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EXAME DE ORDEM
Capítulo 01
Olá, aluno!
Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você não
só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que você
terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente.
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal,
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento,
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo
sempre!
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do PDF
Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os assuntos
que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a oportunidade
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou
comentários, entre em contato através do e-mail pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
a gente!
1
Acreditamos que com esses recursos você estará munido com tudo que precisa para alcançar
a sua aprovação de maneira eficaz. Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que
um objetivo para o CERS, trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para
o estudo da disciplina.
Bons estudos
2
SOBRE ESTA DISCIPLINA
sabido, a FGV separa duas questões para essa matéria na primeira fase da OAB. Em que pese
ser considerada uma disciplina de baixa recorrência, o seu estudo é primordial.
Dessa forma, este material busca fornecer ao aluno um conhecimento amplo e suficiente,
conforme os temas costumam ser cobrados, então, ao final dos capítulos, serão colacionadas
questões para treinamento, sempre priorizando aos concursos da área.
Vale acrescentar, por fim, que, como se constatará ao longo dos capítulos, os Examinadores do
Exame de Ordem, vem cobrando a disciplina de modo abrangente. Deste modo, em que pese
alguns temas sejam mais recorrentes, nenhum capítulo deste material deve ser negligenciado.
3
RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA
Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos objetivamente
mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda diferença.
Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com base nas
Da Prevenção
Especial
17%
Do Acesso à Justiça
Do Direito à 33%
Convivência Familiar
e Comunitária
17%
Do Acesso à Justiça
Dos Crimes
Da Família Substituta
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Da Prevenção Especial
4
TEMAS RECORRÊNCIA
Do acesso à Justiça
Dos Crimes
Da Família Substituta
Da prevenção Especial
5
Assim, os assuntos de Estatuto da Criança e do Adolescente estão distribuídos da seguinte
forma:
CAPÍTULOS
6
SOBRE ESTE CAPÍTULO
Através do perfil da banca examinadora, percebe-se que esta costuma trazer um caso hipotético
com uma problemática, baseada na legislação vigente. Vejamos:
(XXX EOU – FGV - 2019) Pedro, 16 anos, foi apreendido em flagrante quando subtraía um
aparelho de som de uma loja. Questionado sobre sua família, disse não ter absolutamente
nenhum familiar conhecido. Encaminhado à autoridade competente, foi-lhe designado defensor
dativo, diante da completa carência de pessoas que por ele pudessem responder.
Após a prática dos atos iniciais, Pedro requereu ao juiz a substituição do seu defensor por um
advogado conhecido, por não ter se sentido bem assistido tecnicamente, não confiando no
a) É direito do adolescente ter seu defensor substituído por outro de sua preferência, uma vez
que não deposita confiança no que lhe foi designado.
b) A defesa técnica deve permanecer incumbida ao defensor atualmente designado, pois não é
facultado ao adolescente optar por sua substituição.
c) O processo deve ser suspenso, adiando-se os atos até que seja solucionada a questão da
representação do adolescente.
d) A substituição somente deverá ser realizada se evidenciada imperícia técnica, não podendo
a mera preferência do adolescente ser motivo para a substituição.
7
Portanto, é extremamente necessário a leitura da letra seca da lei, acompanhada da doutrina
Ademais, por ser um assunto que é bastante cobrado em diversas carreiras jurídicas, achamos
conveniente acrescentar também questões de outros concursos para que você consiga assimilar
8
SUMÁRIO
Capítulo 1 ................................................................................................................................................ 11
2. Princípios .......................................................................................................................................... 22
9
3.3 Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer........................................................................ 33
GABARITO ............................................................................................................................................... 63
10
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Capítulo 1
acordo com a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, considera-se criança a pessoa de até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela compreendida entre doze e dezoito anos .
Os direitos e garantias das crianças e adolescentes tem raízes remotas e vem acompanhando a
humanidade em seu desenvolvimento. Devido a sua importância no ordenamento jurídico
brasileiro, o ECA é uma disciplina que vem sendo cobrada em diversos concursos públicos. Por
este motivo, é de suma importância uma análise do seu esboço histórico, dos direitos e garantias
inerentes ao menor de 18 (dezoito) anos de idade, das medidas de proteção, atos infracionais,
medidas socioeducativas, entre outros paradigmas legislativos presentes no estatuto.
11
desenvolvimento em que se encontram, compelindo para que as políticas públicas sejam
Com o avanço dos preceitos, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227, estabeleceu
que crianças e adolescentes formam um grupo de pessoas que têm direitos específicos e
Neste viés, a Carta Magna apresentou um grande avanço constitucional, vez que elucida os
princípios protetores dos jovens, como o da proteção integral e da prioridade absoluta 1.
Através do Decreto n. 5.452 de 1943, foi sancionada a Consolidação das Leis do Trabalho,
cuja legislação reuniu todas os preceitos normativos trabalhistas vigentes na época. No capítulo
IV, Título III, artigos 402 ao 441, foi reunida as normas referentes ao trabalho do menor de 18
(dezoito) anos. Após a alteração da Lei 10.097/2000, o artigo 402 define que o menor, para a
1
Vide questão 07
12
Os demais dispositivos elencados no capítulo da proteção do trabalho dos menores de 18
(dezoito) anos dispõe, em termos gerais, a idade mínima, a aprendizagem, a jornada de trabalho,
assinatura na carteira de trabalho, deveres dos empregadores e dos responsáveis dos
adolescentes eram regulados por dois outros sistemas jurídicos. O primeiro, foi o Direito Penal
do Menor, que não fazia diferenciação na aplicação dos atos infracionais e medidas educativas
irregular aquele que poderia ser encontrado em seis situações distintas, quais eram: o menor
abandonado em saúde, educação e instrução; a vítima de maus tratos ou castigos imoderados;
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi criado em um contexto histórico pela Lei
8.069/90 e aludiu exatamente o constituído pela Carta Magna, ou seja, assegurou a criança e
ao adolescente direitos fundamentais e teve como objetivo fazer com que os infantes sejam
vistos como sujeitos de direitos.
O Estatuto passou também a prever medidas para os pais, os integrantes da família ampliada,
os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa
encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educa-los ou protegê-los.
13
estabelecido na Constituição Federal de 1988 e estabelecendo os instrumentos adequados à
Importante salientar que com o advento da Carta Magna de 1988 e, logo após, com o
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), o Brasil passou a aplicar o princípio da
proteção integral e buscou eliminar, por completo, o termo “menor”, pois entendeu que tal
alusão remete às classes excluídas da sociedade.
Na interpretação do ECA (art. 6º), devem ser considerados os fins sociais a que o estatuto se
dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, bem como a
Desta forma, a Estatuto da Criança e do Adolescente foi uma verdadeira revolução sobre a
posição dos menores de 18 anos no ordenamento jurídico brasileiro; antes dele, não eram vistas
como pessoas, nem culturalmente nem pelos conjuntos de normas. Essa foi a primeira mudança
drástica trazida pelo estatuto: as crianças e adolescentes passariam a ser sujeitos de direitos –
14
Conforme o artigo 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se criança a pessoa
até 12 (doze) anos de idade incompleto e adolescente aquela que possui entre 12 (doze) e
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
2
Vide questão 04
15
1.4 Documentos Internacionais
crianças e adolescentes.
influenciar ao nações para que incorporem as regras, recomendações e garantias ali presentes.
protegida de toda forma de exploração; (d) Deve ser educada de modo a ver
que seu talento também pode ajudar outras pessoas;
16
Declaração Internacional dos Direitos das Crianças de 1959: A Declaração
pois passou a entender a sua imaturidade mental e física. Desta forma, viu-se
a necessidade de implementar proteção e cuidados especiais, até mesmo, antes
Tal a Declaração deixa claro que a criança deve ser detentora de direitos e
garantias referentes à previdência social, educação, trabalho, segurança moral
Regras de Beijing: Regras Mínimas da ONU para proteção dos jovens privados
prisioneiros. Entre os requisitos das Regras Mínimas das Nações Unidas para o
Tratamento de Reclusos, estão presentes, os locais de detenção, vestuário,
alimentação, arquitetura, serviços médicos, serviços religiosos, separação dos
jovens conforme faixa etária, roupa de cama, queixas e pedidos dos detidos,
contato com o mundo exterior.
17
Normas de Riad: Concentram-se na prevenção da delinquência juvenil
18
Protocolo facultativo à convenção sobre os direitos da criança relativos ao
envolvimento de crianças em conflitos armados (2004); Os Estados Partes
encontrar uma família adequada em seu país de origem; Neste viés, prevê
medidas para garantir que as adoções internacionais sejam feitas no interesse
19
1.5 Acepção de Criança e Adolescente
Praticamente em toda da humanidade, não havia uma definição exata do que era a infância,
muito menos quando ela se findava, já a adolescência era algo que não existia. Na idade média,
as crianças, desde muito cedo, eram confundidas com as pessoas adultas. Por inexistir o
sentimento de infância, os infantes eram inseridas no mundo dos mais velhos e acabavam tendo
vista como um adulto em miniatura e, por isso trabalhava nos mesmos locais, usava as mesmas
roupas, era tratada da mesma forma que o adulto.”
18 (dezoito) anos. Diante das inúmeras orientações jurídico-constitucionais, tal Estatuto alude
que as crianças e os adolescentes, por estarem em período de desenvolvimento psicológico,
Neste viés, concretizou-se a ideia de que as crianças e adolescentes são sujeitos de direitos
e detentores de garantias mínimas, conferindo-lhes, indistintamente, proteção prioritária, sendo
Atualmente, são claras as duas principais fases do desenvolvimento do ser humano (o ser
enquanto criança e quanto adolescente). A própria legislação conceitua, no artigo 2°, do ECA, a
criança – pessoa com até 12 (doze) anos de idade - e adolescente, sendo aquele com idade
entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos incompletos.
20
Nos casos expressos em lei, o Estatuto da Criança e do Adolescente é aplicado,
excepcionalmente, às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. Conforme a Súmula
605 do ST, “A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional
nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos”. Ou seja, adolescente que praticou infração enquanto
obra daqueles que, pela legislação, ainda não se encontram aptos para trabalhar.
21
2. Princípios
legislação vigente. Logo, por estarem integrados nos artigos de forma indireta, são fontes
fundamentais do direito.
Segundo Siqueira Junior, “os princípios exercem uma importante função dentro ordenamento
de forma explícita, isto é, “positivados” no ordenamento jurídico, mas sim de forma indireta, isso
significa que, ao ler um dispositivo legal, encontramos um “entendimento”, o qual é denominado
de interpretação.
Dessa maneira, a Lei nº 8.069/90 tem seus pilares em uma série de princípios, que
representam postulados fundamentais da nova política estatutária do direito da criança e do
adolescente e, portanto, devem ser respeitados, pois orientam as interpretações e aplicações
da Lei.
O que diz a Lei: “Art. 1º do ECA - Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente”
Conceito: Os direitos das crianças e adolescentes são aplicadas de forma integral, ou seja,
os aplicados aos adultos, são aplicados também aos adolescentes, exceto alguns específicos,
como o direito ao matrimônio e voto. A Doutrina da Proteção Integral tem por escopo
22
proclamar direitos de natureza individual, difusa, coletiva, econômica, social e cultural,
Sobre o princípio da proteção integral, Cury afirma que: “A proteção integral tem como
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos [...]”
Conceito: Determina que a família, comunidade, sociedade geral e poder público assegurem
os direitos sociais e individuais das crianças e adolescentes.3
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização,
3
Vide questão 12.
23
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
estabelece primazia em favor das crianças e dos adolescentes em todas as esferas de interesse.
Seja no campo judicial, extrajudicial, administrativo, social ou familiar, o interesse infantojuvenil
O que diz a Lei: “Art. 6º do ECA - Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os
fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.”
4
Vide questão 08
24
Conceito: Estabelece que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja interpretado
conforme o seu escopo basilar, ou seja, garantir a proteção e a integração das crianças e
adolescentes na comunidade. A norma não poderá ser interpretada, tampouco aplicada, de
maneira prejudicial. Por este motivo, o legislador, ao criar, e o juiz, ao aplicar, devem ter em
vista que a criança e o adolescente estão em fase desenvolvimento, devendo receber, portanto,
I - municipalização do atendimento.”
O que diz a Lei: “Art. 19 do ECA - É direito da criança e do adolescente ser criado e
Conceito: Tem como objetivo valorizar as relações afetivas da família, pois é no seio
familiar que os infantes encontram apoio. Ademais, é de suma importância salientar que o
papel dos genitores não se limita à questão pecuniária. Garantir a convivência familiar significa
que os responsáveis pelas crianças e adolescentes asseverem um desenvolvimento saudável e
desenvolvimento saudável. Importante salientar que, no primeiro plano, deve tentar ser
25
mantido o menor de 18 anos em sua família natural, mas caso não seja possível, será colocada
O que diz a Lei: “Art. 121 do ECA - A internação constitui medida privativa da liberdade,
sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.”
socioeducativa. Assim, existindo a probabilidade de ser fixada medida menos onerosa ao direito
de liberdade do adolescente, esta será fixada em detrimento da internação. Para tanto, dever-
Já o Princípio da Brevidade afirma que não será admitida medida perpétua, pois encontrar-
se-ia óbice não só no Estatuto que fixa prazo máximo de cumprimento, mas também em
mandamento constitucional (art. 5º, XLVII, b CF). Conforme o art. 121, §3º do ECA, a medida
O que diz a Lei: “Art. 143 do ECA – É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e
5
Vide questão 09.
26
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou
processo, atos administrativos, entre outros) presentes nos registros dos atos infracionais
praticados pelos infantes, isto é, estas informações não são públicas e somente as pessoas
devidamente autorizadas terão acesso aos documentos. Tal medida tem como escopo evitar
que o menor infrator sofra preconceito e/ou segregação.
O que diz a Lei: “Art. 141 do ECA - É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à
Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de
27
3. Direitos e Garantias Fundamentais
Neste viés, a criança e o adolescente passaram a ser sujeitos de direitos e o Estado tem
como objetivo assistir-lhes e proporcionar-lhes um desenvolvimento completo, intervindo
quando faltar proteção no seio familiar e também elaborando condições para que seu progresso
físico, mental e social sejam plenos.
do próprio Estado, da sociedade do seio familiar. Tem como objetivo a prestações positivas para
efetivar o princípio dignidade da pessoa humana dos infantes6.
O Poder Estatal atribui aos pais ou guardiões a proteção integral. Conforme dispõe o art.
227 da CF, é dever do Estado, da família e da sociedade assegurar à criança, ao adolescente e
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
6
Vide questão 02
28
Conceito: O Capítulo referente aos direitos à vida e à saúde, presentes no Estatuto da Criança
de 1988 iniciam a exposição dos direitos fundamentais pelo direito à vida e à saúde. No artigo
7º do ECA, lê-se:
“A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência”.
Ao longo dos 08 dispositivos legais presentes no capítulo I dos Direitos Fundamentais, o ECA
estabelece inúmeras medidas de caráter preventivo e de políticas públicas que asseveram o
Assegura-se, a todas as mulheres, o acesso, pelo Sistema Único de Saúde, aos programas e
às políticas de saúde da mulher no pré, perinatal, pós-natal (art. 8). Assegura condições
adequadas ao aleitamento materno, mesmo nos casos de filhos de mães submetidas a medida
privativa de liberdade (art.9). Aos hospitais e demais estabelecimentos são impostas obrigações,
tais como a manutenção de registros (prontuários) pelo período de 18 anos, identificar o recém-
nascido, proceder a exames acerca de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, prestar
29
crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
Neste sentido, Lenza (2007) afirma que o direito à vida abrange tanto o direito de não ser
morto, privado da vida, portanto o direito de continuar vivo, como também o direito de ter uma
vida digna, garantindo-se as necessidades vitais básicas do ser humano, e proibindo qualquer
tratamento indigno, como a tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, entre
outros.
Obriga-se, ainda, que nos casos de suspeitas ou de maus tratos, o Conselho Tutelar deverá,
imediatamente, tomar ciência (art. 13), vez que é um órgão constituído por cidadãos eleitos, em
cada município, e possui um importante papel na proteção ao menor.8
Nos casos de maus tratos, a comunicação deverá ser feita para o Conselho Tutelar, já nos
casos de gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção
Observa-se, desta forma, que o direito à vida, incutido no direito à saúde, é considerado o
7
Vide questão 13.
8
Vide questão 13.
30
implica o reconhecimento do direito de viver com dignidade, direito de viver bem, desde o
ECA estabelece inúmeras medidas que visam garantir o direito de ir e vir, a integridade física,
psíquica e moral e a dignidade das crianças e adolescentes.
Contudo, conforme estabelece o artigo 16, I, ECA são estabelecidas restrições legais ao direito
à liberdade. Para Elias (2005), as limitações à liberdade são impostas devido a própria condição
de pessoas em desenvolvimento, para o seu bem estar. Neste sentido, Machado (2003) justifica
que as restrições à liberdade da pessoa física em fase de desenvolvimento têm suas
31
imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos
pessoais9.”
O Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda em seu artigo 18-A, assegura que a criança e
o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante.
Castigo físico: Aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente e
resulta em sofrimento físico ou lesão.
9
Vide questão 15.
32
O artigo 18-A foi inserido, no Estatuto da Criança e Adolescente, pela Lei 13.010, conhecida, de
Já o artigo 18-B do ECA, dispõe sobre as medidas que devem ser aplicadas aos pais,
integrantes da família ampliada, responsáveis, agentes públicos executores de medidas
ECA, lê-se:
33
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas
no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino
da educação básica.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico,
bem como participar da definição das propostas educacionais.”10
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde” (inciso VII). Ainda, será oferecido
atendimento especializado aos portadores de deficiências (inciso III), e educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças de zero a seis anos de idade (inciso IV). A não oferta do ensino
obrigatório importa em responsabilização da autoridade competente (§ 2º).
Estado ao assegurar o direito à educação e alerta que não basta a oferta de vagas, mas também
de suma importância que, junto com os pais ou responsáveis, zele pela frequência das crianças
e adolescentes à escola.
Os casos maus-tratos envolvendo seus alunos o Conselho Tutelar deverá ser comunicado
10
Vide questão 14.
34
elevados níveis de repetência, o Conselho Tutelar deverá ser comunicado apenas após
base para o desenvolvimento social, cultural, intelectual e ético das crianças e dos adolescentes.
Por este motivo os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na
rede regular de ensino.
Matricula Obrigatória
ECA, entendem que as crianças e adolescente necessitam de vários estímulos para que o seu
desenvolvimento se dê de forma completa, como emocionais, sociais, culturais, educativos,
motores, entre outros. Assim, a cultura estimula o pensamento de maneira diversa da educação
(AMIN, 2007).
11
Vide questão 14.
35
Conforme estabelecido no artigo 58 do Estatuto da Criança e do Adolescente, “Os municípios,
com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.”
Percebe-se, pois, que a cultura, o esporte e o lazer são de suma importância para o processo
de formação das crianças e adolescentes, seja pelo ponto de vista físico, seja pelo mental. Assim,
a municipalização, além de promover benefício nas áreas nestas áreas, visa afastar os infantes
dos perigos das drogas e de outros vícios que prejudicam um desenvolvimento saudável.
Para Amin (2007) estes direitos devem ser assegurados pelo Estado através da construção
de praças, instalação de teatros populares, promoção de shows abertos ao público, construção
maneira de integrar a base de princípios e conhecimentos alcançados pelo ser humano ao longo
da vida.
Alterações legislativas:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento
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V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica
(LEI Nº 13.845, DE 18 DE JUNHO DE 2019)
2019
ECA estabelece inúmeras medidas que visam assegurar uma profissionalização de qualidade ao
adolescente e proteção ao trabalho.
Atualmente, são claras as duas principais fases do desenvolvimento do ser humano (o ser
enquanto criança e quanto adolescente). A própria legislação conceitua, no artigo 2°, do ECA, a
criança – pessoa com até 12 (doze) anos de idade - e adolescente, sendo aquele com idade
entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos incompletos.
37
O artigo 60 do Estatuto da Criança e do Adolescente, afirma que poderá ser firmado o
previdenciários.
22h e 05h), insalubres (atividades prejudiciais à saúde), perigosas (atividades prejudiciais à vida)
e penosas14, nelas incluídas as 93 atividades pertinentes no Decreto n° 6.481/2008 (lista das
piores formas de trabalho infantil), realizadas em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a
frequência à escola.15
De acordo com a legislação brasileira, o termo “trabalho infantil” diz respeito aos trabalhos
12
Vide questão 06
13
Vide questão 11.
14
Vide questão 11.
15
Vide questão 06.
38
Segundo Machado (2003), “quando a criança ou o adolescente exercitam o trabalho não
mais como impulso de experimentação das suas potencialidades, mas, sim, como necessidade
de prover seu próprio sustento, o trabalho conflitua com outros interesses necessários ao seu
pessoal e social, sendo portanto, educativo, pois não visa o lucro e prepara o adolescente para
o mercado de trabalho.
Assim, não se pode duvidar que, por estarem em fase de desenvolvimento, as crianças e os
adolescentes necessitam de um maior zelo. Desta maneira, para colocar em exercício a rede de
proteção, é de grande importância a fusão do Estado com família e a sociedade pelo ensejo da
acaba resultando inúmeros fatores negativos. Os principais motivos para que haja prevenção e
erradicação são pelas consequências que o trabalho precoce acarreta, como biológica, social e
psicológica.
39
ao trabalho, bem como a realização de programas públicos que assegurem o pleno
desenvolvimento das crianças e adolescentes, uma vez que o desrespeito aos direitos basilares
destes indivíduos gera inúmeras consequências negativas as quais, por inúmeras vezes, são
irretratáveis.
Ao longo dos 06 dispositivos legais presentes no capítulo III dos Direitos Fundamentais, o
ECA garante a capacidade protetora da criança e do adolescente na relação parental.
40
Em regra, a criança ou adolescente deve ser mantido em sua família de origem e,
exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra outrem
igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.
Pai ou mãe privado de liberdade: garantido a convivência da criança por meio de visitas
periódicas.
Mae adolescente que está em acolhimento institucional: é garantido a convivência
INTEGRAL da criança.
acolhimento da criança e do adolescente, quando eles não podem permanecer com à família
natural ou extensa/ampliada: o acolhimento institucional e o acolhimento familiar.
Estado como forma de abrigá-los em uma instituição (casa-lar, casa passagens, casa abrigo). A
permanência da criança e do adolescente não se prolongará por mais de 18 (dezoito) meses,
salvo se for comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devendo ser
fundamentada pela autoridade judiciária (art. 19, § 2o, do ECA). Ainda, sendo acolhida a mãe
adolescente, lhe será assegurada a convivência integral com seu(sua) filho(a) (art. 19, § 5o, do
ECA), bem como assistência por equipe especializada multidisciplinar (art. 19, § 6o, do ECA).
e proteger crianças e adolescentes que não possam permanecer junto a sua família.
Assim, pela regra geral, acredita-se que a família, de direito ou de fato, é o lugar ideal para
a criação e educação do menor. E isto porque os pais são os maiores responsáveis pela formação
41
dos filhos, possuindo o dever de lhes garantir os direitos fundamentais. Os casos da perda e a
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22 do ECA e, por
último, o art. 23 do ECA, alude que a falta ou a carência de recursos materiais não constitui
Os filhos havidos fora do casamento podem ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente; no próprio termo de nascimento; por testamento; mediante escritura; mediante
outro documento público (artigo 26 do ECA). Vale lembrar que qualquer que seja a origem da
filiação, os filhos podem ser reconhecidos, ou seja, pouco importa o estado civil dos pais. O
O termo “pátrio poder” foi substituído pelo termo “poder familiar”, pois aquele termo remete
apenas ao “pai”. Utilizar o termo “poder familiar” faz com que fique mais notório a competência
do pai e da mãe na criação e educação dos filhos. Desta forma, representa o conjunto de
direitos e obrigações dos pais em relação aos filhos menores de idade. Qualquer divergência
16
Vide questão 10.
42
O apadrinhamento consiste no fato da criança ou adolescente participar de um acolhimento,
seja ele afetivo ou financeiro. Este último é caracterizado por uma contribuição financeira à
criança ou adolescente institucionalizados, conforme as suas necessidades. Já o apadrinhamento
afetivo possui o escopo de estabelecer vínculos afetivos entre eles e pessoas da comunidade
que se dispõem a ser padrinhos e madrinhas.
(dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos
pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte (artigo 19-B, § 2º,ECA).
Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu
A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, nos casos previstos
17
Vide questão 05.
43
QUADRO SINÓTICO
Estatuto da
Criança e do Pode ser aplicado,
excepcionalmente, Entre 18 e 21 anos
Adolescente
em alguns casos
adolescente Moral
Asseguram todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o Mental
desenvolvimento
Espiritual
Social
44
Proteção Integral
Sigilosidade
Brevidade e Excepcionalidade
Municipalização
Convivência Familiar
(Art. 88 do ECA - São diretrizes da
(Art. 19 do ECA - É direito da política de atendimento:
criança e do adolescente ser criado
I - municipalização do
e educado no seio de sua família
atendimento.”)
[...])
45
O Capítulo referente à vida e à saúde
prevê atendimento pré, peri e pós-natal,
Direito à Vida e à Saúde preferencialmente pelo mesmo médico,
através do Sistema Único de Saúde
(SUS).
46
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(XXX EOU – FGV - 2019) Pedro, 16 anos, foi apreendido em flagrante quando subtraía um
aparelho de som de uma loja. Questionado sobre sua família, disse não ter absolutamente
nenhum familiar conhecido. Encaminhado à autoridade competente, foi-lhe designado defensor
dativo, diante da completa carência de pessoas que por ele pudessem responder.
Após a prática dos atos iniciais, Pedro requereu ao juiz a substituição do seu defensor por um
advogado conhecido, por não ter se sentido bem assistido tecnicamente, não confiando no
a) É direito do adolescente ter seu defensor substituído por outro de sua preferência, uma vez
que não deposita confiança no que lhe foi designado.
b) A defesa técnica deve permanecer incumbida ao defensor atualmente designado, pois não é
c) O processo deve ser suspenso, adiando-se os atos até que seja solucionada a questão da
representação do adolescente.
d) A substituição somente deverá ser realizada se evidenciada imperícia técnica, não podendo
a mera preferência do adolescente ser motivo para a substituição.
Comentário:
É direito do adolescente ter seu defensor substituído por outro de sua preferência, uma vez que
47
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente
ou foragido, será processado sem defensor. § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.13
de jul. de 1990
Questão 2
(XXIV EOU – FGV - 2017) - Maria, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola
que não adota a obrigatoriedade do uso de uniforme, frequenta regularmente culto religioso
Após retornar das férias escolares, a aluna passou a ir às aulas com um lenço branco enrolado
na cabeça, afirmando que necessitava permanecer coberta por 30 dias. As alunas Fernanda e
A partir do caso narrado, assinale a opção que apresenta a orientação que você, como
advogado da escola, daria ao diretor.
B) Marcar uma reunião com os pais da aluna Maria, a fim de compeli-los a descobrir a cabeça
da filha.
Comentário:
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Em sintese, trata-se de questao cujo objeto sao os direitos fundamentais do adolescente,
notadamente o art 53, inciso I, do ECA, transcrito abaixo para facilitar o estudo.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento
Questão 3
(XXII EOU – FGV - 2017) João, criança de 07 anos de idade, perambulava pela rua sozinho,
sujo e com fome, quando, por volta das 23 horas, foi encontrado por um guarda municipal, que
resolve encaminhá-lo diretamente para uma entidade de acolhimento institucional, que fica a
100 metros do local onde ele foi achado. João é imediatamente acolhido pela entidade em
questão. Sobre o procedimento adotado pela entidade de acolhimento institucional, de acordo
com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
Comentário:
49
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em
Questão 4
(FCC -2018 - IAPEN-AP - Agente Penitenciário) Para os efeitos da Lei n° 8069/90, Estatuto
da Criança e do Adolescente, considera-se
A) menor toda a pessoa abaixo de 18 anos completos.
B) menor absolutamente incapaz todo aquele com menos de 14 anos.
C) jovem-adulto a pessoa entre 16 e 21 anos.
Comentário:
Conforme o ECA (8069/90): Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito
anos de idade.
Questão 5
Comentário:
B, do ECA:
competente.
Questão 6
(FGV – 2018 - OAB – XXVII EOU) Os irmãos João, 12 anos, Jair, 14 anos, e José, 16 anos,
chegam do interior com os pais, em busca de melhores condições de vida para a família. Os
três estão matriculados regularmente em estabelecimento de ensino e gostariam de trabalhar
para ajudar na renda da casa. Sobre as condições em que os três irmãos conseguirão trabalhar
formalmente, considerando os Direitos da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
A) João: não; Jair: contrato de aprendizagem; José: contrato de trabalho especial, salvo
51
Comentário:
6.481/2008 (lista das piores formas de trabalho infantil), realizadas em locais prejudiciais à
sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e
Como João tem apenas 12 (doze) anos de idade, lhe é vedado qualquer trabalho; a Jair,
por ter 14 (catorze) anos, é vedado qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz; já a
José, com 16 (dezesseis) anos, é permitido o trabalho, desde que não seja noturno,
perigoso ou insalubre.
Questão 7
esferas de interesse, seja no campo judicial, extrajudicial, administrativo, social ou familiar. Tal
tratamento não comporta questionamentos ou ponderações, pois foi essa a escolha nacional
por meio do legislador constituinte. De acordo com a doutrina, tal primazia corresponde ao
princípio
A) da municipalização.
B) da prevenção especial.
52
C) da prioridade absoluta.
Comentário:
Trata-se de princípio constitucional estabelecido pelo art. 227 da Lei Maior, com previsão
no art. 4º e no art. 100, parágrafo único, II, da Lei n. 8.069/90 que é o da prioridade
absoluta. Tal princípio estabelece primazia em favor das crianças e dos adolescentes em
ponderações sobre o interesse a tutelar em primeiro lugar, já que a escolha foi realizada
pela nação por meio do legislador constituinte.
Questão 8
na rede pública;
C) incorreta, já que a prioridade abrange a precedência de atendimento nos serviços de
relevância pública;
53
E) correta, uma vez que a garantia da prioridade abrange a necessidade de uma intervenção
mínima.
Comentário:
A orientação do Oficial está correta, pois a criança e o adolescente possuem prioridade absoluta
na efetivação de vários direitos, inclusive do direito à saúde. Vejamos o art. 4º, parágrafo único,
do ECA:
Questão 9
(FCC – 2008 – DPE/AM – DEFENSOR PÚBLICO) A comunidade formada pelos pais ou qualquer
A) biológica.
B) consanguínea.
C) natural.
D) vertical.
E) parental.
Comentário:
54
Art. 25 ECA (Lei 8069/90). Entende-se por família natural a comunidade formada pelos
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para
além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com
Questão 10
(CESPE – 2018 – DPE/PR – DEFENSOR PÚBLICO) A respeito do poder familiar dos pais,
bem-estar da família.
C) O fato de a mãe e o pai terem direitos iguais e deveres e responsabilidades
D) A perda do poder familiar poderá ser decretada pelo conselho tutelar do município no
caso de descumprimento injustificado dos deveres de sustento, guarda e educação dos filhos.
55
E) A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda
ou a suspensão do poder familiar; nesse caso, a família deverá ser incluída em serviços e
programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
Comentário:
criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese
de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou
filha.
O art. 21 alude que o poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e
pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito
de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução
da divergência.
Referente ao art. 22, parágrafo único, a mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais
e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança,
O art. 24, afirma que a perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas
o art. 22 e, por último, o art. 23, alude que a falta ou a carência de recursos materiais não
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar.
Questão 11
56
(FCC – 2018 – SÃO PAULO – ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Estatuto da Criança
adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular
remunerada.
Comentário:
noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia
seguinte (Art. 67, I); Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa
de aprendizagem, após o que, na condição de aprendiz, passa a receber salário
(Art. 64);: garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular; atividade
compatível com o desenvolvimento do adolescente; horário especial para o exercício
das atividades. (Art. 63); O programa social que tenha por base o trabalho educativo,
57
sob responsabilidade de entidade governamental ou não governamental sem fins
lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de
capacitação para o exercício de atividade regular remunerada (Art. 68); No trabalho
educativo o adolescente pode receber qualquer valor a título de remuneração pelo
Questão 12
O poder público, a família, a sociedade e a comunidade devem garantir a efetivação dos direitos
da criança e do adolescente.
Certo
Errado
Comentário:
sociedade geral e poder público assegurem os direitos sociais e individuais das crianças e
adolescentes, vejamos:
58
Artigo 4º do ECA: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
Questão 13
A) Apenas I.
B) Apenas I e II.
C) Apenas I e III.
59
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
Comentário:
O direito à vida abrange tanto o direito de não ser morto, como também o direito de ter
uma vida digna, garantindo-se as necessidades vitais básicas do ser humano, e proibindo
qualquer tratamento indigno, como a tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos
Questão 14
60
(FGV - 2015 - DPE-MT - ADVOGADO)- Com relação ao direito à educação das crianças e dos
Assinale:
Comentário:
61
Questão 15
Comentário:
Lei 8.069/90 e aludiu exatamente o constituído pela Carta Magna, ou seja, assegurou a
criança e ao adolescente direitos fundamentais e teve como objetivo fazer com que os
infantes sejam vistos como sujeitos de direitos. Tal Estatuto estabeleceu inúmeros direitos
e garantias, dentre eles, a preservação da imagem, (artigo 17), proibiu qualquer trabalho a
menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz (artigo 60) e garantiu
direito à liberdade nos seguintes aspectos: VI - participar da vida política, na forma da lei,
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se e VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
62
GABARITO
Questão 1 - A
Questão 2 - C
Questão 3 - D
Questão 4 - D
Questão 5 - D
Questão 6 - A
Questão 7 - C
Questão 8 - A
Questão 9 - C
Questão 10 - E
Questão 11 - C
Questão 12 - Certo
Questão 13 - A
Questão 14 - C
Questão 15 - A
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QUESTÃO DESAFIO
64
GABARITO QUESTÃO DESAFIO
A Lei objetiva tutelar a criança e o adolescente de forma ampla, não se limita só a tratar de
Segundo Guilherme Freire de Melo (página 21), o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe
sobre direitos infanto-juvenis, formas ide auxiliar sua família, tipifica crimes praticados contra
crianças e adolescentes, infrações administrativas, tutela coletiva, etc. Enfim, por proteção
Ainda segundo o mesmo autor, a proteção integral guarda ligação com o princípio do melhor
interesse da criança ou do aposente. Esse postulado traduz a ideia de que, na análise do caso
concreto, o aplicador do direito - leia-se advogado, defensor público, promotor de justiça e juiz
- deve buscar a solução que proporcione o maior benefício possível para a criança ou
adolescente, que dê maior concretude aos seus direitos fundamentais.”
65
LEGISLAÇÃO COMPILADA
Princípios:
66
MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Estatuto da Criança e do Adolescente, Câmera dos Deputados, Lei no 8.069, de 13 de julho
de 1990. DOU de 16/07/1990 – ECA. Brasília, DF.
______. Organização das Nações Unidas. Declaração Universal sobre os Direitos da Criança de 1959.
Disponível em <http://www.onu-brasil.org.br>
______. Organização das Nações Unidas. Declaração Universal sobre o Direito das Crianças de 1989.
<Disponível em: www2.camara.leg.b>
AMIN, Andréa Rodrigues. Dos Direitos Fundamentais. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo
Andrade (coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente. Aspectos Teóricos e Práticos. 3ª ed.,
rev. e atual. Rio de Janeiro: Editora: Lumen Juris, 2007. p. 31 – 60.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2.ed. Trad. Dora Flaksman. Rio de Janeiro:
LTC, 1981.
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ELIAS, Roberto João. Direitos fundamentais da criança e do adolescente. São Paulo: Saraiva, 2005
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 11. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Método,
2007
68
MACHADO, Martha de Toledo. A proteção constitucional de crianças e adolescentes e os direitos
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 17 ed. São Paulo: Malheiros,
2004, p .451.
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Advogados de São Paulo, São Paulo, v.7, n.13, p.157-166, jan./jun. 2004
VERONESE, Josiane Rose Petry; Oliveira, Luciane de Cássia Policarpo. Educação versus Punição: a
WINNICOTT D. W. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2005a (p.
129-138). WINNICOTT D. W. Tudo Começa em Casa. São Paulo: Martins Fontes, 2005b
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