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Introdução

Orientação Vocacional é um processo que ajuda os indivíduos a escolher uma profissão,


prepara-os para tal profissão, seu ingresso e desenvolvimento. A orientação vocacional
visa ajudar o indivíduo na escolha de uma profissão ou formação a seguir, considerando
o seu potencial, capacidades, interesses, habilidades e valores. A satisfação vocacional
requer que os interesses, atitudes e personalidade de uma pessoa sejam adequados ao
seu trabalho.

Nesta fase é comum notar que os adolescentes e jovens ficam indecisos perante a
tomada de decisão que tem de efectuar e com dificuldade em comprometer-se com um
percurso que envolve a preparação e o ingresso numa profissão específica.

Em 1987, Yost e Corbishley propuseram um modelo de consulta psicológica vocacional


com oito fases distintas e sequenciais do processo. As oito fases seguem uma ordem
especifica desde a Avaliação das Necessidades do cliente, Promoção da auto-
compreensão do cliente, a geração e refinamento das alternativas profissionais, fazer
escolhas, fazer planos, implementar planos, inicio da procura de emprego e a preparação
para entrevista de emprego, no qual para a realização de uma escolha e sua
concretização, basta o cumprimento dos seis primeiros passos.

O presente trabalho é elaborado no âmbito da cadeira de Psicologia de Orientação


Escolar e Profissional, com o objectivo de colocar em pratica os conteúdos teóricos de
Orientação Vocacional na perspectiva de Yost e Corbishley (1987).

Revisão de literatura

Orientação

Definição de conceitos

Segundo UNESCO (2000), Orientação pode ser definida como um processo de natureza
progressiva, no qual se auxilia um indivíduo a entender, aceitar e usar as suas
habilidades, atitudes, interesses e padrões de atitude, face às suas aspirações.
Orientação Vocacional

De acordo com UNESCO (2000), Orientação Vocacional é um processo que ajuda os


indivíduos a escolher uma profissão, prepara-os para tal profissão, seu ingresso e
desenvolvimento. A satisfação vocacional requer que os interesses, atitudes e
personalidade de uma pessoa sejam adequados ao seu trabalho.

Orientação Profissional

Segundo Ferreira (2008), orientação profissional é a “actividade, baseada em métodos


de psicologia e pedagogia, que visa a ajudar adolescentes na escolha da sua profissão.”

Funções da Orientação Profissional

De acordo com a UNESCO (2000), são funções da OP:

 Ajudar a empregar talento onde ele é necessário;


 Fortalecer o sistema educacional dando motivação e significado à educação;
 Fornecer informações sobre oportunidades ocupacionais;
 Incentivar os estudantes na tomada de decisões;
 Auxiliar os alunos a entender-se a si mesmos e ao seu ambiente;
 Orientar os estudantes para entender o processo de fazer escolhas e das possíveis
consequências das suas decisões;
 Capacitar os estudantes a adquirir conhecimentos dos procedimentos práticos
necessários para se conseguir um emprego e progredir nesse emprego.
Ainda na perspectiva do mesmo autor, o objectivo principal da Orientação Profissional
é ajudar os estudantes a integrar a informação sobre si mesmos e o mundo ocupacional e
estabelecer um plano para o desenvolvimento de uma carreira profissional. O estudante
deve possuir um entendimento e uma aceitação da sua personalidade, dos seus
interesses e aptidões e da sua bagagem cultural.

Modelo de Yost e Corbishley

Existem diversos modelos de orientação vocacional, dependendo de cada um há tarefas


específicas a seguir até se chegar a escolha do cliente, tendo sido o Modelo de Yost e
Corbishley o guia para o exercício da orientação vocacional, deste modo evidencia-se a
importância de trazer os seis (6) passos deste modelo aplicados durante o processo.
1º Passo: Avaliação das Necessidades do Cliente e Estabelecimento de Metas de
Aconselhamento

Neste passo, o cliente e aconselhador devem estar claros sobre o que o cliente quer da
orientação vocacional e sobre a dimensão do provável sucesso bem como tornar claro a
necessidade do envolvimento activo do cliente no processo.

Na avaliação das necessidades do cliente, pode-se identificar as seguintes etapas:

Declaração de divulgação: o propósito deste procedimento é proteger os clientes


dando-lhes informação necessária para que tomem decisões inteligentes em relação ao
uso particular desses serviços do profissional.

Identificação de problemas: consiste em fazer um levantamento de problemas ou


preocupações bem como motivações e experiencias do cliente.

Colecta de informações básicas: o orientador faz o agrupamento das informações acerca


do estado actual do cliente, de modo a saber se existe elementos que possam criar
barreira na escolha vocacional.

Estabelecimento de metas: constitui um acordo a se alcançar por meio de preocupação


do cliente e do aconselhador em direcção aos resultados pelos quais os esforços do
aconselhamento serão dirigidos.

2º Passo: Promoção de Autoconhecimento do Cliente

Nesta fase é dada a especial atenção ao autoconhecimento do paciente para que se possa
observar em qual das circunstâncias de trabalho este sujeito se pode enquadrar ou, com
base no tipo de personalidade que este mesmo apresenta quais seriam as possíveis
posições de trabalho. Os componentes envolvidos no autoconhecimento são os
interesses; aptidões e percepções da vida profissional.

3º Passo: Desenvolver e Refinar Alternativas Apropriadas de Carreira

Este passo, constitui o momento da orientação profissional no qual o cliente realiza


pesquisas acerca do mundo de trabalho e em etapas específicas que são: criar uma lista
de carreiras possíveis e aprender.
4º Passo: Fazer a escolha

Nesta fase, o cliente avalia as suas opções de modo a fazer uma escolha definitiva.
Quando fica evidente que se aproxima o tempo de fazer tal escolha o cliente pode passar
por momentos intensos com sentimentos de urgência, o que pode ser tanto assustador
como entusiasmante.

Neste processo há quatro tarefas a serem realizadas pelo cliente: preparação para fazer a
escolha; avaliação das opções; fazer uma escolha dentro das opções e aceitação da
escolha.

5º Passo: Resolução de possíveis problemas ao longo do processo

Este passo constitui o momento de resolução de possíveis problemas com recurso a


técnicas, os problemas mais comuns são nomeadamente: informações incompletas;
poucas alternativas; opções inapropriadas; dificuldade em fazer escolha; reforço da
indecisão.

6º Passo: Fazer plano

Este passo, tem como objectivo a implementação da escolha feita pelo cliente,
consistindo em estruturar ou organizar um conjunto de actividades com o fim de
alcançar uma meta traçada. Segundo Yost e Corbishely existem três (3) tarefas
essências para fazer um plano eficaz, estas são:

Seleccionar o tipo apropriado de plano - a selecção do tipo de plano tem como base a
situação do cliente tem como base a situação do cliente, no que tipo de escolha (ou
escolhas) feita, entre outros aspectos.

Criar o plano - esta tarefa é essencial no processo de orientação, onde se desenha o que
será feito, que tipos de actividades serão executadas, e tanto o cliente como o orientador
devem ter uma cópia do plano.

Avaliar a viabilidade do plano - inclui o que é possível fazer em termos de tempo,


habilidades do cliente, comportamento dos outros, entre outros aspectos. A análise de
viabilidade deve ser feita tanto pelo orientador como pelo cliente.
Apresentação do caso

Primeiro Passo: avaliação das necessidades do cliente e estabelecimento de Metas


da orientação

Segundo Yost & Corbishley (1987), no final de um estágio de avaliação que usualmente
tem duração de duas a três sessões, dois objectivos devem ser alcançados: Ambos,
cliente e aconselhador, devem estar claros sobre o que o cliente quer da orientação
vocacional e sobre a dimensão do provável sucesso; O cliente deve estar activamente
envolvido neste processo e deve entender a importância do tempo, esforço que
provavelmente será preciso para o alcance das suas metas.

Neste passo, foi feito uma conversa introdutora do conceito de orientação vocacional, os
seus objectivos e sua importância bem como o estabelecimento de princípios de
convivência que orientar-nos-ão durante a sessão.

Adélia (nome fictício), tem 22 anos de idade, e vive no bairro de Zimpeto, cidade de
Maputo, nasceu aos 08 de Setembro de 1999, terceira filha dos seus progenitores. Vive
com os pais, irmão, 2 irmãs, cunhado e 2 sobrinhos. O pai é polícia, a mãe é empregada
domestica, o irmão é arquiteto, e a irmã mais nova é estudante de psicologia e o
cunhado é motorista. Inicio a estudar no ano 2006 na Escola Primaria Completa de
Wiriyamo até a 7 classe. Começou a frequentar o ensino secundário na Escola
Secundaria Quisse Mavota ano 2012. Tento sido transferida depois de terminar a 8ª
classe para a Escola Comunitária Comunhão na Colheita onde frequentou a 9ª e10ª
classe. Adélia reprovou uma secção de ciências na 10ª classe, tendo regressado
novamente para a Escola Secundaria Quisse Mavota, para o término da secção de
ciências em 2015 e foi na mesma escola onde concluiu o seu ensino medio. Na sua
infância, como qualquer criança, Adélia gostava muito de brincar e a brincadeira
predilecta era de polícia. Ela sempre fazia o papel de polícia nas brincadeiras policia e
ladrão.

Afirma que desde a sua infância sempre sonhou em ser polícia porque achava bonito
prender os criminosos. Depois que entrou para o ensino secundário perdeu o interesse
porque notou que para tal era necessário certos treinamento pesados o que fez com que
o interesse dela diminuísse.
Aos 13 anos de idade quando já estava na 8ª classe por ser boa a desenho os colegas da
escola aconselharam-na a futuramente fazer Engenharia Civil o que acabou despertando
nela um interesse pelo curso.

Segundo Passo: Promoção de auto-conhecimento

Segundo Yost & Corbishley (1987), o objectivo agora reside na criação de uma lista
relativamente grande contendo umas alternativas de carreira. Mas antes de identificar
tais alternativas o orientador deve junto do cliente estabelecer o critério a usar.

Na segunda sessão, foi administrado o questionário de personalidade (Busca Auto-


dirigida de Jonh Oland), que durou 45 minutos. O resultado do questionário revelou ser
muito convencional.

Na mesma sessão, Adélia afirmou gostar de disciplina de Matemática, Física, Biologia,


Desenho e Filosofia mas não gosta da disciplina de Inglês, e Química. Segundo ela, o
seu rendimento escolar garantirá a sua passagem mesmo nas disciplinas que ela não
gosta. Na sessão foi atribuída a orientada a elaborar uma lista de cursos colocando em
ordem de preferência recorrendo a editais (fornecidas por orientador) de cursos de
Universidades publicas e privadas assim como no sonho de infância. A lista não foi
concluída nesta sessão, tendo ficado com TPC.

Terceiro Passo: Desenvolver e refinar as alternativas

Neste passo, Segundo Yost & Corbishley (1987), reduzir-se, com o cliente, a lista a um
número de 2-5 melhores alternativas. Já tendo a lista de alternativas, é necessário refinar
as escolhas. Aqui pode-se novamente introduzir um modelo de categorização em que de
acordo com os critérios se define as opções mais desejadas, as menos desejadas e as que
situam-se entre ambas.

Na terceira sessão, a cliente trouxe a seguinte lista: Estatística, Filosofia, Engenharia


Civil, Economia, Arquitectura, e Contabilidade e Finanças. De seguida fez-se a
discussão da lista com base preferências de trabalho ou disciplinas, interesses e
aptidões. A lista de cursos foi reduzida para dois cursos (Engenharia Civil e Economia).
Foi-lhe dado outro TPC que consistiu em reunir informações sobre cada opção de
carreira, pesquisando experiencias profissionais em fontes formais e informais,
identificar o campo de estudo, localizar as instituições que leccionam e identificar as
vantagens e desvantagens em relação aos cursos.

Quarto Passo: Fazer escolha

É nesta fase em que se busca informação detalhada acerca das profissões na lista das
mais desejadas em termos estratégicos, tácticos, operacionais, preparo requisitado e
benefícios.

Na quarta e última sessão, em relação ao TPC, a orientada trouxe informações


concernente aos cursos seleccionados no passo anterior e as formações por ela trazidas
são:

 Engenharia Civil, dado na UEM; a vantagem deste curso é a possibilidade em


actuar em diversas Áreas a desvantagem é que a muita concorrência
 Economia, ensinado na UEM, vantagens de ser uma área importante num país,
pois ajuda a compreender o senário económico e a desvantagem, não encontrei
nenhuma desvantagem, disse a cliente.

Quinto passo: resolução de possíveis problemas

Durante o processo de orientação não verificou-se a existência de nenhum problema que


pudesse comprometer a orientação não havendo assim necessidade de se realizar o
passo.

Sexto passo: Fazendo planos

Depois da escolha do curso procedeu-se à elaboração do plano que consiste em


organizar e estruturar meios para a acção com o fim de atingir o objectivo principal
(fazer o curso) considerando-se as instituições públicas onde são leccionados os cursos,
o currículo dessas instituições, a localização das mesmas instituições e por fim o método
de candidatura.

Recorrendo as informações decorridas ao longo das sessões, o orientador e o cliente


elaboraram um plano contendo as seguintes actividades: terminar o ensino geral,
pesquisar acerca das Universidades que leccionam o curso escolhido, fazer a pré-
inscrição e inscrever-se, ter a devida preparação para os exames de admissão (por meio
de estudos independentes ou aulas de explicação), conhecer o local, a data e hora em
que irão decorrer os exames de admissão, realizar os exames, consultar os resultados
caso tenha admitido fazer a matricula e reunir condições para iniciar um novo ano
lectivo.

Tendo finalizado a orientação vocacional, a orientada afirmou estar feliz com a


orientação feita. Acredita que foi de grande ajuda para a sua vida académica e para a sua
escolha profissional.

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