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PLANO DE CURSO

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
PREPARAÇÃO PARA O MUNDO DO
TRABALHO

Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios

VERSÃO 1
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

INFORMAÇÕES DO CURSO NO SENAC SÃO PAULO

Área de Negócio: Gestão e Negócios

Subárea: Administração Geral

Ficha Técnica: 25364

Formato de Oferta: Presencial

Histórico de versões

Versão 1 – 02/05/2022 – vigente a partir de 16/05/2022

PC – Preparação para o Mundo do Trabalho


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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

1 IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

Título do Curso: Preparação para o Mundo do Trabalho

Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios

Carga Horária: 160 horas

Código CBO: 4110

2 REQUISITOS E FORMAS DE ACESSO

Para matrícula no curso de Qualificação Profissional Preparação para o Mundo do


Trabalho, o (a) candidato (a) deve ter idade entre 14 e 21 anos e estar
cursando o Ensino Fundamental.

Documentos exigidos para matrícula:

▪ RG e CPF ou outro documento de identificação que comprove a numeração


destes registros (apresentação).

3 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

As mudanças no mundo do trabalho são, talvez, uma das poucas certezas do


mundo contemporâneo. Tudo está em profunda transformação. A velocidade com
que essas mudanças ocorrem não permite, muitas vezes, que se façam previsões
com grande antecedência, demandando, portanto, maior preparação dos jovens
que precisam realizar uma escolha profissional e buscar posições no mercado de
trabalho. Além de tentar prever as transformações, é importante ter condições
para se adaptar e criar soluções que acolham, dentro do possível e a um só
tempo, desejos e necessidades de quem precisa escolher uma profissão.

Se essas mudanças e transformações causam impactos na vida de quem busca


uma colocação profissional, maior ainda é o efeito que exerce sobre a juventude.
São eles que arcam com o peso maior dos números negativos que figuram nas
estatísticas pelo mundo afora. Segundo a Organização Internacional do Trabalho
(2017, p. 8)1:

1
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Tendências Globais de Emprego para a Juventude 2017. Genebra, 2017.
Disponível em: <https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/---
publ/documents/publication/wcms_598669.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2020.

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▪ Em 2017, quase 70,9 milhões de jovens estavam desempregados no mundo,


o que equivale a uma taxa de desemprego juvenil global de 13,1%.

▪ Jovens têm três vezes mais chances de estarem desempregados do que


adultos.

▪ Mesmo quando jovens conseguem encontrar trabalho, a qualidade do


emprego permanece sendo uma questão. Três de cada quatro jovens no
mundo trabalham em empregos informais.

▪ Em países emergentes e em desenvolvimento, 16,7% dos jovens


trabalhadores vivem com rendas inferiores à linha da extrema pobreza (US$
1,90 por dia).

▪ Globalmente, estima-se que 21,8% dos jovens não estão estudando ou


trabalhando. Desses, 76,9% são mulheres.

▪ Entre 2017 e 2030, a força de trabalho global juvenil irá aumentar em 25,6
milhões; estes jovens trabalhadores irão precisar de empregos.

Ainda segundo esse estudo da OIT, a taxa de desemprego entre os jovens


brasileiros é mais que o dobro da média mundial. No Brasil, um estudo publicado
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2019)2 mostra que os
jovens com idade entre 18 e 24 anos possuem a menor probabilidade de serem
contratados e têm a maior chance de serem demitidos. Soma-se ainda a esse
cenário o grande problema da evasão escolar. Segundo dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IBGE, 2019)3, em 2018, cerca de
24,3 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos não frequentavam a escola, curso
de educação profissional ou pré-vestibular e não haviam concluído a educação
básica obrigatória. Dessa forma, configurou-se um cenário que fez recair sobre
os jovens a pecha dos chamados “nem-nem”, como se fosse deles a escolha de
estar fora desses dois mundos: escola-trabalho.

Embora a sociedade contemporânea esteja testemunhando uma diminuição na


oferta de empregos, o trabalho permanece valorizado, visto que é por meio dele
que se constitui boa parte das interações sociais e das compreensões que os

2
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Carta de Conjuntura, n. 42, 1º trimestre de 2019. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/conjuntura/190320_cc_42_mercado_de_trabalho.pdf>. Acesso em: 23 de
mar. 2020.
3
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E PESQUISA (IBGE). Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de
vida da população brasileira. Rio de Janeiro, 2019. Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101678.pdf>. Acesso em: 23 de mar. 2020.

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sujeitos têm sobre si, compondo sua identidade. A escolha profissional é parte da
necessidade do indivíduo e se profissionalizar constitui não apenas na
possibilidade de um rendimento ligado à sobrevivência, mas também de
realização pessoal e social. É nesse contexto que se insere o curso Preparação
para o Mundo do Trabalho.

Esse curso se originou do Programa Educação para o Trabalho que foi criado em
1996 e teve atualizações ao longo dos anos. Ele adotava uma metodologia
transformadora (aprender a aprender) e direcionava forças para o
desenvolvimento de jovens cidadãos, autônomos e críticos, estimulando-os para
a realização de mudanças significativas na busca de melhor qualidade de vida
por meio do trabalho. Em 2007, após 11 anos de existência, foi realizada uma
pesquisa com a intenção de verificar os impactos causados na vida dos jovens,
de suas famílias e da sociedade. Desse processo resultou a 3ª edição do
Programa Educação para o Trabalho, agregando ao nome o termo “Novas
Conexões”. Essa versão do curso foi lançada em 2008 e ficou em vigor até o ano
de 2015, capacitando mais de 50 mil jovens em todo o Estado de São Paulo. Em
2020, o curso voltou para a programação da área de Desenvolvimento Social,
adotando o mesmo título com o acréscimo de um complemento para marcar a
mudança: Programa Educação para o Trabalho: novas articulações. Em 2022,
diante da análise das necessidades do mercado o curso sofre nova alteração e
passa a se chamar "Preparação para o mundo do trabalho".

Esse curso pretende oportunizar para o jovem o reconhecimento da relevância


do trabalho para a transformação da sociedade e para a construção da sua
identidade. O esforço é pelo reconhecimento da característica coletiva do
trabalho, contrapondo-se à tendência atual de compreendê-lo como uma
atividade individualizada.

O trabalho será analisado para além do sentido de subsistência, considerando-o


também como meio de contribuição para a transformação social e pessoal dos
sujeitos históricos e coletivos. Busca-se, portanto, a inserção no mundo do
trabalho com criticidade, procurando equacionar as novas configurações e
organizações do trabalho, as relações humanas e as tecnologias.

Acredita-se na necessidade de oportunizar acessos, de maneira que os jovens


também possam considerar em sua escolha as possibilidades que desconhecem
nos contextos em que vivem. Parte-se do pressuposto que não se pode escolher
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aquilo cuja existência é desconhecida. Contudo, não basta ter acesso, é preciso
saber articular as informações e conexões com criticidade.

Esses aspectos, além de comporem o cerne do curso, reforçam o que preconiza o


Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, no sentido da proteção e
compreensão dos jovens enquanto sujeitos de direitos. Regido pela Lei 8.069, de
13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990)4 foi
criado a partir de uma mobilização histórica da sociedade brasileira,
demonstrando, assim, a preocupação com as condições que estavam sendo
proporcionadas aos jovens do país. Após mais de três décadas, a situação dos
jovens ainda inspira preocupação. O curso de Preparação para o Mundo do
Trabalho é uma das formas que temos de contribuir para a transformação destas
circunstâncias.

Objetivo geral:

▪ Formar profissionais com competências para atuar e intervir em seu campo


de trabalho, com foco em resultados.

Objetivos específicos:

▪ Promover o desenvolvimento do aluno por meio de ações que articulem e


mobilizem conhecimentos, habilidades, valores e atitudes de forma
potencialmente criativa e que estimule o aprimoramento contínuo.

▪ Estimular, por meio de situações de aprendizagens, atitudes


empreendedoras, sustentáveis e colaborativas nos alunos.

▪ Articular as competências do perfil profissional com projetos integradores e


outras atividades laborais que estimulem a visão crítica e a tomada de
decisão para resolução de problemas.

▪ Promover uma avaliação processual e formativa com base em indicadores


das competências, que possibilitem a todos os envolvidos no processo
educativo a verificação da aprendizagem.

▪ Incentivar a pesquisa como princípio pedagógico e para consolidação do


domínio técnico-científico, utilizando recursos didáticos e bibliográficos.

4
BRASIL. Presidência da República. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e
dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm >. Acesso em: 23
mar. 2020.

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4 PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO

O jovem formado pelo curso de Preparação para o Mundo do Trabalho atua no


mundo do trabalho, realizando escolhas profissionais de forma autônoma e
crítica, a partir da articulação entre desejos e necessidades; da compreensão
sobre a natureza coletiva do trabalho; da análise sobre as oportunidades
existentes para as juventudes; e do reconhecimento sobre a relevância que o
trabalho tem para a construção de sua identidade e transformação da sociedade.

Interage com profissionais de diversas áreas e contextos, partindo da


compreensão do funcionamento das organizações, da diversidade das interações
sociais, dos campos de trabalho em que pode atuar e das oportunidades que
pode acessar nos contextos em que está inserido e fora deles também.

O profissional qualificado pelo Senac tem como marcas formativas: domínio


técnico-científico, visão crítica, atitude empreendedora, sustentável,
colaborativa, atuando com foco em resultados. Essas marcas formativas
reforçam o compromisso da instituição com a formação integral do ser humano,
considerando aspectos relacionados ao mundo do trabalho e ao exercício da
cidadania. Essa perspectiva propicia o comprometimento do aluno com a
qualidade do trabalho, o desenvolvimento de uma visão ampla e consciente
sobre sua atuação profissional e sobre sua capacidade de transformação da
sociedade.

A ocupação está situada no Eixo Tecnológico Gestão e Negócios e pertence ao


segmento de Gestão.

A seguir estão as competências que compõem o perfil do egresso do Preparação


para o Mundo do Trabalho:

▪ Reconhecer a importância do trabalho para a constituição de sua identidade,


inserção social e transformação da sociedade.

▪ Fundamentar suas escolhas pessoais e profissionais com base no equilíbrio


entre desejos, necessidades e oportunidades.

▪ Preparar-se para a inserção crítica no mundo do trabalho, equacionando as


novas configurações e organizações do trabalho, relações humanas e
tecnologias.

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5 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

O Modelo Pedagógico Senac considera a competência o ponto central do currículo


da Qualificação Profissional, sendo a competência a própria unidade curricular.

Carga
Unidades Curriculares
horária

UC1: Reconhecer a importância do trabalho para a


constituição de sua identidade, inserção social e
Preparação para o Mundo do

48 horas
UC4: Projeto Integrador

transformação da sociedade.

UC2: Fundamentar suas escolhas pessoais e


16 horas
Trabalho

profissionais com base no equilíbrio entre desejos, 48 horas


necessidades e oportunidades.

UC3: Preparar-se para a inserção crítica no mundo do


trabalho, equacionando as novas configurações e
organizações do trabalho, relações humanas e 48 horas
tecnologias.

Carga Horária Total5 160 horas

5.1 Detalhamento das Unidades Curriculares

Unidade Curricular 1: Reconhecer a importância do trabalho para a


constituição de sua identidade, inserção social e transformação da
sociedade.

Carga horária: 48 horas

Indicadores

1. Reflete sobre a história do trabalho, estabelecendo relações com a forma como a


sociedade se organiza.
2. Reflete sobre a dimensão coletiva do trabalho, estabelecendo relações entre os
diversos processos produtivos.

3. Reconhece o sistema de organização do trabalho, identificando possibilidades de


acesso ao mercado formal ou informal que canalizem desejos e necessidades.

5
Soma das Unidades Curriculares, inclusive Projeto Integrador.

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Elementos da competência

Conhecimentos

▪ Sistema político e econômico brasileiro: panorama geral;

▪ Democracia, direitos humanos (Declaração Universal dos Direitos Humanos) e


direitos sociais no Brasil;
▪ Constituição Cidadã de 88: Marcas democráticas da Constituição (universalidade
dos direitos - conselhos/conferências/estatutos);
▪ Estado e política: poderes da República;

▪ Globalização: economia capitalista e economia solidária;

▪ Espaços de ocupação e desenvolvimento do território: economia solidária


(histórico, organização, conquistas e modelos produtivos), conceito de comércio
justo, conceito de cooperativismo; conceito de redes de arranjo produtivo,
autogestão (conceito, experiências de organização de trabalho e geração de
renda);

▪ Tecnologia: impactos na organização e nas relações do trabalho;


▪ Trabalho: processo histórico de organização (reinvindicações, direitos trabalhistas,
CLT, previdência social, responsabilidades, precarização); relações de trabalho
(sujeito coletivo); emprego e profissão (conceito e diferenças);

▪ Formas de organização do trabalho e questões éticas: processos produtivos,


mercado formal, informal, legal e ilegal;
▪ Participação e movimentos sociais: ampliação de direitos nas sociedades humanas
e justiça social;
▪ Engajamento: conceito, fatores e níveis de engajamento;

▪ Convivência e direito à cidade: espaço público e espaço privado.


Habilidades

▪ Relacionar fatos históricos com a própria realidade;

▪ Identificar os aspectos históricos do trabalho e dos processos produtivos que


interferem nas organizações e na sociedade;

▪ Pesquisar dados e informações;

▪ Analisar aspectos da organização do trabalho formal e informal;

▪ Criar acessos para oportunizar escolhas profissionais;


▪ Interpretar normas e legislações;

▪ Comunicar-se de maneira assertiva.


Atitudes/Valores

▪ Responsabilidade e comprometimento com os acordos estabelecidos;


▪ Iniciativa na proposição de novas formas de engajamento e participação;

▪ Iniciativa para reivindicar direitos;

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▪ Juízo crítico para qualificar dados e informações;


▪ Proatividade na busca de informações sobre o mercado de trabalho;

▪ Atitude propositiva para escolha profissional;


▪ Acolhimento ao debate, à contraposição e à diversidade de ideais;

▪ Apropriação dos espaços públicos;


▪ Valorização das relações entre as pessoas, ocupações profissionais e os espaços.

Unidade Curricular 2: Fundamentar suas escolhas pessoais e


profissionais com base no equilíbrio entre desejos, necessidades e
oportunidades.

Carga horária: 48 horas

Indicadores

1. Analisa aspectos do mundo do trabalho relacionados às oportunidades para a


adolescência e juventude, levando em consideração a construção social do lugar
destinado aos jovens.

2. Analisa os tipos e modalidades de contratos de trabalho, considerando as


mudanças no cenário da atualidade.
3. Identifica ações de prevenção com base na compreensão sobre aspectos da saúde
e qualidade de vida.
4. Analisa aspectos do mundo do trabalho relacionados à apresentação pessoal,
decifrando códigos e comparando-os com a imagem que faz de si mesmo.

Elementos da competência

Conhecimentos

▪ Conceito de saúde e qualidade de vida;

▪ Qualidade de vida e saúde do trabalhador: prevenção de acidentes e uso de


equipamentos de proteção individual e coletivo; doenças do trabalho (impactos da
individualização da sociedade); assédio moral e estresse;
▪ Uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas;
▪ Sexualidade: gravidez precoce, ISTs, métodos contraceptivos;

▪ Autoconhecimento: sua identidade no mundo, sua história, papel na família e na


comunidade;

▪ Identidade pessoal e profissional: características da composição, apresentação


pessoal, imagem e estilo pessoal, redes de conexões;

▪ Organização financeira pessoal;

▪ Grupos: conceito (o homem como um ser-em-relação) e características

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(agrupamentos identitários, rótulos, preconceito, estereótipo, discriminação);


fortalecimento de vínculos (comunitários e familiares); e mediação de conflitos;

▪ Políticas públicas para a juventude e o trabalho: espaços de participação;


▪ Direitos e deveres do trabalhador: tipos de vínculos de trabalho; modalidades de
contratos, trabalho autônomo, intermitente, MEI, Startups, coworking,
cooperativas.

▪ Estatuto da criança e do adolescente-ECA e Estatuto da juventude.


Habilidades

▪ Pesquisar dados e informações;

▪ Identificar aspectos históricos do mundo do trabalho;


▪ Comunicar-se de maneira assertiva;

▪ Efetuar cálculos;
▪ Identificar as modalidades de contrato de trabalho;

▪ Criar ações que possibilitem a convivência com as diferenças individuais;

▪ Identificar as opções de trabalho.


Atitudes/Valores

▪ Zelo na organização de dados e informações;

▪ Zelo na apresentação pessoal e postura profissional;

▪ Predisposição para o diálogo;


▪ Motivação para a identificação de oportunidades;

▪ Responsabilidade e comprometimento com a escolha dos tipos e modalidades de


trabalho;

▪ Valorização do pluralismo que compõe a sociedade;

▪ Valorização do próprio potencial;

▪ Atitude respeitosa com as pessoas;

▪ Valorização da própria herança cultural.

Unidade Curricular 3: Preparar-se para a inserção crítica no mundo do


trabalho, equacionando as novas configurações e organizações do
trabalho, relações humanas e tecnologias.

Carga horária: 48 horas

Indicadores

1. Reconhece o funcionamento das estruturas organizacionais, com base na análise


sobre as hierarquias, naturezas, portes e interdependência entre as diferentes
áreas de um organograma.

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2. Identifica ferramentas e plataformas tecnológicas utilizadas em processos internos


e externo das organizações, considerando as necessidades, expectativas e
resultados.
3. Aborda clientes, considerando os aspectos da comunicação e o respeito à
diversidade.
4. Elabora plano para inserção e permanência no mundo do trabalho, considerando
desejos, necessidades, itinerário formativo, conexões em rede e interações sociais.

Elementos da competência

Conhecimentos

▪ Mundo corporativo: natureza das empresas (privada, pública, de capital aberto,


OSCs, autogestão); porte, visão, missão, valores e objetivos estratégicos;
funcionamento da empresa (hierarquias e estruturas organizacionais);
▪ Comunicação no mundo corporativo: gêneros textuais (e-mail, relatório, ata),
comunicação verbal e não verbal;

▪ Tecnologia: Internet e Pacote Office (formatação de textos, planilhas, gráficos e


apresentações em Power Point);
▪ Tecnologias para o mundo do trabalho: podcast, vídeos, videoconferências;

▪ Atendimento ao cliente: qualidade no atendimento ao cliente; habilidades pessoais


(linguagem em diferentes contextos, percepção e empatia, criatividade,
cooperação e negociação);
▪ Diversidade no mundo do trabalho: gênero, orientação sexual, raça e etnia,
intergeracionalidade, religião e pessoas com deficiência;
▪ Empreendedorismo: conceito e tipos;

▪ Critérios para a escolha profissional: desejos, necessidades, itinerário formativo,


conexões em rede e interações sociais.
Habilidades

▪ Pesquisar documentos utilizados no mundo corporativo;

▪ Interpretar dados e informações;

▪ Operar planilhas de cálculos e editores de textos;


▪ Comunicar-se de maneira assertiva;

▪ Identificar necessidades do cliente;


▪ Pesquisar novos formatos de organização do trabalho e de geração de renda;

▪ Criar mecanismos para estabelecer conexões em redes.


Atitudes/Valores
▪ Cordialidade no trato com as pessoas;

▪ Flexibilidade nas diversas situações de trabalho;


▪ Colaboração no desenvolvimento do trabalho em equipe;

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▪ Sigilo no tratamento de dados e informações;


▪ Atitude propositiva no desenvolvimento do trabalho;

▪ Motivação para a identificação de oportunidades;


▪ Criticidade e autoproteção na identificação de novos formatos de trabalho;

▪ Valorização das parcerias;


▪ Cordialidade no trato com as pessoas;

▪ Iniciativa para a constituição de redes de conexões;


▪ Respeito com a diversidade;

▪ Ética no estabelecimento das interações sociais.

Unidade Curricular 4: Projeto Integrador Preparação para o Mundo do


Trabalho.

Carga horária: 16 horas

O Projeto Integrador é uma Unidade Curricular de Natureza Diferenciada, baseada na


metodologia de ação-reflexão-ação, que se constitui na proposição de situações
desafiadoras a serem cumpridas pelo aluno.

O planejamento e execução do Projeto Integrador propiciam a articulação das


competências previstas no perfil profissional de conclusão do curso, pois apresentam
ao aluno situações que estimulam o seu desenvolvimento profissional ao ter que
decidir, opinar e debater com o grupo a resolução de problemas a partir do tema
gerador.

Durante a realização do Projeto, portanto, o aluno poderá demonstrar sua atuação


profissional pautada pelas marcas formativas do Senac, uma vez que permite o
trabalho em equipe e o exercício da ética, da responsabilidade social e da atitude
empreendedora.

As principais características do Projeto Integrador são:

▪ Articulação das competências do curso, com foco no desenvolvimento do perfil


profissional de conclusão.

▪ Criação de estratégias para a solução de um problema ou de uma fonte geradora


de problemas relacionada à prática profissional.

▪ Desenvolvimento de atividades em grupos realizadas pelos alunos, de maneira


autônoma e responsável.

▪ Geração de novas aprendizagens ao longo do processo.

▪ Planejamento integrado entre todos os docentes do curso.

▪ Compromisso dos docentes com o desenvolvimento do Projeto no decorrer das


Unidades Curriculares, sob a articulação do docente responsável pela unidade
curricular Projeto Integrador, que tem papel de mediador e facilitador do processo.
▪ Espaço privilegiado para imprimir as Marcas Formativas Senac:

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✓ Domínio técnico-científico.
✓ Atitude empreendedora.

✓ Visão crítica.
✓ Atitude sustentável.

✓ Atitude colaborativa.
A partir do tema gerador, o Projeto Integrador prevê três etapas para sua execução:

1ª Problematização: corresponde ao ponto de partida do projeto. Na definição do


tema gerador, deve-se ter em vista uma situação plausível, identificada no campo de
atuação profissional e que perpasse as competências do perfil de conclusão do curso.
Neste momento, é feito o detalhamento do tema gerador e o levantamento das
questões que irão nortear a pesquisa e o desenvolvimento do projeto. As questões
devem mobilizar ações que articulem as competências do curso para a resolução do
problema. Vale destacar que, caso o curso contemple mais de uma Unidade Curricular
- Projeto Integrador, o tema gerador articulará todas as competências relacionadas a
essa UC-PI.

2ª Desenvolvimento: para o desenvolvimento do Projeto Integrador, é necessário


que os alunos organizem e estruturem um plano de trabalho. Esse é o momento em
que são elaboradas as estratégias para atingir os objetivos e dar respostas às questões
formuladas na etapa de problematização. O plano de trabalho deve ser realizado
conjuntamente pelos alunos e prever situações que extrapolem o espaço da sala aula,
estimulando a pesquisa em bibliotecas, a visita aos ambientes reais de trabalho, a
contribuição de outros docentes e profissionais, além de outras ações para a busca da
resolução do problema.

3ª Síntese: momento de organização e avaliação das atividades desenvolvidas e dos


resultados obtidos. Nesta etapa, os alunos podem rever suas convicções iniciais à luz
das novas aprendizagens, expressar ideias com maior fundamentação teórica e prática,
além de gerar produtos de maior complexidade. Ressalta-se que a proposta de solução
deve trazer aspectos inovadores, tanto no próprio produto, quanto na forma de
apresentação.

Propostas de temas geradores:

Proposta 1: Fórum de profissões

Fórum era o nome dado pelos romanos à praça principal da cidade, semelhante ao que
os Gregos chamavam de Ágora. Era o grande centro político, religioso, econômico e
social da cidade.
No ambiente acadêmico, o fórum pode ser compreendido como um evento no qual há o
compartilhamento de ideias e o debate livre sobre as várias perspectivas de um tema,
contando com a participação ativa da plateia.

A realização de eventos dessa natureza pode fornecer ao aluno uma importante


experiência, por várias razões: pelo fato de participar de um ambiente democrático
valioso para a construção de conhecimentos; para ampliar a percepção sobre os temas
debatidos, destacando-se a importância da interação com profissionais dessas áreas;
e, ainda, pela oportunidade de participar ativamente das etapas de planejamento e
execução de um evento, podendo fornecer maior suporte para sua atuação profissional

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futura.
Sugere-se o seguinte formato: construção de um plano de trabalho com cronograma
de atividades e checklist detalhado, definição da temática, nomes dos alunos
organizados em grupos de trabalho:

Organização: responsável por toda a logística para a realização do fórum, antes,


durante e após a sua realização; identificação dos participantes e convidados;
organização do espaço físico; materiais necessários etc.
Marketing: cuidará das atrações apresentadas durante o fórum; elaboração de
convites; divulgação do fórum etc.

Reportagem: responsável por realizar toda a cobertura do fórum, desde a sua


organização ainda em sala de aula, realizando entrevistas, filmagens, fotografias,
depoimentos etc. Os registros aqui realizados servirão posteriormente para a avaliação
do evento e para serem compartilhados com os demais grupos.
Recepção: responsável por recepcionar os participantes e dar atendimento durante o
fórum.

Mediadores: dar suporte ao desenvolvimento do fórum, mediando as apresentações,


perguntas e participações.

Atenção:
Obs. 1: toda a equipe deverá participar do planejamento, definir a temática a ser
abordada dentro do assunto proposto, comprometer-se com os resultados do trabalho
e eleger um ou mais mediadores para facilitar o debate.

Obs. 2: sugere-se que logo no primeiro encontro destinado à organização e ao


planejamento dos fóruns, os grupos definam os convidados que farão parte da mesa e
já organizem os convites com a data acordada entre todos da turma. Podem ser
convidados profissionais, de preferência os que atuem no território em que os alunos
vivem, possibilitando com isso a ampliação de suas redes de relações.
Obs. 3: todas as etapas de planejamento e organização dos fóruns devem ser
mediadas e acompanhadas pelo docente, que precisa atentar-se principalmente para a
temática definida pelo grupo e as indicações dos convidados para compor a mesa de
debates, de forma a garantir uma experiência significativa.

Sugestões de temas:

▪ Escolhas profissionais: barreiras e oportunidades.


▪ Trabalho e emprego: legislação trabalhista.

▪ Ter um emprego, ter uma profissão: diferenças e aproximações.

▪ Trabalhar para quê?


▪ Emprego e outras formas de trabalhar: como traçar um plano profissional.

▪ Trabalho: é prazer ou sofrimento?


▪ Trabalho: atividade individual ou coletiva?

▪ Profissões do futuro: as que ainda não existem e as que vão desaparecer.

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Proposta 2: Fórum da juventude


A turma se organiza em dois grupos e estes, por sua vez, se organizam em equipes de
trabalho. Um grupo fará o planejamento do fórum de profissões e, o outro, do fórum
da juventude.

A realização dos dois fóruns acontecerá em dias diferentes, com a mesma duração de
um dia de aula (3 ou 4 horas) e os alunos que não estiverem envolvidos na realização
do evento participarão da plateia.
O planejamento simultâneo dos dois fóruns, profissões e juventude, proporcionará aos
alunos maior experiência com os temas debatidos e contato com maior número de
pessoas.

Dessa forma mantendo-se a proposta de organização do fórum de profissões, sugere-


se os seguintes temas:

Sugestão de temas:
▪ Juventudes no mundo do trabalho: desafios e potencialidades.

▪ Gerações: os modos de trabalhar das antigas e das novas gerações.

▪ Juventudes e participação social: qual é o meu lugar?

▪ O jovem no ambiente profissional: coletividade em construção.

▪ Os saberes da juventude: sociedade no mundo do trabalho.

▪ Hierarquia X descentralização: estruturas da sociedade e do mercado de trabalho.

Outros temas geradores podem ser definidos em conjunto com os alunos, desde que
constituam uma situação-problema e atendam aos indicadores para avaliação.

Indicadores para avaliação:

Para avaliação da unidade curricular Projeto Integrador são propostos os seguintes


indicadores, cuja função é evidenciar o alcance dos objetivos da unidade curricular:

▪ Cumpre as atividades previstas no plano de ação, conforme desafio identificado no


tema gerador.
▪ Apresenta resultados ou soluções de acordo com as problemáticas do tema
gerador e objetivos do PI.

6 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

As orientações metodológicas deste curso, em consonância com a Proposta


Pedagógica do Senac, pautam-se pelo princípio da aprendizagem com autonomia
e pela metodologia de desenvolvimento de competências, estas entendidas como
ação/fazer profissional observável, potencialmente criativo (a), que articula
conhecimentos, habilidades e atitudes/valores e que permite desenvolvimento
contínuo.

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As competências que compõem a organização curricular do curso foram definidas


com base no perfil profissional de conclusão, considerando a área de atuação e
os processos de trabalho deste profissional. Para o desenvolvimento das
competências, foi configurado um percurso metodológico que privilegia a prática
pedagógica contextualizada, colocando o aluno frente a situações de
aprendizagem que possibilitam o exercício contínuo da mobilização e articulação
dos saberes necessários para a ação e para a solução de questões inerentes à
natureza da ocupação.

A mobilização e a articulação dos elementos da competência requerem a


proposição de situações desafiadoras de aprendizagem, que apresentem níveis
crescentes de complexidade e se relacionem com a realidade do aluno e com o
contexto da ocupação.

As atividades relacionadas ao planejamento de carreira dos alunos devem


ocorrer no contexto do desenvolvimento da marca formativa Atitude
Empreendedora. Recomenda-se que o tema seja abordado no início das
primeiras unidades curriculares do curso e revisitado no decorrer de toda a
formação. A partir da reflexão sobre si mesmo e sobre a própria trajetória
profissional, os alunos podem reconhecer as diferentes possibilidades de atuação
profissional, considerando também a perspectiva empreendedora e elaborar
estratégias para identificar oportunidades e aprimorar cada vez mais suas
competências. O docente pode abordar com os alunos o planejamento de
carreira a partir dos seguintes tópicos: i) ponto de partida: momento de vida do
aluno, suas possibilidades de inserção no mercado, fontes de recrutamento e
seleção, elaboração de currículo, remuneração oferecida pelo mercado,
competências que possui e seu histórico profissional; ii) objetivos: o que o aluno
pretende em relação à sua carreira a curto, médio e longo prazo, e; iii)
estratégias: o que o aluno deve fazer para alcançar seus objetivos.

Esse plano de ação tem como foco a iniciativa, a criatividade, a inovação, a


autonomia e o dinamismo, na perspectiva de que os alunos possam criar
soluções e buscar formas diferentes de atuar em seu segmento.

No que concerne às orientações metodológicas para a Unidade Curricular Projeto


Integrador (UCPI), recomenda-se que o docente apresente aos alunos o tema
gerador da UCPI nas primeiras semanas do curso, possibilitando aos mesmos
modificar e/ou substituir a proposta inicial de acordo com a contribuição da
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turma de alunos. Para a execução da UCPI o docente deve atentar para as fases
que a compõem: a) problematização (detalhamento do tema gerador); b)
desenvolvimento (elaboração das estratégias para atingir os objetivos e dar
respostas às questões formuladas na etapa de problematização) e; c) síntese
(organização e avaliação das atividades desenvolvidas e dos resultados obtidos).

Ressalta-se que o tema gerador deve se basear em problemas da realidade da


ocupação, propiciando desafios significativos que estimulem a pesquisa a partir
de diferentes temas e ações relacionadas ao setor produtivo ao qual o curso está
vinculado. Neste sentido, a proposta deve contribuir para o desenvolvimento de
projetos consistentes, que ultrapassem a mera sistematização das informações
trabalhadas durante as demais unidades curriculares.

No tocante à avaliação dos resultados o docente deve retomar a reflexão sobre a


articulação das competências do perfil profissional e o desenvolvimento das
Marcas Formativas, correlacionando-os ao fazer profissional.

A apresentação dos resultados do PI pode assumir diferentes formatos e


proporcionar momentos de socialização para seu compartilhamento. Este
momento de apresentação deve ser considerado como mais uma atividade que
compõe o processo de aprendizagem. Como a avaliação é contínua e se dá ao
longo do curso, caso a apresentação não atenda aos objetivos iniciais de seu
planejamento, não há obrigatoriamente a necessidade de refazê-la, pois o foco
da avaliação deve olhar para os objetivos alcançados pelo projeto e não pela
apresentação em si. Esta necessidade deve ser analisada caso a caso e é
fundamental que o docente proponha que os alunos reflitam sobre todo o
processo de aprendizagem com intuito de identificar as possíveis razões que
levaram ao resultado obtido e o que é possível aprender com este processo.

O docente deve, ainda, incentivar o compartilhamento dos resultados do Projeto


Integrador com toda a comunidade escolar, zelando para que, sempre que
possível, este compartilhamento estabeleça uma aproximação ao contexto
profissional.

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Orientações para UC1: Reconhecer a importância do trabalho para a


constituição de sua identidade, inserção social e transformação da
sociedade.

Essa unidade curricular pretende promover reflexões sobre as condições sócio-


históricas que caracterizam as relações de trabalho na atualidade, assim como
influenciam no modo como a sociedade se organiza. A partir dessas reflexões, os
jovens estabelecem relações com o contexto no qual estão inseridos, buscando
posicionarem-se criticamente.

Tais posicionamentos críticos são construídos a partir de questionamentos sobre


as condições da sociedade atual, tendo em vista os diversos sentidos que podem
ser atribuídos ao trabalho de uma pessoa, dependendo de sua origem e condição
social, buscando identificar e se distanciar de visões preestabelecidas e
hegemônicas. Parte-se do pressuposto que as reflexões críticas apresentam um
potencial de criar tensionamentos e, estes, de impulsionarem mudanças.

Dessa forma, as discussões sobre trabalho e direitos sociais são apresentadas


em um contexto de conquistas por meio de lutas e não como benesses
concedidas. As oportunidades que se apresentam no mundo do trabalho são
colocadas em perspectiva com as condições atuais de inserção precária nesse
mercado.

Ressalta-se assim, a característica coletiva das relações de trabalho,


contrariamente a uma possível compreensão de que se trata de atividade
individualizada. Assim, os alunos são convidados a problematizar seu lugar de
participação na sociedade, a partir da compreensão sobre o trabalho que
desejam realizar.

Orientações para UC2: Fundamentar suas escolhas pessoais e


profissionais com base no equilíbrio entre desejos, necessidades e
oportunidades.

A partir das discussões realizadas na Unidade Curricular 1, os alunos são


convidados a analisar o papel que a adolescência e a juventude ocupam na
sociedade e no mundo do trabalho, compreendendo as condicionantes sociais e
históricas que influenciaram essa construção social.

A partir da adoção dos termos utilizados no plural: “adolescências e juventudes”,


problematiza-se a necessidade de análise sobre uma realidade plural que se

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esforça para evitar a homogeneização, tendo em vista as condições de


desigualdade presentes nos territórios, especialmente vinculadas a fatores como
renda, raça, gênero, deficiências etc.

Nessa perspectiva, o aluno busca estabelecer relações com a realidade que


vivencia, procurando identificar e criticar os papéis e lugares destinados a ele, à
priori. É importante que o jovem reflita sobre o sentido e o significado do
trabalho em sua vida, procurando romper com uma possível compreensão que
apresenta a ele somente a perspectiva da sobrevivência, não considerando a
dimensão em que há também um aspecto de realização pessoal.

Nesse sentido, busca-se a promoção de um ambiente propício à identificação de


sonhos e desejos relacionados com a projeção de planos para o futuro. É
importante que se questione uma realidade em que as demandas impostas pela
sobrevivência desencorajam o jovem a planejar o futuro, na medida em que ele
investe grande parte de seu tempo e energia em encontrar soluções para as
urgências do cotidiano, em um movimento de perpétua repetição do presente.

É necessário que o jovem considere que, embora as questões do seu cotidiano se


apresentem de forma prioritária, ele deve ter um plano para o longo prazo que
inclua suas aspirações e desejos para uma vida pessoal e profissional almejada,
rompendo assim com possíveis estereótipos que o colocam em uma trajetória
marcada em função de sua condição social.

Orientações para UC3: Preparar-se para a inserção crítica no mundo do


trabalho, equacionando as novas configurações e organizações do
trabalho, relações humanas e tecnologias.

Essa unidade curricular pretende promover reflexões sobre o funcionamento das


estruturas organizacionais, proporcionando elementos para o posicionamento
crítico dos alunos em relação às exigências do mundo do trabalho.

Como unidade curricular de finalização do curso, pretende preparar o aluno para


elaborar um plano para sua inserção e permanência no mundo do trabalho,
apresentando, além das estruturas organizacionais, os suportes tecnológicos, de
comunicação e de atendimento ao cliente, necessários para uma atuação
diferenciada.

Nessa estrutura, é importante que se identifiquem também modelos alternativos


aos vigentes, possibilitando o monitoramento de oportunidades para a geração

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de renda. Nesse caso, é preciso que se considere a perspectiva da proteção


social com o devido enfrentamento aos efeitos decorrentes do trabalho precário.

Se consolida a visão de coletividade das relações de trabalho, propondo a


identificação de uma rede de conexões que auxiliem o jovem a concretizar o que
planejou, ao mesmo tempo em que se prepara, caso seja necessário, para
adotar medidas que flexibilizem esse plano e o adapte às condições de sua
realidade imediata.

A articulação dos elementos das três unidades curriculares busca trazer insumos
que possibilitem ao aluno o suporte necessário para a realização de escolhas
pessoais e profissionais autônomas.

O curso utiliza-se de estratégias diversificadas, tais como: dinâmicas de grupos,


jogos, leitura e interpretação de textos, discussão e debate, estudo de casos,
simulações, análise e interpretação de filmes e músicas, atividades de
sistematização e construção de conceitos.

Destacam-se, ainda, as seguintes estratégias:

▪ Visitas orientadas - As visitas orientadas são indicadas para acontecer em


cada uma das unidades curriculares e são estratégias que atendem à própria
concepção pedagógica do programa, visando contribuir com o
desenvolvimento da autonomia, na medida em que os jovens, organizados
em grupos, entrevistam profissionais do mercado de diversas áreas. Devem
ser previamente agendadas pelo responsável da turma, que preparará
antecipadamente os jovens por meio da construção coletiva de roteiros de
entrevistas e observação, com objetivos claramente definidos. No retorno,
deve ocorrer o compartilhamento das informações coletadas (por meio de
dramatizações, vídeos, áudios, seminários, entre outros), comparando-as
com os temas desenvolvidos em sala de aula. Os alunos entregam um
relatório, contendo minimamente os seguintes itens: identificação e descrição
do local; descrição da entrevista; conclusão relacionando as percepções da
entrevista com os temas trabalhados em sala de aula

▪ Visitas culturais – Devem ser realizadas duas visitas culturais durante o


curso. Elas contribuem para o desenvolvimento social e cultural dos jovens,
favorecendo a ampliação de seu repertório, assim como do refinamento de
sua percepção de mundo, promovendo novas leituras sobre sua condição de

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cidadão sócio-histórico e sobre as relações que estabelece com os espaços da


cidade. Essas atividades deverão acontecer em museus, casas de cultura,
exposições, apresentações musicais e teatrais etc. É importante que o
docente utilize essa estratégia para ampliar as discussões de sala aula,
mediando a compreensão dos alunos sobre a relação do espaço visitado com
as condições de seu território e do mundo do trabalho. Constitui uma
oportunidade para os alunos participarem de espaços da cidade que sejam
públicos, gratuitos e compreendidos como direito do cidadão.

Observação:

▪ Os participantes deverão estar devidamente cadastrados para seguro de vida


nas datas das visitas monitoradas e atividades culturais.

▪ Deverá ser providenciada autorização de saída assinada pelos pais ou


responsáveis dos alunos menores de 18 anos.

▪ Encontro com familiares ou pessoas responsáveis pelos jovens –


Antes de tudo é preciso evidenciar que a compreensão que se adota aqui
sobre família é aquela que possui estruturas e funcionamentos diversos, que
vivem modelos, configurações e arranjos dos mais variados.

O objetivo dos encontros é o de favorecer o diálogo com as famílias e


aproximá-las da proposta do curso, constituindo uma estratégia potente para
dar suporte ao jovem nessa etapa difícil que é a de realizar a escolha
profissional. Devem acontecer com um clima acolhedor, criativo, participativo
e dinâmico, podendo contar com os jovens para a sugestão dos temas e para
a realização dos encontros. É importante que se descontruam modelos de
encontros que valorizam as queixas e reclamações sobre a juventude.

Trata-se de uma estratégia opcional a ser realizada em carga horária


alternativa ao curso. São sugeridos três encontros com duração aproximada
de duas horas cada. São sugeridos os seguintes temas:

1. Encontro: apresentação do curso, esclarecendo aspectos que compõe a


estrutura curricular, tais como: visitas orientadas e culturais. É necessário
que aconteça no início do curso e pode ser utilizado como oportunidade para
o preenchimento de documentos (saídas). Apresenta os temas dos próximos
encontros, buscando a adesão dos participantes com a proposta.

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2. Encontro: Características da juventude na contemporaneidade.

3. Encontro: O papel da família como suporte para a escolha profissional dos


jovens.

▪ Grupos de trabalho - Sugere-se a criação de grupos de trabalho que atuem


uma vez por semana durante o período de realização do curso. Os
componentes farão rodízios pelos grupos, de modo que todos possam ter a
experiência com cada tema. O tempo previsto para a apresentação de cada
grupo (menos o de organização, para o qual não estão previstas
apresentações) poderá ser combinado previamente entre todos e colocado
como tópico do contrato coletivo de convivência.

Propõe-se a seguinte formação:

▪ Organização: responsável pela organização da sala de aula e pelos


materiais de apoio.

▪ Notícias: responsável pela pesquisa e divulgação no grupo de notícias


nacionais, internacionais e do território onde vivem. As notícias serão
comentadas pelo grupo.

▪ Tecnologias: cuidarão dos meios de comunicação do grupo, podendo criar


canais em redes sociais e outras mídias.

▪ Eventos, talentos e cultura: pesquisarão e apresentarão para o grupo


eventos que estejam acontecendo na cidade, explorando aspectos de
costumes e curiosidades sobre outras culturas, além das características dos
territórios onde eles ocorrem. Também poderão ocupar esse espaço com
apresentações de talentos dos participantes do grupo.

▪ Profissões: farão pesquisas sobre profissões que desapareceram ao longo


dos tempos e as que surgiram, assim como as tendências de novas
profissões para o futuro. Também discutirão sobre os elementos necessários
para se realizar uma escolha profissional.

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7 CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E DE


EXPERIÊNCIAS ANTERIORES

De acordo com a legislação educacional em vigor, é possível aproveitar


conhecimentos e experiências anteriores dos alunos, desde que diretamente
relacionados com o Perfil Profissional de Conclusão do presente curso.

O aproveitamento de competências anteriormente adquiridas pelo aluno por


meio da educação formal, informal ou do trabalho, para fins de prosseguimento
de estudos, será realizado em acordo com as diretrizes legais e orientações
organizacionais vigentes.

8 CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

De forma coerente com os princípios pedagógicos da Instituição, a avaliação tem


como propósitos:

▪ Avaliar o desenvolvimento das competências no processo formativo.

▪ Ser diagnóstica e formativa.

▪ Permear e orientar todo o processo educativo.

▪ Verificar a aprendizagem do aluno, sinalizando o quão perto ou longe está do


desenvolvimento das competências que compõem o perfil profissional de
conclusão (foco na aprendizagem).

▪ Permitir que o aluno assuma papel ativo em seu processo de aprendizagem,


devendo, portanto, prever momentos para autoavaliação e de feedback em
que docente e aluno possam juntos realizar correções de rumo ou adoção de
novas estratégias que permitam melhorar o desempenho do aluno no curso.

8.1 Formas de expressão dos resultados da avaliação

Toda avaliação deve ser acompanhada e registrada ao longo do processo de


ensino-aprendizagem. As menções adotadas no Modelo Pedagógico Nacional
reforçam o comprometimento com o desenvolvimento da competência e buscam
minimizar o grau de subjetividade do processo avaliativo.

De acordo com a etapa de avaliação, foram estabelecidas formas de registro


específicas a serem adotadas no decorrer do processo de aprendizagem:

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8.1.1 Menção por unidade curricular

Ao final de cada unidade curricular, devem ser atribuídas menções que


evidenciam o desenvolvimento ou não da competência. As menções possíveis
para cada unidade curricular são:

▪ Desenvolvida - D

▪ Não desenvolvida – ND

8.1.2 Registros parciais com foco nos indicadores de competência

Para acompanhar o processo de desenvolvimento das competências, também são


realizados registros relativos aos indicadores, que evidenciam o desenvolvimento
da competência. As formas de registro relativas aos resultados possíveis para
cada indicador são:

Durante o processo

▪ Atendido - A

▪ Parcialmente atendido - PA

▪ Não atendido - NA

Ao final da unidade curricular

▪ Atendido - A

▪ Não atendido – NA

8.1.3 Menção para aprovação no curso

Para aprovação no curso, o aluno precisa atingir D (desenvolvida) em todas as


unidades curriculares (Competências e Unidades Curriculares de Natureza
Diferenciada).

Além da menção D (desenvolvida), o aluno deve ter frequência mínima de 75%


em cada unidade curricular, conforme legislação vigente, com exceção do
Projeto Integrador que terá como critério para aprovação apenas a Menção D
(desenvolvida). Os resultados possíveis no curso são:

▪ Aprovado - AP

▪ Reprovado - RP

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8.2 Recuperação

A recuperação será imediata à constatação das dificuldades do aluno, por meio


de solução de situações-problema, realização de estudos dirigidos e outras
estratégias de aprendizagem que contribuam para o desenvolvimento da
competência. Na modalidade de oferta presencial, é possível a adoção de
recursos de educação a distância.

9 ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO

O Estágio tem por finalidade propiciar condições para a integração dos alunos no
mercado de trabalho. É um “ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido
no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de
educandos” (Lei n° 11.788/08).

Conforme previsto em legislação vigente, o Estágio pode integrar ou não a


estrutura curricular dos cursos. Será obrigatório quando a legislação que
regulamenta a atividade profissional assim o determinar.

Nos cursos em que não for obrigatório, pode ser facultada aos alunos a sua
realização, de acordo com a demanda do mercado de trabalho. Desenvolvido
como atividade opcional, a carga horária do estágio é apostilada ao histórico
escolar do aluno.

10 INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E RECURSOS DIDÁTICOS

A rede de Unidades Escolares do Senac São Paulo tem a infraestrutura


necessária para a realização dos cursos propostos, contando com dependências
para acolhimento dos alunos, salas de aula devidamente mobiliadas com
cadeiras móveis e armário para organização dos materiais, sala de atendimento,
salas para Direção, Secretaria, Equipe Técnica e Docentes, laboratórios de
informática, bibliotecas com o acervo contendo os títulos da bibliografia básica
indicada no correspondente Plano de Curso, computadores conectados à
Internet, data show e outros equipamentos.

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11 PERFIL DO PESSOAL DOCENTE

O desenvolvimento da oferta ora proposta requer docentes com experiência


profissional em mediação de grupos de jovens em situação de vulnerabilidade
social e formação superior completa, preferencialmente na área de humanas.

12 BIBLIOGRAFIA

UC1: Reconhecer a importância do trabalho para a constituição de sua


identidade, inserção social e transformação da sociedade.

Bibliografia Básica
▪ BOCK, S. D. Orientação Profissional: abordagem sócio-histórica. São Paulo:
Cortez, 2014.

Bibliografia Complementar

▪ ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade


do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 2018.
▪ DUBAR, C. A. Socialização: construção das identidades profissionais e sociais. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.

UC2: Fundamentar suas escolhas pessoais e profissionais com base no


equilíbrio entre desejos, necessidades e oportunidades.

Bibliografia Básica

▪ BOCK, S. D. Orientação Profissional: abordagem sócio-histórica. São Paulo:


Cortez, 2014.

Bibliografia Complementar
▪ ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade
do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 2018.

▪ DUBAR, C. A. Socialização: construção das identidades profissionais e sociais. São


Paulo: Martins Fontes, 2005.

UC3: Preparar-se para a inserção crítica no mundo do trabalho, equacionando


as novas configurações e organizações do trabalho, relações humanas e
tecnologias.

Bibliografia Básica

▪ BOCK, S. D. Orientação Profissional: abordagem sócio-histórica. São Paulo:


Cortez, 2014.

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Bibliografia Complementar
▪ ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade
do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 2018.
▪ DUBAR, C. A. Socialização: construção das identidades profissionais e sociais. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.

13 CERTIFICAÇÃO

Àquele que concluir com aprovação este curso, será conferido o respectivo
certificado de Qualificação Profissional Preparação para o Mundo do
Trabalho, com validade nacional.

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