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Índice

Introdução 2

Objectivos 2

Objectivo Geral 2

Objectivos específicos 2

Trabalho Infantil 3

Conceito 3

Causas 4

Desafios 4

Quadro Legal e Político para a Prevenção e Combate ao Trabalho Infantil 5

Problema 5

Previsão 6

Princípios da política pública 6

Estratégias da aplicação 7

Processo decisório 14

Conclusão 15

Referências bibliográficas 16

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Introdução

O trabalho infantil, conforme a Save The Children (2018), está entre os vários factores que
tem condicionado e roubado a infância a milhões de crianças em diversos países do mundo,
incluindo Moçambique.

Neste sentido, o presente trabalho subordinado ao tema “Trabalho Infantil”, pretende


analisar este problema público e implementar estratégias e políticas públicas que possam
ajudar a reduzir ou a eliminar esse mal, visto que a visão da

Organização Internacional do Trabalho (OIT) que defende a participação de crianças e


adolescentes no trabalho, sem afectar a sua saúde e o desenvolvimento pessoal e que não
interfira na sua educação tem sido um "fracasso''.

O estudo sobre a realidade do trabalho infantil em Moçambique aponta um quadro


preocupante da participação infantil no trabalho na faixa etária de 7 a 15 anos, o que nos
elucida que esse problema se tornou grave e alarmante, portanto, verifica-se a necessidade
de se criar condições para reverter essa situação que assola a sociedade moçambicana.

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Objectivos

Objectivo Geral

Formular uma política preferencial com o intuito de responder ao problema do trabalho infantil.

Objectivos específicos

● Descrever o trabalho infantil e a suas causas;


● Apresentar o quadro legal e político para a prevenção e combate ao trabalho infantil;
● Elaborar a melhor política para a resolução do problema.

Metodologia de pesquisa

Este trabalho foi elaborado na base técnica de pesquisa bibliográfica, direcionada as


questões abordadas entre diferentes obras que pesquisadas e serão descritos posteriormente.
Teve como referência bibliográfica trabalhos já elaborados e publicados brilhantemente
como livros, monografias, artigos científicos, dissertações e teses, “a pesquisa bibliográfica
mostrou-se uma opção válida e com suficiente legitimidade, visto que possibilitou a
contextualização das obras e dos sistemas elaborados, momento da pesquisa que justificou a
descrição da trajetória dos autores pela necessidade de contextualização das obras e
compreensão dos escritos” (CARVALHO DOS SANTOS, 2017). E utilizada a referência
bibliográfica como principal fonte desse trabalho pela situação sanitária, geográficas e de
recurso que não nos possibilita fazer um trabalho de campo ou entrevista aprofundada.

Esta técnica foi utilizada desde a etapa inicial do trabalho, com o objetivo de reunir as
informações e dados que serviriam de base para a construção do mesmo.

Trabalho Infantil

Contextualização

o trabalho infantil ainda continua sendo sintoma da falta de políticas públicas


eficazes de educação, socialização, cidadania e principalmente de distribuição de
renda e desenvolvimento socio-econômico de um país. Podemos dizer que, com

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o desenvolvimento industrial, tecnológico, comercial e social, refletidos na
crescente massificação das relações de trabalhistas, impostos pelo fenômeno da
globalização, a falta de políticas publicas de inserção social e cultural destes
trabalhadores/cidadãos é causa da imersão dessa massa na miséria e na pobreza,
acabando por precocemente inserir crianças e adolescentes em atividades
laborais, muito mais como um meio de incrementar ganhos para a sobrevivência
familiar do que efetivamente uma exploração econômica tendo em vista sua
mirrada capacidade produtiva.

A legislação pátria consubstanciada principalmente na Constituição da republica


os direitos da Criança e a lei de diretrizes e bases da educação e a própria
consolidação das leis do trabalho, reconheceram a necessidade de se proteger a
criança e o adolescente, tendo-os como parte vulnerável e merecedora de
proteção Estatal frente aos abusos, explorações, deficiências e precariedade
existentes na realidade social do país.

em sua fragilidade e exclusão sócio, econômico e cultural, é que faz necessário à


existência de mecanismos de controle, fiscalização e acima de tudo proteção
legal, Estatal e de ação e política pública, capaz de salvaguardar o
desenvolvimento sustentável e a inserção do menor enquanto ser carente de
desenvolvimento humano. Estado como entidade protetora e concessiva das
garantias fundamentais. frente a uma estagnação econômica, existência de um
mercado recessivo, com demissões e falta de novas contratações, emerge na
sociedade um trabalho autônomo, desprovido de garantias, documentação ou
qualquer tipo de registro, surge trabalho informal.

Como um problema sócio-político e econômico, o informalismo passa a ser a


grande vertente na sobrevivência de uma grande parcela de trabalhadores.

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em países como Moçambique, subdesenvolvidos, a miserabilidade de sua sociedade reflete-se
justamente na necessidade de se inserir no mercado de trabalho, aqui entendido como
qualquer atividade que lhe renda dinheiro ou produtos de subsistência, é como se a evolução
não houvesse chegado ainda, não por força da vontade do povo, mas sim por força da falta de
perspectivas de crescimento social, econômico e educacional, aqui visto de maneira ampla,
pois a persistência de poucos, com sacrifício e duras penas, conseguem reverter este quadro
de imersão. O trabalho infantil tem sido um dos fenómenos que mais caracterizam a violação
dos direitos da criança em Moçambique.

Segundo o INE (instituto nacional de estatística) Moçambique tem uma população estimada
de 30milhões de pessoas com uma taxa de crescimento anual de 1.8 Cerca de 45% da
população é menor de 15 anos de idade, e 18.2% está abaixo dos 5 anos de idade. Do
universo total da população moçambicana, 16.2 milhões são crianças, representando mais da
metade da população (52%), e estima-se que cerca de 37% de crianças entre os 5 e os 14 anos
de idade, estejam envolvidas em trabalho infantil. Em geral, os rapazes e as raparigas estão
igualmente envolvidos, à excepção do trabalho infantil no trabalho doméstico, que conta com
mais raparigas do que rapazes.

Conceito

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece o facto de nem todas as formas de trabalho
envolvendo crianças, podem ser consideradas como trabalho infantil. Segundo a OIT [Guia Prático da
Convenção nº 182. 2 INE (2012).], a participação de crianças ou adolescentes em trabalhos que não
prejudicam a sua saúde e o seu desenvolvimento pessoal nem comprometem a sua educação, é geralmente
considerada uma experiência positiva. É o caso das tarefas domésticas e familiares não prejudiciais, do
trabalho executado para ajudar num negócio de família ou das atividades exercidas fora do horário escolar
e durante as férias para ganhar algum dinheiro. Este tipo de trabalho contribui para o desenvolvimento das
crianças e para o bem-estar das suas famílias; permite-lhes adquirir competências, hábitos e experiência,
ajudando-as a prepararem-se para se tornarem membros úteis e produtivos da sociedade quando atingirem
a idade adulta.

O trabalho considerado “trabalho infantil”, consiste em atividades suscetíveis de:

Prejudicar a saúde e o desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças., comprometendo a sua
educação, privando-as da oportunidade de frequentar a escola; obrigando-as a abandonar prematuramente a
escola; ou obrigando-as a tentar conjugar os estudos com uma carga de trabalho excessiva.

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Nas formas mais extremas de trabalho infantil, as crianças são reduzidas à escravatura, separadas das suas
famílias, expostas a perigos e doenças graves e ou abandonadas, muitas vezes quando ainda são muito
novas.

Porém, é difícil formular uma definição precisa do termo “trabalho infantil” que seja
aplicável a todas as situações e a todos os países. Por essa razão, o desafio é como
estabelecer a distinção entre as formas “aceitáveis” de trabalho realizado por crianças e o
trabalho infantil propriamente dito. A classificação de determinadas formas de trabalho
como trabalho infantil tem por base critérios como a idade da criança, o tipo de trabalho
executado, as condições em que é realizado e os objetivos prosseguidos por cada país.
Portanto, a resposta depende de país para país e, mesmo dentro do mesmo país, de um sector
para outro. Para o caso de Moçambique, o Governo ainda não definiu, em concreto, o que é
trabalho infantil.

Causas

As causas do trabalho infantil são diversas e complexas, e podem variar de contexto tendo
em conta as especificidades de cada país e mesmo de cada região ou província, para o caso
de Moçambique. Contudo, podem ser identificadas três principais causas básicas que,
conjugadas, contribuem potencialmente para a ocorrência do trabalho infantil em
Moçambique:

● Fatores socio-culturais;
● Pobreza da família e;
● Oferta adequada dos serviços sociais básicos.

Desafios

Um dos principais desafios na prevenção e combate ao trabalho infantil em Moçambique é a


falta de um quadro político e legal claro capaz de dar resposta a este problema. Apesar de, ao
nível legal, a Lei do Trabalho [lei 23/2007, de 20 de julho.] prever disposições em relação à
idade para o trabalho envolvendo menores, prevendo que “o empregador só pode admitir ao
trabalho o menor que tenha completado quinze anos de idade, mediante autorização do seu
representante legal” [Lei 23/2007, de 20 de julho, Art. 26, nº 1.], a mesma Lei prevê
exceções, em condições especiais, para a prestação de trabalho por menores de idade entre
os 12 e 15 anos. Este tipo de exceções abre espaço para que crianças com idades inferiores a
15 anos sejam sujeitas ao trabalho infantil perigoso, num cenário em que a capacidade de
fiscalização pelo Sector do Trabalho não é ainda suficiente e abrangente.

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Por outro lado, a Lei do Trabalho não responde aos riscos em que os menores envolvidos no
trabalho infantil estão sujeitos, para além de encontrar desafios na sua implementação, não
garantindo que as crianças sejam integralmente protegidas contra esta prática. No que refere
aos trabalhos perigosos por exemplo, a Lei não é suficientemente protetora, prevendo apenas
que “o empregador não deve ocupar o menor, com idade inferior a dezoito anos, em tarefas
insalubres, perigosas ou as que requeiram grande esforço físico, definidas pelas autoridades
competentes após consulta às organizações sindicais e de empregadores” [ Lei 23/2007, de
20 de Julho, Art. 23, nº 2. 6 UNICEF (2014).]. Uma regulamentação da lei neste aspeto seria
importante para prevenir e combater casos de envolvimento de crianças no trabalho infantil
perigoso.

Quadro legal e político para a prevenção e combate ao trabalho infantil

Em 2013, o Governo através do Ministério do Trabalho e em parceria com os Parceiros


Sociais, da Sociedade Civil e de Cooperação, lançou o processo de elaboração do Plano
Nacional de Acção para o Trabalho Infantil, tendo reconhecido que apesar de não existirem
estudos finalizados sobre o fenómeno em Moçambique, O sector doméstico e informal é
aquele que mais emprega crianças no país, considerando por isso que a elaboração deste
Plano de Acção, é essencial para que o país encontre soluções viáveis para a erradicação do
trabalho infantil.

O Estado moçambicano reconhece o trabalho infantil como um problema social grave e


complexo, por isso ratificou as Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
nº 138, sobre a Idade Mínima para o Trabalho Infantil, e nº182, sobre a Erradicação das
Piores Formas do Trabalho Infantil, em junho de 2003. Ratificou ainda a Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, em abril de 1994 e a Carta Africana dos
Direitos e Bem-estar da Criança, em julho de 1998. Todos estes instrumentos internacionais,
referem a necessidade dos Estados em Parte adotarem todas as medidas ao seu alcance para
proteger as crianças do trabalho infantil.

Problema

O trabalho infantil é um fenômeno que mais caracteriza a violação dos direitos da criança
em Moçambique. Embora passos importantes estejam sendo dados com vista a melhorar o
quadro político-legal para a proteção da criança contra o trabalho infantil no nosso País, este
fenômeno permanece sendo um dos maiores entraves ao desenvolvimento harmonioso da
criança e da sociedade moçambicana, impedindo a criança vítima com riscco de realizar
plenamente os seus direitos.

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Um dos principais desafios na prevenção e combate ao trabalho infantil em Moçambique é a
falta de um quadro político e legal claro capaz de dar resposta a este problema. Apesar de a
nível legal a lei do trabalho envolvendo menores, prevendo o menor que tenha completado
15 anos de idade mediante autorização do seu representante legal, a mesma lei prevê, em
condições especiais, para a prestação de trabalho por menores de idade entre os 12 e 15 anos.

Este tipo de exceções abre espaço para que crianças com idades inferiores a 15 anos sejam
sujeitas ao trabalho infantil perigoso, num cenário em que a capacidade de fisco pelo setor
do trabalho não é ainda suficiente e abrangente.

Previsão

Como forma de resolver o problema em causa, olhando para os critérios de análise de


políticas públicas de WILLIAM DUNN e de KRAFT e FURLONG decidimos elencar as
seguintes alternativas:

Princípios da política pública

Estabelecemos os princípios que orientam a sua implementação:

a) Do combate às Piores Formas de Trabalho Infantil

Este princípio reconhece que as piores formas do trabalho infantil são prejudiciais ao
desenvolvimento intelectual e físico da criança;

b) Do respeito pelos direitos da criança- As piores formas de trabalho infantil violam os


direitos da criança;

c) Da participação das crianças- As crianças como atores capazes e com oportunidade de


participar nas atividades para eliminar as Piores Formas do Trabalho Infantil;

d) Da multissectorialidade- Requer uma abordagem multissetorial e integrada para a


eliminação das Piores Formas do Trabalho Infantil,

e) Da integração do género- Meninos e meninas são afetados pelo trabalho infantil de


forma diferente;

f) Da apropriação local e Acão - Requer compromisso e envolvimento das comunidades a


nível local.

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Estratégias da aplicação

As nossas estratégias assentam em 5 eixos que vão assegurar a implementação de medidas e a cções
concretas para a prevenção e mitigação das piores formas do trabalho infantil:

● Acesso à Educação e Formação Profissional.


● Fortalecimento da capacidade de geração de renda das famílias afetadas pelas piores formas de
trabalho infantil
● Sensibilização e comunicação para Mudança de Comportamento.
● Fortalecimento da capacidade das instituições relevantes, revisão do quadro legal, bem como a
melhoria da coordenação e o tripartismo para permitir a execução efetiva de programas de apoio
para a eliminação das Piores Formas do Trabalho Infantil.
● Retirada, reabilitação e Integração de crianças envolvidas nas Piores Formas de Trabalho
Infantil e sua colocação em programas de geração sustentável de meios de vida.

Primeira alternativa: Acesso à Educação e Formação Profissional

O acesso e a qualidade da educação são fatores muito importantes para a eliminação do trabalho infantil,
pois determinam o valor atribuído à educação por parte dos pais no que tange ao desempenho e retenção
das crianças na escola. esta política vai concentrar-se em aumentar esforços no acesso à educação e à
formação profissional para crianças e jovens, e no aumento do nível de educação e oportunidades de
formação profissional para crianças e jovens, de modo a servir como uma medida de prevenção do
Trabalho Infantil.

Tais esforços serão orientados para a criação e manutenção de um ambiente escolar seguro, atraente e
amigável para que as crianças permaneçam nele, onde a participação das crianças deve constituir um
elemento importante da estratégia e a formação dos professores em pré́ -serviço e em serviço deve ser
reforçada para garantir a sensibilização dos professores

sobre os efeitos negativos das piores formas do trabalho infantil. Para tal, dever-se-á́ identificar/mapear as
casas, empresas, locais que possuem crianças envolvidas nas piores formas do trabalho infantil, incluindo
as respetivas entidades patronais.

Para garantir a materialização desta política “Acesso a Educação e Formação Profissional, serão realizadas,
entre outras, as seguintes acções:

a) Fortalecer as práticas de encaminhamento e resposta ao nível das escolas, comunidades, envolvendo


as lideranças locais, chefes dos quarteirões, municípios, líderes comunitários, linhas de denúncia e
identificando os pontos focais;

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b) Desenvolver o Código de Conduta nas escolas, através da formação de professores e alunos sobre os
seus direitos e responsabilidades;

c) Resolver conflitos internos nas escolas, comunidades e patronato por meio da avaliação, facilitação e
plano de gerenciamento de conflitos, em coordenação com os inspetores e outras instituições relevantes;

d) Assegurar a aprendizagem e protecção da criança, dos alunos em situações de trabalho infantil através
da formação de professores;

e) Introduzir nos currículos escolares temas sobre os perigos das Piores Formas do Trabalho Infantil e
seu impacto;

f) Proteger as crianças contra a violência em casa, na escola e no local de trabalho, treinando os pais,
professores e entidades empregadoras em práticas de convivência;

g) Abordar os malefícios da violência no local de trabalho, induzindo a mudança de comportamento


através da gamificação;

h) Estimular a prática das atividades físicas, desportivas e culturais nas escolas e comunidades como
forma de prevenir que as crianças estejam envolvidas no consumo de álcool, drogas ilícitas, entre outros
males.

Segunda alternativa: Fortalecimento da capacidade de geração de renda das famílias afetadas pelas
formas de Trabalho Infantil.

O desafio da geração de renda por parte das famílias agrava a vulnerabilidade das crianças ao trabalho
infantil, Como estratégia, pretende-se reduzir a dependência das famílias envolvidas no Trabalho Infantil
pela implementação de medidas de empoderamento económico sustentável e integrado, dentro dos
parâmetros do Programa Quinquenal do Governo através da promoção de programas de geração de
rendimentos de substituição nas famílias afectadas, pela retirada dos seus filhos do trabalho, como um
incentivo para eliminar o trabalho infantil.

Terceira alternativa: Sensibilização e Comunicação para Mudança de Comportamento

Este eixo, centraliza-se no aumento da consciencialização sobre as consequências do trabalho perigoso a


todos os níveis e sobre a importância de investir na educação das crianças, como um elemento importante
na redução e eventual eliminação do trabalho infantil.

Para garantir a materialização do presente eixo serão realizadas, entre outras, as seguintes acções:

a) Desenvolver e implementar uma estratégia de comunicação sobre o combate ao trabalho infantil que
privilegie a comunicação em línguas locais e imagens ilustrativas;

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b) Divulgar mensagens chave concernentes ao papel da sociedade no combate ao trabalho perigoso;

c) Promover o diálogo com as comunidades como meio de mobilização para liderar o processo de
combate às Piores Formas de Trabalho Infantil;

d) Realizar campanhas de sensibilização nas comunidades utilizando diferentes meios de entre os quais
workshops, seminários, campanha do cartão vermelho ao trabalho infantil reuniões com líderes
comunitários e vários segmentos da sociedade civil com destaque para as confissões religiosas;

e) Capitalizar experiências acumuladas na prevenção e proteção dos direitos das crianças e partilha-los
com as comunidades;

f) Realizar sessões de treinamento com destaque para líderes comunitários, professores, profissionais da
saúde, Polícias Municipal e de Trânsito, chefes do sectores nas esquadras,

mídia, inspetores do trabalho, membros dos Grupo de Referência Nacional de Proteção as Crianças e de
Combate ao trafico de Pessoas e menores, para além das organizações da sociedade civil que lidam com
assuntos da criança;

g) Sensibilizar o sector privado a afixar placas e distribuir panfletos nos estabelecimentos, que versam o
combate as piores formas do trabalho infantil;

h) Promover acções específicas de identificação e eliminação dos principais focos de prostituição de


menores no seio das comunidades e nas cidades;

i) Criar sinergias com a campanha contra os casamentos prematuros uma vez que este constitui um fator
de risco no âmbito do Trabalho Infantil;

j) Promover eventos que assinalam o dia mundial de luta contra o trabalho infantil.

Quarta alternativa: Fortalecimento do quadro legal e da capacidade das instituições de fiscalizar e


punir

A eficácia na eliminação do Trabalho Infantil exige uma estrutura que assegure a cooperação entre os
principais órgãos do Governo, dos empregadores e trabalhadores, da sociedade civil e de outros parceiros,
de modo a intensificar a luta contra esta prática.

Para garantir a materialização do presente eixo serão realizadas, entre outras, as seguintes acções:

a) Aprovar e divulgar a Lista dos Trabalhos Perigosos

b) Elevar a idade mínima para admissão ao emprego para os 15 anos, em conformidade como a
Convenção 138 da OIT, eliminando a excepção que permite o trabalho de crianças a partir dos 12 anos.

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c) Assegurar a aplicação efetiva das normas que visam a protecção das crianças contra a exploração
laboral;

d) Regulamentar as condições em que a prestação de trabalho poderá́ ser realizada por menores;

e) Produzir e divulgar folhetos e panfletos informativos sobre os diferentes instrumentos legais sobre os
direitos e proteção da criança, com particular atenção nas piores formas do trabalho infantil;

f) Reforçar a capacidade das autoridades governamentais, órgãos centrais e locais, proporcionando-lhes


várias formações relacionadas com a legislação sobre o trabalho infantil e seus mecanismos de aplicação;

g) Estabelecer mecanismos de coordenação entre as inspecções sectoriais para maior conhecimento dos
locais de ocorrência do Trabalho Infantil, com destaque para as zonas fronteiriças.

Quinta alternativa: Retirada, Reabilitação e Integração de crianças envolvidas no Trabalho Infantil,


instituindo programas de meios de vida sustentáveis.

A retirada, reabilitação e prevenção de crianças envolvidas em exploração do trabalho infantil perigoso,


implica o aumento no acesso a formas alternativas viáveis, como educação e protecção social, como forma
de garantir que as crianças retiradas do trabalho perigoso não retornem a esta prática.

Para garantir a materialização do presente eixo serão realizadas, entre outras, as seguintes acções:

● Promover grupos de apoio entre as crianças mais velhas para que se tornem modelos para seus pares;

● Identificar as crianças envolvidas nas Piores Formas do Trabalho Infantil;

● Integrar nas escolas e centros técnicos as crianças menores de 15 anos de idade, que estão associadas
ao trabalho infantil;

● Encontrar formas alternativas, como prestação de assistência social a famílias chefiadas por menores;

● Integrar nos planos de acção das instituições competentes, as atividades destinadas a retirar as crianças
das Piores Formas de Trabalho Infantil;

● Desenvolver acções de reabilitação psicossocial das crianças envolvidas em trabalhos perigosos e suas
Piores Formas;

● Prestar apoio às famílias pobres com as crianças envolvidas no trabalho infantil para aumentar a sua
capacidade de auto- subsistência em coordenação com as ONG`s, nacionais e internacionais;

● Melhorar as condições de trabalho saúde, higiene da criança no ambiente de trabalho;

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● Integrar as crianças com idade entre 15-17 anos em condições de risco, em acções de e formação
vocacional e eventos culturais e desportivos;

● Incentivar as famílias a investir mais na educação de seus filhos para que as crianças permaneçam na
escola até que atinjam a idade legal para o trabalho;

● Elaborar e adotar uma lista de trabalhos perigosos na legislação nacional

● Garantir que todas crianças retiradas das Piores Formas do Trabalho Infantil tenham Bilhete de
Identidade; e

● Melhorar os mecanismos de controlo de entrada e saída de crianças, com particular atenção ao tráfico
de menores

Prescrição

Com o método da prescrição os analistas podem estimar níveis de risco e incertezas, identificarem
externalidades e repercussões, especificar critérios para fazer escolhas e atribuir responsabilidades
administrativas para implementação de políticas. (Willian Dunn, 2018) Portanto, após analisarmos todas
alternativas possíveis e consequências no caso da sua implementação, escolhemos uma alternativa
preferida que provavelmente melhor pode resolver o problema do trabalho infantil em Moçambique.
Portanto, 5 alternativas foram consideradas não aplicáveis no contexto. A alternativa preferida diz respeito
ao Fortalecimento da capacidade de geração de renda das famílias afetadas pelas formas de Trabalho
Infantil.

Fortalecimento da capacidade de geração de renda das famílias afetadas pelas formas

de Trabalho Infantil.

Consequências positivas

● Maior autonomia da economia a longo prazo.


● Menos custos na assistência social do estado.
● Redução do índice do analfabetismo.
● Aumento ao acesso à educação.
● Redução do índice da criminalidade e mendicidade.
● Redução da pressão no setor da saúde.

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Consequências negativas

● Altos custos no orçamento do estado a curto prazo.


● Aumento das necessidades das famílias.

Riscos e incertezas

O risco dessa política reside na incerteza da sua funcionalidade, pois, uma vez que requerem o grande
capital inicial, este pode ser perdido sem que alcance a perspetiva do crescimento econômico dessas
famílias, isto é, o maior risco da implementação dessa política está na possibilidade de gastar muitas
verbas/ capital do estado para ajudar ajudar no crescimento econômico delas e mesmo assim não acontecer
por vários motivos, desde a falta de educação suficiente para estas famílias gerirem a nova condição como
também o surgimento de corrupção durante o processo da implementação. Uma vez que boa parte da
sociedade ainda não está ciente desse fenômeno e dos males derivados do mesmo, nas suas vidas, ela pode
ter uma reação negativa aquando da implementação dessa política; A sociedade pode não legitimar a lei em
questão.

Optamos pelo uso da racionalidade substantiva visto que refere-se a escolhas racionais que envolvem a
comparação de múltiplas formas de racionalidade a fim de fazer a escolha mais apropriada em
determinadas circunstâncias, e, como já foi referido, o tópico em questão é de extrema delicadeza, muito
mais por envolver todas classes sociais. Apesar dos benefícios, apresentados com a implementação da lei
em causa, devemos ter em conta a opinião de todas as camadas da sociedade, porque só assim essa política
terá unreal efeito desejado.

Processo decisório

Propomos ao governo Fortalecimento da capacidade de geração de renda das famílias


afectadas pelas formas de Trabalho Infantil. A nossa decisão foi baseada no modelo de
escolha racional.

Por outro lado a nossa decisão ao escolher a alternativa supracitada foi conduzida pela ineficiência e
ineficácia das políticas existentes para esse problema em Moçambique, por isso a criação de um quadro
legal para definir regras para disciplinar a constituição e organização das instituições resolveriam
parcialmente o problema, porque tais regras serviam de diminuição a propensão desse problema, onde se
assume que o principal motivo é a económica. Entretanto, esta alternativa de política apresenta suas
limitações, como a questão de que inicialmente requer um grande capital económico, boa parte da
sociedade ainda não está ciente desse fenómeno (pois está profundamente enraizado) e dos males
derivados da corrupção, ela pode ter uma reação negativa aquando da sua implementação.

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Conclusão

No presente trabalho, concluímos que o trabalho infantil tem sido um dos fenómenos que mais
caracterizam a violação dos direitos da criança em Moçambique, o trabalho infantil é consequência da falta
de políticas públicas eficazes de educação, socialização, cidadania e principalmente de distribuição de
renda e desenvolvimento socio-econômico de um país, um dos principais desafios na prevenção e combate
ao trabalho infantil em Moçambique é a falta de um quadro político e legal claro capaz de dar resposta a
este problema. E para finalizar concluímos que para que as políticas públicas no que concerne ao problema
do trabalho infantil tenham efetividade deve-se garantir principalmente o acesso à Educação e Formação
Profissional, o fortalecimento da capacidade de geração de renda das famílias afetadas pelas piores formas
de trabalho infantil.

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Referências bibliográficas

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trabalho infantil em Moçambique. 2017. Disponível em:
https://www.ilo.org/dyn/natlex/docs/ELECTRONIC/106421/130734/F2024838475/
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● SAVE THE CHILDREN MOZAMBIQUE. Celebra-se hoje o dia mundial de combate ao trabalho
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https://mozambique.savethechildren.net/news/celebra-se-hoje-o-dia-mundial-de-combate-ao-
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11/05/2022
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