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Dirce Narciso Mahuai

Felecidade Guilherme Chichavele


Nelma da Silva Nelo Renato Manjate

O Papel do Orientador Vocacional

Licenciatura em Psicologia

Universidade Save
Chongoene
2023
Dirce Narciso Mahuai
Felecidade Guiherme Chichavele
Nelma da Silva Nelo Renato Manjate

O Papel do Orientador Vocacional

Licenciatura em Psicologia

Projecto de pesquisa a ser apresentado à Faculdade de


Educação e Psicologia, na cadeira de Orientação
Vocacional e Profissional, para fins avaliativos.
O Docente: MSc. Arthur Chanjale.

Universidade Save
Chongoene
2023
Sumário
0.0.Introdução..............................................................................................................................4

0.1.Objectivos..............................................................................................................................4

0.1.2.Objectivo geral:...................................................................................................................4

0.1.3.Objectivos específicos:.......................................................................................................4

1.0.Orientação Vocacional˸ breve resumo...................................................................................5

1.1.O papel social do orientador profissional..............................................................................6

1.2.Relação e Responsabilidades Éticas para com os Clientes....................................................9

2.0.Conclusão.............................................................................................................................10

3.0.Referências...........................................................................................................................12
0.0.Introdução
Escolher uma carreira pra seguir pode ser um dilema pra qualquer pessoa, seja qual for a etapa da
vida em que ela estiver. No geral, quem quer saber o que fazer depois do ensino médio ou tenta
entrar com êxito no mercado de trabalho se vê diante de muitos caminhos possíveis. Nesse
momento, é normal surgirem dúvidas, e com elas a necessidade de orientação.

Uma boa notícia é que essa jornada se torna mais simples e eficiente com o uso de um
acompanhamento especializado. Considerando diferentes critérios da sua personalidade e vida, o
processo de orientação profissional pode te ajudar a fazer uma escolha promissora. É muito
importante considerar esse tipo de ajuda pra reduzir a chance de uma decisão equivocada. E é
disso que o presente trabalho trata, do papel e das funções de um Orientador Vocacional no
exercício de sua profissão.

Wainberg (1997) ressalta que é importante ter claro que a Orientação Profissional não é um
momento isolado, particular. Faz parte de um processo maior de busca de identidade pessoal que
inicia já antes do nascimento, quando dos planos e expectativas dos pais em relação ao seu futuro
bebé, e é o resultado de uma série de decisões tomadas durante muitos anos, algumas vezes,
durante toda vida. Conclui dizendo que escolher, é tarefa de quem vai seguir o caminho.

0.1.Objectivos
0.1.2.Objectivo geral:
 Analisar o Papel do Orientador Vocacional.
0.1.3.Objectivos específicos:
 Compreender O papel social do orientador profissional;
 Entender a Relação e as Responsabilidades Éticas Para com os Clientes.
1.0.Orientação Vocacional˸ breve resumo
Vocação é a inclinação para uma actividade profissional ou artística definida. Vem do latim
vocare que significa chamar. Vocação é um talento, uma aptidão natural para executar algo que
lhe da prazer.

A vocação pode ser desconhecida ou simplesmente irrealizável. Pode, entao, criar perturbações
psicológicas, devidas às insatisfações das aspirações profundas do sujeito. Nao se pode chamar
vocação se as aptidções do sujeito e os seus desejos inconscientes e conscientes nao se
conciliam.

A psicologia Vocacional é área da Psicologia que visa apoiar as pessoas a conhecerem as suas
capacidades e competências, os seus interesses, necessidades e experiências, para poderem
construir o seu projecto de vida.

A Orientação Vocacional baseia-se no pressuposto de que a vocação primeira do homem é a


própria vida.

Pela capacidade de conhecimento reflexivo, reconhecendo-se como valor físico, intelectivo,


afetivo, transcendente, o homem é uma realidade psicosornático-social e transcendental. Para
Rogers (1961), quando os indivíduos são estimados como pessoas, quando eles se descobrem
como tais, os valores que eles selecionam não esgotam a gama total de suas potencialidades,
quando o ser humano está internamente livre para escolher aquilo que tem profundo valor para
si, a tendência é valorizar aqueles objetos, experiências e objetivos que contribuam tanto para a
sua sobrevivência, crescimento e desenvolvimento, quanto para a sobrevivência e
desenvolvimento dos outros (BRASIL, 1976).

No processo de autodescoberta, o indivíduo dotado de potencialidades, num clima de liberdade,


descobre a si mesmo e ao outro, como o homem global, que se realiza no espaço e no tempo, em
interação com as pessoas.

É importante que o profissional também esteja qualificado e seguro em suas atividades,


dominando as técnicas, testes ou escalas ao qual está propondo a avaliar, estando em primeiro
lugar investigar os interesses do cliente (SILVA, NOCE E ANDRADE, 2003). Além disso, é
fundamental também que o orientador esteja atento para as mudanças que estão ocorrendo no
mercado de trabalho, buscando sempre o comprometimento e a ética no seu propósito
(LASSANCE E SPARTA, 2003).

Ribeiro (2003) aborda que esse processo deve ser realizado de uma forma continuada,
proporcionando um melhor desenvolvimento profissional, independente da faixa etária que as
pessoas se encontram. Essas necessidades, de acordo com Andrade, Meira e Vasconcelos, (2002)
devem estar em consonância com as mudanças que ocorrem economicamente, culturalmente e
socialmente, percorrendo de uma forma consciente e madura. E para que haja um melhor ensino
para esses alunos que estão buscando um futuro promissor, é importante também que os
professores estejam em sintonia entre eles mesmos, os demais docentes e com a instituição de
ensino (CARAN, 2007).

Ribeiro (2003) acrescenta que a Orientação Profissional deve ser focada também em traçar
estratégias para que os jovens tenham recursos suficientes para ingressarem no mercado de
trabalho nos mais diversos ramos de atividades, independente do grau de instrução. Pois o papel
do orientador é auxiliar no processo das escolhas, facilitando o acesso do sujeito aos seus
projetos pessoais. O que vem ao encontro das afirmações de Costa (2007), que refere que e
escolha profissional deve estar interligada com o conhecimento que o sujeito possui e da
realidade do mercado de trabalho.

1.1.O papel social do orientador profissional
Entende-se a OP/OV como “instrumentalização para  a 
escolha profissional”, que é alcançada através do desenvolvimento  do autoconceito e  do
conhecimento das oportunidades ocupacionais, daí se  deduz que  o papel do orientador é  de 
atuar  como facilitador deste processo.

Muito mais do que  um bom conhecedor de  métodos e  técnicas que possibilitem a


agilização/precipitação deste processo, o profissional de  OP/OV  deve ser  alguém “conectado” 
com as necessidades e requisitos impostos ao trabalhador pelo mercado de  trabalho.

“ ... julgamos importante  lembrar ao  profissional  da OP que  ele pode 


constituirse  no primeiro  elo  de  ligação  do sujeito  com sua futura profissão 
e  com as questões referentes ao mundo do  trabalho, de  uma maneira geral.
Entendemos que  é  imprescindível, portanto, que  ele próprio  esteja ntegrado 
às novas exigências e  à realidade” (LIMA, 1996)

É seu  papel, então, actuar como  agente  mobilizador/  facilitador para  que,  através da  OP/OV 
o cliente  possa  ser  sensibilizado (e  até  mesmo alertado, em alguns casos) para  as mudanças
que estão ocorrendo no mundo do trabalho. Cada vez mais ele é competitivo, requisita mais
qualificação, demanda mais conhecimentos, desenvolvimento pessoal, equilíbrio entre o saber e 
o fazer, etc.

“ ...a inteligência e  a adequada formação  educacional são fatores importantes


de sucesso, mas é  preciso  mostrar outros, como  o  dinamismo, a flexibilidade,
a capacidade  de  comunicação  oral  e  escrita, a sociabilidade  e  a
inteligência emocional, hoje  em dia cada vez mais requisitados pelas empresas”
(MACEDO,  1998).

Livros têm sido publicados, artigos têm sido escritos, reportagens diversas têm sido veiculadas
através dos meios de  comunicação de massa (imprensa escrita, falada e televisiva) todos
mostrando as exigências que  hoje  são feitas ao profissional que  deseja  ocupar um posto de 
trabalho. A notícia  está  aí, sendo  divulgada aos quatro ventos mas, infelizmente, não é a
maioria que  a recebe e mesmo aqueles que a ela têm acesso, muitas vezes não a 
“metabolizam”, integrandoa a seu contexto. As mudanças desestabilizam e  geram, para  uma 
grande  maioria, um incômodo que  compromete  a  absorção do conteúdo  das informações. Os
“transtornos”  na  capacidade de  reconhecimento e  aceitação da  necessidade de mudanças
passam, muitas vezes, pela  resistência  e,  consequentemente, pela  manutenção de 
comportamentos e  atitudes sabidamente  inadequadas. O “ sei que devo e preciso mudar, mas
prefiro deixar como está” é  uma forma  de resistência freqüentemente  utilizada, pois parece
mais cômodo e menos ameaçador agir assim.

O  orientador  profissional deve  saber  que  é  seu  papel  contribuir para  o aprimoramento e 
desenvolvimento da sociedade  como um todo, através da parcela da população que a ele recorre 
no momento de  sua  escolha  profissional. Cabe  a  ele  também  divulgar  eticamente  seus
serviços e  a  abrangência  dos mesmos, facilitando para  que  cada  vez mais pessoas tenham
acesso à  OP/OV. “Estudar é  fundamental, mas devese  levar em consideração outro fator: a
escolha da profissão” ” (GRANATO, 1998).
Percebemos então ser  grande  a  responsabilidade do  profissional que atua em Orientação
Profissional visto que ele não  deve mais ocupar o lugar  do “conselheiro”  como fazia  nos
primórdios da OP/OV.

“Retirando-se,  portanto  da posição  central  no  trabalho  de  Orientação 


Vocacional, o  psicólogo  ocupa agora uma nova posição: a de  assessorar o 
orientando  na descoberta de  sua vocação. Em outras palavras: não  cabe ao 
orientador indicar possíveis profissões, mas instrumentalizar o  orientando para um
processo de tomada de decisão, com todos os riscos e responsabilidades decorrentes
dessa opção” . (FELIPPE, 1996)

Nos nossos dias, em plena  “Era  do  conhecimento”,  o  grande  desafio que se  impõe  ao
profissional é  estar, ele  mesmo, comprometido e  envolvido no processo de  auto
desenvolvimento  imposto a  todos aqueles que  almejam permanecer  engajados ao  mundo do
trabalho.

Assim, o psicólogo que trabalha na orientação de jovens em relação à escolha profissional deve
sempre ser capaz de compreender o indivíduo a partir de suas relações sociais, modo a propiciar
a construção de uma compreensão acerca dessas relações bem como sobre a transformação
necessária para ampliar a consciência que o próprio indivíduo tem de si mesmo e de sua
realidade, ajudando-o e ensejando-o a modificar-se através de todas as dificuldades desta
realidade que o envolve, pensando sempre na promoção da saúde. Por isso, “O papel do
psicólogo em orientação profissional é fundamentalmente de esclarecer situações, conscientizar e
vincular a problemática do adolescente, frente à escolha de seu futuro, com o contexto e as
situações locais onde esta escolha se dá” (LEHMAN, 1995).

 Já o orientador é responsável pelo trabalho de orientação profissional e, para


desempenhá-lo de forma efectiva, torna-se imprescindível o desenvolvimento de uma
capacidade analítica e adequação das mudanças correntes inerentes às profissões,
dinâmica de carreira e constante busca de correlação entre a evolução das profissões e
as particularidades individuais.

Zavareza citando Soares (1987) refere que o papel do orientador profissional consiste em
possibilitar ao adolescente o seu autoconhecimento, bem como na identificação de seus
interesses e definição de seu projecto de vida. É papel do orientador profissional também
esclarecer situações, conscientizar e vincular a problemática do adolescente (candidato), frente a
escolha de seu futuro, com o contexto histórico e as situações locais onde esta escolha se dá.

O autor acrescenta que para tanto, o orientador profissional deve levar em consideração a etapa
de vida em que o adolescente/candidato se encontra, as influências dos amigos e familiares, além
das vivências que cada jovem traz de todo o seu desenvolvimento. Importa realçar que o papel
do orientador não é tomar a decisão para o seu orientado, mas ajudá-lo a refletir sobre a sua
realidade e a esclarecer suas dúvidas. Portanto, ao final, o indivíduo é capaz de fazer suas
escolhas de forma consciente e segura, tendo em conta a informação prestada pelo orientador.

 Compreendemos sobre o papel do orientador como um facilitador no processo de escolha


dos caminhos a serem seguidos pelos indivíduos na profissão/carreira. Fica evidente que
o profissional que realiza a orientação profissional não é responsável por indicar uma
profissão para o aluno como promessa de realização pessoal e profissional. A decisão
deve ser do orientando. O orientador terá como foco os processos de autoconhecimento,
de conhecimento das profissionais e de exploração de oportunidade e da realidade do
mundo do trabalho.

Um dos principais pontos de ancoragem dessa tarefa deve ser o respeito às escolhas, às vontades
e aos interesses dos estudantes. Além disso, nos processos de orientação profissional em grupo, o
orientador precisa reforçar a necessidade de respeito entre os colegas, sem julgamento das
escolhas dos demais.

1.2.Relação e Responsabilidades Éticas para com os Clientes


 Respeitar o direito de escolha dos clientes.
 Garantir a confidencialidade do processo de orientação profissional. A revelação de
qualquer informação confidencial, inclusive para fins científicos, requer a expressa
permissão do cliente.
 Manter-se atualizado com as leis e políticas sobre direito dos clientes.
 Evitar toda e qualquer forma de discriminação e preconceito em relação a condição
socioeconômica, nível de escolaridade, gênero, raça, crenças religiosas, orientação sexual
ou necessidades especiais.
 Reconhecer quando sua competência não é suficiente para atender às necessidades dos
clientes, buscando supervisão técnica ou encaminhando-os a outros especialistas.
 Refletir com o cliente sobre seus valores profissionais em situações em que apresente
valores anti-sociais prejudiciais a ele próprio ou a outras pessoas e suas repercussões.
2.0.Conclusão
A opção profissional deve representar uma síntese do autoconhecimento e da avaliação da
realidade objectiva. Entretanto, o conhecer-se a si mesmo continua sendo a chave do processo de
escolha profissional, já que só a partir do conhecimento de quem é a pessoa, de suas inclinações
básicas, aptidões, interesses, capacidades, modo de ser e de actuar junto aos demais, é que se
torna possível visualizar, por meio das opções existentes e das intrincadas relações do mundo do
trabalho, o caminho mais condizente com seus ideais. Esse conhecimento, por sua vez, só pode
surgir como resultado de uma busca e de uma luta que cada um tem que travar consigo mesmo
ao longo de seu conhecimento, sendo, portanto, conquistado.

Com isso pode-se dizer que orientação profissional ou vocacional é um processo de ajuda no
qual o Psicólogo (orientador) será apenas um meio para que o orientando tome sua decisão. Cabe
a ele decidir que caminho quer seguir e ao orientador indicar as setas que levam a esses
caminhos.

Dessa forma, concluimos que o papel do Oriientador Vocacional consiste em possibilitar ao


indivíduo o seu autoconhecimento, bem como na identificação de seus interesses e definição de
seu projecto de vida. É papel do Orientador Profissional também esclarecer situações,
conscientizar e vincular a problematicado dos sujeitos, frente a escolha de seu futuro, com o
contexto histórico e as situações locais onde esta escolha se dá. Para tanto, o Orientaor deve levar
em consideração a etapa de vida que o sujeito se encontra, as influências dos amigos e familiares,
alem das vivências que cada indivíduo traz de todo o seu desenvovilmento, desde o momento
intra-uterino.
3.0.Referências
Paulino-Ferreira, F. C., Silva, R. A. J. Educação e Trabalho: A Orientação
Vocacional/Profissional com Jovens da Escola Pública. Revista Pedagógica - UNOCHAPECÓ -
Ano-14 - n. 27 vol. 02 - jul./dez. 2011

Oliveira, C. T., Melo, M. C. & Almeida, M O. Escolha Vocacional no Ensino Médio: Influências
na Escolha Profissional.

INE EAD – Instituto Nacional de Ensino. Orientação Vocacional. WWW.INE.COM.BR – (31)


3272-9521

Silva, B. L. G. O., O Papel do Orientador Vocacional. Brasilia – DF. JUNHO, 2015.

Cazatti, V. L. A Importancia da Orientacao Vocacional no Ensino Medio: O Papel da Escola e da


Familia na Escolha dos Alunos. Revista Binacional Brasil Argentina: diálogo entre as ciências.
On-line. ISSN: 2316-1205. Vol. 11, Dez/2022.

Lima, M. T. A Formação do Orientador Profissional/Vocacional. Florianópolis, Outubro De


1998.

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