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PROFISSIONAL E A
RELAÇÃO COM O
DESEMPREGO NO
BRASIL.
Ellen Thais da Silva Pantoja
Gislaine Ferigotti
Introdução
Capacitação profissional
A capacitação profissional é uma arma poderosa na busca pelo desenvolvimento das competências
humanas no trabalho (Dias, 2016). As atividades de capacitação visam aprimorar e qualificar os
colaboradores das organizações. Neste termo é necessário pensar que as organizações não existem nem
funcionam ao acaso. Precisam de planejamento para alinhar as suas atividades com os seus objetivos. Com
o advento da globalização as mudanças nos requisitos da força de trabalho, ou seja, as transformações no
ambiente produtivo, normalmente vinculadas a mudanças tecnológicas ou legais, tornaram-se fatores
importantes no espectro competitivo do mercado. Diante desse cenário a estratégia adotada pela
organização, visando a qualificação dos seus colaboradores, define como a empresa deve se comportar em
um mundo dinâmico e competitivo.
Já há algum tempo que o elemento humano presente nas organizações, sejam elas públicas ou privadas,
deixou de ser um mero componente de um processo de trabalho e passou a assumir o posto de elemento
essencial na produção de bens e serviços, pelo fato de, entre outras características, por exemplo, ter a
capacidade de assumir posições e estratégias coerentes com os cenários apresentados pelo mercado ou
demandados pela sociedade, de modo a buscar sempre as melhores opções para alcançar os resultados
pretendidos. (DIAS, 2011, p. 21)
.
Em sintese, o senso comum revela que as empresas, pressionadas pelas intensas mudanças
ocorridas nos seus ambientes de negócios, começaram a rever as suas práticas administrativas. As
transformações ocorridas no processo de globalização impuseram às organizações uma série de medidas
no sentido de torná-las mais ágeis, além de demandar maior rapidez no processo decisório.
Outro fator importante a ser destacado é a intensificação da competição entre as organizações. Este fator
levou à necessidade de rápida incorporação do desenvolvimento tecnológico ao processo produtivo e a
fusão da ciência com a produção possibilitou a aceleração na implementação de inovações tecnológicas.
Qualificar os seus colaboradores é um passo importante dentro da organização,
pois visa desenvolver e aperfeiçoar a capacidade de cada um para que tenha um crescimento profissional
em determinada carreira na organização ou para que se torne mais eficiente e produtivo em seu cargo.
Em muitas situações as organizações se valem de outras organizações ou de firmas especializadas em
desenvolvimento de pessoal. Essas qualificações podem ser aplicadas a todos os níveis ou setores da
organização, caracterizando uma ação que proporciona o desenvolvimento de recursos humanos mais
capacitados para assumir as tarefas a eles designados.
Partindo do fato de que as empresas precisam desenvolver ações que favoreçam
o desenvolvimento de suas competências críticas, a qualificação pode ser vista como integrante das
políticas de desenvolvimento e implementação de estratégias nas organizações. Ao promover a referida
qualificação, a organização deve ser capaz de incorporar em suas práticas o aprendizado que provém
destas ações
Desemprego no Brasil
Políticas públicas de enfrentamento do desemprego têm sido prioritárias, tanto na agenda dos países com
economias capitalistas avançadas, quanto nos casos de industrialização mais tardia (Balestro, Marinho e
Walter, 2011). Para os mesmos autores:
No contexto da América Latina, os ajustes econômicos e as mudanças tecnológicas afetaram as políticas
de bem-estar nascentes, devido ao desenvolvimento institucional insuficiente no campo da proteção
social. A reforma na legislação de trabalho é frequentemente citada como uma estratégia para se obter
uma alocação eficiente e melhores perspectivas de emprego. (BALESTRO, MARINHO e WALTER,
2011, p. 3)
Corroborando com o pensamento dos autores, pode-se afirmar que apesar de nos últimos anos as leis
trabalhistas terem sofridas intensas flexibilizações, não houve real redução do desemprego, pois essas
medidas atenderam mais aos interesses de determinados setores da economia dos países em
desenvolvimento, do que aos interesses dos trabalhadores. A precarização das relações de trabalho, tem
gerado o sub-emprego e a perda do poder aquisitivo dos trabalhadores.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Contínua, no terceiro trimestre de 2021, em
uma divulgação especial apresentou os indicadores de Medidas de Subutilização da Força de Trabalho no
Brasil. Esses indicadores retratam de forma consistente e oficial a situação do subemprego no país. O
periódico Indicadores IBGE, divulga essas informações desde 1982, começou, inicialmente com dados
sobre, trabalho e rendimento, indústria e preços, posteriormente, “passou a incorporar, no decorrer das
décadas seguintes, informações sobre agropecuária, contas nacionais trimestrais e serviços, visando
contemplar as variadas demandas por estatísticas conjunturais para o País”.
De acordo com o IBGE (2021), a Subutilização da Força de trabalho (labour underutilization) é um
conceito construído para complementar o monitoramento do mercado de trabalho, além da medida de
desocupação (unemployment), que tem como objetivo fornecer a melhor estimativa possível da demanda
por trabalho em ocupação (employment).
METODOLOGIA
A forma como este trabalho foi elaborado se deu a partir de pesquisas e leituras de publicações
de materiais em periódicos, artigos e sites correlatos, sobre qualificação profissional e sobre a situação do
desemprego no País. Também se utilizou dados secundários encontrado na página do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas (IBGE). A partir da revisão e da leitura dessas publicações, fez-se uma análise, o
resultado dessa análise constitui esse artigo.
O objetivo deste trabalho, é demonstrar, a partir de uma análise qualitativa, a relação entre a
importância da qualificação profissional, como uma ferramenta para fortalecer as organizações em
ambiente competitivo, bem como melhor preparar os seus colaboradores para dar conta das tarefas a eles
repassados dentro da organização. Em última análise, também estabelecer uma relação com o
desemprego estrutural existente hoje em dia no País.
Resultados
A configuração da Qualificação Social e profissional como política pública, na condição de política social a
partir de 2004, ganha maior centralidade devido às mudanças decorrentes da reestruturação produtiva e
do próprio crescimento econômico. Marcada como um caminho para a inclusão social, a nova política
pública de qualificação expressa no segundo momento no Plano Nacional de Qualificação – PNQ (PPA
2004-
2007) tem como objetivo se afirmar como um “fator de inclusão social, de desenvolvimento econômico,
com geração de trabalho e renda” que contribua para “democratizar as relações de trabalho” e para
“imprimir um caráter social e participativo ao modelo de desenvolvimento. (ARAÚJO, p. 26, 2011)
A autora reforça a ideia de que a intervenção por parte do poder público, como um norteador
de uma política pública importante, para inserir o País em um cenário novo, no qual o espectro
competitivo molda as relações no conjunto da sociedade, é vital para que haja a inserção de segmentos
excluídos das condições ideais para alcançar um qualificação profissional e se reinserir no mercado de
trabalho.
No que tanje a situação do desemprego no País, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE, apresenta, em sua PNAD – Contínua (2021), dados relevantes que traçam a situação atual em que se
encontra a população economicamente ativa do País. A partir dessas informações pode-se observar o
comportamento da força de trabalho dessa população. Segundo o IBGE, são identificados três
componentes mutuamente exclusivos, sendo que dois componentes integram a força de trabalho: I) os
subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e os II) desocupados; a eles se somam os que integram
a III) força de trabalho potencial. Segundo a OIT - Organização Internacional do Trabalho - OIT., é
recomendado que os países adotem esses indicadores principais visando propiciar um quadro mais
completo da subutilização da força de trabalho (IBGE, 2021).
O esquema a seguir ilustra como está classificada a população de 14 anos ou mais de idade levando em
consideração a condição de atividade.
Gráfico 1 - Taxa de desocupação e taxas combinadas (%) de subutilização da força de trabalho no
Brasil, das pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência - Brasil 2012 –
2021
As análises constante no
Periódico, traça um perfil de todas as
regiões do país. Como se observará os
impactos dessas taxas se diferenciam
bastante de região para região. As
regiões que sofrem os maiores
impactos são a Norte, Sudeste e a
Nordeste.
Conforme afirma o IBGE (2021), na
divulgação da PNAD Contínua, as
informações regionais referentes às
medidas de subutilização da força de
trabalho no Brasil passaram a ser
disponibilizadas trimestralmente
desde 2016.
Em síntese o gráfico abaixo expõe os
dados referentes a a taxa de
desocupação com a taxa combinada
da subutilização da força de
trabalho, no período comprrendido
entre os anos de 2012 a 2021.
Segundo o IBGE a referência adotada
para o público em análise é a faixa
etária que se inicia a partir dos 14
anos de idade.
Conforme observamos no gráfico acima, no 3º trimestre de 2021, a taxa de
desocupação foi de 12,6%, enquanto que a taxa composta da subutilização
da força de trabalho atingiu 26,5%, o que corresponde a 13,5 e 30,8 milhões
de trabalhadores e trabalhadoras, respectivamente. As outras duas
informações relevantes que analisamos corresponde a taxa combinada de
subocuparão por insuficiência de horas trabalhadas e a taxa combinada de
desocupação e força de trabalho potencial, com 19,8% e 19,9%,
respectivamente, da população economicamente ativa do país.
Os dados sobre a força de trabalho se diferenciam quando faz-se uma
análise por região
Conforme se observa no gráfico
acima, identificou-se que o Nordeste é a
região onde prevalece as maiores medidas
de subutilização da força de trabalho
(39,1%) e, na Região Sul, as menores
(18,9%). Quanto as taxas de desocupação a
região Nordeste continua sendo a que tem
sofrido maior impacto, 16,4%, seguida pela
região Sudeste com 13,1% e Norte (12%).
Para compreendermos melhor o impacto da
Taxa de desocupação, a gráfico abaixo
detalha como esse comportamento está
ocorrendo por Estado de cada região do
País.
Dias, Diego Melo. Avaliação do impacto da capacitação profissional do Servidor Público Municipal.
UFA. 2016, 122 f.: il. color; 31 cm.
Seguro-desemprego no Brasil: a possibilidade de combinar proteção social e melhor
funcionamento do mercado de trabalho. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/se/a/hDp3wv96P5sgrdRWqFMVWbF/?format=pdf&lang=pt. Acessado em
25/11/2021.
Araújo, Fernanda Ferreira. A Política de geração de trabalho, emprego e renda:
Qualificação profissional e Desemprego. Disponível em:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/2730/1/2011_FernandaFerreiraAraujo.pdf, acessado em
28/11/2021.
Medidas de Subutilização da Força de Trabalho no Brasil: IBGE, 2021,
https://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicili
os_continua/Trimestral/Novos_Indicadores_Sobre_a_Forca_de_Trabalho/pnadc_202103_trime
stre_novos_indicadores.pdf. acessado em 30/11/2021.
FIM.