Você está na página 1de 16

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS – CCSO


CURSO DE LICENCIATURA EM PEDADOGIA

ADRIANA DOS SANTOS MEDEIROS


BRENDA O'MALLY CHAVES COSTA
JANAINA COSTA SANTOS
TAILINE POVOAS SANTOS

PARA ESCOLHER, É PRECISO CONHECER: a orientação profissional em


escolas de ensino médio.

São Luis- Ma
2016
ADRIANA DOS SANTOS MEDEIROS
BRENDA O'MALLY CHAVES COSTA
JANAINA COSTA SANTOS
TAILINE POVOAS SANTOS

PARA ESCOLHER, É PRECISO CONHECER: a orientação profissional em


escolas de ensino médio.

Projeto de intervenção apresentado à


disciplina de Estágio em Gestão de
Sistemas Educacionais e Instituições do
Ensino Médio, do Curso de Licenciatura em
Pedagogia, ministrada pela Prof.ª Dr.ª
Veronica Carneiro.

São Luis- Ma
2016
SUMÁRIO

1. JUSTIFICATIVA............................................................................................. 3
2. OBJETIVOS................................................................................................... 4
2.1. Geral............................................................................................................ 4
2.2. Específicos................................................................................................... 4
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................... 5
3.1 O jovem e o processo de escolha profissional............................................. 5
3.2 A escola e a orientação profissional ............................................................ 7
4. METODOLOGIA........................................................................................... 10
5. CRONOGRAMA........................................................................................... 11
REFERÊNCIAS................................................................................................ 12
APÊNDICE....................................................................................................... 13
3

1. JUSTIFICATIVA

A organização e o desenvolvimento deste projeto versa sobre uma


possível intervenção a partir do levantamento de necessidades da escola e
interesse dos alunos, realizado por meio do Estágio em Gestão de Sistemas
Educacionais e Instituições do Ensino Médio no curso de Licenciatura Plena
em Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão-UFMA, que nos
possibilitou vivenciar a rotina da gestão da escola onde, durante o Estágio
pudemos perceber o grande interesse por um Projeto de intervenção voltado
aos estudantes, visando promover um conhecimento mais aprofundado sobre a
diversidade de profissões, mercado e campo de trabalho.

Na maioria das vezes por falta de orientação, perspectiva de futuro e,


em alguns casos, por necessidades, vários jovens abandonam a formação
escolar básica, ingressando precocemente no mundo do trabalho. Essa falta de
orientação prévia, com frequência, acarreta prejuízos ao seu futuro. De forma
geral, estes comparativos entre diferentes profissões também dificulta o
ingresso ao ensino superior, tendo em vista que além da pressão que muitos
jovens sofrem sobre qual carreira seguir, existe também a falta de uma
abordagem mais compreensiva que permita o desenvolvimento vocacional dos
estudantes.

O objetivo desse projeto é apresentar a esses alunos, não só um leque


de possibilidades profissionais, mas, também, proporcionar uma melhor
compreensão, tanto de como, quanto o que cada profissão, de fato, realiza;
possibilitando, assim, uma inserção mais consciente no mundo profissional.
4

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Contribuir para o processo de escolha profissional dos alunos do ensino médio,


proporcionando aos mesmos uma escolha mais consciente.

2.2 Objetivos Específicos:

 Identificar quais as profissões que despertam maior interesse nos alunos;

 Possibilitar aos alunos maiores informações sobre algumas profissões, por


meio da realização de palestras;

 Sensibilizar os alunos acerca da importância de uma escolha profissional


consciente.
5

3. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

O momento de escolha profissional muitas vezes coincide com uma


das fases mais difíceis da vida, que é a adolescência, marcada por intensas
crises e mudanças. Sendo assim, a escola possui papel fundamental no auxilio
desses\as jovens, no sentido de promover debates, discussões, palestras e
atividades que levem os\as jovens a refletir e conhecer o caminho profissional
que ele\a mais se identifica. O trabalho de orientação profissional desenvolvido
na escola auxilia o jovem a obter informações a respeito de si, da realidade que
o cerca e do mundo do trabalho. Sendo assim, é fundamental desenvolver no
âmbito escolar ações que ajudem e promovam uma aproximação dos\as
alunos\as com questões relacionadas à carreira profissional que almejam
seguir.

3.1 O jovem e o processo de escolha profissional

Dentre as diversas mudanças que marcam a vida dos\as jovens na


adolescência, a escolha profissional é sem dúvidas uma das questões que
mais inquietam os\as jovens nessa fase da vida. Nesse período de escolha
profissional e preparação para o vestibular é comum que os\as adolescentes
vivenciem problemáticas relativas a incertezas e inseguranças em relação ao
futuro profissional. As mudanças sociais e econômicas promovidas pelo
advento do capitalismo e a evolução tecnológica colocaram os\as jovens como
responsáveis pela escolha e concretização de sua carreira profissional, o que
antes não acontecia já que era comum herdar a profissão dos pais fazendo
com que a escolha profissional fosse praticamente nula.

O bombardeio de informações, as pressões e influência dos pais,


amigos, mídia, torna essa escolha ainda mais difícil para o\a jovem que tem
que lidar com as próprias dúvidas e com a obrigação de tomar uma decisão, o
que é bem difícil já que o\a jovem não tem bem clareza do que quer ser na
vida, além de não possuir muito conhecimento a respeito da profissão e do
mercado de trabalho. Rappaport (2000 MATSUOKA; PALMA, 2013, p. 6)
destaca que “A escolha na adolescência se apresenta como urgente e
6

necessária, pois sinaliza o final da infância e a participação mais efetiva no


mundo adulto”.
É importante ressaltar que a escolha profissional não deve ser feita
com base em preferencias ilusórias e acidentais. Muitos\as jovens por não
conseguirem discernir sobre suas reais aptidões acabam escolhendo as
profissões inspirados pela moda, pelo espírito de imitação, pelas sugestões dos
pais, amigos e professores. Além disso, também é necessário evidenciar que a
escolha profissional não deve basear-se somente de acordo com as aptidões
individuais, mas deve haver uma relação com as condições do mercado de
trabalho e às necessidades econômicas da sociedade.
Ginzberg (1951 apud MATSUOKA; PALMA, 2013, p. 6) identifica três
períodos distintos no processo de realização de escolhas:
1 - Escolhas fantasiosas: Esse período coincide, em geral, com o
período de latência do desenvolvimento (mais ou menos dos 6 aos 11
anos de idade).
2 - Escolhas tateantes: inicia-se por volta dos 11 ou 12 anos. O jovem
costuma basear as escolhas nos seus interesses, começa-se a prestar
mais atenção às suas capacidades e a demonstrar consciência de
coisas como os diferentes treinamentos exigidos pelas diversas
profissões. Um pouco mais tarde, o jovem procura sintetizar muitos
fatores e avalia-los em termos de seus valores e objetivos que, aliás,
também estão em processo de formulação.
3 – Escolhas realistas: Por volta dos 17 anos, o adolescente passa a
um período de transição: as considerações mais subjetivas a que ele
emprestava importância ao passado vão sendo substituídos pelas
considerações mais realistas a que ele irá atribuir maior importância no
futuro.

Para fazer uma escolha, é fundamental que o\a adolescente tenha um


autoconhecimento de suas características pessoais, interesses, habilidades,
potencialidades, de suas limitações e ter consciência do que almeja para fazer
seu projeto de vida (MATSUOKA; PALMA, 2013, p. 7). A construção de uma
identidade profissional perpassa por todos esses aspectos de reconhecimento
de si mesmo, de suas aptidões e da profissão escolhida.
Para Terêncio; Soares, 2003 (apud ALVIM 2011, p. 65) a identidade
profissional é parte da identidade pessoal e deve ser compreendida como uma
interação entre fatores internos e externos ao indivíduo, de sua relação com o
mundo e também da sua autopercepção em termos de papéis ocupacionais e
ocupações ao longo do tempo.
Terêncio; Soares, 2003 (apud ALVIM 2011, p. 65) afirmam ainda
que:
7

[...] a importância da identidade profissional é enorme na sociedade


capitalista moderna, chegando mesmo a ser (con) fundida com a
identidade pessoal como um todo. Perguntas do tipo "O que você vai
ser quando crescer?" são feitas continuamente às crianças e mostram
bem como essa fusão vai se processando desde cedo na vida
individual, pois pressupõem uma resposta apenas em termos
ocupacionais.

Nesse sentido, a escola tem papel preponderante no processo de


escolha profissional desse\a jovem, onde a orientação profissional deve
proporcionar ao aluno\a reflexão e conhecimento de outras profissões que
estão no mercado de trabalho. Também faz parte do trabalho do pedagogo
atuar como orientador profissional promovendo atividades que auxiliem o\a
jovem na escolha profissional para que esta seja o mais satisfatória possível;
para isso, é necessário promover palestras, visitas a centros profissionalizantes
e universidades, divulgar os sites que informam sobre profissões ou, ainda,
proporcionar momentos de debate sobre o mercado de trabalho na atual
realidade. Como destaca Ferretti (1992 apud MATSUOKA; PALMA, 2013, p.
11), a orientação profissional tem como objetivo: “Ajudar o indivíduo a obter,
organizar e utilizar informações objetivas a respeito de si e do mundo do
trabalho; ajudar o indivíduo a dominar uma metodologia que o instrumente na
tomada de decisões profissionais”.

3.2 A escola e a orientação profissional

Ao longo da vida, precisamos realizar importantes escolhas


pessoais, emocionais, profissionais. Quando criança, os pais são os
responsáveis legais e representantes dos filhos para a tomada de decisão. Eles
escolhem o nome, a escola, a residência, dão palpite nos vínculos afetivos,
decidem o que comer, determinam a hora de dormir, de acordar, entre outras
ações que precisam da intervenção de uma pessoa adulta.
Com a chegada da juventude, à medida que vão adquirindo
experiência e maturidade, o jovem poderá realizar as suas próprias escolhas e
pensar conscientemente qual profissão seguir, baseada em suas afinidades por
determinada área, recebendo auxílio da família e do Estado, que é
8

representado pela escola. Assim, a Constituição Federal em seu artigo 205


estabelece que:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, p.136)
Assim, é indispensável que a qualificação do jovem para o mercado
de trabalho seja desenvolvida com mais consistência no ensino médio, que se
constitui como a etapa final da educação básica, em que a escola poderá
contribuir ao propiciar um ambiente enriquecedor para que a/o jovem saia com
as bases necessárias para encarar o mercado de trabalho, em suas diferentes
configurações.

Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação também


reitera a finalidade do ensino médio, em seu Art. 35, relatando que a finalidade
dessa etapa da educação é:

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos


no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,


para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a


formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos


processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino
de cada disciplina. (BRASIL, 1996)

Preparar o jovem para prestar vestibular é apenas umas das


preocupações da escola, uma vez que, a escolha profissional é complexa e
necessita de orientação educacional e vocacional, a fim de minimizar as
frustrações concernente a esta difícil escolha.

Neste sentido, a escola têm papel fundamental para minimizar o


desconhecimento em relação à profissão e ao mercado de trabalho, uma vez
que, segundo Bock (1995):

O nível de informação acerca das profissões do mercado de trabalho


é mínimo; na verdade, praticamente desconhecem-nas, não têm ideia
9

do que fazem os profissionais, quais os meios para atingi-las, etc.


Note-se que, ao compararmos tais dados com o nível de informação
de jovens de classes privilegiadas, claramente se verifica uma grande
diferença: quando não em termos de conhecimento profundo, estes
pelo menos têm noções provenientes do contato com o universo das
profissões (através de vivências dos adultos próximos que as
exercem e com instituições a que têm acesso). (BOCK, 1995, p.48).

Relacionado a esta escolha, que acompanhará o jovem em sua


trajetória, Vinícius de Morais escreve que: "É preciso encontrar as coisas certas
da vida, para que ela tenha o sentido que se deseja. Assim, a escolha de uma
profissão também é a arte de um encontro, porque uma vida só adquire vida,
quando a gente empresta nossa vida, para o resto da vida”.

A escola precisa trabalhar com o jovem no sentido de desconstruir


escolhas baseadas em estereótipos ou representações distorcidas da
profissão, fazendo o jovem estudante refletir sobre a profissão que deseja
seguir e sobre o que precisa fazer para alcançar o seu objetivo profissional,
considerando o escrito de Soares (2002) de que o trabalho é um elemento
imprescindível para a construção da identidade do sujeito. Desta forma, a
escola tem papel fundamental na construção do projeto de vida dos
estudantes.
10

4. METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido na escola Centro de Ensino Professor


Fernando Perdigão, por meio do Estágio em Sistemas Educacionais e
Instituições do Ensino Médio. O desenvolvimento desse projeto baseou-se na
abordagem qualitativa de pesquisa a partir da metodologia da pesquisa-ação,
visando promover a reflexão e ampliação dos conhecimentos dos alunos com
relação a escolha das profissões.
Para realização do Projeto, buscamos inicialmente, identificar os
interesses e as necessidades da escola, o que aconteceu através da
observação e entrevistas semi-estruturdas. A partir das observações nos
mobilizamos para a elaboração do Projeto de Intervenção e, posteriormente
procedemos à apresentação do mesmo para equipe gestora da escola, para
validação.

O Projeto de Orientação Profissional, será realizado em duas etapas. A


primeira etapa consiste na aplicação de questionário com alunos do 3º Ano,
onde buscamos identificar quais as perspectivas destes alunos ao concluírem o
Ensino Médio e quais as suas motivações para a escolha profissional, além de
verificar o nível de conhecimento desses alunos sobre a profissão desejada e,
a partir dessas informações, será possível organizar a segunda etapa do
Projeto.

A Segunda etapa do Projeto consiste em organizar, na escola, uma


palestra com os alunos representantes das áreas mais desejadas, de acordo
com o questionário aplicado, onde estes alunos farão a apresentação dos
cursos de graduação com informações como: estrutura curricular, área de
atuação, perfil profissional, etc.
11

A Palestra será organizada da seguinte forma: Serão convidados alunos


representantes das 5 áreas mais desejadas pelos alunos, onde cada convidado
fará a apresentação do seu curso em 10 minutos e os alunos terão 5 minutos
para tirar dúvidas ao termino de cada apresentação.

Ao termino da palestra os alunos irão responder outro questionário para


avaliarmos os efeitos da intervenção. A partir das respostas, será possível
identificar se houve mudança com relação à decisão sobre a escolha
profissional do participante após a intervenção.

5. CRONOGRAMA

Período 2016.2
ATIVIDADES
Outubro Novembro Dezembro
Período de observação na escola X X
Elaboração do Projeto de
X
Intervenção

Apresentação do Projeto para equipe


X
gestora

Aplicação do Projeto de Intervenção X


12

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Lei Federal. 9.394/96 (LDB) de 20 de dezembro de 1996. Estabelece


as diretrizes e bases da educação nacional. 1996. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>Acesso em
27 de novembro de 2016.

BOCK, Ana Merces. Escolha Profissional Em Questão. São Paulo: Casa do


Psicólogo, 1995.

ALVIM, Joselene Lopes. O papel da escola na orientação profissional: uma


análise contemporânea da dimensão teórica e prática na cidade de Presidente
Prudente – SP. Presidente Prudente, 2011.

ECHEVERRIA, Gislaine Nunes. O jovem no processo de escolha


profissional. 2013 < http://www.guiamedicoflorianopolis.com.br/artigo.aspx?
id=29 > Acesso em: 20 de Novembro de 2016.

MATSUOKA, Elenirce Gardinal Berbel; PALMA, Rejane Christine de Barros. A


orientação profissional na escola: um diálogo necessário. 2013

SOARES, Dulce Helena Penna. A escolha profissional. São Paulo: Summus,


2002.
13

APÊNDICE

Questionário de Orientação Profissional – Pré intervenção

Nome:
Idade:

 SOBRE A CONTINUIDADE DOS ESTUDOS:

Ao concluir o Ensino Médio, você tem interesse em fazer um curso superior ou


curso técnico?

O que ou quem você acha que lhe ajudou a tomar essa decisão?

 SOBRE A PROFISSÃO:
Cite três profissões que goste ou tem algum interesse.

Você sabe alguma coisa sobre estas profissões?

Estas profissões são espelhadas em alguém (amigo, familiar, etc.)?

Que objetivo você pretende atingir através da profissão?


14

Você também pode gostar