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I.

Introdução
Ao longo de toda a nossa vida somos constantemente confrontados com a necessidade
de optarmos por determinados caminhos, de seguirmos determinados rumos, de
tomarmos certas decisões, que afectarão de um modo mais ou menos significativo todo
o nosso percurso. Enquanto que algumas das opções que tomamos no nosso dia-a-dia
podem ser triviais e não afectar grandemente o nosso ciclo de vida, outras há que terão
uma importância extremamente significativa em todo o nosso percurso. Mitchell e
Krumboltz (1984, in Silva, 2004a) consideravam mesmo essas decisões como tendo "o
poder de consumir os nossos dias e de assombrar as nossas noites" (p.350). Algumas
pessoas têm extrema facilidade e à vontade para tomar determinadas decisões, enquanto
que outras se vêem confrontadas com viírios obstáculos que as conduzirão num
percurso mais turbulento, até conseguirem optar pelo caminho que perspectivaram para
si mesmas, e iniciar o seu percurso.
Objectivo Geral
 - Analisar o processo de tomada de decisão vocional na escolha profisional

Objectivos Específicos
 Apresentar o processo de tomada de decisão
 Abordar os princípios gerais que baseiam a escolha vocacional
 Identificar os factores que influenciam a tomada de decisão
Conceitos
Orientação vocacional e profissional-A Orientação Vocacional e Profissional é uma
área de intervenção que pretende dar resposta às necessidades e indecisões que surgem em
jovens ou adultos quanto à direção a dar à sua carreira académica e/ou profissional.
Tomada de Decisão- é um processo que consiste em optar por uma alternativa dentre
todas que estao disponiveis no momento.
A Orientação Profissional (OP), pode ser entendida como o processo que facilita a
oportunidade de escolha profissional, um processo multideterminado, na busca por
estabelecer relações entre os fatores psicológicos, econômicos, sociais e familiares
inerentes a este processo de tomada de decisão. Dessa forma, o contexto
socioeconômico, sociopolítico e o contexto psicológico devem ser levados em
consideração assim como os seguintes aspectos: as características pessoais; as
expectativas sociais e familiares; os aspectos contextuais; a maturidade vocacional e o
gênero e a fase do desenvolvimento.

TOMADA/ESCOLHA VOCACIONAL
A compreensão do processo de tomada de decisão
O Processo de Tomada de Decisão vai perpassar o desenvolvimento do jovem, como
uma necessidade. Fazer a escolha por uma profissão, não é fácil, e muitos jovens
acabam por ter que realizar esta tarefa muito cedo. Considerando que a adolescência é
uma fase na vida em que as pessoas passam por muitas dúvidas e incertezas, tomar uma
decisão como essa que acarretará sobre o seu futuro, é um desafio. Requer muito estudo,
treinamento e estímulo ao longo da vida. Aprender a tomar decisões de maneira
eficiente e qualificada pode facilitar e muito o processo de escolha na hora de definir os
seus próximos rumos profissionais. Segundo Super e Crites (1957, in Guichard &
Huteau,200l), o processo de tomada de decisão da carreira deve ser caracterizado pela
informação acerca das características pessoais e situacionais, pela reflexão acerca das
diferentes alternativas pelas quais se poderá optar, e pela antecipação das consequências
que a escolha poi um determinado caminho poderá ter em todo o seu percurso, quer
académico quer pessoal. Este é portanto um processo contínuo e sequencial (Bisquerra
Alzina, 1998) que não pode descurar as constantes informações novas que o sujeito vai
adquirindo no seu processo de desenvolvimento de carreira, e que o poderão levar a
reafirmar a sua decisão ou a alterar essa mesma opção.
O processo de tomada de decisão era tradicionalmente visto como um processo
essencialmente cognitivo e racionalo não se dando uma particular importância ao papel
dos factores afectivos na escolha vocacional. No entanto, hoje em dia os indicadores
afectivos são tidos como extremamente importantes neste processo, podendo actuar
quer como motivadores, quer como inibidores das opções vocacionais dos jovens
(Gelatt, 1989, Phillips, 1992, in Paixão & Silva,2001). A teoria da escolha vocacional
de Holland (1997) veio impulsionar vtárias perspectivas, sendo por isso tida como uma
das mais influentes no estudo desta temática. Hoje em dia o processo de tomada de
decisão vocacional é visto a partir de uma abordagem multidimensional, utilizando
modelos que privilegiam a relação cognitivoinformacional e afectivo-motivacional, não
descurando nunca a relação entre a pessoa e o seu contexto.

Princípios Gerais da Escolha Vocacional


Os princípios gerais que baseiam a escolha profissional são os seguintes:

 Existem limites nas suas opções de carreira profissional


Entrar  numa determinada profissão não é só uma questão da escolha do que você quer
fazer. Você deve também persuadir as escolas, os colégios e os empregadores a escolher
a si para tal trabalho. Por conseguinte, as suas opções de carreira profissional serão
limitadas de alguma forma pela sua personalidade, habilidades, recursos financeiros,
flutuações na economia e mercado de trabalho.

 Você tem potencial de sucesso  numa variedade de profissões


As pessoas têm um potencial considerável. Existem milhares de profissões diferentes
para se escolher. Por conseguinte, não espere encontrar um trabalho que se adeque
perfeitamente a si e que dê satisfação completa, mesmo porque você pode ficar o resto
da vida a procurá-lo.

 A escolha vocacional é um processo de desenvolvimento que se estende


por toda a vida
Não envolve só uma decisão, mas uma série de decisões ao longo da vida. Um
trabalhador de escritório que se aposenta ainda pode considerar uma próxima decisão
vocacional.
 
 Algumas decisões vocacionais não são facilmente revertidas
Uma vez que você investiu tempo, dinheiro e esforço para entrar numa determinada
carreira profissional, pode não ser fácil mudar de direcção. Isso esclarece por que é
importante para si  devotar pensamento e planificação sistemáticos para fazer uma
escolha vocacional.
 
 A escolha vocacional é a expressão da sua personalidade
Holland (1973) afirma que procuramos um ambiente de trabalho que condiga com a
nossa personalidade. Identificou os seguintes tipos de personalidade, que chama de
orientações pessoais: realista, investigativa, artística, social, empreendedora e
convencional. Desta forma, na análise final, a escolha vocacional é a combinação das
características pessoais e da profissão. Por conseguinte, o primeiro passo no
planeamento sistemático de uma carreira profissional é o auto-exame das suas
habilidades e personalidade.

Tomada de Decisões na Orientação


Tiedeman e O’Hara (1963) desenvolveram um Modelo de Tomada de Decisão
Vocacional (VDM[1]), que denominaram um “Paradigma de Diferenciação e
Integração”, tentando soluções racionais aos problemas de vocação. O processo de
resolução de problemas é dividido em duas fases, chamadas de Antecipação e
Implementação-Ajuste, que distinguem o comportamento antes e depois de uma tomada
de decisão.
No período anterior, o processo de solução de problemas é estimulado pela vivência de
um problema vocacional e o reconhecimento de que deve ser tomada uma decisão. O
estudante deve, assim, ter uma orientação de planeamento. Ele deve estar atento à
necessidade de se tomar uma decisão antes de a tomar conscientemente. Também deve
estar atento aos factores a considerar ao tomar decisões. Ele deve também ter o
conhecimento das fontes de informação e dos recursos que podem ser úteis.
Esta fase subdivide-se em quatro estágios denominados: Exploração, Cristalização,
Especificação (ou Escolha) e Esclarecimento. Assim, contando com o último estágio,
serão cinco (5) os passos principais que os aconselhadores devem considerar no Modelo
VDM:
 
1. Exploração
Dá conta das abordagens de tentativa e erro, onde se consideram algumas alternativas
diferentes ou alguns possíveis objectivos. Um estudante, por exemplo, pode estar
enquadrado num comportamento exploratório, tal como tomar parte em diferentes
actividades, leitura e trabalho durante as férias ou depois da escola. Estas actividades
frequentemente têm implicações na vocação e ajudam a cristalizar preferências
vocacionais.
 
2. Cristalização
A Cristalização descreve as tentativas de esclarecer a ordem e as formas dos objectivos.
Os objectivos são comparados na base de demandas competitivas, custos e benefícios,
vantagens e desvantagens. Sendo reflectido, o problema torna-se mais estável (menos
fortuito), sólido e seguro. A Cristalização é resultado dessa exploração.
 
3. Esclarecimento
Este estágio, enfatizado por causa de dúvidas experimentadas durante o período de
espera entre escolha e acção, envolve tentativas de aprimorar a auto-imagem. Ao pensar
e falar sobre as informações que os estudantes adquiriram, as consequências da decisão
tornam-se claras. Desta forma, as decisões são confirmadas ou rejeitadas.
 

4. Especificação ou escolha
A escolha envolve comprometimento com um objectivo e, por outro lado, impele a
pessoa de agir. As experiências confirmativas levam o estudante a uma escolha definida,
que pode ser uma preferência ou uma escolha que pode ser mudada facilmente.
 
5. Implementação
A implementação de uma decisão transforma uma preferência em escolha. Alguns actos
de implementação são tentativas, mas outros são definitivos.

Orientação vocacional e profissional; Diferentes fases da vida


Em geral tem início aos 18 anos. É o começo da carreira, fase da busca
de informações sobre profissões e sobre o mercado de trabalho. Muitas
vezes o jovem é movido somente pelo dinheiro e pela busca de promoção rápida.

Investimento
Tem seu início geralmente aos 25 anos de idade. A preocupação quanto
às necessidades familiares e de estilo de vida começam a aparecer. “Os
valores começam a mudar, e as expectativas financeiras são
substituídas por segurança e qualidade de vida”.

Estabilidade
O indivíduo deve estar com uns 45 anos. Fase de colheita. O
profissional começa a colher os resultados referentes à fase de
investimento. É um período gratificante para aqueles que planejaram a
carreira. “É um momento ao mesmo tempo delicado, sobre o que foi ou
não foi feito na fase anterior”.

Maturidade
Pode iniciar aos 60 anos. Deve ser a melhor fase de todas, se a pessoa
se antecipou aos fatos, planejou a vida e fez um bom plano de carreira.
“Atualmente esse profissional experiente e especializado está bastantevalorizado no
mercado”.Fonte: Ciampa (2014, p. 33)

O Dinheiro Influencia ou não na Tomada de Decisão?


A resposta a essa pergunta para algumas pessoas pode ser afirmativa e, para outras,
negativa. Alguns vão dizer que o mais importante é escolher a profissão que gosta, sem
se importar com os ganhos financeiros; enquanto para outras pessoas a remuneração e
o status da profissão, seja na primeira escolha ou ao longo da carreira, é o que
verdadeiramente importa, sendo este o fator que mais pesa na hora de decidir.
Mas afinal, precisamos considerar ou não a questão do ganho financeiro para fazer uma
escolha relacionada à profissão? Qual o grau de importância o dinheiro assume na sua
tomada de decisão?
É importante pensar sobre o que você busca para sua vida pessoal em relação à
estabilidade financeira e conforto, bem como o que é essencial para você ter uma vida
tranquila, a qual resultará dos ganhos advindos do trabalho na profissão ligada à sua
vontade de exercê-la.
É importante considerar a questão financeira, mas não a ponto se fazê-lo(a) escolher
uma carreira que não sinta prazer, satisfação e identificação, pois mais cedo ou mais
tarde esse aspecto pode pesar muito deixando-o(a) frustrado(a) e infeliz. Por isso,
sempre pesquise sobre o mercado de trabalho e opte por uma profissão que lhe ofereça
tanto realização quanto estabilidade financeira, dentro dos seus parâmetros e valores
pessoais. Reflita sobre aspectos como status social, o reflexo do contexto
socioeconômico sobre as profissões e oportunidades no mercado de trabalho, bem como
sobre a responsabilidade social da profissão a ser escolhida/exercida. É fundamental
perceber que a escolha profissional está relacionada a uma missão e um papel na sua
vida.
Conclusão

Diante do que foi exposto neste trabalho ficamos a saber que a tomada de decisão
profissional não passa apenas pela escolha de uma ocupação, mas será sempre algo que
irá afectar o percurso pessoal e profissional do indivíduo. Segundo Super (1957) o
desenvolvimento de carreira e a decisão vocacional são basicamente processos de
síntese, que permitem alcançar uma compatibilidade entre o sujeito e a sua opção de
carreira. Tendo em conta que uma grande parte da vida da pessoa vai envolver a sua
ocupação profissional, é compreensível que esta procure escolher uma profissão para a
qual sente estar mais capacitada, e que vá de encontro aos seus interesses, às suas
necessidades, às suas aptidões e aos seus valores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Módulo de orientação escolar e profissional

https://www.passeidireto.com/arquivo/119468460?
utm_medium=mobile&utm_campaign=android

https://www.scielo.br/j/pee/a/yZm3fcJYBVgvZ3SgYYyNh4R/?lang=pt

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

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