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Universidade Estadual do Paraná – Campus de Campo Mourão

Disciplina: METEP – Ciências Econômicas 1º Bimestre - 2022


Professor: Lucas Alves da Silva
Acadêmico: Kennan D. dos Santos Lima
Entrega: 14/06
Perguntas elaboradas com base nas discussões em sala e no Texto 4 – Natureza da
Ciência Social (capítulo 1 do livro de Antonio Carlos Gil).

1 – Quando surgiu enquanto campo científico, as ciências sociais foram


tratadas de modo idêntico às ciências naturais. Quais os problemas de abordar
as ciências sociais tal como as ciências naturais?

As Ciências Naturais têm por matéria-prima todo o conjunto de fatos que se repetem
e têm uma constante e podem ser reproduzidos dentro de condições de controle
razoáveis, num laboratório. Logo, sua testagem pode ser realizada de forma repetida
até que todas as condições e exigências dos observadores estejam preenchidas
satisfatoriamente.
Por sua vez, a ciência social estuda o indivíduo e sua vida social. Neste ponto,
diferente das ciências naturais onde consegue-se isolar os fatores corretos para que
sejam realizados certos experimentos, o estudo social é permeável, pois existem
diversos fatores que podem interferir na pesquisa, como cultura, religião, política,
aspectos históricos e geográficos, econômicos e etc, tornando essa pesquisa
relativa, pois envolve o comportamento social de grupos sob diversas perspectivas,
sobre tudo, a perspectiva do cientista que desenvolve esta pesquisa.
Segundo Gil (2008) discorre sobre quatro problemas principais no manejo das
ciências sociais seguindo a mesma ótica das ciências naturais:
 Objetividade: Tenta tratar os fatos sociais como coisas;
 Quantificação: Os resultados de uma pesquisa passam diretamente pela ótica
de seu pesquisador, portanto, pode-se afirmar que seu viés tende a interferir,
mesmo que minimamente, na análise das variáveis e consequentemente nos
resultados da pesquisa;
 Experimentação: Tem seus resultados científicos questionados pela falta de
autonomia do pesquisador de modificar variáveis e testar os resultados;
 Generalização: Leville e Dionne (1999) afirmam que a “verdade” nas ciências
sociais é relativo e provisório. Gil (2008) consoante aos autores, ressalta que
o máximo que um pesquisador pode almejar é a criação de teorias sem tanta
generalidade, visto que diferentes grupos de indivíduos são influenciados por
diferentes fatores sociais.

2 – Explique a seguinte frase: “o verdadeiro nas ciências sociais pode ser


apenas um verdadeiro relativo e provisório”.

Um estudo social baseia-se em uma análise de determinado grupo, em determinado


local, em determinada época.
Como o ser humano é altamente influenciado pelos fatores sociais e ambientais que
os cercam, uma pesquisa de consumo feita com pessoas da Classe D em Campo
Mourão, pode produzir um modelo totalmente diferente de consumo das pessoas da
Classe D de Maringá, por exemplo, o que torna o verdadeiro relativo. Ainda, a
pesquisa desse mesmo grupo social no bairro X, pode não representar a realidade
de pessoas da mesma faixa de renda no bairro Y, portanto, seria uma verdade
relativa.
Ainda, os resultados obtidos em uma pesquisa hoje, pode mostrar-se diferentes
daqui 1 ano (devido a N fatores que podem impactar nas variáveis pesquisadas),
portanto, é provisória.

3 – Quais as principais diferenças entre as pesquisas de caráter exploratório,


descritivo e explicativo?

Comumente essas formas de pesquisas são utilizadas de forma conjunta pelos


pesquisadores visando a elaboração de modelos mais completos para a condução
dos estudos.
Descritiva: Objetiva delinear o objeto que está sendo estudado, descrevendo
características comuns e as relações entre as variáveis;
Exploratória: Buscam uma visão geral sobre determinado objeto, e a partir daí,
tendem a desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias. Portanto, partem
de um problema e buscam uma solução, ou na ramificação em novos problemas que
também necessitem de pesquisa e possam ser explorados;
Explicativa: Pesquisa que mais se adentra ao tentar entender determinado objeto,
buscando explicar a razão das coisas. Pode-se dizer que é uma continuação da
pesquisa descritiva, pois usa os dados recolhidos na pesquisa anterior para a
realização de uma análise mais aprofundada.

Referências:

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.

LAVILLE, Christian, DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia


da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artes Médicas, Belo Horizonte:
Editora UFMG, 1999

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