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Carlos Biasotti
2022
São Paulo, Brasil
O Autor
2022
São Paulo, Brasil
“O Direito é tão eterno como quem o criou”
(Gabriel José Rodrigues dos Santos,
Discursos Parlamentares, 1863, p. 801).
Prólogo......................................................................................15
1. A Linguagem do Advogado.....................................................21
5. Ofensas e Desagravos................................................................49
6. Da Petição Inicial.......................................................................53
9. Da Legítima Defesa...................................................................83
(7) Eles, os Juízes, Vistos por Nós, os Advogados, 1a. ed., p. 188; trad. Ary
dos Santos.
(8) Rui, Obras Completas, vol. XIX, t. III, p. 296.
19
Notas
Notas
Notas
Notas
Notas
II – Paragrafação
A fim de assegurar a clareza expositiva da petição, é
recomendável que o advogado a articule, isto é, dê-lhe
a forma de artigo ou item. Embora antes apropriada à
natureza da petição inicial, a separação por períodos
gramaticais convém igualmente aos requerimentos em geral,
às alegações e às razões. Esta assaz preconizada técnica de
redigir o discurso também se conhece por paragrafação. É
a pedra angular de todo o arrazoado, porque, uma vez
dispostas em parágrafos numerados, ficam as ideias mais
inteligíveis, sobretudo se observada a ordem lógica do
raciocínio dedutivo (introdução, desenvolvimento e
conclusão).
VI – Da concisão e da brevidade
Outra qualidade essencial, de que não poderá carecer
o arrazoado forense, é a concisão. Último grau da arte de
bem escrever, consiste em dizer muito em pouco. Da rara
estima que dela fazem os autores de nomeada, para logo se
58
Notas
Notas
(3) Art. 5º, nº LV: “(…) aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes.”
(4) J. Soares de Melo, O Júri, 1941, p. 16.
(5) Art. 142, nº I, do Código Penal.
(6) Art. 7º, § 2º, da Lei nº 8.906, de 4.7.94 (Estatuto da
Advocacia).
(7) Obras Completas, vol. XXXVIII, t. II, p. 10.
(8) Arte de Furtar, 1652, p. 68.
(9) Francisco José Freire, Reflexões sobre a Língua
Portuguesa, 1842, p. 10.
8. O Advogado e a Defesa Oral
nos Tribunais(*)
Na Tribuna Forense:
1º) Certa feita, depois de longa arenga com o promotor
público, o advogado e poeta cearense José Quintino da
Cunha ouviu dele uma frase comprometedora: “Senhores do
conselho de sentença, eu estou montado no Código Penal”. E,
fulminante, Quintino da Cunha rebateu: “Pois V. Exa. faz
muito mal em montar em animal que não conhece!”(14)
Na Tribuna Parlamentar:
2º) O sogro de Hermes da Fonseca, o velho Almirante
Teffé, senador pelo Amazonas, teria dito: “Não houveram
muitas vítimas. Foram pouquíssimas”. E Rui, prontamente:
“Houve agora mais uma: a língua portuguesa, que V. Exa.
acabou de assassinar”(15).
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 12.188
Relator
Notas
Notas
I. Coletânea de Pensamentos de
Rui Barbosa (Patrono dos Advogados)
Acusação
“A acusação é apenas um infortúnio, enquanto não verificada
pela prova. Daí esse prolóquio sublime, com que a
magistratura orna os seus brasões, desde que a justiça
criminal deixou de ser a arte de perder inocentes: Res sacra
reus. O acusado é uma entidade sagrada” (Obras Completas,
vol. XIX, t. III, p. 113).
Advogado
“Assim que, em todas as nações livres, os advogados são, por
via de regra, a categoria de cidadãos que mais poder e
autoridade exercem” (Obras Completas, vol. XXXVIII, t.
II, p. 54).
“A lei e a nossa consciência são os dois únicos poderes
humanos, aos quais a nossa dignidade profissional se inclina”
(Idem, ibidem, p. 61).
Defesa
“A defesa não quer o panegírico da culpa, ou do culpado. Sua
função consiste em ser, ao lado do acusado, inocente ou
criminoso, a voz dos seus direitos legais” (Obras Completas,
vol. XXXVIII, t. II, p. 10).
98
Elogio Histórico
“Caso, postos de parte os descontos humanos, houvessem de
condensar numa síntese o meu curriculum vitae, e do meu
naufrágio salvassem alguns restos, tudo se teria, talvez,
resumido com dizer: Estremeceu a pátria, viveu no trabalho,
e não perdeu o ideal” (Discurso no Colégio Anchieta, 1981,
p. 8).
Erro
“Uma verdade há, que me não assusta, porque é universal
e de universal consenso: não há escritor sem erros” (Réplica,
nº 10).
“A toga do magistrado não se deslustra, retratando-se dos
seus despachos e sentenças, antes se relustra, desdizendo-se do
sentenciado ou resolvido, quando se lhe antolha claro o
engano, em que laborava, ou a injustiça que cometeu”
(Obras Completas, vol. XLV, t. IV, p. 205).
99
Felicidade
“A meu ver, a felicidade está na doçura do bem, distribuído
sem ideia de remuneração. Ou, por outra, sob uma fórmula
mais precisa, a nossa felicidade consiste no sentimento da
felicidade alheia, generosamente criada por um ato nosso”
(Discursos e Conferências, 1907, p. 332).
Honra
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se
os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”
(Obras Completas, vol. XLI, t. III, p. 86).
100
Igualdade
“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar
desigualmente aos desiguais, na medida em que se
desigualam” (Oração aos Moços, 1a. ed., p. 25).
Imprensa
“A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação
acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que
lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o
que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou
nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que
lhe interessa, e se acautela do que a ameaça” (A Imprensa e o
Dever da Verdade, 1920, p. 15).
Justiça
“Não há sofrimento mais confrangente que o da privação da
justiça” (Obras Completas, vol. XL, t. VI, p. 202).
“Se alguma coisa divina existe entre os homens é a justiça”
(Obras Completas, vol. XXV, t. IV, p. 329).
“Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e
manifesta” (Oração aos Moços, 1a. ed., p. 42).
“A esperança nos juízes é a última esperança” (Obras Seletas,
t. VII, p. 204).
101
Pátria, Família
“A pátria é a família amplificada. E a família, divinamente
constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a
disciplina, a fidelidade, a benquerença, o sacrifício”
(Discurso no Colégio Anchieta, 1981, p. 9).
Pena
“A certeza da punição é um dos mais importantes e ativos
elementos na organização do sistema penal” (apud Roberto
Lyra, A Obra de Ruy Barbosa em Criminologia e Direito
Criminal, 1952, p. 250).
Pleitos Judiciais
“Duvidosa foi sempre a sorte das lides judiciárias, ainda
quando manifesta a justiça dos litigantes. Daí, a utilidade,
reconhecida em todos os tempos, das transações; e por isso a
sabedoria da experiência manda muitas vezes preferir a má
composição à boa demanda” (apud Roberto Lyra, A Obra
de Ruy Barbosa em Criminologia e Direito Criminal, 1952,
p. 205).
Presunção de Inocência
“O crime é a presunção juris et de jure, a presunção contra
a qual não se tolera defesa, nas sociedades oprimidas e
acovardadas. Nas sociedades regidas segundo a lei a
presunção universal é, ao revés, a de inocência” (Obras
Completas, vol. XXIV, t. III, p. 87).
102
Verdade
“O maior, o mais inviolável dos deveres do homem público
é o dever da verdade” (A Imprensa e o Dever da Verdade,
1920, p. 53).
103
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 7799
Relator
II – O Falso Testemunho
Consoante a fórmula do art. 342 do Código Penal,
cometerá este crime a testemunha que fizer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade, em processo(3). Réu de falso
testemunho, portanto, não será só aquele que mentir (ou
afirmar inverdade), senão o que negar a verdade sabida ou
ocultá-la(4). A falsidade, nunca é demais encarecê-lo, há de
recair sobre fato juridicamente relevante(5); do contrário,
visto não prejudica a prova, será reputada inócua(6).
114
Notas
Notas
(Eduardo Couture)
Notas
Notas
Notas
Notas
Notas
VI. “A interpretação das leis não deve ser formal, mas sim,
antes de tudo, real, humana, socialmente útil. (…). Se o
178
Notas
Notas
Anexo
(fig. 1)
Notas
Notas
E logo abaixo:
“Há que se identificar a tentativa punível ainda no caso,
não muito infrequente, em que a vítima, vencendo o temor
incutido, comunica a ameaça à polícia, e esta predispõe as
coisas de modo a surpreender o extorsionário no ato de se
apoderar da coisa fingidamente consignada ou quando se
apresenta no lugar indicado para recebê-la” (Ibidem).
Ainda:
“Como no constrangimento ilegal, a tentativa é aqui
perfeitamente admissível, configurando-se quando, apesar
do emprego de meio idôneo, não consegue o agente que a
vítima faça, tolere que se faça ou deixe de fazer alguma
coisa” (Ibidem).
Damásio E. de Jesus
(Autor eminente e muito louvado
por sua ciência e doutrina).
224
Notas
Notas
(1) “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena
sem prévia cominação legal” (art. 1º do Cód. Penal).
(2) José Frederico Marques, Curso de Direito Penal, 1956,
vol. II, p. 73.
(3) Op. cit., p. 158.
(4) Comentários ao Código Penal, 1967, p. 84.
(5) Heleno Fragoso, in Comentários ao Código Penal, de
Nélson Hungria, 1978, vol. I, t. II, p. 555.
(6) Celso Delmanto, Código Penal Comentado, 1991,
p. 30.
(7) Op. cit., p. 88.
(8) Valdir Sznick, 1978, p. 3.
(9) Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do
Direito, 1933, p. 138.
(10) O Estado de S. Paulo, 28.5.96.
(11) In Revista Brasileira de Ciências Criminais, nº 13,
p. 197.
(12) A Instituição do Júri, 1963, pp. 130-131.
25. Da Confissão Judicial
Alguns a tiveram pela rainha das provas(1), outros
por fenômeno contrário à natureza(2), não poucos a
interpretaram como argumento de honradez(3): a confissão
judicial foi sempre tema de que se ocuparam os mais
graves autores, que a definiram como “declaração da
própria responsabilidade”(4).
Confessar alguém um fato o mesmo é que admitir-
-lhe a autoria. A prevenção, por isso, com que muitos a
recebem, já entrou em provérbio: Se disseres a verdade, irás
à forca.
Mas, ainda que, geralmente falando, se deva
reservar “a confissão à Justiça do Altíssimo, e o silêncio, à dos
homens”, como alvitrava Jacques Isorni(5); a despeito de,
confessando a autoria de um fato, fechar o acusado sobre
si a porta do cárcere, há casos em que ela se mostra de
rigor; outros, em que será ato de razão esclarecida.
Assim, é forçoso que admita a autoria de certo fato
aquele que o pretenda justificar nas barras do pretório.
Primeiro que alegue de sua justiça em pontos de legítima
defesa, haverá o réu de admitir, com efeito, que repelira
com violência o agressor. Sua confissão, em tal caso, é
pressuposto lógico e jurídico da afirmação de que obrara
sob a égide daquela excludente de injuridicidade.
Situações existem, contudo, que, suposto não se
ajustem ao rol das descriminantes, toleram (se é que o
não aconselham) confesse o arguido a autoria do fato que
lhe é imputado. São aqueles em que a sua negativa
238
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 12.271
Relator
247
Realmente:
“Não tendo havido recurso da acusação, o prazo
prescricional, a partir da publicação da sentença, é regulado
pela pena imposta” (Damásio E. de Jesus, Prescrição
Penal, 9a. ed., p. 49).
Ainda:
“(…) a partir da publicação da decisão condenatória,
aplicado exclusivamente o § 1º do art. 110, teremos a
incidência da extinção da punibilidade pela prescrição da
pretensão punitiva (ação penal). Não subsistem a sentença
nem seus efeitos principais e acessórios. E o Tribunal não
precisa apreciar o mérito, ficando prejudicada a apelação”
(Idem, ibidem).
255
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 2130
Relator
Nota
PODER JUDICIÁRIO
Nota
I. Preâmbulo
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 3817
Relator
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 12.466
Relator
– Não decai a Justiça de sua grandeza e
confiança, antes se recomenda ao louvor
dos espíritos retos, se, aferindo lesão
patrimonial por craveira benigna, rejeita
denúncia por tentativa de furto de coisa de
ínfimo valor (art. 155, § 4º, nº IV, do Cód.
Penal). Ao Juiz não esqueçam jamais
aquelas severas palavras de Rui: “Não
estejais com os que agravam o rigor das leis,
para se acreditar com o nome de austeros e
ilibados. Porque não há nada menos nobre e
aplausível que agenciar uma reputação
malignamente obtida em prejuízo da verdadeira
inteligência dos textos legais” (Oração aos
Moços, 1a. ed., p. 43).
295
Nota
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 11.812
Relator
309
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 9024
Relator
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 12.000
Relator
326
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 2291
Relator
343
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 3412
Relator
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 2438
Relator
359
Notas
I. À guisa de introdução
Notas
Notas
Senhor Diretor:
Nota
1. (“Zero à esquerda”?!)
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 5820
Relator
Notas
Notas
Notas
Notas
Notas
I– Da Importância do Instituto
Ementa Oficial:
– Das decisões proferidas pelo Juízo de Direito
da Vara das Execuções Criminais cabe, em
princípio, agravo, por força do preceito do art. 197
da Lei de Execução Penal.
– Se o Estado, por seus agentes, não revela, durante
largo trato de tempo, interesse algum em cumprir
ordem de prisão expedida contra réu já reintegrado
no convívio social (e afastado da esfera do crime),
decai do direito de fazê-lo à véspera da consumação
do prazo prescricional da pretensão executória de
sua pena. Por ferir de frente o sentimento de justiça
e a lógica do razoável, a cega obediência à lei, em
tal caso, seria rematado arbítrio e vingança; mas
justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou
com assaz de razão o eloquente Cícero: “Summum
jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
– Ao Estado não pode interessar mais a expiação
do delito cometido pelo infrator do que sua
recuperação, fim último da pena.
469
Notas
Notas
Notas
Estátua da Justiça
(por escabelo, “uma pequena tartaruga de pedra”)
494
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Voto nº 2697
Relator
Ainda:
“Em caso de dúvida sobre a tempestividade do recurso, deve
ser admitido” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 89, p. 799;
apud Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal,
13a. ed., p. 404).
De feito:
“Agir ou omitir-se, na ocasião própria, dentro do
processo, é uma dimensão de liberdade processual.
Cada parte age, ou não age, em certas ocasiões, a seu
risco. Só o interesse próprio lhe ditará se deve ou não
atuar” (Eliézer Rosa, Dicionário de Processo Civil,
1973, p. 304).
À derradeira, a prova do prejuízo é requisito
da decretação da nulidade processual.
No caso, ainda que alguma nulidade
triunfasse — o que admito sem contudo
conceder —, não era de reconhecê-la, ante a
ausência de prova cabal do prejuízo.
Assim dispõe o art. 563 do Código de Processo
Penal:
“Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade
não resultar prejuízo para a acusação ou para a
defesa”.
Por manifestamente improcedentes, rejeito as
questões preliminares suscitadas no apelo do
réu.]
Nestes termos,
P. Deferimento.
Eminentes Julgadores:
E.R.M.
São Paulo, (dia, mês e ano)
________________________________
(Nome do advogado e número da OAB)
Notas
PODER JUDICIÁRIO
Desaforamento nº 474.521-3/1-00
Comarca: Matão
Requerente: MM. Juízo de Direito da 1a. Vara Criminal
da Comarca de Matão
Voto nº 5993
Relator
PODER JUDICIÁRIO
Desaforamento nº 990.09.214623-8
Comarca: São José do Rio Preto
Requerente: Ministério Público
Requerido: Juízo de Direito da Comarca de
São José do Rio Preto
Voto nº 12.467
Relator
Notas
Notas
Nota
Notas
Notas
I. Personagem singular
Ele, que discorria “ex professo” do princípio da
proporcionalidade da pena(1) — que deve corresponder
sempre ao grau da culpa ou da falta cometida —,
esqueceu-lhe aferir por justa craveira a pena dos que
perdem os objetos de sua afeição: preferiu que outros o
fizessem. Foi debalde, porém, que a dor de certas perdas
não raro excede toda medida.
Não cabe realmente no coração humano (porque
infinita) a mágoa que acompanha o desaparecimento de
individualidades privilegiadas como o Professor Damásio
Evangelista de Jesus, arrebatado pela morte no dia 13 de
fevereiro deste ano.
Até mesmo os que aprenderam a resignar-se ao
império da lei que fixou o termo a todas as coisas —
“pois também as pedras morrem”, como asseverou um
alto espírito(2) — acabrunharam-se com a interrupção do
esplêndido curso da vida desse varão egrégio, no qual se
viam reunidas, no mais elevado grau de primor, qualidades
que apenas se encontram distribuídas entre muitos.
Os que o conheceram e trataram — e esses se contam
por dezenas de milhares — podem atestar que não há
encarecimento retórico nem tropo de linguagem no juízo
de ter sido Damásio de Jesus, sem contradição, uma das
figuras mais úteis, estimadas e fascinantes de nossa idade.
572
Notas
Notas
(6) Idem, Uma Justiça para o nosso Tempo e nosso Meio, 1977,
p. 19.
(7) In Última Hora (Rio), 12.1.1984.
(8) Sermões, 1957, t. X, p. 39.
(9) A Voz da Toga, 2a. ed., p. 34.
(10) Ibidem, p. 31.
(11) Da bibliografia de Eliézer Rosa (cujo nome é
frequentemente confundido com o do irmão —
Eliasar Rosa —, também jurista e escritor) constam os
títulos seguintes: Dicionário de Processo Civil (1957),
Cadernos de Processo Civil (3 vols., 1973), Leituras de
Processo Civil (1971), Advocacia, Função Pública (1949),
Dicionário de Processo Penal (1975), Romeiro Neto, o
Último Romântico da Advocacia Criminal (1984, 4a.
ed.), etc. Escreveu-lhe, ultimamente, primorosa e
rica biografia o renomado Desembargador do TJSP
Benedito Silvério Ribeiro, em Vultos do Poder
Judiciário (2016, pp. 243-257; YK Editora; São
Paulo). Ali, como em messe copiosa, colherá o leitor
os frutos que produziu o espírito fecundo de Eliézer
Rosa (1909-2002).
(12) Cf. Cadernos de Processo Civil, 1975, 3º vol., p. 23.
59. O Nome: Aspectos Jurídicos e
Literários
I. Caso em Espécie
Haverá um mês, informaram órgãos de nossa
imprensa que certa avó cearense batera à porta do
Judiciário, animada de propósito que reputava não só
razoável e nobre senão ainda grave e urgente: obter
provimento que alterasse o nome de seu neto, civilmente
registrado com o prenome Lúcifer(1).
Caso foi esse que, por seu cunho “sui generis” ou
peculiar, interessou muitas pessoas, que o quiseram logo
discutir e comentar.
Deveras, isto de chamar Lúcifer a alguém é,
geralmente falando, o mesmo que tratá-lo por símbolo do
mal, que depara no Demônio (Satanás, Diabo, Capeta,
Belzebu, etc.) o tipo definitivo.
Destituída de sua primitiva significação — “o que traz
luz” (do étimo latino “lux + fero”) —, a palavra Lúcifer
adquiriu conotação fortemente pejorativa, de ordinário
associada ao anjo que, segundo a tradição religiosa(2), foi
precipitado no Inferno por haver-se rebelado contra Deus.
590
a) Locuções nominais
b) Outros palíndromos:
7. Ave, Eva;
8. “(…) palíndromo das primeiras palavras ditas por Adão
a Eva no jardim do Éden: Madam, I’m Adam (Madame,
sou Adão)” (Charles Berlitz, As Línguas do Mundo, 4a. ed.,
p. 242; trad. Heloísa Gonçalves Barbosa; Editora Nova
Floresta; Rio de Janeiro).
611
Notas
(1) https://www.direitonews.com.br/2022/02.
(2) Bíblia Sagrada (Is 14, 12-15).
(3) Sermões, 1959, t. VIII, p. 198; Lello & Irmão —
Editores; Porto.
(4) Curso de Direito Civil, 1989, 1º vol., pp. 86-89;
Editora Saraiva; São Paulo.
(5) Réplica, nº 10.
60. Memorando aos Colegas da
Advocacia e da Magistratura
Notas
www.scribd.com/Biasotti