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PSICOLOGIA

HOSPITALAR
Atuação do psicólogo
no hospital
Maria Beatriz Rodrigues

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Reconhecer as possibilidades de atuação do psicólogo no contexto hos-


pitalar.
> Descrever a atuação do psicólogo no manejo de pacientes em crise.
> Contrastar as funções do psicólogo hospitalar na sua prática profissional.

Introdução
A vida preserva momentos de crescimento e de crise durante o desenvolvimento
humano. Em momentos críticos, esse desenvolvimento pode sofrer interrupções
abruptas quando o sujeito enfrenta riscos e ameaças à vida. Essas crises,
ou momentos críticos, muitas vezes são vividas no hospital, onde as pessoas
que o frequentam, doentes ou não, estão sujeitas a alta ansiedade, tristeza,
desespero, angústia e inúmeros outros sentimentos diante de perdas.
O trabalho do psicólogo hospitalar ocorre nessa realidade, com o atendi-
mento de diferentes pessoas – pacientes, familiares e equipe hospitalar – em
ambientes nem sempre adequados, devido à pressão do tempo de internação
e de outros procedimentos necessários para o tratamento clínico. Portanto,
o atendimento do psicólogo no hospital é flexível e adaptável às condições
específicas de cada caso. Isso exige um preparo especial do profissional que
atua nesse campo, pois ele deve ter paciência, tolerância e compreensão, bem
como habilidades de relacionamento, olhar crítico, escuta atenta e presteza
na tomada de decisões.
2 Atuação do psicólogo no hospital

Neste capítulo, você vai conhecer a riqueza do trabalho do psicólogo


hospitalar. Além disso, vai conhecer as principais possibilidades de atuação
do psicólogo em um hospital, como as abordagens à crise, ao desespero e à
adaptação a novas condições de vida ou de morte, que fazem parte do dia a dia
desse profissional. Por fim, você vai conferir os problemas intercorrentes nas
fases de desenvolvimento humano – infância, adolescência, adultez e velhice
–, que exigem conhecimentos específicos e uma abordagem qualificada no
atendimento psicológico em ambiente hospitalar.

Atuação do psicólogo no contexto


hospitalar
A psicologia hospitalar é a prática clínica da psicologia em hospitais, porém
o psicólogo pode desempenhar outras atividades na instituição. Alguns au-
tores não concordam com essa denominação do trabalho do psicólogo (i.e.,
de acordo com o local onde atua) e sugerem que a psicologia hospitalar é uma
subespecialidade da psicologia da saúde (Gazotti; Prebianchi, 2019).
O atendimento de pacientes em hospitais é desafiador, não somente por
sua complexidade, mas também pelo fato de o ambiente não ser ideal em
termos de privacidade, visto que ocorrem interrupções contínuas (Oliveira;
Remor, 2019). Além disso, outros profissionais estão envolvidos nos cuida-
dos dos pacientes e têm suas rotinas terapêuticas. Os quartos de hospital,
principalmente de pacientes graves e que requerem mais atenção, são conti-
nuamente visitados por diferentes profissionais. Nesse contexto, o psicólogo
precisa entrar em sintonia com esses profissionais e descobrir quais momentos
são mais adequados para as suas intervenções. Além de receber cuidados, os
pacientes precisam repousar, alimentar-se, entre outras práticas da internação
hospitalar. A depender do estado de saúde do paciente, os momentos livres
e propícios para o atendimento psicológico são menos frequentes.
O trabalho do psicólogo em hospitais também está relacionado com o
atendimento de pacientes psiquiátricos em hospitais gerais, que remonta
ao período pós-guerra nos Estados Unidos, mas tem se expandido para ou-
tros países desde então (Botega, 2017). No Brasil, esse tipo de atendimento
acompanhou a reforma psiquiátrica, baseada no modelo italiano, em que os
hospitais psiquiátricos foram reduzidos drasticamente e os pacientes foram
Atuação do psicólogo no hospital 3

encaminhados para hospitais gerais quando havia necessidade de internação.


Além disso, foi criada uma estrutura extra-hospitalar, em rede de assistência,
para garantir a inserção social de pacientes psiquiátricos, como Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS), comunidades terapêuticas, casas protegidas,
entre outros programas de atendimento à comunidade. Algumas vantagens
desse tipo de atendimento, em comparação com os hospitais psiquiátricos,
são apresentadas a seguir (Botega, 2017).

„ Diminuição do estigma.
„ Maior proximidade e acesso.
„ Maior transparência nos cuidados.
„ Melhor atenção à saúde física.
„ Possibilidade de intercâmbio disciplinar.

Uma abordagem muito utilizada em casos de internação de pacientes


psiquiátricos em hospitais gerais é a interconsulta, uma prática advinda da
psiquiatria e exercida por psicólogos em hospitais, unidades de saúde, entre
outros locais. A interconsulta ocorre com a presença de um profissional da
Uma interconsulta é
um processo no
saúde em unidades hospitalares ou clínicas médicas de internação para
qual um profissional
de saúde,
atender a solicitações de médicos para o acompanhamento de pacientes
geralmente um
especialista, é
(Gazotti; Prebianchi, 2019). Segundo Botega e Dantas (2017), a interconsulta
consultado por
outro profissional
tem como objetivo prover tratamento a pacientes com transtornos mentais,
de saúde, como o
médico assistente,
em uma estrutura centrada no cuidado do paciente, e não somente focada na
para fornecer uma
avaliação
doença. Essa característica de atendimento coloca no centro a relação entre
especializada sobre
um aspecto
terapeuta e paciente e favorece a aproximação de diversas especialidades
específico do
cuidado de um
médicas e de outras profissões da área da saúde que atuam diretamente no
paciente.

cuidado dos pacientes.


A interconsulta começa com uma avaliação, antes de o psicólogo encon-
trar o paciente, e deve envolver outras pessoas, como médicos, familiares,
companheiros de quarto e profissionais de assistência. A avaliação física,
feita pelo médico clínico, e a avaliação psíquica, feita por psicólogo ou psi-
quiatra, precisam ser cuidadosamente realizadas, de forma a elaborar um
diagnóstico e planejar as ações necessárias. O Quadro 1 ilustra as questões a
serem consideradas pelo interconsultor quando estiver avaliando o paciente
e seu entorno.
4 Atuação do psicólogo no hospital

Quadro 1. Questões a serem consideradas na interconsulta

Coleta inicial de informações


„ O que motivou a solicitação de interconsulta?
„ Qual é a expectativa da equipe assistencial?
„ Há informações consistentes sobre o comportamento do paciente?

Após ter examinado o paciente


„ As condições do paciente e do ambiente permitiram uma boa avaliação?
„ O exame psíquico foi realizado cuidadosamente?
„ Seria útil aplicar algum instrumento de avaliação padronizado?
„ O exame físico foi realizado a contento?
„ A avaliação neurológica permite excluir uma síndrome orgânica cerebral?
„ Quais exames complementares são necessários?

Formulação diagnóstica
„ O paciente tem um transtorno mental?
„ Em caso afirmativo, qual é a provável etiologia?
„ Como o paciente reage à doença e à hospitalização?
„ Ele tem esperança, deseja viver?
„ Com quem ele pode contar para ajudá-lo?
„ Há dificuldades na relação do médico e da equipe assistencial com o
paciente?
„ Há problemas institucionais agudos que estejam afetando os cuidados
dedicados ao paciente?

Manejo
„ O que de mais urgente precisa ser feito?
„ Como reduzir o impacto de fatores estressantes?
„ Como ajudar o paciente a enfrentá-los?
„ Qual é o tratamento adequado para o transtorno mental específico?
„ Qual medicamento é o mais indicado nessa condição clínica?
„ Há risco de auto ou heteroagressão?
„ O paciente pode ser considerado capaz de aceitar ou recusar tratamento?
„ Quanto à continuidade do tratamento: qual, em que local, por meio de
quem?

Fonte: Adaptado de Botega e Dantas (2017, p. 194).

Considerando as características da interconsulta listadas e a proximidade


e a interação entre vários profissionais envolvidos no trabalho hospitalar,
destaca-se que o papel do psicólogo se dá em contato com os médicos da
instituição, uma vez que não é seu papel avaliar física, neurológica e far-
macologicamente os pacientes. A interconsulta é multidisciplinar e, para
que funcione em uma instituição hospitalar, precisa que os profissionais
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que a realizam tenham um adequado relacionamento com todas as pessoas


envolvidas (Gazotti; Prebianchi, 2019; Mosimann; Lustosa, 2011). Dessa forma,
as questões apresentadas no Quadro 1, mesmo tendo sido prescritas dentro
do escopo da psiquiatria, são importantes e servem como checklist para a
avaliação e o diagnóstico das condições dos pacientes internados.
A interconsulta segue algumas etapas (Botega; Dantas, 2017). Primeiro,
ela precisa ser solicitada pelo médico quando este encontra algum problema
com o paciente que precise ser melhor investigado. A gama de situações é
muito extensa e demonstra a amplitude de ação de um interconsultor. Por
exemplo, podem ser solicitadas avaliações para pacientes muito queixosos,
agressivos, com grande ansiedade ou depressão, com suspeita de surto
psicótico, déficit mental, tentativa de suicídio, condutas desaconselhadas
e perigosas, obesidade grave ou mórbida, alterações de humor, em estado
terminal, com anorexia ou bulimia ou que tenham dificuldades para responder
ao tratamento (Botega; Dantas, 2017).
Quando os pacientes são encaminhados para a interconsulta, a inter-
venção precisa ser rápida, pois é considerada uma emergência médica, seja
para dar uma resposta à equipe de assistência, seja para encaminhar o pa-
ciente para receber alta do hospital. Em contrapartida, por ser pontual e ágil,
a interconsulta pode resultar em internações mais curtas, com maior satisfação
tanto da equipe como do paciente e dos familiares. Alguns encaminhamentos
podem revelar dificuldades do médico e da equipe em lidar com o caso,
de modo que é importante intervir para que o paciente não tenha alta sem
ter sido assistido psicologicamente (Botega; Dantas, 2017).
O primeiro passo do processo, após receber o encaminhamento, é fazer
contato com o médico que solicitou a interconsulta e entender melhor a
situação que o motivou a fazer isso (Botega; Dantas, 2017). Nesse contato,
é importante avaliar a relação do médico com o paciente, os tipos de exame
que ele realizou para chegar às conclusões que o levaram a solicitar auxílio
psicológico e se ele comunicou ao paciente essa solicitação. Posteriormente,
é necessária uma abordagem ampliada, com entrevistas com enfermeiros,
cuidadores em geral, outros médicos, familiares e pessoas envolvidas com
o paciente. Dessa forma, antes de confirmar ou adquirir novas informações,
é sempre importante ler o prontuário do paciente, a fim de entender tudo
que foi realizado durante a sua estada no hospital (Botega; Dantas, 2017).
Após a compilação de todas essas informações, o interconsultor terá
algumas hipóteses e compreensões sobre o caso e, a partir desse momento,
avaliará diretamente o paciente. Uma vez avaliado, o paciente e o médico
precisam ser comunicados sobre o entendimento e as sugestões para o caso.
6 Atuação do psicólogo no hospital

Formas claras de comunicação são essenciais nesse passo (Botega; Dantas,


2017). De modo frequente, as intervenções nesse tipo de abordagem se referem
a manejos da equipe e condutas do paciente que o colocam em choque com o
médico e os assistentes (p. ex., dependência, antagonismo, resistência, etc.).
A discussão dos casos por meio de grupos operativos entre a psicologia e a
equipe assistencial pode ser muito produtiva para a compreensão dos casos
e a escolha das intervenções a serem realizadas (Gazotti; Prebianchi, 2019).

O atendimento de pacientes em hospitais também pode utilizar a


abordagem da psicoterapia breve (Hegenberg, 2010). A psicoterapia
breve pode se concretizar em algumas sessões ou após meses, com a prescrição
máxima de um ano. Ela pode utilizar várias abordagens teóricas, como psica-
nalítica, cognitivo-comportamental e psicodramática, assim como diversas
modalidades, como individual, de casal, em grupo e familiar. Além disso, pode
ser direcionada a diferentes faixas etárias e ocorrer em consultórios e diferentes
instituições, entre elas o hospital. Algumas instituições definem o número de
sessões, que pode ser de 12 ou 20, por exemplo. O que distingue a psicoterapia
breve de outras modalidades não é somente a sua duração, mas o fato de ela
se desenvolver em torno de uma questão específica, com objetivos limitados
(Hegenberg, 2010).
As atividades do psicólogo no hospital também podem envolver a psicologia
organizacional ou institucional, a depender da orientação teórica do profissional.
Há psicólogos que gerenciam os recursos humanos, ou seja, realizam atividades
como seleção, treinamento, avaliações e desligamentos; outros podem trabalhar
com as equipes assistenciais como forma de manter os pacientes bem atendidos
e os técnicos preparados e satisfeitos. Além disso, em função de sua inserção nos
grupos profissionais de um hospital, o psicólogo pode trabalhar ativamente com
a diretoria, de forma a ser um elemento de ligação entre os setores operacional
e estratégico, buscando melhorias contínuas para a instituição (Zanelli; Bastos;
Rodrigues, 2014).

Nesta seção, foram apresentadas algumas possibilidades do trabalho do


psicólogo em hospitais, desde a clínica até a psicologia institucional e do
trabalho. Foi dada ênfase à interconsulta, método que propicia o atendimento
de pacientes em hospitais mediante a estreita cooperação entre os membros
da equipe de assistência. Na próxima seção, o foco será no atendimento de
pacientes em crise no hospital.
Atuação do psicólogo no hospital 7

Trabalho com pacientes em crise


A crise é um momento de forte carga emocional sobre a psique do sujeito.
Pode ser um momento de reflexão, de retomada de prioridades e redireciona-
mento, mas nem sempre ocorre dessa forma. Isso porque, em crises graves,
nem sempre o sujeito está em condições de tomar as melhores decisões.
A crise prolongada pode favorecer o estabelecimento de quadros de depressão
e ansiedade. Soma-se a isso a constatação de que um momento sério pode
favorecer a utilização excessiva de defesas, o uso de substâncias, o enrijeci-
mento psíquico e a ideação suicida (Botega; Pereira; Giglio, 2017).
A internação, principalmente com um quadro de doença grave, pode
desencadear crises, pois é um golpe no narcisismo, algo inesperado que
abala a crença de controle sobre a própria vida e o próprio corpo do sujeito
(Botega; Pereira; Giglio, 2017). Os sintomas da crise podem ser variados, da
agressividade à depressão, da mania ao suicídio, entre tantos outros. É pouco
previsível como uma pessoa pode reagir diante de uma sensação de catástrofe,
de inevitabilidade. Botega, Pereira e Giglio (2017) identificam algumas fases
nessa vivência: catástrofe, crise, elaborações e tomada de posições. Esta
última fase permite que a pessoa sobreviva ao que lhe está acontecendo e
se organize minimamente para enfrentar a crise. O trabalho do psicólogo é
fundamental para auxiliar o paciente a passar por essas fases até que ele
consiga enxergar saídas para a crise.
Botega, Pereira e Giglio (2017) também propõem três fases na intervenção
da crise: dar continência, gestão da crise e psicoterapia de crise. Dar con-
tinência significa acolher a dor, dar suporte aos sentimentos com calma e
respeitando o ritmo do sujeito. A psicoterapia é desaconselhável quando há
sentimentos intensos e controversos, quando o paciente está triste, deses-
perado e não consegue tolerar mais os sentimentos advindos do atendimento
psicoterápico. Nesse contexto, o encaminhamento para a psicoterapia poderia
ser sentido como abandono ou rejeição. Escutar o paciente é o principal
método nessa fase, e a escuta precisa ser qualificada, respeitosa, paciente,
calma. Além do atendimento direto ao paciente, faz-se necessário o acompa-
nhamento da equipe de assistência para evitar reações e condutas contrárias
ao que está sendo proposto. Muitas vezes, algum membro da equipe sente
dificuldades para lidar com um quadro de transtorno mental ou de crise e
precisa ser orientado sobre como fazê-lo (Botega; Pereira; Giglio, 2017).
8 Atuação do psicólogo no hospital

A interconsulta é uma das formas de atender pacientes que estão tendo


problemas com o tratamento em hospitais. Trata-se de uma abordagem que
não lida somente com pacientes psiquiátricos, tendo como objetivo geral a
boa qualidade da permanência do paciente no hospital, da sua relação com
a doença e do seu relacionamento com a equipe que o assiste. O psicólogo
pode, junto à equipe, orientar e conduzir reuniões para esclarecimentos,
planejamento de intervenções, auxílio à adaptação e entendimento das
reações do paciente (Botega; Dantas, 2017).
A fase de gestão da crise ocorre quando algo precisa ser planejado em
benefício de quem sofre, evitando casos extremos, como o suicídio. Para
tanto, o paciente precisa estar constantemente acompanhado por alguém
da equipe, além do psicólogo que o atende. Nessa fase, são importantes as
técnicas de relaxamento, mentalização e controle de respiração. A utilização
desses instrumentos será discutida com o psiquiatra, que pode receitar me-
dicação para o paciente controlar melhor a ansiedade e conseguir relaxar e
dormir à noite. A atenção à família também é importante, pois os membros
que assistem o paciente podem estar esgotados e vivenciando situações de
adaptação às novas condições familiares a partir da doença daquele membro.
O bom acompanhamento ao paciente requer que a família seja cooperativa,
e o psicólogo precisa dedicar tempo para que isso possa acontecer (Botega;
Pereira; Giglio, 2017).
A psicoterapia de crise, última fase do atendimento de pacientes em
hospitais, é recomendada para pacientes que apresentam quadros agudos
ou que padecem de transtornos psíquicos e têm dificuldades para enfrentar
a internação e o tratamento. Por exemplo, pacientes em agitação psicomo-
tora, em surto psicótico, com depressão, risco de suicídio, insegurança e
fantasias extremas precisam de atendimento psicoterápico de crise de curto
ou curtíssimo prazo para auxiliá-los a enfrentar o momento agudo (Botega;
Pereira; Giglio, 2017). Nesse tipo de psicoterapia, não se pensa em conflitos
inconscientes ou mudanças profundas, pois não haveria tempo para efetivar
objetivos arrojados. Portanto, a utilização desse método é para dar conti-
nência aos pacientes e reduzir a pressão psíquica a que estão submetidos.
Para Botega, Pereira e Giglio (2017), os esforços desse tipo de psicoterapia
são direcionados a:

„ reforçar mecanismos de defesa adaptativos e aspectos sadios da


personalidade;
„ afastar pressões ambientais que estejam incrementando a crise;
„ adotar medidas que visem ao alívio dos sintomas;
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„ auxiliar o fortalecimento da autoestima do paciente;


„ favorecer habilidades adaptativas, se possível;
„ motivar o paciente para a continuidade da psicoterapia após a alta
hospitalar, se necessário.

O local da psicoterapia de crise pode ser modificado se o hospital ou as


condições do paciente não possibilitarem a privacidade desejada. Por exem-
plo, pode-se utilizar cadeiras em um local mais reservado, inclusive em um
corredor ou um quarto coletivo, mantendo o diálogo em baixo tom. Também é
possível perguntar aos companheiros de quarto do paciente se estão dispos-
tos a dar um tempo a sós para o paciente e o terapeuta. As interrupções são
frequentes, e a duração de sessão fica em torno de 15 a 30 minutos. Tendo em
vista as especificidades desse tipo de terapia, as adaptações não podem ser
vistas como quebra de enquadre, pois a natureza do atendimento é flexível.
Intervenções dessa natureza recebem o nome genérico de psicoterapia de
apoio (Botega; Dantas, 2017; Botega; Pereira; Giglio, 2017). O Quadro 2, a seguir,
apresenta recomendações e princípios da psicoterapia de crise.

Quadro 2. Princípios da psicoterapia de crise

„ Levar em consideração a disponibilidade interna.


„ Reservar tempo na agenda, pois as crises surgem inesperadamente.
„ Ouvir com atenção, paciência e sem julgamentos.
„ Preparar-se para a transfusão de esperança e de recursos egoicos.
„ Observar as reações emocionais e as distorções cognitivas.
„ Considerar os sentimentos que o paciente provoca em você e em que papel
ele o coloca.
„ Respeitar silêncio e choro, mas ajudar, com delicadeza, o paciente a sair
deles.
„ Resumir o que compreendeu até dado momento e solicitar esclarecimentos.
„ Se possível, explorar como o paciente já enfrentou e superou crises
anteriores (coping).
„ Não esquecer de avaliar o grau de risco de suicídio.
„ Identificar e obter o apoio de pessoas significativas.
„ Verificar se o paciente está em uso de psicofármacos para diminuir a
ansiedade e a inquietude, auxiliar o sono ou reduzir a dor.
„ Diante do exagero das urgências, propor moratória e objetivos escalonados.
„ Revisar o plano de segurança.
„ Compartilhar sua angústia com um colega ou supervisor.
„ Se presentes, discutir dilemas éticos com o paciente e outros dilemas
relacionados.
„ Preparar o paciente, se for o caso, para a psicoterapia de longo prazo.

Fonte: Adaptado de Botega, Pereira e Giglio (2017, p. 855).


10 Atuação do psicólogo no hospital

A escolha da postura, se de escuta ou de intervenção ativa, dependerá do


momento em que se encontra o paciente. Por exemplo, em situações de risco
de suicídio, se o paciente nunca passou por isso e demonstra pela primeira
vez ideação suicida, a escuta ativa pode favorecer sentimentos de compre-
ensão e suporte e reprimir a crise, ao menos momentaneamente. Se é um
caso com tentativas anteriores, com histórico depressivo, a intervenção deve
ser de tentativa de solução de problemas, mais direta, investigativa sobre os
problemas, com exploração de recursos de ajuda, o que exige a elaboração
de um plano de ações e decisões (Botega; Pereira; Giglio, 2017).
Desse modo, cada intervenção deve ser pensada com um propósito e de
acordo com a situação e a realidade de cada pessoa atendida. A moratória e
os objetivos escalonados, presentes no Quadro 2, têm como objetivo afastar
fontes de ansiedade por meio da postergação de decisões importantes que
fazem o paciente sofrer. É um acordo entre paciente e terapeuta sobre datas
para que as decisões sejam retomadas; enquanto isso não ocorre, o sujeito
trabalha em seu fortalecimento emocional. Por isso, os objetivos precisam
ser planejados e escalonados de forma realista, a partir das condições do
paciente e de seu ambiente, pois, a cada objetivo realizado, o paciente ficará
mais confiante no seu tratamento (Botega; Pereira; Giglio, 2017). As principais
práticas do psicólogo no contexto hospitalar são cuidar e fortalecer a saúde
mental das pessoas atendidas, visando a ajudá-las a lidar com as dificuldades
e a melhorar a sua adesão ao tratamento.
Nesta seção, foram abordados os princípios básicos do trabalho do psi-
cólogo com pacientes em crise. As crises nos hospitais são cotidianas, e o
psicólogo precisa estar preparado para auxiliar os seus pacientes a contorná-
-las da melhor maneira possível, em situações de inúmeras debilidades e
vulnerabilidades. É possível perceber o quão delicado é o trabalho na crise,
pois exige paciência e tolerância ao momento delicado de vida do paciente.
Na próxima seção, serão abordados os momentos delicados de vida, com
foco em algumas fases do desenvolvimento, como a infância e a velhice, em
atendimento no hospital.

O hospital na prática profissional do


psicólogo
Como visto nas seções anteriores, as possibilidades de trabalho do psicólogo
no hospital são amplas e diversificadas, a exemplo de interconsulta, atendi-
mento de pacientes em crise, abordagem organizacional, trabalho institucional,
entre outras possibilidades de trabalho nesse contexto complexo.
Atuação do psicólogo no hospital 11

A crise é rotina no hospital, principalmente em decorrência das vivências


de ansiedade e depressão a que ficam submetidos os pacientes em interna-
ção. Além disso, há as crises normais do desenvolvimento humano, em que
os problemas podem se agravar. Por exemplo, em idosos, declínio cognitivo
e doenças neurodegenerativas, como doença de Alzheimer e outras doenças
cerebrovasculares, são comuns em hospitais e podem se associar a outros
motivos de internação. Quando ainda sem diagnóstico, a ansiedade decorrente
da internação pode desencadear os primeiros sintomas cognitivos e compor-
tamentais mais claros de presença da doença. Quando já há diagnóstico, os
mesmos motivos podem agravar o quadro de demência (Mella; Stella, 2017).
Com o envelhecimento da população, a expectativa é de que haja um
crescente número de pacientes com doenças crônicas e degenerativas em
hospitais. Desse modo, o psicólogo precisa estar familiarizado com esses
problemas e em sintonia com a equipe médica de diagnóstico. Algumas
ferramentas de diagnóstico que podem ser utilizadas pelo psicólogo são a
entrevista clínica e o exame da cognição e de comportamento, realizados
por meio da aplicação de testes e inventários psicológicos especializados
(Argimon et al., 2019).
A avaliação da cognição e do comportamento pode ser feita tanto por meio
de testes como de entrevistas clínicas, em que a observação do paciente é
auxiliada por questões investigativas, conforme o Quadro 3.

Quadro 3. Acesso aos domínios cognitivos

Memória
„ Episódica recente: verifique se o paciente se recorda que está doente e
com qual detalhamento. Questione se ele tem se esquecido de onde guarda
pertences, de compromissos ou de pagar contas. Verifique se ele tem
dificuldades para registrar conversas e leituras e se está falando de forma
repetitiva.
„ Episódica remota: pergunte em que escola ele estudou, qual era o nome dos
professores, quem foram seus antigos namorados, em que cidades viveu,
quais empregos teve, para onde viajou.
„ Semântica: questione sobre o significado de determinadas palavras.
Verifique conhecimentos gerais e fatos históricos e se o paciente apresenta
discurso vazio, com o uso de palavras genéricas.
„ De trabalho: verifique se o paciente esquece o fogão ligado ou o que
planejou pegar no armário. Peça a ele que repita uma sequência em ordem
direta e inversa.
„ Procedural: indague sobre as dificuldades do paciente em andar de
bicicleta, dirigir, escrever, usar talheres e manusear ferramentas e
utensílios de cozinha.

(Continua)
12 Atuação do psicólogo no hospital

(Continuação)

Linguagem
„ Afasia fluente: verifique se o paciente está compreendendo a conversa.
Observe discursos vazios, com circunlóquios e parafasias semânticas (p.
ex., dizer “chefe”, em vez de “presidente”). Teste o paciente, solicitando
a ele siga que instruções como “toque a sua perna direita com a sua mão
esquerda”.
„ Afasia não fluente: verifique se há hesitação na fala, disprosódia (perda
de entonação), erros fonêmicos e sintáticos de linguagem, parafasias
fonêmicas (dizer “sefalote”, em vez de “elefante”). Teste se ele apresenta
dificuldades em repetir frases.
„ Anomia: observe se ele tem dificuldades em nomear objetos, lugares e
pessoas (“está na ponta da língua”).

Habilidades visuoespaciais
„ Questione sobre dificuldades de reconhecimento visual de lugares
(desorientação espacial) e faces (prosopagnosia). Teste se ele tem
dificuldades de leitura (alexia) ou em copiar desenhos (cubos, pentágonos
interceptados, etc.).

Atenção
„ Déficits de atenção podem causar sintomas semelhantes aos de déficit de
memória de trabalho, como esquecer torneiras abertas, gás ligado, portas
abertas, etc. Teste o paciente, solicitando a ele que faça cálculos do tipo
subtração simples e que diga os meses do ano de trás para a frente.

Funções executivas
„ Pergunte se ele tem dificuldades para lavar roupas, cozinhar, calcular o
troco, usar o caixa eletrônico, tomar banho. Teste a capacidade do paciente
de julgamento, com noções de perigo, de conduta social e de abstração,
com a interpretação de provérbios, semelhanças e diferenças.

Praxias
„ Verifique se o paciente tem dificuldades para escrever uma sentença,
desenhar, assinar documentos, dirigir, caminhar, digitar, usar talheres,
escovar os dentes, acenar, pentear o cabelo.

Fonte: Adaptado de Mella e Stella (2017, p. 264).

Nesse sentido, a interconsulta avalia os comportamentos, buscando sin-


tomas neuropsiquiátricos, como transtornos depressivo, de ansiedade ou
bipolar, esquizofrenia, desinibição social e sexual, labilidade afetiva, euforia,
alucinações, agressividade, distúrbios do sono, entre outros, a depender da
área do cérebro mais afetada pelo tipo de demência. Por esse motivo, encon-
trar a relação do início dos sintomas com alguns fatos importantes da vida
Atuação do psicólogo no hospital 13

do sujeito colabora para planejar intervenções que sejam mais adequadas


para cada tipo de situação, garantindo um cuidado integral e qualificado.
Se o quadro for grave e o paciente não puder falar por si mesmo, pode-se
contar com pessoas próximas de seu convívio para ajudar nessa intermediação
e na coleta de informações clínicas (Mella; Stella, 2017).
Outro público específico da interconsulta é o infantil, que também fica
sujeito a transtornos psíquicos em internações. Se a doença da criança for
crônica e as internações forem frequentes, esses problemas tendem a ser
agravados e atingem também os membros da família, como, por exemplo,
o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) (Gazotti; Prebianchi, 2019).
A equipe de assistência também pode se mobilizar diante de uma doença
grave em crianças. Há diferentes modelos de interconsulta infantil, como:
interconsulta antecipatória, que ocorre antes de uma cirurgia, transplante ou
amputação; interconsulta para detecção precoce de transtornos psíquicos;
interconsulta para treinamento da equipe pediátrica; interconsulta para aten-
dimento de intercorrências psiquiátricas; e interconsulta para atendimento
continuado, no caso de doenças crônicas, transtornos alimentares, dor, entre
outros (Jacintho; Celeri, 2017).
Muitas outras situações com crianças são frequentes em hospitais, como
crianças HIV-positivo, vítimas de maus-tratos, vítimas de abuso sexual, com
câncer, queimaduras, doenças crônicas, que passaram por tentativas de sui-
cídio, que estão em vulnerabilidade social ou que passaram por internações
frequentes. A criança está em processo de desenvolvimento, de modo que
tudo que for feito em termos de intervenção precisa levar em consideração
essa característica. O desenvolvimento cognitivo, físico e emocional da criança
precisa ser respeitado e deve balizar as intervenções. A criança precisa expres-
sar como vê e como sente o seu adoecimento, pois ninguém pode substituir
completamente esses sentimentos. A família, sem dúvida, ajuda no processo,
mas não pode falar em nome da criança se esta tiver condições de verbalizar
e explicar com suas palavras o que está sentindo. Em virtude disso, a equipe
hospitalar precisa fazer a criança participar do projeto terapêutico e ter
clareza do que está sendo feito. É papel do psicólogo incentivar a autonomia
infantil e a expressão sadia das emoções, assegurando uma compreensão
lúdica para a criança do que ocorre com ela e aliviando possíveis temores,
uma vez que o desconhecimento ou o engano podem aumentar a ansiedade
e desfavorecer as respostas ao tratamento (Jacintho; Celeri, 2017).
Todas as crianças reagem à hospitalização com ansiedade, apego exage-
rado aos familiares, baixa no rendimento escolar e confusão, mas a intensidade
dessas reações depende de outros fatores, como idade, estágio de desenvol-
14 Atuação do psicólogo no hospital

vimento, personalidade, tipo de doença, tempo de hospitalização, equilíbrio


familiar e nível de dor (Azevedo; Schmidt; Crepaldi, 2019). A dependência
intensifica-se com a doença, e a criança precisa de atenção redobrada de seus
familiares e da equipe de assistência. Além disso, podem estar envolvidos
fatores como vulnerabilidades sociais e econômicas, falta de discernimento
e ambiente familiar violento, que envolvem aspectos éticos e legais. A abor-
dagem e a intervenção devem levar em consideração a estrutura emocional
e familiar da criança e, dentro das possibilidades do caso, manter a família
e a criança informadas (Jacintho; Celeri, 2017).
Crianças abusadas e negligenciadas em cuidados podem vir a ser inter-
nadas por outros motivos, sendo papel da equipe diagnosticar essas condi-
ções, assim como sinais de abusos de diversos tipos (Jacintho; Celeri, 2017).
Uma vez diagnosticados, esses casos precisam ser comunicados a autorida-
des, o que pode resultar em afastamento da criança e da família. O Quadro 4
indica algumas formas de manejo da criança vítima de abuso ou negligência.

Quadro 4. Manejo de crianças vítimas de abuso ou negligência

„ Realizar entrevistas com todos os membros da família, procurando indícios


de uso de drogas ou presença de patologias psiquiátricas.
„ Realizar avaliações individuais com a criança, com testes psicológicos e hora
do jogo.
„ Fazer um exame físico minucioso, buscando indícios de lesões, como
queimaduras, hematomas, marcas na pele, etc. (realizado por médicos).
„ Realizar um exame neurológico para verificar a presença de lesões no
sistema nervoso central (realizado por médicos).
„ Atentar para sintomas psíquicos recentes e sem causa definida, como
tristeza, irritabilidade, ideação suicida, agressividade e recusa a ir à escola.
„ Realizar o exame dos órgãos genitais e da região anal, com coleta de
secreção quando houver suspeita de abuso sexual (realizado por médicos).
„ Realizar exames de radioimagem quando houver suspeita de fraturas
(realizado por médicos).
„ Realizar teste de gravidez e exames laboratoriais (realizado por médicos).
„ Encaminhar para perícia, quando a gravidade do caso indicar.
„ Realizar entrevistas com profissionais e pessoas do grupo social.
„ Notificar o abuso aos órgãos competentes.
„ Prover tratamento psicológico para a criança e os agressores.

Fonte: Adaptado de Jacintho e Celeri (2017, p. 323).


Atuação do psicólogo no hospital 15

O psicólogo precisa se envolver com as questões médicas, encaminhar a


criança, quando necessário, para exames e formar uma equipe de confiança
para o tratamento. O foco de atenção deve ser na criança, na família e na
dinâmica do atendimento (Azevedo; Schmidt; Crepaldi, 2019). A família sabe
de toda a história da criança, e esses dados são valiosos para o atendimento.
A equipe de assistência tem o olhar do dia a dia dos eventos que podem estar
interferindo na estada da criança no hospital, com quem ela divide o quarto,
se houve mortes desde que ela chegou, como se comporta, atitudes da equipe,
etc. Após esses primeiros contatos, o psicólogo tem condições de avaliar a
criança. O diagnóstico situacional deve ser comunicado à equipe que cuida
da criança e registrado em prontuário (Jacintho; Celeri, 2017).
A psicoterapia com crianças pode seguir diversas abordagens, como psi-
codinâmica, em grupo, cognitivo-comportamental e sistêmica (familiar).
O objetivo maior é possibilitar que a criança reflita sobre a situação que a faz
sofrer, expresse-se sobre ela, verbal ou não verbalmente, e receba apoio na
resolução de seus conflitos ou na capacidade de conviver com eles de forma
mais integrada (Azevedo; Schmidt; Crepaldi, 2019).
Algumas situações são muito complexas, em que pode não haver possi-
bilidade de o paciente conseguir resolver alguns aspectos de seu entorno.
Dessa forma, a psicoterapia tem como objetivo o fortalecimento dos vínculos,
da confiança e da possibilidade de viver de forma diferente da que trouxe o
paciente para a internação.
De forma geral, a infância e a velhice são distantes, extremos opostos,
mas, em casos de internação hospitalar, podemos perceber alguns pontos em
comum, como a dependência, a vulnerabilidade e a dificuldade para decidir
e escolher os seus próprios caminhos. São indivíduos que ficam à mercê de
outros e, muitas vezes, são violados em seus direitos e cuidados. Nesses
casos, a intervenção do psicólogo é de grande relevância para proteger
essas pessoas e, mesmo com o tempo curto de intervenção, contribuir para
a cicatrização de feridas tão profundas, com a finalidade de que possam ter
uma vida futura melhor ou uma morte digna.
Dito isso, é importante perceber a relevância do trabalho dos psicólogos
em hospitais com pacientes psiquiátricos, acometidos por doenças graves
ou não, que passaram por acidentes, cirurgias, entre tantas outras causas
de internação. O trabalho do psicólogo é valioso, também, nas equipes de
profissionais de assistência, que lidam diariamente com casos graves, tristes
e ansiogênicos, sempre com o intuito de ajudar os pacientes a lidarem da
melhor forma com a internação hospitalar.
16 Atuação do psicólogo no hospital

Referências
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Leituras recomendadas
AZEVÊDO, A. V. S.; CREPALDI, M. A. A psicologia no hospital geral: aspectos históricos,
conceituais e práticos. Estudos de Psicologia, v. 33, n. 4, 2016.

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