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Educar-se para a competitividade

Firmar parcerias com instituições de ensino, pressionar governos por melhorias na educação e manter (ou aumentar)
investimentos em capacitação dos colaboradores são as principais ações das empresas para vencer o gargalo da
escassez de profissionais qualificados
Gumae Carvalho
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Ioschpe:empresas devem aproveitar o poder que têm para pressionar por melhorias na educação

Copa do Mundo em 2014. Jogos Olímpicos em 2016. Exploração do pré-sal. Uma economia que resistiu às ondas negras
da crise financeira que assolou vários países e ainda deixa marcas. Expectativas de crescimento do PIB para 2010 e de
sermos a quinta maior economia mundial nos próximos anos. O Brasil avança no cenário mundial.
O tal gigante adormecido, que muitas pessoas ouviram falar demasiadamente quando mais jovens, parece levantar-se.
Mas é bom que ele se equilibre bem.

O ritmo de crescimento vem acentuando alguns problemas crônicos (e antigos) que podem comprometer, e muito, o nível
de competitividade das nossas empresas (e por que não do próprio país). Nesse gargalo, encontramos problemas que vão
além da infraestrutura como a conhecemos. A falta de mão de obra qualificada traz à tona uma deficiência na estrutura de
formação do capital humano no país. É preciso que o tal gigante, depois de ficar totalmente desperto, vá para a escola.

O economista Gustavo Ioschpe reforça essa ideia. Para ele, a questão da educação é o grande obstáculo ao aumento da
competitividade do país e a um crescimento sustentável. Não é difícil perceber isso. Em alguns setores mais aquecidos,
muitas empresas têm vagas em aberto graças à falta de profissionais qualificados. E não é preciso exigir muita
qualificação: o Brasil corre o risco, como escreveu recentemente Ioschpe em sua coluna na revista Veja, de se transformar
em uma potência econômica formada por um enorme contingente de analfabetos funcionais.
"Dificilmente se fala com um profissional de RH ou outro gestor e não se trata desse assunto", diz o economista que é
um dos palestrantes deste ano do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH).

Luiz Edmundo Rosa, vice-presidente de desenvolvimento humano e sustentabilidade da Ânima Educação e diretor-geral
do CONARH 2010, traz para a discussão dados recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb). "O ensino
fundamental alcançou apenas 4,6 e o ensino médio somente 3,6, quando 10 seria o valor máximo. Assim, continuamos
abaixo da média, num mundo bastante competitivo e que evolui a alta velocidade", observa o executivo, que acredita que
falta ao país uma espécie de Plano Marshall da educação (veja mais na pág. 90). De fato, temos muito a avançar nesse
sentido para sermos ainda mais competitivos.

Problemas de formação

A ausência de pessoal qualificado no mercado coloca uma série de desafios a serem enfrentados pelas empresas e
governos. Segundo uma pesquisa realizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), os principais relacionam-se à
expansão dos centros de formação (acompanhando o nível de crescimento econômico); ampliação dos investimentos
públicos; dispersão territorial do mercado de trabalho; e viabilização de modelos de parceria público-privada. Dos quatro,
os dois primeiros foram apontados como os maiores, de acordo com 30% e 28%, respectivamente, dos 121 executivos
entrevistados.

Em relação às empresas, o levantamento mostra que entre as questões mais prementes a serem superadas nos próximos
anos estão a disponibilidade de mão de obra técnica adequada, treinada e qualificada; a má qualidade dos formandos nas
escolas e universidades brasileiras; a dedicação de tempo de trabalho para formação; os investimentos em programas de
capacitação interna; e recursos financeiros e custos de formação.

No que se refere ao papel do governo, os entrevistados anseiam por mais investimentos na ampliação da oferta de ensino
e pela criação de novos centros de formação. Além disso, as empresas esperam o fomento de parceria e intercâmbio entre
instituições de ensino e iniciativa privada; a valorização da educação básica; o combate à evasão; a descentralização de
escolas técnicas; e a elevação do nível da educação, melhorando a qualidade dos cursos técnicos.

A falta de pessoal qualificado é tal que, além de ter dificuldade para preencher vagas em aberto, as empresas precisam
investir maciçamente na capacitação daqueles que compõem seus quadros. Segundo o levantamento da Amcham, 76%
das companhias conduzem programas de treinamento interno, 60% subsidiam cursos externos para seus funcionários e
40% desenvolvem parcerias com instituições acadêmicas.

"O estudo indica uma retomada dos investimentos corporativos em treinamentos. Durante o auge da crise global, eles
haviam sofrido um resfriamento e agora voltam a ser prioridade, tamanha a falta de mão de obra qualificada", explica
Gabriel Rico, CEO da Amcham. A capacitação, além de exigir investimentos pesados das companhias, ocupa parte
considerável do tempo de trabalho dos profissionais. Na maioria das empresas (78%), até 10% do tempo dos quadros é
gasto em programas de formação técnica.

A pesquisa da Amcham indica, também, que a realidade da mão de obra especializada e seu encaminhamento estão em
boa parte relacionados aos centros de formação de engenheiros e técnicos no país. Os empresários reconhecem a
qualidade dos profissionais capacitados por essas instituições (52% veem esse aspecto como totalmente adequado), mas
consideram que elas ainda estão longe do ideal em termos de custos para formação tecnológica (totalmente inadequados
para 47%), quantidade de mão de obra graduada em relação às necessidades do mercado (totalmente inadequada para
49%) e distribuição geográfica nas diversas regiões brasileiras (totalmente inadequada para 49%). "A escassez de
profissionais qualificados é ainda mais grave em regiões que passam por um progresso mais acelerado que a média
nacional, como o Nordeste. Lá, além da pouca disponibilidade de pessoal com o perfil demandado pelo mercado, faltam
centros de capacitação, essenciais para garantir os profissionais que serão necessários no futuro", diz Rico.

Focar esforços

Se uma das alternativas para formar a mão de obra atual e futura passa pelas empresas, estas devem ter muito cuidado
para não trocar os pés pelas mãos. Luiz Edmundo ressalta que o envolvimento das empresas para solucionar suas
demandas por talentos exige estratégia e bom senso. "Por exemplo, se há falta de engenheiros, não dá para pensar que a
empresa vá agora querer formá-los em casa. Se assim o fizesse, estaria se desviando do seu foco e somando mais um
custo aos enormes encargos e impostos que recolhe", observa. Em vez disso, ela poderia trabalhar em parceria com as
instituições de ensino para que estas pudessem formar os profissionais em número e qualidade necessários. Isso é mais
prático, rápido e eficiente, além de não duplicar esforços", diz.

Sentindo a falta de profissionais qualificados no mercado, a Tetra Pak passou a investir mais na preparação dessa mão de
obra e há dois anos conta com o Programa de Desenvolvimento Intensivo, que possui um dos melhores centros de
treinamentos técnicos de operadores de equipamentos da empresa no mundo. "Com a implantação do programa no país,
os instrutores brasileiros foram homologados para treiná-los aqui. Durante o período 2008/2009, foram treinados mais de
1,5 mil profissionais das mais diversas áreas, incluindo operadores de equipamentos da indústria alimentícia, clientes da
empresa", conta Gilberto Balista, diretor-executivo de RH da Tetra Pak.

Ele ressalta, porém, que em uma perspectiva em médio prazo é preciso investir em educação básica e também no ensino
superior não apenas para enfrentar o apagão de mão de obra como também para aumentar a competitividade brasileira.
"Exemplos como o da Coreia do Sul, que investiu fortemente em educação e alcançou uma posição competitiva no
mercado global, podem ser seguidos pelo Brasil. É preciso apenas deixar o pensamento imediatista de lado e passar a
enxergar os investimentos para o amanhã", diz o executivo.

A mesma opinião é compartilhada por Françoise Trapenard, diretora-executiva de RH da Telefônica. Ela conta que o
crescimento previsto por nossas empresas nos próximos anos vai se contrapor à realidade da educação do nosso país,
"que atualmente forma centenas de milhares de advogados todos os anos e apenas 25 mil engenheiros". "Vai faltar
pessoal técnico para as fábricas que serão construídas, a logística que será implantada, a infraestrutura que será
necessária e assim por diante. E o setor de telecom não é uma exceção nesse painel", conta.

"Ao buscar as causas dessa escassez de mão de obra técnica, vemos que tanto as escolas técnicas quanto as universidades
têm capacidade ociosa. Ou seja, não se trata da construir novas escolas, mas de atrair a juventude para essas carreiras.
Atrair e retê-las até o final da formação. E essas são expertises típicas de RH nas organizações que agora precisam ser
aplicadas no contexto das escolas técnicas e universidades", acrescenta Françoise.

Ela conta que um grupo de empresas do qual a Telefônica faz parte está formatando um consórcio para a alavancagem da
formação técnica, através de uma parceria com as instituições privadas. "Focamos nosso projeto-piloto na formação de
tecnólogos, mas depois queremos expandir para outras carreiras", conta a executiva, lembrando que na Telefônica, já há
dois anos, são oferecidas bolsa de estudos para os empregados com formação de nível médio para obter a formação
técnica ou universitária. "Um ponto que requer uma ação nacional é a valorização das carreiras técnicas - nossos jovens
precisam redescobrir o valor dessas carreiras."

Ainda pode melhorar

Em linhas gerais, até que o país não está tão mal assim nas tabelas e estudos sobre competitividade. Mas essas posições
acabam descortinando o que ainda pode ser melhorado, e a educação, mais uma vez, volta à cena. Vejamos, por exemplo,
o Índice de Competitividade Mundial 2010, desenvolvido pelo International Institute for Management Development (IMD)
em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), a partir de 331 indicadores quantitativos e qualitativos, agrupados em
quatro fatores de competitividade - desenvolvimento econômico, eficiência governamental, eficiência de negócios e
infraestrutura. Nele, o Brasil subiu duas posições e ocupa o 38º lugar.
O estudo, que analisou 58 nações, mostra que ganhamos três posições no pilar "eficiência dos negócios" (passando para o
24º lugar) e nos destacamos em 8º lugar com um PIB estimado em 1,57 trilhões de dólares. "O Brasil manteve a sua
capacidade competitiva, alavancada principalmente pelos avanços na produtividade empresarial e na geração do
emprego", conta Carlos Arruda, professor da FDC, responsável pela captação e avaliação dos dados brasileiros.

No quesito "eficiência de governo", nosso país se manteve na 52ª colocação; em "finanças públicas" ficou em 29º lugar; e
"em política fiscal", 37º. Na área de infraestrutura, perdemos três posições, voltando para o 49º lugar; na área de saúde,
também três posições, ocupando o 40º lugar; e, na área de educação, duas posições, estando em 53º lugar. "Investimos
pouco em educação básica [cerca de mil dólares por aluno], o que equivale à metade do que países como Argentina, Chile
e México investem ou seis vezes menor se comparado à Comunidade Europeia", completa Arruda.
Ele estima que, para os próximos anos, estão previstos ciclos de ganhos de posição da competitividade brasileira. "Mas,
para que esse círculo virtuoso se mantenha, e o Brasil continue ganhando competitividade, é fundamental que o governo,
as empresas e a sociedade sustentem seus compromissos com o longo prazo, com os investimentos na capacidade
produtiva, na infraestrutura e na educação", ressalta.

Mirar los hermanos

A partir de um banco de dados de 48 mil informações agrupadas em oito fatores (economia doméstica, abertura de
mercado, consumo do governo, capital, infraestrutura, tecnologia, produtividade e capital humano), o Departamento de
Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), comandado por
José Ricardo Roriz Coelho, elabora, desde 1997, o Índice de Competitividade (IC-Fiesp). Na edição de 2009, o Brasil
apareceu em 37º lugar, à frente de países como Turquia, Índia e Indonésia (no anterior, ele estava na 38ª posição).

Apesar de estar entre os países que mais ganharam competitividade entre 2006 e 2008, o Brasil ainda perde para alguns
dos nossos vizinhos na América do Sul, como Argentina, Chile e Venezuela, por exemplo. Entre as demais nações que
compõem o BRIC (Rússia, Índia e China), ficamos atrás dos chineses e russos. "O que explica o distanciamento da
Argentina e Venezuela é que esses países têm grandes estoques em educação e tecnologia, itens utilizados no cálculo da
competitividade", explica Roriz.

O IC-Fiesp de 2009 indicava que a melhora recente nos investimentos em educação ainda não havia se refletido em
proporcional aumento da alfabetização e escolaridade. "Estamos gastando mais, só que qualitativamente ainda é muito
ruim", avalia Roriz. Vamos ver se na edição deste ano, prevista para sair no próximo mês, teremos algum reflexo positivo.

No ambiente tecnológico, o estudo da Fiesp detectou um aumento nos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D), embora ainda pouco eficientes na geração de patentes e na produção de resultados comerciais. O levantamento
mostrou que os países ricos investem, em média, 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em P&D, enquanto o Brasil destina
apenas 1,1%.

Aqui, há outro ponto que trava a competitividade do país e que também está relacionado à educação - a inovação, um dos
itens apontado em outro estudo, este feito pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), que, obviamente,
não deixou de mencionar as nossas deficiências em infraestrutura e em educação.

Competir fora da empresa

Mas, antes de falar sobre inovação, Heitor Chagas de Oliveira, consultor da Petrobras no Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj) e membro da Academia Brasileira de Ciências da Administração, diz ser importante lembrar que a
cultura de muitas organizações carrega um peso enorme, oriundo de algumas distorções que foram acumuladas ao longo
da história da sociedade industrial. A pior de todas, segundo ele, é a ideia de competitividade mal compreendida.

Não há dúvida de que uma empresa tem de ser competitiva. Mas as pessoas, as áreas e setores não devem competir
entre si. "Seria como se uma das mãos passasse o tempo todo querendo agredir a outra. Ou o estômago competindo com
o fígado. Sabe-se muito bem que isso não é salutar", diz.

Ele usa esses exemplos para explicar que uma cultura propícia à inovação é uma cultura de sinergia, na qual a co-operação
é um valor reconhecido e cultivado. "Há alguns gestores que não escaparam da ingênua visão competitiva das traduções
dos compêndios teóricos e acreditam na necessidade de competição entre pessoas. Esse conceito de competição trava a
capacidade de inovação e de renovação de qualquer companhia", conta.
Se um dos entraves da competitividade, no âmbito da empresa, é a incapacidade de co-operar, fica fácil perceber que o
RH, então, tem uma função absolutamente decisiva: angariar os apoios das lideranças para uma nova "revolução"
empresarial, como diz Oliveira. "A revolução que vai inovar, preliminarmente, a cultura, construindo uma cultura de
sinergia. A capacitação e o desenvolvimento de pessoas não podem ficar restritos à necessária ênfase no conhecimento.
Cursos e mais cursos, MBAs e pós-graduações são absolutamente necessários. Mas a educação não é dirigida
exclusivamente às repercussões cognitivas", pontua. "O RH tem de aplicar esforços para uma cultura de sinergia. As
pessoas educadas para o convívio integrado trazem maior capacidade competitiva para a empresa. Exatamente por não
competirem umas contra as outras."

Aproveitar a força

Aumentar os investimentos em treinamento e na formação de mão de obra para suprir a deficiência do sistema
educacional não é, da parte das organizações, a melhor solução do problema. É um paliativo de curto prazo. E que custa
caro, como diz Ioschpe. Ele afirma que seria interessante que cada empresário, individual e coletivamente, pressionasse o
governo por mudanças e melhorias na educação. Esse é o principal papel das empresas.
E como elas podem atuar? "O ensino fundamental é de responsabilidade das prefeituras. Se a empresa ou indústria tem
importância para o município, vale uma conversa com o prefeito ou com o secretário de educação. O mesmo para um
estado", diz o economista. "O empresariado deve aproveitar sua força. Tem de pressionar politicamente. Não adianta criar
uma fundação ou adotar uma escola - são ações importantes, mas que por si só não resolvem, por não gerarem mudanças
sistêmicas", conta.

Foi pensando em termos mais amplos que um grupo de empresários criou, em Pernambuco, o Instituto de
Co-Responsabilidade pela Educação (ICE). Liderado por Marcos Magalhães, o instituto oferece um novo modelo de gestão
do ensino médio, que forma os jovens não só academicamente, como também para enfrentar o mundo do trabalho e, o
que é mais importante, a vida . A iniciativa deu tão certo que já está sendo levada para outros estados.
A questão central é insistir, ter vontade de mudar esse quadro. "Estamos chegando a um ponto de inflexão: a escassez de
mão de obra está levando mais e mais a se pensar nessas questões. Agora, não dá mais para crescer por improviso. É
preciso ter essa base humana preparada para competir", finaliza Ioschpe.

Para não morrer pela boca

A fluência no idioma inglês pelos funcionários, outro ponto abordado pelo levantamento da Amcham, é considerada
decisiva para o sucesso global das empresas que operam no país. Quase 80% dos entrevistados dizem que obter
avanços nesse sentido aumentaria muito a competitividade internacional. Já quando se olha para o mercado doméstico,
o impacto é percebido como bem menos significativo. A porcentagem dos que acreditam em grande ampliação da
competitividade a partir da fluência na língua cai para 40%, e outros 43% dizem apostar apenas em um pequeno
crescimento.

Questionados sobre serviços públicos que atendem estrangeiros no Brasil, os consultados pela Amcham apontam
insuficiência de funcionários com fluência em inglês para atender tanto as necessidades atuais quanto as futuras (63%
afirmam que a quantidade é totalmente inadequada nos dois casos). No que toca a serviços privados de hotelaria,
transporte e alimentação, entre outros, a visão é parecida, embora levemente menos dramática: 52% veem como
totalmente inadequada a quantidade de funcionários fluentes para as necessidades presentes e 56%, para as
necessidades futuras.

Um Plano Marshall para a educação

Para entender melhor a situação do Brasil, Luiz Edmundo Rosa nos convida a conhecer o nosso "funil da educação". A
começar por alguns dados estatísticos: em 2008, 32 milhões de brasileiros estudavam no ensino fundamental, 8 milhões
no ensino médio e, deste, apenas 2,1 milhões o concluíam. "Somente 14% dos jovens faziam curso superior, número
irrisório perto de nossos irmãos latino-americanos [Argentina com 38%, Chile com 35% e México com 29%]. Isso para não
comparar com a Coreia, Canadá, Finlândia e tantos outros. O México, que tinha números próximos aos nossos, soube
investir e dobrar em relação a nós", conta Luiz Edmundo.
Além de números tão baixos, ele ressalta a alta taxa de evasão. Segundo dados da Unesco, cerca de 40% dos que se
matriculam na universidade não concluem seus cursos. "No caso das engenharias, esse número é muito pior, chegando,
em alguns casos, a 80%. No curso de física de uma famosa universidade federal no Rio de Janeiro, dos 120 matriculados,
90% não o concluíam", observa. "Além disso, há enormes desproporções entre os universitários. Centenas de milhares
estudam direito e pouquíssimos estão em áreas exatas, tão demandadas hoje pelo mercado. Formamos apenas 40 mil
engenheiros, segundo dados de 2007, perto dos 650 mil da China, que há pouco tempo formava menos que o Brasil", diz.

Para completar, ele informa que o número de matrículas no ensino superior vem desacelerando. "No início dos anos 2000,
subia 15% ao ano; hoje, perto de 1%, justamente quando o PIB do Brasil dispara", diz. "Empresas de construção pesada
têm crescido recentemente 25% ao ano - imaginem como a distância entre a demanda e a oferta vai se alargar." Para Luiz
Edmundo, o Brasil precisa de um verdadeiro Plano Marshall para a Educação. "Como aquele que rapidamente recuperou a
Europa destruída pela guerra. Só assim poderemos superar o tempo perdido."

Educação: índices pioraram no Brasil

O economista Gustavo Ioschpe, consultor das Nações Unidas para Educação, fez uma análise sobre a situação da
Educação no Brasil, durante palestra na Jornada de Inovação e Competividade da Fiesc
Fonte: Diário Catarinense (SC)

Economista gaúcho Gustavo Ioschpe, consultor das Nações Unidas para Educação, fez uma análise crítica sobre a
dramática situação da Educação no Brasil, durante palestra na Jornada de Inovação e Competividade da Fiesc. Entre as
revelações e dados contundentes destacou:

1. 74% da população brasileira não é plenamente alfabetizada. Ou seja, não tem domínio da linguagem. Sabem ler, mas
não compreendem.

2. 24% das crianças repetem a primeira série. Falta de aprendizado que se transfere para as demais séries. Na Europa e
nos Estados Unidos, o índice de repetência é zero, no México de 7% a na Índia de 4%.

3. O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), aplicado em 65 países, colocou o Brasil em 57º lugar em
Matemática e na 53ª posição em Linguagem e Ciências.

4. A Educação brasileira é, hoje, muito pior do que os índices econômicos do país.

5. A taxa de matrículas no Ensino superior é de apenas 20% da população no Brasil, de 43% no Chile, entre 50 e 70% na
Europa e de 100% na Coreia do Sul e Estados Unidos.

6. A China triplicou em cinco anos o número de Alunos que frequentam cursos superiores.

7. O maior entrave ao desenvolvimento socioeconômico brasileiro está na Educação pública.

8. Em pesquisas de tecnologia da informação, o Brasil ocupava a 46ª posição em 2004 e caiu para a 61ª em 2010, atrás do
Chile, Tunísia e Porto Rico.

9. O problema da Educação no Brasil não está na falta de recursos, mas na gestão e na qualidade do Ensino ministrado.
Aplicação de 5% do PIB é um índice da OCDE.

10. Não há relação entre o aumento dos salários dos Professores e a melhoria no Ensino. No sistema atual, podem triplicar
os salários que a Educação como está não será melhor. A chave está na sala de aula.

11. É vital e inadiável uma profunda reforma na Educação brasileira. Começa com a conscientização da sociedade de que a
Educação é vital e que vai muito mal.

12. Uma ferramenta positiva para os pais, os Alunos e a sociedade é adotar a Plata do Ideb, já implantada em dois estados
e vários municípios. Os índices revelarão se a qualidade da Educação é boa ou ruim.

A programação da Fiesc encerra-se hoje com a outorga da Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da
Indústria ao empresário Décio Silva, da Weg. E a Medalha do Mérito de Santa Catarina aos empresários Edgar Arnold,
Fernando Marcondes de Mattos, José Carlos Librelato, Luiz Tarquinio Sardinha Ferro e Márcio Vaccaro.
- Total frustração no sistema Acafe e entre dirigentes das Fundações Educacionais. A presidente Dilma Rousseff vetou
emendas que foram aprovadas após acordo entre a Câmara Federal e o Palácio do Planalto beneficiando as universidades
comunitárias e municipais de Santa Catarina com parcelamento de dívidas. Relator da matéria na Câmara, o deputado
Pedro Uczai(PT) promete continuar a luta pela manutenção das conquistas.

Mato Grosso é berço de inovações

Escrito por Rose Domingues


Qua, 21 de Março de 2012 21:44

Os empresários Paulo Raña e Carlos Israileve criaram o protótipo ‘ERPCI-150’, que consegue extrair até 450 gramas de
metais preciosos do lixo eletrônico, evitando a poluição e o desperdício de metais. A máquina é uma inovação no Brasil

Empresas locais apostam em produtos, processos e serviços novos. Além de um celeiro do agronegócio, o Estado prova
que aqui também nascem e crescem boas ideias

Você olha de fora e parece uma caixa grande e sem muita importância. Qual não é a surpresa ao descobrir que o
equipamento pode resolver o problema do lixo eletrônico. Só no Brasil, conforme dados da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), pelo menos 1 milhão de computadores são descartados anualmente, o que equivale a praticamente 150 mil
toneladas de sucata espalhadas por terrenos baldios, quintais, empilhados em galpões, ocupando espaço e poluindo. Ao
observar a tecnologia que já existe fora do país, os empresários Paulo Raña e Carlos Israileve, da indústria genuinamente
mato-grossense Recyclart, resolveram apostar em algo novo. Foi assim que há dois anos surgiu o protótipo ‘ERPCI-150’,
mas você pode chamar de ‘Wall.E brasileiro’. A cada tonelada de resíduos a máquina - compacta e fácil de transportar -
pode retirar até 450 gramas de metais preciosos (prata, bronze, alumínio, cobre, níquel e ouro) que, além de não serem
mais descartados no meio ambiente, geram a oportunidade de exportação com maior valor agregado. Devido ao sucesso
da inovação descoberta a partir de um edital do Senai-MT, mesmo antes de ser oficialmente lançada no mês que vem, já
existem solicitações da tecnologia por várias capitais, entre elas, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre. Paulo,
engenheiro eletrônico carioca, ex-diretor de multinacional, explica que as pesquisas não pararam por aí. Pesquisadores da
USP São Carlos ‘compraram a ideia’ e estão trabalhando junto com a empresa para aperfeiçoar o equipamento. De uma
metodologia manual, e que permite erros no sistema, a ideia agora é dotá-lo de inteligência artificial, assim o
aproveitamento dos metais será de quase 100%. “Ninguém faz isso no Brasil”. Motivados pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos, aprovada em julho de 2010, os empresários apostam no setor, por isso a indústria também está
concorrendo a novos editais com outras duas propostas: reciclagem de lâmpada fluorescente, de tubo de monitores e
televisão.

O próximo passo é criar novas tecnologias para reciclar fibra ótica. “Nosso trabalho é focado em reciclar, que significa
transformar algo que teve o fim da sua vida útil em algo novo, não tem nada a ver com reuso, é importante não confundir”.
Para o engenheiro, não é nada fácil conseguir acompanhar as mudanças tecnológicas, requer postura flexível e
investimento constante em pesquisas, afinal, a vida útil de uma televisão hoje é em média dez anos, entre os
computadores e celulares, de três a cinco anos. “A gente brinca dizendo que acabamos de criar algo fadado a ser obsoleto.
Nesse setor de reciclagem o jeito é não parar de criar, nunca de estudar, pesquisar, porque mesmo as novas tecnologias
produzirão novos tipos de lixo”.

O coordenador da Unidade de Desenvolvimento Tecnológico do Senai-MT, Valdir Souza Junior, explica que em geral os
projetos aprovados pelo edital de Inovação têm 18 meses para serem desenvolvidos. A instituição disponibiliza
acompanhamento dos estudos, execução e faz avaliação de mercado

INCENTIVO À CRIATIVIDADE

Anualmente uma média de dez projetos participam da seleção do edital voltado para inovação do Senai/Sesi de Mato
Grosso. Desde 2004, quando houve a primeira versão do processo regional, cerca de oito propostas foram contempladas
com recursos para investimento em pesquisas e testes. O objetivo sempre é transformar ‘ideias’ novas em produtos que
possam ir para o mercado consumidor e por isso agreguem valor econômico e social. O coordenador da Unidade de
Desenvolvimento Tecnológico do Senai-MT, Valdir Souza Junior, explica que em geral as propostas têm um período de 18
meses para serem desenvolvidas, a instituição disponibiliza profissionais não só para ajudar na execução, também contrata
equipes para fazer avaliação de mercado e monitoramento constante em todos os níveis do projeto. “Nós sentimos que há
certa dificuldade em transformar uma ideia em algo que seja avaliado externamente, por isso fazemos questão de
desenvolver um plano de negócio”.

Para o presidente do Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (Cointec) da Federação das Indústrias em Mato Grosso
(Fiemt), Sílvio Rangel, os investimentos das indústrias brasileiras no desenvolvimento de produtos, processos ou serviços
são decisivos para o desenvolvimento do país, porque melhoram a competitividade das empresas e da economia. “A
inovação tecnológica reduz os custos, aumenta a produtividade e a oferta de bens e serviços”. Embora sejam iniciativas
recentes, o Estado tem procurado se ajustar e já tem há um ano uma lei específica para tratar do assunto. A Confederação
Nacional da Indústria (CNI) tem realizado um movimento de incentivo à inovação. Só no ano passado avaliou 427 projetos
de 254 empresas em quatro categorias: gestão da inovação, competitividade, design e desenvolvimento sustentável.
Houve 24 finalistas e oito premiadas. “Claro que São Paulo é pioneiro, porém Mato Grosso não é apenas celeiro de
alimentos, também temos aqui excelentes ideias”.

COSMÉTICOS 100% NATURAIS

Depois de um ano de estudos e testes, a Ostrich Cold Cream lançará em abril uma linha de esfoliantes com a casca do ovo
de avestruz, que consiste em esferas circulares que são encapsuladas com vitamina A e sais minerais. Uma das vantagens é
que ele pode ser usado inclusive por alérgicos. Em 2010 a empresa venceu o edital Inovação do Senai-MT e recebeu ajuda
de pelo menos R$ 200 mil em investimentos, apoio extremamente bem-vindo. Mais que ‘dinheiro’, a instituição também
disponibilizou técnicos da área de biologia e farmácia para acompanhar as pesquisas do novo produto. A empresária Tânia
Kramm da Costa, de 33 anos, conta que o carro-chefe é o bálsamo anti-inflamatório natural que combate artrite,
queimaduras e psoríase. A linha de cosméticos ‘naturais’ faz muito sucesso porque o óleo, substância retirada da gordura
do animal, é rico em ômega 3, 6 e 9, e vitaminas D e E.

Depois de um ano de estudos e testes, a Ostrich Cold Cream lança em abril uma linha de esfoliantes com a casca do ovo de
avestruz. Além de 100% natural, o produto pode ser usado por pessoas alérgicas, o que um novo nicho de mercado. Para
Tânia Kramm, as inovações são sempre bem-vindas

As máscaras capilar e de hidratação profunda para os cabelos ajudam as consumidoras a abandonar opções de cremes
com formol. As próximas apostas são um filtro solar natural e um óleo hidratante que é repelente. Arriscar é com a Tânia.
Uma prova disso é que o negócio começou com quatro produtos e já tem 80, a maioria oriunda do óleo da ave. De 12
funcionários, já são 26. A empresa tem uma fazenda onde são criados cerca de 700 avestruzes, um laboratório novo e
equipado e um escritório em Cuiabá. Em dois anos de atuação, possui pontos de vendas em 16 estados, entre eles Rio de
Janeiro, Santa Catarina, Amazonas, Rio Grande do Sul e Maranhão. O foco para 2012 é exportar para a Arábia Saudita,
Alemanha, Áustria e outros países da Europa, além de manter o atendimento personalizado a hotéis e eventos em Mato
Grosso. “O que dificulta um pouco e nos faz perder competitividade é a tributação do Estado, são muitos impostos, mais
que em outras regiões do país e também o preço do frete. Levamos uma semana para exportar para a Europa e três
semanas para conseguir fazer uma entrega no Rio Branco ou em Manaus”.

IDEIAS X EMOÇÃO

Depois de um ano e meio de pesquisas na biblioteca do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), o professor e escritor Elifas Gonçalves Junior, do departamento de Administração, chegou a conclusões que
divergem da metodologia utilizada pelo sistema de ensino brasileiro, que é extremamente cartesiano, chato e atrasado 500
anos. Ao contrário do que escolas fazem hoje, as inovações só podem surgir em um meio que permita a criatividade, em
ambientes favoráveis ao erro, já que ele é inerente ao processo de criação e inovação. No cérebro, o sistema límbico faz a
ponte entre as emoções e o processo de aprendizado e criação. Por isso emoções primárias, como o medo, são
importantes para preservar a vida, porém, se não são bem trabalhadas, impedem os seres humanos de se expandirem e
atingir sua potencialidade em qualquer área, pessoal e profissional. Mas assim como as instituições de ensino, as empresas
querem funcionários criativos e inovadores, só que continuam dando preferência aos ‘quadradinhos’ na hora da
contratação. “Se você admitiu um chuchu, o máximo que terá, mesmo com cursos e treinamentos, é um chuchu
melhorado”.

O melhor para indústrias e empresas é ter em seu ambiente uma salada colorida, em que não falte cebola, cenoura,
beterraba, repolho, a diversidade ajuda no crescimento humano do mundo corporativo. Mundos diferentes, pensamentos
diferentes podem até dar mais trabalho, no entanto, fazem uma excelente receita de bolo. Portanto, ‘padronizar’ e
‘engessar’ estão na contramão de qualquer processo de inovação. “Nossa criatividade está 24 horas no ar porque mais de
95% do nosso pensamento é inconsciente, não é racional, ou seja, nós tentamos controlar algo que não tem controle, e
que está totalmente ligado à emoção”. Albert Einstein, por exemplo, despertou para a lei da relatividade enquanto fazia a
barba. Já Isaac Newton teve um insight sobre a lei da gravidade quando uma maçã caiu em sua cabeça. Claro que ter um
ambiente favorável não significa solto, sem regras. “O povo brasileiro é criativo, mas falta persistência e sistematização,
método. A cultura imediatista impede o planejamento. Algo que os alemães, por exemplo, têm de sobra”. Os resultados da
pesquisa dele podem ser encontrados no livro ‘Inovação e pseudoinovação – concepção e aplicação das ideias’, publicado
pela UFMT.

“Se no teste de seleção da sua empresa você admitiu um chuchu, o máximo que terá, mesmo com cursos e treinamentos,
é um chuchu melhorado” (professor e escritor Elifas Gonçalves Junior, do departamento de Administração da UFMT)

GERAÇÃO Y

De 2,5 mil funcionários, pelo menos metade na indústria de biodiesel Barralcool, localizada em Barra do Bugres (150 km de
Cuiabá), faz parte da geração Y, o que gera certas dificuldades, entre elas, a alta rotatividade. Vencedora do edital de
Inovação do ano passado, a empresa é parceira na pesquisa e desenvolvimento de uma nova metodologia de recursos
humanos que permita harmonizar as várias gerações e diminuir os conflitos. Os dados começaram a ser coletados, a
consultoria de análise e acompanhamento é de dez meses e vai até novembro ou dezembro deste ano. O resultado final é
esperado para o início de 2013. “Nosso primeiro ano efetivamente participando foi o ano passado, tivemos 11 projetos
inscritos, quatro aprovados, o interessante é que a tecnologia social visa criar produtos e serviços que podem ser
replicados para outras indústrias com baixo ou nenhum custo”, explica a técnica de Educação do Sesi-MT, Cíntia Silva.

O gerente de divisão de biodiesel da Barralcool, que também é presidente do Cointec, na Fiemt, explica que a novidade
agradou à diretoria, composta em sua maioria pelas gerações baby boomers e X. O importante é não gerar um clima de
que, em razão do tipo de geração à qual pertença, o funcionário esteja tendo mais atenção, pelo contrário, as mudanças
que porventura vierem a ser implantadas a partir do estudo servirão também para os próprios colaboradores se
reavaliarem. Essa será a primeira pesquisa sistematizada voltada para esta área no Brasil, com metodologia estrutural. O
que existe até hoje, conforme Cíntia, são ações pontuais e isoladas.

Brasil avança 21 posições e ocupa 47º lugar em ranking de inovação

Na lista dos dez países mais inovadores estão seis europeus e dois asiáticos, além de EUA e Canadá

A 4ª edição do ranking levantou dados sobre 125 países, que compreendem 93,2% da população e 98%
do PIB mundialO Brasil subiu 21 posições no Índice Global de Inovação 2011 da instituição de ensino de negócios e de
pesquisa INSEAD, ocupando a 47ª colocação, mas ainda figura atrás de países como Malásia (31ª), Chile (38ª) e Costa Rica
(45ª). Em 2009, o País ocupava a 50ª posição, mas caiu no ano seguinte para a 68ª posição. Na lista dos dez países mais
inovadores estão seis europeus, dois asiáticos e dois americanos: Suíça (1ª), Suécia (2ª), Cingapura (3ª), Hong Kong (4ª),
Finlândia (5ª), Dinamarca (6ª), Estados Unidos (7ª), Canadá (8ª), Holanda (9ª) e Reino Unido (10ª).

A 4ª edição do ranking levantou dados sobre 125 países, que compreendem 93,2% da população e 98% do Produto
Interno Bruto (PIB) do mundo. O estudo foi desenvolvido em parceria com a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI), a consultoria Booz & Company, a empresa de telecomunicações Alcatel-Lucent e a Confederação da
Indústria da Índia. Segundo a INSEAD, o Índice foi calculado por meio de uma média de pontos que incluem "insumos"
(referentes ao ambiente propício à inovação) e "produtos" (mensurando os resultados reais da inovação). No fator
"insumos" estão incluídos: instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, excelência do mercado e excelência de
empresas. O fator "produtos" subdivide-se em dois: produtos científicos e produtos criativos.

Entre os sub-indicadores,
o Brasil se destacou nos 'produtos', despontando
na 32ª posição, a melhor colocação entre os classificados como de
renda médiaPontos positivos

Entre os sub-indicadores, o Brasil se destacou nos "produtos", despontando na 32ª posição — a melhor colocação entre os
países classificados como de renda média, segundo critérios do Banco Mundial. Em contrapartida, no sub-indicador
"insumos" o Brasil ocupa apenas a 68ª posição. Na média entre "insumos" e "produtos", o País ficou no 47º lugar do
ranking, com 37,75 pontos em uma escala de zero a cem. A Suíça, no topo da lista, registrou 63,82 pontos e o último
colocado, a Argélia (125º), somou apenas 19,79 pontos. O Brasil se saiu bem em alguns indicadores de propriedade
intelectual, como pedidos de registro de modelos de utilidade (24º) e marcas registradas (23º), ambos solicitados pelos
residentes no escritório nacional. Também tiveram destaque o crescimento brasileiro da taxa de produtividade do
trabalho, que colocou o País na 26ª posição, com uma taxa de 3,9%; a exportação de serviços de comunicação e
computação (15º lugar) a e exportação de serviços criativos (2º).

No sub-indicador 'insumos', o Brasil ocupa a 68ª posiçãoApesar do resultado inferior do Brasil nos indicadores de
"insumos", alguns dos índices que compõem esse indicador foram positivos. O País ficou na 30ª posição no gasto bruto
em P&D (1,1% do PIB); 24ª colocação no uso de energias renováveis (44,5% da matriz energética); 7º lugar no item
"pegada ecológica" e biocapacidade (reserva de 6,1 hectares per capita); e 23º lugar em capitalização do mercado. O
estudo aponta ainda que o Brasil tem adotado iniciativas positivas para a absorção de conhecimento e na aquisição de
tecnologia, principalmente na importação de alta tecnologia (15º lugar, com 15,7% das importações totais do País) e
importação de serviços de comunicação e computação (16º lugar, com 49,4% da importação de serviços comerciais).

Importância para o crescimento

"A inovação é decisiva para impulsionar o crescimento tanto nos países desenvolvidos quanto nas economias emergentes,
especialmente durante uma época em que a economia global ainda está em um estado de recuperação", afirmou
Soumitra Dutta, professor no INSEAD e editor do estudo. "O Índice Global de Inovação evoluiu para uma valiosa
ferramenta de benchmarking para encorajar o diálogo público-privado, incluindo tomadores de decisões, líderes
empresariais e outras partes interessadas", declarou o professor, segundo comunicado à imprensa.

O estudo inclui capítulos de conteúdo analítico sobre as recentes tendências globais da inovação que dificilmente
poderiam ser obtidas por meio de indicadores tradicionais, de acordo com o INSEAD. Entre esses tópicos, feitos com o
apoio dos parceiros da instituição, estão o cenário de inovação atual da Índia, as perspectivas sobre a inovação na América
Latina, as cidades sustentáveis, a distribuição da P&D no mundo globalizado e os indicadores relacionados às indústrias de
criatividade e de direitos autorais. Entre os demais países do BRIC, a China ocupa no ranking a 29ª colocação; a Rússia, a
56ª posição; e a Índia, o 62º lugar.

Educação brasileira exige medidas excepcionais, diz presidente da SBPC

A solução dos problemas mais agudos da educação básica no Brasil, como a formação deficiente no ensino fundamental e
a carência de professores, exige medidas urgentes e excepcionais, inclusive do ponto de vista legal. A opinião é do
presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp, expressa na noite desta
quinta-feira, 27, durante sua participação na a sessão plenária “Educação de qualidade desde a primeira infância”, durante
a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que se realiza em Brasília até esta sexta-feira, 28.

Para o presidente da SBPC, o Brasil apresenta um “imenso déficit na educação básica”, que contempla os níveis de ensino
fundamental e médio, e a solução definitiva dos problemas apresenta “duas ordens de desafios”, disse. “Uma, que exige
resultados urgentes; outra, que proporcione mudanças estruturais no sistema educacional e que apresente resultados no
médio e longo prazo”, explicou.

A primeira ordem de desafios se refere aos “problemas gritantes” do sistema de ensino brasileiro, como a formação de
analfabetos funcionais (pessoas que não entendem o que lêem) e a carência de professores, especialmente de ciências.
Para Raupp, esses problemas se traduzem em “demandas emergenciais que pedem soluções excepcionais”. Na opinião
dele, não basta um regime normal para resolver esses problemas. “Serão necessários esforços redobrados, quebra de
paradigmas, superação de condições estabelecidas e até mesmo a criação de uma legislação excepcional”, aspectos que
exigiriam “ousadia e doação” dos governantes, dos profissionais da educação e também dos profissionais de outras áreas
que seriam chamados a colaborar.

Para o presidente da SBPC, uma vez resolvidos os problemas mais urgentes, existiriam, então, as condições para se
desencadear um conjunto de medidas que proporcionassem “mudanças estruturais, sólidas e duradouras no nosso
sistema de ensino”, afirmou. Valorização dos cursos de formação de professores, reconhecimento do trabalho docente,
aplicação de novas e eficientes metodologias de ensino, recuperação da importância da escola na vida das comunidades –
foram itens citados por Raupp para ser contemplados em uma política educacional que “visasse não mais superar
vergonhas, mais sim preparar os brasileiros para melhorar o Brasil e para ajudarem a melhorar o mundo”.

Inovação e sustentabilidade – Em sua palestra, o presidente da SBPC deu ênfase à necessidade de o Brasil aperfeiçoar seu
sistema educacional não apenas para “reparar uma injustiça social” com as populações mais pobres economicamente.
Para ele, “o Brasil precisa também preparar seus jovens para que tenham êxito em dois pré-requisitos do mundo atual, a
inovação tecnológica e a sustentabilidade, que exigem cidadãos dotados de uma educação formal em níveis qualitativos
sem precedentes”, afirmou.

Para que o País supere todos seus obstáculos no campo educacional, Raupp acredita que será necessário um “grande
mutirão”, com a participação dos governos e da sociedade. Ele disse reconhecer os esforços que vêm sendo feitos pelo
poder público, mas observou que “os problemas se avolumam numa escala superior à capacidade até agora mobilizada
para resolvê-los”. Para Raupp, “os esforços até agora realizados pelos governos federal, estaduais e municipais não foram
satisfatórios para atender às expectativas da população. Há um abismo enorme entre o que precisamos da educação e o
que ela nos oferece”.

Para que o País saia dessa condição, Raupp propõe que a sociedade e o governo pactuem um novo esforço em prol da
educação. “Se quisermos associar democracia e modernidade, ou o País como um todo toma a decisão inadiável e
necessária de priorizar a educação como tarefa imprescindível, ou perderemos o passo da História”, finalizou.

Uma nova proposta de educação para inovação


Como criar um modelo que tenha valor percebido e gere resultados tangíveis? Opine!

Por Radar Inovação em 28 fevereiro 2011

Encontrar um modelo de educação corporativa que atenda aos objetivos estratégicos, motive os profissionais e que seja
aderente à cultura organizacional é um desafio para muitas empresas e gestores de Desenvolvimento Humano.

Apesar de existirem diferentes opções de intervenções, treinamentos e capacitações disponíveis no mercado, os modelos
ofertados, em geral, não contemplam e não se adéquam a muitas especificidades das organizações, como cultura, modelo
de negócio, objetivos estratégicos e posicionamento das lideranças.

Ciente dessa realidade, a equipe da Inventta consolidou uma Plataforma de Educação para Inovação. O modelo leva em
consideração a experiência acumulada pela Inventta em quase dez anos no mercado e os anseios de profissionais de RH
de diferentes empresas, como explica Janayna Bhering, gerente de projetos da Inventta:

Queremos despertar profissionais para transformarem suas empresas e seu ambiente, tornando-se pessoas mais felizes e
fazendo organizações mais saudáveis. E a principal ferramenta para isso é a educação para empreendedorismo e inovação.
Que, agora, está evoluindo para uma plataforma de educação corporativa com o mesmo foco.

Para direcionar as ações de educação, a plataforma leva em consideração quatro pilares da Unesco:

● Aprender a conhecer: Relacionado aos diferentes instrumentos do conhecimento;


● Aprender a fazer: Relativo à aplicação dos conhecimentos teóricos;
● Aprender a conviver: Relacionado ao campo dos valores, envolve tomar conhecimento do outro, diluir os atritos
e descobrir pontos comuns;
● Aprender a ser: Também relativo ao campo dos valores, foca o desenvolvimento individual dos profissionais.

Com base nos pilares descritos acima, auxiliamos organizações a desenvolverem as competências necessárias para inovar
e a disseminarem a inovação em diferentes áreas, permitindo, com isto, a criação de uma estratégia de diferenciação no
mercado. Nossa metodologia, lapidada nestes anos de experiência com empresas de diferentes portes, propicia o
inusitado, por meio de dinâmicas vivenciais, sem perder de vista a importância de disseminar um conteúdo de qualidade.

Além disso, a flexibilidade é um quesito fundamental da Plataforma de Educação para Inovação. De acordo com as
necessidades, cultura e objetivos estratégicos das organizações, podemos oferecer diferentes cursos, formatos e modelos
de capacitações, treinamentos e workshops para todos os níveis hierárquicos das empresas.

Entre alguns temas de destaque na plataforma podemos citar:


● ‘O que está acontecendo no mundo’: Temas abertos e provocativos com convidados externos que debatem com
os participantes sobre novos mercados, quebra de paradigmas e impacto do mundo 2.0;
● Propriedade Intelectual: Visão estratégica dos mecanismos de apropriação do conhecimento, qual a melhor
estratégia de proteção, inteligência competitiva etc;
● Embate (Empreendedorismo de Base Tecnológica): Workshop vivencial onde o participante passa pelo processo
de inovação e entende as características comportamentais empreendedoras necessárias para se inovar;
● Gestão de portfólio e gestão de pipeline: Visão estratégica do portfólio e de ferramentas de gestão de portfólio e
pipeline de projetos, dentre outros.

Além dos temas apresentados, outra proposta é permitir que gestores, líderes e executivos das empresas vivam imersões
em ambientes de negócios inovadores, nas chamadas experiências de inovação, que são visitas educacionais a outras
empresas no Brasil e no Exterior para conhecer in loco casos de sucesso e referências de mercado. Também há a
possibilidade de os profissionais conhecerem a realidade de pequenas organizações e negócios baseados em inovação,
como start-ups, onde o participante vai ver como essas novas empresas de altíssimo potencial fazem para quebrar
paradigmas de mercado e disputar com grandes organizações usando a inovação como diferencial.

Com nosso portfólio e outras demandas em mãos, os clientes podem escolher, com o auxílio da Inventta, os temas mais
adequados e o tempo que será dedicado a cada um deles.

Outro diferencial é que contamos com uma rede de parceiros consolidada, que expõe conteúdos complementares e
sinérgicos aos nossos, adaptados à nossa metodologia de educação. Também oferecemos uma série de serviços
complementares, como convites e confirmações; listas de presença; relatórios avaliativos; reuniões de repasse e produção
de materiais que facilitam o dia-a-dia das empresas tornando a gestão de suas capacitações mais leve.”

Os conceitos da Plataforma de Educação para Inovação foram apresentados, em janeiro deste ano, para gestores de
Desenvolvimento Humano de diferentes empresas. Eles apontaram seus principais desafios e ajudaram a Inventta a
aprimorar o modelo da Plataforma. Mas, a discussão não está encerrada. Foi criada uma comunidade no Linkedin
especificamente para debater o assunto.

E então, como criar um modelo de educação corporativa que tenha valor percebido e gere resultados tangíveis para sua
empresa? Envie sua contribuição!

Se por um lado o desenvolvimento tecnológico dos processos de produção na indústria, na construção civil, na agricultura
e demais segmentos garante uma maior produtividade (com otimização de tempo e de matéria-prima), por outro dificulta
a inclusão ou permanência no emprego de trabalhadores com menor grau de instrução. Assim, ou são excluídos
definitivamente, aumentando os números do trabalho informal, ou são conduzidos a postos de trabalho com salários cada
vez mais baixos.

Em outras palavras, ao passo que novas tecnologias permitem um avanço em termos de crescimento econômico, podem
também aumentar o chamado desemprego estrutural, o qual é gerado pela substituição da mão de obra humana pelo
trabalho de máquinas e equipamentos modernos comandados por sistemas informatizados e automatizados. Da
produção de brinquedos a grandes montadoras de automóveis, da produção agrícola à prestação de serviços nos centros
urbanos, esse tipo de desemprego se faz presente.
Dessa forma, não seria melhor que não reestruturássemos os processos produtivos, mantendo uma economia atrofiada
para que assim pudéssemos manter empregos para todos? Seria necessário defendermos um movimento de destruição
das máquinas assim como pregava o ludismo no início do século XIX na Europa? Certamente que não, pois essas não
seriam alternativas inteligentes. A saída existente não é impedir o crescimento econômico e desenvolvimento dos
processos industriais para estágios mais modernos. Os caminhos para o enfrentamento desse problema perpassam
políticas que asseguram garantias aos trabalhadores (salários, jornadas de trabalho) como também dizem respeito a
medidas políticas para regulação da economia por parte do Estado. Porém, isso não é tudo. É fundamental considerarmos
o fato de que vivemos na era do conhecimento e da informação e, dessa forma, pensarmos no papel protagonista da
educação.

A ocupação dos cargos nos mais diferentes setores da economia depende (para além das questões já apontadas acima,
bem como de conjunturas nacionais e internacionais em tempos de globalização comercial) também da criação de
condições para uma formação profissional de qualidade para um maior número de indivíduos. Se por um lado o
desemprego estrutural reduz a presença humana nas fábricas e lavouras, por outro requer a presença de trabalhadores
mais capacitados, isto é, dotados de mão de obra especializada para operar instrumentos mais complexos. Sem
oportunidades de uma vida escolar, isto se torna cada vez mais difícil.

Conforme publicação do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em março de 2011, no Brasil, os pobres
representavam mais da metade dos desempregados, correspondendo a quase 55% do total. Esse dado é muito
significativo, pois se pensarmos nas dificuldades das classes mais pobres em terem acesso a uma educação de qualidade,
veremos como poderá se perpetuar a exclusão do acesso ao emprego de uma fatia da sociedade.

Segundo dados publicados pelo Governo Federal em março de 2011, o Brasil teve um aumento de 7,5% em seu PIB em
2010, passando, dessa forma, para a posição de 7ª maior economia do mundo. Obviamente, são números expressivos e
significativos, pois representam o salto que a economia brasileira viveu nessa última década. Porém, o crescimento do PIB
não resolve por si só os desafios sociais do país (embora possa significar algum progresso), dentre eles criar políticas
educacionais universais e de qualidade (do ensino fundamental à pós-graduação), com vistas à erradicação da pobreza e
da exclusão social. Assim, o crescimento econômico do país deve promover também o desenvolvimento social, o qual
implica em maior expectativa de vida, maior distribuição de renda e melhores condições para que se possa estudar mais,
alcançando-se maior nível de instrução e preparo para melhores postos de trabalho. Dessa forma, se o Estado não
promover políticas e investimentos em educação e se os resultados do crescimento econômico se concentrarem nas mãos
de poucos, ele mesmo (o crescimento) poderá ser comprometido pela falta de mão de obra especializada. Sem melhor
educação, contrariando o ditado popular, o Brasil não será o país do futuro.

Falta de mão de obra qualificada leva empresas a investirem em educação no próprio ambiente de trabalho
Pesquisa revela que falta de mão de obra qualificada afeta 69% das empresas brasileiras e 78% delas oferecem a
capacitação necessária no próprio local de trabalho.

Pesquisa realizada pelo Programa em Estudos de Gestão de Pessoas (Progep), denominada RH2010, aponta que 64,2% das
empresas entrevistadas consideram que atrair, capacitar e reter talentos são os maiores desafios estratégicos da Gestão
de Pessoas nas organizações. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirma quando revela, em pesquisa divulgada
no 1º semestre de 2011, que a falta de mão de obra qualificada afeta 69% das empresas. Para suprir essa carência,
empresas também assumem o papel de educadoras e vão além dos tradicionais treinamentos para investir em
Universidades Corporativas (UCs).

Nascidas na década de 1970, nos Estados Unidos, as universidades corporativas chegaram ao Brasil no final dos anos 90, e
só agora vêm ganhando força. Esse novo modelo de capacitação profissional tem sido adotado por pequenas, médias e
grandes empresas. É o caso da SISLOC Softwares, com sede em Belo Horizonte. A empresa, especializada no
desenvolvimento de um sistema de gerenciamento para locadoras de diferentes equipamentos, inicia 2012 com o
lançamento do projeto. O primeiro módulo é sobre Gestão de Projetos e começa em fevereiro, direcionado aos
funcionários. As aulas serão ministradas na própria empresa, duas vezes por semana, duas horas por dia.

A gerente geral da SISLOC Softwares e mestre em Educação Tecnológica, Jiane Ribeiro Amaral, explica que a UC é uma
organização de ensino focada e dirigida pela empresa, que atua estrategicamente para desenvolver e educar funcionários,
clientes, fornecedores e comunidade, a fim de atender as estratégias empresariais. “É um investimento a médio e longo
prazos que beneficia a SISLOC, que terá mão de obra qualificada e focada em suas estratégias, e seus colaboradores,
clientes, fornecedores e comunidade pelo aprendizado”, detalha.

Também especializada na implantação de UCs pelo Brasil, Jiane conta que propôs o modelo na SISLOC Softwares pela
dificuldade de contratar profissionais com as habilidades necessárias no mercado. A pesquisa de 2011 da CNI divulgou
que, para mais da metade (52%) das empresas do setor industrial consultadas, a má qualidade da educação básica é um
dos principais dificultadores da qualificação desses funcionários. “Os candidatos chegam das escolas despreparados.
Como precisamos de pessoas, optamos por capacitá-las na própria empresa. Estamos assumindo o papel de educar”,
observa Jiane.

Segundo pesquisa da CNI, 78% das empresas brasileiras optaram por oferecer capacitação necessária no próprio local de
trabalho. No caso da SISLOC, o investimento ainda vai além de seu quadro de funcionários. “A Universidade Corporativa
SISLOC conta com três escolas: a Escola Técnica, para funcionários; Escola de Líderes, para gestores e colaboradores com
perfil de liderança; e a Escola de Clientes, direcionada aos parceiros”, adianta. Também integra o projeto a realização de
seis workshops, com foco nos quase 300 clientes da SISLOC Softwares espalhados pelo Brasil. “Será um workshop por
região, sendo que o primeiro ocorre em março, em BH”, completa Jiane Amaral.

Sustentabilidade – Considerada pela gerente geral da SISLOC Softwares, Jiane Amaral, como uma das maiores tecnologias
de RH da atualidade, a universidade corporativa pode ser projetada para ser sustentável. “No caso da SISLOC, todos os
recursos captados retornam para a universidade, permitindo ampliar e qualificar a proposta”, garante Jiane.

Falta de mão de obra qualificada prejudica 69% das empresas


TATIANA RESENDE - DE SÃO PAULO

A falta de mão de obra qualificada afeta 69% das empresas, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela CNI
(Confederação Nacional da Indústria).

Para mais da metade (52%) das empresas do setor industrial consultadas, a má qualidade da educação básica é uma das
principais dificuldades para qualificar esses funcionários.

● Empresa segura funcionário para driblar falta de qualificação


● Só 18% de operários na construção tiveram formação profissional

Para driblar esse problema,78% das empresas oferecem a capacitação necessária no próprio local de trabalho.

"É um problema que atinge a indústria como um todo, dificultando o aumento de produtividade e a qualidade do
produto", afirma o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

Embora todas as áreas e categorias profissionais sejam atingidas por esse gargalo, a área de produção, principalmente
operadores e técnicos, é a mais prejudicada.

A sondagem da entidade entrevistou executivos de 1.616 empresas entre os dias 3 e 26 de janeiro. Entre as empresas
ouvidas, 931 são pequenas, 464 médias e 221 grandes.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Outra pesquisa, dessa vez a cargo da Fundação Getúlio Vargas, já havia detectado os problemas de formação profissional
da mão de obra nacional.

O trabalho da FGV mostrou que somente 17,8% dos trabalhadores ocupados na construção civil freqüentaram curso de
educação profissional.

De 16 setores analisados na pesquisa, os com maior proporção de pessoas formadas em cursos de educação profissional
são: automobilístico (45,71%), finanças (38,17%), petróleo e gás (37,34%). Já os com menor proporção são agronegócio
(7%), outros (13,54%) e construção civil (17,8%).

Ao se levar em conta os níveis de formação (qualificação profissional, curso técnico e graduação tecnológica), a construção
civil aparece em 14º lugar no ranking relativo à qualificação profissional e também na 14ª posição no referente a cursos
técnicos. E aparece em 13º lugar se considerado o nível de graduação tecnológica. No total, são 16 setores avaliados.

Um dos principais temas de reflexão é que, apesar do aumento da escolaridade e dos salários no setor, há maior escassez
de mão de obra na construção civil.

Por não empregar mulheres e jovens, os segmentos mais escolarizados da população, a tendência é de acirramento do
apagão de mão de obra qualificada, segundo o estudo. A opção dos jovens é por trabalhos menos braçais. Dos 29 milhões
de jovens ocupados, apenas 2 milhões trabalham no setor da construção civil.

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