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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DE BENGUELA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

UNIDADE CURRICULAR: ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E


INTEGRAÇÃO SOCIAL.
 

A docente, Laurinda Baca, Ph.D


OBJECTIVO DA UC

O principal objectivo é o conhecimento sobre


o paradigma da orientação vocacional e
integração social e sua evolução histórica, bem
como de práticas sociais e educativas
decorrentes deste paradigma.
OBJECTIVOS DA OV:

1.Analisar os serviços e instituições de OV destinados aos jovens que desejam


escolher um curso;
2.Informar sobre as necessidades laborais da juventude no mercado laboral em
rápida mutação;
3.Expor a problemática das transições nas diversas etapas da vida do jovem. Da
escola à vida profissional, das diferentes transições académicas ( formação
profissional, ensino superior,…) e da dos formados.
METODOLOGIA

A UC de avaliação orientação vocacional e


integração social organiza-se em aulas teóricas
e teóricas-prácticas.
CONTEÚDOS INTRODUTÓRIOS

 Váriaveis da OV;
 Indicadores da OV;
 Enquadramento dos conceitos- Orientação
vocacional, escolha profissional e psicologia
vocacional;
 Teoria desenvolvimentista de Super.
CONTINUAÇÃO

As teorias de desenvolvimento vocacional.


Concepções, programas e modelos .
 Teorias humanistas, sociais, psicocognitivas,
sociocognitivas e tecnologicas e teorias académicas.
 A concepção operatória do desenvolvimento
vocacional;
 Programa de activação do desenvolvimento
vocacional;
 Modelos e actitudes da OV.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
 A orientação vocacional e integração social na
realidade angolana.
 Legislação angolana sobre a OV e IS.
 Instituições responsáveis .
INTRODUÇÃO

Entre os 17 e 18 anos, a maioria das pessoas se depara com um


dilema: que carreira seguir? Qual curso universitário escolher?
Humanas, Biológicas ou Exatas? Ou quem sabe um curso
técnico? Afinal, qual caminho seguir? A fase é de transição,
saindo da adolescência e entrando na fase adulta, as
responsabilidades e decisões a serem tomadas aumentam. A
escolha da carreira a ser seguida é decisiva, irá determinar os
rumos da sua vida nos próximos anos, uma decisão errada
poderá comprometer seu tempo e suas expectativas. Em
momentos assim, ter uma orientação vocacional contribui de
forma positiva na tomada de decisão dos futuros profissionais.
ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

 Levar em conta as variáveis:


- afetivas
- psicológicas
- sociais
- económicas
- modo como o indivíduo se posiciona em
relação a estas variáveis
PRINCIPAIS INDICADORES NA OV

 Gosto; Dúvida; Decisão; Escolha ajustada


 Medos; Mudar de curso; Idealização
 Interferância Financeira; Universidade;
Mercado
 Influências; autoconhecimento; auto-
conhecimento vocacional; Identificação, escolha
madura; Ressalvas.
GOSTO

 Referem o que gostam


 Quem quer ser e quem não quer
 Referentes ao passado e ao presente Nomeia a profissão
 Não nomeia (eu gosto de desporto, de analisar as coisas...)
 Área (eu gosto das exatas...)
 Sonhos (meu sonho é traduzir novela, é ser rica...)
 Gostava de (queria ser cientista...)
GOSTO

• Referências negativas
• Escolha: balanceamento maduro entre os prós e
os contras da ocupação
• Não gosto de…
• Descartar o que não quer…
• Nada me atrai…
• Visão negativa…
DÚVIDA

• É uma condição adquirida


• Sinal de maturidade
• Apresentam tendência à impulsividade, pânico,
depressão, formas imaturas e irresponsáveis de
decidir
• Dúvida entre 2 possibilidades
• Dúvida entre mais de 2 possibilidades
• Dúvida total ou indecisão
DECISÃO

 Decididos? O que procuraram?


 Sentimentos de angústia frente à indecisão
 Os outros estão decididos
ESCOLHA AJUSTADA

• capacidade de adaptação
• Interpretação
• juízo de realidade
• Discriminação
• Hierarquização
• É difícil
• É cedo para escolher
MEDOS

 Errar na escolha
 Ser infeliz
 Pressões externas e internas
 Ter que mudar de curso
MUDAR DE CURSO

 Prejuízos
 Tempo perdido
 Ainda é o melhor caminho

Jovens que mudam podem ser


menos estáveis mas mais realistas
MUDANÇA DE CURSO

 Medo de escolher errado


 Ter que mudar
 Pessoas que mudaram
 É difícil mudar
 Eternidade
IDEALIZAÇÃO

 Profissão perfeita
 Profissão ideal, única
 Projetar sonhos
INTERFERÊNCIA FINANCEIRA

• ricos: realização pessoal


• pobres: preocupação com o padrão financeiro

“O ambiente coloca a obrigação de tomar uma


série de decisões, mas impedem a realização de
projetos”
INTERFERÊNCIA FINANCEIRA/OFERTA DO MERCADO

 Cursos
 Tipo de Universidade
 Formação anterior
 Informação sobre o curso
 Perfil vs status co-social
 Remuneração
UNIVERSIDADE

 Tarefa evolutiva
 Exigência familiar
 Continuação
 Estar igual aos pares
UNIVERSIDADE

Escolhas pela facilidade de entrada na


universidade?
UNIVERSIDADE

 Liberdade por não depender tanto


financeiramente
 Comprometer a escolha
 É a melhor
 Informações
MERCADO

 Perspectiva dinâmica
 Inserção depende do momento e de
indicação, menos dos esforços pessoais
MERCADO

 Controle externo
 Controle interno
 Não é bom
 É bom em alguma coisa
 Não adianta fazer o que gosta se não tem mercado
 Não se escolhe pelo mercado
 Pensa no que tem mercado
 Estabilidade
INFORMAÇÃO

 Importante para a decisão consciente


 Não é suficiente
 Decisões são tomadas em cima de informações pouco consistentes
 Busca
 Conheço pouco
 Querer mais
 Não conheço
 Professor
 Superficiais
INFLUÊNCIAS

 Sempre existem
 Importante que sejam conscientes
 Principalmente de pais, amigos quase nula
 Deixam de refletir sobre a influência dos
amigos e da mídia?
INFLUÊNCIAS PARENTAIS

 Fruto de projeções dos pais


 Delegação: a família distribui papéis
 Peso de realizar o sonho dos pais
 Tentativa de corresponder às expectativas
 Importante ter autonomia em relação às
escolhas
INFLUÊNCIAS PARENTAIS

 Se não existir vai se sentir abandonado,


sozinho e ter dificuldades de escolher
 A Escolha responde a um conjunto de
significações transmitidas pela família e
ideais socioculturais
INFLUÊNCIAS PARENTAIS

 Psicanálise: A matriz da escolha está na


família
 Plano contextual e estrutural (Andrade, 1997)
INFLUÊNCIAS PARENTAIS

 Contextual: Recursos oferecidos e


limitações apresentadas
 Estrutural: Família é responsável pela
estruturação da personalidade ocupacional
 O indivíduo filtra estas influências, conforme
suas características
INFLUÊNCIAS PARENTAIS

O jovem pode...
 Identificar-se

 Recusar a identificação
 Parecer impossível toda escolha
INTERFERÊNCIA DOS PAIS

• Sonha com grandes empresas


• Influência ativa
• Cobrança e pressão
• Deseja sucesso ao filho
• Os desejos
• Deixa em dúvida
• Imposição
• Desaprovam por causa do mercado
INTERFERÊNCIA DOS PAIS

 Idealizam
 Faculdade
 Indiferenciação
 Apoio incondicional
 Informam ou influem indiretamente
 Neutros
 Não sofrem influência
INFLUÊNCIAS

 Avós
 Parentes
 Meio social
 Namorado
AUTO-CONCEITO

 Perceber que são capazes de organizar seu


comportamento e obter o rendimento
esperado
 A auto-estima e a auto-eficácia influenciam
 Tentativa de implementar o conceito de si
mesmo
 Quando se estabelece: realização do auto-
conceito
AUTO-CONCEITO VOCACIONAL

 Identificação com adulto significativo


 Êxito no desempenho dos papéis
 Consciência da relação entre as
características que possui
 Atributos
 Satisfação
 Realização no exercício de determinado
conjunto de papéis ocupacionais
AUTO-CONCEITO VOCACIONAL

 Implementação:
Entrada no mundo do trabalho
 Ajustamento vocacional: Estabilidade e
satisfação
IDENTIFICAÇÃO

 Aparece pouco
 Identificação com pessoas que respondam às
suas aspirações mais profundas
 Geralmente se identifica com quem tem
vínculo positivo
 Ritual de passagem
 Se sente sem identidade enquanto não entrar
na universidade
 Se não conseguir: diminuição da auto-estima,
vergonha, infelicidade, desânimo
ESCOLHA MADURA

 Fundamentadas na realidade
 O conflito tem condições de ser administrado
 Revê as escolhas
 Elabora o abandona de outros projetos
ESCOLHA MADURA

 Coincidir gostos com oportunidades


exteriores
 Encaixar interesses e aptidões com a
realidade da carreira
 Iniciativa para explorar o mundo do trabalho
RESSALVAS

 A escolha de uma profissão e a dúvida fazem


parte do processo de desenvolvimento
 O papel do orientador é servir de instrumento
para este desenvolvimento
TÓPICOS DE ENQUADRAMENTO

 Abordagem geral;
 Análise introspectiva e extrospectiva;
 Experiências (ZDP);
 Formação de conceitos pessoais (orientação & vocação).
® Com base nos aspectos abordados, apresente o seu caso.
® apresente cinco ideias suas sobre a orientação vocacional.
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL

 A Orientação

 A Vocação – Escolha Profissional

 A Psicologia Vocacional
A ORIENTAÇÃO: NÃO SE SITUA OBRIGATORIAMENTE NA ESCOLA…

 Atualmente entende-se como uma actividade que se refere a um conjunto de


informações, conselhos e acessoramento no âmbito académico, profissional,
etc. numa perspetiva educativa trata-se de pôr a disposição dos alunos uma
serie de experiências que os ajudem a compreender a si mesmos e ao mundo
que os rodeia, bem como a compreensão e interpretação de processos e
procedimentos destinados a alcançar metas pessoais e escolares.
ABRANGÊNCIA: ABRANGE GERALMENTE TRÊS ÂMBITOS, SENDO QUE OS
TERMOS “ORIENTAÇÃO OU ACONSELHAMENTO”TÊM SIGNIFICADOS DIFERENTES
SEGUNDO O PAÍS, OU ESCOLAS CIENTÍFICAS.

a)Educativo, que se refere à formação académica do individuo e ajuda a criar


habilidades sociais, de trabalho…

b)Pessoal e Social, que versa sobre os aspectos que têm que podem ser de carácter
afectivo (dificuldade familiar, valores, comportamento, etc.) ou de natureza social
(acessoramento em contractos laborais, ajudas financeiras, problemas jurídicos…).
c)Profissional, que trata das expectativas laborais, ajuda a escolher uma função
ocupacional na vida activa, e geralmente facilita a passagem da formação p/ a vida
activa.
ÂMBITO: A OV, BRINDA POSSIBILIDADES, IGUALDADES DE OPORTUNIDADES E ELIMINA
A PRESENÇA DE ELEMENTOS PREJUDICIAIS DERIVADOS DO CONTEXTO ÉTNICO, SEXO,
LÍNGUA OU STATUS SOCIOECONÓMICO. TRATA DE DESENVOLVER UMA OV EFECTIVA
QUE IDENTIFIQUE AS POSSIBILIDADES DOS JOVENS NO ENSINO, FORMAÇÃO E
EMPREGO. ESTES EXPRESSAM-SE NOS SEGUINTES:

1. Centros de formação: Se os programas forem eficazes, e os alunos seguirem os


cursos que respondam as suas necessidades e deste modo reduz-se as taxas de
abandono;

2.O poder público : já que uma boa OV, permite melhor utilização dos recursos
humanos;

3.Empresariais: ajuda a encontrar trabalhadores de acordo aos seus interesses e


aumenta o nível motivacional destes e da empresa;

4.Interacção pessoal: ajuda a encontrar pessoas nos distintos contextos laborais e


educativos e fazer eleições realistas e claras.
DESTINATÁRIOS («CLIENTES »») DA OV: OE, AOS JOVENS, EM CENTROS DOCENTES E AS
VEZES TAMBÉM EM OUTRAS INSTITUIÇÕES. OP, REALIZADA EM DIFERENTES CENTROS
EDUCATIVOS(ESCOLAS, UNIVERSIDADES, CENTROS DE FORMAÇÃO ETC.

MED: (centros educativos)


ONDE E COMO É
QUE SÃO MAPES(INAFOP):organiz
FEITOS OS a-ção do mercado laboral e
agências públicas ou Privadas
SERVIÇOS DE de emprego
ORIENTAÇAO?
A OV TENDE A VÁRIAS TAREFAS, E ESTÃO INTRINSECAMENTE
INTERLIGADAS. ENTRE AS QUE SE PODEM DESTACAR:

Informação
académica

Avaliação Informação
orientação e Professional e
conselho colocação

Defesa dos interesses


seguimento
dos destinatários
A VOCAÇÃO – ESCOLHA PROFISSIONAL

• O que os pais podem fazer para a Orientação Vocacional dos


seus filhos?
1.Orientar é guiar, esse é o papel dos pais e encarregados de educação
que pode ser iniciado a qualquer momento, sem aflições, sem
pressões, sem ansiedade.
2. Orientar não significa escolher pelo seu filho ou escolher para ele.
É estar presente, é motivar, é realçar os aspectos positivos do seu
filho, é apoiar as suas opções, para que este tenha mais condições de
tomar uma decisão ponderada, coerente e reflectida.
O CASO DOS ADOLESCENTES, NOS DIAS DE HOJE

À medida que o adolescente se envolve de forma mais


activa , os pais devem assumir um papel cada vez mais
periférico. Os pais devem deixar claro aos filhos que
aceitam e esperam deles uma decisão individual
quanto à escolha de um curso/profissão. Os filhos
crescem rumo à autonomia e a escolha a que nos
referimos devia ser intransmissível tal como o bilhete
de identidade
Teoria desenvolvimentista de Super

15-24 anos: estádio de exploração – exploração


da representação de si, dos papéis ocupacionais
e do mundo do trabalho

Ensaio de escolhas
Implementação do auto-
ocupacionais através
conceito em termos
da experimentação
vocacionais – cristalização,
de papéis (efectuada
especificação e
de múltiplas formas)
implementação da escolha
Principais tarefas da adolescência:

 estabelecimento de um sentido de identidade pessoal, nomeadamente por

intermédio do desenvolvimento de uma identidade vocacional que fortaleça a


ligação com a comunidade envolvente (em diferentes níveis)
 elaboração de uma narrativa progressiva (orientação para o futuro – extensão,
diferenciação, integração)
 atitudes favoráveis ao planeamento e à exploração, no sentido da resolução com
sucesso das mais importantes tarefas normativas deste período da vida
A QUEM CABE A MISSÃO DA OV?

Os pais devem no entanto encorajar os filhos a efectuarem uma


exploração planeada em vez de esperarem apenas uma tomada de
decisão relativamente ao curso/profissão pretendida. O mais
importante não é o jovem ser capaz de dizer – eu quero ser
veterinário, por exemplo…
O mais importante é o processo em si. A forma como o jovem se

implica e participa, com o objectivo de se descobrir a si mesmo e


construir um projecto para si. Com a sua ajuda, o seu filho vai ser
capaz de efectuar uma exploração planeada e de, por fim, solucionar
da melhor forma a tarefa de escolher uma profissão.
ORIENTAÇÃO VOCACIONAL NA ESCOLA, COMO FAZE-LA?

•Sessões de grupo - O Serviço de Psicologia e Orientação, organizam


sessões de grupo dirigidas aos alunos. Estas sessões, cerca de 10, são
divulgadas no 1º período junto de cada turma e têm carácter
voluntário. Os alunos devem ser incentivados a participar.

•Sessão para pais – Antes do momento das matrículas, o Serviço de


Psicologia e Orientação tem implementado, sessões dirigidas aos
Encarregados de Educação cujos filhos terminaram são finalistas.
CONTINUAÇÃO…

•Painéis de profissionais – Todos os anos, no final de cada trimestre, (interrupção


lectivas para avaliação) o Serviço de Psicologia e Orientação com a colaboração de
outras estruturas educativas da escola, convida diversos profissionais a virem à
escola falar sobre os seus percursos escolares e profissionais. O acesso a estes
painéis é aberto a todos os alunos interessados. Deve-se explicar aos alunos a
importância de participar nesta actividade, e nas aulas os professores devem fazer
perguntas relacionadas com o que ouviram.
• Visitas de Exploração Vocacional – Ao longo do ano lectivo deve-se realizar um
ciclo de visitas (após os contactos com as respectivas entidades) que possibilitem o
contacto directo com as oportunidades de formação e o mundo do trabalho.
TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

2.1- Teorias deterministas do desenvolvimento


social. suas perspectivas.

2.2- A tipologia de Holland

2.3- Os modelos de decisão

2.4- A perspectiva determinista


 O desenvolvimento vocacional tem sido
conceptualizado, ao longo do tempo, a partir de
múltiplas abordagens teóricas, emergindo daí
diversos pontos de vista sobre o problema, com
incidências incontornáveis na delimitação do seu
âmbito, bem como nas estratégias de intervenção
para a promoção do mesmo.
 Assim, assume-se que o desenvolvimento vocacional, se constitui como uma
dimensão integradora do desenvolvimento psicológico global, referenciando-se à
confrontação do indivíduo com as sucessivas tarefas relacionadas com a
elaboração, implementação e reformulação de projectos de vida
multidimensionais, ao longo do ciclo vital, onde estão em jogo a educação, a
formação, a qualificação e a actividade profissional, na articulação com a escolha
de um estilo de vida que comporta a coordenação dos diferentes papéis da
existência: familiar (como filho(a), cônjuge, pai ou mãe), cidadão, consumidor,
membro de grupos de vária ordem, etc... (Campos, 1991)
A PERSPECTIVA NATURALISTA DO DESENVOLVIMENTO
VOCACIONAL E COMPETÊNCIAS

A perspectiva naturalista centra-se no sujeito intrapsíquico,


sublinhando que cada pessoa já nasce predestinada para uma
“vocação” a realizar no mundo. Esta “vocação” encontra-se
oculta em cada um e impõe-se descobri-la mediante o
“exame psicológico” tendo, como principal objectivo, a
“descoberta” do caminho mais adequado para os indivíduos
obterem satisfação e sucesso na sua formação e,
consequentemente, na sua futura profissão (Campos, 1977).
 A perspectiva naturalista articula o inatismo das
características individuais com uma concepção mais
ou menos mágica da descoberta da vocação certa; é
o determinismo biológico do desenvolvimento
vocacional que atribui as diferenças à natureza e não
à história dos indivíduos ou seja, ignorando a
qualidade das experiências de vida a que o indivíduo
está exposto e que influencia as suas escolhas,
cumprindo, frequentemente, a missão de legitimação
das desigualdades sociais existentes (Campos,1991).
PERSPECTIVA RACIONALISTA/ INSTRUTIVA
A partir da década dos anos 70, após uma atenção predominantemente focalizada
nas realidades subjectivas como dimensões privilegiadas do desenvolvimento
vocacional, volta-se, de forma cíclica, a dar importância ao peso das oportunidades
sociais sobre o itinerário vocacional dos indivíduos, devido às transformações
sociais, económicas e políticas verificadas no Ocidente, nomeadamente, a recessão
económica provocada pela crise petrolífera de 1973, criando uma situação
competitiva no mercado do emprego onde as oportunidades começam a escassear, e
colocando em questão o optimismo histórico do pleno emprego do após- guerra.

Assim, os projectos pessoais configuram-se em função da posição social ocupada e


dos grupos sociais de pertença, ou seja, os indivíduos não escolhem, agarram o que
está disponível para o seu nível de qualificação escolar e profissional (Law, 1991).
CONTINUAÇÃO…

• Esta visão racionalista privilegia as estratégias instrutivas para a promoção de


competências, mediante sessões de informação e o treino de grupos de competências,
em situação preferencial de simulação, de “faz de conta” (role-playing).
• As competências a desenvolver são um conjunto de skills específicos (conhecimentos,
capacidades, habilidades, rotinas) que o sujeito tem que mobilizar numa situação profissional
específica para dar resposta a um determinado problema, geralmente não tendo em conta o
conhecimento e a compreensão dos mecanismos subjacentes a essa realização, reduzindo as
competências ao “saber- fazer”.
• As estratégias que decorrem desta perspectiva para além da sua artificialidade, têm um
carácter marcadamente prescritivo e racionalista centrado em conteúdos, onde o protagonismo
do sujeito é negligenciado em função do técnico, a dimensão relacional é minimizada em
função das técnicas, e onde se constata a ausência de uma teoria da auto-organização do
sujeito humano.
Assim, a consequência desta negligência traduz-se na redução das competências à
instrumentalidade conjunto de habilidades discretas, sem ligação uma com as
outras, cujo efeito cumulativo constitui o reportório de capacidades e de
comportamentos, representando a competência pessoal (Coimbra, 1991), da qual se
encontra ausente a mediação das relações interpessoais e as dimensões ecológicas
dos contextos de vida, ingredientes fundamentais para que o sujeito se torne
competente.

 Estes limites, entre outros, podem ser um contributo para explicar o seu relativo
insucesso em termos de transferibilidade e generalização das competências a outros
contextos e outros problemas (Martin,1990).
PERSPECTIVA HISTÓRICA CONSTRUTIVISTA

Dentro do quadro geral histórico/construtivista, o desenvolvimento vocacional processa-se


ao longo da história de vida do indivíduo, através das relações que o sujeito psicológico
estabelece com os segmentos diversificados da realidade, sob forma de encontros,
experiências, contactos, questionamentos e significados, implicando a desconstrução de
projectos anteriores e a reconstrução de novos investimentos.

 Esta reconceptualização do desenvolvimento vocacional vincula-nos a um ponto de vista


desenvolvimental e construtivista do funcionamento psicológico vocacional, porque estes
processos nos remetem para novos pontos de partida e para sucessivas reconstruções da
relação do sujeito com o mundo, implicando reorganizações do sistema pessoal (Campos &
Coimbra, 1991).
CONTINUAÇÃO

Assim, a exploração e o investimento, neste ponto de vista, surgem


como os dois processos psicológicos fundamentais que nos ajudarão
a compreender de forma mais adequada o desenvolvimento
vocacional, porque é mediante a exploração, através da relação que o
sujeito estabelece com os segmentos da realidade física e social pela
procura, questionamento e experienciação, que o sujeito transforma e
reconstrói os seus investimentos vocacionais.
• ESTA FORMA POSSÍVEL DE COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL,
NÃO ÚNICA E CONSENSUAL PORQUE COEXISTE, EM PÉ DE IGUALDADE COM AS
ANTERIORES ENUNCIADAS, NAS PRÁTICAS CORRENTES DE ORIENTAÇÃO NO NOSSO
PAÍS E NO ESPAÇO EUROPEU, PARECE-NOS SER A MAIS ADEQUADA. POR ISSO A
ASSUMIMOS, PELAS SEGUINTES RAZÕES :

a) É a que está mais de acordo com a lógica do funcionamento psicológico, porque considera
que a emoção, a cognição e a acção são elementos do mesmo continuum e que as clivagens
entre eles são artificiais, isto é, racionais e não psicológicas; ou seja, significa que o
conhecimento e a cognição podem ser percebidos, em termos mais latos, como a integração
da emoção e da acção (Coimbra, Campos & Imaginário, 1994);
CONTINUAÇÃO

b) A raiz psicológica desta perspectiva permite uma leitura integradora das várias dimensões
do funcionamento psicológico que intervêm no processo das escolhas, ou seja, a relação que o
sujeito estabelece com o mundo é, simultaneamente, afectiva, cognitiva e indissociável da
acção;

c) É a perspectiva que melhor nos pode facilitar a ultrapassagem da ideia de um único e


grande projecto de vida que tem subjacentes visões lineares, unidireccionais e ascendentes das
trajectórias vocacionais, inadequadas à complexidade do funcionamento individual e social
(Coimbra, 1996);
d) Propõe-nos, em alternativa, uma concepção do desenvolvimento
vocacional, multidimensional, recorrente, eventualmente cíclico, a
nível processual, compatível com a noção de incerteza, na abertura a
múltiplas possibilidades, implicando uma atitude dinâmica de
questionamento e de exploração, no seio da qual vão emergindo
pequenos projectos que se vão reformulando, conduzindo
sucessivamente a outros, num processo constante de construção
pessoal (Coimbra, 1996).
CONCLUINDO…
 Face ao cenário da instabilidade e da escassez face ao
trabalho e ao emprego, devido, entre outras causas, às
transformações tecnológicas, implicando uma
reorganização do tecido empresarial e à globalização e
interdependência das economias, gerando despedimentos
crescente, uma das questões centrais da actualidade, nos
sectores mais emergentes da economia, é identificar o
núcleo duro de novas competências de que o jovem deve
ser portador quando entra no mercado do trabalho.
TRABALHO INDEPENDENTE (GRUPAL)

• A tipologia de Holland
• Os modelos de decisão

• Determinantes da decisão vocacional


-pessoais
-sociais
-familiares
-o sucesso escolar
-perspectivas profissionais
TIPOLOGIA DE HOLLAND

 Elaborada por John Lewis Holland, (1919 - 2008), psicológo americano, Professor Emérito de
Sociologia na Universidade John Hopkins que desenvolveu descrições ocupacionais, baseado na Teoria
das Escolhas Vocacionais.
 A ideia central em sua teoria é que as preferências ocupacionais expressam características de interesse
e de personalidade, influenciando diretamente a escolha de uma vocação.
 Holland sugeriu que as pessoas podem ser categorizadas em 6 tipos principais, porém, este esquema
permite a subdivisão dos perfis em até 720 diferentes padrões, através de combinações de sub-tipos.
 A Tipologia RIASEC:
 A teoria postula que as personalidades e os ambientes de trabalho podem ser basicamente de seis tipos:
 » Realista (R);
 » Pesquisador ou Investigativo (I);
 » Artístico (A);
 » Social (S);
 » Empreendedor (E);
 » Assessoria (ou Convencional, do original em inglês Conventional) (C).
 De acordo com Holland, indivíduos de personalidades semelhantes criam ambientes físicos e
interpessoais característicos que podem ser categorizados através da tipologia acima. Portanto, o
modelo também categoriza os ambientes de trabalho a partir da tipologia RIASEC.
TIPOLOGIA DE HOLLAND - REALISTA:

 » Gosta de atividades concretas e produtivas, que precisem de conceitos técnicos ou


tecnológicos e busquem a solução de problemas.
 » Características pessoais: O perfil realístico gosta de viver em seu mundo,
compreendendo-o através da lógica e de ferramentas teóricas ou tecnológicas. Deste
modo, não é um perfil extremamente sociável ou falante, pois prefere observar a se
expor. Prefere resolver um problema que lhe seja apresentado, chegando a uma
solução concreta a discutir ideias e precisar chegar a consensos. Demonstra certa
aversão a situações ambíguas e carregadas de subjetividade.
 » Possíveis áreas de atuação: engenharias em geral (existem cerca de 35 tipos de
engenharia!), atividades que envolvam ferramentas, mecânica ou elétrica, atividades
ligadas ao campo - por exemplo agronomia ou zootecnia. Se a área de interesse for
medicina, gostará mais das áreas cirúrgicas. Ao fazer administração, o setor
financeiro, tributário ou de controladoria terão sua atenção. Atletas profissionais
possuem muito do perfil realista, devido às suas características quanto a foco,
concentração e determinação para atingir aperfeiçoamentos constantes. Carreiras
militares também possuem alto traço do perfil realista.
TIPOLOGIA DE HOLLAND- PESQUISADOR OU INVESTIGATIVO:

 .
 » A partir de uma área de conhecimento escolhida, este perfil se dedicará por horas a
fio em seu estudo, aprofundamento e análise. Tudo no mundo e à sua volta será
compreendido ou explicado através da argumentação lógica.
 » Características pessoais: desconfortável diante de emoções intensas e conflitos de
interesses pessoais, sua tendência será sempre recolher-se às suas convicções. Suas
preferências por atividades teóricas e autônomas tendem a torná-lo ainda mais
independente com relação a vínculos grupais, e mais centrado em si mesmo e suas
prioridades.
 » Possíveis áreas de atuação: em qualquer profissão é possível ser pesquisador;
geralmente após a graduação será atraído à pós graduação strictu sensu (mestrado e
doutorado), para seguir vida acadêmica. Podemos subdividir o grupo pesquisador em
um mais objetivo (biologia, biomedicina, farmácia, tecnologia, engenharia, medicina,
etc) e outro mais subjetivo (filosofia, sociologia, literatura, psicologia, etc).
 » OBS: Professores fantásticos são 50% Investigativo e 50% Social...
TIPOLOGIA DE HOLLAND- ARTÍSTICO:

 » Criar produtos, encontrar formas de comunicar ideias ou sentimentos,


expressar artisticamente seu modo de compreender tudo o que percebe, sente e
acredita. O potencial de expressão é o propulsor pessoal e profissional do perfil
artístico. Se você compreender o canal de comunicação utilizado pelo artístico,
então compreenderá seu mundo.
 » Características pessoais: aprecia o contato interpessoal quando está seguro de
poder expressar-se livremente - caso contrário, pode apresentar-se mais
retraído. É aberto a estímulos subjetivos e emocionais, sendo capaz de perceber
as reações das pessoas através de empatia. Seu tipo de idealismo: sonha com
um mundo ideal... e deseja mudar-se para lá!
 » Possíveis áreas de atuação: publicidade, design gráfico, design digital,design
de produtos, arquitetura ou design de interiores, música, fotografia, audiovisual,
cinema, artes visuais, artes plásticas, teatro, literatura. Muitas pessoas de perfil
artístico pensam em jornalismo, mas precisam pesquisar exatamente as funções
desta profissão para diferenciar o que projeta e o que encontrará enquanto
potencial de criatividade. Qualquer profissão que necessite de criação de
imagens, ou comunicação de ideias são potenciais para o perfil artístico.
TIPOLOGIA DE HOLLAND- SOCIAL

 » Sua palavra chave: RELACIONAR-SE. Atividades onde possa informar,


orientar, auxiliar, tratar ou ajudar terapeuticamente são suas principais escolhas.
Interessa-se pelos vínculos humanos e manifesta sensibilidade e
responsabilidade na busca por desenvolvimento individual, grupal,
institucional, social e ético.
 » Possui um estilo de liderança pela credibilidade, dedicação e lealdade.
 » Características pessoais: Gosta de sentir-se aceito e respeitado em suas
atividades, conquistar seu espaço pelas suas atitudes coerentes com seus valores
pessoais, sociais e éticos. Seu tipo de idealismo: sonha com um mundo ideal... e
começa a atuar imediatamente para que nosso mundo se torne o que sonhou.
 » Possíveis áreas de atuação: psicologia, fisioterapia, enfermagem, serviço
social. Se fizer medicina, preferirá as áreas clínicas às cirúrgicas. Se fizer
administração, gostará da gestão de pessoas e Recursos Humanos (seleção e
treinamento de pessoal).
 » OBS: Professores fantásticos são 50% Investigativo e 50% Social...
TIPOLOGIA DE HOLLAND - EMPREENDEDOR

 » Empreender significa literalmente "tomar a responsabilidade para


si, assumir com as próprias mãos". Este perfil demonstra grande
apetite por desafios e não gosta de atividades excessivamente
rotineiras. O novo ou inusitado o atraem. Demonstra habilidades
verbais para a persuasão, negociação e decisão.
 » Características pessoais: Expansivo, apresenta iniciativa e
competitividade. Aprecia a aquisição de poder, status e bens
materiais. Precisa trabalhar seu excesso de energia para exercer uma
liderança positiva, senão tende a adotar um estilo autoritário.
 » Possíveis áreas de atuação: marketing, atividades comerciais em
geral, advocacia, carreira política, se fizer administração gostará da
gestão executiva e área comercial.
TIPOLOGIA DE HOLLAND- ASSESSORIA

 Assessoria ou Convencional:
 » Planejamento, organização e busca máxima de eficiência nas mínimas
tarefas. Gosta de atuar em seus projetos para atingir suas metas - grande
característica de atuação deste perfil. Parece adequado a ele o protocolo de
gestão PDCA: Plain / Do / Check / Act.
 » Características pessoais: evita atividades de risco e gosta de ser
reconhecido em sua competência. Leal, estável em suas opiniões e
emoções, gera alta credibilidade em sua vida pessoal e profissional - esta é
a fonte de seu estilo de liderança. Identifica-se com tudo que outorgue
status e poder, apresentando habilidades técnicas em negociações - e não o
caráter persuasivo do empreendedor.
 » Possíveis áreas de atuação: auditoria, contabilidade, administração,
atividades diversas que envolvam gestão e organização ou área comercial,
dentre outras.
A CONCEPÇÃO OPERATÓRIA DO
DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL
 O desenvolvimento das capacidades cognitivas

 As aptidões pessoais

 O sistema social
A PERSPECTIVA SÓCIO-COGNITIVA (BANDURA, 1977, 2007) PRIVILEGIA
O MUNDO INTENCIONAL E A RESPONSABILIDADE PESSOAL, PARA
AGIR E MUDAR.

A essência do funcionamento psicológico baseia-se


no processo auto-regulatório, da pessoa em situação,
num constante fluir de aprendizagem, de acordo
com o princípio de que existe uma relação triádica
entre a pessoa, a situação e o comportamento.
 A pessoa é encarada como proactiva e auto-

regulatória, no sentido de que as acções são


orientadas pelos objectivos pessoais.
O SUJEITO É REFLEXIVO, INTENCIONAL E AVALIADOR DE SI PRÓPRIO, E A PERCEPÇÃO DO
MUNDO PESSOAL E DO MUNDO SOCIAL ESTÁ ENRAIZADA EM CRENÇAS, CONSTRUÍDAS E
CRISTALIZADAS A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS, DAS EMOÇÕES, DA APRENDIZAGEM POR
MODELAGEM E DA PERSUASÃO VERBAL (BANDURA, 1977).

 Lent e cols (1994), atendendo às especificidades do comportamento vocacional.


Os autores, propõem modelos que explicam três dos processos mais relevantes da
Psicologia da Orientação, como são o desenvolvimento dos interesses, as escolhas e
o desempenho.
 Um primeiro grupo as variáveis de natureza pessoal (e.g., sexo, raça, saúde) e

situacional (e.g., família, escola, cultura). Estas variáveis apenas adquirem


significado na relação bidireccional entre a pessoa e o contexto.
 Num segundo grupo, contam-se as fontes de auto-eficácia, em que se incluem as

experiências de mestria, as experiências vicariantes, a persuasão social e os estados


emocionais, sendo que este grupo actua directamente nas expectativas de eficácia e
nas expectativas dos resultados. Estas últimas dimensões vão influenciar a
representação das potencialidades e circunscrever os interesses e os objectivos.
ACTUALMENTE, O CONCEITO PRÉVIO, PERMANENTE E FUNDAMENTAL AO LONGO DA NOSSA VIDA É O
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO POIS ESTAMOS SEMPRE A APRENDER E, CONSEQUENTEMENTE, A
DESENVOLVERMO-NOS: DESENVOLVEMOS CAPACIDADES, COMPETÊNCIAS, GOSTOS, INTERESSES,
CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE, HÁBITOS, MÉTODOS DE TRABALHO E DE ORGANIZAÇÃO,
PROJECTOS, ESTRATÉGIAS DE ACÇÃO E DE RELAÇÃO COM OS OUTROS, GANHAMOS EXPERIÊNCIA DE
VIDA.

 Se olharmos este desenvolvimento do ponto de vista vocacional chamamos-lhe


desenvolvimento vocacional. E como a área e o papel profissional continua, em geral, a
ser a área mais saliente da nossa vida adulta convém fazer uma preparação adequada da
mesma, preparação que se consubstancia na resposta às seguintes questões:

O que queremos ser em termos profissionais?


Até onde poderemos chegar?
De que recursos e apoios dispomos?
Que esforço estamos dispostos a fazer?

 Surge então a necessidade de desenvolver as nossas capacidades cognitivas, para


cumprirmos com todos estes propósitos. Como?
A COMBINAÇÃO DE CAPACIDADES, INTERESSES, COMPETÊNCIAS E OUTROS
RECURSOS DISPONÍVEIS, EM CONJUGAÇÃO COM AS OPORTUNIDADES DO MEIO,
LEVA-NOS A FORMULAR HIPÓTESES DE CURSOS, DE PROFISSÕES, DE
EMPREGOS, DE PERCURSOS PROFISSIONAIS, DE PROJECTOS DE VIDA.

Tarefas

1. Faça uma reflexão sobre os seus valores, sobre aquilo que considera
mais importante na vida. Exs: dinheiro, solidariedade, justiça,
liberdade, honestidade, prestígio social, vida familiar, aventura,
saber/conhecimento, paz, amizade.

2. Procure relacionar os valores mais importantes para si com hipóteses


de cursos e profissões onde possa perseguir esses valores.

3. Tenha em conta que, em qualquer actividade profissional é possível


perseguir diferentes valores!    
AS APTIDÕES PESSOAIS, RELAÇÕES INTERPESSOAIS E SUAS FORMAS DE INTERVENÇÃO PASSAM NECESSÁRIAMENTE PELA ANÁLISE DA REALIDADE HOLÍSTICA DO SER HUMANO, SE O QUISERMOS ENTENDER DENTRO DA CONCEPÇÃO OPERATÓRIA DO DESENVOLVIMENTO
VOCACIONAL

O COMPORTAMENTO DO SER

HUMANO AGREGA UM COMPLEXO


DE SITUAÇÕES ABSTRATAS
ORIUNDAS DO PRÓPRIO SER, EM
AQUISIÇÕES PASSADAS E
PRESENTES E DA INTERAÇÃO DO
SER COM O MEIO.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
As relações interpessoais desenvolvem-se em decorrência do
processo de interação.

Não há processos unilaterais na interação humana: tudo que acontece no


relacionamento interpessoal decorre de duas fontes: EU e OUTRO ( S).

 O relacionamento interpessoal pode tornar-se e manter-se harmonioso e


prazeroso, permitindo trabalho cooperativo, em equipe, com integração de
esforços, conjugando as energias, conhecimentos e experiências para um produto
maior que a soma, ou seja a sinergia.

 Ou então tende a tornar-se muito tenso,conflitivo,levando à desintegração de


esforços e final dissolução do grupo.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Teremos, então:

Empatia
( Sensitividade
Social )

Relações Repertório
Interpessoais de Condutas

Flexibilidade de
Comportamento
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
PARA DESENVOLVER A SENSITIVIDADE SOCIAL E A
FLEXIBILIDADE DE COMPORTAMENTO PRECISAMOS:

• Melhor conhecimento de si próprio e de outros tipos


comportamento e atividade, em razão de conflitos
interiores que não conseguimos resolver.

• Melhor compreensão dos outros, interpretando-os


pelo que eles são e não pelo que desejaríamos que
eles fossem.

• Melhor convivência em grupo, pela percepção dos


vários comportamentos em grupo, seu
funcionamento e a interação dos indivíduos.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
O Desenvolvimento de aptidões para um relacionamento com
mais eficiência com os outros nos leva a trabalhar:

Como ouvir Como


dialogar
Como avaliar
Como informar

Como disciplinar
Como elogiar
RELAÇÕES INTERPESSOAIS

O conflito

• A partir de divergências de percepção e idéias, as


pessoas se colocam em posições antagônicas,
caracterizando uma situação conflitiva.

• Os conflitos interpessoais se encontram nas


relações de indivíduo com o grupo, dos indivíduos
entre si, do grupo com outro, do dirigente com o
grupo, do indivíduo com o líder.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Forma de lidar com o conflito

Diagnose do conflito levando-se em conta:

Natureza do conflito
Razões subjacentes

Grau de extensão

Intensidade ou importância quanto as conseqüências

Contexto grupal ou organizacional

Motivação dos oponentes


O conflito
Pode ter conseqüências funcionais e
disfuncionais dependendo da sua intensidade,
estágio de evolução, contexto e forma como é
tratado.

Previne a estagnação decorrente do equilíbrio


constante de concordância.

Estimula o interesse e curiosidade pelo desafio da


oposição.

Descobre os problemas e demanda sua resolução


funciona, verdadeiramente, como a raiz de
mudanças pessoais, grupais e sociais
Age Certo

H
Razão
Contexto
Dotado Social
de
O Emoção
ou
Reage
ou
Errado

M
E COMO SER, É UM UNIVERSO EM SI MESMO

M
Precisa CONHERCER-SE

Porque é ESTIMULADO

e tem PERCEPÇÃO DO OUTRO

deve levar em conta a RELATIVIDADE DAS COISAS

Porque precisa ANALISAR

Para DECIDIR e no processo decisório

Deve EQUILIBRAR RAZÃO + EMOÇÃO


Clima Social
Cabe ao dirigente de um grupo criar clima,
de calma, confiança, cooperação e
compreensão mútua

Forças que Forças que


Impulsionam Restringem
• Empatia + Vaidade
• Motivação + Apatia
• Iniciativa + Dependência
• Competência +Timidez
• Apoio + Manipulação
RELAÇÕES INTERPESSOAIS

 É um objetivo primário da comunicação


franca, direta e honesta de uma equipe.
 A única maneira de solucionar uma problema
é enfrentá-lo – não brigando, nem ignorando-
os com apatia, nem evitando através do
pensamento de grupo.
Tipos de Comunicação:

Linguagem Verbal:
- oral: fala
- escrita: letras e símbolos
Linguagem Não-verbal:
- comunicação visual: olhar
- movimentos corporais: postura
- expressões faciais: fisionomia

“Os gestos e os movimentos expõem os


sentimentos ocultos”.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS

 Busque idéias;
 Debata propostas;
 Não combata pessoas;
 Evite questões pessoais;
 Leve em consideração apenas as idéias e
as informações, jamais os aspectos
pessoais de quem as expõe.
A importância do tipo de liderança no
Relacionamento Pessoal !

Tipo de liderança: autocrática ou


Democrática.

Os líderes de hoje, terão que ter


capacidade de adaptações rápidas, e
de promover mudanças em contraste
com a administração tradicional.
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

Para que a comunicação interpessoal seja


satisfatória, um elemento de extrema
importância é a empatia.

Muitos fatores dificultam a empatia entre o


emissor e o receptor entre elas:
Julgar os outro a partir dos nossos valores;
Postura hostil;
 Diferenças pessoais.
O QUE FAZER:

Formular perguntas;
Escutar atenta e ativamente o outro, mas
lembrando-se de que escutar é mais que
ouvir;
Demonstrar respeito e aceitação;
Tentar estabelecer empatia com seu
interlocutor;
Fazer comentários descritivos e não
avaliativos.
A Importância do feedback
nas relações interpessoais

Feedback é um processo de ajuda


para mudança de comportamento, é
comunicar a uma pessoa ou grupo, no
sentido de fornecer-lhes informações
sobre como sua atuação está afetando
outras pessoas
O FEEDBACK PRECISA SER:

Descritivo ao invés de avaliativo;


Especifico ao invés de geral;
Solicitado ao invés de imposto;
Oportuno;
 Claro para assegurar comunicação precisa.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS

“ Quando conseguimos obter acordos,


podemos ter certeza que estamos
melhorando nossa capacidade de
relacionamento humano e principalmente
fortalecendo o nosso processo de
negociação”.
Elementos chave no sistema social
 Territórios – integração de municípios,
comunas;
 Recursos & Potencialidades Locais;
 Comunidades & Vocações;
 Protagonismo & Governanção;
 Representação & Ambiente Competitivo;
 Sectores económicos & Pequenos negócios;
 Oportunidades & inclusão económica;
Factores
Factores que
que concorrem
concorrem
 Crescimento com Inclusão social; para
para oo desenvolvimento
desenvolvimento
vocacional
vocacional na
na
 Parcerias & Integração; perspectiva
perspectiva do
do sistema
sistema
social
social em
em OV
OV
 Convergência das políticas
 Sustentabilidade;
PROGRAMAS DE ACTIVAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL
 A análise e o diagnóstico

 Tarefas da cristalização

 A especificação

 A realização
A ANÁLISE E O DIAGNÓSTICO

A análise :consiste em produzir informação, recolhida a partir


de técnicas objectivas e subjectivas, sobre atitudes, os
interesses, o estatuto familiar, a natureza da história escolar e
das capacidades da pessoa.

 O diagnostico: consiste em descrever as características e


problemas da pessoa, comparando o perfil do individuo com o
perfil das oportunidades educativas e do mercado do trabalho,
e identificar as causas dos seus problemas.
TAXIONOMIA DE DIAGNÓSTICO VOCACIONAL: CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DE PROBLEMAS
CATEGORIAS E SUB CATEGORIAS DE DIAGNÓSTICO

 1. PROBLEMAS DE TOMADA DE DECISÃO


 .1.1 Iniciar
 1.1.1 Falta de consciência da necessidade de decidir
 1.1.2 Falta de conhecimento do processo de tomada de decisão
 1.1.3 Evita assumir responsabilidade pela decisão
 1.2 Informação
 1.2.1 Informação inadequada, contraditória e/ou insuficiente
 1.2.2 Demasiada informação/confusão
 1.2.3 Não sabe como procurar informação
 1.2.4 Não aceita informação discordante
•1.3 Identificar, avaliar e comprometer-se com opções
•1.3.1 Indecisão devido a várias opções prováveis
•1.3.2 Não identifica opções devido a limitações pessoais

•1.3.3 Indecisão por medo


•1.3.4 Irrealismo
•1.3.5 Experiência de conflito por factores externos

•1.3.6 Incapacidade para avaliar opções


•1.4 Formular planos para a concretização de decisões
•1.4.1 Desconhece o processo de planeamento vocacional

•1.4.2 Não tem desenvolvido, ou não aplica a perspectiva temporal no


planeamento
•1.4.3 Não quer ou não sabe adquirir informações para formular um
plano
•2. PROBLEMAS NA CONCRETIZAÇÃO DE PROJECTOS
VOCACIONAIS
•2.1 Factores pessoais
•2.1.1 Não consegue dar os passos para pôr o plano em prática
•2.1.2 Não é bem sucedido/a nas etapas que levam aos objectivos
•2.1.3 Mudanças adversas nas condições físicas e emocionais
•2.2 Factores externos
•2.2.1 Situação económica, social, cultural, desfavorável
•2.2.2 Condições desfavoráveis da organização/instituição onde quer
concretizar planos
•2.2.3 Condições adversas ou em mudança na família
3. PROBLEMAS DE REALIZAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO/INSTITUIÇÃO
 3.1 Deficiência de competências, capacidades e conhecimentos
essenciais à realização aceitável
 3.1.1 Competências, capacidades ou conhecimentos essenciais

deficientes
 3.1.2 Deterioração de competências, capacidades e/ou conhecimentos

essenciais
 3.1.3 Dificuldades na modificação ou actualização de competências,

capacidades ou de conhecimentos
 3.2 Factores pessoais
 3.2.1 Incongruência entre as características de personalidade e as do

ambiente
 3.2.2 Perturbações emocionais ou físicas
 3.2.3 Circunstâncias externas ao trabalho e à pessoa adversas
 3.2.4 Conflitos interpessoais no ambiente de trabalho que interferem

com a realização
  3.3 Condições da organização/instituição
 3.3.1 Requisitos do ambiente de trabalho ambíguos ou inapropriados
 3.3.2 Deficiências na estrutura operacional do contexto de trabalho
 3.3.3 Falta de apoios, recursos, infra-estruturas
 3.3.4 Sistema de reforços/compensação inapropriado
 4. PROBLEMAS DE ADAPTAÇÃO AOS CONTEXTOS
 4.1 Na inserção
 4.1.1 Desconhecimento das regras e procedimentos próprios do
contexto de trabalho
 4.1.2 Não aceita nem adere às regras nem aos procedimentos do
contexto de trabalho
 4.1.3 Incapacidade para assimilar muita informação
 4.1.4 Desconforto na nova localização geográfica
 4.1.5 Incongruência entre expectativas pessoais e a realidade do
ambiente
• 4.2 Às mudanças ao longo do tempo
• 4.2.1 Incongruência entre pessoa-meio devido a mudanças na pessoa
• 4.2.2 Incongruência entre pessoa-meio devido a mudanças na
organização
• 4.3 Às relações interpessoais
• 4.3.1 Conflitos interpessoais por diferenças de opinião, estilo, valores,
entre outros
• 4.3.2 Ocorrência de abuso verbal ou físico ou assédio
• 5. OUTROS

FONTE DE CONSULTA:
From A diagnostic Taxonomy of adult career problems, by Campbell, R.E. & Cellini, J.V.,1981,
Journal of Vocational Behavior, 19, 179-190.
TAREFAS DA CRISTALIZAÇÃO

 Debate…
 A natureza educativa da orientação remete para a convergência dos

objectivos que visam o desenvolvimento das potencialidades individuais


e o desenvolvimento social da comunidade (Guichard & Huteau, 2001).
 No prosseguimento destas finalidades, a intervenção educativa da

orientação distingue-se por adoptar estratégias holísticas e integradoras,


que articulam a aprendizagem formal e informal com a construção dos
projectos de vida e de carreira, e abrangem todos os grupos, no respeito
pela sua autonomia e especificidade cultural.
 Entretanto a cristalização passa pela moldagem do individuo e a

solidificação dos aspectos inerentes a ele e sociedade no desempenho


profissional.
A ESPECIFICAÇÃO E A REALIZAÇÃO (CONTINUAÇÃO)

 A Activação do Desenvolvimento Vocacional e


Pessoal é uma metodologia psicopedagógica
concebida par ser utilizada com grupos, que foi
conceptualizada no Quebec no princípio dos anos
70 por Denis PELLETIER, Charles BUJOLD e
Gilles NOISEUX. 
OBJECTIVO DA ADVP

 A ADVP tem por objectivo o desenvolvimento da pessoa, isto é


procura activar a construção de si e ampliar todas as relações entre
a pessoa e o seu meio envolvente. 
 Para favorecer o desenvolvimento da pessoa, ela utiliza um espaço
de desenvolvimento particularmente importante para cada pessoa
assim como para a sociedade: O Projecto Profissional e Pessoal.
 O Projecto não é um simples objectivo a prever e depois a atingir,
nem o suporte à aprendizagem cognitiva das competências
necessárias ao acto de escolher. É o local simbólico de
crescimento pessoal que melhor permite a cada “utente”
desenvolver a sua própria personalidade e a sua relação com o
mundo. 
1. EM PRIMEIRO LUGAR, UMA CONCEPÇÃO
OPERATÓRIA DA ESCOLHA VOCACIONAL. 
 A ADVP apoia-se sobre uma série de trabalhos que
demonstram que a elaboração da escolha vocacional (isto
é, da escolha profissional dado que implica as
expectativas e os valores da pessoa) passa por várias
etapas. As etapas utilizadas pela ADVP são  Exploração,
onde se trata de descobrir, a Cristalização, onde se trata
de compreender, a Especificação, onde se hierarquiza e
se escolhe e a Realização, onde é necessário agir. Cada
etapa possui competências cognitivas e afectivas
distintas e estas competências podem-se desenvolver. 
Para desenvolver estas competências, a ADVP propõe uma grande
variedade de experiências vivências de carácter psicopedagógico que
exploram três grandes campos temáticos: o Eu (personalidade,
história pessoal, etc), o Mundo das Actividades Humanas (relação
entre a pessoa e o trabalho, funcionamento da sociedade dos homens,
profissão, etc.) e o Meio Envolvente (família, pares, micro-culturas,
etc.). Acrescenta-se aí a escola.

2. Em segundo lugar, uma concepção centrada na pessoa. 


A pedagogia utilizada pela ADVP tem duas grandes características: é
experiencial, isto é, apoia-se sobre o facto de fazer vivenciar aos
“utentes” experiências reais e não simples exercícios de aplicação.
Está centrada sobre as pessoas do grupo. Na ADVP, não há
transmissão de conceitos e a descoberta de noções gerais é
secundária. Esta pedagogia é assim nitidamente de orientação
rogeriana, embora estando fortemente estruturada no seu desenrolar. 
Esta estruturação pode-se caracterizar por um encadeamento Objectivos
Experiência Exploração da Experiência, a Exploração decompõe-se
em Expressão do Vivido, Tratamento Cognitivo e Integração Psicológico. 
Para o formador, o centrar sobre a pessoa de cada “utente” corresponde a por em
prática / à elaboração de Progressões evolutivas(contrariamente aos programas
definidos antecipadamente), a uma adaptação das “experiências vivenciais” a cada
grupo e a cada momento e a uma animação respeitando as três competências
centrais definidas por Carl ROGERS: Empatia, Respeito, Autenticidade. 

Por fim, um sistema de valores humanistas. 

A ADVP é de facto uma metodologia que é transparente ao nível dos seus


pressupostos filosóficos. Estes articulam-se em redor dos contributos do
Existencialismo, particularmente no que diz respeito à tomada de consciência e
a liberdade de que cada um dispõe, independentemente dos determinismos que
possam pesar sobre ele. Assim como sobre uma concepção do mundo das
actividades humanas como um espaço dinâmico e interactivo no qual o indivíduo
tem uma margem de acção real, seguindo aqui as concepções de Geneviève
LATREILLE acerca das profissões. 
UM PERCURSO DE FORMAÇÃO PROGRESSIVO, QUE SE
COMPÕE DAS SEGUINTES ETAPAS: 

 A Exploração, onde se trata de descobrir; 


 A Cristalização, onde se trata de compreender; 
 A Especificação, onde se trata de hierarquizar e
escolher;
 A Realização, onde é preciso agir)que se
seguem progressivamente. A ADVP parte das
primeiras questões que a pessoa se coloca a ela
mesma, para ir até ao plano de acção da sua
escolha pessoal e profissional. 
Trabalho em grupos

Faça uma analíse comparativa dos Modelos de consulta


psicologica de orientação vocacional:

1. Modelo de Yost & Corbishley (1987)

2. Modelo do prcessamento cognitivo de Peterson et al. (1991)

3. Modelo desenvolvimentista relacional de Taveira (2001)

4. Modelo sócio-cognitivo interativo de Chartrand (1996)

5. Modelo psicoeducacional baseado baseado em programas.


MODELOS E ATITUDES NA ORIENTAÇÃO

 A descoberta do sistema em que se insere

 A construção do projecto de existência (o aluno, o

professor e a família)

 A avaliação integrada na aprendizagem

 A entrevista de orientação vocacional


 A orientação profissional faculta uma escolha profissional que
esteja, em sintonia com o conhecimento de si mesmo e da
realidade do mercado de trabalho em que se insere, uma escolha
reflectida e discutida que envolve angústias, dificuldades,
concessões e também alegrias, no sentido de a pessoa se assumir
como responsável por si.
 Ela actua em todos os níveis e, seu objectivo inclui um projecto
para a vida. Nesse sentido, Jenschke (2002) defende uma
orientação profissional que "prepare as pessoas para enfrentarem
as permanentes transformações sociais e as situações da vida do
indivíduo".

 Segundo Saviani (1986), diante da necessidade da inclusão social


no que se refere à educação como prioridade para permitir o
crescimento do país e também suprir a necessidade do mercado de
trabalho houve uma separação de educação e cidadania, a fim de
que a educação ajustasse os indivíduos ao mercado de trabalho e a
acessibilidade da educação a todos.
Muitas vezes o jovem pensa não ter dúvidas sobre qual profissão
deve buscar, por não ter averiguado todas as possibilidades e por
ter uma relação fantasiosa com a profissão almejada. A orientação
profissional é uma medida preventiva que objectiva auxiliar o
jovem no processo de maturação em relação à escolha, orientando-
o para qual caminho deve seguir, levando-se em consideração seus
aspectos pessoais, familiares e sociais configurando a vontade de
querer todas as possibilidades, porém, escolher significa dar
preferência a uma delas perdendo-se todas as outras, as demais
alternativas que a princípio são igualmente atraentes, mas escolher
uma delas significa não ter acesso as outras não é somente quem
tem dúvidas sobre a profissão que deve buscar auxílio mas toda
pessoa em situação de escolha (LUCCHIARI, 1993).

INDECISO ?
CONTRADITÓRIO ?
? ALTERNATIVAS ?
DEPENDÊNCIA ???
 Com a evolução da sociedade, o surgimento de novas
oportunidades profissionais e o avanço tecnológico, novas opções
despontam no mercado e a escolha profissional feita na
adolescência poderá ser reformulada ou reforçada. O indivíduo
pode adiar por vários anos sua verdadeira realização profissional e
só concrectizá-la depois de se reformar.

 De acordo com Levenfus (2002):o auto conceito influi na escolha


da profissão; sua formação se inicia com o desenvolvimento da
identidade e coincide com o momento dessa escolha, vai evoluindo
conforme o adolescente psicossocialmente explora, se identifica,
sofre influências e desempenha papéis.

 Segundo Bohoslavsky (1977, p. 32) “a escolha não é um momento


estático no desenvolvimento de uma pessoa. Ao contrário, é um
comportamento que se inclui num processo contínuo de mudança
da personalidade”.
Escolher faz parte de nossas vidas, sempre estamos em situação de
escolha, ela não ocorre em determinada época e depois nunca mais,
por isso a importância de se compreender o que é e como fazer
escolhas, pois, “a possibilidade do decidir está estritamente ligada à
possibilidade de suportar a ambiguidade, de resolver conflitos, de
postergar ou graduar a acção, de tolerar a frustração”.
 Referente ao autoconhecimento Lucchiari(2002, p. 29)
escreveu: O facto de decidirem-se com mais conhecimento de si
mesmo e do mundo do trabalho traz uma motivação e um interesse
muito maior pela actividade a ser desenvolvida. Em geral esse
tempo gasto para pensar e reflectir proporciona um
amadurecimento maior no jovem em relação a si mesmo e à
escolha realizada.

 É fundamental que o jovem venha sendo preparado, no decorrer


de sua vida académica, para o momento de escolha, assim quando
chegar a hora ele sentir-se-á com mais estrutura emocional para as
consequências que derivarão desta escolha, prosseguindo ou
retomando novos caminhos.
De-Farias e Ribeiro(2007, p. 98) abordam a influência familiar da seguinte
Forma: A criança, ao longo do seu desenvolvimento, precisa aprender com o apoio
de seus familiares e educadores a assumir suas responsabilidades e escolhas. Ao
ser incentivada e apoiada em suas decisões a criança aprende a emitir
comportamentos adequados em seu meio social e de forma segura, sendo então
reconhecida(consequências positivas). Se a criança não aprende a enfrentar
situações
situações de
de stress
stress ou
ou de
de qualquer
qualquer outro
outro tipo
tipo de
de dificuldade
dificuldade com
com oo apoio
apoio ee carinho
carinho
de seus familiares, haverá uma grande probabilidade dela aprender a emitir
comportamentos de fuga e esquiva ou agressivos, conforme a sua história de
reforçamento.
 Sobre a formação da identidade familiar Lucchiari(2002, p. 31)
relata: As profissões dos pais influem de forma decisiva na maneira
como o jovem representa o mundo do trabalho. A formação da
identidade profissional está relacionada com a sua percepção da
satisfação ou insatisfação do seu pai no seu trabalho.

 Os pais e/ou responsáveis pelo jovem devem tomar muito cuidado


ao expor suas experiências profissionais pois elas poderão fazer a
diferença na escolha deste jovem, tanto para a realização quanto
para a desilusão.
A FAMÍLIA NO MOMENTO DE ESCOLHA
A família como primeira instituição que faz da criança um sujeito
que tem uma história mas que também constrói uma nova história
precisa irmanar-se na tarefa de ajudar as crianças a se tornarem
cidadãos.

É na família que a criança forma os conceitos de si própria, do


mundo e do lugar que ocupa no mundo. O relacionamento familiar
permitirá ou não, um auto-conceito favorável, além de um
julgamento pessoal que o indivíduo assume perante si próprio. Este
auto-conceito influirá directamente em suas escolhas.
De acordo com Lucchiari (2002, p. 53): A família é a célula social
responsável pela transmissão da ideologia dominante, dos valores morais,
dos pensamentos e da cultura, o elo intermediário entre o social e o
indivíduo e, o jovem é o resultado dessa relação da família com a sociedade.
Os familiares precisam ter ciência de que são transmissores de
valores, atitudes e informações profissionais e que exercem
influência contínua durante a adolescência.
A escolha consciente por parte dos jovens de sua futura profissão
pode ser um dos caminhos para se alcançar uma maior relação
da escola com a realidade. À medida que um maior número de
pessoas ingressar na universidade, conscientes do seu
compromisso social, poderá reivindicar mudanças, alterações
curriculares e estruturais da universidade, tentando aproximá-la
mais da realidade (LUCCHIARI, 2002, p. 58-59).

Figura 3. Modelo de saliência do papel do WIS.


• Para que o jovem não se sinta impotente quanto ao seu futuro,
imaginando-se incapaz de realizar algum trabalho profissional quando
conclui seu Ensino Médio, Profissionalizante ou mesmo a Universidade é
necessário que haja uma integração entre a sociedade e os sectores de
produção. Mas isso não é nada fácil, pois os professores que actuam nestes
níveis são frutos deste mesmo sistema de ensino desactualizado e
ultrapassado.
• Para que o jovem realize sua escolha com tranquilidade é necessário que
esteja preparado psicologicamente e que os factores externos (família,
escola, sociedade) o auxiliem, oferecendo-lhe as condições de que precisa
para este momento de expectativas e de tensão emocional.

Figura 4. Modelo da saliência de papel na LRSS


 Sabemos que a adolescência encerra importantes questões com as quais a
pessoa é desafiada e que dizem respeito à passagem de um mundo infantil
para o mundo das responsabilidades e da identidade adulta. Ninguém “pára
de crescer” com o fim da adolescência, mesmo sendo um período difícil de
precisar quanto a seus limites exactos. Todos aprendemos e nos modificamos
até o fim da vida. Em nossa cultura, nem sempre, para nós, é clara a
passagem para o mundo adulto.

 Nossa sociedade contemporânea, ocidental, exige mais do individuo no


que se refere a colocar-se enquanto sujeito adulto. Neste outro sentido é
que se torna relevante o processo de Orientação Profissional.

 Por isso, um processo de Orientação Profissional que facilite uma escolha


consciente e bem formulada consiste em um primeiro passo à realização
profissional. É, portanto, um instrumento que actua no sentido de
programação da saúde humana, agindo profilaticamente.

 Uma pessoa satisfeita com seu trabalho, em uma ocupação associada a


sua personalidade e a seus anseios, é alguém que tende à realização e a
uma capacidade produtiva maior.
• Nenhuma escolha é definitiva, pois situações novas sempre se
apresentarão, exigindo posicionamento, escolha e acção. A escola pode
“facilitar esta escolha”,ou seja, participar auxiliando a pensar, coordenando
o processo para que as dificuldades de cada um possam ser formuladas e
trabalhadas levando o jovem a descobrir quais caminhos pode seguir e
que cada escolha feita faz parte de um projecto de vida que vai se
realizando. “Nossa vida se define pelo futuro que queremos alcançar”.
(LUCCHIARI, 1993)

• Espera-se que a escola continue com a educação iniciada na família, pois


esta realiza melhor função quando pode ampliar e aprofundar a educação
já iniciada na família. E, mais tarde, pela sua produção individual, sua
escolha e actuação profissional, já adulto, dará sua devolutiva à vida, com
sua integração e participação na comunidade.
Para se melhorar o Modelo e atitudes na orientação, deve–se consciencializar os
jovens de que o momento de escolha é um processo de aprendizagem a ser
levado para outros momentos e que tem muito a contribuir na formação
pessoal, no reconhecimento de si enquanto sujeito de escolha capaz de
visualizar as possibilidades que a sociedade lhe oferece quanto a escolha
profissional, além de ser um espaço para auto-conhecimento, apoio e busca
de posicionamento crítico do sujeito frente ao processo de ingresso no
mundo profissional, facilitando ainda a troca de experiências entre os
envolvidos.
Para se orientar o jovem a uma escolha profissional faz-se
necessário que seja trabalhado questões como: O que é escolher?
Quais aspectos estão envolvidos em uma escolha?
Quais são os elementos sociais, económicos, subjectivos que interferem na
escolha?
O que significa escolher uma profissão?
Quem sou eu?
Como eu escolho?
Quais são meus talentos?
Quais são minhas dificuldades?
Como me localizo em relação às minhas escolhas?
Como posso escolher melhor?
Como minha postura diante das alternativas pode definir uma escolha
consciente? Como me responsabilizo por minhas escolhas?
Sou responsável por minhas escolhas e por meu futuro! O processo de
escolha é continuo!
A entrevista de orientação vocacional

O que é a Orientação Vocacional?


A Psicologia de Orientação Vocacional tem como objectivo
principal, apoiar as pessoas a conhecerem as suas capacidades e
competências, os seus interesses, necessidades e expectativas,
para melhor poderem construir o seu projecto de vida, não
apenas em termos de carreira (escola; profissão), mas sempre
que for necessário. Com este objectivo, são realizadas várias
actividades das quais podemos destacar: Análise de si próprio
através da realização de questionários de interesses e valores
profissionais; Avaliação da maturidade vocacional; Análise dos
mitos vocacionais; Exploração das ofertas de formação;
Integração de todo um processo de Orientação Vocacional.
O Psicólogo Vocacional, para além do trabalho feito individualmente (através de
sessões individuais), também pode desenvolver o seu trabalho com turmas,
professores e com os pais dos alunos. No contexto escolar, este pode apoiar e intervir
noutras áreas, nomeadamente apoiando os professores na avaliação das dificuldades
de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, na avaliação das causas do
insucesso escolar, entre outros. A sua actividade relaciona-se com os órgãos de gestão
da escola, bem como outros serviços.
Os Testes de Orientação Vocacional têm já uma longa tradição na Psicologia e são
bastante fiáveis obedecendo a estudos de aferição estatística rigorosos. Ajudam cada
pessoa a conhecer e a situar os seus próprios interesses, valores, aptidões, inteligência
geral e desenvolvimento pessoal face a populações de referência. Sobretudo quando
utilizados como parte de um processo de aconselhamento vocacional, em que o
psicólogo conselheiro ajudará a pessoa visada a reflectir acerca da sua própria
carreira escolar e/ou profissional em relação com o mundo social e do trabalho,
podem ser muito úteis.
Existem três tipos de testes que são utilizados nesta área, tal como noutras que
estudamos anteriormente: Testes de inteligência; Testes de aptidões; Testes de
personalidade (questionários).

Entrevista Alguns dados biográficos Cristina Neto, estudou na universidade


de Coimbra. Em 1990, terminou o seu curso de Psicologia, mas fez estágio
na área de orientação vocacional.

1.Quais são os objectivos da intervenção do psicólogo na área da


psicologia vocacional?

R: Os objectivos da intervenção do psicólogo são essencialmente a


orientação, fornecimento de informação e aconselhamento vocacional aos
estudantes. Nesta área existem psicólogos que decidem a profissão dos
alunos, mas eu apenas conselho.

2. Que funções exerce?

R: As funções são apenas informar e orientar os alunos.

3. Em que organizações pode intervir?

R: Nesta área, apenas nas escolas.


4. Quais os problemas da sociedade actual que justificam a intervenção do psicólogo
vocacional?
R: Os problemas da sociedade estão relacionados com a falta de emprego e com uma maior
escolha de profissões.

5. Quais os seus principais métodos e técnicas utilizadas?

R: Em relação ao 9º ano(3º ciclo), há uma sessão de informação e programa de orientação


vocacional (testes, programa de actividades). Relativamente ao 12º ano (secundário), há uma
sessão de informação sobre o acesso ao ensino superior (turmas) e testes de orientação
(individualmente).

6. Poderia nos descrever um (ou dois) episódio(s) da sua prática que considere
significativo(s)?

R: Sim, claro! Até hoje houve duas situações que me marcaram bastante. Uma foi quando
acompanhei uma rapariga do 9º ano na escolha de uma profissão. E, tanto eu como ela
concordávamos com a profissão que ela desejava seguir. Até que, o pai um dia quis assistir a uma
sessão, mas este chegou à conclusão que ela ia seguir a profissão que ele tinha em mente e não o
que ela queria. E neste caso eu não poderia fazer nada. O outro caso passou-se numa outra
escola, com uma aluna que nessa semana ia ter piscina e veio ter comigo toda aflita a dizer
“como é que isto me pode acontecer!”,”eu que pensava que estas coisas só acontecem aos
outros!”. Eu comecei a ficar preocupada e naquela altura o que me ocorreu foi ”a miúda está
grávida!”, quando ela me disse que tinha celulite e não podia ir assim para a piscina, fiz um
enorme esforço para não me rir.
7. Quais os tipos de testes que utiliza?

R: Os vários tipos de testes que utilizo são os testes de aptidões e os testes


de interesses em grupo ou individual. Esta psicóloga deu destaque à sua
função, dizendo que está presente apenas para orientar os alunos e não para
decidir por eles.
OS PSICOLOGOS E OS SERVIÇOS DE ORIENTAÇÃO
VOCACIONAL
 A identidade profissional do orientador vocacional

 A realidade Angolana

 Tendências da orientação vocacional em Angola


O que são os Serviços de Psicologia e Orientação
(SPO):
“Os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)” são serviços
especializados de apoio educativo, integrados na rede escolar dos
estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e
secundário, que articulam com as estruturas de orientação
educativa das escolas e com outros serviços locais para promover
condições que assegurem a integração escolar e social dos alunos
e facilitem a sua transição para a vida activa”. Informação
DRELVT, Fevereiro de 2009
Os SPO’s desenvolvem a sua acção em articulação com as
estruturas de orientação educativa das escolas sede onde se
inserem e com os Serviços Locais (Hospitais, Tribunais,
Administrações municipais, Centros de Formação Profissional,
etc.).
É uma unidade especializada de apoio educativo com autonomia
técnica e dever de confidencialidade, desenvolvendo a sua acção
nas Escolas do Agrupamento.

Assegura, na prossecução das suas atribuições, o


acompanhamento do aluno, individualmente ou em grupo, ao
longo do processo educativo, bem como o apoio ao sistema de
relações interpessoais, no interior do Agrupamento e entre este
e a comunidade.
ATRIBUIÇÕES
ATRIBUIÇÕES DO
DO SPO
SPO

• Contribuir para o desenvolvimento integral dos alunos e para a


construção da sua identidade pessoal;
• Apoiar os alunos no seu processo de aprendizagem e de integração
no sistema de relações interpessoais da comunidade escolar;
• Prestar apoio de natureza psicológica e psicopedagógica a alunos,
pais e encarregados de educação, no contexto das actividades
educativas, tendo em vista o sucesso escolar, a efectiva igualdade
de oportunidades e a adequação das respostas educativas;
• Desenvolver acções de aconselhamento psicossocial e vocacional
dos alunos, apoiando o processo de escolha e planeamento de
carreiras;
• Colaborar em experiências pedagógicas e em acções de formação
de professores, bem como realizar e promover a investigação nas
áreas da sua especialidade.
• Assegurar, em colaboração com os outros serviços competentes,
designadamente o Departamento da Educação Especial, a detecção
de alunos com necessidades educativas especiais, a avaliação da
sua situação e o estudo das intervenções adequadas;
• Contribuir, em conjunto com as actividades desenvolvidas no
âmbito das áreas curriculares, dos complementos educativos e das
outras componentes educativas não escolares, para o
desenvolvimento global do aluno tendo em conta os seus interesses
e aptidões;
• Promover actividades específicas de informação escolar e
profissional, susceptíveis de ajudar os alunos a situarem-se perante
as oportunidades disponíveis, tanto no domínio dos estudos e
formações como no das actividades profissionais, favorecendo a
indispensável articulação entre a escola e o mundo do trabalho;
A quem se destina o apoio do SPO
• Este Serviço destina-se à comunidade educativa e está
disponível de acordo com a sua capacidade de resposta.
• A abordagem a este Serviço pode ser feita mediante pedido
directo do aluno ou dos Pais/Encarregado de Educação ou de
qualquer elemento da comunidade educativa.
• O pedido de intervenção por parte do Director de Turma ou
Professor Titular de Turma é efectuado através de qualquer
meio de comunicação disponível, mas de se assegurar de que o
pedido chegue realmente a entidade solicitada.

O objectivo destas articulações é promover condições que


assegurem: A Integração escolar e social dos alunos e facilitar a
sua transição na vida activa, promovendo condições favoráveis
à empregabilidade.
O que fazemO queos
fazemServiços
os Serviçosde
de Psicologia e
Psicologia e
Orientação nas Escolas
Orientação (SPO):
nas Escolas (SPO)

Aconselhamento
Dinâmicas de grupo com Vocacional a
jovens crianças/jovens

Aconselhamento
Aconselhamento psico-social a
Pedagógico a jovens
Professores

Aconselhamento
Parental
São atribuições fundamentais dos Serviços de Psicologia e Orientação:

1. Colaborar com a comunidade educativa prestando apoio psicopedagógico


às actividades educativas, identificando as causas do insucesso escolar e
propor medidas tendentes à sua eliminação.

 2. Apoiar os alunos no processo de desenvolvimento da sua identidade


pessoal e do seu projecto de vida.

 3. Planear e executar actividades de orientação escolar e profissional através


de programas e acções de aconselhamento a nível individual e de grupo.

Importância do Processo de Orientação Vocacional

O ser humano, desde a infância, passa a conhecer a importância e o


valor que o trabalho tem para sua vida; para a maioria das pessoas,
a identidade vocacional forma uma parte importante de sua
identidade geral.
Ter um emprego valorizado pela sociedade – e ter sucesso e
prestígio nele – aumenta a auto-estima e facilita o
desenvolvimento de um senso de identidade mais seguro e
estável. Por outro lado, quando a sociedade aponta que alguém
não é necessário e que não há disponibilidade de bons empregos,
pode-se gerar duvidas, incertezas ou mesmo, como em alguns
casos, delinquência e sentimentos de revolta, formando uma
identidade negativa (Mussen, Conger, Kagan & Huston, 1995).
O processo de OV interessa a Âmbitos distintos, como, por exemplo, a
educação em todos os seus níveis, proporcionando informações sobre a
realidade do mercado de trabalho e as necessidades do país. Dessa
forma, pode-se dizer que a OV acompanha o processo educativo,
cooperando com ele e não apenas suprindo suas possíveis carências.
A OV cumpre sua função de extrema importância quando leva o sujeito
a reflectir sobre si mesmo, analisando suas características, explorando
sua personalidade e aprendendo a escolher e abordar situações de
conflito.
OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ORIENTAÇÃO
VOCACIONAL

Frente as transformações da sociedade actual, questiona-se como deve


ser operacionalizado o processo de OV. Primeiramente, o processo de OV
não pode ser realizado de maneira descontextualizada; caso seja, não
atingiria, a sua finalidade. Alguns profissionais ainda se limitam a aplicar
testes psicológicos, não confrontando os resultados com outras técnicas.
Ao dar um resultado não corroborado ou incompleto ao adolescente, o
profissional estarão desqualificando a psicologia como um todo e podendo
comprometer o processo de escolha de um adolescente.

O processo de OV deve ter em vista as mudanças ocorridas na sociedade


e a realidade sociocultural e económica. Surge como um caminho que os
jovens podem percorrer com o objectivo de fazer a sua escolha
profissional de maneira mais consciente e madura; para atingir esse fim,
o processo deve ser operacionalizado de maneira que supra essas
necessidades.
Todo o trabalho de OV deve ser baseado na troca de experiências entre
os jovens e na reflexão conjunta sobre o processo de escolha da
profissão, reflexão esta que deve ser organizada e coordenada por
profissional(ais) competente(s).
É de suma importância criar condições para que os jovens possam ter
acesso a maior quantidade possível de informações a respeito das
profissões: suas características, aplicações, cursos, requisitos, locais de
trabalho, etc. Na esfera do autoconhecimento, também devem-se criar
condições e estrategas para que os jovens identifiquem suas aptidões,
interesses e características de personalidade (Bock & Aguiar, 1995).
Deve-se dar a cada adolescente um espaço e tempo necessários para
que possa manifestar suas preocupações, ansiedades e problemas,
devendo-se acompanha-lo na reflexão e fazendo os possíveis
esclarecimentos, para que ele vá elaborando o seu projecto vocacional,
definindo sua escolha e identificando os obstáculos que o impedem de
fazê-la (Miller, 1988).
Desafios e Perspectivas do Processo de Orientação Vocacional
"Ser psicólogo implica, logicamente, deixar de ser qualquer outra coisa [..]"
(Bohoslavsky, 1993, p. 175).
• Antes de tudo, o profissional de OV deve estar ciente tanto dos recursos
técnicos quanto dos de personalidade de que deve dispor para poder
desempenhar sua profissão de maneira produtiva e competente. Diante das
novas perspectivas da sociedade, o profissional de OV deve passar por um
processo contínuo de renovação, estando sempre a par das mudanças
efectivadas no mercado de trabalho.

• O profissional da psicologia deve ter consciência do papel que irão


desempenhar, sendo o auto-conhecimento e o desenvolvimento de sua
própria pessoa uma condição sine qua non para a sua actuação como
profissional.

• Segundo Miller (1988), as qualidades desejáveis ao orientador vocacional


seriam: uma sólida formação teórica em psicologia, principalmente
psicologia educacional e do desenvolvimento, conhecimento em dinâmicas
de grupo, técnicas de exploração da personalidade e psicopatologia, prática
clínica, empatia, equilíbrio emocional para colocar-se no lugar do outro,
reconhecimento de sua própria ideologia, respeito pelos outros e aceitarão
dos seus limites.
• Faz-se necessário analisar o papel do profissional de OV diante das novas
condições socioculturais e económicas e a finalidade do processo de OV,
que deve visar não apenas a informar sobre carreiras profissionais, e sim,
a trabalhar aspectos como o autoconhecimento e a questão da escolha em
si, levando em considerarão o mercado de trabalho.

• Ressaltando estes aspectos, Silva (1999) comenta que, para auxiliar um


outro indivíduo a solucionar seus conflitos diante da escolha profissional, o
orientador vocacional deve cumprir as seguintes condições: passar por um
processo de elaboração de sua própria escolha e de sua identidade
vocacional e internalizar, compreender e ser capaz de criar as técnicas de
que irão se valer no processo de OV.
• É tarefa do psicólogo permitir que o adolescente possa desenvolver sua
auto-identidade. Para isso, o psicólogo tem como instrumento fundamental
a sua própria pessoa. "A personalidade do profissional é um tema
imprescindível de exame para quem se dedica a Orientação Vocacional"
(Bohoslavsky, 1993, p.199).
AULA DEBATE
 A identidade profissional do orientador
vocacional

 A realidade Angolana

 Tendências da orientação vocacional em


Angola
Trabalho final (individual)

Faça uma abordaem sobre a OV face aos


paradigmas: (Ecolha apenas um
paradigma)
a) O corpo como factor de inclusão e
exclusão;
b) Os Movimentos sociais de pessoas
deficientes face a OV face aos modelos
clinicos, sociais, biopsicosociais e dos
conceitos de deficiência e incapacidade;
c) Os conceitos de educação inclusiva e as
Barreiras á orientação vocacional
inclusiva;
c) Documentos orientadores do estado
angolano face as OV a pessoas com NEE;
5- Inteviste um indíviduo com idade entre
15-24 e faça uma analise com suporte ao
modelo de Holland e proponha o tipo de
orientação que necessita.

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