CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – DNA

Leidiane Fernandes de Lima

Gisele Lopes Pacheco Ferreira

PERSPECTIVA DE MERCADO DE TRABALHO PARA O

TÉCNICO

ANANINDEUA
2022
1. INTRODUÇÃO

Atualmente, um dos grandes desafios para os jovens que concluem o

ensino médio é o ingresso no mercado de trabalho. No entanto, muitas vezes, os
alunos concluintes possuem pouco conhecimento acerca de suas opções para a tão
almejada qualificação profissional. Para alguns a solução óbvia é o ingresso em uma
universidade por meio do vestibular ou Enem para cursar uma graduação tradicional.
Acontece que existem diversas alternativas para aqueles que estão com dúvidas
sobre o que fazer, e uma delas é o curso técnico.
Embora possa parecer uma alternativa pouco óbvia, essa modalidade de
ensino está em alta há muitos anos. Isso se dá pelas inúmeras vantagens do
profissional técnico no mercado de trabalho. Em um cenário no qual a taxa de
desemprego está elevada, os profissionais buscam meios mais práticos de ingresso
para a qualificação profissional. Com isso, o ensino técnico se tornou popular entre
as pessoas, e não apenas entre estudantes do ensino médio ou recém egressos.
O curso técnico é uma ótima opção para estudantes que buscam rápida
inserção no mercado de trabalho. Com duração média de dois anos, um
investimento financeiro acessível, e até mesmo gratuito, o profissional consegue
vaga de emprego com grande facilidade. De acordo com uma pesquisa realizada
pelo pelo Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
aproximadamente 70% dos alunos formados em cursos técnicos conseguem
emprego já no primeiro ano após a conclusão do curso.
Ademais, durante a pandemia a demanda por profissionais técnicos
disparou de forma urgente, principalmente para técnicos em enfermagem e
radiologia os quais tiveram um aumento de 700% em demanda e empregabilidade.
Assim como também técnicos em logística e áreas de informática e tecnologia estão
sendo cada vez mais requisitados.
Esse contexto leva a necessidade de atenção à questão de formação e
conseguinte inserção desses profissionais no mercado de trabalho. Assim
desenvolver estudos que permitam evidenciar a relação dos recém-formados com o
mercado de trabalho é importante para fornecer subsídios às instituições de ensino
superior na sua prática formativa.
2. DESENVOLVIMENTO

O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, dinâmico e

exigente. Pois, como explica Mariotto (1991), a “competitividade” revela que “é
desnecessário darmos exemplos da popularidade desse termo [...] já que ela é
evidente”. Chiavenato (1999), completa dizendo que “o mundo de hoje é uma
sociedade composta por organizações”. Deste modo, percebe-se que há uma
relação de dependência entre as pessoas e as empresas. Nesse sentido, a
formação acadêmica configura mais chances na busca por uma vaga no mercado de
trabalho (LIMA; GONÇALVES, 2021). Principalmente no atual cenário de pandemia
o qual é marcado por instabilidades e incertezas.
A compreensão sobre o “Mercado de Trabalho” pode ser entendida de
diversas formas. Sendo assim, a análise de mercado e o desenvolvimento de
habilidades profissionais são exemplos de ações a serem executadas quando se
almeja entrar no mercado de trabalho, isso aumenta as chances de obter um
emprego e, de atingir novas posições na empresa. De acordo com Oliveira e
Piccinini (2011) “[...] o mercado de trabalho pode ser entendido como um espaço de
lutas entre diferentes agentes (indivíduos, organizações, órgãos de regulação,
países etc.) [...]”. Nesse sentido, a expressão “luta” caracteriza os interesses
pessoais, que não raras vezes divergem entre esses agentes e refletem na
empregabilidade, na capacidade do indivíduo de conseguir uma vaga de trabalho
(LIMA; GONÇALVES, 2021).
A compreensão sobre trabalho na sociedade moderna é manifestada pelo
exercício do homem em busca da sobrevivência. Segundo Murad (2017), “em um
mercado altamente competitivo, no qual a qualificação e a boa formação profissional
se tornou um requisito aos indivíduos [...], para fazerem parte do novo mundo do
trabalho [...]”. Dessa forma, para encontrar um trabalho nesse mercado competitivo,
a qualificação profissional se torna um requisito indispensável.
Para atingir uma boa qualificação profissional, o candidato deve se propor
a aprender e evoluir. Uma das formas de se obter uma excelente qualificação
profissional é por meio de cursos técnicos, os quais podem ser desenvolvidos de
forma articulada com o Ensino Médio ou serem subsequentes a ele. A qualificação
técnica traz uma série de benefícios, dentre elas estão as maiores chances de
ingressar no mercado de trabalho, mesmo em um cenário tão complicado pelo qual
o Brasil e o mundo vêm passando.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), referentes ao trimestre de junho a agosto de 2020, o desemprego
é crescente no Brasil. Os dados mostram que há 13,8 milhões de desocupados e
33,3 milhões de pessoas subutilizadas, isto é, desempregados (IBGE, 2020).
Neste cenário, oportunidades ficam cada vez mais escassas e a
proatividade do profissional em buscar seu lugar no mercado de trabalho se torna
mais evidente. O Ministério da Educação (2020) aponta que a Educação Profissional
e Tecnológica contribui para a inserção e atuação no mundo do trabalho e na vida
em sociedade. Nesse sentido, os cursos técnicos profissionalizantes são
reconhecidos como um meio de obtenção de excelentes oportunidades de emprego,
manutenção ou recolocação no mercado de trabalho.
O profissional que opta por se qualificar por meio de um curso técnico tem
grandes vantagens no mercado de trabalho, dentre elas destaca-se o menor tempo
de estudo; maiores chances de ingressar no mercado de trabalho; e nível técnico
acessível e de baixo custo; além disso, essa modalidade profissionalizante supre as
demandas dos setores econômicos em expansão e reflete no aumento da
remuneração de trabalhadores. Atualmente, o Brasil tem implementado diversas
políticas públicas de valorização do profissional técnico, isso tem gerado especial
atenção à contratação desses profissionais, tanto pela iniciativa pública quanto
privada.
Além da formação rápida, o profissional técnico tem uma jornada de
trabalho reduzida, o que pode lhe proporcionar a oportunidade de trabalhar em mais
de um local. Soma-se a isso o fato que os salários de técnicos superam, muitas
vezes, o de profissionais de cursos superiores. Segundo dados da Pesquisa de
Acompanhamento de Egressos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI), painel 2017-2019, criada há 20 anos para mapear a trajetória de
estudantes e egressos no mercado de trabalho, sete em cada dez formados no
ensino técnico estão empregados.
Quando pensamos na demanda de profissionais técnicos no cenário atual
do Brasil e do mundo, diante da pandemia da COVID-19, instintivamente nos vem à
mente a alta procura por profissionais da área da saúde como técnicos em
enfermagem e radiologia, o qual tiveram um aumento de demanda de mais de 700%
em 2020 de acordo com a empresa Catho. No entanto, a pandemia da COVID-19
também acelerou outras tendências que afetam o mercado de trabalho e devem
criar mais oportunidades de emprego para profissionais técnicos das áreas
tecnológicas e de logística, de acordo com projeção feita pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI). A previsão é que surjam, em até cinco anos,
novos profissionais para responder, por exemplo, à maior necessidade por internet
ultrarrápida em um novo mundo online.
Dentre as novas ocupações impactadas por tendências no mundo pós-
COVID-19 estão os técnicos em telecomunicações, redes de computadores,
logística, desenvolvedor de sistemas, técnico em informática, segurança do trabalho,
entre outros. Todos esses profissionais servirão de auxílio para milhares de
trabalhadores que adotaram o serviço em homme office, os auxiliando a se adequar
as ferramentas de informática e as rotinas do teletrabalho, assim como desenvolver
e orientar quanto a medidas para garantir saúde física e mental.
Durante a pandemia, o mundo inteiro valorizou a área da saúde, pois a
população além de estar adoecendo em decorrência do SARS-CoV-2, também
estão adoecendo mentalmente devido ao isolamento social. Afinal, sem profissionais
como enfermeiros, médicos, auxiliares técnicos e outros que estavam na linha de
frente contra o vírus, as consequências seriam bem piores. Diante desse cenário,
estamos vendo uma procura cada vez maior de jovens em busca de cursos técnicos
em enfermagem e radiologia.
Enquanto os técnicos em enfermagem age diretamente no cuidado de
pacientes doentes, os técnicos em radiologia atuam diretamente no diagnóstico e
nas possíveis complicações da Covid-19, pois são os responsáveis, por exemplo,
pela realização de exames radiográficos e a preparação de pacientes que vão se
submeter a mamografias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas
e ultrassonografias, entre outros, exercendo ainda importantes funções no Sistema
Único de Saúde (SUS), clínicas e outras áreas do mercado de trabalho. Assim como
o Técnico em Enfermagem, a procura por profissionais da Radiologia visivelmente
cresceu com a presença da COVID-19 e essa tendência irá se manter pelos
próximos anos em função dos investimentos na área.
3 CONCLUSÃO

Diante do exposto, observa-se que a educação profissional técnica se

apresentar como uma excelente alternativa para a qualificação profissional de jovens
e adultos, alternativa esta que facilita de forma eficiente o ingresso desses
profissionais no mercado de trabalho.
Além disso, a qualificação técnica profissional atende aos trabalhadores
que se encontram ocupados e necessitam de uma melhor qualificação no exercício
de suas atividades, além de ser um instrumento eficaz na reinserção do profissional
no mercado de trabalho, para que possam se requalificar adequadamente, visto que
a formação profissional não se esgota na conquista de um certificado ou diploma,
pois as organizações exigem cada vez mais qualificação na contração de novos
funcionários e profissionalização dos já contratados, no exercício de suas funções.
Com o aumento da competitividade, o avanço da ciência e o
desenvolvimento da tecnologia, a profissionalização dos indivíduos se torna
fundamental porque é através da educação que o indivíduo consegue obter uma
profissão, é através da profissão e do seu exercício que esse indivíduo obtém a sua
liberdade financeira.
Dessa forma, após extensa pesquisa em artigos científicos, notícias e
pesquisas de empresas, conclui-se que a perspectiva de mercado de trabalho para
os profissionais técnicos é altamente positiva, visto que 70% dos técnicos
conseguem emprego já no primeiro ano após a término do curso, e o mercado de
trabalho cresceu intensamente nos últimos anos.
De acordo com as pesquisas realizadas, a situação dos egressos
profissionais técnicos no mercado de trabalho é economicamente e
profissionalmente muito boa. Pois, através de seus trabalhos e qualificação
profissional eles conseguem segurança em sua vida pessoal e familiar,
proporcionando uma melhor qualidade de vida. Estes profissionais conseguem se
inserir no mercado de trabalho por meio de concursos públicos, empregos privados
e até mesmo como trabalhadores autônomos.
4 REFERÊNCIAS

BOAVENTURA, H. Profissionais de tecnologia e logística terão mais

oportunidades de emprego após a pandemia. 2020. Disponível em:
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/educacao/profissionais-de-
tecnologia-e-logistica-terao-mais-oportunidades-de-emprego-apos-a-pandemia-
aponta-senai/. Acesso em: 05 mar. 2022.

CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron

Books, 1999.

IBGE. PNAD Contínua: taxa de desocupação é de 14,4% e taxa de subutilização é

de 30,6% no trimestre encerrado em agosto de 2020.

LIMA, R.L.P.; GONÇALVES, S.M.M. A satisfação com a vida dos egressos de

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MARIOTTO, F. O Conceito de Competitividade da Empresa: uma análise crítica.

Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 37-52, 1991.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Cursos da Educação Profissional Técnica de

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MURAD, I. O Mercado de Trabalho na Área de Administração: analisando a

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REGO, F. A.; ROSAS, Iris Renata de Carvalho; PRADOS, Rosália Maria Netto.
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