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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

-ISCED – LUANDA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

TEMA: A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO CONTEXTO


ESCOLAR ANGOLANO.

TEMA: A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E


PROFISSIONAL DOS SEUS FILHOS.

FEITO POR: Márcia Isabel Prata Faztudo

CADEIRA: ARIENTAÇÃO Educacional


PERIODO: REGULAR
ANO: 3º
ANO LECTIVO: 2022/2023

DOCENTE

Dr. Nzunzi
Indíce

1…………………………………………… Introdução
2…………………………………………… Desesenvolvimento
3……………………………………………. Conclusão

4…………………… Referência Bibliográfica


Introdução

Os pais têm uma influência penetrante e contínua no desenvolvimento global de


seus filhos, desde a primeira infância até a idade adulta. Entre os pontos mais
importantes está a ajuda na maturidade vocacional deles, por meio do oferecimento de
inúmeras opções que despertem competências e habilidades, como linguísticas,
artísticas, matemáticas, científicas e tecnológicas. Vale lembrar que os pais representam
apenas um aspecto de inúmeros fatores que moldam a escolha da carreira. Outras forças
incluem o exemplo dos colegas, valores pessoais, tendências de mercado que eles
conheçam, e por aí vai.

Às vezes, os pais tiveram uma experiência ruim com uma atividade que gostavam muito
e, como compensação, exigem que os filhos sejam vencedores nessa área, ainda que não
gostem. O contrário também é verdadeiro.
Para poupar os filhos dessa frustração ― ou evitar o insucesso ―, os pais tentam afastá-
los de determinadas carreiras.
DESENVOLVIMENTO

Em 1908 houve nos Estados Unidos um grande avanço tecnológico, havendo


assim a necessidade de orientar os adolescentes a decidirem que carreira seguir. E para
isso, surgiu a Orientação Profissional.

Anos depois a Orientação Profissional foi inserida nas escolas com o mesmo
intuito de ajudar o adolescente a entrar no mercado de trabalho, formando assim a
Orientação Vocacional. Baseando-se no modelo americano, foi criada no Brasil, em
1940, a orientação educacional, que assim como nos Estados Unidos, tinha como
objetivo, ajudar os adolescentes brasileiros em suas escolhas profissionais.

Podemos dizer que a orientação educacional, inicialmente, tinha como função,


focar somente no aluno, nos seus problemas dentro e fora da escola, pouco ou quase
nada voltado a autonomia do aluno e sua formação cidadã. O orientador nessa época era
visto mais como um psicólogo.

Nesse período tenta-se resgatar a importância da escolaridade para as estratégias


de vida das camadas populares, chamando a atenção para a estrutura interna da escola
como um dado significativo para o desempenho dos alunos. A Orientação estava dentro
da escola e não se deu conta do seu papel. (Grinspun 2003, p. 20).

Para Zassala(2012, pag.26) “Um dos aspectos importantes no processo de


orientação académica, vocacional e profissional em Angola, tem a ver com a inserção
profissional dos formados, onde o mesmo desempenhará a sua carreira profissional”
Esta é uma das tarefas das instituições de ensino, que por via de acordos, protocolos e
outros mecanismos de cooperação pode oferecer um conjunto de facilidades para que os
formados possam inserir-se, facilmente no mercado de trabalho. Desta feita, há
necessidade de melhorar-se a integração dos estudantes por via da realização de
palestras que expliquem os conteúdos e saídas profissionais dos cursos, bem como a
realização de seminários e visitas estudantis a instituições, bem como a realização de
testes psicotécnicos, dando oportunidade para a realização de actividades
multidimensionais com uma abordagem holística e integrada da orientação vocacional e
profissional.

Canastra, F (2007) “A orientação vocacional e profissional, no contexto do


ensino secundário e superior, torna-se numa ferramenta fundamental para que a
universidade desempenhe, de forma responsável e proveitosa, o seu papel no quadro dos
processos de transição dos estudantes para a vida activa e profissional ou para o
mercado do trabalho, de modo a responder às demandas e às exigências da sociedade
actual que tende a tornar-se, cada vez mais, global e, consequentemente, mais precária,
em matéria de empregabilidade”.

Portanto, o papel das instituições educativas não deve cingir-se à componente


meramente académica, mas privilegiar uma abordagem formativa onde o estudante se
torne o sujeito do seu processo vocacional e profissional. Portanto, pontua-se aqui os
atores educativos estatais e não estatais têm um papel determinante para que a
orientação vocacional e profissional assuma uma relevância significativa para se fazer
face às incertezas e a mobilidade permanente no campo da empregabilidade, devido,
entre outras razões, à globalização de matriz neoliberal, por um lado e, por outro lado, a
competitividade, no mercado de trabalho, gera novas exigências e necessidades, em
termos de dinâmicas auto-formativas e da necessidade de aprendizagem ao longo da
vida, em Angola. Os resultados apresentados pelo estudo pontuam que a orientação
vocacional e profissional ainda não é suficientemente reconhecida, particularmente no
ensino secundário e superior, em Angola.

Para Bohoslavsky (2007/1977)” o futuro, no qual a criança/adolescente projeta-se ao


escolher uma profissão, não se caracteriza por ser uma profissão despersonificada, pois
ele se imagina como determinada pessoa, com tais atributos, exercendo certa profissão.
A tomada de decisão, assim, sustenta-se nas relações interpessoais, especialmente com
as figuras paternas, que servem de modelos de comparação e referência. Para o autor,
escolher a carreira representa um ensaio para o adolescente, que deve elaborar,
antecipadamente, um comportamento futuro.
Dias (1995) assinalou a importância da inclusão da família nos
atendimentos de orientação profissional, uma vez que os pais têm se mostrado
muito ansiosos no momento da decisão do filho, pois revivem seus próprios
dilemas quanto à escolha e, dependendo da maneira como lidam com tais
questões, oferecerão ou não continência às ansiedades dos filhos na fase de
decisão.

Considerando que o meio familiar embasa a estruturação da


personalidade ocupacional, para Andrade (1997), a família, pela transmissão de
conceitos, mitos e valores, pode influenciar tanto contribuindo para a decisão
profissional dos filhos como, por outro lado, sendo impeditiva de um processo
de escolha autônomo. O autor alerta para cobranças dos pais, por vezes
declaradas e, em outros momentos, sutis e veladas, ressaltando que quando o
vínculo pais-filhos é harmonioso e verdadeiro, as opiniões parentais são
valorizadas e até aceitas, sem a mera submissão dos adolescentes e, então, a
família é sentida como fonte de apoio e sustentação. O autor também reflete
sobre a escolha profissional representar a intensificação do processo de
separação pais-filhos e a decisão pela profissão acelerar esse processo. Pais,
mesmo desejosos do crescimento dos filhos, podem viver com angústia esse
período de separação, que nem sempre é só de ordem afetiva, pois muitos
adolescentes vão estudar em outra cidade.

Otto (2000) que analisou a percepção dos adolescentes acerca das


influências dos pais na progressão de suas carreiras. O autor constatou que entre todas
as pessoas às quais os filhos recorriam a fim de serem auxiliados em seus planos de
carreira, as figuras parentais foram as mais citadas, sobretudo as mães, uma vez que elas
têm maior conhecimento dos interesses e competências vocacionais dos filhos. O autor
conclui enfatizando a importância de os profissionais, a fim de aumentar a eficácia das
intervenções, trabalharem mais com pais, de modo que estes auxiliem positivamente
seus filhos a tomarem decisões de carreira.
Conclusão

A orientação educacional , deve ser levada a cabo dentro de uma perspectiva


holística, advogando um modelo integrador, onde a preocupação não seja apenas na
transição entre o ensino secundário e o ensino superior e o mercado de trabalho, mas se
entendam como uma transição “permanente”, que capacite os futuros profissionais
angolanos para aprenderem em contexto e ao longo da vida, considerando os contextos
de incerteza e precariedade em que vivemos.

A influência dos pais envolve tanto ações objetivas e práticas, como


intervenções, proporcionando: apoio financeiro, formação educacional, diálogos/ações
facilitadoras da exploração vocacional; como também influências de ordem subjetiva,
nem sempre tão claras e, por vezes, inconscientes, como: apoio, aprovação/reprovação
das escolhas, expectativas de resultados, cobranças e, até mesmo, influências dos estilos
de interação familiar, valores/crenças dos pais sobre mundo do trabalho, suas
problemáticas vocacionais, sonhos e projetos que mantêm para os filhos, dificuldades
no processo de separação pais-filhos, dentre outros. Todas essas variáveis de influência
atuam possibilitando ou mesmo limitando o desenvolvimento vocacional dos filhos e,
mais particularmente, o processo da escolha da carreira.
Referências Bibliográficas

● Bock, S.D.(2013). Orientação Profissional: A Abordagem Sócio-Histórica. São


Paulo:editora

● Zassala, Carlinho. (2012). Orientação escolar e profissional em Angola.

●https://www.google.com/search?q=orienta
%C3%A7%C3%A3o+vocacional+pdf+no+contexto+mo
%C3%A7ambicano+pdf&sxsrf=APwXEdc7cfIUj447L2dTx318_NgPQQiQNA
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●. https://www.scielo.br/j/pusf/a/hSzXhcRZM6Gph3jNT69DnXB/?lang=pt

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