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Introdução

O trabalho em destaque da cadeira de Orientação Escolar e Profissional tem como tema: “O


indivíduo e as profissões” visa abordar assuntos relacionados com as questões que
influenciam a escolha do jovem por uma determinada profissão: a sociedade capitalista, a
orientação vocacional, a realidade do indivíduo, a realização económica, as influências
externas e as influências internas.

Estruturalmente, apresenta a parte introdutória, desenvolvimento, conclusão e as referências


bibliográficas que nos ajudaram para a realização do trabalho. Para a compilação do trabalho
usou-se o método de pesquisa bibliográfica que consiste na leitura de algumas literárias.
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1. O Indivíduo e as Profissões

O indivíduo é considerado em sua totalidade e não como uma simples soma de traços. Por
esse motivo, Holland, apresentou um novo paradigma para a medida da personalidade.
Assumindo e comprovando, existência de estreita relação entre a personalidade de quem
escolha e as profissões escolhidas, propôs que as variáveis da personalidade fossem inferidas
das escolhas profissionais.

Segundo GIACAGLIA (2003:145), o indivíduo que escolhe a profissão tem dois


pressupostos:

1º As pessoas diferem entre si;


2º As profissões também são diferentes, e cada uma delas requer diferentes qualidades de
quem as exerce.

Lowman (1991:11) apud Giacaglia (2003:147), “Interesses vocacionais são indicadores dos
tipos de actividades (de trabalho ou não) que as pessoas gostam de realizar. Interesses
vocacionais identificam os tipos de ocupações que provavelmente dispersão motivação e
criarão sentimentos de satisfação”.

A escolha da profissão é o momento em que o jovem determina o que pretende fazer pelo
resto de sua vida e isso não é nada simples. Para escolher é preciso conhecer as profissões, a
sua realidade, seus objectivos, o mercado e a si mesmo.

Aptidões são capacidades cognitivas como as características emocionais da personalidade,


está ligada a inteligência, as habilidades inatas e adquiridas no processo de ensino e
aprendizagem.

Por outra é a capacidade de uma pessoa em realizar uma tarefa de forma correcta.

Há, por outro lado, pessoas que embora não tenham aptidão para determinadas actividades por
meio de muito esforço e motivação realizam tarefas ou exercem profissões que exigem essas
aptidões.

1.1. Sociedade capitalista e a escolha da profissão

Actualmente vivemos em uma sociedade capitalista que traz consigo diferentes necessidades.
Entre elas, a de profissionais diversos, que atendam o seu intuito, que é o acúmulo cada dez
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maior de capital financeiro. Essas características influenciam o mercado de trabalho e


acarretam intensas mudanças no que se refere aos tipos de profissionais. Os indivíduos
integrantes daquele ou deste contexto empreendem verdadeira “corrida” rumo ao que lhes
parece promissor do ponto de vista financeiro. Essa tendência nos leva a questionar se
realmente numa sociedade capitalista o indivíduo escolhe a profissão que sonha ou se acaba
optando pela profissão que a sociedade lhe impõe.

Uma sociedade como a capitalista onde a única liberdade que existe socialmente é a liberdade
de escolher qual mercadoria consumir, impede que os indivíduos sejam livres na sua vida
quotidiana. A vida quotidiana na sociedade capitalista se divide em tempo de trabalho (que é
não-livre, submetido à hierarquia de administradores e às exigências de lucro impostas pelo
mercado) e tempo de lazer (onde os indivíduos têm uma liberdade domesticada que é escolher
entre coisas que foram feitas sem liberdade durante o tempo de trabalho da sociedade).

Essas questões nos levam a afirmar que actualmente para ser um profissional bem sucedido é
preciso adequar o desejo de exercer determinada função e a realidade imposta pela sociedade,
nenhum  deve sobrepor o outro, mas é preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre um e
outro.

1.2. Orientação vocacional nas escolas

O que mais passa na cabeça de um adolescente que está terminando o ensino médio e
pretende fazer uma faculdade e qual o curso fazer e qual combina mais com ele.

Esse momento é totalmente crítico, há stress de todos os lados e uma enorme pressão e é por
causa disso que os abandonos e as transferências de cursos das universidades continuam
crescendo.

O teste vocacional é uma análise das opções que mais tem a ver com você e depois é escolher
o curso. Porém, os testes vocacionais actualmente só são feitos em algumas  escolas
particulares, pois são muito caros, o qual limita o acesso de jovens de escolas públicas de
renda baixa. É importante ressaltar que estes testes vocacionais não determinam qual a
profissão que você deve seguir, mas ajudam a delimitar a área de actuação mais favorável ao
indivíduo (BOCK, 2006:89).

O teste de orientação profissional tem enorme importância, principalmente para os jovens que
não sabem qual carreira seguir e ficam pulando de curso para curso.   É aconselhado também
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para quem está à procura de testes vocacionais o acompanhamento de um psicólogo. Os


modelos de testes vocacionais visam medir interesses, personalidade, inteligência, aptidão
do aluno, equilíbrio mental, emocional, memória, raciocínio, lado pessoal, conflitos,
rivalidades da pessoa, angústias e habilidades.

A informação sobre as profissões também é de extrema importância neste período porque


permite ao jovem conhecer para poder escolher, além de ter a oportunidade de se identificar
com o quotidiano de alguma profissão.

1.3. Escolha da profissão/Realidade do indivíduo

A realidade de cada jovem durante a escolha de uma profissão é bem diferente. Para alguns, o
caminho já está parcialmente programado, mas para outros, não há nenhum parâmetro a ser
seguido e tem pouco apoio familiar ou mesmo informação acerca das profissões.

O jovem sente-se descompromissado com o seu projecto de vida, vivendo, muitas vezes, a
ilusão, a fantasia e o sonho; mas à medida que vai conquistando sua própria identidade e
compreendendo suas próprias singularidades, tem a necessidade de conhecer-se e de escolher
sua profissão com base na sua realidade pessoal e sociocultural. Ele se vê diante de
tal conflito, quando são observados as dificuldades e possibilidades do mercado de trabalho e
de escolher uma profissão.

A real necessidade económica também faz com que os jovens partam mais cedo em busca de
emprego, alguns abandonando seus sonhos, outros ainda nem sabem o que realmente desejam,
se esquecendo da coerência entre sonho e realidade. Iludem-se com uma profissão qualquer
sem realmente saber se esta é a profissão que desejam seguir para resto de suas vidas, algumas
vezes se tornando profissionais infelizes no que fazem.

É fundamental que além de sonhos os jovens conheçam a si mesmos e que sua escolha esteja
de acordo com suas qualificações profissionais e pessoais.   A escolha profissional precisa
estar vinculada ao projecto de vida, pois quanto mais amadurecido for este projecto, mais
condições de acerto nessa escolha e, portanto dependendo da realidade do indivíduo, poderá
sofrer muitas pressões e dificuldades por estar escolhendo algo diferente do seu contexto
cultural, porém a meta de alcançar o seu objectivo fará com que a realidade seja transformada
à sua volta.
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1.4. Realização económica x Realização profissional

Quando pensamos em realização económica e profissional, uma das primeiras coisas que me
vêm a cabeça é um antigo dito popular, acredito que todos aqui já devem ter ouvido falar, ele
diz assim: “Como unir o útil ao agradável?”

É complicado para um jovem que está ingressando agora na faculdade escolher o futuro
profissional pelo resto da vida, sabendo-se que essa escolha será o ponto inicial de uma nova
fase, em que ele assumirá finalmente seu papel na sociedade. Com a globalização, ficou ainda
mais difícil definir uma profissão com a qual o indivíduo se identifique e que ao mesmo
tempo atenda as suas necessidades pessoais, garantindo assim a sua sobrevivência, mas ao
mesmo tempo sua satisfação profissional.

Muitas vezes pela sobrevivência o indivíduo foca somente o retorno financeiro, de forma que
o seu papel no mercado passa a ter um valor exclusivamente económico onde ele se adapta
inteiramente ao mercado, abrindo mão de sua subjectividade, seus sonhos deixando de lado a
sua busca pela realização profissional, esquecendo-se de como suas escolhas o afectarão na
sua realização pessoal e na sua felicidade. Não é nada fácil essa busca incessante por algo que
realmente nos desperte interesse e motivação e que nos envolva cada vez mais em nosso
trabalho, nos dando esse prazer e o desejo de superação em nossos projectos de vida.

A principal ferramenta para auxiliar essa busca pela profissão certa é o autoconhecimento.
Talvez não tenhamos maturidade no início  para identificar aquilo que será nossa “âncora de
carreira”, mas estarmos desde o início orientados com os nossos valores, certamente é um
grande começo para que possamos nos respeitar e escolher entre as oportunidades que
surgirem àquela que nos dará satisfação e possivelmente, realização profissional.

1.5. Influências externas na escolha (família, grupo social...)

Aqui falaremos de alguns dos factores externos ao indivíduo exercem interferência, de forma
direita ou indirecta, e são de grande relevância, pois são agentes influenciadores na escolha da
profissão:

Classe social: A classe ou grupo ao qual o indivíduo faz parte tem grande influência no
momento de decidir qual a carreira profissional que o jovem deve escolher para sua vida, pois
alguns modelos de profissão são culturalmente valorizados ou desvalorizados pelo grupo ou
classe sociais o que leva o indivíduo a “colocar numa balança” sua escolha.
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Família: A escolha da profissão é um momento de insegurança e medo, pois o jovem não


conhece as exigências da vida profissional, nem o mercado de trabalho, etc., por isso sofre
grandes influências da opinião da família, que são pessoas significativas em sua vida, e é ela
(a família) a primeira fonte de socialização do indivíduo. São transmissores de valores e
exigências, na vida e na escolha de seus filhos, deixando-os mais seguros diante das decisões.
Meios de comunicação: Exercem grande influência em nossas escolhas através do poder de
manipulação da mídia, que gera necessidades, forja realidades, ditando valores e maneiras de
ser. E isso se aplica também a escolha da profissão.

1.6. Influências internas na escolha (Subjectividade do indivíduo)

As influências internas são escolhas que o indivíduo faz baseado nos seus desejos internos, no
seu espaço íntimo, que vem acompanhado com crenças, valores, cultura, suas experiências de
vida, suas características, o que lhe motiva, satisfaz, a capacidade e habilidade de realizar
determinadas funções, enfim, a subjectividade de cada um.

Escolher uma profissão baseada nas influências internas seria a escolha autêntica para uma
verdadeira realização profissional. A decisão sempre sofre influências externas: família,
amigos, sociedade, económico, mídia, etc. Então quando for fazer uma escolha de tal
importância, você precisa se preparar para isso, buscando autoconhecimento, procurando
valorizar seus interesses, suas potencialidades, reconhecer suas dificuldades, seus limites,
avaliar as sua fraquezas e potencializar suas forças.

A informação sobre as profissões é de extrema importância para sua escolha, pesquisas em


bancas de jornal, internet, universidades, conversas com  profissionais, visitas à
universidades, tudo isso ajudará a conhecer melhor acerca da profissão e confrontar dados da
realidade, construindo conhecimento.

Equilíbrio emocional é fundamental para conseguir olhar para si mesmo e se enxergar.


Perceber quem você é, possibilitando encarar uma escolha, aceitando, arriscar-se e apostando
no seu futuro com força e coragem.
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Conclusão

Pois acreditamos que existe um conjunto de factores, dos quais o indivíduo ponderará para
chegar a uma opção definitiva. Lançamos apenas um olhar mais amplo e crítico na dificuldade
dessa escolha e como amenizar este momento decisivo e conflituante para o jovem, que ao
sair do ensino médio,   encontra-se neste dilema.

Acreditamos ainda que de todos os factores de influência que abordamos aqui (influência
social, interna, externa) a família é um factor de grande peso na escolha, pois ela é a primeira
a dar a noção de realidade ao jovem, que muitas vezes dependerá do aval dos pais para definir
qual caminho trilhar dentro de um limite de escolha familiar. Seja qual for a escolha, é
importante em primeiro lugar conhecer as profissões, ter controle emocional e auto-estima,
bem como apoio familiar, indispensável para qualquer escolha. Neste cenário o indivíduo
mensura de acordo com sua subjectividade e escolhe um caminho a ser trilhado de maneira
mais segura e objectiva, fazendo um projecto de vida que possibilitará que este profissional no
futuro, não venha se tornar um indivíduo frustrado e sim realizado, contribuindo de maneira
efectiva para a nossa sociedade, que necessita e muito de profissionais orgulhosos e
competentes em suas profissões.

 
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Bibliografia

BOCK, S, Duarte. Orientação Profissional: A abordagem sócio-histórica. 3ª Edição, São


Paulo, Cortez Editora, 2006.

GIACAGLIA, L, R Angelini. Orientação Vocacional por Actividades: Uma nova teoria e


uma nova prática. São Paulo, Thomson, 2003.

http://www.scielo.br

http://www.fafich.ufmg.br/pop/a-orientacao-profissional 
www.gestaouniversitaria.com.br/.../22679-carreira-profissional-x-gestao-de-carreiras-uma-
escolha-ou-um-dilema.html

http://orientacaoeplanejamentodecarreira.blogspot.com/

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