Você está na página 1de 3

PROFISSIONAL 4.

A indústria 4.0 exigirá profissionais com qualificação técnica para analisar dados, lidar
com o mundo digital e que tenham flexibilidade para atender demandas em horários diversos
e onde estiverem.

Está em curso a quarta revolução tecnológica. Ela promove a conexão direta da web
com eletrodomésticos, máquinas industriais e meios de transporte - a chamada internet das
coisas. Exige a automatização das fábricas e o aprimoramento de sistemas (interação homem-
máquina) na produção logística. Tudo isso faz parte de um novo cenário laboral que se
desenha no mundo contemporâneo, o da indústria 4.0, por isso torna o sistema global de
redes de computadores cada vez mais essencial ao mundo do trabalho e faz com que
profissionais inabilitados a explorar os mais modernos aparatos tecnológicos saiam do foco
das principais companhias.

Os setores de trabalho têm modernizado o sistema de produção com o objetivo de


reduzir tempo e custo. O Maquinário obsoleto dá lugar a equipamentos complexos, que, por
sua vez, demandam competências antes dispensáveis ao trabalhador. "Essa otimização
exigirá do profissional habilidade com o mundo digital. Ele precisará ser multidisciplinar além
da exigência da flexibilidade de seus trabalhadores.

Essas mudanças corroboram o prognóstico de um estudo elaborado pela consultoria


Roland Berger neste ano. A pesquisa prevê a recriação e o deslocamento de 10 milhões de
trabalhos somente na Europa Ocidental, tendência que deve seguir para outros continentes.

As transformações deste novo modelo no cenário brasileiro ocorrem a passos lentos,


principalmente em razão da crise econômica. A força de trabalho do setor industrial, no
entanto, anima: na contramão das principais potências da área (Alemanha, Estados Unidos,
Japão, Rússia e Índia), o Brasil engrossou a quantidade de empregos, embora timidamente
%u2014 passou de 10,4% em 2000 para 11,1%, em 2014, como indica a pesquisa da Roland
Berger. A automação, no entanto, permaneceu baixa. No mesmo período, foi de dois para 10
robôs presentes na fabricação a cada 10 mil funcionários, enquanto na Coreia do Sul há 478,
seguida por Japão (323), Alemanha (282) e Estados Unidos (155).

A qualificação técnica do profissional 4.0 ocorrerá, primeiramente, dentro das indústrias,


pela instalação de postos de trabalho da manufatura avançada. Isso implicará redução de
custos e tempo no processo produtivo e o aperfeiçoamento desse trabalhador.

Página 1 de 3
Para fazer parte da indústria 4.0, é necessário estar em constante atualização.
"Trabalhando em uma empresa que se atualiza tanto, é necessário estar sempre por dentro
do que há de novo. Essa nova revolução industrial vai fazer as empresas ganharem
eficiência, levando em conta o uso massivo da comunicação e da informática e o processo
feito máquina com máquina. O que podemos observar é que as organizações estão se
transformando, principalmente nos seus chãos de fábrica"
Marcos Bardagi, gerente na Fundação Nacional da Qualidade (FNQ)

Formado em engenharia elétrica na Universidade São Judas Tadeu, Marcos acredita


que ainda não existe um curso de graduação que prepare universitários para atuar em uma
empresa que se enquadre na quarta revolução industrial. "Temos aqui um misto de internet,
automação e processamento de dados. Com apenas uma graduação é impossível ser
inserido diretamente em empresas que trabalhem com conceitos de internet das coisas e
computação em nuvem. Então o graduando ainda necessita se formar em algum curso, como
engenharia de controle e automação, e depois realizar cursos complementares", afirma.

O papel da educação profissional


A nova configuração do setor produtivo torna a busca por mão de obra qualificada mais
intensa e a educação profissional ganha papel de destaque para suprir essa demanda. No
entanto, as lacunas deixadas pelo ensino médio têm reflexo no número de jovens que
chegam às próximas etapas do ensino: 83% deles não seguem para a universidade e apenas
11% optam pelo ensino técnico.

"O investimento na formação técnica supre a urgente expectativa de uma grande parcela
dos jovens que não necessariamente vai para o mercado de trabalho", comenta a
coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero. Ela afirma que há um
"endeusamento" do meio acadêmico, que nos dias atuais não assegura bons empregos e
salários, estabilidade financeira e ascensão social.

A responsabilidade pela formação é compartilhada entre o profissional e as


empresas?
É claro que as empresas vão procurar esse tipo de competência. São competências
inclusive decisórias, socioemocionais: trabalhar em equipe, trabalhar em cooperação,
capacidade de acessar um conjunto de informações, de decidir. Vai haver um processo de
mudança de perfil do trabalhador em todas cadeias de valor, inclusive na indústria.

Habilidade em outros idiomas

Página 2 de 3
O inglês é referência para o mundo dos negócios, e mais ainda quando se trata de um
profissional que vai atuar na indústria 4.0. O idioma é fundamental para a comunicação com
profissionais de outros países, para estudar — ler livros e artigos sobre as inovações
tecnológicas industriais — e ainda trabalhar com máquinas importadas, já que a maioria dos
sistemas é desenvolvido fora do Brasil.

Bom relacionamento
Pode até não parecer, mas a colaboração ganha cada vez mais força em ambientes
laborais. Manter um bom relacionamento com os demais colaboradores da indústria continua
sendo importante para equilibrar as relações. Considerando que as revoluções tecnológicas
afetam todos os profissionais, desde os que trabalham no chão de fábrica até o alto escalão,
manter o espírito colaborativo vai contribuir para os processos de mudanças.

Senso crítico
Além de visão técnica e capacidade de adaptação, o profissional da indústria 4.0 deve
ter senso crítico para realizar o cruzamento de dados fornecidos pelas máquinas de maneira
abrangente e tomar decisões acertadas a partir dessas informações fornecidas
constantemente e em tempo real.
Os profissionais vão precisar avaliar de forma ágil e precisa dados gerais sobre a
produção e o produto, além de conseguir concluir se os processos e os resultados estão
eficientes. Também deve ser mais flexível, ou seja, capaz de se adaptar às mudanças do
setor industrial e às novas funções.

Visão técnica
O profissional da indústria 4.0 precisa ter uma visão técnica — resultante de uma
formação multidisciplinar —, além de um olhar sistêmico dos processos. A formação técnica
em mecânica, elétrica, automação, dentre outras áreas afins, é a base para um profissional
que queira atuar na indústria 4.0.
Embora ainda não existam cursos específicos de capacitação para a indústria 4.0, os
interessados em se aperfeiçoar devem ir em busca de treinamentos e workshops, que vão
contribuir para o desenvolvimento das habilidades.
Fonte pesquisa (Acesso:04/10/19): https://www.correiobraziliense.com.br/educacaoprofissional/profissional/
http://www.group-promotion.com/conheca-o-profissional-da-industria-4-0-e-veja-como-se-tornar-um/

Página 3 de 3

Você também pode gostar