Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Para tanto, é necessário que se faça uma escolha madura, consciente e autônoma.
Uma escolha madura é sempre fruto de um processo de reflexão. Resulta da integração de um
conhecimento aprofundado de si mesmo com o maior conhecimento possível da realidade
(mundo do trabalho, cursos, universidades).
Mas essa escolha deve ser feita de tal modo que a atividade profissional escolhida também se
integre à vida que se viveu, que se vive e que se pretende viver.
Este é um momento complexo. Sabemos que a adolescência é uma etapa da vida marcada por
profundas transformações na identidade dos indivíduos (Erikson, 1976) e que os jovens ainda
não têm uma imagem consistente de si mesmos; estão passando por transformações de ordem
física, psíquica e social enquanto lidam com a construção de suas identidades adultas.
O processo de orientação pode auxiliar na definição e compreensão das suas identidades, pessoal
e profissional, ajudando-os a organizar o conhecimento que já têm de si e promover um
aprofundamento desse autoconhecimento, questionando a relação deles com eles mesmos
naquilo que lhes é desconhecido.
Vai possibilita-los refletirem sobre quem são, quem querem ser e como desejam viver, pois é na
vida que se insere o projeto profissional de cada pessoa. Como diz Donald Super, já citado neste
texto, “enquanto fazem a vida, as pessoas vivem uma vida”.
A Orientação Vocacional/Profissional pode ser feita em grupo ou individualmente. Inclui
entrevistas clínicas, avaliação psicológica e o uso de diversas técnicas e atividades que visam não
só ao diagnóstico, mas a promover o desenvolvimento vocacional do orientando e a ativação da
sua maturidade para a escolha da carreira. Implica uma postura ativa do orientando em atividades
reflexivas e práticas.
São partes essenciais do processo a clarificação de interesses, valores, aptidões, habilidades (bem
como a percepção de conflitos), ansiedades, influências, medos e expectativas quanto ao futuro.
Inclui ainda a busca de conhecimento sobre profissões e cursos, sobre o que se vai estudar, as
universidades que oferecem o curso de interesse e análise das grades curriculares. Informações
sobre o mercado de trabalho, campos de atuação e reflexões sobre o mundo do trabalho também
compõem a orientação.
A ideia do famoso “teste vocacional”, aquele teste que indica a profissão com precisão, é uma
ilusão. Porém, embora nenhum teste possa dizer exatamente qual a profissão ideal para uma
pessoa, eles são excelentes instrumentos de trabalho e ajudam a compor conhecimentos que
podem sim ser de muita ajuda para quem procura pela orientação; mas é importante saber que
não existe mágica e que os resultados obtidos nos testes devem ser integrados ao trabalho que
está sendo desenvolvido e ao conhecimento que está sendo construído.
Além disso, é extremamente necessário verificar se o teste a ser utilizado encontra-se entre os
aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia. O resultado de uma avaliação psicológica deve
estar sempre a serviço do orientando, ser-lhe útil, oferecer uma experiência de
autoconhecimento.
É difícil, mas pode acontecer de o adolescente finalizar um processo de Orientação ainda com
alguma dúvida, no entanto, com certeza não estará no mesmo ponto de desenvolvimento pessoal
e vocacional de quando o iniciou.
Terá adquirido competências e atitudes que lhe permitirão continuar a lidar com a tarefa e ser
capaz de fazer sua escolha no momento apropriado. Nesse sentido, uma escolha madura é aquela
possível para o momento.