitorais.
c) A competência originária para processar e julgar ação de cancelamento do registro de
candidatos a cargos eletivos será do TSE.
d) Em se tratando de disputa de competência para o julgamento de crime eleitoral praticado
na divisa de dois municípios, o conflito de jurisdição será processado e julgado originariamente
pelo TSE.
e) As competências das Juntas Eleitorais incluem a nomeação, em audiência pública, nos
respectivos prazos legais, dos membros das mesas receptoras.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 64 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

008. (CESPE/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PI) Com base no


disposto na Lei n. 4.737/1965, assinale a opção correta.
a) A guarda da urna eleitoral é da competência exclusiva, pessoal, intransferível e indelegável
do presidente da Junta Eleitoral.
b) Havendo uma única Junta Eleitoral no município, esta será responsável pela expedição
dos diplomas dos Vereadores.
c) Compete às Juntas Eleitorais a apuração das eleições, que deve ser processada até o
primeiro dia útil posterior à realização do pleito eleitoral.
d) Cabe ao TRE a expedição dos diplomas aos eleitos no pleito de chefe do Poder Executivo municipal.
e) As Juntas Eleitorais compõem-se por um juiz de direito e por quantos cidadãos de notória
idoneidade o juiz desejar convocar para a sua formação.

009. (CESPE/2016/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-PI) Com base no que dispõe


o Código Eleitoral (CE), assinale a opção correta.
a) As Juntas Eleitorais serão compostas por seis membros: um juiz de direito, um promotor
de justiça, dois advogados, dois cidadãos de notória idoneidade.
b) Agentes policiais e funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo
podem ser nomeados membros das juntas, escrutinadores ou auxiliares.
c) O partido político pode indicar um membro de seu diretório para servir como escrivão
eleitoral nas zonas eleitorais.
d) Ocorrendo falta ou impedimento do escrivão eleitoral, o juiz, de ofício, determinará sua
substituição pelo diretor da Junta Eleitoral.
e) Cabe ao presidente do tribunal regional eleitoral aprovar e nomear, no prazo de sessenta
dias antes das eleições, os membros das Juntas Eleitorais.

010. (CESPE/2015/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RS) Para que os governos se


sucedam pacificamente, deve ser racionalmente estruturada uma técnica que assegure a
normal apuração da vontade popular, com rigorosa probidade. Três sistemas se apresentam
para realizar essa operação: o da verificação de poderes, a cargo dos órgãos legislativos; o
sistema eclético de um tribunal misto, com composição dúplice — política e jurisdicional;
e o do controle por um tribunal eleitoral, tipicamente judiciário.
(Fávila Ribeiro. Direito eleitoral. Rio de Janeiro: Forense, 1997.)
A partir dessas informações, é correto afirmar que, no caso brasileiro,
a) vigora o sistema eclético de um tribunal misto, com composição dúplice, política e jurisdicional.
b) é facultada aos tribunais eleitorais a subdivisão em câmaras ou turmas, para deliberação
de caráter administrativo, normativo ou jurisdicional.
c) para o bom cumprimento de suas finalidades, é competência da justiça eleitoral impugnar
o registro de candidatos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 65 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

d) são competências da justiça eleitoral, entre outras: o registro e a cassação dos partidos,
bem como a fiscalização de suas atividades financeiras; a organização do processo eleitoral;
e o fornecimento de transporte e alimentação para eleitores das áreas rurais.
e) a justiça eleitoral dispõe de um quadro misto de magistrados: uma parte integra um
quadro próprio permanente, enquanto a outra é originada, periodicamente, de outros
órgãos judiciários.

011. (CESPE/2015/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-MT) Acerca dos órgãos


da justiça eleitoral, assinale a opção correta.
a) Deve haver, em cada estado e no Distrito Federal, um tribunal regional eleitoral (TRE),
formado por sete membros, sendo dois deles advogados indicados pela Ordem dos Advogados
do Brasil e nomeados pelo governador do respectivo estado.
b) Caso ocorra conflito de jurisdição entre tribunais regionais e Juízes Eleitorais de estados
diferentes, o processamento e o julgamento desse conflito caberão originariamente ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
c) A jurisdição de cada uma das zonas eleitorais deve ser atribuída a um Juiz Eleitoral da
circunscrição, responsável por constituir as juntas, que são divididas em zonas eleitorais.
d) As Juntas Eleitorais, compostas de um Juiz Eleitoral e de dois ou quatro cidadãos de
notória idoneidade, têm a atribuição de expedir títulos eleitorais e conceder transferências
de eleitor.
e) Em princípio, as decisões dos tribunais regionais eleitorais são irrecorríveis, mas admite-
se recurso, excepcionalmente, caso a decisão seja contrária a dispositivo expresso na CF e
em lei federal.

012. (CESPE/2015/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-GO) Considerando a


jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, julgue o item que se segue, acerca do processo
eleitoral, da composição dos tribunais regionais eleitorais e de cabimento recursal.
Exige-se dos advogados que integrarão os tribunais regionais eleitorais o exercício efetivo de,
no mínimo, dez anos de atividade profissional, não estando prevista na Constituição Federal a
participação do órgão de representação da classe dos advogados nesse processo de escolha.

013. (CESPE/2013/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA) Em relação à organização e ao funcionamento


da justiça eleitoral, julgue os próximos itens.
Competem ao Juiz Eleitoral tanto o registro quanto a cassação do registro de candidato
a prefeito.

014. (CESPE/2013/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA) Em relação à organização e ao funcionamento


da justiça eleitoral, julgue os próximos itens.
O advogado que estiver regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil poderá
servir como Juiz Eleitoral de primeira instância.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 66 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

015. (CESPE/2013/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA) Em relação à organização e ao funcionamento


da justiça eleitoral, julgue os próximos itens.
Participa da composição dos tribunais regionais eleitorais um representante do MP.

016. (CESPE/2013/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-MS) A respeito da


composição de competências e atribuições dos órgãos da justiça eleitoral, assinale a
opção correta.
a) Compete ao TRE processar e julgar originariamente os crimes eleitorais cometidos pelos
Juízes Eleitorais.
b) Compete privativamente ao TSE responder às consultas sobre matéria eleitoral que lhe
forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político.
c) As zonas eleitorais são compostas de um juiz de direito, que ocupa a respectiva presidência,
e de dois a quatro cidadãos de notória idoneidade.
d) O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eleito entre os ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), exerce a função de corregedor-geral eleitoral.
e) Membro do Ministério Público (MP) pode integrar a lista tríplice destinada à composição
de tribunal regional eleitoral (TRE).

017. (CESPE/2013/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-MS) Assinale a opção correta


acerca da organização e competência da justiça eleitoral.
a) Não podem ser nomeados membros das Juntas Eleitorais, escrutinadores ou auxiliares
na mesma circunscrição eleitoral dois parentes em qualquer grau.
b) Nos municípios onde haja mais de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas aos
eleitos para cargos municipais é feita pela junta presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo.
c) Compete ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) processar e julgar originariamente os crimes
eleitorais e os comuns a eles conexos, cometidos pelos seus próprios ministros e pelos
juízes dos tribunais regionais.
d) Nas eleições municipais, compete ao corregedor regional eleitoral apurar e punir as
transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários e abuso do poder econômico
ou político, em detrimento da liberdade de voto.
e) A arguição de inelegibilidade de um candidato a prefeito é feita perante o tribunal regional
eleitoral do respectivo estado da Federação.

018. (CESPE/2013/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-MS) A respeito


de composição, competências e atribuições dos órgãos da justiça eleitoral, assinale a
opção correta.
a) Dois funcionários de uma mesma empresa privada podem integrar uma mesma Junta Eleitoral.
b) Servidores do Poder Executivo são impedidos de compor Junta Eleitoral.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 67 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

c) Compete aos juízes criminais processar e julgar os crimes eleitorais cometidos por
quaisquer indivíduos que já alcançaram a maioridade.
d) Aos tribunais regionais eleitorais compete dividir as zonas eleitorais em seções eleitorais.
e) O presidente do tribunal regional eleitoral nomeia os membros das Juntas Eleitorais
somente após a aprovação dos nomes pelo tribunal regional eleitoral.

019. (CESPE/2012/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-RJ) Os tribunais regionais


eleitorais (TREs) são órgãos da justiça federal presentes nos estados e no Distrito Federal.
Acerca da competência desses tribunais, julgue os itens subsequentes.
Compete privativamente aos TREs a elaboração de seus próprios regimentos internos.

020. (CESPE/2012/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RJ) Os tribunais regionais


eleitorais (TREs) são órgãos da justiça federal presentes nos estados e no Distrito Federal.
Acerca da competência desses tribunais, julgue os itens subsequentes.
Compete ao TRE processar e julgar, originariamente, conflitos de jurisdição entre Juízes
Eleitorais do respectivo estado.

021. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
A presidência do TSE cabe a todos os ministros do tribunal, que se revezam no cargo.

022. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
Compete à Junta Eleitoral a apuração das eleições realizadas nas zonas sob a sua jurisdição.

023. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
As Juntas Eleitorais devem ser compostas, necessariamente, por, pelo menos, um Juiz Eleitoral.

024. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
Não pode haver mais de uma Junta Eleitoral por zona.

025. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
A nomeação dos membros das Juntas Eleitorais deve ocorrer sessenta dias antes das
eleições, e a escolha desses membros deve ter sido aprovada pelo tribunal regional eleitoral.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 68 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

026. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-ES) Julgue os itens


seguintes, referentes à composição e às atribuições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e
do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Um vereador que seja advogado não pode ser nomeado ministro do TSE para uma das vagas
destinadas a tais profissionais.

027. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-ES) Compete aos TREs


aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos de seus juízes.

028. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-ES) O sobrinho-neto


de um ministro do TSE na ativa não pode ser nomeado ministro da mesma corte devido
ao parentesco.

029. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-ES) O número de Juntas Eleitorais


que podem ser organizadas é igual ao número de juízes de direito que gozam das garantias
constitucionais inerentes à magistratura, mesmo que estes não sejam Juízes Eleitorais.

030. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-ES) As Juntas Eleitorais,


compostas de um juiz de direito, a quem compete presidi-la, e de dois ou quatro cidadãos
de notória idoneidade, são nomeadas antes da eleição, depois de aprovação do tribunal
regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 69 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

GABARITO

1. a
2. e
3. b
4. b
5. e
6. c
7. d
8. b
9. e
10. d
11. b
12. C
13. C
14. E
15. E
16. a
17. b
18. e
19. C
20. C
21. E
22. C
23. E
24. E
25. C
26. C
27. E
28. C
29. C
30. C

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 70 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

GABARITO COMENTADO

001. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO) A principal função da justiça eleitoral


é garantir
a) o respeito à soberania popular e à cidadania.
b) a classificação das informações de ordem estatal.
c) a auditoria das contas públicas.
d) o cumprimento dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade e da eficiência.
e) a guarda da Constituição Federal.

A Justiça Eleitoral é o ramo especializado no julgamento dos litígios eleitorais (Direito


Eleitoral), bem como tem atribuições administrativas para garantir a aplicabilidade das
leis eleitorais. Por essa razão, o principal papel dos órgãos da Justiça Eleitoral é garantir o
livre exercício da soberania popular e da cidadania.
Letra a.

002. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-TO) De acordo com o Código Eleitoral, são


órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

Conforme o art. 118 da CF, são órgãos da Justiça Eleitoral: o TSE, os TRE’s, os juízes e as
juntas eleitorais. Assim, dentre as alternativas, a que indica apenas órgãos da Justiça
Eleitoral é a letra E.
Letra e.

003. (CESPE/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA) A Constituição Federal de 1988 elenca


como órgãos da justiça eleitoral
a) o CNJ, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
b) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.
c) o TSE, os TREs, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.
d) o TSE, o CNJ, os TREs e os colégios eleitorais.
e) o TSE, o CNJ, os juízes eleitorais e os colégios eleitorais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 71 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Nos termos do art. 118 do Código Eleitoral, a Justiça Eleitoral compõe-se do TSE, dos TRE’s,
dos juízes eleitoral e das juntas eleitorais.
Assim, a alternativa correta é a letra B.
Letra b.

004. (CESPE/2017/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA) Determinado tribunal regional eleitoral foi


provocado a se manifestar, em ação correspondente, a respeito de cassação de registro de
candidato em determinada região de sua competência. Presentes todos os seus membros,
o tribunal, em decisão aprovada por unanimidade, se pronunciou pelo deferimento do
pleito de cassação.
Nessa situação hipotética, a validade da decisão está relacionada
a) à homologação pelo TSE.
b) à presença de todos os membros do tribunal.
c) à inaplicabilidade do efeito suspensivo dos recursos.
d) à avocação de competência.
e) à unanimidade da decisão.

De acordo com o art. 28, § 4º, do Código Eleitoral, as decisões dos tribunais regionais sobre
quaisquer ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda
de diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros.
Letra b.

005. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-BA) No transcorrer do processo eleitoral, será


designado, para cada zona eleitoral, um juiz de direito em efetivo exercício e cumprimento
de suas competências. A legislação pertinente determina que, entre outras atribuições,
compete a esses magistrados
a) designar os locais das seções eleitorais até trinta dias antes das eleições.
b) ordenar o registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais, além de comunicar tal
fato, por ofício, à zona eleitoral de cada candidato.
c) fornecer, aos que não votarem por motivo justificado, certificado de ciência e da guia
de recolhimento de multa no patamar mínimo legal.
d) receber a lista dos membros das mesas receptoras indicados pelo respectivo TRE, assim
como nomeá-los definitivamente pelo menos cinco dias antes da eleição.
e) cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e do respectivo TRE.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 72 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

a) Errada. Compete aos juízes eleitorais designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições,
os locais das seções eleitorais.
b) Errada. Compete aos juízes eleitorais ordenar o registro e cassação do registro dos
candidatos aos cargos eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional.
c) Errada. Compete aos juízes eleitorais fornecer aos que não votaram por motivo justificado
e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das
sanções legais;
d) Errada. Compete aos juízes eleitorais nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em
audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros
das mesas receptoras
e) Certa. A alternativa E está correta porque reproduz a literalidade do art. 35, I do Código Eleitoral.
Letra e.

006. (CESPE/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-PE) Quanto aos tribunais regionais eleitorais


(TREs), assinale a opção correta.
a) Os TREs não têm competência para responder às consultas em tese sobre matéria eleitoral
feitas por partido político.
b) Compete aos TREs requisitar diretamente força federal, se isso for necessário ao
cumprimento de suas decisões.
c) As decisões dos TREs sobre ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições
ou perda de diplomas somente serão tomadas com a presença de todos os seus membros.
d) As atribuições do corregedor-regional serão fixadas pelo TRE perante o qual servir e,
supletivamente, pelo TSE.
e) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença de dois
terços de seus membros.

Vamos à análise da incorreção ou correção das assertivas:


a) Errada. Os TREs têm competência para responder, sobre matéria eleitoral, às consultas
que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político;
b) Errada. Compete aos TREs solicitar ao Tribunal Superior a requisição de força federal.
c) Certa. Essa é a alternativa correta, pois reproduz a literalidade da disposição contida no
art. 28, § 4º do Código Eleitoral, com a redação dada pela Lei n. 13.165/2015.
d) Errada. As atribuições do corregedor regional serão fixadas pelo Tribunal Superior
Eleitoral e, em caráter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante
o qual servir.
e) Errada. Os tribunais regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com
a presença da maioria de seus membros.
Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 73 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

007. (CESPE/2016/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-PE) No que se refere às competências originária


e privativa para processar e julgar ações junto aos tribunais eleitorais e à competência dos
Juízes Eleitorais e das Juntas Eleitorais, assinale a opção correta.
a) Compete aos Juízes Eleitorais a expedição do diploma de candidatos eleitos para ocupar
cargos municipais.
b) Caberá ao presidente do tribunal regional eleitoral, em razão de sua competência privativa,
encaminhar à assembleia legislativa estadual proposição de aumento do número de seus
Juízes Eleitorais.
c) A competência originária para processar e julgar ação de cancelamento do registro de
candidatos a cargos eletivos será do TSE.
d) Em se tratando de disputa de competência para o julgamento de crime eleitoral
praticado na divisa de dois municípios, o conflito de jurisdição será processado e julgado
originariamente pelo TSE.
e) As competências das Juntas Eleitorais incluem a nomeação, em audiência pública, nos
respectivos prazos legais, dos membros das mesas receptoras.

O TSE julga o conflito de competência quando instaurado entre Juízes Eleitorais de municípios
limítrofes, desde que os Juízes Eleitorais sejam de estados diferentes. Entretanto, apesar
da ausência dessa informação final, o CESPE considerou essa assertiva como correta, já
que, segundo o examinador a expressão “divisa de dois municípios” designa a separação
de municípios de estados diferentes. A divisa pode ser entendida como a “fronteira” entre
dois estados-membros.
Por sua vez, quando se tratar da separação entre municípios do mesmo estado-membro,
usa-se a expressão limite.
a) Errada. Compete às Juntas Eleitorais a expedição do diploma de candidatos eleitos para
ocupar cargos municipais. Assim, essa assertiva está incorreta.
b) Errada. Segundo a posição adotada em outros concursos pelo CESPE, não se admite a
alteração da composição dos TREs. A composição prevista na CF é fixa. Dessa forma, essa
afirmação está errada.
c) Errada. O TSE somente julga a ação de impugnação e a ação de cassação do registro de
candidatura nas eleições presidenciais. Desse modo, essa assertiva está incorreta.
e) Errada. As competências dos Juízes Eleitorais incluem a nomeação, em audiência pública,
nos respectivos prazos legais, dos membros das mesas receptoras. Logo, essa alternativa
está incorreta.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 74 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

008. (CESPE/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-PI) Com base no


disposto na Lei n. 4.737/1965, assinale a opção correta.
a) A guarda da urna eleitoral é da competência exclusiva, pessoal, intransferível e indelegável
do presidente da Junta Eleitoral.
b) Havendo uma única Junta Eleitoral no município, esta será responsável pela expedição
dos diplomas dos Vereadores.
c) Compete às Juntas Eleitorais a apuração das eleições, que deve ser processada até o
primeiro dia útil posterior à realização do pleito eleitoral.
d) Cabe ao TRE a expedição dos diplomas aos eleitos no pleito de chefe do Poder Executivo municipal.
e) As Juntas Eleitorais compõem-se por um juiz de direito e por quantos cidadãos de notória
idoneidade o juiz desejar convocar para a sua formação.

a) Errada. Nos termos do art. 155, § 2º, do Código Eleitoral, a urna ficará permanentemente
à vista dos interessados e sob a guarda de pessoa designada pelo presidente da Junta
Eleitoral. Dessa forma, essa assertiva está incorreta.
b,d) A expedição dos diplomas para os eleitos para os cargos municipais é de competência
das Juntas Eleitorais. Se houver, na zona eleitoral, uma única Junta Eleitoral, a esta caberá
a expedição dos diplomas.
c) Errada. Compete à Junta Eleitoral apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas
nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição. Assim, essa afirmação está incorreta.
e) Errada. Compor-se-ão as Juntas Eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de
2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. Destarte, essa afirmação está incorreta.
Letra b.

009. (CESPE/2016/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-PI) Com base no que dispõe


o Código Eleitoral (CE), assinale a opção correta.
a) As Juntas Eleitorais serão compostas por seis membros: um juiz de direito, um promotor
de justiça, dois advogados, dois cidadãos de notória idoneidade.
b) Agentes policiais e funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo
podem ser nomeados membros das juntas, escrutinadores ou auxiliares.
c) O partido político pode indicar um membro de seu diretório para servir como escrivão
eleitoral nas zonas eleitorais.
d) Ocorrendo falta ou impedimento do escrivão eleitoral, o juiz, de ofício, determinará sua
substituição pelo diretor da Junta Eleitoral.
e) Cabe ao presidente do tribunal regional eleitoral aprovar e nomear, no prazo de sessenta
dias antes das eleições, os membros das Juntas Eleitorais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 75 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Os membros das Juntas Eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede. Portanto, essa afirmação está correta.
a) Errada. Compor-se-ão as Juntas Eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de
2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. Destarte, essa afirmação está incorreta.
b,c) Erradas. Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares:
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau,
inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos
nomes tenham sido oficialmente publicados;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho
de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral. Assim, essas assertivas estão incorretas.
d) Errada. Nos termos do art. 33 do Código Eleitoral, o escrivão eleitoral, em suas faltas e
impedimentos, será substituído na forma prevista pela lei de organização judiciária local.
Logo, essa assertiva está incorreta.
Letra e.

010. (CESPE/2015/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RS) Para que os governos se


sucedam pacificamente, deve ser racionalmente estruturada uma técnica que assegure a
normal apuração da vontade popular, com rigorosa probidade. Três sistemas se apresentam
para realizar essa operação: o da verificação de poderes, a cargo dos órgãos legislativos; o
sistema eclético de um tribunal misto, com composição dúplice — política e jurisdicional;
e o do controle por um tribunal eleitoral, tipicamente judiciário.
(Fávila Ribeiro. Direito eleitoral. Rio de Janeiro: Forense, 1997.)
A partir dessas informações, é correto afirmar que, no caso brasileiro,
a) vigora o sistema eclético de um tribunal misto, com composição dúplice, política e
jurisdicional.
b) é facultada aos tribunais eleitorais a subdivisão em câmaras ou turmas, para deliberação
de caráter administrativo, normativo ou jurisdicional.
c) para o bom cumprimento de suas finalidades, é competência da justiça eleitoral impugnar
o registro de candidatos.
d) são competências da justiça eleitoral, entre outras: o registro e a cassação dos partidos,
bem como a fiscalização de suas atividades financeiras; a organização do processo eleitoral;
e o fornecimento de transporte e alimentação para eleitores das áreas rurais.
e) a justiça eleitoral dispõe de um quadro misto de magistrados: uma parte integra um
quadro próprio permanente, enquanto a outra é originada, periodicamente, de outros
órgãos judiciários.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 76 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

São competências da justiça eleitoral, entre outras: o registro e a cassação dos partidos,
bem como a fiscalização de suas atividades financeiras; a organização do processo eleitoral;
e o fornecimento de transporte e alimentação para eleitores das áreas rurais. Essa é a
assertiva correta.
a) Errada. Embora os tribunais eleitorais possuam uma composição mista ou eclética, a sua
composição é meramente jurisdicional. Assim, essa assertiva está incorreta.
b) Errada. Não há autorização para a divisão dos tribunais eleitorais em turmas ou câmaras.
Dessa forma, essa afirmação está incorreta.
c) Errada. A Justiça Eleitoral não impugna candidaturas, mas apenas julga as ações de
impugnação ao registro de candidatura que lhes forem apresentadas. Essa afirmação
decorre da característica da inércia da jurisdição. Logo, essa alternativa está incorreta.
e) Errada. Não há magistratura própria na Justiça Eleitoral, motivo pelo qual não há um
quadro permanente de Juízes Eleitorais. Portanto, essa assertiva está incorreta.
Letra d.

011. (CESPE/2015/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-MT) Acerca dos órgãos


da justiça eleitoral, assinale a opção correta.
a) Deve haver, em cada estado e no Distrito Federal, um tribunal regional eleitoral (TRE),
formado por sete membros, sendo dois deles advogados indicados pela Ordem dos Advogados
do Brasil e nomeados pelo governador do respectivo estado.
b) Caso ocorra conflito de jurisdição entre tribunais regionais e Juízes Eleitorais de estados
diferentes, o processamento e o julgamento desse conflito caberão originariamente ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
c) A jurisdição de cada uma das zonas eleitorais deve ser atribuída a um Juiz Eleitoral da
circunscrição, responsável por constituir as juntas, que são divididas em zonas eleitorais.
d) As Juntas Eleitorais, compostas de um Juiz Eleitoral e de dois ou quatro cidadãos de notória
idoneidade, têm a atribuição de expedir títulos eleitorais e conceder transferências de eleitor.
e) Em princípio, as decisões dos tribunais regionais eleitorais são irrecorríveis, mas admite-
se recurso, excepcionalmente, caso a decisão seja contrária a dispositivo expresso na CF e
em lei federal.

O conflito de competência entre tribunais regionais eleitorais e entre Juízes Eleitorais de


estados diferentes é competência do TSE. Logo, essa afirmação está correta.
Letra b.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 77 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

012. (CESPE/2015/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-GO) Considerando a


jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, julgue o item que se segue, acerca do processo
eleitoral, da composição dos tribunais regionais eleitorais e de cabimento recursal.
Exige-se dos advogados que integrarão os tribunais regionais eleitorais o exercício efetivo
de, no mínimo, dez anos de atividade profissional, não estando prevista na Constituição
Federal a participação do órgão de representação da classe dos advogados nesse processo
de escolha.

No processo de escolha dos advogados que integram os tribunais eleitorais, para a formação da
lista tríplice, não há a participação da OAB. Ou seja, a OAB não tem direito líquido e certo para
intervir na definição dos advogados que integrarão a classe dos juristas nos tribunais eleitorais.
No que se refere ao requisito temporal de exercício de atividade advocatícia nos TRE’s,
exige-se que o advogado tenha, pelo menos, dez anos de efetivo de atividade advocatícia.
Por essa razão, a assertiva está certa.
Certo.

013. (CESPE/2013/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA) Em relação à organização e ao funcionamento


da justiça eleitoral, julgue os próximos itens.
Competem ao Juiz Eleitoral tanto o registro quanto a cassação do registro de candidato
a prefeito.

O juiz eleitoral atua no registro e na cassação do registro de candidatos aos cargos municipais.
Ou seja, aquele cidadão que pretenda concorrer ao cargo de prefeito deverá, por meio de
seu partido político ou coligação, formular pedido de registro de candidatura perante o
juiz eleitoral.
Assim, a assertiva está correta.
Certo.

014. (CESPE/2013/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA) Em relação à organização e ao funcionamento


da justiça eleitoral, julgue os próximos itens.
O advogado que estiver regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil poderá
servir como Juiz Eleitoral de primeira instância.

Os advogados não integram os órgãos da Justiça Eleitoral em primeira instância. Na verdade,


há duas vagas para a classe dos juristas no TSE e no TRE. Por sua vez, o cargo de juiz eleitoral
é exercido por um Juiz de Direito, membro do Poder Judiciário estadual.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 78 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

015. (CESPE/2013/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA) Em relação à organização e ao funcionamento


da justiça eleitoral, julgue os próximos itens.
Participa da composição dos tribunais regionais eleitorais um representante do MP.

Os membros do Ministério Público, seja federal, seja estadual, não compõe os órgãos
da Justiça Eleitoral. Em outras palavras, as disposições do quinto constitucional sobre
a participação de membros do Ministério Público em tribunais de justiça e em tribunais
regionais federais não tem aplicabilidade na Justiça Eleitoral.
Assim, a assertiva está errada.
Errado.

016. (CESPE/2013/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-MS) A respeito da


composição de competências e atribuições dos órgãos da justiça eleitoral, assinale a
opção correta.
a) Compete ao TRE processar e julgar originariamente os crimes eleitorais cometidos pelos
Juízes Eleitorais.
b) Compete privativamente ao TSE responder às consultas sobre matéria eleitoral que lhe
forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político.
c) As zonas eleitorais são compostas de um juiz de direito, que ocupa a respectiva presidência,
e de dois a quatro cidadãos de notória idoneidade.
d) O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eleito entre os ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), exerce a função de corregedor-geral eleitoral.
e) Membro do Ministério Público (MP) pode integrar a lista tríplice destinada à composição
de tribunal regional eleitoral (TRE).

Os juízes eleitorais são juízes de direito e, caso haja a prática de crime comum ou de crime de
responsabilidade, serão processados e julgados perante o Tribunal de Justiça. Entretanto, por
expressa ressalva constitucional, se cometerem crimes eleitorais e crimes comuns conexos,
a competência para julgamento será do Tribunal Regional Eleitoral do respectivo estado.
Assim, a alternativa correta é a letra A.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
b) Errada. O TSE somente responde consultas formulada pelo órgão nacional de partido
político e por autoridade pública com jurisdição federal.
c) Errada. A composição descrita na alternativa refere-se às juntas eleitorais. Na verdade, a
zona eleitoral é o espaço geográfico em que o juiz eleitoral exerce suas funções jurisdicionais.
d) Errada. O cargo de corregedor-geral eleitoral é exercido apenas por ministro do STJ.
e) Errada. Inexiste a participação de membro do ministério público nos órgãos da Justiça
Eleitoral. A lista tríplice é formada pelos TJ’s e pelo STF com a indicação de advogados.
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 79 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

017. (CESPE/2013/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-MS) Assinale a opção correta


acerca da organização e competência da justiça eleitoral.
a) Não podem ser nomeados membros das Juntas Eleitorais, escrutinadores ou auxiliares
na mesma circunscrição eleitoral dois parentes em qualquer grau.
b) Nos municípios onde haja mais de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas aos
eleitos para cargos municipais é feita pela junta presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo.
c) Compete ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) processar e julgar originariamente os crimes
eleitorais e os comuns a eles conexos, cometidos pelos seus próprios ministros e pelos
juízes dos tribunais regionais.
d) Nas eleições municipais, compete ao corregedor regional eleitoral apurar e punir as
transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários e abuso do poder econômico
ou político, em detrimento da liberdade de voto.
e) A arguição de inelegibilidade de um candidato a prefeito é feita perante o tribunal regional
eleitoral do respectivo estado da Federação.

Durante as eleições municipais, admite-se a formação de tantas juntas eleitorais quantos


forem o número de juízes de direito disponíveis. Por essa razão, em caso de uma zona
eleitoral com mais de uma junta eleitoral, a expedição dos diplomas dar-se-á pela junta
eleitoral composta pelo juiz de direito mais antigo.
Assim, a alternativa correta é a letra B.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
a) Errada. De acordo com o art. 64 da Lei n. 9.504/97, vedada a participação de parentes
em qualquer grau ou de servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na
mesma mesa, turma ou junta eleitoral.
c) Errada. O TSE não possui, desde a CF/88, competência penal originária.
d) Errada. Nas eleições municipais, a competência para apurar e punir as transgressões
relativas à origem de valores pecuniários e abuso de poder político e econômico em detrimento
da liberdade do voto é do juiz eleitoral.
e) Errada. A arguição de inelegibilidade, nas eleições municipais, deve ser feita perante o
juiz eleitoral.
Letra b.

018. (CESPE/2013/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-MS) A respeito


de composição, competências e atribuições dos órgãos da justiça eleitoral, assinale a
opção correta.
a) Dois funcionários de uma mesma empresa privada podem integrar uma mesma Junta Eleitoral.
b) Servidores do Poder Executivo são impedidos de compor Junta Eleitoral.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 80 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

c) Compete aos juízes criminais processar e julgar os crimes eleitorais cometidos por
quaisquer indivíduos que já alcançaram a maioridade.
d) Aos tribunais regionais eleitorais compete dividir as zonas eleitorais em seções eleitorais.
e) O presidente do tribunal regional eleitoral nomeia os membros das Juntas Eleitorais
somente após a aprovação dos nomes pelo tribunal regional eleitoral.

Nos termos do art. 36, § 1º do Código Eleitoral, os membros das juntas eleitorais serão
nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional,
pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede.
Assim, a alternativa correta é a letra E.
Letra e.

019. (CESPE/2012/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIO/TRE-RJ) Os tribunais regionais


eleitorais (TREs) são órgãos da justiça federal presentes nos estados e no Distrito Federal.
Acerca da competência desses tribunais, julgue os itens subsequentes.
Compete privativamente aos TREs a elaboração de seus próprios regimentos internos.

Em razão da autonomia constitucional dada aos tribunais pela CF, os TRE’s têm a competência
para a elaboração de seus próprios regimentos.
Certo.

020. (CESPE/2012/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-RJ) Os tribunais regionais


eleitorais (TREs) são órgãos da justiça federal presentes nos estados e no Distrito Federal.
Acerca da competência desses tribunais, julgue os itens subsequentes.
Compete ao TRE processar e julgar, originariamente, conflitos de jurisdição entre Juízes
Eleitorais do respectivo estado.

Os conflitos de competência entre juízes eleitorais de estados diferentes são processados


e julgados pelo TSE. Por sua vez, os conflitos de competência instaurados entre juízes
eleitorais do mesmo estado são processados e julgados pelo respectivo estado.
Assim, a presente alternativa é certa.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 81 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

021. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
A presidência do TSE cabe a todos os ministros do tribunal, que se revezam no cargo.

Serão eleitos para os cargos de Presidente e Vice-Presidente do TSE, em escrutínio secreto,


os ministros oriundos do STF.
Assim, essa assertiva está errada.
Errado.

022. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
Compete à Junta Eleitoral a apuração das eleições realizadas nas zonas sob a sua jurisdição.

A apuração das eleições municipais é feita pela junta eleitoral que tem jurisdição sob a
respectiva zona eleitoral.
Assim, a alternativa está correta.
Certo.

023. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
As Juntas Eleitorais devem ser compostas, necessariamente, por, pelo menos, um Juiz Eleitoral.

As juntas eleitorais são compostas por um juiz de direito e por dois a quatro cidadãos. Veja que
há uma variação do número de cidadãos, mas todas as juntas eleitorais, obrigatoriamente,
terão um juiz de direito, que será o seu presidente.
Assim, a assertiva está certa.
Certo.

024. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
Não pode haver mais de uma Junta Eleitoral por zona.

Poderão ser organizadas tantas juntas quantas permitir o número de juízes de direito,
mesmo que não sejam juízes eleitorais.
Assim, a assertiva está correta.
Errado

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 82 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

025. (CESPE/2012/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-RJ) A respeito dos


órgãos da justiça eleitoral, julgue os itens subsequentes.
A nomeação dos membros das Juntas Eleitorais deve ocorrer sessenta dias antes das
eleições, e a escolha desses membros deve ter sido aprovada pelo tribunal regional eleitoral.

Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede.
Logo, essa assertiva está certa.
Certo.

026. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-ES) Julgue os itens


seguintes, referentes à composição e às atribuições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e
do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Um vereador que seja advogado não pode ser nomeado ministro do TSE para uma das vagas
destinadas a tais profissionais.

Advogados ocupantes de cargos eletivos não podem ser indicados para compor a listra
tríplice para a composição do TSE.
Assim, a apresente assertiva está correta.
Certo.

027. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-ES) Compete aos TREs


aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos de seus juízes.

Compete ao TSE aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos
tribunais regionais eleitorais.
Assim, a presente assertiva está incorreta.
Errado.

028. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-ES) O sobrinho-neto


de um ministro do TSE na ativa não pode ser nomeado ministro da mesma corte devido
ao parentesco.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 83 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si
parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, excluindo-se neste caso o que
tiver sido escolhido por último.
Assim, o sobrinho-neto de ministro do TSE não pode compor essa Corte Eleitoral por causa
da existência de parentesco de quarto grau.
Certo.

029. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-ES) O número de Juntas Eleitorais


que podem ser organizadas é igual ao número de juízes de direito que gozam das garantias
constitucionais inerentes à magistratura, mesmo que estes não sejam Juízes Eleitorais.

Poderão ser organizadas tantas juntas quantas permitir o número de juízes de direito,
mesmo que não sejam juízes eleitorais.
Certo.

030. (CESPE/2011/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-ES) As Juntas Eleitorais,


compostas de um juiz de direito, a quem compete presidi-la, e de dois ou quatro cidadãos
de notória idoneidade, são nomeadas antes da eleição, depois de aprovação do tribunal
regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede.

Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede.
Assim, essa assertiva está certa.
Certo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 84 de 86
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Roberto Moreira. Direito Eleitoral. 2. ed. rev. atual. e ampl. Salvador: JusPodivm, 2009.

BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral: teoria, jurisprudência e mais de 1000 questões
comentadas. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CÂNDIDO, Joel J. Direito Eleitoral Brasileiro. 12. ed. rev., atual. e ampl. Bauru: Edipro, 2006.

CERQUEIRA, Thales Tácito Pontes Luz de Pádua. CERQUEIRA, Camila Medeiros de Albuquerque
Pontes Luz de Pádua. Tratado de Direito Eleitoral. São Paulo: Premier Máxima, 2008.

COÊLHO, Marcus Vinicius Furtado. Direito Eleitoral e Processo Eleitoral – Direito Penal
Eleitoral e Direito Político. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.

COSTA, Adriano Soares da. Instituições de Direito Eleitoral. 7. ed. rev., atual. e ampl. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2008.

DIDIER JR., Fredie. CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil:
Meios de Impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais.

5. ed. rev., atual. e ampl. Salvador: JusPodivm, 2008.

GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 3. ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.

RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 8. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.

VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito Eleitoral. São
Paulo: Saraiva, 2009.

ZILIO, Rodrigo López. Direito Eleitoral: noções preliminares, elegibilidade e inelegibilidade,


processo eleitoral (da convenção à prestação de contas), ações eleitorais. Porto Alegre:
Verbo Jurídico, 2008.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

gran.com.br 85 de 86
Abra

caminhos

crie

futuros
gran.com.br

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar