Você está na página 1de 4

14/02/2024, 21:44 ado_juv_sec_XXI_u4_s2_wa

Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia?


Ele possibilita diversas formas de interação com o conteúdo, a qualquer hora e de qualquer lugar. Mas na versão impressa,
alguns conteúdos interativos são perdidos, por isso, fique atento! Sempre que possível, opte pela versão digital. Bons Imprimir
estudos!

Adolescência e Juventude no Século XXI


Juventude e Trabalho

Unidade 4 – Seção 2

A adolescência é um processo de transformação que extrapola o campo do corpo biológico e se entrelaça aos aspectos
sociais e culturais que impactam diretamente na construção subjetiva do adolescente. É nesta fase também que o mundo
externo pressiona o jovem para as escolhas de sua profissão. Algumas famílias desejam que os filhos encontrem seus
próprios caminhos; outras, que sigam as profissões mais tradicionais. Há ainda aquelas cujo o destino do jovem está
traçado: o de seguir a profissão de seus ascendentes (pais e/ou avós), sejam elas bem-sucedidas ou não.

A escolha profissional: aspectos históricos


Escolher uma profissão é tarefa delicada, pois ela abarca uma série de inquietações que poderão ser angustiantes:

Será que fiz a melhor escolha?

Serei feliz se seguir por este caminho?

O que pensam meus familiares e amigos, ou a sociedade, sobre este rumo que desejo tomar profissionalmente?

Bock (2001) nos lembra que a preocupação com as escolhas profissionais é um movimento recente do ser humano – se
comparado ao tempo em que nossa espécie existe. Nossos antepassados não se preocupavam com este tipo de escolha.
Naquela época, trabalhava-se para sobreviver ou, usando o conceito de Arendt (apud BOCCUTO, 2017) podemos dizer
que o homem laborava.

Para o autor a posição social do indivíduo passou do laço sanguíneo – típico do feudalismo – para a conquista
derivada do esforço individual.

Desta forma, ainda para Bock (2001, p. 8), a “escolha profissional é um fenômeno determinado, que ocorre a partir de
dado momento da história da humanidade”. Esta escolha envolve conflitos e sofrem influências de múltiplos fatores. No
caso dos adolescentes e jovens de baixa renda, a escolha torna-se cada vez menos presente uma vez que a saída para o
mercado de trabalho constitui, em sua maioria, processo natural e esperado pelas famílias.

https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nathalia.raimundo%40educacao.mg.gov.br&usuarioNome=NATHALIA+RAIMUNDO+ARAUJO&disciplinaDescricao=&atividadeId=3938074&a… 1/4
14/02/2024, 21:44 ado_juv_sec_XXI_u4_s2_wa

A relação entre educação e trabalho na juventude


Segundo Campos (2017), dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Continua (Pnad Contínua), de 2016,
apontam que 24,8 milhões de jovens entre 14 e 29 anos não frequentaram a escola no ano anterior e parte da justificativa
deste abandono acadêmico está na empregabilidade, pois, aproximadamente 41% ou já estavam empregados, ou estavam
em busca de recolocação ou, ainda, estavam prestes a serem chamados para exercer alguma atividade remunerada.

Ainda segundo Campos (2017), 19,7% dos jovens pesquisados afirmaram não estudar por falta de interesse e 12,8%
porque tinham de cuidar de questões domésticas (afazeres, crianças, adolescentes, idosos ou pessoas com
deficiência).

Estes dados alarmantes indicam, ao menos, dois pontos importantes a serem discutidos pelas políticas de educação:
um, de que o trabalho toma o acento principal na vida de muitos jovens – possivelmente, para contribuir com o
sustento de sua casa – e que a escola não tem sido um ambiente atrativo.

Dentre a falta de atratividade das escolas, está a ausência de relação com as políticas trabalhistas, tais como a própria
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e o Programa Jovem Aprendiz. Segundo a CLT (2017), o jovem com 16 anos ou
mais poderá exercer atividade remunerada, com exceção de trabalho noturno, perigoso ou insalubre – sendo estes
permitidos somente às pessoas com 18 anos ou mais.

https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nathalia.raimundo%40educacao.mg.gov.br&usuarioNome=NATHALIA+RAIMUNDO+ARAUJO&disciplinaDescricao=&atividadeId=3938074&a… 2/4
14/02/2024, 21:44 ado_juv_sec_XXI_u4_s2_wa

O trabalho aos menores de 16 anos é proibido, “salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos” (CLT, 2017, Art.
7º, Incisivo XXXIII). Além disso, para orientar seus alunos é importante que a escola saiba que não é qualquer atividade
que poderá ser exercida pelo adolescente com menos de 18 anos de idade: o emprego “não poderá ser realizado em locais
prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não
permitam a frequência à escola” (CLT, 2017, Art. 403, parágrafo único).

A lei acrescenta, ainda, em seu Art. 424, o dever dos pais, responsáveis ou tutores em afastar o adolescente de atividades
que prejudiquem seus estudos, ou aquelas que reduzem o tempo necessário para seu repouso, ou ainda que não obedeça
ao Art. 403 da CLT descrito anteriormente. Por sua vez, o contrato de aprendizagem:

“ é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a
assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação
técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar
com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
— CLT, 2017, Art. 428. ”
O tempo deste contrato é de dois anos, com exceção dos adolescentes com deficiência. Além disto, as atividades
devem ser tanto práticas quanto teóricas e o empregador deve ter comprovada a frequência ou escolaridade do
aprendiz.

Soma-se, ainda, o fato de que o exercício profissional do jovem aprendiz não ultrapassará seis horas diárias, “sendo
vedadas a prorrogação e a compensação de jornada”, com exceção de aprendizes que tenham concluído o ensino
fundamental, no qual a carga horária poderá ser de até oito horas, se forem incluídas neste período a aprendizagem
teórica (CLT, 2017, Art. 432).

Assim, é fundamental que o contexto escolar esteja atento aos adolescentes e jovens que estão inseridos no mercado de
trabalho e os inclua em processos de ensino e aprendizagem que objetivem trabalhar questões voltadas à orientação
profissional, para que possam ter a oportunidade de desenhar um futuro a partir de seus próprios planos e desejos, sendo

https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nathalia.raimundo%40educacao.mg.gov.br&usuarioNome=NATHALIA+RAIMUNDO+ARAUJO&disciplinaDescricao=&atividadeId=3938074&a… 3/4
14/02/2024, 21:45 ado_juv_sec_XXI_u4_s2_wa

fortalecidos e assegurados pelas políticas sociais e pelos seus executores, incluindo o profissional da Política de
Educação. Além disso, a partir da consciência de seus direitos o jovem poderá inserir-se em empregos dignos e que
valorizem seu processo de desenvolvimento.

Nesta webaula compreendemos o momento da escolha profissional feita pelo jovem, seus aspectos históricos e
também vimos a relação entre educação e trabalho na juventude.

https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=nathalia.raimundo%40educacao.mg.gov.br&usuarioNome=NATHALIA+RAIMUNDO+ARAUJO&disciplinaDescricao=&atividadeId=3938074&a… 4/4

Você também pode gostar