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Justiça Eleitoral
Livro Eletrônico
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CÓDIGO:
230807115769
WESLEI MACHADO
MARCOS CARVALHEDO
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DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral
Weslei Machado e Marcos Carvalhedo
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1. Aspectos Gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Características da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3. Funções da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. Tribunal Superior Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.1. Jurisdição e Sede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.2. Hipóteses Didáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.3. Composição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.4. Composição: Possibilidade de Alteração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.5. Escolha de Ministros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.6. Presidente, Vice-Presidente e Corregedor-Geral Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . 22
4.7. Temporalidade dos Ministros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5. Tribunal Regional Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.1. Jurisdição e Sede do TRE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.2. Composição do TRE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.3. Processo de Escolha de Membros do TRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.4. Vedações à Escolha dos Membros do TRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.5. Presidente, Vice-Presidente e Corregedor Regional Eleitoral. . . . . . . . . . . . . 33
5.6. Temporalidade no Cargo de Membro do TRE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
6. Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6.1. Justiça Eleitoral (Órgãos e Origem dos Membros). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6.2. Processo de Escolha do Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6.3. Jurisdição do Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
6.4. Temporalidade no Cargo de Juiz Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
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7. Junta Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
7.1. Composição das Juntas Eleitorais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
7.2. Processo de Escolha dos Membros da Junta Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
7.3. Vedações à Escolha de Membros da Junta Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
8. Quórum de Deliberação dos Órgãos da Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
9. Competências da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
9.1. Estudo Comparativo das Competências da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . 43
10. Recursos na Justiça Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
11. Estudo Isolado das Competências da Justiça Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
11.1. Competências do TSE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
12. Competências do TRE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
13. Competências do Juiz Eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
14. Competências da Junta Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
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APRESENTAÇÃO
Querido(a) aluno(a), tudo bem?
Em nossa aula de hoje, trataremos da Justiça Eleitoral. Abordaremos, desse modo,
a organização e as competências da Justiça Eleitoral, conforme prescrição contida na
Constituição Federal e no Código Eleitoral.
Não perca nenhum detalhe desta aula. Estamos diante de um dos temas mais cobrados em
concursos públicos nos quais a disciplina Direito Eleitoral integra o conteúdo programático.
Está preparado(a)? Vamos lá!
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JUSTIÇA ELEITORAL
Caro(a) aluno(a), vamos iniciar nosso curso tratando dos aspectos gerais da Justiça
Eleitoral. Essa primeira parte da aula é importante para que você comece a perceber que
a Justiça Eleitoral é um ramo do Poder Judiciário com características muito singulares.
Desde a definição de suas competências (funções jurisdicional, administrativa, consultiva
e regulamentar) até o modelo de sua organização funcional (composição híbrida e não
vitalícia), tudo (ou quase tudo) na Justiça Eleitoral é um tanto diferente.
Após você conhecer os aspectos gerais da Justiça Eleitoral e perceber sua singularidade,
passaremos, na segunda parte da aula, a estudar a organização da justiça eleitoral e, na
terceira e última parte, finalizaremos o estudo tratando especificamente da organização
do Tribunal Superior Eleitoral.
Vamos lá!
1. JUSTIÇA ELEITORAL
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Dos órgãos que compõem a Justiça Eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais
Regionais Eleitorais e as Juntas Eleitorais são órgãos colegiados, ou seja, compostos por
vários membros, enquanto os Juízes Eleitorais são órgãos monocráticos, aqueles nos quais
a decisão se dá de forma singular.
Esses órgãos são ordenados em instâncias para o exercício da função jurisdicional.
O Tribunal Superior Eleitoral compõe a instância especial ou extraordinária; os Tribunais
Regionais Eleitorais compõem a 2ª instância; os Juízes e as Juntas Eleitorais compõem a
1ª instância da Justiça Eleitoral.
Dessa forma, em razão de os juízes e as Juntas Eleitorais comporem o mesmo grau
de jurisdição, inexiste vinculação jurisdicional entre eles no exercício de suas funções
jurisdicionais. Cada um deles possui atribuições próprias e que não se confundem, conforme
será visto em momento oportuno.
Composição da Justiça Eleitoral
Esse ramo do Poder Judiciário, como visto, não possui um quadro próprio de membros.
Nos tribunais eleitorais, têm-se, nas suas composições, duas classes de membros: os efetivos
e os substitutos. Evita-se, assim, o não julgamento de feitos eleitorais caso os membros
efetivos estejam impossibilitados de comparecer às sessões de julgamento.
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Art. 121, § 2º Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
A Justiça Eleitoral, portanto, é um ramo especializado que tem a função de realizar todos
os procedimentos administrativos referentes à realização das eleições, bem como resolver
as questões que advenham do processo eleitoral. Não se subordina ao Poder Executivo nem
ao Poder Legislativo, é órgão do Poder Judiciário, sendo seus membros dotados de garantias
constitucionais, as quais viabilizam sua efetiva e independente atuação no cumprimento
de suas competências.
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Art. 121, § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Vê-se, então, que o mandato dos integrantes da Justiça Eleitoral é de dois anos
e, ao final, poderão ser reconduzidos para um único biênio consecutivo.
Cuidado: é possível que um determinado juiz integre um tribunal eleitoral por mais de
três biênios, desde que não sejam consecutivos.
Por fim, essa característica inerente à Justiça Eleitoral é decorrência do princípio da
temporariedade e foi instituída com a finalidade de evitar a influência do poder econômico
ou do poder político nas decisões dessa Justiça Especializada.
Sobre a impossibilidade de os membros dos órgãos da Justiça Eleitoral se perpetuem
nesse ramo do Poder Judiciário, Andrade Neto declara que:
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[...] o modelo de Justiça Eleitoral previne contra desgastes decorrentes de fricções políticas e
atende à finalidade de que o exercício do controle seja feito imparcialmente. Com o impedimento
de que a condição de magistrado se prolongue por duas eleições para os mesmos cargos, pretende-
se evitar que se acumulem, de um para outro pleito, sequelas e interesses contrariados.
As seções eleitorais não se referem a limites territoriais em que Juízes ou Tribunais exercem
suas funções. Uma seção eleitoral é uma divisão de eleitores para o exercício do voto.
Garantias da magistratura aplicadas aos Juízes Eleitorais: a Constituição Federal garante,
em seu art. 121, § 1º, aos membros de tribunais eleitorais, aos juízes de Direito e aos
integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções e no que lhes for aplicável,
plenas garantias e inamovibilidade.
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A afirmativa reproduz o texto do art. 121, § 1º, da CF. Entretanto, gostaríamos que você
observasse bem a expressão “no que lhes for aplicável” contida na questão. O significado
dessa expressão se revela na possibilidade de uma ou outra garantia da magistratura, em
razão de uma situação peculiar, não ser aplicada. E é justamente a situação peculiar dos
membros da Justiça Eleitoral que impede a aplicação ampla e irrestrita de tais garantias.
Certo.
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JURISPRUDÊNCIA
1. A Justiça Eleitoral não detém competência para apreciar feitos em matérias
respeitantes a conflitos envolvendo partidos políticos e seus filiados, quando estas
não tenham reflexo no prélio eleitoral. (TSE, AgR no AI n. 7098, Rel. Min. Luiz Fux, DJE
de 23/06/2015)
É competência da Justiça Eleitoral analisar controvérsias sobre questões internas
das agremiações partidárias quando houver reflexo direto no processo eleitoral, sem
que esse controle jurisdicional interfira na autonomia das agremiações partidárias,
garantido pelo art. 17, § 1º, da CF. (Agravo Regimental no Recurso
Especial n. 26.412, rel. Min. Cesar Rocha, de 20.9.2006)
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Direto da doutrina:
Código Eleitoral
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político;
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político;
Função Regulamentar: o TSE pode expedir instruções sobre a execução das leis eleitorais.
Essas instruções não podem inovar no ordenamento jurídico e devem respeitar o princípio
da legalidade. A esse respeito, Marcos Ramayana (p. 83) ensina que:
Esse poder regulamentar exteriorizado pelo Egrégio Tribunal Superior Eleitoral é uma marcante
característica da legislação eleitoral vigente. O poder regulamentar está disciplinado nos arts.
23, inciso IX, que trata da expedição de instruções convenientes à execução do Código Eleitoral,
bem como da legislação eleitoral lato sensu, e art. 1º, parágrafo único, ambos do Código Eleitoral,
e nas respectivas leis que disciplinam as eleições, v.g., art. 105 da Lei n. 9.504/1997.
Formalmente, o poder regulamentar, em matéria eleitoral, processa-se através de resoluções e
instruções sobre propaganda eleitoral, votação, apuração, registro de candidatos, calendários
eleitorais e outras.
Sobre essa matéria, impende observar que o poder regulamentar deve situar-se secundum e
praeter legem, sob pena de invalidação e, em atendimento ao disposto no art. 5º, inciso II da
Constituição Federal, pois “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei.
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Com efeito, ressalte-se que, no exercício dessa função consultiva, a Justiça Eleitoral
não pode restringir direitos, nem criar obrigações, sob pena de afronta ao princípio da
legalidade. Com efeito, somente lei poderá impor restrições a direitos ou exigir condutas.
Para deixar clara a impossibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral inovar na ordem
jurídica, o art. 105 da Lei n. 9.504/97:
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei,
poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente,
em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. (Redação dada
pela Lei n. 12.034, de 2009)
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4.3. COMPOSIÇÃO
Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o TSE compõe-se de, no mínimo, 7 (sete)
membros/ministros: sendo 3 (três) ministros do STF; 2 (dois) ministros do STJ; e 2 (dois)
advogados. Essa é a prescrição contida no art. 119 da Constituição Federal:
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
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O mesmo esquema didático do STF pode ser utilizado para explicar a escolha de ministros
do TSE provenientes do STJ, afinal, o processo de escolha é idêntico nos dois tribunais.
Para finalizar este assunto, observe que não há interferência do Presidente da
República no processo de escolha dos ministros das classes do STF e do STJ.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Apesar de o processo de escolha dos advogados que compõem o TSE ser bastante
simples, há algumas peculiaridades que o envolvem e sobre as quais vale a pena tecer
alguns comentários.
A primeira particularidade se refere aos requisitos exigidos para compor a lista tríplice:
ser regularmente inscrito na OAB, ter idoneidade moral e notável saber jurídico.
A idoneidade moral deve ser comprovada por meio de certidões, as quais, juntadas aos
autos da lista tríplice, comprovam objetivamente o requisito requerido. De outro modo, o
notável saber jurídico é um conceito indeterminado, sobre o qual recai uma análise subjetiva
por parte do STF.
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Uma vez elaborada a lista tríplice pelo STF, o Presidente da República não poderá
recusá-la, sendo que sua escolha deve recair, obrigatoriamente, entre um dos advogados
nela constantes.
Lista Tríplice
JURISPRUDÊNCIA
TRE. Composição. Vaga reservada à classe dos advogados. Participação da OAB no
procedimento de indicação. Direito inexistente. Indicação, em lista tríplice, pelo Tribunal
de Justiça. Art. 120, § 1º, III, CF.
[MS 21.073, rel. min. Paulo Brossard, j. 24-11-1990, P, DJ de 20-9-1991].
JURISPRUDÊNCIA
Considerando que a escolha de advogados para serem membros do TSE normalmente
incide sobre advogados de renome, os quais possuem uma longa lista de clientes, exigir
deles que, ao serem escolhidos membros do TSE, os mesmos venham a viver apenas
do recebido pelo poder público é, sem dúvida, desarrazoado.
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Portanto, esses ex-membros não precisam esperar três anos para atuar no juízo ou
tribunal do qual se afastaram.
Para finalizar, cabe somente lembrar que, a exemplo dos ministros provenientes do STF e
STJ, aqui o processo de escolha dos ministros substitutos é idêntico ao dos ministros efetivos,
ou seja, nomeação do Presidente da República a partir de lista tríplice elaborada pelo STF.
JURISPRUDÊNCIA
QUESTÃO DE ORDEM. MAGISTRADO ELEITORAL. CLASSE JURISTA. ART. 95, PARÁGRAFO
ÚNICO, V, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. A restrição prevista no art. 95, parágrafo
único, V, da Constituição não se aplica aos ex-membros de Tribunais Eleitorais, oriundos
da classe dos juristas.
2. Questão de ordem resolvida. (PET 3020, TSE).
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II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
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A expressão “no mínimo”, contida na descrição da composição do TSE, permite que, por
meio de lei complementar, se proceda ao aumento da sua composição. De modo diverso, a
taxatividade na descrição da composição do TRE, com a ausência da expressão “no mínimo”
impõe a sua inalterabilidade.
Contudo, essa não foi a posição adotada pela Fundação Carlos Chagas – FCC, no concurso do
TRE-SP, cuja realização foi em 2017. Para essa banca organizadora, nessa matéria, aplica-
se a previsão inscrita no art. 13 do Código Eleitoral, segundo o qual:
Art. 13. O número de juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado
até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.
Logo, por essa posição, não se admite a redução do número de juízes do TRE, mas somente o
seu aumento para até 9 juízes, desde que mediante projeto de lei complementar apresentado
pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Certo.
Analisando a composição dos TRE’s, pode-se afirmar, ainda, que todos eles terão sete
juízes. No entanto, não se pode dizer que haverá identidade, na sua composição, sob o
aspecto qualitativo. Isso porque, em alguns TRE’s, teremos dois desembargadores do TJ,
dois juízes de direito, dois advogados e um juiz do TRF (2ª instância da Justiça Federal),
enquanto em outros, no lugar deste último membro – juiz do TRF – haverá um juiz federal
(1ª instância da Justiça Federal). E por que isso acontece?
A resposta é muito simples. Sabe-se que existem apenas 5 (cinco) Tribunais Regionais
Federais no Brasil, cada um deles representando uma região.
Tribunais Regionais Federais – Regiões
REGIÃO SEDE
TRF 1ª REGIÃO BRASÍLIA
TRF 2ª REGIÃO RIO DE JANEIRO
TRF 3ª REGIÃO SÃO PAULO
TRF 4ª REGIÃO PORTO ALEGRE
TRF 5ª REGIÃO RECIFE
Lembre-se agora que o art. 120, § 1º, inc. II, da CF, prescreve que, nos Estados onde
houver sede de TRF, um juiz deste Tribunal será escolhido para compor o respectivo TRE.
Logo, o TRE-DF, TRE-RJ, TRE-SP, TRE-RS e TRE-PE (sedes de TRF) possuem, em suas
respectivas composições, um juiz do próprio TRF (órgão de 2ª instância da Justiça Federal).
De modo diverso, nos demais TRE’s, onde não há sede de TRF, no lugar do juiz do TRF, temos,
necessariamente, um juiz federal (órgão de 1ª instância da Justiça Federal).
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Passa-se à análise da forma de escolha de juízes dos TRE’s, tanto daqueles provenientes
de Tribunais quanto daqueles oriundos da advocacia.
Como já vimos, para a escolha do membro do TRE na classe do TRF/JF há duas possibilidades:
a) nos Estados onde houver Sede de TRF, é escolhido um juiz do TRF; b) nos Estados onde
não houver Sede de TRF, é escolhido um juiz federal.
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A escolha desse juiz do TRE na classe do TRF/JF não ocorre por meio de eleição. A escolha
é feita arbitrariamente pelo TRF, de acordo com o Regimento Interno desse tribunal, podendo
ser, inclusive, sem qualquer tipo de eleição entre seus membros.
Isso não é difícil de perceber após uma leitura cuidadosa do art. 120 da CF/88. Veja que
a menção à necessidade de eleição, pelo voto secreto, somente se aplica às alíneas “a” e “b”
do inc. I do referido artigo. Não se aplica, de maneira alguma, ao inc. II, o que desobriga o
TRF de realizar qualquer eleição para a escolha de membro de TRE. Entretanto, a forma de
escolha desse membro integrante de TRF para compor a Justiça Eleitoral dar-se-á a partir
do modelo estabelecido no Regimento Interno do respectivo tribunal.
Assim, não cabe ao TRE ou ao TSE estabelecer o método de escolha dos membros da
Justiça Federal que comporão os TRE’s. Isso porque, nos termos do art. 96 da Constituição
Federal, os tribunais possuem autonomia, ou seja, poder para definir suas próprias regras
de organização, de sua estrutura interna e de seu funcionamento.
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Ainda sobre as modificações do art. 25, inc. III, do CE, introduzidas pelo texto do art.
120, § 1º, inc. III, da CF, a nova redação substituiu a expressão “reputação ilibada” por
“idoneidade moral”. Entretanto, essa alteração não modifica em nada o conteúdo do texto.
Na verdade, “considera-se detentor de reputação ilibada aquele que desfruta, no âmbito
da sociedade, de reconhecida idoneidade moral, que é a qualidade da pessoa íntegra, sem
mancha, incorrupta”. Foi essa a resposta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ) à consulta formulada pelo então presidente do Senado, senador Antônio Carlos
Magalhães, no sentido de se aclarar o conceito constitucional de reputação ilibada. Ou seja,
ambas as expressões cuidam da mesma coisa.
Atente-se ainda para o seguinte fato: a CF/88 não se refere à lista sêxtupla (infelizmente
alguns autores ainda cometem esse erro), a menção a seis advogados se deve ao fato de
haver duas vagas para esta classe. Dessa forma, para cada uma dessas vagas, o TJ encaminha
uma lista tríplice ao Presidente da República, para que este proceda à nomeação.
Alguns autores referem-se à existência de uma lista sêxtupla, que será encaminhada
pelo Tribunal de Justiça ao Presidente da República.
Não existe lista sêxtupla! Para cada vaga, há a formação de uma lista tríplice, ainda
que a vacância seja simultânea, a qual será encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral e
posterior envio ao Presidente da República.
Outro detalhe: a escolha dos advogados que comporão a lista tríplice, no âmbito do
Tribunal de Justiça, dá por meio de voto aberto ou por meio de votação secreta? Esse assunto
foi enfrentado pelo Conselho Nacional de Justiça, nos autos do Pedido de Providência n.
200710000012878, formulado pelo Ministério Público Eleitoral. Essa foi a resposta dada:
A Constituição excepciona, no art. 120, inc. I, o voto secreto no caso de escolha de magistrado
para compor o TRE. Não excepciona no caso de escolha de advogado, conforme disposto no inc.
III do mesmo artigo. Assim, naquele o voto é secreto, neste o voto é aberto. É óbvio. Como, aliás,
já o faz Tribunal do Pará (...).
Em qualquer dos dois casos — eleição de magistrado ou de advogado — a sessão deverá ser
pública. Não há exceção constitucional neste caso.
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Aqui cabe a mesma observação feita anteriormente quanto à lista tríplice para escolha
dos membros do TSE. Uma vez elaborada pelo TJ e homologada pelo TSE, o Presidente
da República não poderá recusar a lista tríplice, sendo que sua escolha deve recair
obrigatoriamente entre um dos advogados nela constantes. Trata-se de um caso de aplicação
da discricionariedade regrada.
Lista Tríplice
Especificamente quanto a esse último requisito, dez anos de atividade advocatícia, tal
exigência não consta expressamente no art. 120, § 1º, inc. III, da Constituição Federal. Na
verdade, de acordo com a literalidade do texto constitucional, somente três requisitos são
exigidos: ser advogado, ter idoneidade moral e notório saber jurídico.
Entretanto, para os advogados participarem do processo de escolha para integrarem
os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais, na vaga reservada ao quinto
constitucional, exige-se que possuam dez anos de atividade advocatícia. Trata-se de
incidência do requisito imposto aos advogados que queiram integrar tribunais de igual grau
de jurisdição na Justiça Comum Estadual e Federal e da Justiça do Trabalho, nos quais há
a exigência desse requisito.
Por essa razão, o Supremo Tribunal Federal entendeu que inexiste razão para a exigência
dos dez anos de atividade advocatícia para os advogados participarem da escolha dos
TJ’s, TRF’s e TRT’s, e não nos TREs. Segundo o STF, não se trata de um caso de um silêncio
eloquente da CF, razão pela qual os advogados, para participarem da escolha nos TREs,
também devem possuir dez anos de atividade advocatícia.
A esse respeito, veja o seguinte julgado do STF:
JURISPRUDÊNCIA
Matéria eleitoral. Organização do Poder Judiciário. Preenchimento de vaga de juiz
substituto da classe dos advogados. Regra geral. Art. 94, CF. Prazo de dez anos de
exercício da atividade profissional. TRE. Art. 120, § 1º, III, CF. Encaminhamento de
lista tríplice. A Constituição silenciou-se, tão somente, em relação aos advogados
indicados para a Justiça eleitoral. Nada há, porém, no âmbito dessa justiça, que possa
justificar disciplina diferente na espécie. Omissão constitucional que não se converte
em “silêncio eloquente”. [RMS 24.334, rel. min. Gilmar Mendes, j. 31-5-2005, 2ª T, DJ
de 26-8-2005.]
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JURISPRUDÊNCIA
Tribunal Regional Eleitoral. Juízes da classe de Advogados. Artigos 120, § 1º, inc. III, e
94, parágrafo único, da Constituição. Compete exclusivamente ao Tribunal de Justiça
do Estado a indicação de advogados, para composição de Tribunal Regional Eleitoral,
nos termos do art. 120, § 1º, inc. III, da Constituição, sem a participação, portanto,
do órgão de representação da respectiva classe, a que se refere o parágrafo único do
art. 94, quando trata da composição do quinto nos Tribunais Regionais Federais, dos
Estados, do Distrito Federal e Territórios. (MS 21.060, DJ de 23.8.1991).
JURISPRUDÊNCIA
Art. 20, II – incompatibilidade da advocacia com membros de órgãos do Poder Judiciário.
Interpretação de conformidade a afastar da sua abrangência os membros da Justiça
Eleitoral e os juízes suplentes não remunerados. (ADI n. 1127 MC /DF. Min. Rel. Paulo
Brossard. Tribunal Pleno. DJ 29.6.01)
A segunda, a exemplo do que ocorre com os membros do TSE na classe dos advogados,
revela-se na desnecessidade dos juízes do TRE, da classe dos advogados, cumprirem, ao
término de sua atuação no Tribunal, a “quarentena” estabelecida no art. 95, parágrafo
único, inc. V, da CF:
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JURISPRUDÊNCIA
QUESTÃO DE ORDEM. MAGISTRADO ELEITORAL. CLASSE JURISTA. ART. 95, PARÁGRAFO
ÚNICO, V, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. A restrição prevista no art. 95, parágrafo
único, V, da Constituição não se aplica aos ex-membros de Tribunais Eleitorais, oriundos
da classe dos juristas.
2. Questão de ordem resolvida. (PET 3020, TSE).
Por último, mas não menos importante, tem-se que o processo de escolha dos juízes
substitutos do TRE é idêntico ao dos juízes efetivos, ou seja, para os juízes substitutos
oriundos da advocacia, dá-se a nomeação do Presidente da República a partir de lista
tríplice elaborada pelo TJ.
Agora que já explicamos o processo de escolha de todas as classes de juízes do TRE,
vamos a um quadro-resumo para facilitar seu estudo e encerrar este assunto.
Juízes de TRE (Processo de Escolha)
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O Desembargador “A” é nomeado para juiz do TRE. Após algum tempo, seu cunhado “B”
é nomeado juiz do TRF e escolhido para compor o mesmo TRE. Isso é possível? CLARO QUE
NÃO. Enquanto o juiz “A”, da classe dos desembargadores do TJ, estiver no TRE, seu cunhado
“B”, juiz do TRF, não poderá compor o TRE.
A outra vedação (art. 25, § 7º, do CE) estabelece que a escolha desses membros não
poderá recair naqueles que estejam nas seguintes situações:
• Ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (cargo em comissão);
• Seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio,
isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública;
• Exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.
Além disso, nos termos do art. 25, § 2º do Código Eleitoral, a escolha dos advogados
não pode recair sobre membro do Ministério Público ou magistrado aposentado, sob pena
de se violar a divisão das classes desenhada pela Constituição Federal, com o consequente
desequilíbrio de forças. Veja a redação desse dispositivo legal:
Art. 25, § 2º A lista não poderá conter nome de magistrado aposentado ou de membro do
Ministério Público.
Sobre a aplicabilidade desse dispositivo (havia uma discussão de sua não recepção pela
Constituição Federal e de sua revogação), o STF entendeu que:
JURISPRUDÊNCIA
Composição de Tribunal Regional. Lista tríplice que encaminha para vaga de advogado
o nome de magistrado aposentado, inscrito na OAB. Exclusão do mesmo pelo TSE –
art. 25, § 2º do Código Eleitoral. A Lei 7.191/1994 não revogou o § 2º do art. 25 do
CE, com a redação dada pela Lei 4.961/1966. O dispositivo foi recepcionado pela CF.
Impugnação procedente para manter a decisão do tribunal. A análise da instituição,
Justiça eleitoral, parte de um determinado princípio e de um determinado espírito
informador, para que se integre ao tribunal, aquele que se produziu na profissão, por
longos anos, escolhido não pela corporação, mas pelos membros do tribunal, que
conhecem quem está exercendo a profissão e realmente tem condição de trazer a
perspectiva do advogado ao debate das questões eleitorais. [RMS 23.123, rel. min.
Nelson Jobim, j. 15-12-1999, P, DJ de 12-3-2004.].
Para finalizar, temos que ambas as vedações são aplicáveis tanto aos membros efetivos
quanto aos membros substitutos do TRE.
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Por outro lado, no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral do Estado da Bahia, qualquer
juiz poderá ocupar o cargo de Corregedor Regional Eleitoral, salvo o Presidente do Tribunal.
Nesse sentido, veja o seguinte artigo do Regimento Interno do TRE/BA:
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Para os juízes dos tribunais eleitorais – TSE e TRE, esse período de tempo de exercício das
funções eleitorais está expressamente determinado no art. 121, § 2º, nos seguintes termos:
Art. 121, § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Portanto, os juízes do TRE são escolhidos para exercerem as funções eleitorais por um
período de, no mínimo, 2 anos (um biênio), somente podendo se afastar antes do término
do mandato em razão de um motivo justificado.
Segundo o art. 14, § 1º, do CE, em regra, os biênios serão contados a partir da posse,
ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente
de licença, férias, ou licença especial.
Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2012, Antônio se torne juiz efetivo de um TRE.
Em janeiro de 2013, Antônio entre de licença médica e retorne ao Tribunal somente em
outubro do mesmo ano. Considerando que não há, durante o período de sua licença médica,
suspensão da contagem do seu biênio, passados dois meses do seu retorno (novembro e
dezembro de 2013), ocorrerá o término do seu 1º biênio (2012-2013).
Existe, no entanto, uma exceção a essa regra. O art. 14, § 3º, do CE, estabelece que
da homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final da eleição, não
poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, parente
consanguíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo
eletivo registrado na circunscrição. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966). Nesse caso,
segundo o art. 14, § 1º c/c § 3º, do CE, esse período de afastamento dos juízes impedidos
não é computado para fins de contagem do biênio.
A regra de contagem ininterrupta de biênios, bem como a exceção do art. 14, § 3º c/c § 1º,
do CE, é aplicável a todos os membros da Justiça Eleitoral, incluindo aí os ministros do TSE.
Agora que você já sabe que os juízes do TRE (e os demais membros da Justiça Eleitoral)
exercem as funções eleitorais por, no mínimo, um biênio (2 anos) e que a contagem desses
biênios se faz de forma ininterrupta, com uma única exceção contida no art. 14, § 3º,
do CE, vamos estudar a possibilidade de, ao término do 1º biênio de mandato, haver
recondução ao cargo.
Sobre esse assunto temos que, a despeito do mandato de 2 anos (um biênio), é possível
haver a recondução de um membro do TRE para um único período subsequente, também de 2
anos (2º biênio). No entanto, um terceiro mandato em sequência (3º biênio) é vedado por lei.
Imagine, por hipótese, que, em janeiro de 2014, Antônio, desembargador do TJ, torne-se
juiz efetivo do TRE. Passados dois anos (2014-2015), finda o seu biênio obrigatório, também
chamado 1º biênio. A partir daí, poderá ele exercer ainda um 2º biênio (2016-2017) sem
que haja qualquer impedimento, desde que o TJ o eleja por meio de um escrutínio secreto.
Agora, findos os dois biênios, um 3º biênio (2018-2019) está vedado.
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6. JUIZ ELEITORAL
Como visto, a Justiça Eleitoral não possui um corpo próprio de magistrados. Desse
modo, as funções Eleitorais em qualquer instância da Justiça Eleitoral – instância superior
(TSE), 2ª instância (TRE) e 1ª instância (Juiz Eleitoral) –, são exercidas por um corpo de
juízes “emprestado” de outros Tribunais e também da advocacia. Especificamente na 1ª
instância, a função eleitoral, na qualidade de Juiz Eleitoral, é exercida monocraticamente
por um juiz de direito componente da Justiça Estadual. Assim, temos, na Justiça Eleitoral:
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Art. 121, § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos,
no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Assim, o Juiz Eleitoral designado pelo TRE deverá servir por dois anos, havendo rodízio
sempre que possível.
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http://www.tre-am.jus.br/eleicoes/eleitorado-do-amazonas, acessado em 14/4/2018, às 15h06
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A regra de contagem dos biênios do Juiz Eleitoral segue a regra geral de contagem de
biênios da Justiça Eleitoral, contida no art. 14, § 1º, do CE. Nos termos desse dispositivo,
os biênios devem ser contados a partir da posse, ininterruptamente, sem o desconto de
qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial.
O art. 14, § 1 c/c § 3º, do CE, traz a única exceção à regra ininterrupta de contagem.
Segundo esse dispositivo, o afastamento dos Juízes Eleitorais em decorrência do registro
de candidatura, na sua circunscrição, de seu cônjuge, parente consanguíneo legítimo ou
ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, que se inicia na data da convenção partidária que
escolheu o candidato e termina na apuração final da eleição, não é computado para fins
de contagem de biênio.
7. JUNTA ELEITORAL
A Junta Eleitoral, assim como o Juiz Eleitoral, é um órgão de 1ª instância da Justiça Eleitoral.
No entanto, diferente do Juiz Eleitoral, que é um órgão monocrático, a Junta Eleitoral
é um órgão colegiado. Além disso, sua existência se limita ao período eleitoral, enquanto o
Juiz Eleitoral é um órgão permanente da Justiça Eleitoral.
Quadro Comparativo (Juízes e Juntas Eleitorais)
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No que concerne ao número de Juntas Eleitorais, pode haver uma ou várias em uma
zona eleitoral. Na verdade, o limite do número de Juntas Eleitorais está relacionado apenas
com o número de juízes de direito que gozem das garantias asseguradas à magistratura e
que estejam, assim, aptos a presidi-las.
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POR CONSANGUINIDADE
AVÓS 2º GRAU
PAIS 1º GRAU
FILHOS 1º GRAU
NETOS 2º GRAU
POR AFINIDADE
GENROS 1º GRAU
NORAS 1º GRAU
SOGRA 1º GRAU
SOGRO 1º GRAU
PADRASTO 1º GRAU
MADRASTA 1º GRAU
CUNHADOS 2º GRAU
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Segundo o parágrafo único do art. 19 do Código Eleitoral, só poderão ser tomadas com
a presença de todos os membros do TSE as decisões sobre:
• interpretação das leis eleitorais em face da Constituição;
• cassação de registro de partidos políticos;
• recursos que importem em anulação geral das eleições;
• recursos que importem em perda de diplomas.
No âmbito dos TRE’s, segundo o art. 28, § 4º do Código Eleitoral, com a redação dada
pela Lei n. 13.165/2015, também será exigível a presença de todos os membros do TRE,
quando o tema em julgamento for:
• ações que importem em cassação de registro;
• ações que importem em anulação geral das eleições;
• ações que gerem a perda do diploma.
Em qualquer caso, se um dos membros efetivos estiver impedido ou suspeito, deve-
se convocar o membro suplente de igual classe. Assim, por exemplo, se um juiz do TRE, da
classe dos desembargadores do TJ, estiver impedido de participar do julgamento, deve-se
convocar um dos desembargadores do TJ substituto.
Entretanto, e se não houver substitutos a serem convocados? Você pode se perguntar:
como assim professor? Imagine a seguinte situação: o TSE possui dois advogados efetivos e
dois advogados substitutos. Em uma determinada sessão de julgamento, um dos advogados
efetivos estava licenciado para tratar da própria saúde e não tem tinha data certa para
retorno, razão pela qual foi convocado um dos advogados substitutos. Entretanto, ao ser
chamado a julgamento um determinado julgamento em que era exigido o quórum completo
para julgamento, os dois advogados presentes à sessão declararam-se suspeitos e, por essa
razão, não podem compor a Corte Eleitoral.
Nesse caso, há apenas um outro advogado substituto apto a ser convocado para
participar do julgamento e, por essa razão, o TSE não terá sete juízes para julgar o feito. E
agora? O que deve ser feito?
Sobre esse assunto, veja o seguinte julgado do TSE:
Embargos de declaração. Omissão. Ausência.
JURISPRUDÊNCIA
1. Segundo a jurisprudência deste Tribunal, “a insuficiência de quorum que decorre
da eventual declaração de impedimento ou de suspeição dos ministros juristas não
impede o julgamento do processo. Configurada a impossibilidade material e jurídica
na indicação de ministro substituto, a entrega da prestação jurisdicional não pode ser
omitida pelo Estado-Juiz. Precedentes: RCED n. 739/RO, Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe
de 20.5.2010; RCED n. 612/DF, Rel. Min. Carlos Mário da Silva Velloso, DJ de 16.9.2005”
(ED-AgR-REspe n. 81-97, relª. Minª. Nancy Andrighi, PSESS em 17.12.2012).
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Tal entendimento, apesar de fixado no âmbito do TSE, tem plena compatibilidade com
a situação dos Tribunais Regionais Eleitorais.
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Na verdade, para a definição da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral não houve
a edição de nenhuma lei complementar, e sim a recepção da Lei Ordinária n. 4.737/1965 –
Código Eleitoral – com status de lei complementar, especificamente na parte que trata da
definição de competência dos órgãos da Justiça Eleitoral.
Portanto, o estudo da competência dos órgãos da Justiça Eleitoral revela-se no estudo
do Código Eleitoral, mais precisamente nos quatro títulos da sua “PARTE SEGUNDA”.
Segundo o art. 23, VI, do CE, compete privativamente ao TSE fixar as datas para as
eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, Senadores e Deputados federais,
quando não o tiverem sido por lei. Ou seja, o TSE fixa a data de realização das eleições
presidenciais e federais.
De modo similar, compete privativamente ao TRE, nos termos do art. 30, IV, do CE, fixar
a data das eleições de Governador e Vice-Governador, Deputados estaduais, Prefeitos, Vice-
Prefeitos, Vereadores e Juízes de paz, quando não determinada por disposição constitucional
ou legal. Ou seja, o TRE fixa a data das eleições estaduais e municipais.
Da análise desses dispositivos legais, conclui-se, de imediato, que a competência dos
órgãos da Justiça Eleitoral – TSE e TRE – para fixar datas de eleições para cargos eletivos é
residual. Isso significa que se tais datas já houverem sido objeto de fixação em lei, ficam sem
aplicação os dispositivos legais que conferem aos órgãos da Justiça Eleitoral essa tarefa.
Atualmente, em face da existência dos arts. 28 e 29, II, da CF, e arts. 1º e 2º da Lei n.
9.504/1997, que fixam as datas das eleições para os referidos cargos eletivos, não se faz
necessária a atuação dos órgãos da Justiça Eleitoral.
Note-se, entretanto, que os dispositivos do CE que conferem a competência em análise
aos órgãos da Justiça Eleitoral não estão revogados, mas apenas momentaneamente sem
aplicação. Caso os dispositivos legais que hoje regem a matéria sejam revogados, podem,
sim, os órgãos da Justiça Eleitoral atuar no vazio legislativo.
Além disso, em caso de vacância e ausência de suplente ou vice para a assunção da vaga,
ter-se-á a realização de novas eleições. Essas eleições suplementares terão suas datas
estabelecidas pela Justiça Eleitoral, já que, nessa situação, inexiste data estabelecida na
legislação eleitoral.
Para facilitar seu estudo, vamos a um quadro esquemático.
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Os Juízes e as Juntas Eleitorais não possuem competência para estabelecer datas para
a realização das eleições.
REGISTRO DE CANDIDATURA
EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS
Os candidatos eleitos, assim como os suplentes, recebem seus diplomas assinados pelo
órgão competente da Justiça Eleitoral. Sem esse documento, o candidato não pode ser
empossado no cargo para o qual foi eleito.
Trata-se de um documento declaratório da validade da eleição e da aptidão do candidato
para ser empossado no cargo eletivo.
Veja a competência da Justiça Eleitoral para a expedição dos diplomas:
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EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS
CARGOS ELETIVOS ÓRGÃO COMPETENTE
PRESIDENTE DA REPÚBLICA VICE-PRESIDENTE DA
TSE
REPÚBLICA
GOVERNADOR VICE-GOVERNADOR DEPUTADO FEDERAL
TRE
SENADOR DEPUTADO ESTADUAL
PREFEITO VEREADOR JUNTA ELEITORAL
É muito comum se pensar que cabe aos Juízes Eleitorais a expedição de diplomas de
Vereadores, Prefeitos e Vice-Prefeitos. No entanto, observe que compete às Juntas Eleitorais
e não aos Juízes Eleitorais a expedição dos diplomas dos eleitos para os cargos municipais.
Assim, podemos afirmar que, dentre os órgãos componentes da Justiça Eleitoral, os Juízes
Eleitorais são os únicos que não possuem competência para a expedição de diplomas.
CONFLITO DE JURISDIÇÃO
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TRE X
STF
TRIBUNAL SUPERIOR (COM EXCEÇÃO DO
(art. 102, I, o, da CF)
TSE)
TRE X
OUTRO TRIBUNAL QUE NÃO SEJA UM STJ
TRIBUNAL SUPERIOR (art. 105, I, d, da CF/88)
(POR EXEMPLO: TJ)
JUIZ ELEITORAL X
STJ
JUIZ DE OUTRO TRIBUNAL NÃO ELEITORAL
(art. 105, I, d, da CF/88)
(POR EXEMPLO: JUIZ FEDERAL)
SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO
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Nesse processo de pedido de afastamento dos seus membros, a atuação dos tribunais
eleitorais se dá da seguinte forma:
Afastamento de Membros da Justiça Eleitoral
Aqui, gostaríamos que você notasse, em especial, que o pedido de afastamento dos
membros de TREs é concedido pelo próprio tribunal regional (art. 30, III, CE), mas somente
após aprovação do TSE.
Nos demais casos, é intuitivo o processo: o TRE concede e aprova o afastamento dos
Juízes Eleitorais a ele vinculados; e o TSE, como órgão de cúpula da Justiça Eleitoral, concede,
após deliberação própria, o afastamento de seus próprios membros (art. 23, III, CE).
Feito esse esclarecimento inicial, cumpre informar que o art. 22, I, d, CE, que afirma a
competência do TSE para julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos
cometidos pelos seus próprios juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais, está
revogado pelos arts. 102, I, “c”, e 105, I, “a”, ambos da CF/88.
No que se refere aos membros do TSE, a competência para julgá-los nos crimes penais
comuns, incluindo aí os crimes eleitorais, é do STF. A esse respeito:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
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Quanto aos crimes comuns, incluindo também os eleitorais, cometidos pelos membros
dos TREs, a competência para o julgamento é do STJ.
No que se refere aos crimes cometidos pelos Juízes Eleitorais, mantém-se a distinção
entre crimes eleitorais e comuns, mesmo para fins de competência. Os Juízes Eleitorais, nos
crimes eleitorais e conexos, são julgados pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral, como
estabelece o art. 29, I, “d” do referido código, enquanto nos crimes comuns a competência
é do Tribunal de Justiça – TJ.
Na verdade, a distinção na definição da competência para o julgamento dos crimes
eleitorais cometidos pelos membros dos tribunais (TSE e TRE’s) e pelos juízes eleitorais
decorre da forma da previsão constitucional inscrita no art. 96, III da CF. Com efeito, o art.
96, inc. III, da CF, ao estabelecer o foro por prerrogativa de função dos juízes de Direito (e
os Juízes Eleitorais são juízes de Direito), previu que são julgados, nos crimes comuns e de
responsabilidade, no Tribunal de Justiça, “ressalvada a competência da Justiça Eleitoral”.
Veja a redação do art. 96, inc. III da CF:
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JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESIDENTE. COMISSÃO EXECUTIVA
ESTADUAL. DESTITUIÇÃO. DIRETÓRIO NACIONAL. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. A Justiça Eleitoral só é competente para conhecer de mandado de segurança em
matéria eleitoral relativa a atos das autoridades indicadas na letra e do inciso I do art.
22 do Código Eleitoral e, excepcionalmente, de órgãos de partidos políticos, quando
possam afetar direitos estritamente ligados a condições de elegibilidade.
2. Foge da competência desta Corte especializada o julgamento de mandado de
segurança contra ato de presidente de diretório nacional que destituiu presidente de
comissão executiva estadual.
3. Agravo regimental desprovido.
(MS n. 3890. Relator Min. Marcelo Henriques Ribeiro De Oliveira. DJE de 07/04/2009)
Além disso, saiba que a competência para julgar o mandado de segurança é determinada
pela órbita a que pertence a autoridade coatora e pela sua localização territorial, à exceção
dos casos expressamente estabelecidos na Constituição e nas leis infraconstitucionais.
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A competência para julgar mandado de segurança contra atos dos membros dos Tribunais
Regionais Eleitorais é do respectivo TRE. Essa afirmação é válida tanto para atos de natureza
eleitoral quanto para atos administrativos relacionados ao funcionamento do respectivo
tribunal. Nesse sentido, a jurisprudência do TSE:
JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que compete ao TRE o julgamento
de mandado de segurança contra atos de seus membros (Precedentes: AgR-MS n.
4.139/PR, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 17.3.2009; AgR-MS n.
3.370/BA, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 24.6.2008). (MS 4279, DJe 14.4.2010)
Por sua vez, quando o ato impugnado via mandado de segurança for do colegiado do
TRE (e não apenas de um de seus membros) há que se fazer uma distinção: para atos de
natureza administrativa – atos pertinentes ao funcionamento do próprio tribunal –, o
competente é o próprio TRE; para atos de natureza eleitoral, a competência é do TSE.
JURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que os TREs são competentes
para julgar mandado de segurança contra seus atos de natureza administrativa. (MS
3370, DJ 24.6.2008).
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No que concerne à ação de habeas corpus, em matéria eleitoral, houve também substancial
alteração no órgão competente para sua apreciação. A partir da Constituição de 1988,
transferiu-se do TSE para o STF a competência em matéria eleitoral para processar e julgar
o habeas corpus, sendo paciente, dentre outros, o presidente da República e os Ministros
de Estados (art. 102, I, d, CF). Lembre-se que, para fins de competência no STF e STJ, o
crime eleitoral é uma espécie de crime comum.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
NO JUIZ ELEITORAL
A competência do Juiz Eleitoral para decidir habeas corpus e mandado de segurança,
em matéria eleitoral, é residual, ou seja, cabe a ele julgar tais ações quando a competência
não estiver atribuída privativamente à instância superior.
Imagine, por hipótese, que o Secretário de Educação de um município do Estado de São
Paulo emita, ex officio, dentro do período de três meses que antecedem a eleição, um ato
transferindo professores para uma unidade de ensino de difícil acesso, em razão de tais
professores não manifestarem apoio à candidatura de determinado candidato. Esse ato
ilegal, pela sua correlação com o processo eleitoral, é passível de mandado de segurança pelos
prejudicados perante a Justiça Eleitoral, sendo competente para julgá-lo o Juiz Eleitoral da
respectiva circunscrição. Essa competência é definida primeiro em razão da órbita de atuação
da autoridade coatora ser municipal, e segundo, pelo fato de não haver determinação legal
dispondo de forma taxativa a autoridade competente para apreciar a matéria.
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PEDIDO DE DESAFORAMENTO
COMPETENTE PARA
MATÉRIA
JULGAMENTO
FEITOS NÃO DECIDIDOS PELOS TRIBUNAIS REGIONAIS EM 30 DIAS
TSE
DA CONCLUSÃO PARA JULGAMENTO
FEITOS NÃO DECIDIDOS PELOS JUÍZES ELEITORAIS EM 30
TRE
DIAS DA CONCLUSÃO PARA JULGAMENTO
O processo de divisão ou criação de zonas eleitorais nos Estados pode ser dividido
em duas etapas: na primeira, os TREs elaboram e encaminham a proposta de criação ou
alteração ao TSE (art. 30, IX, CE); na segunda, a Corte Suprema Eleitoral aprova a proposta
das cortes regionais (art. 23, VIII, CE).
Esquematicamente, esse processo pode ser assim representado:
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Uma vez criada a zona eleitoral, é possível ainda que esta seja objeto de divisão em
seções eleitorais. A competência para proceder a essa divisão é do Juiz Eleitoral, e não do
TRE a que ele esteja vinculado (art. 35, X, CE).
Por último, vale ressaltar ainda que, criadas as seções, cabe ao Juiz Eleitoral designar,
até 60 dias antes das eleições, os locais onde elas serão efetivamente instaladas para
funcionar no dia das eleições (art. 35, XIII, CE).
A requisição de força federal é ato dirigido ao Poder Executivo para garantir o cumprimento
da lei, de decisão judiciária ou para garantir a lisura do pleito eleitoral. Trata-se de uma
prerrogativa privativa do TSE no âmbito da Justiça Eleitoral.
Assim, mesmo quando um tribunal regional dela pretende fazer uso, essa requisição
deve, necessariamente, ser dirigida ao TSE para que este então encaminhe o pedido ao
Poder Executivo.
Vamos a um esquema didático para facilitar o estudo.
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CONSULTAS ELEITORAIS
A função consultiva é uma das funções peculiares da Justiça Eleitoral. Tem como finalidade
esclarecer dúvidas sobre a matéria eleitoral a partir de questionamentos elaborados, em
tese, aos tribunais eleitorais.
O Código Eleitoral atribui somente aos tribunais eleitorais – TSE (art. 23, XIII) e TRE (art.
30, VIII) – a competência para responder consultas. Assim, os Juízes Eleitorais e as Juntas
Eleitorais não podem, em hipótese alguma, se pronunciar por meio delas.
Professor, se o TSE e o TRE podem responder consultas, o que determina a competência
de um e de outro? Nesse caso, a competência não é definida a partir do objeto da discussão,
mas sim em face da pessoa/órgão do consulente (aquele que faz a consulta).
Perante o TSE, somente podem formular consultas autoridade pública com jurisdição
federal (Presidente e Vice-Presidente da República, Deputado federal, Senador, Ministro
de Estado, etc.), ou partido político, por meio de seu órgão de direção nacional.
De outro modo, ao TRE podem se dirigir quaisquer autoridades públicas, independentemente
do âmbito de sua jurisdição, se federal, estadual ou municipal (Presidente da República,
Deputado federal, Deputado estadual, Prefeito, Vereador, Secretário de governo estadual ou
municipal, promotor eleitoral, etc.) e órgão de direção estadual/regional de partido político.
Consultas Eleitorais
COMPETENTE PARA
LEGITIMADOS
RESPONDER
ÓRGÃO DE DIREÇÃO NACIONAL DE PARTIDO POLÍTICO AUTORIDADE
TSE
PÚBLICA COM JURISDIÇÃO NACIONAL
ÓRGÃO DE DIREÇÃO ESTADUAL/ REGIONAL DE PARTIDO POLÍTICO
TRE
AUTORIDADE PÚBLICA
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Quanto às decisões do TSE, temos que, em regra, tais decisões são irrecorríveis. No
entanto, como exceção, é possível impugná-las quando contrariarem a Constituição
e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança, sendo o STF o órgão
competente para julgamento dos recursos (Art. 121, § 3º, CF).
É claro que essa matéria está intimamente relacionada com as espécies de recurso
no âmbito da Justiça Eleitoral, mas não vamos nos esquecer que a matéria a ser tratada
aqui é de competência, então, vamos nos ater a esse assunto e, no momento oportuno,
ou seja, num tópico específico de recursos, trataremos com mais detalhes de cada um
dos possíveis meios de impugnação previstos no âmbito da Justiça Eleitoral.
Existem outras competências que achamos melhor estudar de forma isolada. É o
que vamos fazer agora na 2ª parte deste subtítulo.
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• Apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição;
• Resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos
de contagem e da apuração – é isso mesmo! Os incidentes verificados durante os
trabalhos de contagem e apuração dos votos são resolvidos pelas Juntas Eleitorais
e não pelos Juízes Eleitorais;
• Expedir os boletins de apuração.
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RESUMO
A Justiça Eleitoral é composta por órgãos que integram a estrutura do Poder
Judiciário da União.
Apesar de ser um ramo Especializado da Justiça da União, a Justiça Eleitoral não possui
um quadro próprio de magistrados.
São órgãos da Justiça Eleitoral:
• o Tribunal Superior Eleitoral;
• os Tribunais Regionais Eleitorais;
• os Juízes Eleitorais;
• as Juntas Eleitorais.
Nos tribunais eleitorais, têm-se, nas suas composições, duas classes de membros: os
efetivos e os substitutos.
Quanto à escolha, os membros substitutos dos Tribunais eleitorais são escolhidos, na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
Os membros dos Tribunais eleitorais podem servir por dois anos, no mínimo, à Justiça
Eleitoral, sendo possível sua recondução para um único biênio subsequente.
Os litígios eleitorais são julgados pela Justiça Eleitoral com caráter de definitividade.
A Justiça Eleitoral é especializada no julgamento de litígios que se refiram
ao Direito Eleitoral.
Os juízes que participam da composição da Justiça Eleitoral possuem um mandato.
A Constituição Federal garante, em seu art. 121, § 1º, aos membros de tribunais eleitorais,
aos juízes de Direito e aos integrantes das Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções
e no que lhes for aplicável, plenas garantias e inamovibilidade.
A garantia da vitaliciedade é incompatível com o princípio da periodicidade da investidura
das funções eleitorais.
A Justiça Eleitoral é a responsável pela administração das eleições e dos eleitores no Brasil.
Com a finalidade de conferir segurança jurídica ao pleito, compete ao TSE e aos TREs
responderem as consultas que lhes forem feitas sobre matéria eleitoral. O TSE pode expedir
instruções sobre a execução das leis eleitorais.
O Tribunal Superior Eleitoral é o órgão máximo da Justiça Eleitoral. Sua sede é em Brasília
e, nas matérias de sua competência, exerce jurisdição em todo o território nacional.
Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o TSE compõe-se de, no mínimo, 7 (sete)
membros/ministros: sendo 3 (três) ministros do STF; 2 (dois) ministros do STJ; e dois advogados.
Os ministros do TSE provenientes dos Tribunais – 3 (três) ministros do STF e 2 (dois)
ministros do STJ – são escolhidos em eleição, por voto secreto, nos seus respectivos tribunais
(art. 119, inc. I, da CF).
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QUESTÕES DE CONCURSO
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d) são competências da justiça eleitoral, entre outras: o registro e a cassação dos partidos,
bem como a fiscalização de suas atividades financeiras; a organização do processo eleitoral;
e o fornecimento de transporte e alimentação para eleitores das áreas rurais.
e) a justiça eleitoral dispõe de um quadro misto de magistrados: uma parte integra um
quadro próprio permanente, enquanto a outra é originada, periodicamente, de outros
órgãos judiciários.
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c) Compete aos juízes criminais processar e julgar os crimes eleitorais cometidos por
quaisquer indivíduos que já alcançaram a maioridade.
d) Aos tribunais regionais eleitorais compete dividir as zonas eleitorais em seções eleitorais.
e) O presidente do tribunal regional eleitoral nomeia os membros das Juntas Eleitorais
somente após a aprovação dos nomes pelo tribunal regional eleitoral.
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GABARITO
1. a
2. e
3. b
4. b
5. e
6. c
7. d
8. b
9. e
10. d
11. b
12. C
13. C
14. E
15. E
16. a
17. b
18. e
19. C
20. C
21. E
22. C
23. E
24. E
25. C
26. C
27. E
28. C
29. C
30. C
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GABARITO COMENTADO
Conforme o art. 118 da CF, são órgãos da Justiça Eleitoral: o TSE, os TRE’s, os juízes e as
juntas eleitorais. Assim, dentre as alternativas, a que indica apenas órgãos da Justiça
Eleitoral é a letra E.
Letra e.
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Nos termos do art. 118 do Código Eleitoral, a Justiça Eleitoral compõe-se do TSE, dos TRE’s,
dos juízes eleitoral e das juntas eleitorais.
Assim, a alternativa correta é a letra B.
Letra b.
De acordo com o art. 28, § 4º, do Código Eleitoral, as decisões dos tribunais regionais sobre
quaisquer ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda
de diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros.
Letra b.
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a) Errada. Compete aos juízes eleitorais designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições,
os locais das seções eleitorais.
b) Errada. Compete aos juízes eleitorais ordenar o registro e cassação do registro dos
candidatos aos cargos eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional.
c) Errada. Compete aos juízes eleitorais fornecer aos que não votaram por motivo justificado
e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das
sanções legais;
d) Errada. Compete aos juízes eleitorais nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em
audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros
das mesas receptoras
e) Certa. A alternativa E está correta porque reproduz a literalidade do art. 35, I do Código Eleitoral.
Letra e.
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O TSE julga o conflito de competência quando instaurado entre Juízes Eleitorais de municípios
limítrofes, desde que os Juízes Eleitorais sejam de estados diferentes. Entretanto, apesar
da ausência dessa informação final, o CESPE considerou essa assertiva como correta, já
que, segundo o examinador a expressão “divisa de dois municípios” designa a separação
de municípios de estados diferentes. A divisa pode ser entendida como a “fronteira” entre
dois estados-membros.
Por sua vez, quando se tratar da separação entre municípios do mesmo estado-membro,
usa-se a expressão limite.
a) Errada. Compete às Juntas Eleitorais a expedição do diploma de candidatos eleitos para
ocupar cargos municipais. Assim, essa assertiva está incorreta.
b) Errada. Segundo a posição adotada em outros concursos pelo CESPE, não se admite a
alteração da composição dos TREs. A composição prevista na CF é fixa. Dessa forma, essa
afirmação está errada.
c) Errada. O TSE somente julga a ação de impugnação e a ação de cassação do registro de
candidatura nas eleições presidenciais. Desse modo, essa assertiva está incorreta.
e) Errada. As competências dos Juízes Eleitorais incluem a nomeação, em audiência pública,
nos respectivos prazos legais, dos membros das mesas receptoras. Logo, essa alternativa
está incorreta.
Letra d.
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a) Errada. Nos termos do art. 155, § 2º, do Código Eleitoral, a urna ficará permanentemente
à vista dos interessados e sob a guarda de pessoa designada pelo presidente da Junta
Eleitoral. Dessa forma, essa assertiva está incorreta.
b,d) A expedição dos diplomas para os eleitos para os cargos municipais é de competência
das Juntas Eleitorais. Se houver, na zona eleitoral, uma única Junta Eleitoral, a esta caberá
a expedição dos diplomas.
c) Errada. Compete à Junta Eleitoral apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas
nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição. Assim, essa afirmação está incorreta.
e) Errada. Compor-se-ão as Juntas Eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de
2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. Destarte, essa afirmação está incorreta.
Letra b.
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Os membros das Juntas Eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede. Portanto, essa afirmação está correta.
a) Errada. Compor-se-ão as Juntas Eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de
2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. Destarte, essa afirmação está incorreta.
b,c) Erradas. Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares:
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau,
inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos
nomes tenham sido oficialmente publicados;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho
de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral. Assim, essas assertivas estão incorretas.
d) Errada. Nos termos do art. 33 do Código Eleitoral, o escrivão eleitoral, em suas faltas e
impedimentos, será substituído na forma prevista pela lei de organização judiciária local.
Logo, essa assertiva está incorreta.
Letra e.
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São competências da justiça eleitoral, entre outras: o registro e a cassação dos partidos,
bem como a fiscalização de suas atividades financeiras; a organização do processo eleitoral;
e o fornecimento de transporte e alimentação para eleitores das áreas rurais. Essa é a
assertiva correta.
a) Errada. Embora os tribunais eleitorais possuam uma composição mista ou eclética, a sua
composição é meramente jurisdicional. Assim, essa assertiva está incorreta.
b) Errada. Não há autorização para a divisão dos tribunais eleitorais em turmas ou câmaras.
Dessa forma, essa afirmação está incorreta.
c) Errada. A Justiça Eleitoral não impugna candidaturas, mas apenas julga as ações de
impugnação ao registro de candidatura que lhes forem apresentadas. Essa afirmação
decorre da característica da inércia da jurisdição. Logo, essa alternativa está incorreta.
e) Errada. Não há magistratura própria na Justiça Eleitoral, motivo pelo qual não há um
quadro permanente de Juízes Eleitorais. Portanto, essa assertiva está incorreta.
Letra d.
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No processo de escolha dos advogados que integram os tribunais eleitorais, para a formação da
lista tríplice, não há a participação da OAB. Ou seja, a OAB não tem direito líquido e certo para
intervir na definição dos advogados que integrarão a classe dos juristas nos tribunais eleitorais.
No que se refere ao requisito temporal de exercício de atividade advocatícia nos TRE’s,
exige-se que o advogado tenha, pelo menos, dez anos de efetivo de atividade advocatícia.
Por essa razão, a assertiva está certa.
Certo.
O juiz eleitoral atua no registro e na cassação do registro de candidatos aos cargos municipais.
Ou seja, aquele cidadão que pretenda concorrer ao cargo de prefeito deverá, por meio de
seu partido político ou coligação, formular pedido de registro de candidatura perante o
juiz eleitoral.
Assim, a assertiva está correta.
Certo.
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Os membros do Ministério Público, seja federal, seja estadual, não compõe os órgãos
da Justiça Eleitoral. Em outras palavras, as disposições do quinto constitucional sobre
a participação de membros do Ministério Público em tribunais de justiça e em tribunais
regionais federais não tem aplicabilidade na Justiça Eleitoral.
Assim, a assertiva está errada.
Errado.
Os juízes eleitorais são juízes de direito e, caso haja a prática de crime comum ou de crime de
responsabilidade, serão processados e julgados perante o Tribunal de Justiça. Entretanto, por
expressa ressalva constitucional, se cometerem crimes eleitorais e crimes comuns conexos,
a competência para julgamento será do Tribunal Regional Eleitoral do respectivo estado.
Assim, a alternativa correta é a letra A.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
b) Errada. O TSE somente responde consultas formulada pelo órgão nacional de partido
político e por autoridade pública com jurisdição federal.
c) Errada. A composição descrita na alternativa refere-se às juntas eleitorais. Na verdade, a
zona eleitoral é o espaço geográfico em que o juiz eleitoral exerce suas funções jurisdicionais.
d) Errada. O cargo de corregedor-geral eleitoral é exercido apenas por ministro do STJ.
e) Errada. Inexiste a participação de membro do ministério público nos órgãos da Justiça
Eleitoral. A lista tríplice é formada pelos TJ’s e pelo STF com a indicação de advogados.
Letra a.
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c) Compete aos juízes criminais processar e julgar os crimes eleitorais cometidos por
quaisquer indivíduos que já alcançaram a maioridade.
d) Aos tribunais regionais eleitorais compete dividir as zonas eleitorais em seções eleitorais.
e) O presidente do tribunal regional eleitoral nomeia os membros das Juntas Eleitorais
somente após a aprovação dos nomes pelo tribunal regional eleitoral.
Nos termos do art. 36, § 1º do Código Eleitoral, os membros das juntas eleitorais serão
nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional,
pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede.
Assim, a alternativa correta é a letra E.
Letra e.
Em razão da autonomia constitucional dada aos tribunais pela CF, os TRE’s têm a competência
para a elaboração de seus próprios regimentos.
Certo.
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A apuração das eleições municipais é feita pela junta eleitoral que tem jurisdição sob a
respectiva zona eleitoral.
Assim, a alternativa está correta.
Certo.
As juntas eleitorais são compostas por um juiz de direito e por dois a quatro cidadãos. Veja que
há uma variação do número de cidadãos, mas todas as juntas eleitorais, obrigatoriamente,
terão um juiz de direito, que será o seu presidente.
Assim, a assertiva está certa.
Certo.
Poderão ser organizadas tantas juntas quantas permitir o número de juízes de direito,
mesmo que não sejam juízes eleitorais.
Assim, a assertiva está correta.
Errado
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Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede.
Logo, essa assertiva está certa.
Certo.
Advogados ocupantes de cargos eletivos não podem ser indicados para compor a listra
tríplice para a composição do TSE.
Assim, a apresente assertiva está correta.
Certo.
Compete ao TSE aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos
tribunais regionais eleitorais.
Assim, a presente assertiva está incorreta.
Errado.
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Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si
parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, excluindo-se neste caso o que
tiver sido escolhido por último.
Assim, o sobrinho-neto de ministro do TSE não pode compor essa Corte Eleitoral por causa
da existência de parentesco de quarto grau.
Certo.
Poderão ser organizadas tantas juntas quantas permitir o número de juízes de direito,
mesmo que não sejam juízes eleitorais.
Certo.
Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição,
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REFERÊNCIAS
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BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral: teoria, jurisprudência e mais de 1000 questões
comentadas. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CÂNDIDO, Joel J. Direito Eleitoral Brasileiro. 12. ed. rev., atual. e ampl. Bauru: Edipro, 2006.
CERQUEIRA, Thales Tácito Pontes Luz de Pádua. CERQUEIRA, Camila Medeiros de Albuquerque
Pontes Luz de Pádua. Tratado de Direito Eleitoral. São Paulo: Premier Máxima, 2008.
COÊLHO, Marcus Vinicius Furtado. Direito Eleitoral e Processo Eleitoral – Direito Penal
Eleitoral e Direito Político. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
COSTA, Adriano Soares da. Instituições de Direito Eleitoral. 7. ed. rev., atual. e ampl. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2008.
DIDIER JR., Fredie. CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil:
Meios de Impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais.
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 3. ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.
RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 8. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Impetus, 2008.
VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito Eleitoral. São
Paulo: Saraiva, 2009.
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