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Kennan Dyogo dos Santos Lima

Educação e empregabilidade: Políticas públicas como ferramentas para o


desenvolvimento econômico e social

Linha de Pesquisa: Políticas Públicas

Campo Mourão - PR
2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO …..................................................................................................................03
OBJETIVOS ….......................................................................................................................05
JUSTIFICATIVA …................................................................................................................06
REVISÃO
TEÓRICA .............................................................................................................07
METODOLOGIA
…...............................................................................................................09
CRONOGRAMA …................................................................................................................11
BIBLIOGRAFIA …................................................................................................................12

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Educação e empregabilidade: Políticas públicas como ferramentas para o
desenvolvimento econômico e social

Resumo

Em um país que vive uma grande instabilidade econômica, condição ainda exacerbada devido
a pandemia do Covid-19, onde 13,5 milhões de brasileiros encontram-se desempregados e a
vulnerabilidade social apresenta níveis alarmantes, parece óbvio pensar que existe uma
escassez extrema de vagas no mercado de trabalho. Todavia, nem sempre esse cenário se
confirma. Ao mesmo tempo que há uma grande demanda por emprego, existe uma infinidade
de empresas atrás de mão de obra. Contudo, a falta de qualificação adequada aparenta ser um
empecilho para o preenchimento dessas vagas. Este estudo visa analisar o custo de
oportunidade das vagas de trabalho que não são preenchidas no município de Campo Mourão
– PR, buscando entender o impacto socioeconômicos dessas vagas ociosas para o poder
público e a sociedade.

Palavras-chave: Trabalho; Sociedade; Desenvolvimento.

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Introdução e Justificativa

O crescimento econômico está fortemente ligado ao desenvolvimento social de um


país, sendo fácil notar a relação positiva entre renda per capta e o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) de determinada localidade. Segundo Amartya Sem (1997) o crescimento
econômico está intrinsicamente relacionado à compreensão fundamental do processo de
desenvolvimento humano, proporcionando mais liberdade e melhor qualidade de vida.
Ranis e Stewart (2002) e Yang (2010) destacam que atuação política desempenham
papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico. Para North (2003), para que ocorra
um desenvolvimento social sustentável, o crescimento econômico deve ser transferido à
esfera pública, para que esta, mediante um processo eficiente, torne-se acessível à maior parte
da população e continue promulgando seu desenvolvimento.
North, Nobel em economia em 1993, ainda cita que eficiência, produtividade e
inovação favorecem a emergência de organizações econômicas e em consonância com o
desenvolvimento econômico sustentável, devendo ser recompensadas. Por outro lado, o autor
afirma que ineficiências, como o excesso de burocracia, tornam-se graves obstáculos, indo na
contramão do desenvolvimento econômico, político e social.
Tudo posto, a economia parece alimentar um sistema cíclico que conduz seu próprio
crescimento, bem como pauta o desenvolvimento social. Quanto maior é a renda per capta,
mais se consome, logo, surge a necessidade no incremento da produção, consequentemente
abrem-se mais vagas de trabalho para a produção de bens e realização de serviços, o que vai
distribuindo ainda mais a renda e realimentando esse ciclo. Ainda sob esta ótica, encontra-se o
poder público sendo beneficiado, pois aumento de renda e consumo tende a aumentar a sua
arrecadação, aportando mais recursos a serem reinvestidos na sociedade, portanto,
caracterizando-se em uma situação benéfica para todas as partes.
Contudo, apesar de um cenário tão favorável ao crescimento, nota-se que as empresas
enfrentam grandes dificuldades ao tentar preencher novas vagas. Segundo uma pesquisa
realizada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, no ano de 2020, constatou-se que
em média, 66% das empresas sentem dificuldade em incorporar novos funcionários devido à
falta de capacitação. O ranking é puxado pela indústria de biocombustíveis (70%),
acompanhado pelos ramos de móveis (64%), vestuários e produtos de borracha (62%) e têxtil
e máquinas de equipamentos (60%), e não se mostrando muito melhor nos demais setores. Em
todos os ramos a profissão com maior carência de qualificação é a de operador, algo que

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acomete pelo menos 96% das indústrias, seguido pelas áreas de marketing (82%),
administrativa (81%), engenharia (77%), gerencial (75%) e pesquisa e desenvolvimento
(74%).
Ainda segundo a CNI, também foram questionados quais os objetivos das empresas
que são mais atingidos pela falta de profissionais qualificados, sendo eles: Eficiência e
redução de desperdícios (72%), Manutenção ou aumento da qualidade dos produtos (60%),
Expansão da produção (27%) e Aquisição ou a absorção de novas tecnologias (25%).
A pesquisa da CNI relatou o cenário do ramo industrial, contudo, o ramo de serviços e
comércio também apresentam dificuldades.

“Além de investir na qualificação, é importante desenvolver outras


habilidades, como raciocínio lógico e interpretação de texto. Isso pode ser
suprido pelo maior estudo de matemática e de português, que pode ser
suprido pela educação”, Luciana Sá, diretora da Firjan, em entrevista ao
Jornal Nacional, 2011.

Como notado pelos recrutadores, boa parte da massa que está atrás de emprego, ainda
sofre com dificuldade em interpretação de texto e constas simples, o que pode ser explicado
pelo sistema de educação brasileiro.
Segundo o Ranking de Competitividade da Educação divulgado em 2020 pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, o brasil foi o último,
de um total de 64 países. O país investe cerca de 70% menos que o valor anual médio por
aluno dos países da OCDE, isso levando em consideração desde o ensino básico até o
superior. A taxa de matrículas no ensino médio e superior foram de 23,8% e é 22,2%,
respectivamente, abaixo do índice mundial.
Vale ainda ressaltar ainda que enquanto os países líderes no ranking de educação da
OCDE, como Finlândia e Coréia do Sul, tem um investimento mais equilibrado entre a
educação básica e a superior, visando uma melhor formação básica. Como exemplo, um
estudo da OCDE de 2015 aponta que a Coréia do Sul investe um valor anual maior por aluno
do ensino básico (U$ 11.047,00/Aluno) do que no ensino superior (U$ 10.109,00). Por sua
vez, no Brasil há uma discrepância muito grande do valor investido por aluno quando
comparamos o ensino básico ao superior, segundo dados do MEC/INEP de 2017 eram
investidos anualmente por aluno R$ 6.823,00 levando em consideração a média dos ensinos
básico, infantil, fundamental e médio, enquanto são destinados R$ 28.640,00 por ano para um

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aluno do ensino superior. Este investimento desbalanceado pode explicar a quantidade de
jovens que tentam acesso ao mercado de trabalho e não conseguem ou tem dificuldade de se
encaixar pois demonstram certa dificuldade na execução de tarefas que exigem
conhecimentos básicos.
Diante deste cenário, em um primeiro momento, o presente trabalho busca
acompanhar as vagas que são abertas na Agência do Trabalhador do município de Campo
Mourão – PR, tipificando-as por ramo de atuação, traçar o perfil do público que está em busca
de novas oportunidades e o perfil do colaborador desejado pelos empregadores, com intuito
de entender quais áreas de atuação ofertam mais vagas de trabalho e quais áreas apresentam
maior dificuldade de suprir a demanda de colaboradores.
Em um segundo momento, serão analisadas as políticas públicas e parcerias vigentes
atualmente no município que tratam sobre a capacitação educacional e profissional visando o
mercado de trabalho, e, a partir desses dados sugerir melhoras e idealizar novas políticas
públicas visando fornecer a capacitação necessária aos jovens e adultos, buscando
desenvolver suas capacidades básicas para o mercado de trabalho, facilitando assim o
preenchimento das vagas ociosas na cidade e criando um fluxo positivo e benéfico ao
desenvolvimento social.
É importante salientar também que o desenvolvimento prévio das capacidades de um
trabalhador torna-se ainda mais benéfico as empresas, uma vez que um colaborador mais
preparado além de suprir as necessidades operacionais da contratante, ainda a desonera em
partes, pois será necessário um menor investimento de recursos financeiros e tempo em
treinamentos e capacitações (READY; CONGER, 2007). Lacombe (2005) também avalia a
importância e as vantagens competitivas trazida por colaboradores mais preparados na
melhora da eficiência dos processos, como melhor atendimento, redução dos desperdícios e
melhora nos resultados operacionais.

“A questão do desenvolvimento das pessoas na organização moderna é


fundamental para a manutenção e/ou ampliação de seu diferencial
competitivo [...] as organizações estão percebendo a necessidade de
estimular e apoiar o continuo desenvolvimento das pessoas, como forma de
manter suas vantagens competitivas e o impacto que colaboradores mais
preparados tem dentro da organização.” (DUTRA, 2009, p. 101).

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Objetivos

O objetivo geral da pesquisa é verificar a demanda de vagas de trabalho existentes na agência


do trabalhador de Campo Mourão nos últimos 3 anos, identificar as carências e propor
projetos que visem a capacitação dos trabalhadores para o preenchimento das vagas ociosas.

Os objetivos específicos são:


a) Tipificar as vagas abertas na agência do trabalhador de Campo Mourão no período de
2019 a 2021;
b) Entender o perfil socioeconômico da população que está em busca de emprego;
c) Verificar as principais dificuldades encontradas pelas empresas durante o processo
seleção;
d) Propor projetos e políticas públicas para aproximar a mão de obra disponível na cidade
e a desejada pelas empresas.

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Metodologia

Este é um estudo de caso, podendo caracterizado como uma pesquisa exploratória e


descritiva. Exploratória, pois a pesquisa é desenvolvida com o objetivo de proporcionar uma
visão geral e aproximada de um fato, esclarecendo, desenvolvendo e modificando ideias (GIL,
1999). Fernandes e Gomes (2003) definem pesquisa descritiva à caracterização do estado
atual de um determinado objeto de investigação cujo objetivo é descrever e analisar
determinado fenômeno, que é parte fundamental deste estudo. Já o estudo exploratório é
embasado em pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A pesquisa bibliográfica
caracteriza-se pelo estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado como
livros e revistas (VERGARA, 2009).
Parte fundamental para o estudo embasa-se na pesquisa documental e prevê a
aquisição de dados onde a fonte de coleta está restrita a documentos escritos, primários ou
não, as quais podem ser recolhidas no momento em que o fato ocorre ou depois (LAKATOS e
MARCONI, 2002). Já a pesquisa de campo constitui da investigação empírica realizada no
local onde ocorre ou ocorreu o fenômeno e pode incluir entrevistas, aplicação de
questionários, testes e observação participante ou não (VERGARA, 2009).
Será utilizada também a observação simples e participante. Conforme Gil (1999) a
observação participante se trata quando o pesquisador assume papel de um membro da
empresa em estudo, é uma técnica aonde se chega ao conhecimento da vida dessa empresa
assumindo a forma natural e, nela o pesquisador já é membro do grupo em que pesquisa.
A observação simples e participante, além da utilização de questionários serão
fundamentais para o entendimento das discrepâncias entre a mão de obra que as empresas
precisam e a ofertada pelos candidatos que passam pelo recrutamento e seleção para essas
vagas. A partir do entendimento dessas variáveis, o estudo projetará dados fundamentais para
a construção de modelos de projetos que visem a educação profissional de jovens e adultos,
visando suprir as demandas atuais do mercado de trabalho na cidade.

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Referências

DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectiva. São
Paulo: Atlas, 2009.

FERNANDES L. A.; Gomes, J. M. M. Relatório de pesquisa nas Ciências Sociais:


Características e modalidades de investigação. ConTexto, Porto Alegre, v. 3, n. 4, 2003.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

LACOMBE, Francisco Jose Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz Jose. Administração:


Princípio e Tendência. São Paulo: Saraiva, 2003.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho


Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e
trabalhos científicos. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1990.

NORTH, Douglass. Understanding the process of economic change. Forum series on the role
of institutions in promoting economic growth. Mercatus Center Publications at George Mason
University. Washington, DC., 2003
<http://mercatus.org/uploadedFiles/Mercatus/Publications/Understanding%20the%20Process
%20of%20Economic%20Change.pdf> (04 jan. 2022).

RANIS, Gustav; STEWART, Frances. Crecimiento económico y desarrollo humano en


América Latina. Revista de la CEPAL, Santiago de Chile, n. 78, p. 7-24, dez. 2002.

READY, D. A.; CONGER, J. A. Make your company a talent factory. Harvard Business Review,
85(6):68-77, 141, jun. 2007.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2005.

SEN, A. K. (1997). “Development Thinking at the Beginning of the 21st Century.” In L.


Emmerij (Ed.), Economic and Social Development into the XXI Century.Washington, DC.:
Inter-American Development Bank and Johns Hopkins University Press.

VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 10ª Ed. São Paulo:
Atlas, 2009.

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YANG, Ko-Hsin Christina. Human development and government effectiveness. Georgetown:
Georgetown University, 2010.

CNN Brasil – In: Educação Brasileira no ranking da OCDE. Disponível em:


<https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/educacao-brasileira-esta-em-ultimo-lugar-em-
ranking-de-competitividade/> . Acesso em: 5 jan. 2022.

G1: Pesquisa comprova: há empregos, mas falta mão de obra qualificada. Disponível em:
<http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/07/pesquisa-comprova-ha-empregos-mas-
falta-mao-de-obra-qualificada.html>. Acesso em: 6 jan.2021.

Moderna: Anuário da Educação Básica. Disponível em:


<https://www.moderna.com.br/anuario-educacao-basica/2021/financiamento.html>.Acesso
em: 6 jan.2021.

Portal da Industria. In: Falta de mão de obra qualificada atrasa o crescimento industrial
brasileiro. Disponível em: https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/competitividade/
industrias-enfrentam-falta-de-trabalhador-qualificado. Acesso em: 5 jan.2021.

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