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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

CURSO DE DIREITO

BOAZ GOMES D´ABADIA

A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL COMO FORMA DE


VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

Goiânia
2016
5

BOAZ GOMES D´ABADIA

A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL COMO FORMA DE


VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

Artigo científico apresentado à Disciplina


Orientação Metodológica para Trabalho de
Conclusão de Curso, requisito imprescindível à
obtenção do grau de Bacharel em Direito pela
Universidade Salgado de Oliveira.

Orientador:
Prof. Me. Giulliano Rodrigo Gonçalves e Silva

Goiânia
2016
6

Boaz Gomes D´Abadia

A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL COMO FORMA DE


VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

Artigo Científico apresentado ao Curso de Direito da Universidade


Salgado de Oliveira como parte dos requisitos para conclusão do curso.

Aprovada em 19 de maio de 2016.

Banca Examinadora:

___________________________________________________________________

Nivaldo dos Santos – Doutor em Direito, PUC/SP


Examinador – UNIVERSO

___________________________________________________________________

Giulliano Rodrigo Gonçalves e Silva – Mestre em Direito das Relações Jurídico-


empresariais (UNIFRAN/SP).
Professor Orientador

___________________________________________________________________
7

SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................... 1
ABSTRACT................................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 2
1 PONDERAÇÕES CONCEITUAIS ACERCA DO TRABALHO................................3
2 BREVE RELATO HISTÓRICO ACERCA DO TRABALHO INFANTIL NO MUNDO
E NO BRASIL..............................................................................................................3
3 CONVENÇÕES E RECOMEDAÇÕES DA OIT........................................................4
4 NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL NO BRASIL......6
5 AS PIORES FORMAS DO TRABALHO INFANTIL.................................................9
6 TRABALHO DOMÉSTICO.....................................................................................11
.......................................................................................................................................
.......................................................................................................................................
.......................................................................................................................................
7 PROGRAMAS DE FISCALIZAÇÃO E ERRADICAÇÃO AO TRABALHO
INFANTIL NO BRASIL..............................................................................................12
CONCLUSÃO............................................................................................................16
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 16
A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL COMO FORMA DE
VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS
Boaz Gomes D´Abadia1
Orientador: Me. Giulliano Rodrigo Gonçalves e Silva 2

RESUMO

Este artigo acadêmico por meio do tema “a exploração do trabalho infantil como
forma de violação de direitos humanos”, a criança ou adolescente não deve laborar
com idade inferior á 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 anos, em
ambientes insalubres, perigosos e penosos. Descreve de forma breve o momento
histórico do trabalho infantil no mundo e no Brasil. Trabalho precoce em idade
abaixo do permitido não garante futuro, afasta a criança e o adolescente da escola,
contribui para o círculo da pobreza, quais sejam: trabalho inadequado, desemprego
e pobreza. A criança e o adolescente deve crescer com garantia do princípio da
dignidade da pessoa humana, desenvolvimento físico, bem estar. O trabalho em
carvoarias, doméstico, lixões, comércio ambulante, guardador de carro, vendedor de
laranjinhas, garimpos, são algumas das piores formas do trabalho infantil. Diversas
ações de combate ao trabalho infantil são feitas em vários órgãos como: o Poder
Judiciário, Ministério Público do Trabalho, Conselho Tutelar e Estado.

Palavras-chave: Trabalho infantil, violação de direitos humanos, círculo vicioso da


pobreza.

ABSTRACT

This academic paper through the theme "the exploitation of child labor as a form of
human rights violation," the child or adolescent should not laboring under the age of
16, except as apprentices from 14 years in unhealthy environments , dangerous and
painful. Briefly describes the historical moment of child labor in the world and in
Brazil. Work early age under the allowed does not guarantee future, away from
children and teenage school contributes to the cycle of poverty, namely: inadequate
work, unemployment and poverty. Children and adolescents must grow to guarantee
the principle of human dignity, physical, well-being. The work in charcoal, domestic,
dumpsites, street vendors, car valet, oranges seller, mining, are some of the worst

11
Graduado no Curso de Direito da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) campus Goiânia-
GO.
2
Mestre em Direito das Relações Jurídico-empresariais (UNIFRAN/SP). Especialista em Direito Civil
(UFG) e em Direito Processual Penal (UFG). Pesquisador no DGP/CNPQ. Professor Assistente
Mestre e Pesquisador da UNIVERSO, campi Goiânia-GO. Professor Efetivo (concursado) da PUC
Goiás. Advogado licenciado para exercício de cargo público no Tribunal de Justiça de Goiás, onde é
assessor do Desembargador José Lenar de Melo Bandeira desde 1999. Autor de diversos livros e
artigos jurídicos. Palestrante com atuação em todo Brasil.
2
2

forms of child labor. Several actions to combat child labor are made in various organs
such as the judiciary, the Ministry of Labor, Child Protection Council and State.

Keywords: Child labor, humanrights, vioations, theviciouscircleofpoverty.

INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda o trabalho infantil como forma de violação de direitos


humanos, a saber: dignidade da pessoa humana, desenvolvimento físico, infância
harmoniosa, educação, liberdade, lazer.
Assim, a intenção primordial deste artigo científico é averiguar acerca do
grave desafio social do trabalho infantil. É mister este trabalho para tentar mudar a
consciência da sociedade, fazer um alertar que labor precoce não edifica ninguém
na idade inadequada, o Estado precisa criar políticas públicas para não deixar a
criança e o adolescentes ociosos, garantir inserção no mercado de trabalho a partir
de 14 anos na condição de aprendiz, mas estes devem continuar matriculado e
frequentado a escola.
O método utilizado no artigo científico é o dedutivo.
Na seção primeira falamos sobre as ponderações conceituais acerca do
trabalho infantil.
Na segunda seção abordarmos sobre um breve relato histórico sobre o
trabalho infantil no mundo e no Brasil.
Na terceira seção tratamos sobre as convenções e recomendações da
OIT.
Na quarta seção relatamos acerca das normas de regulamentação do
trabalho infantil no Brasil, em especial da Constituição Federal, Consolidação das
Leis do Trabalho, Estatuto da Criança e do Adolescente.
Na quinta seção mostramos as piores formas de trabalho infantil, quais
sejam: carvoarias e lixões.
Na sexta seção analisamos acerca do trabalho doméstico infantil.
Por fim, na última analisamos sobre os programas de fiscalização e
erradicação de combate ao trabalho infantil.

1 PONDERAÇÕES CONCEITUAIS ACERCA DO TRABALHO


3

É considerado trabalho infantil no Brasil, quando a criança ou adolescente


trabalha com idade inferior a 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14
anos, desde que as atividades laborais não sejam realizadas entre as 22h00 e as
05h00, que não seja em ambientes insalubres, perigosos e penosos.
Além disso, não pode estar previsto nas piores formas de trabalho
infantil, quais sejam: em locais de armazenamento ou de beneficiamento em que
haja livre desprendimento de poeiras de cereais e de vegetais, em estábulos,
cavalariças, currais, estrebarias ou pocilgas, sem condições adequadas de
higienização, no interior ou junto a silos de estocagem de forragem ou grãos com
atmosferas tóxicas, explosivas ou com deficiência de oxigênio, na extração e corte
de madeira, em ruas e outros logradouros públicos (comércio ambulante, guardador
de carro), exploração sexual infantil, etc.
O trabalho nessas condições causa vários problemas para a criança e
adolescente, como afastamento da escola, cansaço, mal estar, doenças
respiratórias, mutilações, fraturas, empobrecimento, afasta sonhos, retira delas o
direito de brincar, não tem lazer.
A criança ou adolescente não tem seu desenvolvimento completo igual ao
de uma pessoa adulta, não lhe sendo exigível, por isso, aguentar oito horas diárias
de trabalho e quarenta e quatro semanais.
Esta se sente obrigada a trabalhar ao ver sua família passando
dificuldades, porém essa responsabilidade é do adulto, pois acarretará inversão de
valores.
2 BREVE RELATO HISTÓRICO ACERCA DO TRABALHO INFANTIL
NO MUNDO E NO BRASIL

O trabalho infantil teve início na Idade Média, época em que o menor


trabalhava nas tribos. Também laborava nas corporações de ofício, como
aprendizes para mestres sem receber nenhuma remuneração.
Na Revolução Industrial a situação agravou-se, pois os menores eram
obrigados a laborar em jornadas de 16 horas diárias, sem direito a intervalo, horas
extras, os salários eram baixos, não havia leis trabalhistas que as protegessem.
Sobre esse período explica Vólia Bomfim Bassar (2014,p. 528) que:
Com a Revolução Industrial o labor Infantil cresceu de forma geométrica,
forçando algumas crianças ao trabalho em condições deploráveis e em
4

carga horária extenuante (algumas crianças com apenas cinco anos


laboravam cerca de 14 a 16 horas por dia), por se tratar de mão de obra
barata, dócil, com maior possibilidade de adaptação e de fácil dominação.
No Brasil, a exploração do trabalho iniciou na época da escravatura,
homens, mulheres e crianças trabalhavam para os seus senhores. Em 1871, a
princesa Isabel promulgou a Lei do Ventre Livre, que previa que o filho de escrava
que nascessem após esta lei teria sua liberdade, assegurada mediante duas
condições: o proprietário da escrava poderia manter a criança na senzala até que
completasse oito anos de idade, quando receberia do Estado uma indenização no
valor de 600 mil reis, ou poderia utilizar-se dos serviços do menor até que
completasse 21 anos. Infelizmente, essa lei não foi adimplida pelo senhor dos
escravos, como explicita Laurentino Gomes:
Sob a vigência da Lei do Ventre Livre, a maioria dos proprietários preferiu
manter os filhos das escravas no cativeiro após os oito anos de idade em
vez de entregá-los ao governo mediante indenização prometida. Ou seja, os
fazendeiros continuaram a utilizá-los como mão de obra cativa, como nada
tivesse mudado. Em 1882, onze anos depois da lei, um relatório do
Ministério da Agricultura informava que apenas 58 crianças em todo o Brasil
haviam sido entregues aos tutores oficiais. Todas as demais permaneceram
nas fazendas, vivendo na companhia dos pais nas senzalas e trabalhando
nas lavouras. (2013, p. 214-215).

Nesta época não havia proteção aos direitos dos trabalhadores, tampouco
havia para as crianças e adolescentes. Somente em 1979 foi aprovado no Brasil o
Código de Menores, que atendia aos anseios dos menores 18 anos que se
encontrassem em situação irregular, vítimas de maus tratos ou castigos imoderados,
desassistidos socialmente, garantindo-lhes meios de proteção.
Alice Monteiro de Barros (2012, p. 433) alerta para o fato de que a
dificuldade econômica das famílias tem sido a principal responsável pela exploração
de que são vítimas os menores, desde a primeira infância e nas mais variadas
épocas da humanidade.
Ainda hoje, pela enorme desigualdade social que vivenciamos em nosso
país, tal circunstância permanece como um fator preponderante para a exploração
infantil. Vale ressaltar que a dificuldade de profissionalização das pessoas também
contribui para essa chaga.

3 CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO


INTERNACIONAL DO TRABALHO
5

A Organização Internacional do Trabalho foi criada em 1919, após a


primeira Guerra Mundial, tendo sua sede em Genebra, na Suíça. Seu objetivo é
esclarecer normas universais que tornem mais justas as relações de capital e
trabalho. É formada por representantes de governos, organizações de
empregadores e trabalhadores. Depois que os países signatários realizam a
ratificação as convenções passam a integrar o ordenamento jurídico do país. O
Brasil é um estado membro desde a criação da OIT.
Sempre atual, leciona Arnaldo Sussekind (2000, p.121) que:
A Composição tripartida da sua assembleia geral, do Conselho de
Administração e de quase todos os seus órgãos colegiados, dos quais têm
assento, com direito a voz, representantes, de Governo e de organizações
de trabalhadores e de empregadores, constitui uma das características
marcantes da OIT e fator revelo na formação do alto conceito que desfruta
nos planos da cultura, da produção e do trabalho.
Ao longo desses anos, a OIT desenvolveu um papel importante na
proteção à criança e adolescente, seguem abaixo algumas das principais
convenções criadas.
A Convenção n. 5 (aprovada na 1, Reunião da Conferência Internacional
do trabalho infantil na cidade de Washington em 1919), no seu art.2., dispõe que as
crianças menores de 14 anos não poderão trabalhar em minas, canteiros, indústrias,
construção naval, centrais elétricas, transportes e construções. No mesmo ano,
também se aprovou a Convenção n.6, que por sua vez proibiu o trabalho noturno ao
menor de 18 anos em indústrias. Ambas as Convenções foram ratificadas pelo Brasil
em 20-4-1934, conforme página digital da OIT Brasília, acessada em 14-5-2016.
A Convenção n. 7, aprovada em 1920, proibiu o trabalho marítimo ao
menor de 15 anos, e foi ratificada pelo Brasil em 8-6-1936. Em 1921, foi aprovada a
Convenção n. 10, que proibiu o trabalho agrícola aos menores de 14 anos, conforme
página digital da OIT Brasília, acessada em 14-5-2016.
No mesmo ano, também foram aprovadas as Convenções n. 13,15 e 16.
A primeira vedou ao menor de 18 anos o trabalho em serviços que utilizassem o uso
da composição sulfato de chumbo e outras substâncias insalubres. A segunda
determinou para o trabalho em navios, na condição de foguista paioleiro a idade
mínima de 18 anos. A terceira dispõe que os menores de 18 anos fizessem exame
médico antes de trabalhar a bordo e realizassem novo exame anualmente, conforme
página digital da OIT Brasília, acessada em 14-4-2016.
6

Em 1948, foi aprovada a Convenção n.90, que assegurou a idade mínima


de 15 anos para o trabalho em barco de pesca. Em 1965, a Convenção n. 123 fixou
a idade mínima de 16 anos para o trabalho do menor em ambientes subterrâneos,
conforme página digital da OIT Brasília, acessada em 11-5-2016.
Foi aprovada em 20 de novembro de 1959 a Declaração Universal dos
Direitos das Crianças, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas
(ONU). Em 1989, a ONU oficializou um novo documento, a Convenção os sobre os
Direitos da Criança, que o Brasil ratificou através do Decreto n. 99.710/1999.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece que a criança,
para ter desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, deve
crescer no seio da família, em um ambiente de felicidade, amor e compreensão. A
criança deve estar plenamente preparada para uma vida em sociedade,
especialmente com espírito de paz, dignidade, tolerância, liberdade, igualdade e
solidariedade.
Em 1999, foi aprovada a importante Convenção n. 182, sobre as piores
formas de trabalho infantil, ratificada pelo Brasil em 2-2-2000 e regulamentada pelo
Decreto n. 6481/2008, conforme página digital da OIT Brasília e planalto, acessada
em 1-5-2016.Seguem abaixo alguns trabalhos proibidos:
a) Em locais de armazenamento ou de beneficiamento em que haja livre
desprendimento de poeiras de cereais e de vegetais;
b) Em estábulos, cavalariças, currais, estrebarias ou pocilgas, sem
condições adequadas de higienização;
c) No interior ou junto a silos de estocagem de forragem ou grãos com
atmosferas tóxicas, explosivas ou com deficiência de oxigênio;
d) Na extração e corte de madeira;
e) Em escavações, subterrâneos, pedreira, garimpos, mina de subsolo e a
céu aberto;
f) Em salinas;
g) Em borracharias ou locais onde sejam feitos recapeamento de pneus;
h) Em serviços externos, que impliquem em manuseios e porte de valores
que coloquem em risco a sua segurança;
i) Em ruas e outros logradouros públicos (comércio ambulante, guardador
de carro, guardas mirins);
j) Na coleta, seleção e beneficiamento de lixo;
k) Domésticos.
O trabalho nessas condições pode acarretar vários riscos à criança e ao
adolescente, como por exemplo: fadiga, mutilações, dificuldades respiratórias,
ferimentos, queimaduras na pele, envelhecimento precoce, transtornos de
personalidade, intoxicações, violência, drogas, assédio sexual e tráfico de pessoas,
à radiação solar, chuva e frio, acidentes de trânsito e atropelamentos, doenças
sexualmente transmissíveis, dentre outras.
7

O Brasil poderá rever a lista periodicamente, ouvido as organizações de


empregadores e trabalhadores.

4 NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL NO


BRASIL

A Carta Magna no artigo 1.inciso III, assegura a todos os direitos


fundamentais a dignidade da pessoa humana.
Ademais, o Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 3. garante
também a criança e ao adolescente o direito ao desenvolvimento físico, mental,
moral, espiritual e social, em condições de dignidade e liberdade.
Sobre o tema, Gustavo Filipe Barbosa Garcia (2015, p. 602) comenta que:
As normas de proteção ao trabalho do menor se justificam em razão de sua
titularidade de direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, gerando o
chamado princípio da proteção integral, estabelecido pelo sistema jurídico,
de modo a assegurar o pleno desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
A Constituição Federal, no art. 7.inciso XXXIII, proíbe o trabalho do menor
em ambientes insalubres, uma vez que pode acarretar vários problemas de saúde a
este. Nesse mesmo inciso, é vedado que ao mesmo que labore em atividades
perigosas, implique em exposição permanente a inflamáveis, explosivos ou energia
elétrica. Por fim, não pode laborar com trabalho penoso. A criança ou adolescente
ainda está em desenvolvimento físico, mental ou psicológico, por isso não deve
carregar peso, sob pena de prejudicar seu próprio crescimento físico-psíquico.
A Consolidação das Leis do Trabalho, em seus artigos 402 e seguintes,
garante a proteção ao trabalho do menor.
É proibido qualquer trabalho aos menores de 16 anos de idade, salvo na
condição de aprendiz, a partir de 14 anos, como dispõe o artigo 402 da CLT.
Ao menor de 18 anos é proibido o trabalho no período noturno, que
compreende o executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte,
nos termos do disposto no art. 404 da CLT.
O trabalho noturno é prejudicial a qualquer pessoa, independente da
idade, pois altera a vida social, o bem estar com a família. O período noturno é
dedicado ao descanso do trabalhador. Aquele ainda provoca uma mudança drástica
no metabolismo e afeta à saúde das pessoas.
8

Coaduna com a mesma opinião o Ministro do TST Maurício Goldinho


Delgado (2015, p. 1.010), senão vejamos:
De fato, o trabalho noturno provoca no indivíduo agressão física e
psicológica intensas, por supor o máximo de dedicação de forças físicas e
mentais em período em que o ambiente físico externo induz ao repouso.
Somando a isso, ele também tende a agredir, com substantiva intensidade a
inserção pessoal familiar e social do indivíduo nas micro e
macrocomunidades em que convive, tomando especialmente penosa para o
obreiro a transferência de energia que procede em benefício do
empregador.
Ao menor não será permitido o trabalho em locais ou serviços prejudiciais
à sua moralidade, quais sejam em boates, cassinos, cabarés, dancings, em locais
com venda de bebidas alcoólicas, etc, conforme determina o art. 405, inciso II, da
CLT.
O Brasil ratificou a Convenção n. 138, que permite em seu artigo 8.que a
autoridade competente, mediante licenças concedidas em casos individuais, permita
a participação em representações artísticas.
O artigo 406 da CLT prevê que em alguns casos excepcionais, o juiz
poderá autorizar o trabalho artístico para o menor, porém precisa respeitar várias
regras: 1) os horários de trabalho não poderão ser incompatíveis com as atividades
escolares e nem podem impedir o lazer ou brincadeiras; 2) a empresa precisa
autorizar que os pais acompanhem as gravações; 3) oitiva prévia do Ministério
Público do Trabalho; 4) é recomendável que a criança ou adolescente seja
submetido a exames médico-psicológico admissional periódicos; 4) conceder
intervalos para descanso e alimentação.
Todos os requisitos deverão constar no alvará judicial, em cláusulas
claras. O documento ainda poderá ter outras regras que o juiz ou contratante
entenda adequadas.
Amauri Mascaro do Nascimento (2011, p. 896) também aceita essa
flexibilização, enfatizando que o sistema legal pátrio “Admite, mediante licenças
concedidas em casos individuais, exceções para proibição de emprego ou trabalho,
para finalidades como a participação em representações artísticas”.
Por outro lado, a Constituição Federal no artigo 7. , inciso XXXIII, não fez
nenhuma ressalva sobre a possibilidade de autorização ao trabalho do menor no
meio artístico. A única previsão de redução da idade mínima que existe é a partir de
14 anos na condição de aprendiz.
9

A Convenção n.138, art.8 da OIT, não pode se sobrepor às normas


constitucionais de preceitos fundamentais, sob pena de violar a soberania nacional e
a dignidade das crianças e dos adolescentes.

Nesta mesma diapasão entendem André Viana Custódio e Suzéte da


Silva Reis (2014/2015,p.186)

Não é possível aceitar que o trabalho de crianças e adolescentes na


publicidade, por exemplo, seja uma atividade artística, em face do seu
caráter eminentemente econômico e desprovido de qualquer vínculo com a
arte. Da mesma forma, o trabalho em novelas e seriados de longa duração
não pode ser confundido com atividade artística.
É necessário ressaltar que o artigo 406, inciso I, da CLT, autoriza o
trabalho artístico, desde que seja de caráter educativo ou a peça não seja prejudicial
à sua moral.
Tramitam conjuntamente na Câmera dos Deputados cinco propostas de
Emendas à Constituição, que estão aguardando parecer do relator da Comissão de
Constituição e Justiça e Cidadania.
A PEC 18/2011, do Deputado Federal Dilceu Sperafico PP/PR, que
propõe modificar a redação ao inciso XXXIII, do artigo 7. da CF, para autorizar o
trabalho sob o regime de tempo parcial a partir dos quatorze anos, conforme página
digital da Câmara dos Deputados, acessada em: 14-5-2016.
As Propostas de Emendas à Constituição 35/2011, 274/2013, 77/2015 e
108/2015, pretendem nova redação ao inciso XXXIII, do artigo 7, da Carta Maior,
para reduzir o limite mínimo de idade para o trabalho, conforme página digital da
Câmara dos Deputados, acessada em: 14-5-2016.
Mais um vez se faz necessário citar a Convenção n. 138 da OIT, que
prescreve em seu artigo 2. a idade mínima para o trabalho não será inferior à idade
de conclusão da escolaridade compulsória, conforme página digital OIT no Brasil,
acessada em: 14-5-2016.
A Emenda Constituição n. 59/2009, inseriu o inciso I, no artigo 208 da CF,
que determina a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade.
As Propostas de Emendas a Constituição com objetivo de reduzir a idade
mínima ao trabalho é um verdadeiro retardamento a evolução das normas de
combate ao trabalho infantil.
5 AS PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL
10

Em várias metrópoles brasileiras o lixo é depositado a seu aberto, não há


nenhuma separação ou qualquer reciclagem pelo Estado, nesses locais existe
crianças e adolescente revirando o lixo á procura de restos de comida, expostas a
objetos cortantes, doenças, etc. Algumas estão acompanhadas de suas famílias.
Pesquisas feitas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) demonstram que existem crianças e adolescentes em lixões de cerca de
3.500 municípios brasileiros. Quase metade deles, 49%,está na Região Nordeste,
18% na Região Sudeste e 14% na Região Norte. A região Centro-Oeste é a que tem
menos crianças em lixões, com 7% do total, seguida da Região Sul, com 12%,
conforme página digital do Tribunal Superior do Trabalho, acessada em 10-4-2016.
Muitas vezes vemos crianças e adolescentes vendendo balas, DVDs,
laranjinhas, chicletes em ruas ou semáforos, trabalhando em feiras, lavouras.
Afirmam que estão nessas condições para ajudar a sustentar sua casa. Porém,
conforme a Constituição Federal no artigo 227 dispõe que é dever da família, da
sociedade e do Estado garantir que aqueles tenham possibilidade de ter lazer,
brincar e estudar.
O trabalho infantil realizado em carvoarias é considerado uma das piores
formas de trabalho para a criança e adolescente, podemos em algumas ocasiões
estarmos comprando carvão para fazer um delicioso churrasco, sendo fruto de
trabalho infantil.
Em uma megaoperação operação feita por várias autoridades que
combatem o trabalho infantil e escravo, no Município do interior de São Paulo, foram
encontradas sete crianças e adolescentes trabalhando em carvoaria, conforme
página digital do Repórter Brasil, acessada em 7-5-2016.
Algumas pessoas usam frases para justificar o trabalho infantil como: “é
melhor a criança ou adolescentes trabalhar do que roubar” ou “laborar formar o
caráter da criança”, será mesmo que está certo? Esses mitos precisão ser rompidos
pela sociedade, á criança ou adolescente deve trabalhar na idade correta.
Além disso, cabe citar o dispositivo da Cartilha do Trabalho Infantil 50
perguntas e resposta, que foi elaborado pela Comissão para Erradicação do
Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho conjuntamente com o Tribunal Superior do
Trabalho (2014, p.7):
O Estado tem o dever de garantir que o roubo ou qualquer outra atividade
criminosa não seja opção única de quem não trabalha. Se ocuparmos
adequadamente nossas crianças, adolescentes e jovens, estaremos
11

construindo um futuro melhor para eles e para nós. O trabalho precoce


alimenta um ciclo vicioso da miséria e destrói sonhos.
Quando a criança labora precocemente, abandona a escola, ganha
salários baixos, trabalha muitas vezes em ambientes insalubres e perigosos,
jornadas de trabalho muito além do permitido, rouba sua infância, causa diversas
doenças, entre outras consequências que poderá acarretar.
Leciona também Munir Cury (2010, p. 283), que lugar de criança não é
nem no trabalho nem na rua, mas na família e na escola. O trabalho prematuro e a
rua a privam do direito de ser criança.
Na zona rural também o trabalho infantil está presente há muito tempo,
nesse local livre de qualquer fiscalização, onde não tem perspectiva de melhora, a
criança começa a trabalhar logo cedo nas plantações e no cuidado com animais,
pela falta de compreensão dos pais, bem como pelas dificuldades de ir à escola.
Do total de crianças exploradas, 49,8% estão na zona rural e 50,2% na
zona urbana. Desses 61% não recebem remuneração fixa e 90% sofre defasagem
escolar, conforme a página digital do Tribunal Superior do Trabalho, acessada em 7-
5-2016.
A ministra do TST Kátia Magalhães Arruda, gestora do Programa
Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, conforme a página digital do Tribunal
Superior do Trabalho, acessada em 5-4-2016, destaca:
É na infância e na adolescência que o indivíduo adquire a formação
intelectual, física, social e moral necessária para se transformar num adulto
probo, consciente de seus direitos e obrigações e apto para o exercício de
atividades laborativas que lhe assegurem o sustento. Por isso, nas primeiras
fases da vida, o ser humano não deveria se lançar no mercado de trabalho.
É dever do Estado ajudar a garantir ás famílias alternativas de oportunidade
como estudo, lazer, esporte e cultura.
A criança e o adolescente na infância não adquiriu o desenvolvimento
mental completo, para laborar oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, nesta
importante fase de construção do conhecimento não deve jamais se aventurar no
mercado de trabalho.

6 TRABALHO DOMÉSTICO
12

A Lei Complementar n. 150/2015 regulamentou os direitos do empregado


doméstico. Agora é vedada a contratação de pessoas com idade inferior a 18 anos
para desempenho deste tipo de labor, conforme o artigo 1º, parágrafo único, daquela
lei complementar. Esse trabalho é uma das piores formas de trabalho infantil,
porquanto submete o adolescente ou a criança a esforços físicos, isolamento, abuso
físico, psicológico e sexual, longas jornadas de trabalho, trabalho noturno, risco de
acidentes, queimaduras, perfurações, fadiga, estresse, afeta o rendimento escolar,
expõe a produtos químicos.
Na Campanha do Trabalho de Combate ao Trabalho Infantil feita pelo
TST em 2015, houve o levantamento e publicação de dados relativos a várias
regiões do país, conforme página digital do Tribunal Superior do Trabalho, acessada
em: 5-4-2016, sendo:
Cerca de 258 mil crianças e adolescentes (entre cinco e 17 anos) ainda
estavam ocupados no trabalho infantil doméstico. Desse total, 102.668
(39,8%) estavam na Região Nordeste; 66.663 (25,9%) no Sudeste; 35.590
(13,8%) no Norte; 34.755 (13,5%) no Sul; e 18.015 (7%) no Centro-Oeste.
No mesmo período, os Estados de Minas Gerais (31.316), Bahia (26.564),
São Paulo (20.381) e Pará (19.309) apresentam os maiores números
absolutos de crianças e adolescentes em situação de trabalho doméstico.
O trabalho doméstico está na cultura brasileira ligada à pobreza, de forma
invisível as meninas são exploradas. Como forma da pessoa adquirir uma profissão
os pais incentivam as crianças e adolescentes a trabalharem. Muitas vezes esta é
retirada da sua casa, por uma pessoa da classe média, com uma promessa que vai
ter condições de estudar, alimentar e ter uma moradia digna.
Entretanto, acaba sendo uma promessa esquecida, quando aquela está
na residência do empregador, é constantemente discriminada, maltratada, não
recebe remuneração, o mais grave não tem condições de ser criança.
Na revista fato típico (2013, p. 7) mostra a confusão cultural das pessoas:
Há uma confusão cultural de se considerar o explorador como um benfeitor.
Sob o manto de que os patrões estão fazendo um favor, pessoas humildes
e sem instrução, normalmente moradores da zona rural e de cidades
pequenas, entregam seus filhos para estranhos, em contrapartida de as
crianças terem uma vida melhor, com educação e moradia.
No desenho da Disney Cinderela, retrata-se a história de uma menina
sonhadora, que é obrigada a limpar a casa sobre as ordens da madrasta e de suas
filhas. Ninguém deve ter reparado que aquela criança cresceu sem uma infância,
sendo constantemente humilhada, porém no final acaba tendo um final feliz graças a
uma fada.
13

7 PROGRAMAS DE FISCALIZAÇÃO E ERRADICAÇÃO AO


TRABALHO INFANTIL NO BRASIL

Diante desse grave realidade de exploração ao trabalho infantil, os


Tribunais Regionais do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho, o Ministério
Público do Trabalho, a Organização Internacional do Trabalho e os governos, têm
lutando para erradicar o trabalho infantil.
Em 12 de junho se comera o dia mundial contra o trabalho infantil, nesta
data são feitas diversas campanhas.
O OIT juntamente como os países signatários, se comprometeram a
erradicar até 2020 a totalidade do trabalho infantil, conforme página digital da OIT
Brasília, acessada em 21-5-2016.
O Conselho Tutelar é um órgão municipal encarregado de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, além disso, possui
competência para o combate a exploração infantil, conforme determina o artigo 131
do ECA. Os conselheiros atuam em sua comunidade fiscalizando empresas,
provendo assistência financeira ás famílias, incentiva o Estado a construir escolas
em tempos integrais, realiza atendimento no contraturno da escola, faz requerimento
para a qualificação profissional dos pais e mães de crianças retiradas do trabalho
infantil.
Sobre este tema afirmam Ismael Francisco de Souza e Marli Palma
Souza (2010, p.121):
Os conselheiros tutelares, como agentes que atuarão na promoção e
defesa dos direitos de criança e adolescente, devem conhecer o tema para
desmistificar a cultura do trabalho infantil, e a partir daí atuar na defesa e
promoção dos direitos de e adolescentes, pois ainda se verifica que o
elemento cultural reafirma a velha ideia emancipação pelo trabalho.
Outro órgão importante nesta causa é o Tribunal Superior do Trabalho,
que criou em 2013, o Programa Permanente de Combate ao Trabalho Infantil. Com
várias parcerias, tem feito campanhas e seminários com intuito de eliminar o
trabalho infantil, conforme a página digital do TST, acessada em 15-5-2016.
O TST com parceria com empresa Maurício de Souza Produções, lançou
a campanha “Toda criança quer ser criança”, nesta história em quadrinhos mostra
diversas formas de trabalho infantil, conscientiza as crianças que lugar delas não é
14

no trabalho, porém é na escola e divertindo-se, conforme a página do TST,


acessada em 15-5-2016.
Em outra parceira feita pelo TST com o Instituto Projeto Neymar Jr.
realiza campanha de combate ao trabalho infantil, que afirma que uma infância é
feita de brincadeiras, estudos, amigos, esportes e não de trabalho, conforme a
página digital do TST, acessada em 10-4-2016.
Em meados de 2015, o TST realizou uma nova campanha com o seguinte
slogan “Trabalho Infantil. Você não vê, mas existe”, buscou desconstituir os mitos,
mostrou que o trabalho precoce não garante futuro, mas a educação, conforme a
página digital no TST, acessado em 15-5-2016.
O Ministério Público do Trabalho possui a Coordenadoria Nacional de
Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (COORDIFÂNCIA)
é composta por um coordenador e uma vice-coordenadora nacional, e por membros
titulares e suplentes das Procuradorias Regionais. Este órgão realiza diversas
políticas públicas de prevenção nas escolas, conforme página digital do Ministério
Público do Trabalho, acessada em 15-5-2016.
O Tribunal Regional do Trabalho de Goiás, tem feito diversas ações e
projetos no enfrentamento da exploração do trabalho infantil, como a Corridinha
Infantil, conforme a página digital do TRT, acessada em 15-5-2016.
De fato, não basta somente fazer campanhas, o Estado deve investir em
políticas públicas para ter escolas integrais e educação de qualidade, atividades
educativas, professores capacitados, na infraestrutura do colégio, entre outras
medias. É imprescindível à participação da sociedade.
O Governo Federal possui o programa Agente Jovem de
Desenvolvimento Social e Humano, é voltado ao adolescente com idade 14 a 17
anos, que esteja com vulnerabilidade social, pertencentes a famílias de baixa renda,
afastando da escola, egressos de medidas protetivas e socioeducativas. Esse
projeto garante o menor no ensino e prepara para a inserção no mercado de
trabalho. Conforme página digital do governo federal, acessada em 21-5-2016.
No ano de 2016, o TST realizou outra campanha de combate ao trabalho
infantil, com seguinte tema Semana Nacional de Aprendizagem, você conhece a lei
de aprendizagem? Com parceria entre o Ministério Público do Trabalho, o Ministério
do Trabalho e Previdência Social. O intuito foi incentivar as empresas privadas a
cumprirem a cota de contração de jovens aprendizes, conforme a página do TST
15

acessada em 15-5-2016.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio- PNAD
2014 do IBGE, existem 3,3 milhões de crianças e adolescentes em situação regular
de trabalho no país. Deste número, 2,7 milhões são adolescentes entre 14 e 17
anos. Ou seja, 84% dos jovens estão trabalhando e 60 % deles exercem atividades
ilegais e perigosas, principalmente em indústria e agricultura, conforme a página
digital do TST, acessada em 15-5-2016.
As empresas devem contratar e matricular nos cursos dos Serviços de
Aprendizagem, no mínimo de 5% e no máximo 15%, dos trabalhadores existentes
no estabelecimento, conforme determina o artigo 429, da CLT.
O Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, deputado
Jean Wyllys (PSOL-RJ), contou aos presentes que vivenciou pessoalmente a
diferença entre o trabalho infantil e a aprendizagem legal. “Comecei a trabalhar aos
dez anos de idade e, aos 13, ingressei em um programa de jovem aprendiz,
conheço na pele a distinção entre trabalho infantil e o aprendizado assistido que
permite aos jovens permanecerem na escola e os protege”, conforme a página
digital do TST, acessada em 21-5-2016.
O contrato de aprendiz é um contrato especial, de prazo determinado não
superior a dois anos, que o empregador contrata adolescentes a partir de 14 anos
de idade até 24 anos, inscrito em programa de formação técnico-profissional
metódica, conforme prescreve o artigo 428, da CLT.
O limite de até 24 anos de idade, não se aplica a pessoa portadora de
deficiência, conforme dispõe o artigo 428, § 5. da CLT.
Este contrato supramencionado exige anotação na CTPS, além disso, é
indispensável que o aprendiz estar frequentado e matriculado na escola, conforme
determina o artigo 428, da CLT.
A jornada de trabalho não poderá exceder a seis horas diárias, sendo
proibida a prorrogação da jornada, este limite pode chegar até 8 horas se o aprendiz
completado o ensino fundamental, artigo 432, caput e § 1, da CLT.
O contrato de aprendizagem insere o adolescente no mercado de
trabalho, não afasta da escola, retira das drogas, garantem direitos básicos previstos
na CLT, quais sejam: jornada de trabalho de seis horas, intervalo intrajornada de 15
minutos, recolhimento do FGTS, 13ª salário, férias preferencialmente com as
escolares, entre outros.
16

O Poder Judiciário deve fazer cumprir a lei com eficácia, para garantir que
as crianças e adolescentes brasileiros não trabalhem. Além disso, é indispensável
que o Estado crie incentivos para que empresários possam investir em lugares onde
há falta de empregos para a população.

CONCLUSÃO

Este artigo científico tem por objetivo tentar mostrar para sociedade da
grande chaga que é o trabalho infantil. Que teve seu início no Brasil desde á época
da escravocrata, que as crianças eram exploradas.
Infelizmente em pleno século XXI, mesmo com vasta proteção no
ordenamento jurídico brasileiro, ainda temos que conviver com essa anomalia.
O trabalho infantil se verifica com mais nitidez nos lugares onde a pobreza
é maior, a criança e o adolescente se veem obrigado a ajudar a família. Os pais pela
baixa escolaridade não tem orientação. Ademais, pela dificuldade em enfrentar uma
distância para a chegar a escola, muitas vezes não tem professores, falta
infraestrutura.
Na maioria das vezes os pais não tem lugar adequado para deixar os
filhos quando estão trabalhando, é necessário que construa mais creches.
É dever do Estado e da família assegurar que as crianças e os
adolescentes, tenham direito a dignidade, desenvolvimento, brincar, estudar, estar
com a família, respeito, lazer, profissionalização, entre outros.
É imprescindível que o Estado, aumente os investimentos em escolas,
professores, bibliotecas, lazer e cultura. Incentive os empregadores a contratarem
aprendizes a partir de 14 anos.
O Poder Judiciário, o Ministério Público do Trabalho e outras entidades de
combate ao trabalho infantil é indispensável que continuem lutado para erradicar o
trabalho infantil na sociedade brasileira.

REFERÊNCIAS
17

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