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Orientação

Profissional em
contextos, clínicos
e familiares
Prof.ª Cibele Soares da Silva
Costa
Se se entende que a vocação é inata; se nasce com destino para alguma tarefa
determinada...

... então a Orientação só tem que descobri-la e dizer ao indivíduo.

Se a vocação ocorre por meio de aprendizagens...

... então a Orientação avalia o que se aprendeu e o que se pode aprender. Nesse caso, a
Orientação conduz.

Se a vocação se amplia como o vocacional em todo o desenvolvimento histórico de uma


pessoa, assumida em sua autonomia de escolha e de decisão...

... então a Orientação é criação e recriação contínua dessa história pessoal na história
Vocação compartilhada, em uma síntese harmônica, de projeto presente e projeção no futuro.
Vocação: O sentido que se encontra para a
vida.

Orientação: processo de facilitação, mediação,


Orientação, auxiliar terapeuticamente alguém a encontrar
um direcionamento para sua vida.
Vocação e
Ocupacional O fazer, que necessita de objetos, ferramentas,
símbolos, técnicas e estratégias para efetivar o
vocacional.

O vocacional sem o ocupacional, “é só fantasia,


sonhos, esperanças”. “O ocupacional sem o
vocacional é alienação, é fazer sem sentido”.
• O processo da escolha profissional requer o
gerenciamento de fatores intrínsecos e
extrínsecos

• A família é considerada como um dos


principais fatores de influência no
desenvolvimento de carreira

• A família influencia, de modo intencional ou


não, positiva ou negativamente no momento
da escolha profissional
• A qualidade das relações
familiares estabelecidas, a
comunicação aberta, o apoio
emocional oferecido e a confiança
influenciam as atividades de
exploração, as aspirações
profissionais e os planos futuros,
impactando os processos de
construção de carreira.
• Pressionadora/autoritária: pressiona adolescentes e jovens a escolher
determinadas profissões, sejam por motivos financeiros ou por
representarem o cumprimento de desejos que não foram realizados
Tipos de
organização e • Ausente/negligente: familiares que não oferecem suporte necessário
funcionamento para uma escolha consciente, tão pouco auxiliam na oferta de
condições necessárias para alcançar determinados objetivos. Esse tipo
familiar de família pode ocorrer em todas as classes sociais.

• Indulgente/permissivo: muito receptivos aos desejos dos filhos e


pouca responsividade e limites

• Facilitadora/democrático: discute as ideias, as dúvidas, as


preocupações e as expectativas do jovem, participando de forma ativa
do seu processo de escolha profissional. Fornecem apoio apoiar os
filhos afetiva e instrumental ao apoio emocional e moral em escolhas
difíceis, situações malsucedidas e reorientação
• Para que os pais possam oferecer a comunicação
desejada, deveriam ter suporte da escola, recebendo
informações amplas tanto a respeito do
Orientação desenvolvimento humano quanto das carreiras e do
mundo do trabalho
de pais
• Devem receber também feedbacks do
acompanhamento do/a psicólogo/a e ou/orientador
profissional em termos de desenvolvimento pessoal
e desempenho escolar.

• Trabalhar com os jovens orientandos a questão dos


desejos dos pais, suas expectativas e seus temores
sempre é importante, mas nem sempre eficaz.
• As famílias que proporcionam aos filhos a construção de
autonomia e responsabilidade em suas escolhas não
deixam de questionar sobre o realismo de suas opções,
antecipando-lhes as possíveis consequências de suas
decisões
• Os ambientes familiares caracterizados por níveis de
comunicação reduzidos, com ausência de expressão de
sentimentos e experiências, são limitadores do
desenvolvimento vocacional
• Sem que os pais tenham acesso ao caminho percorrido, à
compreensão de quem é seu filho, ao modo como podem
ajudá-lo ou como suas ansiedades podem estar
atrapalhando em vez de ajudando, todo o trabalho poderá
ser perdido.
A estratégia clínica na OP

• Uma modalidade que adota “um conjunto de


operações, por meio do qual a/o psicólogo/a
ascende à compreensão da conduta do
orientando e facilita para este último o
acesso à sua própria compreensão”.

• Entende-se que a entrevista no contexto da


clínica é o instrumento principal para ajudar
o jovem a chegar a uma decisão autônoma.
Modalidade: Atendimento Clínico Breve

• É bastante indicada para quadros agudos, em especial, situações de crise ou


descompensações; para situações de mudança, por exemplo, em transição
de etapas evolutivas (adolescência, casamento, graduação, aposentadoria)

• A técnica de atendimento clínico breve tem características distintivas


baseadas em uma tríade. Os aspectos essenciais e característicos do
método são:
• Atividade: maior diretividade na avaliação e diagnostico situacional
• Planejamento: flexível e disponibilidade do paciente
• Foco: o terapeuta levará o paciente a trabalhar emocionalmente, uma área
determinada: a escolha da profissão
• (interpretação seletiva, atenção seletiva, “negligência” seletiva)
A fim de realizar o trabalho de orientar o jovem
profissionalmente, é preciso pensar em:
Quem é o sujeito da escolha;
A
ORIENTAÇÃO Realizar um diagnóstico quanto à sua orientabilidade;

VOCACIONAL Qual será o melhor manejo para o jovem, conforme seu


diagnóstico;
CLÍNICA NA Como, quando e em que situação os pais participarão, ou
PRÁTICA não, do processo;
O quanto o terapeuta “está em dia” com suas questões
vocacionais;
Dispor de informações sem as quais qualquer trabalho
dessa ordem perde o valor.
Vêm empurrados por uma cultura
que dita, em nosso país, que a
Não se pode perder de vista todo o escolha por uma profissão deve
contexto de mudanças no qual se ocorrer ao término do ensino
insere um adolescente/jovem médio, momento que nem sempre
coincide com a maturidade
necessária a tal tarefa.
O sujeito da
escolha É notório que a maioria deles
A grande questão a ser formulada encontra-se com uma
não deveria ser “por que este surpreendente falta de informações
adolescente não consegue acerca das profissões, além de
escolher?” grandes distorções a respeito das
que mencionam

É necessário abordar a questão,


aliviar a ansiedade, construir Sem isso, pode-se ministrar-lhe
elaborações, preparar o adolescente aulas, fornecer-lhe toda a espécie
para poder buscar e aproveitar de material informativo sem que o
verdadeiramente (conhecer) as conteúdo seja apreendido.
informações a que ele tem acesso.
DIAGNÓSTICO DE ORIENTABILIDADE

Orientar em termos vocacionais


Percebe-se que nem todos os que
A formação e a consolidação da um jovem que ainda não adquiriu
buscam um processo de OP
identidade profissional são parte determinadas condições prévias e
necessariamente serão
de um processo. necessárias torna-se uma tarefa
beneficiados.
contraproducente

a) o motivo da procura
b) fantasias de resolução
c) momentos pelos quais o adolescente passa em relação
à escolha
d) ansiedades predominantes
e) situações contextuais que o adolescente vivencia
f) carreiras como objeto

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