Você está na página 1de 11

A ALIENAÇÃO PARENTAL COMO FORMA DE AGRESSÃO À

SOCIEDADE FAMILIAR

Projeto de monografia apresentado à disciplina de


Projeto de Pesquisa, no Curso de Graduação em
Direito ...
, como requisito parcial para obtenção do título
de bacharel em Direito, sob a orientação da
Professora ...

xxxxxxxxxxxxxxxxxx
2009
1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 TÍTULO
A Alienação Parental como forma de agressão à sociedade familiar.

1.2 AUTOR
.....

1.3 PROFESSOR ORIENTADOR

.......

1.4 CURSO

Graduação de Bacharel em Direito.

1.5 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

Ciências Jurídicas e Psicologia Jurídica.

1.6 LINHA DE PESQUISA

Teoria Jurídica e Psicologia Jurídica.

1.7 EIXO TEMÁTICO

Direito de Família, Direito Constitucional e Estatuto da Criança e do Adolescente.

1.8 DURAÇÃO
6 (seis) meses.

1.9 UNIVERSIDADE
......

2 OBJETO

2.1 TEMA

A Alienação Parental como forma de agressão à sociedade familiar.

2.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

As conseqüências prejudiciais à sociedade familiar, em decorrência da alienação


parental verificada no abuso do exercício do poder familiar e no desrespeito aos direitos da
personalidade da criança em formação, bem como, o conseqüente surgimento da SAP
(Síndrome da Alienação Parental).

2.3 PROBLEMA

De acordo com o Projeto de Lei n°. 4.053/2008, é de fundamental importância que


a expressão “alienação parental” passe a integrar o ordenamento jurídico, inclusive para
induzir os operadores do Direito a debater e aprofundar o estudo do tema, bem como
apontar instrumentos que permitam efetiva intervenção por parte do Poder Judiciário. Por
outro lado, há os que defendem a falta de necessidade de norma específica para punir o
alienador, afirmando que a guarda compartilhada, já prevista na legislação brasileira, é o
melhor caminho para lidar com a alienação parental. Isto porque, os pais dividem a
responsabilidade e acompanham de forma igualitária a vida do filho, inibindo a prática da
alienação parental.
Analisando o paradoxo em tela, passa-se a perseguir as seguintes perguntas: A
realização do Projeto de Lei n°. 4.053/2008 é realmente necessária? Em caso de
guarda compartilhada, se os pais residirem em locais distantes?

2.4 HIPÓTESES

Em decorrência da realidade anteriormente apresentada, a possibilidade que se


pretende indicar para responder ao problema aqui proposto situa-se no fundamento da
existência de dispositivos legais já adequados para solucionar o problema, aplicando-se a
lei da guarda compartilhada aos casos que se verificar a presença da alienação parental no
âmbito familiar.
Desse modo, vislumbra-se, neste trabalho, estudar a alienação parental como forma
de agressão à sociedade familiar e a forma para combatê-la de maneira eficaz, sem ofender
o princípio da primazia de melhor proteção do menor.

3 JUSTIFICATIVA

Justifica-se a presente pesquisa pelo seu valor teórico, social e jurídico,


imprescindíveis ao conteúdo de um trabalho científico na seara do Direito, eis que se vive
uma época de evolução na expressão família, onde os genitores estão compartilhando
deveres e obrigações, refletindo-se no judiciário brasileiro, onde pais e mães estão
disputando a guarda dos filhos.
O tema escolhido- a alienação parental como forma de agressão à sociedade
familiar- justifica-se teoricamente por versar sobre assunto novo no direito brasileiro, fruto
da moderna família, e que ainda não foi suficientemente abordado pela doutrina,
implicando em polêmicas que aqui são colocadas não só ao debate do Direito, como
também às outras disciplinas, como a psicologia jurídica.
A relevância social da pesquisa repousa no fato de que ao alienar a criança surge
consequentemente a Síndrome, sendo uma maneira pela qual o genitor que possui a guarda
do filho menor, consegue destruir, de modo implícito, no dia-a-dia, a figura do outro
genitor no imaginário da criança ou do adolescente. Tal situação deve ser devidamente
diagnosticada pela medicina e identificada pelo Judiciário, face aos sinais apresentados
pelo ente alienador e pela criança. Além disso, envolve claramente questão de interesse
público, ante a necessidade de exigir uma paternidade e uma maternidade responsável,
compromissadas com as imposições, bem como com o dever de resguardar a higidez
mental das crianças envolvidas.
No âmbito jurídico é proeminente no sentido em que traz à indagação de que o
Judiciário não pode se quedar inerte ao constatar a existência da “tortura psicológica”
imposta pelo ente alienador ao menor. O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA)
determina que o menor não pode ser submetido a qualquer tipo de tortura, seja física ou
psicológica, por quem quer que seja, mormente por aqueles que têm o dever de protegê-lo.

4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é a demonstração de um panorama jurídico e social,


sobre a necessidade ou não da criação do Projeto de Lei para combater a prática da
alienação parental, enxergando-a como uma agressão à sociedade familiar. Pois, deve-se
observar a aplicação do princípio da proteção ao melhor interesse do menor.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O objetivo geral necessitará ser buscado através de outros, que sejam:


- Estabelecer os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA).
- Diferenciar a Alienação Parental da Síndrome da Alienação Parental.
- Destacar os prejuízos para a sociedade familiar, o tema nos Tribunais e o contexto
atual da problemática.
- Expor os posicionamentos divergentes da doutrina e da jurisprudência.
- Apontar julgados e votos que exteriorizam a análise hermenêutica dos tribunais.
- Demonstrar a necessidade ou não da realização do projeto de lei.
- Expor a evolução do conceito de família.
- Analisar o lado psicológico da criança.

5 REFERENCIAL TEÓRICO

A Família é frequentemente entendida como a unidade fundamental da sociedade,


tendo a seguinte redação no cáput do art.226 da Carta Magna Brasileira: “A família, base
da sociedade, tem especial proteção do Estado” (RIDEEL, 2009, p.83).
A definição de família segundo Silvio Rodrigues:

Num conceito mais amplo poder-se-ia definir a família como formada por
todas aquelas pessoas ligadas por vínculo de sangue, ou seja, todas aquelas
pessoas provindas de um tronco ancestral comum, o que corresponde a
incluir dentro da órbita da família todos os parentes consangüíneos
(RODRIGUES, 2006, p.4).

É notório que, com o passar das gerações, houve uma evolução no sentido da sua
expressão perante os seus membros, onde antes o sentido família estava relacionado ao pai
provedor, que era responsável pelo sustendo do lar, e a mãe, a qual era responsável pelos
trabalhos domésticos, educação e criação dos filhos. Agora o conceito é outro, pois a
autoridade é partilhada entre os pais.

Nesse entendimento tem-se Maria Berenice Dias em seu artigo:

A evolução dos costumes, que levou a mulher para fora do lar, convocou o
homem a participar das tarefas domésticas e a assumir o cuidado com a
prole. Assim, quando da separação, o pai passou a reivindicar a guarda da
prole, o estabelecimento da guarda conjunta, a flexibilização de horários e
intensificação das visitas (DIAS, 2008).

Como reflexo desta alteração no funcionamento da família, passou-se a haver, a


partir da separação, uma disputa de guarda dos filhos entre seus genitores. Entretanto, a
tendência do magistrado ainda é pela guarda unilateral e com preferência pela mãe,
restando ao pai o direito de visitas em dias predeterminados, apesar da Lei n°. 11.698 de
13/06/2008, que estabelece a guarda compartilhada, dando nova redação ao Código Civil
Brasileiro no seu art. 1584, II, § 2°, o qual dispõe:

Art.1584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


II- decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou
em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e
com a mãe.
§2° Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do
filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada
(RIDEEL, 2009, p.221-222).

Em razão desta unilateralidade, onde segundo pesquisas, a guarda dos filhos


menores fica na maioria das vezes com a mãe, esta passa a aproveitar do fato de ter os
filhos consigo a maior parte do tempo e nutre sentimento de propriedade em relação a eles,
a mãe promove o afastamento dos filhos do pai, muitas vezes impondo-lhes a idéia de que
o pai tem caráter duvidoso e que age de forma incorreta.

Neste entendimento:

No entanto, muitas vezes a ruptura da vida conjugal gera na mãe


sentimento de abandono, de rejeição, de traição, surgindo uma tendência
vingativa muito grande. Quando não consegue elaborar adequadamente o
luto da separação, desencadeia um processo de destruição, de
desmoralização, de descrédito do ex-cônjuge. Ao ver o interesse do pai em
preservar a convivência com o filho, quer vingar-se, afastando este do
genitor. Para isso cria uma série de situações visando a dificultar ao
máximo ou a impedir a visitação. Leva o filho a rejeitar o pai, a odiá-lo
(DIAS, 2008).

O guardião, que intenta afastar o filho do relacionamento com o outro genitor,


promove aquilo que se denomina alienação parental, onde esta situação pode desencadear o
aparecimento de uma Síndrome.

Segundo a justificação do Projeto de Lei°. 4053/08, do Deputado Regis de Oliveira:

A alienação parental é prática que pode se instalar no arranjo familiar, após


a separação conjugal ou o divórcio, quando há filho do casal que esteja
sendo manipulado por genitor para que, no extremo, sinta raiva ou ódio
contra o outro genitor. É forma de abuso emocional, que pode causar à
criança distúrbios psicológicos (por exemplo, depressão crônica,
transtornos de identidade e de imagem, desespero, sentimento incontrolável
de culpa, sentimento de isolamento, comportamento hostil, falta de
organização, dupla personalidade) para o resto de sua vida (OLIVEIRA,
2008).
A Alienação Parental, portanto, é quando um dos pais tenta destruir a imagem do
outro na psiqué da criança, este passa a ser objeto do alienante, gerando um conflito de
sentimentos e a ruptura do vínculo afetivo e, como conseqüência, o inevitável afastamento
entre ambos. Começa em degraus, desde acusações brandas, como “ele não presta”, “ ela
não te ama”, até as mais sérias, como falsas denúncias de incesto e violência. Dispõe, nesse
sentido o art. 1° do Projeto de Lei:

Art. 1° Considera-se alienação parental a interferência promovida por um


dos genitores na formação psicológica da criança para que repudie o outro,
bem como atos que causem prejuízos ao estabelecimento ou a manutenção
de vínculo com este.
Parágrafo único. Consideram-se formas de alienação parental, além dos
atos assim declarados pelo juiz ou constatados por equipe multidisciplinar,
os praticados diretamente ou com auxílio de terceiros, tais como:
I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício
da paternidade ou maternidade;
II – dificultar o exercício do poder familiar;
III – dificultar contato da criança com o outro genitor;
IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de visita;
V – omitir deliberadamente ao outro genitor informações pessoais
relevantes sobre a criança, inclusive escolares, médicas e alterações de
endereço;
VI – apresentar falsa denúncia contra o outro genitor para obstar ou
dificultar seu convívio com a criança;
VII – mudar de domicílio para locais distantes, sem justificativa, visando
dificultar a convivência do outro genitor (OLIVEIRA, 2008).

Ainda neste entendimento tem-se:

O detentor da guarda ao destruir a relação do filho com o outro, assume o


controle total. Tornam-se unos, inseparáveis. O pai passa a ser considerado
um invasor, um intruso a ser afastado a qualquer preço. Este conjunto de
manobras confere prazer ao alienador em sua trajetória de promover a
destruição do antigo parceiro. Neste jogo de manipulações, todas as armas
são utilizadas, inclusive a assertiva de ter sido o filho vítima de abuso
sexual. A narrativa de um episódio durante o período de visitas que possa
configurar indícios de tentativa de aproximação incestuosa é o que basta,
Extrai-se deste fato, verdadeiro ou não, denúncia de incesto. O filho é
convencido da existência de um fato e levado a repetir o que lhe é afirmado
como tendo realmente acontecido. Nem sempre a criança consegue
discernir que está sendo manipulada e acaba acreditando naquilo que lhes
foi dito de forma insistente e repetida. Com o tempo, nem a mãe consegue
distinguir a diferença entre verdade e mentira. A sua verdade passa a ser
verdade para o filho, que vive com falsas personagens de uma falsa
existência, implantando-se, assim, falsas memórias (DIAS, 2008).

É importante distinguir a alienação parental da Síndrome, neste sentido, destaca-se


o artigo da advogada Sônia Maria Dini:
A síndrome da alienação parental não se confunde com a alienação
parental. A primeira é decorrente da segunda, ou seja, a alienação parental é
o afastamento do filho de um dos genitores, provocado pelo outro, via de
regra, o titular da custódia. A síndrome da alienação parental, por seu turno,
diz respeito às seqüelas emocionais e comportamentais que a criança vítima
vem a sofrer daquela alienação (DINI, 2009, p.1).

A Síndrome da Alienação Parental (SAP), foi identificada em 1985 pelo professor


de Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia (EUA), segundo Dini (2009, p.1).
Ressalta ainda que segundo Pimenta ( 2009, p.1): “esse fenômeno que assola grande parte
das famílias brasileiras já ocorre há muito tempo, mas só agora vem gerando repercussão
no âmbito legal face ao alto número de divórcios que duplicaram nos últimos 20 anos”

O Judiciário ao receber a denúncia do genitor alienante, com base no princípio do


melhor interesse da criança, determina o afastamento do acusado sem que ele tenha, a
princípio, o menor direito de defesa e o submete a um sem-número de procedimentos
judiciais e extrajudiciais para provar a existência ou não do abuso, quando constatado o
abuso psicológico ou moral, age da mesma forma. Nesse sentido:

A tendência, de um modo geral, é imediatamente levar o fato ao Poder


Judiciário, buscando a suspensão das visitas. Diante da gravidade da
situação, acaba o juiz não encontrando outra saída senão a de suspender a
visitação e determinar a realização se estudos sociais e psicológicos para
aferir a veracidade do que lhe foi noticiado. Como esses procedimentos são
demorados- aliás, fruto da responsabilidade dos profissionais envolvidos-,
durante todo este período cessa a convivência do pai com o filho. Nem é
preciso declinar as seqüelas que a abrupta cessação das visitas pode trazer,
bem como os constrangimentos que as inúmeras entrevistas e testes a que é
submetida a vítima na busca da identificação da verdade. No máximo, são
estabelecidas visitas de forma monitorada, na companhia de terceiros, ou
no recinto do fórum, lugar que não pode ser mais inadequado. E tudo em
nome da preservação da criança. Como a intenção da mãe é fazer cessar a
convivência, os encontros são boicotados, sendo utilizado todo o tipo de
artifícios para que não se concretizem as visitas. O mais doloroso- e ocorre
quase sempre- é que o resultado da série de avaliações, testes e entrevistas
que se sucedem durante anos acaba não sendo conclusivo. Mais uma vez
depara-se o juiz diante de um dilema: manter ou não as visitas, autorizar
somente visitas acompanhadas ou extinguir o poder familiar, enfim, manter
o vínculo de filiação ou condenar o filho à condição de órfão de pai vivo
cujo único crime eventualmente pode ter sido amar demais o filho e querer
tê-lo em sua companhia ( OLIVEIRA), 2008.

Entretanto, o projeto de Lei n°. 4.053/2008, afirma que, a Alienação Parental


merece forte reprimenda estatal porquanto é forma de abuso no exercício do poder familiar
e de desrespeito aos direitos da personalidade da criança em formação. Que envolve
claramente questão de interesse público, ante a necessidade de exigir uma paternidade e
uma maternidade responsáveis, compromissadas com as imposições constitucionais, bem
como com o dever de resguardar a higidez mental das crianças envolvidas.

No mesmo projeto, havendo indícios da prática de Alienação Parental, o juiz


poderá, em ação autônoma ou incidental, determinar a realização de perícia psicológica. O
laudo pericial terá base em ampla avaliação, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal
com as partes, no caso os pais da criança, e exame de documentos que estejam presentes
nos autos. O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de
Alienação Parental deverá apresentar, em 30 dias, avaliação preliminar indicando eventuais
medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança. Se
ficar caracterizado atos típicos de Alienação Parental, ou qualquer conduta que dificulte o
convívio da criança com genitor, o juiz poderá: I- declarar a ocorrência de Alienação
Parental, advertir o alienador; II- estipular multa ao alienador; III- ampliar o regime de
visitas em favor do genitor alienado; IV- determinar intervenção psicológica monitorada;
V- alterar as disposições relativas à guarda; VI- declarar a suspensão ou perda do poder
familiar.

Contudo, os que defendem o Projeto de Lei, alegam ser este de extrema importância
e relevância, assim descreve Maria Berenice Dias:

Nesse sentido, é de fundamental importância que a expressão “ alienação


parental” passe a integrar o ordenamento jurídico, inclusive para induzir os
operadores do Direito a debater a aprofundar o estudo do tema, bem como
apontar instrumentos que permitam efetiva intervenção por parte do Poder
Judiciário ( DIAS, 2008).

Por outro lado, defendem a falta de necessidade de norma específica para punir o alienador
e impedir seu silencioso projeto de “morte inventada”. Destacam-se nesse sentido, o juiz
Elizio Luiz Peres:

Para o juiz Elizio Luiz Peres, que trabalhou na elaboração da proposta, o


simples reconhecimento da alienação parental na legislação brasileira- hoje
inexistente- pode prevenir a prática, sem a necessidade de acionar o Poder
Judiciário para resolver conflitos (CORREIO BRAZILIENSE, 2009,p.1).

Segundo a representante do Conselho Federal de Psicologia, Cynthia Ciarallo (CORREIO


BRAZILIENSE,2009, p.1) : “ o melhor caminho para lidar com a alienação parental é a
guarda compartilhada, já prevista na legislação brasileira”.
No que tange à guarda compartilhada, esta revela-se como a melhor das
modalidades para combater a alienação, pois ambos os genitores têm garantido o direito de
exercer os mesmos direitos e deveres em relação aos filhos. Eles podem tomar decisões
sobre todas as questões que envolvem seus filhos. Esse tipo de guarda acaba inviabilizando
a prática da alienação parental.

No Brasil, há alguns julgados que examinam em profundidade a matéria, a maioria


deles do Rio Grande do Sul, cujos tribunais assumiram notória postura de vanguarda na
proteção do exercício pleno da paternidade. Destaca-se, um caso de falsa acusação de
abuso sexual, em que foi solicitado um agravo de instrumento número 70015224140, no
qual foi negado provimento na Comarca de Porto Alegre:

DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR. ABUSO SEXUAL.


SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL.
Estando as visitas do genitor à filha sendo realizadas junto a serviço
especializado, não há justificativa para que se proceda a destituição do
poder familiar. A denúncia de abuso sexual levada a efeito pela genitora,
não está evidenciada, havendo a possibilidade de se estar frente à hipótese
da chamada síndrome da alienação parental.
Negado provimento. (Ag Inst n°. 70015224140, do Rio Grande do Sul,
Rel.Desa. Maria Brenice Dias.)

Conclui-se por tudo exposto, que é nítida a evolução que houve na expressão
família. Atualmente, os genitores estão compartilhando deveres e obrigações, refletindo-se
no judiciário brasileiro, onde pais e mães estão disputando a guarda dos filhos. Contudo,
verifica-se que a guarda unilateral é propicia para que o guardião manipule a criança,
afastando-a do não guardião, sendo chamada tal conduta de Alienação Parental, ocasionado
conseqüentemente a Síndrome, fato que prejudica totalmente no desenvolvimento da
criança.

Diante disto, está em trâmite o Projeto de Lei n°. 4053/08, para tornar a alienação
um crime, dando base legal ao magistrado para a aplicação em caso de tal conduta. Porém,
destaca-se que no Rio Grande do Sul, há decisões com base em jurisprudências. É válido
destacar que, a guarda compartilhada introduzida no Código Civil Brasileiro, é a melhor
modalidade para combater a alienação, pois neste caso os pais dividem a responsabilidade,
e acompanham de forma igualitária a vida do filho, não dando espaço para ocorrer a
alienação.

5 METODOLOGIA
O presente trabalho terá como método de abordagem o dialético, já que pretende
centralizar o tema e estudá-lo em suas diversas nuances, com o problema sendo passivo de
ser estudado sob outros enfoques que não apenas a proposta inicial.
A pesquisa será essencialmente exploratória, utilizando-se de pesquisa bibliográfica,
jornalística, documental e digital, utilizando como fontes a doutrina, a jurisprudência e o
positivado jurídico pátrio.

REFERÊNCIAS

RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. v.6. 28.ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

EDITORA RIDEEL. Vade Mecum. 7. ed. São Paulo: Rideel, 2009.

DIAS, Maria Berenice. Síndrome da Alienação Parental, o que é isso?. 2008. Disponível
em:<http://www.mariaberenicedias.com.br/site/content.php?
cont_id=1352&isPopUp=true>. Acessado em: 09 out.2009.

CORREIO BRAZILIENSE. Relatora quer lei para inibir em vez de punir a alienação
parental. 2009. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br>. Acessado em: 06
out. 2009.

PIMENTA, Natália Cristina Marques. Projeto de Lei criminaliza alienação parental.


2009. Disponível em:< http://www.conjur.com.br>. Acessado em: 06 out.2009.

DINI, Sônia Maria. Síndrome da Alienação Parental. 2009. Disponível em:<


http://www.jornalfeirahoje.com.br/materia.asp?id=11214>. Acessado em: 08 out. 2009.

OLIVEIRA, Regis de. Projeto de Lei n°, de 2008. 2008.Disponível em:


<http://www.camara.gov.br/sileg/integras/601514> Acessado em: 02 set. 2009.

Você também pode gostar