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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO

INTRODUÇÃO A CIÊNCIA GEOGRÁFICA

DOSCENTE: NILSON C. CROCIA DE BARROS

DISCENTE: RAPHAELA KARINNE DOS SANTOS BELLO

RECIFE

2021
RESENHA DESCRITIVA

Santos, Milton (1997), ‘Do meio-natural ao meio técnico-científico-informacional’, In:


Santos, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo, Hucitec, pp.187-192.

Iniciando o texto, o autor fala em sua introdução sobre a relação entre a sociedade e
natureza, e em como á uma substituição desse meio natural por um meio artificial
imposto pela sociedade. Em seguida ele fala nas três divisões que a história do meio
geográfico é dividida e suas etapas: O meio natural, o meio técnico, e o meio técnico-
científico-informacional.

No meio natural, Milton fala sobre os tempos em que tudo era meio natural, o indivíduo
escolhia da natureza as partes importantes e fundamentais ao exercício da vida,
valorizando outros aspectos que faziam a base material da existência do grupo. Em
seguida Milton explica que esse meio natural era utilizado pelo homem sem grandes
transformações e como as técnicas e o trabalho eram uma junção espontânea com a qual
se relacionavam sem outras mediações.

No parágrafo seguinte, o autor fala que nesse período do meio natural, os sistemas
técnicos não tinham uma existência autônoma, a sua junção com a natureza era por si,
total, e que o possibilíssimo da criação mergulhava no determinismo do funcionamento,
onde a partir da premissa de que os fatos e ações humanas estão conectados ou são
determinadas por fatos ou ações anteriores. A motivações de uso eram sobretudo locais,
ainda que seu papel no intercâmbio nas determinações sociais pudessem ser crescentes.
Assim a sociedade local, cria as técnicas utilizadas, comandando tempo e limite de sua
utilização, essa harmonia socioespacial era estabelecida. O autor finaliza a explicativa
do primeiro texto dizendo que a sociedade territorial produzia uma série de
comportamentos cujo a razão é a preservação e a continuidade do meio de vida, cujo o
indivíduo mantém um controle sobre o que é retirado da natureza, de modo que o uso e
a “conservação” andem empares, para que a natureza possa ser outra vez utilizada. Esse
sistema técnico sem objeto técnico não era agressivo, pelo fato de ser indissolúvel em
relação á natureza, em que sua operação, ajudava a se reconstruir.
No meio Técnico, se inicia o período do espaço mecanizado, onde os objetos que
formam o meio não são apenas objetos culturais, são culturais e técnicos ao mesmo
tempo, provocando a inserção de tecnologias no meio produtivo.

Os objetos técnicos e o espaço maquinizado são locus das ações superiores, surgiram
como algo que é superior as forças naturais, na qual o indivíduo nesse período não
busca uma simbiose continua com a natureza, mas sim ser superior a ela. Com os novos
instrumentos que já não são prolongados do seu corpo, mas que representa um
prolongamento de território o homem passa á fabricar um novo tempo deixando á ideia
de que a natureza e o homem se socializam para trás.

Milton fala que o componente internacional da divisão do trabalho tende a aumentar


exponencialmente, diante desse aumento a importância da troca na sobrevivência do
grupo também cresce, mas com uma punica diferença, esse processo tende a depender
do comércio e não da natureza, em que outras palavras, sua presença torna-se
crescentemente indiferente ás condições preexistentes.

No último parágrafo do texto, Milton fala que a poluição e outras ofensas ambientais
ainda não tinham esse nome, mas já surgem e é largamente notada, a grande evolução
do meio maquinário antes e durante seu período de ascensão na revolução industrial
geram os primeiros protestos, a reação antimaquinista, que antecipa a atual batalha hoje
dos ambientalistas.

No último texto onde Milton fala sobre o Meio técnico-científico-informacional ou


terceira fase, começa após e segunda guerra mundial representa, então, a atual etapa na
qual se encontra o sistema capitalista de produção e transformação do espaço
geográfico, estando relacionado, sobretudo, à Terceira Revolução Industrial que é
conhecida como Revolução Científica Informacional, que se distingue das fases
anteriores pelo fato da profunda interação da ciência e da técnica. Foi nesse momento
que ocorreu uma união entre técnica e ciência, guiadas pelo funcionamento do mercado,
que, graças aos avanços tecnológicos, expande-se e consolida o processo de
Globalização.

Portanto, além de serem técnicos, os objetos também carregam em si a informação e


trabalham a partir dela, o que justifica o nome do atual período de transformação do
meio geográfico. Podemos, então, dizer que o processo de globalização só se manifesta
em seu atual estágio graças aos avanços propiciados pelo meio técnico-científico-
informacional.

Resenha descritiva elaborada por Raphaela Karinne dos Santos Bello, acadêmica do
curso Geografia Bacharelado 2020.1, horário vespertino, para a disciplina de Introdução
a ciência geográfica ministrada por Nilson C. Crocia de Barros.

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