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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

SDE3956 AULA 04
A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

No mundo atual, com uma grande quantidade de cursos


disponíveis, especializações surgindo a todo o momento,
profissões se modificando, além de um mercado de trabalho
cada vez mais exigente e diversificado, a Orientação Vocacional
Profissional surge como uma alternativa fundamental que visa
auxiliar os indivíduos no processo de escolha profissional.
Nesse sentido, é importante que professores e coordenadores
pedagógicos estejam aptos a realizá-la dentro de suas escolas a
fim de trabalhar com seus alunos as questões inerentes à difícil
fase da escolha profissional.
A abordagem sócio-histórica da orientação vocacional/profissional surge como alternativa à aplicação dos
já ultrapassados testes vocacionais, procurando facilitar a compreensão do processo de escolha
profissional, possibilitando a elaboração dos conflitos que deram origem à situação de dúvidas e
ansiedades pela qual passa o aluno no momento da escolha profissional, além de trabalhar o conhecimento
dos cursos, das profissões e do mercado de trabalho.
Diferentemente da abordagem tradicional, a abordagem sócio-histórica não utiliza testes, mas, através de
um processo de reflexão grupal utilizando técnicas de dinâmica de grupo, troca de experiências, pesquisas
e visitas às Instituições de Ensino Superior, pretende que o jovem elabore os conflitos que experimenta
em relação à escolha da profissão, permitindo que suas dificuldades sejam trabalhadas.

A orientação vocacional/profissional sócio-histórica visa trabalhar os aspectos internos e externos


envolvidos na escolha, considerando uma sociedade em 4 constante transformação, em que as profissões
mudam de características e surgem constantemente novas especializações.
A escolha profissional tem se constituído uma tarefa difícil para o jovem na

atualidade. A necessidade da escolha cada vez mais cedo, o grande número de

opções, as inúmeras mudanças e exigências do mercado de trabalho são os fatores

que mais contribuem para a dificuldade e insegurança do sujeito que pretende

escolher sua futura profissão. Visando trabalhar esses desafios, a orientação

vocacional/ profissional sócio-histórica surge como uma proposta fundamental no

processo de escolha profissional. É imprescindível que os educadores saibam aplicar

as técnicas de orientação profissional, no sentido de auxiliar seus alunos nesse

momento crucial em que se faz necessária a opção por uma profissão.


Os objetivos da realização de uma proposta de orientação profissional de base sócio-histórica devem ser os
seguintes:

 Propiciar aos educadores um conhecimento sobre a teoria e a prática das técnicas de orientação
vocacional / profissional de base sócio-histórica;

 oportunizar a discussão sobre aspectos inerentes à escolha da profissão, como a utilização das técnicas de
dinâmica de grupo, a ética na aplicação, o mundo do trabalho numa sociedade globalizada, os preconceitos
e estereótipos das profissões, as reais possibilidades de escolha;

 promover discussões a respeito das questões envolvidas nas áreas de atuação profissional e no mercado de
trabalho;
 auxiliar o jovem na escolha profissional;

 facilitar a percepção de motivações e interesses envolvidos má escolha;

 trazer à tona problemas relativos aos fatores que influem na escolha profissional;

 criar oportunidades para que o jovem expresse seus sentimentos e expectativas em relação ao vestibular;

 facilitar a escolha consciente em direção à realização profissional.


A escolha do jovem se dá a partir de um contexto social, econômico e político específico, de um círculo espacial
e temporal determinado, historicamente construído, de estruturas e conjunturas peculiares. Em determinados
contextos desfavoráveis, aquilo que o orientador profissional interpreta como “escolha” ou “opção” do
indivíduo pode, na realidade, ser uma falta de opção, uma reação àquilo que é imposto pela conjuntura
econômica e pela estrutura sociopolítica.

Nessa trajetória marcada por situações de escolha e não-escolha, as maiores determinações são, de fato,
aquelas representadas pela condição sócio-econômica, que impedem que vários projetos se efetivem. Se é fato
que as trajetórias educacionais e profissionais são, em grande parte, socialmente determinadas pela origem de
classe, elas não podem, portanto, ser tomadas unicamente como resultados de escolhas subjetivamente
realizadas de acordo com projetos de vida.
O orientador profissional comprometido com os ideais de uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária
não pode perder de vista essas determinações, que muitas vezes limitam de tal modo o grau de liberdade do
indivíduo, que as suas reais possibilidades de escolha se tornam quase nulas.
É importante acompanharmos o percurso desenvolvido pela orientação
profissional ao longo dos anos, pois, dependendo do momento histórico e do
modelo teórico-conceitual, essa prática tomou caminhos diferentes. A maioria
dos autores coloca Frank Parsons como o precursor da orientação profissional
mundial.

Ele inaugurou o princípio do ajustamento vocacional (indivíduo-ambiente) na


área de orientação profissional, antecipando as bases para o enfoque que
ficaria conhecido como traço-fator ou enfoque psicométrico, modelo que
fundamentará as práticas nessa área até os anos 1950.
Pesquisas apontam para o alto índice de desistência ou troca de curso
entre os alunos de ensino superior, e um dos principais motivos é a
falta de um processo de orientação vocacional nas escolas, desde as
séries iniciais, mas principalmente no ensino médio, período em que
os alunos começam a se deparar com os questionamentos quanto a
escolha sobre o seu futuro profissional.
 O processo de orientação vocacional tem como principais objetivos proporcionar o autoconhecimento e a
reflexão de como o orientando “escolhe escolher”. Nesta modalidade, o orientando assume a situação que
enfrenta, compreende e chega a uma decisão pessoal e responsável, fazendo uma decisão autônoma.

  O que se pode esperar de um processo de orientação vocacional baseado na modalidade clínica?


Uma das principais características é ser um processo criativo, ou seja, o orientando é visto como o principal
responsável nesta busca por uma identidade profissional. A responsabilidade não é do psicólogo, ou de alguma
das principais características é ser um processo criativo, ou seja, o orientando é visto como o principal
responsável nesta busca por uma identidade profissional.

O orientando será estimulado a pensar sobre suas escolhas até o momento atual, sobre o que sabe de sua
história de vida e o que pensa sobre as possibilidades do mundo das profissões.

  

 O orientador tem a tarefa de esclarecer e informar, de forma não diretiva e de uma maneira que possa
apoiar o orientando, a ter uma imagem positiva de sua identidade profissional.     
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Bock, Sílvio D. (2002). Orientação Profissional: A Abordagem Sócio-Histórica. São Paulo: Cortez. Cassab, Maria A. T. (2001). Jovens Pobres e o
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