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Resenha: orientação profissional na pós modernidade

A orientação profissional se estabeleceu a partir de quatro estágios teórico-práticos em 1987,


sendo eles informativo, psicométrico, clínico, político e social. Todos os estágios citados
possuem algo em comum, que é a própria orientação profissional, que é considerada um
processo pelo qual o indivíduo passa e lhe auxilia para ocupar uma determinada posição.
Avançando para 1990 as transformações que o mundo do trabalho teve, foi adicionado um
novo estágio que trata do processo de transição, exigindo das pessoas adaptabilidade e
multifuncionalidade, trazendo à tona a era de Kairos. Dessa forma, entende-se que o processo
de orientação profissional é complexo e mutante.
Com o passar dos anos o mundo se tornou globalizado, e trouxe novas oportunidades para a
população, bem como para a orientação profissional através de novas áreas de atuação, novas
estratégias e novas demandas. Assim, as pessoas iniciaram sua busca pela realização
profissional, e não mais apenas a ingressão ao mercado de trabalho.
O aumento de demandas proporcionou a população a possuírem oportunidades em atuar
diretamente com a área de seus interesses, o que automaticamente faz com que o empregador
possua um colaborador qualificado e interessado em aprender cada vez mais, visto que o
mesmo está no caminho de sua realização profissional. É por conta disso que as empresas
estão em busca de profissionais que realizam a orientação profissional a novos e antigos
colaboradores da mesma, pois existe um impulsionamento ao desenvolvimento pessoal e
profissional. Dessa forma, os profissionais que realizam a orientação profissional devem
entender que a orientação é um processo de desconstrução e construção, e também deve-se
sempre respeitar a individualidade do outro, porém sempre acompanhando as mudanças do
mundo profissional.
No Brasil é comum vermos programas de orientação profissional para jovens que estão
cursando o ensino médio, onde busca-se auxiliar os alunos que apresentam dificuldade na
tomada de decisão de uma futura profissão. Todavia, é importante que esse mesmo tipo de
programa se estenda a todos os níveis de escolaridade, visto que na atualidade cada vez mais
existe a busca por um novo vínculo, um novo estudo, e uma nova profissão. Diante dessa
realidade, se iniciou novos espaços de intervenção de orientação profissional para além das
escolas.
O campo da orientação profissional é um campo que está em constante transformação e que
lida com diferentes indivíduos com suas próprias visões de mundo. Dessa forma, entende-se
que é um campo que vem crescendo ao longo dos anos, e que possui grande prospecção para
um crescimento ainda maior nos próximos anos. Por conta disso, é essencial que os
profissionais psicólogos que possuem interesse na área, busquem conhecimentos específicos
e formações na área.

Resenha: as diferentes abordagens em orientação profissional

A orientação profissional pode estar inserida em diversos contextos da psicologia, sendo vista
com mais frequência no campo educacional, sendo no ensino médio ou superior. Entretanto
pode estar inserida também na área clínica e organizacional.
No campo educacional, é importante valorizar todos os tipos de trabalho existentes, para que
todas as opções profissionais estejam e continuem abertas para o adolescente realizar a sua
escolha. Além disso, o jovem terá a oportunidade de conhecer suas próprias áreas de
interesse, sem necessitar da influência da escola e familiares. Assim sendo, pode acontecer o
planejamento de orientação para o vestibular, orientação para vida e também orientação para
os pais ou responsáveis e para os professores.
Pensando na orientação direcionada para o mercado de trabalho, o orientador profissional
pode ser um dos responsáveis por realizar a implementação de um programa direcionado para
esse assunto em parceria com as escolas. Também pode-se pensar na orientação para um
curso profissionalizante, e não apenas para as universidades, se adequando à realidade de
cada indivíduo.
É visto também a re-orientação profissional que está inserido nas universidades, para os
jovens que se sentem inseguros ou insatisfeitos com as suas escolhas de curso. Nesse sentido,
essa reorientação se faz extremamente necessária, visto que em muitos casos, os
universitários reencontram os motivos que os fizeram ingressar no curso escolhido, invés de
trocar para um outro curso simplesmente por não estar convicto do que espera para o seu
futuro profissional.
Mudando o campo de inserção da educação para a clínica, utilizando a psicologia clínica
como referencial teórico, entrando em contato com os aspectos mais profundos do indivíduo.
Além disso, a orientação profissional na clínica, pode ser realizada de forma individual ou em
grupo.
Assim, o papel do psicólogo orientador é colocar com os processos da vida humana, e com
acompanhamento para desenvolver todos esses processos, onde será trabalhado a dinâmica
familiar, as expectativas dos familiares em relação ao indivíduo, as diferentes profissões
desempenhadas pelos diferentes membros da família, os principais modelos de identificação
da família e a influência dos aspectos sociais.
No campo organizacional a orientação profissional está diretamente ligada ao público adulto.
Nessa área, é comum observamos a orientação direcionada para a carreira profissional; o
problema que envolve a carreira em si, que está ligado às expectativas do profissional que
não foram alcançadas em relação aos seus afazeres; o planejamento de carreira, que visa o
melhor desempenho do indivíduo em relação a sua profissão e a re-orientação profissional,
que pode ocorrer em diferentes momentos da vida do indivíduo. Além desses tópicos que
podem ser abordados, deve-se trabalhar na preparação para a aposentadoria e desemprego,
que envolve a saúde mental visando a prevenção da doença e promoção da saúde.
Ao analisar todas as possíveis intervenções de campos e seus respectivos projetos, fica nítido
a abrangência, importância e a necessidade de um profissional psicólogo que atue com a
orientação profissional nos campos citados. A orientação não está ligada apenas ao
direcionamento do que fazer na vida profissional, mas também o que fazer quando a vida
profissional deixa de existir, olhando para o sujeito como um todo e com a intenção de
sempre promover a saúde. O artigo resenhado possui profundidade nos temas abordados,
deixando mais claro quais estratégias podem ser utilizadas para realizar uma orientação
profissional qualificada para os públicos de diversas idades.

Referências

LEHMAN, Y. P. Orientação profissional na pós modernidade. IN: LEHMAN, Y.P.


Orientação vocacional ocupacional. Artmed, 2010. p. 19-30.

SOARES, D. H. P. As diferentes abordagens em orientação profissional. In: SOARES, D. H.


P; LISBOA, M. T. Orientação profissional em ação: formação e prática de orientadores.
Summus Editora, 2018. p. 24-47.

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