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PIRACICABA

2024
VICTÓRIA ROSA BUGNO

O PAPEL VITAL DA ENFERMAGEM NO CUIDADO DA


SAÙDE MENTAL

Projeto apresentado ao Curso de Enfermagem da


Instituição Anhanguera de Piracicaba. Trabalho
acadêmico apresentado à disciplina de Saúde Mental
como requisito de nota parcial para o 6° semestre.
Requerido pela prof. Maristela.

PIRACICABA
2024
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
2 DESENVOLVIMENTO 5
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 8
4 REFERÊNCIAS 9
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1 INTRODUÇÃO

A atuação do enfermeiro no cuidado da saúde mental é multifacetada e


abrangente, envolvendo uma série de ações específicas que vão além do simples
tratamento dos sintomas psicológicos. Este profissional desempenha um papel
crucial não apenas na promoção do bem-estar psicológico, mas também no cuidado
com o corpo e a saúde física dos pacientes. Compreende-se que a saúde mental é
intrinsecamente ligada à saúde física, e é nesse contexto que o enfermeiro se
destaca, integrando cuidados que visam o equilíbrio holístico do indivíduo.
Além de ser um provedor de cuidados diretos, o enfermeiro desempenha um
papel de facilitador e integrador de ações dentro de equipes multidisciplinares. Sua
proximidade com o usuário permite uma compreensão mais profunda das
necessidades e desafios enfrentados, possibilitando a implementação de
intervenções mais eficazes e personalizadas. Essa relação próxima é essencial para
estabelecer um ambiente terapêutico de confiança e segurança.
Entretanto, o enfermeiro enfrenta desafios significativos em sua autonomia
profissional, especialmente no contexto da saúde mental, onde as fronteiras das
responsabilidades profissionais muitas vezes se mostram difusas. É imperativo que
haja discussões contínuas sobre as ações essenciais para o cuidado de
enfermagem nessa área, garantindo que o enfermeiro possa exercer seu papel de
forma eficaz e ética.
É importante ressaltar que o enfermeiro também desempenha um papel
crucial na educação e no empoderamento dos pacientes em relação à sua própria
saúde mental. Ao fornecer informações, orientações e apoio emocional, o enfermeiro
capacita os pacientes a compreenderem melhor suas condições e a participarem
ativamente de seu processo de tratamento. Essa abordagem centrada no paciente
não só promove a autonomia e a autorreflexão, mas também fortalece a parceria
entre o profissional de enfermagem e o indivíduo em busca de bem-estar mental.
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2 DESENVOLVIMENTO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental pode ser


considerada com um estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza suas próprias
habilidades, pode lidar com o estresse normal da vida, pode trabalhar de forma
produtiva e frutífera e é capaz de contribuir para sua comunidade. Visto que envolve
a capacidade de equilibrar as emoções, lidar com desafios e adversidades, manter
relacionamentos saudáveis e tomar decisões conscientes.
O enfermeiro por sua vez desempenha um papel fundamental na promoção,
prevenção, tratamento e reabilitação da saúde mental. Algumas das principais
funções e responsabilidades do enfermeiro na saúde mental incluem: A avaliações
abrangentes do estado de saúde mental do paciente, implementar intervenções
terapêuticas, como terapias individuais ou em grupo, administração de
medicamentos prescritos, técnicas de relaxamento e estratégias de enfrentamento,
fornecer orientações educativas e aconselhamento aos pacientes e suas famílias
sobre questões relacionadas à saúde mental, tratamentos disponíveis, estratégias
de autocuidado, prevenção de recaídas, a triagem do paciente e realizar visitas
domiciliares, dentre outras funções, Almeida et al 2020.
Para auxiliar o enfermeiro no reconhecimento do estado mental de cada
paciente existem alguns métodos, o autor Freitas et al 2020, relata que pode ser
feito a realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) com base
na avaliação da estrutura, desenvolvimento e funcionamento da família, utilizando o
Modelo Calgary de Avaliação da Família. Este modelo é uma abordagem utilizada na
prática clínica de enfermagem que visa avaliar a estrutura, o desenvolvimento e o
funcionamento das famílias, ou seja, ele ajuda profissionais da saúde a
compreender a dinâmica familiar e a identificar as necessidades e recursos
disponíveis para promover o bem-estar da família e do paciente.
A família é muito importante durante o tratamento de saúde mental, ela não
apenas oferece suporte emocional e prático, mas também desempenha um papel
essencial na compreensão da condição do paciente, na adesão ao tratamento e na
promoção de um ambiente terapêutico positivo, a família muitas vezes é a primeira
a perceber mudanças no comportamento e no estado emocional do paciente,
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podendo fornecer informações cruciais para os profissionais de saúde no


diagnóstico e no planejamento do tratamento. Seja ao identificar sinais precoces de
uma crise ou ao relatar a evolução dos sintomas ao longo do tempo, o envolvimento
da família no processo terapêutico é valioso para uma abordagem mais completa e
eficaz.
Portanto a avaliação da estrutura, desenvolvimento e funcionamento da
família desempenha um papel crucial no tratamento de transtornos mentais, Freitas
et al 2020, contextualiza que os transtornos de humor são divididos em depressivos,
bipolares, induzidos por drogas e baseados na etiologia. A partir da implementação
do tratamento é possível identificar fatores de risco e de proteção, bem como
entender o contexto familiar em que o paciente está inserido ajuda a contextualizar
os sintomas da depressão e a entender como as dinâmicas familiares podem
influenciar o bem-estar emocional do indivíduo, contribuindo para a eficácia do
tratamento e para a promoção do apoio familiar.
Se tratando dos desafios enfrentados pelo enfermeiro se destacam as
dificuldades relacionas a formação profissional, onde o autor Almeida et al 2020,
relata que alguns enfermeiros mencionaram que a graduação deixou a desejar em
relação à preparação para lidar com o manejo emocional dos pacientes. Mesmo com
pós-graduações na área de saúde mental, alguns profissionais ainda se sentiram
despreparados para realizar atendimentos psicológicos.
Outro problema enfrentado foi em relação a autonomia na execução das
ações de enfermagem, indicando que os enfermeiros podem enfrentar desafios
nesse sentido, especialmente diante da complexidade do cuidado em saúde mental.
Os participantes do estudo também apontaram certa dificuldade na delimitação das
ações dos diferentes núcleos profissionais no âmbito da saúde mental, o que pode
gerar desafios na definição clara das responsabilidades e competências de cada
profissional.
Portanto Diante dos desafios enfrentados pelos enfermeiros no campo da
saúde mental, evidencia-se a necessidade urgente de investimentos na formação
profissional, visando preencher as lacunas identificadas pelos próprios profissionais.
A capacitação em manejo emocional e habilidades terapêuticas deve ser priorizada
tanto na graduação quanto em programas de pós-graduação, a fim de garantir que
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os enfermeiros estejam adequadamente preparados para lidar com as demandas


complexas desse cenário. Além disso, é crucial promover discussões e
colaborações interprofissionais para esclarecer e delimitar as responsabilidades de
cada membro da equipe de saúde mental, visando uma atuação mais integrada e
eficaz. Somente através de um compromisso contínuo com o aprimoramento
profissional e a valorização da autonomia no cuidado, será possível superar os
desafios e oferecer uma assistência de qualidade e humanizada aos pacientes que
necessitam de cuidados em saúde mental.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as informações apresentadas nos artigos sobre a saúde mental


e o trabalho do enfermeiro, torna-se evidente a importância vital do papel desse
profissional como agente fundamental no cuidado de saúde mental. A evolução da
percepção do enfermeiro, indo além dos cuidados físicos e tornando-se um
facilitador e integrador de ações, destaca a necessidade de reconhecer a autonomia
e a importância da enfermagem nesse campo.
A reflexão sobre as ações específicas do enfermeiro na saúde mental
ressalta a complexidade e a interdisciplinaridade desse cenário, onde a atuação em
equipe multiprofissional se mostra essencial. A valorização do contato próximo com
os usuários e a promoção de ações que considerem o contexto psicossocial
demonstram a relevância do enfermeiro na promoção do bem-estar e da saúde
mental dos indivíduos.
Além disso, considerando as informações apresentadas sobre a assistência
de enfermagem a uma paciente com transtorno depressivo recorrente, baseada na
avaliação familiar, é evidente a importância da abordagem holística e integrada no
cuidado a indivíduos com transtornos mentais. A participação ativa da família, o
estabelecimento de vínculos terapêuticos, a aplicação do Processo de Enfermagem
e a promoção de transformações no modelo assistencial são aspectos fundamentais
para a reabilitação do paciente, sua socialização e melhora da autoestima.
A atuação do enfermeiro como um elo integrador e facilitador no cuidado de
saúde mental é essencial para garantir uma assistência de qualidade e promover a
saúde integral dos indivíduos. A valorização do paciente deprimido, a escuta atenta,
a atuação do enfermeiro como parte de uma equipe multiprofissional e a utilização
de estratégias terapêuticas inovadoras durante as visitas domiciliares são práticas
que se mostram eficazes na promoção da saúde mental e no bem-estar do paciente
e de sua família.
Portanto, é essencial que os profissionais de enfermagem estejam preparados
para atuar de forma abrangente, acolhedora e humanizada, visando sempre o
cuidado integral e a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos com transtornos
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mentais.

4 REFERÊNCIAS

Almeida, J. C. P. de ., Barbosa, C. A., Almeida, L. Y. de ., Oliveira, J. L. de ., &


Souza, J. de .. (2020). Ações de saúde mental e o trabalho do enfermeiro.
Revista Brasileira De Enfermagem, 73, e20190376. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0376. Acesso em: 21 de mar. de 2024.

DE FREITAS, Neires Alves; MARQUES, Flávia Martins; SIQUEIRA, Ellanny de


Loiola; OLIVEIRA, Eliany Nazaré; DE LIMA, Francisca Dalila Paiva Damasceno;
FREITAS, Mikaele Alves. . ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE
COM TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE, BASEADA NA AVALIAÇÃO
FAMILIAR: ESTUDO DE CASO À LUZ DO MODELO CALGARY. Cadernos
Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, [S. l.], v. 12, n. 33, p.
143–165, 2020. DOI: 10.5007/cbsm.v12i33.70220. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/70220. Acesso em: 21 de mar.
de 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde Mental.


[Internet]. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental. Acesso
em: 21 de mar. de 2024.

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