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TRIBUNAIS
CAPÍTULO 7
Olá, aluno!
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins
de entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal,
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento,
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo
sempre!
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou
comentários, entre em contato através do e-mail pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
a gente!
1
Questão desafio para aprendizagem proativa
Jurisprudência comentada
Indicação da legislação compilada para leitura
Quadro sinótico para revisão
Mapa mental para fixação
Acreditamos que com esses recursos você estará munido com tudo que precisa para alcançar
a sua aprovação de maneira eficaz. Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que
um objetivo para o CERS, trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para
o estudo da disciplina.
2
Recado para você que está assistindo às videoaulas
Prezado aluno, a princípio, estamos trazendo algumas informações relevantes para você que está
assistindo às nossas videoaulas e complementará os estudos através do conteúdo do nosso CERS Book.
Portanto, você deve estar atento que:
O CERS book foi desenvolvido para complementar a aula do professor e te dar um suporte nas
revisões!
Um mesmo capítulo pode servir para mais de uma aula, contendo dois ou mais temas, razão pela
qual pode ser eventualmente repetido;
A ordem dos capítulos não necessariamente é igual à das aulas, então não estranhe se o capítulo
03 vier na aula 01, por exemplo. Isto acontece porque a metodologia do CERS é baseada no estudo dos
principais temas mais recorrentes na sua prova de concurso público, por isso, nem todos os assuntos
apresentados seguem a ordem natural, seja doutrinária ou legislativa;
3
CAPÍTULOS
4
SOBRE ESTE CAPÍTULO
O presente capítulo não é extenso. Ele tratará sobre dois temas relacionados:
principalmente, a Teoria do Ato, Fato e Negócio Jurídico e a Escada Ponteana, com foco nos
Os assuntos doutrinários, como a escada ponteana e a diferença entre ato jurídico stricto
sensu, ato fato e negócio jurídico, não são considerados de fácil compreensão. Quanto aos
artigos do Código Civil acerca dos negócios jurídicos, a atenção deve ser redobrada no estudo
para provas objetivas de Tribunais, pois seus detalhes costumam ser muito cobrados, conforme
Não há diferenciação quanto à sua cobrança nos certames analisados. Percebeu-se que
o negócio jurídico, por estar na Parte Geral do Código Civil, é cobrado de maneira recorrente e
em todas as carreiras jurídicas. A cobrança resume-se mais à letra seca dos artigos do Código
Civil correspondentes. Portanto, é fundamental que o aluno acompanhe o presente capítulo com
a lei e sempre a leia e a releia.
Vamos então começar o estudo do negócio jurídico! Pegue seu vade mecum e mãos à
obra!
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SUMÁRIO
Capítulo 7 .................................................................................................................................................. 7
7.2.3.2 Termo................................................................................................................................................................... 21
GABARITO ............................................................................................................................................... 39
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 44
Capítulo 7
Apesar de o presente capítulo ser bastante teórico, ele contribuirá muito para a
compreensão de temas posteriores. Então, não deixe de fazer uma leitura atenta e gravar ao
menos a diferença entre os principais institutos, com destaque aos elementos acidentais do
negócio jurídico e à escada ponteana.
Estão prontos para estudar como o Direito trata fatos da vida real e em quais categorias
eles se inserem?
7
Extraordinário (são os fatos do acaso, a exemplo do caso fortuito, ou força
maior, das tempestades e dos terremotos que ocasionem danos às pessoas).
● Fato Jurídico Humano ou Fato Jurígeno: Decorre de um ato humano (Ex:
reconhecimento da paternidade, um contrato, uma doação).
Ato Fato é um fato jurídico que se caracteriza através de um ato ou comportamento humano
em que não há qualquer vontade, ou não fora levada em consideração pelo autor. Assim, a
vontade não integra o suporte fático, apesar de produzir efeitos normalmente. Em outras
Exemplos: Criança de 5 anos indo comprar bala em um bar, ou criança que pesca um peixe e,
se torna dono do peixe, e, também, descobrimento de tesouro por alguém, sem querer.
sendo regido pelas regras do negócio jurídico) e ilícito (aquele que viole o ordenamento
jurídico, ou seja, todo aquele que viole direito e cause danos a outrem, ainda que
Atenção aqui, pois há corrente doutrinária que entende que o Ato Ilícito não é ato
jurídico, pois para os autores adeptos a essa corrente, a licitude é um elemento do ato jurídico.
Da primeira corrente, a qual os atos ilícitos são considerados jurídicos, tem-se Pontes de
Miranda, Silvo Venosa e Moreira Alves.
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O ATO LÍCITO LATO SENSU subdivide-se:
● Ato jurídico em sentido estrito: O ato jurídico em sentido estrito (meramente lícito)
é não negocial. Seus efeitos estão previstos em lei, não importando a vontade das
partes, não há a chamada autonomia privada. Ou seja, há uma manifestação de
vontade, mas os efeitos são gerados independentemente de serem perseguidos
diretamente pelo agente. Exemplos: ocupação de um imóvel, pagamento de uma
obrigação, a confissão ou reconhecimento espontâneo de filho.
● Negócio jurídico: é o ato que tem como consequência efeitos jurídicos desejados
pelas partes. É ato negocial. Estará presente a autonomia privada. O contrato é o
principal exemplo de um negócio jurídico.
A doutrina diverge quanto à natureza jurídica do pagamento. Tem autores que falam
que é negócio jurídico bilateral ou unilateral, ato jurídico, etc. Em concurso se recomenda que
considere como ato jurídico stricto sensu, pois no CC não se anula pagamento por vício do
negócio jurídico.
Sendo assim, o negócio jurídico é fato humano, voluntário, que tende a provocar efeitos
jurídicos por meio de determinado ato. Os efeitos são desejados pelas partes (é ato negocial).
Por sua vez, ATO ILÍCITO é todo comportamento humano que viola o ordenamento
jurídico (lei, moral, ordem pública e bons costumes), podendo ser civil, administrativo ou penal.
É regido pelos arts. 186 a 188 e tem relação direta com o instituto da responsabilidade civil.
Assim, o ato ilícito civil é caracterizado pela presença do dano ou abuso de direito,
conforme prevê o art. 186, caracterizando a regra da responsabilidade subjetiva. Sobre o tema,
trataremos de maneira mais aprofundada em capítulo posterior.
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“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes”.
Plano de eficácia
Plano de
Plano de existência
validade
relevante para o Direito? Por meio do SUPORTE FÁTICO, o qual delimita a extensão da
incidência da norma. O suporte fático não se confunde com a norma jurídica. Ele é um
Assim, apenas parte do fato do mundo dos fatos ingressa para o mundo jurídico. E a
existência desse fato constitui premissa de que decorrem todas as demais situações que podem
Por sua vez, no plano da validade passa-se à análise, uma vez que haja expressão da
vontade humana nesse fato jurídico, do que é perfeito, isto é, que não tem qualquer vício
invalidante. Os atos jurídicos lícitos que não tem vontade como elemento (fato jurídico stricto
sensu, atos-fatos jurídicos e os fatos ilícitos), não estão sujeitos ao plano da validade, pois não
Por fim, o plano da eficácia é a parte do mundo jurídico onde os fatos jurídicos
produzem os seus efeitos. Este plano, do mesmo modo que o anterior, pressupõe que o fato
jurídico tenha passado pelo plano da existência, contudo, não, essencialmente, pelo plano de
validade.
Isto, pois, os fatos jurídicos stricto sensu, ato fato jurídico e fatos ilícitos para que tenham
acesso ao plano da eficácia, bastam que existam.
Já, o ato jurídico válido, em regra, tem entrada imediata no plano da eficácia, com
exceção dos que mesmo válidos são ineficazes. Os atos anuláveis entram, de logo, na eficácia
11
tornar definitivos), pois poderão ser desconstituídos caso sobrevenha a decretação de sua
anulabilidade. Os seus efeitos, contudo, podem se tornar definitivos, caso haja a sanação da
entanto, que há casos, embora poucos, em que o ato jurídico nulo produz, plena e
definitivamente, efeitos jurídicos que lhe são atribuídos (exemplo: casamento putativo).
estabelecida pelas partes. Sua característica primordial é que ele constitui um ato de vontade
que atua no sentido de obtenção de um fim pretendido.
Deste modo, no negócio jurídico temos uma declaração de vontade, emitida segundo
princípio de autonomia privada, pela qual o agente, nos limites da função social e da boa-
fé objetiva, disciplina efeitos jurídicos possíveis escolhidos segundo a sua própria liberdade
negocial.
12
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de
negócio;
Há casos em que será necessária a forma expressa e, além disso, no modo escrito. Exemplos:
13
● Quanto ao número de partes e processos de formação:
Unilaterais: O aperfeiçoamento do ato se dá com uma única manifestação de
vontade.
Bilaterais: Há sempre a manifestação de duas vontades diferentes, porém
simples (há vantagens para uma das partes e ônus para a outra, ex: o comodato
e a doação) e sinalagmáticos (haverá ônus e vantagens recíprocos, ex: o
14
direito das obrigações e outros ramos, exceto os que não envolvam atribuição
● Quanto à forma:
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
observe:
● Determinado ou determinável e
● Observada a forma para o cumprimento do ato, nos termos da lei (forma prescrita
ou não defesa em lei).
Assim, para a validade do ato, o Código Civil exige agente capaz. Tal capacidade deve
ser aferida no momento do ato, ou seja, a pessoa nesse momento deve ser dotada de
consciência e vontade. Além disso, deve ser reconhecida por lei como apta a exercer por si
mesma os atos da vida civil.
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As pessoas absolutamente incapazes serão representadas pelos seus representantes
legais e as
relativamente incapazes serão assistidas. Assim, será nulo o ato praticado diretamente
por pessoa absolutamente incapaz e anulável o realizado por pessoa relativamente incapaz.
A parte não poderá se valer da incapacidade relativa do outro para se beneficiar, salvo
se for indivisível e se tratar de objeto do direito ou coisa comum.
Em segundo lugar o Código Civil estabelece que o objeto seja possível, afastando, deste
modo, os negócios que tiverem prestações tanto fisicamente quanto juridicamente impossíveis.
A impossibilidade, a que se refere o legislador, pode ser absoluta, ou seja, comum a todas
as pessoas, ou pode ser relativa, alcançando apenas o agente.
Nos termos do artigo 106 do CC, a impossibilidade inicial do objeto não invalida o
negócio jurídico se ela for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado. Exemplo: vender o carro antes do dinheiro ser entregue.
A lei impõe limitações ao objeto do negócio, que não gozará de proteção legal quando
for contrário às leis de ordem pública, ou aos bons costumes. A sanção quanto ao objeto
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Por fim, é requisito de validade dos negócios jurídicos obedecerem à forma prescrita
ou, então, não adotarem a forma proibida pela lei. A regra é que a forma seja livre, como
reserva mental.
Reserva mental 1 é uma declaração não querida em seu conteúdo, tendo por objetivo
enganar o destinatário, sendo que a vontade declarada não coincide com a vontade real do
1
Vide Questão 10
2
Vide questão 7 do material
3
Vide questão 5 do material
17
● Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente4. Os
negócios jurídicos benéficos (ou gratuitos) são aqueles nos quais uma das partes
obtém benefícios sem qualquer contraprestação, apenas uma das partes aufere
benefício enquanto a outra parte assume a obrigação (exemplo: a doação pura). Este
tipo de negócio jurídico, assim como a renúncia, deve ser interpretado estritamente,
ou seja, no momento da interpretação o magistrado deve restringir-se ao alcance da
lei, portanto, sem ampliá-la. (art. 114 do CC).
● Se não há vontade (há coação física, por exemplo) o negócio é inexistente. Porém,
se há vontade, mas esta não é totalmente livre, pois houve coação moral, então o
negócio é inválido. Em outras palavras, com a coação física não existe vontade, e,
consequentemente, o negócio não existe, porém a coação moral embaralha a plena
vontade (ela existe, mas não é válida), nesse caso o negócio é inválido.
4
Vide questão 3 do material
18
O art. 108, do CC, dispõe sobre a necessidade de escritura pública para a validade de
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais sobre imóveis de valor acima de 30 salários mínimos (maior salário mínimo
vigente).
Mas a promessa de compra e venda não precisa de escritura pública, podendo ser
celebrada por instrumento particular. Os negócios garantidos por alienação fiduciária de imóveis
também não exigem escritura pública, nem a aquisição de imóveis pelo SFH.
Em nosso Código Civil, temos três modalidades de elementos acidentais: condição, termo
e encargo (modo).
7.2.3.1 Condição
Seu conceito encontra-se no art. 121 do CC: “Art. 121 Considera-se condição a cláusula
que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
evento futuro e incerto.5”
Da leitura desse artigo temos que a condição deve referir-se a fato futuro. Fato passado
ou presente não pode constituir-se em condição. Também deve relacionar-se a fato incerto. A
condição é elemento da vontade e somente opera porque os interessados no negócio jurídico
assim desejaram, deste modo, no negócio jurídico não há condição derivada de lei. Sendo assim,
enquanto a condição não se realizar, os efeitos do ato não podem ser ainda exigidos.
5
Vide questão 8 do material
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A eficácia do negócio jurídico dependerá da condição. Porém, há certos atos que não
admitem condição (são denominados atos puros), como, por exemplo, no caso dos direitos de
● Condição suspensiva (art. 125 e 126 CC): ocorre quando as partes protelam a
eficácia do negócio jurídico. Este só terá sua eficácia após o implemento de uma
porque se o for o negócio será nulo. Enquanto ainda não verificada a condição, não
há direito e obrigações recíprocos. E, ademais, a condição suspensiva suspende a
negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Enquanto este evento não ocorrer,
vigorará o negócio jurídico. Além disso, uma vez verificada a condição, se extingue o
direito que a ela se opõe. Assim, essa condição desfaz os efeitos jurídicos que estavam
6
Vide questão 1 do material
7
Vide questão 2 do material
20
Condição puramente potestativa – depende de mero capricho, sujeitando todo o efeito do
ato ao arbítrio exclusivo de uma das partes. Portanto, é ilícita, visto que se caracteriza como
abuso de poder econômico e/ou desrespeito ao princípio da boa-fé objetiva, acarretando o
circunstância exterior que escapa ao seu controle, não caracterizando qualquer forma de abuso
de poder.
exclusiva de uma das partes prevalece interferindo na eficácia jurídica do negócio jurídico,
7.2.3.2 Termo
O momento de início ou do fim da eficácia do negócio e que será determinado pelas
partes ou fixada pelo agente. Chama-se de termo inicial (ou suspensivo) o dia a partir do
qual se pode exercer o direito e chama-se termo final (ou extintivo) aquele no qual se encerra
a produção de efeitos dos negócios jurídicos. Assim, o termo inicial suspende a eficácia de um
negócio até a sua ocorrência, enquanto o termo final resolve seus efeitos.
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Apesar de o termo ser sempre certo, o momento de sua ocorrência pode ser
indeterminado (incerto). É por isso que surge a denominação de termo certo (determinado) e
No termo inicial, não se impede a aquisição de seu direito, apenas se retarda seu exercício.
aquisição (parte final do artigo) é imediata (artigo 131 CC). O direito que se adquire a termo
surge no momento do negócio jurídico, pois não há uma pendência (é diferente de condição),
Existem atos que não admitem a colocação de termo, como nos casos de direitos de
personalidade, nas relações de família e nos direitos que, por sua própria natureza, requerem
Por fim, vale ressaltar o artigo 135 do CC, o qual dispõe que ao termo inicial e final,
exemplo, quando uma mãe dá um dinheiro de presente a um filho, mas diz que ele precisa usar
parte dele para comprar material escolar. Obs.: Geralmente o encargo é colocado em doações,
mas nada impede que se refira a qualquer ato de índole gratuita (liberalidades).
Desse modo, podemos perceber que o encargo apresenta–se como cláusula acessória
às liberalidades, quer estabelecendo uma finalidade ao objeto do negócio, quer impondo uma
22
como contrapartida ao benefício concedido. Se o encargo não for cumprido a liberalidade
poderá ser revogada.
O encargo, assim como ocorre na condição, deve estar em obrigação lícita e possível. De
acordo com o art.137 do CC, a ilicitude ou impossibilidade do encargo torna-o não escrito,
exceto se for determinante da liberalidade e, neste caso, será inválido o negócio jurídico.
CONDIÇÃO SUSPENSIVA
TERMO “QUANDO” ENCARGO “PARA QUE”
“SE”
vontade deve também ser interpretada observando a finalidade a que se destina o negócio.
23
Assim, ela subsistirá ainda que o autor haja feito reserva mental de não querer o que
manifestou, salvo se o destinatário do ato tinha consciência disto (artigo 110 CC)8.
literais expressas. No que diz respeito ao silêncio, ele será considerado como anuência se, as
circunstâncias autorizarem e a anuência expressa não for necessária.
IMPORTANTE, pois isso despenca nas provas objetivas: serão interpretados de forma
restritiva os negócios jurídicos benéficos e a renúncia.
8
Vide questão 4 do material
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QUADRO SINÓPTICO
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Há poucos casos, no entanto, que o ato jurídico nulo produz,
plena e definitivamente, efeitos jurídicos que lhe são atribuídos
(exemplo: casamento putativo).
Constitui um ato de vontade que atua no sentido de obtenção de
um fim pretendido.
Importante! Incidência do princípio de autonomia privada. As
NEGÓCIO JURDICO
partes disciplinam efeitos jurídicos possíveis escolhidos segundo a
sua própria liberdade negocial.
Quanto à forma:
Formais (solenes): Exigem forma especial, prescrita em lei
(ex.: testamento, etc).
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Não formais (não solenes): Não exigem forma especial (a
forma é livre). Podem ser efetivados de forma verbal.
CONDIÇÕES
Há CONDIÇÕES que sempre invalidam os negócios jurídicos:
Condições física ou juridicamente impossíveis, quando
suspensivas;
Condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
Condições incompreensíveis ou contraditórias.
ELEMENTOS ACIDENTAIS
DO NEGÓCIO JURÍDICO Diferenças entre condição suspensiva e resolutivas:
Condição suspensiva: negócio só terá eficácia após o
implemento de uma condição (acontecimento FUTURO e
INCERTO). A condição suspensiva suspende a exigibilidade e a
aquisição do direito.
Condição resolutiva: quando se subordina a ineficácia do
negócio jurídico a um evento FUTURO e INCERTO.
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Enquanto esse evento não ocorrer, vigorará o negócio jurídico.
TERMO
Chama-se de termo inicial (ou suspensivo) o dia a partir do qual se
pode exercer o direito e chama-se termo final (ou extintivo) aquele no
qual se encerra a produção de efeitos.
O direito que se adquire a termo surge no momento do negócio
jurídico, pois aqui o evento é futuro e certo.
ENGARGO ou MODO
É uma restrição a certa liberalidade que foi concedida (é um ônus).
Porém, não deve o encargo se configurar em contraprestação,
IMPORTANTE: O encargo obriga, mas não suspende, o exercício do
direito.
A manifestação subsistirá ainda que o autor haja feito reserva mental
de não querer o que manifestou.
Silêncio: será considerado como anuência se, as circunstâncias
Manifestação da vontade autorizarem e a anuência expressa não for necessária.
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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça - Avaliador) Os itens a seguir
I resolutiva e impossível
De acordo com o Código Civil, invalidam os negócios jurídicos que lhes sejam subordinados,
caso estejam presentes, as condições citadas apenas nos itens
A) I e II.
B) II e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I, III e IV.
Comentário:
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quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível", ou seja, a condição resolutiva e
impossível é considerada não escrita, de maneira que o negócio jurídico permanece
VÁLIDO e EFICAZ.
II. CORRETA. De acordo com o art. 123, I do CC, “INVALIDAM os negócios jurídicos que
negócio jurídico será considerado NULO (art. 123, I c/c art. 166, VII do CC).
III. ERRADA. Voltando ao art. 124 do CC, diz o legislador que “têm-se por INEXISTENTES
IV. CORRETA. De acordo com o art. 123, II do CC, “invalidam os negócios jurídicos que
lhes são subordinados: II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita".
Questão 2
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
30
CERTO. Prevê o artigo 125 do Código Civil: Art. 125. Subordinando-se a eficácia do
negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá
incerto.
Efeito da condição suspensiva pendente: Pendente a condição suspensiva não se terá
Questão 3
(Banca: FCC - 2019 - TJ-MA - Analista Judiciário - Direito) Os negócios jurídicos benéficos e
a renúncia interpretam-se ampliativamente.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
restritivamente, isto é, o juiz não poderá dar a esses atos negociais interpretação
31
ampliativa, devendo limitar-se, unicamente, aos contornos traçados pelos contraentes,
vedada a interpretação com dados alheios ao seu texto.
Questão 4
(Banca: FCC - 2019 - TJ-MA - Analista Judiciário - Direito) Os negócios jurídicos benéficos e
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
ERRADO. Estabelece o artigo 110 do Código Civil: Art. 110. A manifestação de vontade
subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou,
salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Consoante exposto, a regra é a de que a manifestação de vontade subsiste ainda que o
seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o
destinatário tinha conhecimento.
Questão 5
(Banca: FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Oficial de
Justiça Avaliador Federal) De acordo com o Código Civil, os negócios jurídicos devem ser
interpretados
32
A) somente de acordo com a lei, defeso que os usos e princípios sejam utilizados para esse fim.
B) conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
C) de acordo com a moral e os bons costumes, além da lei, vedado que os usos sejam
considerados, uma vez que nosso ordenamento jurídico não é consuetudinário.
Comentário:
A) ERRADA. De acordo com o art. 113 do CC “Os negócios jurídicos devem ser
conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, mas também de acordo com as
práticas habitualmente adotadas entre as partes".
B) CORRETA. Em conformidade com o que dispõe o art. 113 do CC. Os usos, naturalmente,
podem variar conforme o lugar e um bom exemplo disso é o alqueire, que varia de região
para região.
C) ERRRADA. Vide argumentos anteriores.
D) ERRADA. Dispõe o art. 114 do CC que se interpretam restritivamente os negócios
jurídicos benéficos e a renúncia. Negócio jurídico benéfico ou gratuito são aqueles que
envolvem uma liberalidade, em que somente um dos contratantes obriga-se, enquanto o
33
Questão 6
(Banca: INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área
Judiciária) Referente aos temas Negócio Jurídico, Condição e Termo, assinale a alternativa
correta.
A) Tem-se por termo o acontecimento futuro e incerto que subordina a eficácia do negócio
jurídico.
B) Apesar de subordinarem a eficácia do negócio jurídico, tanto o termo quanto a condição não
possuem o condão de suspender a exigibilidade de título executivo extrajudicial.
conservação praticados por aquele que o detém, sendo possível tal prática apenas por aquele
que possui a obrigação de transferência do direito, em razão de ainda não tê-lo transferido.
E) Os negócios jurídicos entre vivos que não possuam prazo estipulado podem ser exequíveis
desde logo.
Comentário:
A) ERRADA. Termo é o evento futuro e certo. Exemplo: quando você completar 18 anos,
ganhará um carro. Evento futuro e incerto é a condição (art. 121 do CC). Exemplo: se você
passar no vestibular ganhará um carro.
34
suspende o exercício, mas não a aquisição do direito, subordinando a eficácia do negócio
jurídico ao evento futuro e certo (art. 131 do CC).
universal, se B for meu herdeiro universal (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil
Brasileiro. Parte Geral. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1. p. 388).
D) ERRADA. Vejamos o que dispõe art. 130 do CC “Ao titular do direito eventual, nos
casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a
conservá-lo".
E) CORRETA. Cuida-se da redação do art. 134 do CC. Por este dispositivo, chegamos à
conclusão de que o negócio jurídico é, em regra, instantâneo. Acontece que alguns atos
dependem de certo tempo, seja porque deverão ser praticados em lugar diverso, seja por
conta da sua própria natureza. Exemplo: na compra de uma safra, o prazo necessário será
a época da colheita (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Parte Geral. 10.
ed. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1. p. 395).
Questão 7
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2017 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária) Nas
declarações de vontade, prevalece o sentido literal da linguagem em detrimento da intenção
nelas consubstanciada.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
35
ERRADA. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada
do que ao sentido literal da linguagem.
Questão 8
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2017 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária) A validade
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
Questão 9
(Banca: FCC - 2017 - TRT - 11ª Região (AM e RR) - Técnico Judiciário - Área Administrativa)
Rafael vendeu uma fazenda para Valdir, estabelecendo que o comprador só entrará na posse
do imóvel quando tiver construído uma igreja para os colonos. Tal negócio está sujeito à
condição suspensiva.
36
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Subordina a eficácia do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Ocorrendo o evento,
Questão 10
(CESPE - 2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça - Avaliador) No que concerne ao tratamento dado
pelo Código Civil aos bens e aos negócios jurídicos, julgue os itens a seguir.
I - O Código Civil classifica os bens públicos como de uso comum, de uso especial e dominicais.
Entre esses, apenas os dominicais estão sujeitos a usucapião, por seguirem o regime de direito
privado.
II - Exceto se houver manifestação das partes em sentido contrário, o negócio jurídico realizado
quanto ao bem principal inclui as pertenças, essenciais ou não essenciais, e os acessórios.
III - Situação hipotética: Marcela e Marina realizaram determinado negócio jurídico em que a
declaração de vontade emitida por Marina era diversa de sua real intenção. Assertiva: A reserva
mental somente torna inválido o negócio jurídico se dela possuir conhecimento a destinatária
Marcela.
Comentário:
A questão cobrou nos dois primeiros itens a letra seca da lei, no último item, sua
adequação ao caso concreto.
I - Incorreta. Conforme vimos no capítulo 6, os bens públicos são classificados em: bens de uso
comum, de uso especial e dominicais, porém, nenhum bem público está sujeito a usucapião.
II - Incorreta. De acordo com o art. 94, CC, os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem
III - Correta. De acordo com o art. 110, CC, “a manifestação de vontade subsiste ainda que o
seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o
destinatário tinha conhecimento”. Quando o destinatário conhece o blefe, o ato não não pode
subsistir, uma vez que ambas as partes estavam sabendo que não havia intenção de produzir
efeitos jurídicos.
38
GABARITO
Questão 1 - B
Questão 2 - CERTA
Questão 3 - ERRADA
Questão 4 - ERRADA
Questão 5 - B
Questão 6 - E
Questão 7 - ERRADA
Questão 8 - ERRADA
Questão 9 - CERTA
Questão 10 - B
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QUESTÃO DESAFIO
40
GABARITO QUESTÃO DESAFIO
De acordo com o art. 157 do CC, trata-se de um negócio jurídico com eivado pelo
vício da lesão, o que torna o negócio jurídico anulável. Quanto à possibilidade de
Ademais, o respeitável doutrinador Silvio de Salvo Venosa nos ensina o momento em que
se observado o requisito objetivo da lesão: “A desproporção das prestações deve ser aferida no
desproporção do preço deve ser apurada pela técnica pericial, devidamente ponderada pelo
julgador.” (Venosa, Sílvio de Salvo. Código Civil interpretado; coautora Cláudia Rodrigues. – 4.
De acordo com o art. 157, § 2º, do CC: “Não se decretará a anulação do negócio, se for
oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.”
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Sobre essa possibilidade de convalidação do negócio jurídico, o professor Fábio Ulhoa Coelho
aduz: “se partir dela uma proposta de proporcionalização das prestações negociais – por meio
elemento objetivo, descaracteriza-se a lesão.” (Coelho, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: parte
geral I, volume 1 – 2. ed. – São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020, p. 212).
e quinhentos mil reais) pelo imóvel, o negócio é anulado. Retornará o bem ao patrimônio de
Joaquim, que deve restituir os R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) ao comprador.
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LEGISLAÇÃO COMPILADA
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JURISPRUDÊNCIA
ESCADA PONTEANA
STJ, 4ª Turma, REsp 1190372/DF, Rel. Min.Luis Felipe Salomão, julgado em 15/10/2015, publicado em
27/10/2015)
EMENTA: “RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. TRADIÇÃO DO VEÍCULO. CONTRATO DE NATUREZA REAL. REQUISITO DE VALIDADE DO NEGÓCIO
JURÍDICO. ESCADA PONTEANA. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO. NEGLIGÊNCIA DA PARTE AUTORA. MÁ-
FÉ DA EMPRESA ALIENANTE. MATÉRIAS QUE DEMANDAM REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. VEDAÇÃO AO
COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO. VALIDADE DO CONTRATO. REGISTRO EM CARTÓRIO. ANOTAÇÃO NO
CERTIFICADO DE REGISTRO DO VEÍCULO. NECESSIDADE APENAS PARA PRESERVAR DIREITOS DE TERCEIRO.
SÚMULA 83/STJ. MORA DO DEVEDOR. NOTIFICAÇÃO PESSOAL. DESNECESSIDADE. ALEGAÇÃO DE
VULNERABILIDADE E CABIMENTO DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. SÚMULA 7/STJ. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. Não há falar em violação ao art. 535 do CPC quando o acórdão recorrido resolve todas as questões pertinentes
ao litígio, tornando-se dispensável que venha a examinar todos os argumentos trazidos pelas partes. 2. Em negócio
de alienação fiduciária em garantia, por se tratar de contrato de natureza real, a tradição constitui requisito de
validade do negócio jurídico. 3. A análise da pretensão recursal sobre a alegada ausência dos elementos essenciais
do contrato, negligência da parte autora e má-fé da empresa alienante demandaria a alteração das premissas
fático-probatórias estabelecidas pelo acórdão recorrido, com o revolvimento das provas carreadas aos autos, o que
é vedado em sede de recurso especial, nos termos do enunciado da Súmula 7/STJ. 4. Impõe-se, no caso, a aplicação
da máxima venire contra factum proprium, tendo em vista que parte recorrente primeiro anuiu ao prosseguimento
do contrato e, em seguida, de modo oposto ao primeiro comportamento, questionou sua validade e existência. 5.
A exigência de registro do contrato de alienação fiduciária em garantia no cartório de título e documentos e
a respectiva anotação do gravame no órgão de trânsito não constitui requisito de validade do negócio, tendo
apenas o condão de torna-lo eficaz perante terceiros. 6. Nos casos envolvendo contrato de alienação fiduciária,
a mora deve ser comprovada por meio de notificação extrajudicial realizada por intermédio do cartório de títulos
e documentos, a ser entregue no domicílio do devedor, sendo dispensada sua notificação pessoal. 7. A alegação
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de vulnerabilidade e da presença dos requisitos necessários ao deferimento da inversão do ônus da prova
encontram óbice na Súmula 7/STJ. 8. Recurso especial não provido” (negritamos).
Comentário:
No julgado acima, temos um exemplo de julgado em que é usado o termo “escada
ponteana” pelo STJ, mais especificamente, pelo relator do caso Min. Luis Felipe Salomão.
O tema desse julgado (que segue um entendimento há anos adotado pelo STJ) tornou-
se uma jurisprudência em tese do STJ, acerca do direito notarial e registral.
A tese fixada foi a seguinte: “a exigência de registro do contrato de alienação fiduciária
em garantia no cartório de título e documentos e a respectiva anotação do gravame no órgão
de trânsito não constituem requisitos de validade do negócio, tendo apenas o condão de
torná-lo eficaz perante terceiros”.
Veja que o STJ trata exatamente da “escada ponteana” que estudamos no presente
capítulo. Portanto, apesar de o tema ser bastante teórico, ele também é relevante na prática.
Ainda iremos analisar a alienação fiduciária de forma mais aprofundada, mas já é
importante saber que o se não houver seu registro no cartório, tal contrato continua valendo
entre as partes. O registro desse contrato, portanto, não é um requisito de validade.
STJ. 4ª Turma. REsp 1099480-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 2/12/2014 (Info 562)
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do instrumento é a transferência de propriedade do bem, e não apenas o de retratar uma mera transação. 1. A
interpretação dada ao art. 108 do CC pelas instâncias ordinárias é mais consentânea com a finalidade da referida
norma, que é justamente conferir maior segurança jurídica aos negócios que envolvem a transferência da
titularidade de bens imóveis. 2. O art. 108 do CC se refere ao valor do imóvel, e não ao preço do negócio. Assim,
havendo disparidade entre ambos, é aquele que deve ser levado em conta para efeito de aplicação da ressalva
prevista na parte final desse dispositivo legal. 3. A avaliação feita pela Fazenda Pública para atribuição do valor
venal do imóvel é baseada em critérios objetivos previstos em lei, refletindo, de forma muito mais consentânea
com a realidade do mercado imobiliário, o verdadeiro valor do imóvel objeto do negócio. 4. Recurso especial
desprovido” (negritamos).
Comentário:
Durante o presente capítulo estudamos, além de outros dispositivos, o art. 108, CC.
Lembre-se de sua redação: “não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia
de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente
no País”.
Como saber se o imóvel vale ou não mais do que 30 vezes o maior salário mínimo
vigente no país? Conforme o STJ, deve-se levar em conta o valor venal do imóvel calculado
pelo Fisco e não o preço do imóvel atribuído pelas partes.
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MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARIAS, Cristiano Chaves de. Manual de Direito Civil - Volume Único - 2. ed. atual. e ampl. - Salvador: JusPodivm,
2018.
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único - Volume Único - 8. ed. rev, atual. e ampl. - Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.
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