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Estratégias

de Carreiras e
Trabalhabilidade:
Impactos, Pilares e Fases
Sumário
Quem somos ................................................................................ 03
Autores .............................................................................................. 04
Estratégia de carreira .............................................................. 09
Eficiência e escala ..................................................................... 13
Vantagem competitiva ........................................................ 14
Os pilares de carreiras e trabalhabilidade ............... 15
Pilares funcionais ....................................................................... 17
Fase 1 ................................................................................................... 20
Fase 2 .................................................................................................. 22
Fase 3 .................................................................................................. 24
Organograma Pilares ............................................................. 26
Quem
Somos
Symplicity® CSM™. Somos o único parceiro focado
exclusivamente em universidades no mercado,
fornecendo suporte abrangente aos profissionais de
serviços de carreira das instituições de ensino
superior.

Com a confiança de 1 mil centros de carreira em todo


o mundo, garantimos aos profissionais de carreira as
condições para ajudar os alunos em uma única
plataforma, que abrange desde a fase universitária até
a transição para o mercado de trabalho.

Utilizando o Symplicity CSM (College-to-Career


Platform), a equipe de desenvolvimento de carreira
pode também apoiar os alunos, com informações
sobre o mercado em tempo real, como
transparência salarial, recomendação de cursos
relevantes que estejam alinhados com as
oportunidades de trabalho disponíveis, criação de
conexões entre empregadores que estão recrutando
e sugestão de vagas personalizadas de acordo com os
interesses, especialização e habilidades do aluno.

Com uma plataforma de empregabilidade em escala


empresarial, as universidades podem aproveitar o
CSM para envolver os alunos, empregadores,
funcionários e administradores no processo de
preparação para a carreira.

Como parceiro exclusivo de universidades, a


Symplicity acredita que o centro de carreira oferece
serviços essenciais e promove conexões duradouras
com alunos e empregadores.

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Conheça os autores
Paulo Antonelli Filho
É o consultor estratégico da Symplicity Brasil e
professor em cursos de MBA do IBMEC-BH e da
PUC Minas em disciplinas de finanças e gestão.
Mestre em administração/finanças, pela UFMG,
pós-graduado em gestão empresarial pela FGV
com extensão em change management pela
Ohio University e graduado em engenharia
química pela UFMG, atuou como consultor em
Paulo Antonelli
gestão empresarial por 12 anos, prestando serviço
Consultor Estratégico para mais de 15 empresas de grande e médio
Symplicity porte de diversos segmentos no Brasil, Estados
Unidos, Canadá, Colômbia, México e Equador.

Gabriel Modica Custódio


Ocupa a posição de regional manager e lidera o
relacionamento da Symplicity com as instituições
de ensino do Brasil. Administrador de empresas
pela UFRGS, tem a carreira dedicada à tecnologia
e à educação superior, com mais de sete anos
apoiando instituições de ensino na incorporação
de tecnologias em seus processos de forma a
impulsionar o aprendizado e os resultados de
vida dos alunos.
Gabriel Custódio
Gerente Nacional
Symplicity

04
Coloque-se no lugar de um aluno que escolhe uma
instituição para fazer o seu curso superior. Você
certamente já passou por essa situação. Lembra quais
eram as suas expectativas? Além de aprimorar sua
qualificação e competência, provavelmente havia
junto a esperança de que essa instituição facilitasse a
sua entrada no mundo do trabalho.

Tanto isso é verdade que muitas escolas usam pesquisas para comprovar a
inserção de seus egressos no mercado de trabalho. E muitos candidatos
elegem a instituição com a convicção de que aquela marca no seu currículo
será capaz de abrir portas pesadas.

Podemos dizer, então, que não há dúvida quanto ao valor adicionado pela
instituição que se propõe a construir as pontes entre o aluno, sua construção
profissional, seus objetivos de carreira e vida e o mercado de trabalho. Afinal,
somente o resultado acadêmico não é suficiente para garantir bons resultados
profissionais. Ter alguém que se importe com o aluno como indivíduo, com seu
bem-estar, propiciando oportunidades de mentoria e atividades que o
conectem com problemas reais é cada vez mais decisivo para o sucesso,
assegura Marjorie Malpiede, diretora-executiva do Instituto Mary Christie,
organização norte-americana voltada ao estudo e acompanhamento de
questões de comportamento e saúde mental de adolescentes e jovens adultos.
Aumentar as chances de sucesso do aluno do ensino superior no mercado de
trabalho é missão de uma unidade carreiras e trabalhabilidade, que pode ser
um núcleo, uma central ou uma diretoria de carreiras de uma instituição de
ensino superior (IES).

Se potencializar a sua trabalhabilidade é um dos principais (se não o


principal) objetivo de um aluno, é função da instituição guiá-lo nessa trilha,
provendo serviços de qualidade que se estendam ao seu desenvolvimento
acadêmico. A carreira de um profissional é hoje caracterizada por uma
progressão descontínua e com maior instabilidade, que mais se compara a
uma espiral do que a uma escada, como pontua Leandro Pauletti, pró-reitor
acadêmico no Claretiano/Centro Universitário de Rio Claro (SP).

O mercado de trabalho está cada dia mais inovador, complexo e acelerado, e


diferentes pensadores procuram definir esses novos tempos. Um exemplo
disso é o mundo BANI, conceito criado pelo futurista e antropólogo
norte-americano Jamais Cascio para descrever uma realidade incerta, ansiosa,

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não linear e incompreensível (Bani é a sigla formada pelas iniciais
das palavras em inglês brittle, anxious, nonlinear e
incomprehensible). Da mesma forma que estratégias e
metodologias de gestão empresarial precisam acompanhar esse
movimento, os atuais e futuros profissionais têm que estar
preparados para enfrentá-lo.

Uma instituição de ensino superior precisa, portanto, ajudar seu


aluno a navegar nesse ambiente complexo, em que vários
caminhos e possibilidades se apresentam, nem todos fáceis ou
satisfatórios. Ao apresentar guias e direcionamentos lógicos,
atendendo a uma aspiração do seu aluno, ela consegue
potencializar sua trabalhabilidade, capacitando-o para atuar
no mercado de trabalho e para gerar renda, a partir dos seus
talentos, por toda a vida. A trabalhabilidade é um termo amplo,
que engloba a sua empregabilidade – a capacitação e
probabilidade de entrar e crescer em uma organização privada,
com ou sem fins lucrativos; o empreendedorismo – suas
competências para abrir e desenvolver um negócio, inovador ou
não; o trabalho como um profissional liberal; a inserção no
funcionalismo público; a evolução na carreira acadêmica, na
pesquisa e no ensino em universidades, entre outras
possibilidades de geração de renda.

É nos escritórios de carreiras em instituições de ensino superior


que, normalmente, o desenvolvimento da trabalhabilidade do
aluno e a sua conexão com o mercado de trabalho são
facilitados. O papel fundamental desse escritório de carreiras é
preparar alunos e ex-alunos para o mercado de trabalho,
estimulando-os a encontrar o caminho para a realização
profissional em um mundo de incertezas, de mutação, de
aprender a aprender, de começar de novo e de novo, quantas
vezes for necessário, como bem define a professora Nancy
Malschitzky, em artigo publicado na Revista da FAE. Essa é
também uma das formas de uma instituição de ensino superior
melhor atender à sociedade, provendo profissionais mais
adequados às suas necessidades e facilitando o acesso a eles. Em
outras palavras, a sociedade como um todo é também um
cliente do escritório de carreiras de uma IES.

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Os escritórios de carreiras já são comuns em outros países e estão
cada vez mais presentes em instituições brasileiras. Uma pesquisa
com 98 instituições norte-americanas, publicada em 2014 pelo
Journal of College Student Development, identificou que 84% delas
possuíam um escritório de carreiras, com orçamento específico para
sua estrutura e ampla aprovação do corpo docente; 80% dos
professores percebiam essa atuação como muito positiva ou positiva.
Já um levantamento feito pela Symplicity Brasil, em 2020, identificou
que dentre 86 instituições ouvidas, apenas 32% mencionavam
prover serviços de carreiras em seus websites. Essa diferença para os
Estados Unidos mostra o potencial para desenvolvimento dos
serviços de carreiras no país.

Estabelecer uma unidade dedicada à estratégia


de carreiras é um tema que pode gerar muitas
dúvidas: quais processos adotar? Quantas pessoas
serão necessárias? Por onde começar? Como
acompanhar os resultados?

Os caminhos são diversos. Afinal, praticamente todos serviços e


unidades de uma instituição de ensino têm reflexos e objetivos nos
resultados profissionais e de vida dos alunos. No limite, todos
deveriam estar conectados e comungando dados para que a
instituição ganhasse visibilidade com essa iniciativa. Não obstante,
cada contexto institucional pode apontar para necessidades
específicas.

São inúmeras as opções de apoio à construção de carreiras dos


alunos, com uma pluralidade de estratégia e de adaptação a cada
contexto específico, perfil de cursos, perfil de alunos ou métodos de
ensino. Somados, esses fatores muitas vezes geram incertezas ou
levam as instituições para métodos de tentativa e erro na construção
de alguns serviços de carreiras. No pior cenário, são tantas as dúvidas
que a instituição pode acabar por fazer muito pouco.

A Symplicity veio para apoiar as instituições na busca de


assertividade na construção e no desenvolvimento de estratégias
de carreiras para seus alunos. Seu objetivo é ser uma referência para

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a evolução da estratégia de acordo com o nível de desenvolvimento e
experiências com os processos. A experiência agregada pelo time
Symplicity no Brasil e no mundo está reunida neste e-book de
Carreiras. Compilamos as boas práticas e sugerimos uma
metodologia de implantação e desenvolvimento de uma estratégia
para uma operação robusta de carreiras e trabalhabilidade,
desenhada para agregar alto valor aos alunos, à sociedade e à própria
instituição.

O objetivo deste e-book é ser um guia de boas práticas em gestão de


carreiras e sugerir uma metodologia de implantação da estratégia de
desenvolvimento da trabalhabilidade dos alunos de forma faseada e
integrada, durante e após a sua formatura. Como objetivos
específicos, este guia pretende:

Listar de forma organizada, em pilares de negócio, os serviços de


carreiras e trabalhabilidade possíveis em uma instituição de ensino
superior.

Estipular fases e critérios de evolução para a adoção e


desenvolvimento de uma estratégia de carreiras e trabalhabilidade
em uma instituição de ensino superior.

Propor formas de implantar e desenvolver os serviços de carreiras


dentro de cada fase do percurso da estratégia de carreiras e
trabalhabilidade.

Professor, autor e teórico de economia e administração, Michael


Porter define estratégia como o conjunto de objetivos e de ações
que posicionam a organização de maneira competitiva e valiosa.
Nessa linha, podemos considerar carreiras e trabalhabilidade como
estratégico, por gerarem fortalezas estruturais que diferenciam
positivamente a instituição de ensino de seus concorrentes e a
protegem contra ameaças externas, como mudanças macro e
microeconômicas.

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Estratégias de carreira
e trabalhabilidade

E se estamos falando de um ponto estratégico, um ativo da instituição, é


fundamental que seja bem tratado, acompanhado e estimulado em todo o
seu potencial. O relacionamento com os alunos deve ser muito próximo
em todas as etapas de sua jornada na instituição de ensino; os pontos de
contato dessa jornada devem ser bem conhecidos; e seus fatores de sucesso,
bem medidos, garantindo a melhor experiência possível ao aluno. Dentro
desse contexto, a preparação para carreiras e trabalhabilidade é uma
escolha estratégica capaz de agregar valor em cada um dos pontos dessa
trajetória.

Etapas do marketing de relacionamento


na instituição de ensino ensino, segundo Pauletti (2020)

Prospecção Atração Fidelização Alunos para


sempre

Inscrição Matrícula Conclusão do curso

O objetivo principal da estratégia de carreiras e trabalhabilidade é ampliar a


probabilidade de os alunos da instituição conseguirem gerar e aumentar
renda, usando suas competências profissionais. É inegável o papel da
instituição de ensino superior nesse aspecto. Cumprir esse compromisso
exige mais do que a qualidade acadêmica, envolvendo a capacidade da
instituição de desenvolver as competências socioemocionais dos seus alunos
e egressos, de prover experiências práticas de aprendizado e experimentação
do mercado de trabalho e de aproximar o aluno e o egresso desse mercado.

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Todos esses pontos são trabalhados em um escritório de carreiras, que
oferece diversos serviços e atividades coordenadas com esse intuito. Os
números comprovam: nos Estados Unidos, estudo da National Association of
College and Employers de novembro de 2022 mostra que alunos que se
engajaram em pelo menos um dos serviços oferecidos pelo escritório de
carreiras de sua instituição tiveram 24% mais ofertas de trabalho em sua
reta final de estudos do que aqueles que não contaram com esse serviço. E,
para cada interação além da primeira, a oferta de trabalho recebida
aumentou mais ainda.

Significa dizer que uma estratégia de carreiras e trabalhabilidade impacta


diretamente ao menos três agentes: o aluno, as empresas ou mercado de
trabalho; e a própria instituição de ensino, incluindo seu corpo docente. Esses
três atores se beneficiam de forma complementar e integrada de uma
estratégia de carreiras e trabalhabilidade bem aplicada.

Principais stakeholders de uma estratégia de carreiras

ESCRITÓRIO DE
CARREIRAS

INSTITUIÇÃO ALUNOS E
EMPRESAS
DE ENSINO EGRESSOS

Admissão Captação de Trabalhabilidade


Retenção talentos
Diferencial Oportunidades
competitivo
Eficiência e
Escalabilidade

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A estratégia de carreiras e trabalhabilidade está presente em toda a
jornada do aluno. Desde o momento do ingresso no ensino superior, seu
potencial trabalhabilidade é decisivo na escolha. Durante o período na
universidade, a sua preparação e o desenvolvimento de competências, as
experiências práticas e a relação com empresas consolidam um
amadurecimento fundamental para o êxito na futura carreira. E, quando
egresso, essa bagagem vai proporcionar oportunidades de empregos e de
recolocação no mercado, além de permitir a construção de uma importante
rede de contatos. Um estudo de caso em uma universidade norte-americana
identificou que o escritório de carreiras auxilia os estudantes a articular suas
identidades de carreiras, a exercerem sua adaptabilidade pessoal e a
crescerem seu capital social e humano, ao contar com profissionais que
discutiam com os estudantes suas expectativas com o trabalho, exploravam
suas forças, interesses e valores para desenvolver uma identidade de carreira,
revela artigo da professora Rose Helens-Hart, da Fort Hays State University.

A estratégia de carreiras e trabalhabilidade tem quatro frentes bem definidas.


Elas são trabalhadas paralelamente, com pesos diferentes e serviços
específicos em cada etapa da jornada do aluno.

Frentes de desenvolvimento de carreiras e trabalhabilidade

Conhecimento Experimentação Inserção Evolução


no mercado

Ajudar o aluno a Testar diferentes Facilitar a Apoiar o egresso


se conhecer possibilidades entrada do aluno no crescimento
e absorver de carreiras em no mercado de de sua carreira.
conhecimentos estágios e outras trabalho e em
técnicos e formas de atividades
socioemocionais aprendizados empreendedoras.
para sua carreira experimentais.

O escritório de carreiras pode ser de grande utilidade também para as


empresas: é uma forma de captar talentos para seu time. Seus recrutadores
têm acesso a um excelente grupo de candidatos de forma rápida, fácil e
barata. O mercado de trabalho e a sociedade são verdadeiros clientes de
uma estratégia de carreiras, pois receberão profissionais mais bem
preparados e produtivos. Por outro lado, uma estratégia de carreiras e
trabalhabilidade robusta precisa entender as necessidades do mercado de

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trabalho e tratá-lo também como um cliente, capacitando seus alunos de
acordo com suas necessidades.

Uma instituição que consegue bons resultados de empregabilidade tem sua


marca fortalecida e tende a ser mais procurada, tanto por futuros alunos
quanto por empresas parceiras. Essa maior procura vai reverter em um maior
número de admissões de alunos; afinal, trabalhabilidade é um dos mais
importantes quesitos quando da escolha de uma instituição de ensino. A
retenção dos alunos também deve crescer: uma instituição que apoia
ativamente o aluno na sua carreira terá mais valor percebido pelo próprio
aluno. Por fim, com o suporte e tecnologia corretos, é possível atingir
resultados robustos com uma estrutura relativamente enxuta.

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Eficiência e Escala
É bastante comum que as instituições que instituem processos de apoio à
carreira consigam alcançar apenas um pequeno percentual dos alunos e
egressos que poderiam se beneficiar dela. Estrutura e processos não adequados
podem, muitas vezes, chegar apenas aos alunos que buscam ativamente esse
apoio. Alunos esses que, provavelmente, são mais engajados e proativos no seu
desenvolvimento. Além disso, limitações de equipe e recursos podem reduzir o
alcance dos benefícios do apoio de carreiras.

Por outro lado, com o auxílio de técnicas específicas e, principalmente, de


ferramentas digitais, é possível chegar a um público muito maior, alcançando
escala nos serviços e levando valor para alunos e egressos que, inicialmente,
não se engajariam. Parece contraditório, se considerarmos que a
empregabilidade é um dos fatores mais importantes na tomada de decisão do
aluno no que diz respeito à sua futura instituição de ensino. Na verdade, o que
esse dado mostra é o tamanho da oportunidade à frente das IES, que podem
usar a informação e a tecnologia ao seu alcance para converter em resultados
melhores o seu esforço de ampliação da base de alunos.

Retenção
O primeiro grande impacto de uma estratégia de carreiras é possibilitar ao
aluno o desenvolvimento de habilidades comportamentais e o conhecimento
sobre as opções de carreiras possíveis para seu curso. Isso reduz a possibilidade
de que ele desista por falta de perspectiva ou de alinhamento. A aproximação
com o mercado de trabalho possibilita, também, que alunos consigam
colocação e gerem renda, reduzindo a evasão por vulnerabilidade financeira.
Além disso, um serviço de carreiras aumenta a percepção de valor da instituição,
que passa a ser vista pelo aluno como parceira ativa para sua trabalhabilidade.

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Vantagem competitiva
A concorrência entre as instituições de ensino superior é dura e não dá tréguas.
Não basta um bom conceito acadêmico referendado pelo Ministério da
Educação para destacar a qualidade e garantir um bom apelo para a
universidade. É preciso demonstrar objetivamente o impacto para os alunos e
para a sociedade como um todo. Uma estratégia robusta de carreiras e
empregabilidade torna mais tangível o valor entregue e cresce a sua percepção
por alunos e empregadores, reforçando a marca da instituição como capaz de
desenvolver uma boa empregabilidade e de gerar barreiras contra
competidores e ciclos econômicos desfavoráveis.

Admissões
Alunos e pais estão avaliando as universidades com base cada vez mais nos
resultados de trabalhabilidade (geração de renda e empregos), competências
desenvolvidas e resultados mensuráveis. A trabalhabilidade é considerada hoje
um dos principais fatores na decisão de alunos e pais ao escolher a IES. Os
alunos esperam desenvolver competências que lhes deem vantagem
competitiva no mercado e procuram avaliar os resultados que obterão com o
investimento em sua educação. As instituições de destaque respondem com
estratégias que atendam às demandas de alunos e pais e procuram
demonstrar apoio durante os períodos de captação, incentivando a conversão
de matrículas.

Impactos de uma
estratégia de carreiras
e trabalhabilidade
de sucesso

14
Os pilares de
carreiras e
trabalhabilidade

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Como toda estratégia, aquela voltada para carreiras e trabalhabilidade deve ser
desdobrada em um nível tático, que inclui projetos e processos específicos para
posterior operacionalização. Esse desdobramento é facilitado por uma
distribuição desses projetos e processos em sete pilares, seguindo objetivos e
atividades em comum.

Esses sete pilares devem ser trabalhados em conjunto, de forma sistêmica e


integrada, cada um dentro de sua função no ecossistema de trabalhabilidade.
Dessa forma, a estratégia de carreiras conseguirá alcançar os resultados
esperados, conectando os estudantes ao mercado de trabalho, aos cargos
almejados e auxiliando a instituição a captar e reter mais alunos.

Esses pilares são divididos em dois grandes grupos, os pilares funcionais e os


pilares estruturantes. Nesta seção, eles serão apresentados de forma conceitual.
Na segunda parte do livro, seus serviços e suas atividades específicas serão
detalhados.

Os pilares táticos de uma estratégia de


carreiras e trabalhabilidade

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Pilares funcionais
Os pilares funcionais são compostos pelos principais processos de carreira e
trabalhabilidade, aqueles que agregam valor diretamente para um dos
clientes finais, seja o aluno ou a empresa. São três esses pilares:
desenvolvimento da carreira de alunos e egressos, aprendizagem prática e
relações com o mercado de trabalho.

O serviço de carreiras e trabalhabilidade


Uma instituição pode ter iniciativas avançadas e extremamente relevantes
para carreiras e, ainda assim, atingir um número limitado de alunos. Isso
ocorre porque, muitas vezes, tais iniciativas ficam restritas a cursos ou
departamentos isolados e não chegam ao conhecimento de todos os que
delas poderiam se beneficiar. A visão por fases de um serviço de carreiras
busca um caminho construtivo, em que atividades iniciais sejam muito
escaláveis e objetivas e permitam que os serviços mais avançados venham
na sequência, integrados à gestão institucional.

As três fases de evolução dos serviços de carreiras e trabalhabilidade são


baseadas em boas práticas e na experiência dos autores em diversas
instituições de ensino. Essa divisão tem o intuito de facilitar a implantação da
estratégia, fornecendo metas claras de desenvolvimento dos processos.
Vamos examinar o desenvolvimento ou atividade específica dentro de cada
um dos três pilares funcionais e o que deve fazer parte dos pilares estruturais
para que esses serviços ou atividades sejam executados com excelência.

Até aqui vimos os pilares táticos de uma estratégia de carreiras e


trabalhabilidade. Os três pilares funcionais de carreiras e trabalhabilidade
mencionados anteriormente, isto é, o desenvolvimento da carreira de alunos
e egressos; a aprendizagem prática; e relações com mercado de trabalho,
devem ser implantados e desenvolvidos em fases graduais de complexidade

As fases da estratégia de carreiras e trabalhabilidade aqui propostas e


detalhadas na figura a seguir seguem a linha de, quanto mais customizado,
integrado e avançado é o serviço, maior a maturidade e, consequentemente,
o valor dessa estratégia. Essa não é a única lógica possível de evolução da
maturidade dos processos de carreiras. Outras podem existir. É, no entanto, a
adotada por este e-book.

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Fases do percurso da estratégia de carreiras e
trabalhabilidade em uma instituição de ensino superior

Veja a seguir como cada uma das fases pode ser aplicada em sua
instituição de ensino.

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Integração e posicionamento
Serviços de carreiras integrados com os processos e

FASE 3 serviços da instituição, unificando a jornada do aluno


de forma sistêmica. Experiência única e centralizada
para o aluno de todo o apoio para a trabalhabilidade.

Consolidação e individualização
Individualização dos serviços de carreiras,

FASE 2 identificando e direcionando a necessidade de cada


aluno ou egresso. Aumento da qualidade dos serviços
e da geração de valor para o aluno.

Estruturação e crescimento
Serviços escaláveis de apoio a carreiras e

FASE 1 trabalhabilidade. Carreiras gerando valor para os


alunos de forma eficiente.

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FASE 1
Estruturação e
crescimento

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A primeira fase de uma estratégia de carreiras e trabalhabilidade é
estruturação e crescimento. Ela consiste na oferta de serviços basilares e
escaláveis de apoio a carreira de alunos e egressos e em uma gestão operacional
dos estágios e interação direta com o mercado de trabalho.

O principal objetivo dessa fase é agregar valor a todos os alunos e egressos da


instituição, de forma eficiente, ainda genérica, buscando o seu engajamento
com os serviços de carreiras. Os serviços prestados nesse momento já devem
ser de grande valia para os alunos da instituição, mesmo que ainda não
individualizados. Ainda assim, nessa fase, espera-se impactar significativamente
os alunos, aumentando sua trabalhabilidade e facilitando sua inserção no
mercado.

Estima-se que a instituição necessite de seis a 12 meses para alcançar a


maturidade na Fase 1. Esse prazo é referência, que pode e deve ser revista de
acordo com a instituição e sua necessidade estratégica.

Proposta de implantação de serviços de carreiras


e trabalhabilidade na Fase 1

21
FASE 2
Consolidação e
individualização

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A segunda fase na evolução da estratégia de carreiras e trabalhabilidade eleva a
qualidade dos serviços ofertados pela instituição, avançando na sua
individualização. Nela, as palavras de ordem são segmentação e qualidade. A
necessidade de desenvolvimento de cada estudante é trabalhada de forma mais
personalizada. Características comuns a grupos de alunos são identificadas para
que os serviços sejam estratificados de acordo com o objetivo de cada conjunto.
Serviços individualizados são introduzidos. Nessa fase, o objetivo da estratégia é
garantir uma experiência customizada e profunda para todos os alunos no
desenvolvimento da sua trabalhabilidade.

São serviços que demandam mais conhecimento sobre os alunos, assim como
sobre o potencial da equipe e a ferramenta de gestão utilizada. Nessa fase, os
estágios são acompanhados de forma sistêmica, retroalimentando as iniciativas de
carreiras com as percepções dos empregadores e direcionando os alunos para um
maior desenvolvimento. A relação com o mercado de trabalho se torna mais
próxima, com iniciativas de fomento da parceria, entre os quais a oferta de bancos
de currículos para empregadores e a realização de feiras de carreiras.

O alvo agora é o aumento do valor agregado para alunos, egressos, empregadores


e para a própria instituição. Esse valor agregado é consequência da maior
qualidade dos serviços oferecidos, com um maior nível de individualização e
customização mantendo a sua escalabilidade.

Proposta de implantação de serviços de carreiras e


trabalhabilidade na Fase 2

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FASE 3
Integração e
posicionamento

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A terceira fase do percurso da instituição na adoção de uma estratégia de
carreiras e trabalhabilidade é a de integração e posicionamento. Aqui, os serviços
de desenvolvimento de carreiras são customizados de acordo com a realidade e
estratégia da instituição. O objetivo é conectar todas as atividades que impactam
alunos e egressos de maneira lógica e integrada com a rotina de aprendizagem.
Neste momento, carreiras e sala de aula são indissociáveis. Desde a montagem do
primeiro currículo até a elaboração de um plano de carreira, tudo é feito em aula,
sob a liderança da equipe de carreiras. Alguns exemplos de atividades incluem
projetos desenvolvidos com possíveis empregadores e recomendações de trilhas
de carreiras compostas por atividades em diversas unidades acadêmicas.

Todos os principais pontos de contato do aluno com a sua preparação para a


carreira passam a ser vistos como um único sistema. Assim, atividades de
desenvolvimento de habilidades socioemocionais se fundem com sua jornada
acadêmica; seus estágios se integram com outras experiências práticas; os
empregadores se aproximam e oferecem mais do que oportunidades de trabalho.
Na Fase 3, a trabalhabilidade dos alunos realmente se torna um pilar estratégico da
instituição, gerando um posicionamento de destaque no mercado.

Serviços de carreiras, normalmente, não são requisitos para que um aluno se


forme. São, porém, juntamente com outros serviços, os impulsionadores da
experiência do aluno no ensino superior. Consolidar esses serviços de maneira a
facilitar seu acesso e gerar valor para o aluno é uma grande evolução.

Áreas da instituição envolvidas diretamente com a


trabalhabilidade do aluno

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A Fase 3 da estratégia de carreiras e trabalhabilidade consiste na organização dos
serviços mais avançados. Ela é o “estado da arte” no desenvolvimento de carreiras,
agregando e unificando as ações e projetos, criando um ecossistema sinérgico
com metas comuns de trabalhabilidade. O corpo acadêmico e as áreas de
extensão, internacionalização, apoio e empreendedorismo podem contribuir
significativamente para a trabalhabilidade dos alunos e, portanto, devem fazer
parte do mesmo ecossistema. São atividades muitas vezes geridas isoladamente
que, em conjunto, podem criar interações virtuosas.

Essa integração faz com que o desenvolvimento da carreira do aluno seja indisso-
ciável da sua jornada acadêmica. Um componente importante dessa fase é a jor-
nada do aluno para a trabalhabilidade, que organiza os serviços de carreira de
acordo com a sua evolução no ensino superior. Essa abordagem consegue gerar
melhores resultados, que devem ser utilizados pela instituição em campanhas de
marketing para auxiliar na captação de novos alunos, na retenção de atuais e no
resgate de egressos para cursos de pós-graduação.

A Fase 3 pressupõe uma alta maturidade dos serviços de carreiras.

Proposta de metodologia para implantação dos serviços


de carreiras e trabalhabilidade na Fase 3

A matriz a seguir resume todos os serviços e ações contempladas nesse e-book


divididas por Pilar e por Fase.
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Pilares Fase 1

:: Apoio na elaboração de currículos


DESENVOLVIMENTO :: Eventos de carreiras
P1 DA CARREIRA DE :: Conteúdos de carreiras
ALUNOS E EGRESSOS :: Acompanhamento de egressos

:: Elaboração e aprovação eficiente do


APRENDIZAGEM Termo de Compromisso de Estágio
P2 PRÁTICA :: Acompanhamento, modificações e
encerramento do estágio

:: Prospecção e parceria com


RELAÇÕES COM O empregadores
P3 MERCADO DE :: Publicação de oportunidades de
TRABALHO trabalho e de estágios

:: Composição da equipe
EQUIPE E SUPORTE
P4 ORGANIZACIONAL

:: Acesso dos alunos e empregadores ao


serviço de carreiras
P5 COMUNICAÇÃO :: Comunicação com alunos e egressos
:: Apoio da área de marketing

:: Realização de pesquisas
INDICADORES, :: Relatórios e dados
P6 GESTÃO E :: Indicadores de desempenho e metas
RESULTADOS

:: Robustez da ferramenta de gestão


TECNOLOGIA E
:: Atualização dos dados
P7 INFRAESTRUTURA
:: Autenticação via Single Sign On – SSO
:: Estrutura do escritório de carreiras

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Fase 2 Fase 3

:: Segmentação dos serviços oferecidos :: Jornada do aluno para a


:: Orientação de carreira trabalhabilidade
:: Assessment de competências para a :: Mentoria de alunos com profissionais
trabalhabilidade de mercado
:: Plano de carreira
:: Serviços para egressos
:: Serviços para futuros alunos

:: Centralização dos serviços de aprendizagem


:: Retroalimentação da aprendizagem prática: projetos de extensão, atividades
prática para a carreira do aluno complementares, internacionalização
:: Centralização de atividades práticas:
empreendedorismo e inovação

:: Fomento da parceria com :: Processos seletivos dentro do


empregadores campus
:: Feiras de carreiras com :: Participação de empresas em
empregadores programas acadêmicos

:: Robustez da equipe de carreiras :: Integração com o acadêmico


:: Suporte institucional :: Integração com áreas de serviços ao
aluno

:: Campanhas de marketing :: Comunicação integrada com outros


:: Perfil público do aluno ou egresso meios
:: Campanhas para captação de alunos

:: Melhoria contínua e gestão :: Rotinas de gestão integradas


:: Métricas de evolução individual dos alunos
:: Métricas de aderência com as expectativas
do mercado de trabalho

:: Integração automática dos dados :: Centralização dos serviços de


:: Dashboards customizados carreira e de apoio ao aluno

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Solicite nosso contato e conheça mais sobre a Symplicity

©Symplicity, Paulo Antonelli Filho, Gabriel Modica Custódio, 2023

Todos os direitos desta edição estão reservados a seus autores. Symplicity Brasil Ltda

Av. Getúlio Vargas, 1420/702, Belo Horizonte, MG, 30112-024

www.symplicity.com/pt-br/

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